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2018
Rose Modesto
Vice-governadora de Mato Grosso do Sul
Kazuto Horii
Prefeito de Bodoquena
Mario Valerio
Prefeito de Caarapo
Rudi Paetzold
Prefeito de Coronel Sapucaia
Jair Scapini
Prefeito de Guia Lopes da Laguna
Itamar Bilibio
Prefeito de Laguna Carapã
Valdomiro Brischiliari
Prefeito de Mundo Novo
Dirceu Bettoni
Prefeito de Paranhos
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Prefeito de Sete Quedas
Coordenadores Estaduais
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Coordenadores de Etapa
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Redatores
Educação Infantil
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Luziette Aparecida da Silva Amarilha
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Ensino Fundamental
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Ciências da Natureza
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Ciências Humanas
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Assessores de Implementação
Alfredo Souza de Oliveira
Larissa Moreira da Silva
Revisão
Ana Claudia Gauto de Sousa Sovernigo
Célia Maria Vieira Ávalos
Célia Trindade de Araújo e Silva
Elçon José de Oliveira
Eliana Aparecida Prado Verneque Soares
Elizângela do Nascimento Mattos
Giani de Oliveira Costa
Márcia Proescholdt Wilhelms
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ...................................................................................... 14
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 15
2. A EDUCAÇÃO NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL ................ 20
3. TEMAS CONTEMPORÂNEOS ................................................................. 23
3.1 O ESTUDO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E
INDÍGENA .................................................................................................. 24
3.2 DIREITOS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES ........................ 25
3.3 EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS ................................................ 25
3.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL ...................................................................... 26
3.5 EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO ........................................................... 28
3.6 EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL ....................................... 29
3.7 EDUCAÇÃO FISCAL ................................................................................ 29
3.8 EDUCAÇÃO FINANCEIRA ...................................................................... 30
3.9 SAÚDE, SEXUALIDADE E GÊNERO, VIDA FAMILIAR E SOCIAL .. 30
3.10 RESPEITO, VALORIZAÇÃO E DIREITOS DOS IDOSOS ..................... 31
3.11 CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO E COMBATE À
INTIMIDAÇÃO SISTEMÁTICA (BULLYING) ....................................... 32
3.12 CULTURA SUL-MATO-GROSSENSE E DIVERSIDADE
CULTURAL. 32
3.13 SUPERAÇÃO DE DISCRIMINAÇÕES E PRECONCEITOS COMO
RACISMO, SEXISMO, HOMOFOBIA, E OUTROS................................. 33
3.14 CULTURA DIGITAL ................................................................................. 34
4. EDUCAÇÃO INTEGRAL EM TEMPO INTEGRAL ............................... 37
5. AVALIAÇÃO ............................................................................................. 39
5.1 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL .............................................................. 40
5.2 AVALIAÇÕES DE DESEMPENHO DE ESTUDANTES ........................ 41
6. FORMAÇÃO CONTINUADA ................................................................... 42
7. EDUCAÇÃO INFANTIL ............................................................................ 47
7.1 INFÂNCIA E CRIANÇA ............................................................................ 49
7.2 DIREITOS DE APRENDIZAGEM ............................................................ 51
7.3 CAMPOS DE EXPERIÊNCIA ................................................................... 52
7.3.1 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO ............. 55
7.4 OS CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS E OS OBJETIVOS DE 55
APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO...........................................
7.4.1 O EU, O OUTRO E O NÓS ........................................................................ 56
7.4.2 CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS ....................................................... 61
7.4.3 TRAÇO, SONS, CORES E FORMAS ........................................................ 66
7.4.4 ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO .............................. 72
7.4.5 ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E
TRANSFORMAÇÕES ................................................................................ 77
APRESENTAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
A escola contemporânea é considerada um espaço privilegiado para o
desenvolvimento físico, afetivo, cognitivo e social de crianças, adolescentes e jovens. Desta
maneira, torna-se uma instituição social, pois, além de viabilizar o conhecimento científico,
que é próprio da educação formal, assume a função de proporcionar formação humana
integral aos sujeitos envolvidos.
Ao longo do tempo, a sociedade transforma-se e reconfigura a compreensão de
educação escolar. Desta forma, a escola torna-se ferramenta de socialização de valores e
padrões culturais estabelecidos pela sociedade, a qual vivencia períodos de transformações
sociais, econômicas e políticas, caracterizando-se, atualmente, cada vez mais pela
conectividade, o que exige formação integral dos sujeitos e princípios inclusivos da escola.
A discussão curricular aponta para princípios de inclusão, com os quais o sistema
brasileiro está comprometido, conforme evidencia a Resolução n. 04, de 13 de julho de 2010,
que dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica:
Art. 4º As bases que dão sustentação ao projeto nacional de educação
responsabilizam o poder público, a família, a sociedade e a escola pela garantia a
todos os educandos de um ensino ministrado de acordo com os princípios de:
I – Igualdade de condições para o acesso, inclusão, permanência e sucesso na
escola; [...]
A mesma resolução, no seu artigo 9º, destaca, ainda, que a escola de qualidade social
adota como centralidade as crianças, adolescentes e jovens e a aprendizagem, o que pressupõe
atendimento aos seguintes requisitos: “[...] II – consideração sobre a inclusão, a valorização
das diferenças e o atendimento à pluralidade e à diversidade cultural, resgatando e respeitando
as várias manifestações de cada comunidade”.
Esse princípio é reiterado pela Base Nacional Comum Curricular – BNCC, quando
afirma que a Educação Básica deve compreender a complexidade e a não linearidade desse
desenvolvimento humano e assumir uma visão plural, singular e integral da criança, do
adolescente, do jovem e do adulto. Deve, também, promover uma educação com vista ao
acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e
diversidades, e reafirmar que a escola, como espaço de aprendizagem e de democracia
inclusiva, deve promover práticas de respeito às diferenças e diversidades.
Emerge-se, nesse contexto, uma questão central: combinar a expansão dos direitos
universais e a garantia da acessibilidade efetiva para além da igualdade de oportunidades,
garantindo maior igualdade de direitos e condições. Destaca-se, para tal, a Lei Brasileira de
Inclusão da Pessoa com Deficiência n. 13.146, de 6 de julho de 2015, que no artigo 3º, inciso
IV, define barreiras como “qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite
ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus
direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso
à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros”.
O princípio inclusivo requer a conjugação do desenvolvimento das capacidades das
crianças, adolescentes e jovens para a participação social, política, cultural e econômica, com
a promoção do desenvolvimento das instituições de ensino de modo a oferecer as
oportunidades de que necessitam.
No que se refere às crianças, adolescentes e jovens, público da educação especial, tem-
se uma história marcada por conceber a exclusão como um problema intrínseco dos sujeitos
em vez de ser equacionado na relação das crianças, adolescentes e jovens com os seus pares e
com o meio escolar. Porém, o princípio inclusivo se aplica a todos, com a diferença que esses
necessitam de apoios específicos que podem variar de natureza, tipo e intensidade em todo o
seu percurso escolar.
O grande desafio da atualidade é retirar a flexibilização e diversificação curricular da
discussão periférica sobre a diferença, e elevá-la para a questão central do currículo. Nesse
documento, defendemos a construção de um currículo sensível à heterogeneidade e
comprometido com a promoção da equidade.
O desenvolvimento curricular em sistemas educacionais inclusivos tem por função
procurar respostas para qualquer manifestação de diferença que possa ocorrer, transformando
o espaço escolar em lócus privilegiado de reflexão, reconhecendo na diferenciação curricular
um instrumento que possibilita a concretização dessas respostas.
A partir desse raciocínio, entende-se que o sujeito, deste tempo histórico, deve ser
capaz de estabelecer relações sociais, integrar-se ao mundo do trabalho, tecer críticas e
vivenciar os preceitos da cidadania e da democracia. Para esse propósito, a escola precisa
disseminar o conhecimento científico e oportunizar práticas para a compreensão dessa forma
de conhecimento, além de desenvolver competências para a vida em sociedade.
Em outras palavras, Libâneo (2014) indica que a escola comprometida com a educação
integral deve proporcionar ações pedagógicas culturais e científicas, pois assim promoverá o
desenvolvimento cognitivo afetivo e moral das crianças, adolescentes e jovens.
Com esse objetivo, o currículo de Mato Grosso do Sul propõe aos sujeitos uma
Educação Integral que se refere tanto à formação quanto ao desenvolvimento humano global,
o que pressupõe romper com a ideia de um currículo que privilegia a dimensão cognitiva em
detrimento da afetiva, além de promover uma educação que acolha e reconheça o sujeito nas
suas singularidades e diversidade (BNCC, 2017).
Nesse sentido, a educação integral implica planejar processos educativos que
estimulem a formação humana em suas diversas potencialidades, com a intenção de
desenvolver plenamente o sujeito, portanto, recorre-se ao protagonismo e à autoria.
O protagonismo oportuniza condições para que os sujeitos de aprendizagem sejam
capazes de se envolverem em atividades educativas e atuem com compromisso e liberdade.
Uma educação que privilegia o protagonismo, cria situações para que as crianças,
adolescentes e jovens possam empreender a construção do seu ser, ou seja, a realização de
suas potencialidades em termos pessoais e sociais. Assim, esses sujeitos poderão ocupar
espaços e mobilizar conhecimentos para iniciar uma mudança social. De maneira análoga,
será possível a tomada de decisão baseada em valores vivenciados e na construção da
autonomia. Por isso, propõem-se ações protagonistas (COSTA, 2000) nas escolas de Mato
Grosso do Sul.
A autoria está associada aos processos de produção científica na escola, por parte dos
sujeitos que estão no curso da aprendizagem. Desse modo, as crianças, adolescentes e jovens,
mediados pelo professor, devem adentrar os conceitos e aspectos técnico, pedagógico, formal
e político da pesquisa. Além disso, é importante saber o que fazer com o conhecimento
produzido, saber pensar e intervir, propondo alternativas e fazendo-se sujeitos de história
individual e coletiva.
De maneira concomitante, deve-se também proporcionar processos educativos que
auxiliem o sujeito da aprendizagem no desenvolvimento de seu projeto de vida. Esclarece-se
que a expressão “projeto de vida” também remonta ao desenvolvimento pleno do sujeito,
visto que a educação integral deve proporcionar práticas pedagógicas que auxiliem crianças,
adolescentes e jovens na tomada de decisões, na resolução de problemas e em situações não
planejadas.
Vale ressaltar que, para assegurar as aprendizagens essenciais nos sujeitos, foram
definidas dez competências gerais na Base Nacional Comum Curricular as quais o currículo
de Mato Grosso do Sul retoma, por entender que a BNCC é um documento normativo e que
os componentes curriculares e as áreas de conhecimento proporcionarão aos sujeitos,
habilidades e conhecimentos que possibilitarão o alcance às competências gerais.
Antes, explicita-se a definição de competência, tal como “a mobilização de
conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas cognitivas e
O Estado de Mato Grosso do Sul é um estado novo, formado por grupos diversos e
cheios de particularidades, sendo oito etnias indígenas (Atikum, Guarani, Guató, Kadiwéu,
Kaiowá, Kiniquinau, Ofaié e Terena), 2 etnias indígenas que circulam nas fronteiras (Kamba
Xiquitano), 22 comunidades quilombolas, a população rural e a urbana que se sintetizam
formando um estado único. Tem uma história de ocupação complexa e grande diversidade no
que diz respeito às expressões culturais e sociais.
O Estado, criado em 1977 e implantado em 1979, nasce em um momento singular da
história brasileira, período de ditadura militar e também de desenvolvimento do Oeste,
iniciado no governo de Getúlio Vargas que lançou um novo projeto para intensificar a
ocupação do Centro-Oeste, conhecido como a “Marcha para o Oeste”, na década de 1940.
A ocupação e a importância dessa parte do antigo Estado do Mato Grosso, que viria a
se tornar Mato Grosso do Sul, nas décadas finais do século XX, já podiam ser notadas desde o
século anterior, durante a Guerra do Paraguai, maior conflito armado internacional ocorrido
na América do Sul, entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta por Brasil, Argentina e
Uruguai que se estendeu de dezembro de 1864 a março de 1870.
No final da guerra, a erva-mate exerceu uma influência muito grande no Estado de
Mato Grosso, especialmente no Sul e por muito tempo foi a principal atividade econômica
dessa região. Os paraguaios, no final do século XIX e começo do século XX, dominavam as
técnicas de elaboração desse produto, prática herdada da tradição indígena guarani
(BARBOSA, 2012).
Outro fator que contribuiu para a ocupação dessa região foi a criação da Colônia
Agrícola Nacional de Dourados (CAND), pelo Decreto Lei n° 5.941, de 28 de outubro de
1943, que teve grande repercussão, devido ao desenvolvimento que possibilitou à região, o
que lhe garantiu destaque na memória coletiva da população.
As migrações de contingentes oriundos dos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do
Sul, Paraná e São Paulo, e imigrações de países como Alemanha, Espanha, Itália, Japão,
Paraguai, Bolívia, Portugal, Síria e Líbano foram fundamentais para o povoamento de Mato
Grosso do Sul e marcaram a fisionomia dessa região. Todo esse processo histórico de
aqueles que incorporam os espaços da floresta, da pecuária, das minas, da agricultura, dos
pesqueiros, dos caiçaras, dos ribeirinhos e dos extrativistas. Por isso, para a garantia das
especificidades regionais e locais, há que se lembrar da necessidade de adequação dos
conteúdos curriculares, das metodologias e da organização escolar à natureza do trabalho na
zona rural, todas estas para que as peculiaridades da vida rural e de cada região sejam
respeitadas.
Isso quer dizer que há de se considerar o campo como:
espaço heterogêneo, destacando a diversidade econômica, em função do
engajamento das famílias em atividades agrícolas e não-agrícolas (pluriatividade), a
presença de fecundos movimentos sociais, a multiculturalidade, as demandas por
Educação Básica e a dinâmica que se estabelece no campo a partir da convivência
com os meios de comunicação e a cultura letrada (BRASIL, 2013, p. 267-268).
Ao mesmo tempo, lembra que a Educação Profissional oportuniza elevação dos níveis
de escolaridade da população, inserção no mercado de trabalho, formação profissional e
desenvolvimento humano e social do Estado que tem exigido, cada vez mais, profissionais
especializados para atuarem em diferentes áreas do setor produtivo.
De maneira análoga, os sujeitos da Educação Especial, ou seja, as pessoas com
transtorno do espectro autista, com deficiência visual, com deficiência intelectual e altas
habilidades/superdotação criam e recriam vivências que contribuem para a formação do
Estado de Mato Grosso do Sul. Por isso, no momento em que esses sujeitos são devidamente
matriculados na educação básica faz-se necessário pensar em estratégias pedagógicas de
inclusão curricular, o que demanda a observação da realidade deste, com o fomento de
propostas que digam respeito à realidade desse indivíduo. (SUPLINO, 2011). Para tanto, é
essencial que as diferenças individuais sejam compreendidas, com a promoção do respeito a
cada um em suas especificidades.
Segundo Schmitz e Martins (2014) as adaptações curriculares devem ser entendidas
como um processo a ser realizado em três níveis: no projeto político pedagógico da escola; no
currículo desenvolvido em sala de aula; e no nível individual, por meio da elaboração e
implementação do Programa Educacional Individualizado (PEI). As adequações realizadas
podem ser efetivadas por parte do professor durante seu planejamento e na aplicação das
atividades em ambiente educacional.
Importante dizer que a diversificação curricular dependerá da identificação das
características específicas desses sujeitos, tanto individualmente quanto em situações de
interação coletiva, especialmente as particularidades inerentes a cada um. Para cada sala de
aula comum, é fundamental que o perfil das crianças, dos adolescentes e dos jovens, bem
como seus tempos e formas de absorver o conteúdo sejam reconhecidos, já que esse
reconhecimento é fundamental para que o trabalho de inclusão e as intervenções necessárias
sejam feitos de forma adequada.
Tal compreensão é indispensável, posto que, quando necessário, a oferta de adaptações
razoáveis que assegurem a efetividade e o êxito dos processos de ensino e aprendizagem
exigem ampla avaliação de habilidades e competências de cada criança, jovem e adolescente,
principalmente quando realizado no Atendimento Educacional Especializado - AEE.
Entende-se que todo o processo educacional do Estado do Mato Grosso do Sul deve
ser pensado na ótica da diversidade, pois ele se firma e se constrói com as histórias e
contribuições que o fizeram, mesmo que de forma distinta e conflituosa, afinal é nas fronteiras
que as identidades se afloram e se firmam e para se obter uma identidade sul-mato-grossense,
é necessário conhecer e respeitar o outro.
Nesse sentido, busca-se um currículo norteado pelo princípio da Educação Integral no
qual a educação promova o desenvolvimento dos sujeitos habitantes de Mato Grosso do Sul
em todas as suas dimensões (intelectual, física, emocional, social e cultural) e,
consequentemente, seja constituído um projeto coletivo que promova a educação em nosso
Estado.
3. TEMAS CONTEMPORÂNEOS
sujeitos. Esses temas não pertencem a componentes curriculares e/ou áreas de conhecimento,
por isso a organização do trabalho pedagógico exige a interdisciplinaridade, a
contextualização e a transversalidade.
A Lei ainda determina que esses conteúdos sejam abordados em todo o currículo e em
especial nas áreas em que se concentram a Arte, a Literatura e a História do Brasil.
Reconhece-se para essa temática a Resolução CNE/CP n. 1, de 17 de junho de 2004, que
institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e
para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana cujo objetivo é:
a divulgação e produção de conhecimentos, bem como de atitudes, posturas e
valores que eduquem cidadãos quanto à pluralidade étnico-racial, tornando-os
capazes de interagir e de negociar objetivos comuns que garantam a todos, respeito
aos direitos legais e valorização de identidade, na busca da consolidação da
democracia brasileira (BRASIL, 2013, p. 492).
A inserção do Direito das Crianças e dos Adolescentes no âmbito escolar está pautada
na Lei n. 11.525, de 25 de setembro de 2007, que acrescenta § 5º ao Art. 32 da Lei n. 9.394,
de 20 de dezembro de 1996, para incluir conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos
adolescentes no currículo do Ensino Fundamental e na Lei n. 13010, de 26 de junho de 2014
que altera a Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), para
estabelecer o direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de
castigos físicos, ou de tratamento cruel, ou degradante e altera a Lei no 9.394, de 20 de
dezembro de 1996.
Explica-se que a Lei n. 11.525/2007 torna obrigatório, no currículo do Ensino
Fundamental, conhecimentos que tratem dos direitos das crianças e dos adolescentes,
conforme o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente, enquanto a Lei n. 13.010/2014
inclui nos currículos da Educação Básica conteúdos relativos aos direitos humanos e à
prevenção de todas as formas de violência contra a criança e o adolescente, de forma
transversal, em consonância com o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Reconhece-se a escola como um espaço de difusão de conhecimentos e de interação
social para as crianças e adolescentes, ou seja, os sujeitos frequentadores da escola são os
mesmos a quem o Estatuto da Criança e do Adolescente protege.
A partir da concepção de que a cidadania só ocorre no exercício da cidadania, a escola,
enquanto espaço de formação, neste currículo entendida como educação integral, promoverá a
vivência dos direitos e deveres das crianças e adolescentes fornecendo subsídios para a vida
em sociedade.
socioambiental; ii) como conteúdo dos componentes já constantes do currículo; e iii) pela
combinação de transversalidade e de tratamento nos componentes curriculares.
Especificamente, em Mato Grosso do Sul, em 06 de junho de 2018, foi lançado o
Programa Estadual de Educação Ambiental - PROEEA/MS que aborda a Educação Ambiental
no espaço formal e apresenta que:
[...] a grande tarefa da escola é proporcionar um ambiente escolar saudável e
coerente com aquilo que pretende que seus estudantes aprendam, para que possa, de
fato, contribuir para a formação da identidade como cidadãos conscientes de suas
responsabilidades com o meio ambiente e capazes de atitudes de proteção e melhoria
em relação a ele (MATO GROSSO DO SUL, 2018, p. 17).
Assim, o Programa, que está estruturado em ações, prevê para a educação formal o
“estímulo à execução de programas, projetos e ações de educação ambiental diretamente para
escolas e instituições parceiras” (MATO GROSSO DO SUL, 2018, p. 27); a “promoção,
apoio e incentivo à realização de eventos de educação ambiental para as escolas públicas e
privadas” (MATO GROSSO DO SUL, 2018, p. 31); a “promoção do intercâmbio das
práticas de Educação Ambiental desenvolvidas nas escolas que apresentam particularidades
culturais, ambientais, econômicas e sociais, urbanas e rurais, destacando as escolas
pantaneiras, indígenas, quilombolas e de assentamentos” (MATO GROSSO DO SUL, 2018,
p. 31); a “inserção da educação ambiental na capacitação de agentes multiplicadores e na
formação continuada de professores, favorecendo o intercâmbio de informações, materiais e
experiências entre instituições, para atuação em Educação Ambiental formal e não formal”; e
a “inserção da Educação Ambiental na capacitação de agentes multiplicadores e na formação
continuada de professores, favorecendo o intercâmbio de informações, materiais e
experiências entre instituições, para atuação em Educação Ambiental formal e não formal”
(MATO GROSSO DO SUL, 2018, p. 28).
A Educação Ambiental proposta aqui, a partir de todos os dispositivos mencionados, é
aquela inserida organicamente na educação integral e que “aponta múltiplos percursos
possíveis a serem trilhados pela escola e pela comunidade, com a adoção de princípios e
práticas sociais sustentáveis, além de favorecer o envolvimento direto dos sujeitos sociais no
processo educativo” (BRASIL, 2011). Essa visão pressupõe a transformação das escolas em
Espaços Educadores Sustentáveis, ou seja, em espaços que “mantêm uma relação equilibrada
com o meio ambiente e compensam seus impactos com o desenvolvimento de tecnologias
apropriadas, de modo a garantir qualidade de vida para as gerações presentes e futuras”
(BRASIL, 2011).
Para que essa proposta se efetive, as transformações escolares devem ocorrer em três
eixos: espaço físico, gestão e currículo. A transformação no espaço físico envolve pesquisa
acerca do uso e do funcionamento das edificações, a arquitetura dos prédios escolares e o
atendimento às necessidades locais. As mudanças na gestão estão intimamente relacionadas
aos princípios da democracia e da participação, ou seja, a gestão escolar tem responsabilidade
compartilhada, inclusive com a Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida - Com-
Vida. Por fim, a modificação no currículo pressupõe a inserção da Educação Ambiental no
Projeto Político Pedagógico da escola, de forma interdisciplinar e transdisciplinar, para
promoção de sujeitos críticos, éticos e pautados em atitudes sustentáveis.
Nesse sentido, a escola, enquanto comunidade de aprendizagem, deve ser um dos
agentes sociais e engajar-se na proposição de ações que minimizem impactos ambientais e
dialogue com os princípios da sustentabilidade.
em que os idosos sejam respeitados e valorizados, além da responsabilidade para com os seus
direitos. Assim, retoma-se a discussão de que a escola é lócus para o exercício da cidadania
ativa e essa temática é mais uma oportunidade para os sujeitos vivenciarem a coletividade.
A escola não pode ser um sistema à parte, e o conhecimento não é privilégio apenas
desse espaço. É preciso abrir as portas à comunidade para entender as aproximações e os
afastamentos entre espaços escolares e Cultura Digital. Uma mudança de atitude diante das
tecnologias significa passar a encará-las como ferramentas de transformação da escola e,
consequentemente, da sociedade.
Nesse cenário, Prensky (2001) afirma a importância em reconhecer que os sujeitos
mudaram, uma vez que nasceram em uma nova cultura e aprendem com nova linguagem. Não
menos importante é entender que existem crianças, adolescentes e jovens hábeis no manuseio
das TICs, mas com dificuldades para utilizá-las no processo de autogestão do conhecimento,
para o desenvolvimento de soluções tecnológicas, a fim de se tornarem usuários críticos e
autônomos.
O professor que reconhece as crianças, os adolescentes e os jovens como pertencentes
a esta geração será capaz de selecionar as mídias, distinguir suas semelhanças e diferenças,
5. AVALIAÇÃO
O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.
Cecília Meireles (1962)
indicadores tem por objetivo assegurar a aprendizagem das crianças, jovens e adolescentes,
contrabalançando os índices de aprovação e desempenho com o propósito de garantir que
sejam aprovados com qualidade. “Com o Ideb, ampliam-se as possibilidades de mobilização
da sociedade em favor da educação, uma vez que o índice é comparável nacionalmente e
expressa em valores os resultados mais importantes da educação: aprendizagem e fluxo”
(INEP).
É importante ressaltar que o Ideb é um instrumento norteador para a elaboração de
políticas públicas com vistas à qualidade da educação e permite a identificação de escolas e
redes escolares que apresentam fragilidades quanto ao direito de aprendizagens das crianças,
adolescentes e jovens, evidenciando a necessidade urgente de intervenção. Também é
utilizado para acompanhamento das metas de qualidade do Plano de Desenvolvimento da
Educação - PDE para a educação básica. Convém lembrar que o PDE estabelece para o Brasil
alcançar a meta projetada até 2021 de 6,0, média compatível a um sistema educacional de
qualidade similar a dos países desenvolvidos.
De modo abrangente, a avaliação deve ser um processo de reorientação dos caminhos
para que ocorra a aprendizagem, em outras palavras, “a avaliação deve ser encarada como
reorientação para uma aprendizagem melhor e para a melhoria do sistema de ensino”
(ABRAMOWICZ, 1998).
6. FORMAÇÃO CONTINUADA
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é…
Fernando Pessoa (1973)
docente esteja preparado para atender às novas demandas sociais, visando à aprendizagem das
crianças, adolescentes e jovens.
Essa realidade é evidenciada por Miranda (2001, p. 129), ao ressaltar que é “[...]
preciso formar diferentemente os professores”. Segundo a autora, é necessário perceber que o
mundo mudou, que as escolas não conseguem responder às demandas atuais, visto que as
práticas pedagógicas são autoritárias. Dessa forma, é importante incorporar no contexto
escolar o princípio de que as crianças, adolescentes e jovens precisam construir seu
conhecimento e os professores devem reconstruir, além dos seus conhecimentos, as suas
práticas pedagógicas (op. cit.).
Em face ao exposto, a formação continuada torna-se um elemento primordial no
cenário educacional. Para tanto, é mister superar a visão de processo formativo como um
acúmulo de cursos e oficinas, incorporando a ideia de um trabalho que promova a reflexão
crítica sobre a prática (NÓVOA, 1995), alicerçada na pesquisa e no trabalho colaborativo com
princípios metodológicos, oportunizando momentos de (re)construção do conhecimento por
meio de pesquisa, interação, colaboração, reflexão e elaboração. Assim, haverá melhores
condições de formar um professor reflexivo e pesquisador (ANDRÉ, 2016).
Nessa perspectiva, surge a necessidade de um processo contínuo de autorreflexão, em
que o profissional tem a oportunidade de, permanentemente, pensar sobre sua prática docente,
conseguindo transformá-la de acordo com possíveis demandas que surjam no seu percurso
formativo. A pesquisadora Marli André enfatiza que é preciso defender:
Um processo formativo em que o docente tenha a oportunidade de refletir
criticamente sobre sua prática, analisar seus propósitos, suas ações e seus resultados
positivos e o que é preciso melhorar, de modo a obter sucesso (ANDRÉ, 2016, p.
18).
adolescentes e jovens a replicar as verdades muitas vezes sem questioná-las. É contra essa
desatenção que a pesquisa se coloca na contramão da perspectiva da cópia pela cópia. O que
alimenta o desenvolvimento da pesquisa é precisamente a inquietude gerada pela curiosidade
e pelas hipóteses levantadas. Nesse sentido, Becker e Marques ponderam:
O professor reflexivo e pesquisador poderá, além e acima de tudo, resgatar uma
dívida histórica que a escola contraiu com a criança. Na espontaneidade do
cotidiano, a criança aprende a perguntar. Frequentemente, o entorno familiar
responde com tamanha ferocidade a esse comportamento infantil que pouco sobra
dele depois de alguns anos; a escola se encarregará de extinguir o que sobrou. (...) O
professor-pesquisador abrirá espaço privilegiado para as perguntas, não apenas das
crianças, mas de todos os alunos, pois ele sabe que toda investigação começa com
uma pergunta (BECKER e MARQUES, 2010, p. 19).
7. EDUCAÇÃO INFANTIL
si e com os adultos. Cabe destacar, também, que essas crianças trazem suas experiências e
conhecimentos, que se revelam pertinentes ao grupo.
meio social onde vivem. Desse modo, no documento referência para a construção do
currículo, que estamos construindo, buscamos uma proposta que considere as especificidades
da infância, os modos de ser das crianças e suas infâncias, os saberes constituídos por elas no
cotidiano e articulá-los com o patrimônio histórico, social e cultural construído pela
humanidade.
Nessa perspectiva, concebe-se a criança como um sujeito de direitos, defendendo a
atenção aos seus interesses e necessidades desde o nascimento. Considerá-la como sujeito de
direitos implica, entre outros, garantir no currículo da Educação Infantil a presença e
experiências que lhe oportunize conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-
se. Considerando essas formas pelas quais meninos e meninas de zero a cinco anos aprendem,
é necessário pensar e estruturar o trabalho educativo a partir de uma concepção de criança que
pensa, age, deseja, narra, imagina, questiona e elabora ideias sobre o mundo e, a partir disso,
criar oportunidades para que ela se manifeste por meio de diferentes linguagens.
Ademais, é preciso constituir acessibilidade de espaços, materiais, objetos, propostas,
brinquedos e instruções para as crianças com deficiência, transtornos globais de
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação conforme preconiza a Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2009).
A criança se desenvolve amplamente a partir da sua própria atividade mediante as
relações estabelecidas com os outros seres humanos, as parcerias que se formam nas relações
entre adultos e crianças, crianças e crianças e as condições adequadas de vida e de educação.
Nas primeiras décadas do século XX, Vigotski (1998) já havia apontado que a criança, desde
bem pequena, é capaz de estabelecer relações com as outras e com as coisas, em um processo
em que percebe e apropria-se de significados e atribuindo-lhes sentido.
Dessa forma, a Educação Infantil como primeira etapa da educação básica contribui
qualitativamente para o desenvolvimento dos aspectos intelectuais, emocionais, físicos,
sociais e culturais da criança. Com base nos aprendizados que realiza, amplia suas
possibilidades de atividade prática e intelectual e apropria-se, nesse processo, de novos
conhecimentos, o que significa compreendê-la como fruto das relações sociais que geram as
diversas formas de vê-la e produzir a consciência da particularidade infantil.
de: brincar e explorar. Portanto, como princípios, devem nortear todas as ações dos
profissionais e as experiências vivenciadas pelas crianças.
Na garantia desses direitos é necessário considerar que as crianças são
diferentes, possuem culturas diversas, trazendo com elas valores, atitudes,
procedimentos e vivem realidades diversificadas, portanto devem ser respeitados o
tempo, o modo de aprender e de se expressar de cada uma delas.
A intencionalidade educativa na Educação Infantil consiste em ações
planejadas de forma que os direitos de aprendizagem sejam assegurados nas relações
e interações das crianças com os saberes e práticas sociais e os conhecimentos
sistematizados, sem perder de vista as competências gerais da Educação Básica.
Desse modo, a partir das experiências vivenciadas pela criança é que ela
compreende e modifica o mundo e a si mesma. A instituição é um espaço importante
para as interações com o outro, sendo fundamental a intencionalidade educativa nos
contextos de aprendizagem, para que os profissionais permitam diálogos entre as
crianças, o interesse, a curiosidade, questionamentos, cuidados com seu corpo e
ambiente, exploração dos espaços e materiais, construção da autonomia e de
aprendizagens. Assim, este campo propõe um trabalho partindo das situações do
cotidiano que perpassam as relações humanas, integrando-o a outros campos. Dessa
forma
Cada campo de experiência oferece um conjunto de objetos, situações,
imagem e linguagens, referidos aos sistemas simbólicos de nossa cultura,
capazes de evocar, estimular, acompanhar aprendizagens progressivamente
mais seguras (BARBOSA; FARIA, FINCO, 2015, p. 54-55).
MS.EI02CG06. n. 06 etária.
Participar de brincadeiras, expressar-se por
Proporcionar jogos de imitação que
meio da dança e manifestações culturais contemplem possibilidades para a exploração
relacionadas ao movimento do seu corpo, da expressão facial, corporal, com apoio de
respeitando a diversidade. espelhos, fotografias, canções etc.
MS. EI02CG00. n. 07
Apropriar-se progressivamente da imagem do Estimular a manipulação e o uso de diferentes
materiais na criação de formas (argila, areia,
seu corpo, desenvolvendo atitudes de cuidado
massa de modelar, gesso) entre outros.
e interesse, reconhecendo e respeitando as
individualidades e diferenças corporais Favorecer vivências e experimentação de
relativas ao gênero, etnia e faixa etária. diferentes sensações em situações diversas.
MS. EI02CG00. n. 08 Promover a ampliação do conhecimento e do
Explorar o espaço por meio de deslocamento uso de materiais, objetos, brinquedos diversos
de si mesmo e dos objetos. que propiciem o desenvolvimento da autonomia
MS. EI02CG00. n. 09 e identidade corporal.
Brincar utilizando a capacidade de criar e Oportunizar que as crianças conheçam por
imaginar: brincar de faz de conta, diferentes meios (vídeos, documentários,
confeccionar brinquedos e jogos. apresentações culturais e visitações em diversos
MS. EI02CG00. n. 10 espaços) outras culturas com movimentos e
Participar de brincadeiras nas quais possa
formas de brincar diferentes.
perceber as semelhanças e as diferenças entre
si e o outro. Realizar brincadeiras nos espaços externos da
instituição, utilizando diversos materiais e
MS. EI02CG00. n. 11 brinquedos.
Desenvolver progressivamente as
possibilidades corporais e a capacidade de Promover brincadeiras explorando o faz-de-
controle do corpo, no sentido de realizar conta, imaginação e fantasia.
deslocamentos mais ágeis e seguros, com Proporcionar leitura e contação de histórias,
ações mais precisas no espaço que ocupam. possibilitando situações de interações entre as
crianças, por meio do manuseio de livros,
MS. EI02CG00. n. 12 expressões faciais e gestuais, modulação de voz,
Conhecer manifestações culturais relacionadas utilização de fantoches e figurinos.
ao movimento do corpo, respeitando a Organizar propostas que envolvam histórias,
diversidade e ampliando seu repertório. brincadeiras, jogos, danças e canções que digam
respeito às tradições de sua comunidade e de
outras.
Promover experiências sensoriais, expressivas,
corporais que possibilitem movimentação
ampla, expressão da individualidade e respeito
pelos ritmos e desejos da criança.
Favorecer a participação em brincadeiras nas
quais as crianças escolham os parceiros, os
objetos, os temas, os espaços e os personagens,
agindo criativamente sobre eles.
Planejar vivências envolvendo a dança com
músicas de gêneros variados, para que as
crianças possam imitar, criar e coordenar os
movimentos.
culturais devem ser consideradas. E ainda cita, em seu artigo 9º, que a prática pedagógica
deve assegurar experiências que promovam o relacionamento e a interação das crianças com
diversificadas manifestações de música, artes plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança,
teatro, poesia e literatura.
A imersão dessas manifestações artísticas no currículo da Educação Infantil cria
possibilidades para as crianças investigarem o mundo que está a sua volta e a si mesmas de
forma poética e estética; desenvolvendo assim, a sensibilidade e a expressividade diante da
vida, pois, segundo Gobbi (2010, p. 3) “a dimensão lúdica e a dimensão estética são
condições fundamentais para a formação humana”.
Trabalhar com o campo “Traços, sons, cores e formas” significa garantir à criança
experiências artísticas significativas e inseri-la num universo que vem se constituindo ao
longo da existência humana. É possibilitar-lhe a apropriação e a expressão por meio de
linguagens diversificadas, cada qual com saber consolidado, com especificidades próprias e
que, além destas especificidades, cumpre um papel de “contribuir para transformar o arranjo
da consciência dos homens, conferindo-lhes novas formas de apreensão do real” (FERREIRA,
2010, p. 14), bem como da transformação da realidade. Assim, na Educação Infantil
O mundo é multicolorido, multiforme e diverso em suas texturas. Incentivar que as
crianças fiquem mais atentas para as cores, formas e texturas do mundo – tanto da
natureza quanto aos bens culturais – é um grande estímulo para elas e uma
oportunidade de sensibilizar seu olhar e ampliar o seu repertório. Não importa se a
criança está usando formas específicas e cores tais e quais – menos ainda se sabem
seus nomes corretamente. Nos interessa, sim, que suas expressões (desenhos,
pinturas, colagens) possam explorar diferentes formas, cores e texturas, ampliando
seu acervo de sensações e de imagens, combinando-as entre si, de maneira própria,
autoral. (BRASIL, 2006, p. 67)
Dessa forma, quanto mais amplo for o repertório da criança em relação aos bens
culturais, mais possibilidades ela terá para aprender a se expressar de forma autoral pelo
desenho, pintura, modelagem, colagem, etc. quanto mais ricas forem as experiências com a
diversidade de linguagens, maiores serão as possibilidades de expressão e criação.
duração, altura e timbre), utilizando-as em suas o corpo, com objetos e instrumentos musicais.
produções sonoras e ao ouvir músicas e sons. Disponibilizar instrumentos musicais para que
MS. EI03TS00. n. 04 as crianças tenham acesso a tipos diferentes de
Aprender a escutar e apreciar diferentes gêneros som, explorando a intensidade, duração, altura e
musicais de artistas locais, regionais, nacionais e timbre.
internacionais, refinando o gosto e tornando-se Organizar espaços, tempos, materiais e
mais sensível em relação à linguagem musical. intervenções para as produções e criações das
MS. EI03TS00. n. 05 crianças: desenho, pintura, colagem,
Dançar ao som de músicas variadas, de modelagem, escultura etc.
diferentes regiões e grupos culturais. Possibilitar visitas às exposições de artes visuais,
MS. EI03TS00. n. 06 espetáculos de música, teatro e dança.
Conhecer, produzir e criar a partir de referências
Organizar brincadeiras e espaços para que as
artísticas locais, regionais, nacionais e
crianças possam assistir a filmes, fotografar,
internacionais. dançar, recitar poesias, cantar, ouvir histórias
MS. EI03TS00. n. 07 etc.
Desenvolver e avançar em seus percursos expressivos
e criativos por meio do desenho, pintura, escultura, Planejar e encaminhar estudos do trabalho de
literatura, cinema, teatro e dança. arte produzido por artistas locais, regionais,
MS. EI03TS00. n. 08 nacionais e internacionais, propiciando
Vivenciar recitais de poesias, saraus, teatro, momentos de conhecer e produzir a partir dos
referenciais conhecidos.
brincadeiras de improvisação musical e dança,
em diferentes contextos e situações. Selecionar obras de literatura infantil que
MS. EI03TS00. n. 09 apoiem vivências para conhecer autores e suas
Ampliar sua experiência de sensibilidade obras.
artística e apreciação estética por meio das Organizar brincadeiras de faz de conta e
diferentes manifestações de arte. construção de cenários lúdicos com objetos
MS. EI03TS00. n. 10 variados que possam ser utilizados e
Conhecer e apreciar as expressões artísticas de apropriados pelas crianças em suas
simbolizações e representações.
diferentes povos, frequentando ambientes em
que as manifestações culturais e artísticas Planejar e desenvolver projetos de
estejam presentes. apresentações de teatro e dança com as crianças
e brincadeiras de improvisação, incluindo
MS. EI03TS00. n. 11 pessoas da comunidade.
Participar da confecção de diferentes Convidar pessoas da comunidade e artistas
instrumentos sonoros e/ou musicais. locais para falar sobre diferentes manifestações
artísticas.
Propor ateliês de desenho como atividade
permanente de constância diária.
Organizar momentos de produção livre, tais
como: construção com diferentes materiais,
pintura, modelagem etc.
Disponibilizar diferentes materiais às crianças
para que possam decidir quais utilizar, o que
fazer com eles, favorecendo o interesse pelos
processos de investigação e criação.
Ampliar as experiências estéticas das crianças,
possibilitando o acesso a livros, imagens
diversas, filmes, fotografias, cenários naturais,
museus, parques, galerias de arte etc.
Realizar oficinas de arte, jogos, instrumentos
sonoros e brincadeiras de faz de conta,
proporcionando a aproximação e a
experimentação de diferentes expressões com
diversos tipos de materiais.
Por isso, necessitam das diferentes linguagens para atuar socialmente e manifestar
seus pensamentos, imaginação, ideias, sentimentos, hipóteses, desejos. Essas manifestações
transformadas em experiências para as crianças potencializam a apropriação do
conhecimento, a organização do pensamento, a capacidade criativa, expressiva e
comunicativa e a participação na cultura.
Assim, a Educação Infantil é um lugar, por excelência, de acesso às diferentes
linguagens: a musical, a plástica, a corporal, a pictórica; e elas são elementos de mediação,
interlocução e interação entre as crianças e adultos e, devem ser utilizadas a favor da
expressão, imaginação e criação das crianças. Desse modo, a articulação das diferentes
linguagens promove-lhes a aprendizagem e o desenvolvimento. As diferentes linguagens
articuladas marcam uma rede de interações que integra a criança ao seu meio sociocultural e
histórico. Por meio da fala, do pensamento, da escuta e da imaginação, ela apreende a
realidade, interage nela e com ela, transforma-a e, consequentemente, desenvolve-se,
transforma-se, elabora conhecimentos e amplia seus referenciais de mundo e cultura.
convencionais.
Organizar situações em que as crianças
possam interagir com outras crianças da
mesma idade e de idades diferentes, em
situações coletivas e pequenos grupos.
Disponibilizar materiais e objetos que
favoreçam as brincadeiras de faz de conta.
Planejar rodas de conversa com as crianças,
sobre a história familiar de cada um,
incentivando o respeito e valorização.
Promover a participação em brincadeiras da
cultura popular, contato com músicas e
histórias que fazem parte do acervo de
produção cultural.
Contribuir para que as crianças desenvolvam
atitudes de reconhecimento, respeito,
valorização às contribuições histórico-
culturais dos povos indígenas,
afrodescendentes, asiáticos, europeus e de
outros países da América, bem como o
combate ao racismo e à discriminação.
Promover visitas a museus, pontos turísticos
e outros espaços culturais para conhecimento
e valorização da história.
Disponibilizar materiais e ambientes
adequados para a realização de experiências
com tintas, líquidos diversos, substâncias
secas etc.
Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras
comuns:
I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das
crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental;
V - expedição de documentação que permita atestar os processos de
desenvolvimento e aprendizagem da criança. (BRASIL, 1996).
Segundo Hoffmann (2012, p. 13) “Avaliar não é julgar, mas acompanhar um percurso
de vida da criança, durante o qual ocorrem mudanças em múltiplas dimensões com a intenção
de favorecer o máximo possível seu desenvolvimento”. Avaliar é exercer um importante papel
de oferecer subsídios para ações futuras; é um ato intencional, por isso precisa ser
cuidadosamente planejado e orientado por critérios.
Para que o processo de avaliação da aprendizagem seja adequado, é preciso levar em
conta o desenvolvimento infantil. Desse modo, a avaliação não serve para medir o
conhecimento da criança, mas sim para conhecê-la, auxiliando no seu desenvolvimento,
comparando o nível de conhecimento prévio com o que ela adquiriu no processo de
aprendizagem.
Na construção de conhecimentos significativos, cada criança tem seu tempo e faz sua
própria leitura dos objetos. Portanto, há que se atentar para o fato de que objetivos e avanços
no processo de aprendizagem aconteçam e se manifestem em diferentes tempos e formas
distintas para cada criança. Aquisição de conhecimentos não acontece de forma linear; a
análise deve ser individual e gradativa.
Consequentemente as instituições de educação infantil têm a responsabilidade de
organizar procedimentos para acompanhar o trabalho pedagógico e a avaliação do
desenvolvimento e aprendizagem das crianças “sem o objetivo de seleção, promoção ou
classificação” conforme a Resolução CNE/CEB n. 005/2009:
Mediante os múltiplos registros é necessário garantir que a avaliação possa, por meio da
observação atenta das atividades, das brincadeiras e interações das crianças, gerar um
documento que, além de avaliar, chegue às famílias como forma de conhecerem o trabalho
das instituições.
Vários são os instrumentos que podem ser pensados e estruturados para o
acompanhamento do desenvolvimento e aprendizagem das crianças:
I) OBSERVAÇÃO
A observação na Educação infantil é de suma importância para o processo pedagógico.
Com essas informações, será possível ao professor rever e organizar permanentemente as
atividades para que as crianças ampliem o seu conhecimento sobre o mundo. A observação
deve ser planejada, direcionada, com pautas previamente definidas a partir dos objetivos
propostos.
Deve-se estar sempre ciente da subjetividade de cada criança; logo, o olhar atento sobre
as suas preferências e as suas experiências serão essenciais para que o professor avalie a sua
prática pedagógica e, se necessário, revê-la.
II) RELATÓRIO
Com os relatórios é possível observar o processo como um todo, aquilo que está
funcionando e o que deve ser modificado. Diante dessa perspectiva, os relatórios são
fundamentais, pois, por meio deles, pode-se organizar dados referentes ao desenvolvimento
das crianças. O relatório é também um suporte ao trabalho do professor, com vistas a fazer
reflexões sobre a ação educativa.
Desse modo, para que o relatório seja eficiente, o professor deve fazer pequenas
anotações sobre a participação, o envolvimento, as interações, as atitudes e as escolhas de
cada criança durante as atividades. Assim, poderá observar o desenvolvimento da criança, seja
motor, cognitivo, afetivo ou social. Respeitando o tempo de cada criança e as sutis diferenças
de acordo com sua faixa etária.
III) PORTFÓLIO
Esse importante recurso permite que, com o registro das experiências e das atividades
realizadas, individualmente, pela criança, se possa nortear e acompanhar o desenvolvimento,
avaliar as evoluções, fazer adaptações e reestruturar o planejamento.
Esse modo de registro serve de histórico do trabalho pedagógico e é de suma importância
para as crianças, pois as coloca constantemente em contato com sua aprendizagem. Nele pode
conter desenhos, produções artísticas, fotos das crianças nas interações e brincadeiras durantes
as atividades propostas. Além de servir como instrumento de auto avaliação e de registro da
memória dos processos, o portfólio pode ser um objeto de comunicação com os pais ou
responsáveis.
Não se tem como fazer uso desse documento sem o relatório e a observação, eles se
complementam. O professor se torna responsável e conhecedor de sua atuação, que é mediar
conhecimentos essenciais para o desenvolvimento infantil.
O que precisamos ressaltar é que, seja qual for o modelo de avaliação, se torna necessário
entender que a prática avaliativa compreende trabalhar todas as dimensões da criança,
associadas ao prazer pela descoberta e da construção de significados com o mundo.
Ainda no âmbito das DCNEI, o art. 11 aponta que “Na transição para o Ensino
Fundamental a proposta pedagógica deve prever formas para garantir a continuidade no
processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, respeitando as especificidades
etárias, sem antecipação de conteúdos que serão trabalhados no Ensino Fundamental”,
portanto, é fundamental que os objetivos da Educação Infantil estejam voltados para as
necessidades das crianças dessa faixa etária sem adiantar nenhuma etapa. Sobre a inserção das
crianças em uma nova etapa da Educação Básica, a BNCC recomenda:
A transição entre essas duas etapas da Educação Básica requer muita atenção para
que haja equilíbrio entre as mudanças introduzidas, garantindo integração e
continuidade dos processos de aprendizagens das crianças, respeitando suas
singularidades e as diferentes relações que elas estabelecem com os conhecimentos,
assim como a natureza das mediações de cada etapa. Torna-se necessário estabelecer
estratégias de acolhimento e adaptação tanto para as crianças quanto para os
docentes, de modo que a nova etapa se construa com base no que a criança sabe e é
capaz de fazer em uma perspectiva de continuidade de seu percurso educativo.
(BRASIL,2017)
8 ENSINO FUNDAMENTAL
A maior riqueza do homem é sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou — eu não aceito.
Não aguento ser apenas
um sujeito que abre portas, que puxa
válvulas, que olha o relógio, que compra pão
às 6 da tarde, que vai
lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai. Mas eu
preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem
usando borboletas.
Manoel de Barros (1998)
experiências das crianças com vistas à ampliação dos conhecimentos e das relações que estão
estabelecendo consigo mesmas, com os outros e com o mundo.
Para tal, o Parecer das Diretrizes Curriculares Nacionais indicam que
A escola deve adotar formas de trabalho que proporcionem maior mobilidade às
crianças na sala de aula, explorar com elas mais intensamente as diversas linguagens
artísticas, a começar pela literatura, utilizar mais materiais que proporcionem aos
alunos oportunidade de racionar manuseando-os, explorando as suas características e
propriedades, ao mesmo tempo em que passa a sistematizar mais os conhecimentos
escolares (BRASIL, p.121, 2013).
Além dessas características que visam à redução dos impactos na criança da ruptura
entre a pré-escola e o ensino fundamental, há que se considerar que ela está envolvida em
processos de alfabetização e letramento e estes não podem ser interrompidos ao final do
primeiro ano do ensino fundamental.
Aos sujeitos pertencentes aos anos iniciais do ensino fundamental possibilita-se a
ampliação da interação com os espaços; as relações com as múltiplas linguagens; as relações
sociais, a afirmação da identidade e a valorização das diferenças. Desta forma, “a criança
desenvolve a capacidade de representação, indispensável para a aprendizagem da leitura, dos
conceitos matemáticos básicos e para a compreensão da realidade que a cerca, conhecimentos
que se postulam para esse período da escolarização” (BRASIL, p. 110, 2013).
Ainda, por meio do desenvolvimento da linguagem, as crianças reconstroem,
descrevem e planejam suas ações com o auxílio da memória. Este desenvolvimento, no
currículo de Mato Grosso do Sul, aponta para os processos de aprendizagem que envolve a
aquisição da leitura e da escrita vinculada aos usos sociais da escrita; à percepção e
representação das experiências pela oralidade; pelos signos matemáticos; pelos registros
artísticos; pela cultura digital; e pela ciência.
Nesse sentido, a educação integral, prevista neste currículo, aponta para processos
educativos que favoreçam nas crianças o pensamento criativo, lógico e crítico durante o uso
das múltiplas linguagens.
O foco da alfabetização ocupa espaço central nos dois primeiros anos do ensino
fundamental e tem como objetivo garantir às crianças a apropriação do sistema de escrita
alfabética e ao envolvimento em práticas de letramentos. Desta forma, todos os
conhecimentos mobilizados pelos componentes curriculares dos anos iniciais do ensino
fundamental contribuem para a consolidação desse objetivo, pois, conforme o Parecer das
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 anos
[...] desde os 6 (seis) anos de idade, os conteúdos dos demais componentes
curriculares devem também ser trabalhados. São eles que, ao descortinarem às
crianças o conhecimento do mundo por meio de novos olhares, lhes oferecem
Nesse cenário, essa proposta, a partir dos aspectos filosóficos e sociais da visão de educação e
aprendizagem, voltada aos multiletramentos e à ampliação de repertório, de interação e trato com o
diferente, considera como premissas potencializar o multiculturalismo, contemplando além do cânone,
também culturas regionais, a das infâncias às juvenis, a das mídias, às digitais, como tributos ao
patrimônio cultural e linguístico, para assim garantir a educação com qualidade e equidade, por meio
de competências essenciais para a formação humana integral do estudante ao longo da Educação
Básica.
8.3.2.1 Competências específicas para Língua Portuguesa de acordo com a BNCC (2017):
1. Compreender a língua como fenômeno cultural, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível
aos contextos de uso, reconhecendo-a como meio de construção de identidades de seus usuários e da
comunidade a que pertencem.
2. Apropriar-se da linguagem escrita, reconhecendo-a como forma de interação nos diferentes campos
de atuação da vida social e utilizando-a para ampliar suas possibilidades de participar da cultura
letrada, de construir conhecimentos (inclusive escolares) e de se envolver com maior autonomia e
protagonismo na vida social.
3. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos que circulam em diferentes campos
de atuação e mídias, com compreensão, autonomia, fluência e criticidade, de modo a se expressar e
partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos, e continuar aprendendo.
4. Compreender o fenômeno da variação linguística, demonstrando atitude respeitosa diante de
variedades linguísticas e rejeitando preconceitos linguísticos.
5. Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de linguagem adequados à situação
comunicativa, ao (s) interlocutor(es) e ao gênero do discurso/gênero textual.
6. Analisar informações, argumentos e opiniões manifestados em interações sociais e nos meios de
comunicação, posicionando-se ética e criticamente em relação a conteúdos discriminatórios que ferem
direitos humanos e ambientais.
7. Reconhecer o texto como lugar de manifestação e negociação de sentidos, valores e ideologias.
8. Selecionar textos e livros para leitura integral, de acordo com objetivos, interesses e projetos
pessoais (estudo, formação pessoal, entretenimento, pesquisa, trabalho etc.).
9. Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do senso estético
para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como formas de acesso
às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial transformador e
humanizador da experiência com a literatura.
10. Mobilizar práticas da cultura digital, diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais para
expandir as formas de produzir sentidos (nos processos de compreensão e produção), aprender e
refletir sobre o mundo e realizar diferentes projetos autorais.
complementação da habilidade,
(escrita compartilhada e autônoma)
produção de textos.
Oralidade MS.EF15LP09.s.09 O desenvolvimento desta habilidade
pública/Intercâ Expressar-se em situações de requer a indicação dos discursos que
mbio intercâmbio oral com clareza, devem ser aprendidos, de modo que
conversacional preocupando-se em ser as especificidades dos textos orais
em sala de compreendido pelo que circulam nessas situações
aula interlocutor e usando a tornem-se objeto de ensino.
palavra com tom de voz Considerar que expor oralmente o
audível, boa articulação e resultado de pesquisa realizada
ritmo adequado. requer saberes diferenciados
daqueles em que a proposta é opinar
para tomar decisão coletiva, ou
mesmo debater sobre aspectos
controversos de um tema.
Pode-se indicar a análise das
situações comunicativas e dos
gêneros que nelas circulam, podendo
organizar atividades que prevejam a
articulação entre o planejamento e:
a produção de textos orais: expor os
resultados de uma pesquisa para
uma audiência, participar de
debates sobre questões controversas,
apresentar indicações literárias em
uma roda, realizar/participar de
entrevistas, entre outras; a
Oralidade
de socialização de poemas,
selecionados de acordo com os
critérios de apreciação ética, estética
e afetiva constituídos pelos
estudantes.
A complexidade dos gêneros e textos
previstos, as marcas linguísticas dos
poemas mencionados e o grau de
autonomia do estudante proposta
para cada ano podem ser bons
critérios para a progressão da
aprendizagem.
Formação do MS.EF15LP18.s.18 Esta é uma habilidade que envolve o
leitor Relacionar texto com desenvolvimento das habilidades de
literário/Leitur ilustrações e outros recursos leitura como um todo e as
a gráficos. características de gêneros e textos
multissemiótic diversos, incluindo recursos gráficos
a ou ilustrações. É importante na
leitura de textos literários.
Para o desenvolvimento da
habilidade sugere-se a previsão de
estratégias didáticas que progridam
do trabalho em colaboração para a
conquista da autonomia.
Pode-se oportunizar aos estudantes
o contato com diferentes e variados
suportes textuais para que
compreendam a função e
importância das ilustrações e
recursos gráficos inseridos nos
textos, pois esses recursos auxiliam
na compreensão.
Campos
Práticas de Objetos de
de Habilidades Ações Didáticas
linguagem conhecimento
atuação
Nesta habilidade indica-se leitura de
textos da tradição oral, como cantigas
regionais e nacionais, poemas, letra
de músicas, entre outros textos cuja
organização estrutural facilite a
memorização. Pode orientar a leitura
MS.EF12LP01.s.01 Ler
de duas maneiras: quando se trata de
palavras novas com precisão
Decodificação/ estudantes que estão em processo de
na decodificação, no caso de
Fluência de construção do sistema, por meio da
palavras de uso frequente, ler
leitura leitura colaborativa de textos
globalmente, por
conhecidos de memória, realizando
memorização.
ajuste do texto falado ao seu registro
gráfico; quando se trata dos
estudantes que já compreenderam o
sistema (o que pode ocorrer até o
final do 2º ano), com precisão na
decodificação.
Leitura/escuta (compartilhada e autônoma)
procedimentos e comportamentos
leitores: ambos implicam a
mobilização das diversas habilidades
de leitura. A leitura compartilhada é
uma atividade que potencializa esse
trabalho: explicita como agem os
leitores proficientes na leitura. Ao
MS.EF12LP02.s.02 Buscar, selecionar temas pertinentes para o
selecionar e ler, com a ensino, convém considerar os que são
mediação do professor (leitura do interesse dos estudantes e os que
Formação de
compartilhada), textos que são relevantes para a compreensão
leitor
circulam em meios impressos da realidade vivida. É possível prever
ou digitais, de acordo com as a leitura colaborativa, a atividade na
necessidades e interesses. qual se estuda um texto por meio de
questões problematizadoras feitas
pelo professor após uma leitura
inicial do texto. A progressão do
trabalho com leitura se dá a partir do
nível de complexidade dos textos e do
nível de autonomia do estudante
(trabalho coletivo, grupos, duplas,
autônomo).
Construção do Nesta habilidade é necessário
MS.EF12LP03.s.03 Copiar
sistema observar e reproduzir pequenos
textos breves, mantendo suas
alfabético/ textos, e é útil como recurso para
características e voltando para
Estabeleciment chamar a atenção do estudante para
o texto sempre que tiver
o de relações aspectos como pontuação,
dúvidas sobre sua distribuição
anafóricas na acentuação, presença de letra
gráfica, espaçamento entre as
referenciação e maiúscula, paragrafação e
palavras, escrita das palavras
construção da distribuição gráfica de suas partes,
e pontuação.
coesão entre outros. O desenvolvimento
Escrita
digital noticioso e notícias o que está escrito para continuar,
compartilhada
curtas para público infantil, consultar o planejamento para tomar
digitais ou impressos, dentre decisões na escrita, revisar no
outros gêneros do campo processo e ao final; indicação de
jornalístico, considerando a visitas a ambientes digitais para
situação comunicativa e o observação dos gêneros citados, de
tema/assunto do texto. modo a explicitar suas características
e construindo registros que possam
repertoriar a produção.
É possível, ainda, propor atividades
que orientem a análise de textos dos
gêneros para compreender a
multimodalidade que os constitui.
autônom
Correspondênci
lhada e
Escrita
a fonema-
ditado, palavras e frases de dos estudantes, com a previsão da
grafema
forma alfabética – usando escrita situada em textos cuja
poema.
- Os textos de referência para
atividades como estas devem ser
conhecidos pelos estudantes.
- O procedimento de comparação é
recurso a ser utilizado na produção
de novas escritas.
Esta habilidade se efetiva pelo
contato com o material impresso e/ou
digital, tanto pela prática de leitura
do professor acompanhada pelo
estudante quanto pelo exercício de
ler, em interação com os colegas ou,
ainda, nas atividades de escrita.
A progressão da identificação das
letras (princípio acrofônico) acontece
gradualmente, com reorganizações
constantes até a produção de escritas
ortográficas. O princípio acrofônico é
compreendido em atividades de
escrita, quando a escolha da letra e a
sua nomeação o evidenciam.
Conhecimento MS.EF01LP04.s.04
- Pode-se contextualizar esta
do alfabeto do Distinguir as letras do
Análise linguística/semiótica (Alfabetização)
Escrita
vida na comunidade escolar, integram, para identificar suas
compartilhada
dentre outros gêneros do características;
campo da atuação cidadã, - o estudo dos elementos típicos de
considerando a situação tais textos para decidir sobre a
comunicativa e o pertinência de sua utilização,
tema/assunto do texto. considerando as intenções de
significação;
- a textualização e revisão processual
e final;
- elaboração de cartaz de regras e
combinados da sala e/ou escola.
- A progressão pode tomar como
referência o grau de complexidade
dos textos a serem abordados.
Destaca-se, aqui, oportunidade de
trabalho interdisciplinar com as
habilidades (MS.EF12EF04.s.07), da
Educação Física;
(MS.EF01HI04.s.04), da História; e
(MS.EF01GE04.s.04), da Geografia,
associadas à identificação, discussão e
produção de textos sobre regras de
convivência e sua importância.
Planejamento
investigativo, que possam ser gravações em áudio e/ou em vídeo
de texto oral
repassados oralmente por dos textos previstos, utilizando-se
Exposição oral
meio de ferramentas digitais, esquemas de apoio escritos.
em áudio ou vídeo, - É possível desmembrá-la, prevendo:
considerando a situação - a pesquisa do conteúdo temático;
comunicativa e o - o estudo das principais
tema/assunto/finalidade do características de textos orais no
texto. gênero selecionado para produção;
- o planejamento e a elaboração do
texto a ser produzido.
- Organizar a proposta de trabalho a
partir de sequências ou em projetos
didáticos com temática que envolva:
- entrevistar as famílias para resgate
da história do local em que vivem;
- participar em rádios comunitárias
para divulgar campanhas realizadas
pelos estudantes; entre outras
possibilidades;
- desenvolvimento de forma lúdica de
telejornais.
exclamação.
caixinha de reclamações para
intermediação de conflitos no intuito
de uma escrita convencional, entre
outros.
- Estabelecer objetivos para a
ortografia, numa progressão que se
inicie apenas após a compreensão da
base alfabética.
- A análise de partes de palavras a
partir de textos conhecidos do
repertório local quanto à reflexão
sobre a convenção da escrita,
Análise linguística/semiótica (Alfabetização)
respeitando-se a condição de os
estudantes já terem compreendido o
sistema de escrita, fazem parte de
atividades a serem desenvolvidas,
como:
MS.EF02LP02.s.02
- atividades para analisar partes de
Construção do Segmentar palavras em
palavras e montar outras podem
sistema sílabas e remover e substituir
acontecer com textos conhecidos
alfabético e da sílabas iniciais, mediais ou
pelos estudantes, como os nomes da
ortografia finais para criar novas
classe, situação em que a
palavras.
segmentação é favorecida pelo
aspecto da contextualização e
compreensão do princípio do sistema
alfabético de que, ao mudar
determinada parte de um nome,
muda-se o nome
(MARIO/MARI/ARI/IAM, RIAM);
- recursos lúdicos como bingo com
sílabas;
última.
- Sugere-se o trabalho com:
- Atividades diversificadas (listas de
palavras, caça – palavras, ditado,
recortes, etc.), cruzadinhas, pesquisas
convencionais e pesquisa de palavras
que o estudante já lê, recortes,
atividades de troca letras, lista e
reescrita, bingo de palavras, escrita
de nomes dos desenhos, bancos de
palavras.
- Esta habilidade faz parte da
compreensão do sistema de escrita e
envolve a compreensão da ordem das
letras na palavra e na sílaba, o que
não costuma ser evidente para os
estudantes.
- Recomenda-se que se priorize a
análise e comparação entre escritas
estáveis e as do estudante e, além
disso, a análise de escritas diferentes
de uma mesma palavra, realizadas
em momentos distintos pelo
estudante.
- Aprofunda-se esta habilidade
enfatizando procedimentos de análise
comparativa da escrita, que
potencializam as possibilidades de
MS.EF02LP04.s.04 Ler e compreensão e avanço do estudante.
Construção do escrever corretamente - É preferível que os textos a serem
sistema palavras com sílabas CV, V, oferecidos aos estudantes para leitura
alfabético e da CVC, CCV, identificando que — assim como os solicitados para
ortografia existem vogais em todas as produção — sejam genuínos; dessa
sílabas. forma, as palavras que os constituem
não serão selecionadas por grau de
complexidade de sua composição,
colocando ao estudante a tarefa de
lidar com todos os níveis de
complexidade ao mesmo tempo.
- Utilizar materiais concretos como
alfabeto móvel, silabário.
- Sugere-se a utilização de nomes dos
estudantes para análise da escrita:
letra inicial, final, medial,
preenchimento de lacunas com as
letras faltosas, caça-palavras com
percepção ajustando a fala com a
escrita, alfabeto móvel para que
façam a reflexão e análise da escrita
(observando consoantes, vogais, etc),
análise de rótulos.
Construção do MS.EF02LP05.s.05 Ler e - O trabalho com essa habilidade
sistema escrever corretamente envolve conhecimento das
alfabético e da palavras com marcas de ocorrências de nasalização em grande
ortografia nasalidade (til, m, n). parte das palavras da língua
- O desenvolvimento desta
habilidade, por ser complexa precisa
considerar tanto o trabalho com as
habilidades de leitura quanto às
características de cada um dos
gêneros do campo da vida cotidiana
(organização interna; marcas
linguísticas; conteúdo temático) e dos
textos específicos a serem lidos.
- Atentar para o fato de que o
trabalho previsto é com certa
autonomia, o que supõe a
possibilidade de trabalho em
colaboração.
- Sugere-se o trabalho com:
Leitura/escuta (compartilhada e autônoma)
outras possibilidades.
autônoma e pessoais, mantendo as
- É possível propor habilidades que:
compartilhada características do gênero,
- envolvam análise de textos dos
considerando a situação
gêneros de relato, explicitando as
comunicativa e o
suas características e construindo
tema/assunto do texto.
registros que possam repertoriar a
produção;
- orientem o uso de procedimentos
escritores, como: reler o que está
escrito para continuar, consultar o
planejamento para tomar decisões no
momento da escrita e revisar no
processo e ao final.
- A progressão pode acontecer a
partir de dois critérios: o nível de
autonomia do estudante para realizar
as atividades propostas ou a
complexidade do texto a ser
elaborado.
(compartilhada e autônoma)
ensino em foco.
- A pesquisa, estudo ou investigação é
um conjunto de atividades planejadas
para obter informações sobre
determinada realidade,
documentando-as e oferecendo
recursos para a compreensão e
resolução de problemas. Ela pode
apresentar novas perspectivas sobre
a realidade investigada ou confirmar
perspectivas já consolidadas.
- No decorrer dos trabalhos de
pesquisas espera-se que os estudantes
deduzam, sabendo qual é a função
desse campo de atuação, por meio da
análise das características dos textos
indicados, que papel tais gêneros
possuem no estudo e desenvolvimento
da pesquisa.
- As questões a serem respondidas
pelos estudantes, então, seriam: qual
a contribuição que uma
enquete/entrevista/relato de pesquisa
pode oferecer à pesquisa? Sendo
assim, qual a sua função?
- Esta habilidade consiste em estudar
textos informativos de ambientes
digitais, como revistas, jornais, sites
especializados e orientados para
crianças e blogs confiáveis.
- O objetivo é a exploração de
recursos, como hiperlinks para
outros textos e para vídeos, o modo
de organização das informações e as
possibilidades e limites dos recursos
próprios da ferramenta e do site
MS.EF02LP21.s.21 Explorar, específico.
com a mediação do professor, - Proporcionar, ao estudante, acesso
textos informativos de a textos de gêneros diversificados, de
Pesquisa
diferentes ambientes digitais forma que explore ferramentas de
de pesquisa, conhecendo suas pesquisas tecnológicas.
possibilidades. - Organizar a progressão a partir do
grau de autonomia, da complexidade
dos textos e dos ambientes. Por
exemplo: inicia-se o trabalho com o
manuseio da ferramenta com o texto
já aberto em trabalho colaborativo,
no coletivo. Aos poucos, passa-se do
coletivo para duplas e para o
trabalho autônomo. Depois, pode-se
iniciar o trabalho a partir do acesso
ao ambiente e, no final, considerar
textos e ambientes mais complexos.
produzidos.
- O desenvolvimento dessa habilidade
pode acontecer por meio da
MS.EF02LP25.s.25 frequentação dos estudantes a textos
Identificar e reproduzir, em organizados nos gêneros previstos.
Forma de relatos de experimentos, - A atividade de leitura colaborativa e
composição dos entrevistas, verbetes de a de revisão processual e final
textos/Adequaç enciclopédia infantil, digitais possibilitam estudar os recursos e
ão do texto às ou impressos, a formatação e analisar a adequação dos textos
normas de diagramação específica de produzidos.
escrita cada um desses gêneros, - Projetos que prevejam a elaboração
inclusive em suas versões de dossiês dos experimentos
orais. realizados em determinada disciplina
viabilizam o trabalho, pois incluem a
leitura de estudo e a produção dos
textos.
- A progressão pode dar-se pela
complexidade dos textos e pelo nível
de autonomia do estudante, em que
as tarefas sejam realizadas em
colaboração e, progressivamente,
com autonomia.
habilidade (MS.EF35LP21.s.21),
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO
- a atividade de recontagem de
histórias prevê a elaboração de um
texto cujo conteúdo já é conhecido
Escrita MS.EF02LP27.s.27 pelo estudante, sendo, mesmo assim,
Escrita
(MS.EF01LP26.s.26), referindo-se a
aspectos semelhantes aos nela
MS.EF02LP28.s.28
definidos. Além disso, implica em
(Alfabetização)
habilidade articula-se à
(MS.EF01LP26.s.26), representando
uma progressão vertical.
- O trabalho a ser desenvolvido é o
mesmo que o previsto para a
habilidade (MS.EF01LP26.s.26),
considerando-se que, no 2º ano, é
possível que os estudantes já tenham
compreendido a base alfabética do
sistema de escrita e, dessa maneira,
possam ler os textos junto com o
professor, no momento do estudo, até
utilizando recursos de ressaltar
trechos relevantes.
- A progressão pode se dar pela
complexidade dos textos escutados e
pelo nível de autonomia que se
pretende levar o estudante a
conquistar em cada etapa.
- Sugere-se realizar leitura com os
estudantes e dramatizar a narrativa
para que haja compreensão, e
percepção do conflito da história.
- Ao realizar o trabalho com esta
habilidade os estudantes devem
perceber — no processo de leitura e
estudo de poemas visuais — as
figuras que o poema compõe no
espaço que ocupa, verificando se o
formato e/ou a disposição das letras
provocam efeitos de sentido
peculiares.
- O desenvolvimento dessa habilidade
demanda a previsão de práticas de
leitura e de estudo de poemas visuais,
para que as suas características
fundamentais sejam identificadas:
MS.EF02LP29.s.29
Formas de - a presença de ilustração realizada
Observar, em poemas visuais,
composição de por meio das letras e palavras;
o formato do texto na página,
textos poéticos - a criação de efeitos visuais
as ilustrações e outros efeitos
visuais incomuns (direção de escrita;
visuais.
linearização original; efeitos
rotativos, inversões, por exemplo);
- a ocupação figurativa do espaço
disponível.
- As atividades colaborativas são
mais adequadas para o
desenvolvimento da habilidade, em
especial as coletivas, com mediação
do professor.
- Sugere-se a exposição do texto aos
estudantes, com indicações explícitas
da leitura que está sendo feita.
- A progressão pode apoiar-se no
grau de complexidade dos gêneros e
fundamental a frequentação de
espaços destinados à leitura e a
participação em atividades que
promovam o diálogo entre diferentes
leitores, como rodas de leitura e
debates.
Trata-se de uma habilidade
complexa, de redução do conteúdo do
texto, em que o estudante articula as
informações dos diferentes trechos,
identifica as partes mais relevantes
com base em pistas fornecidas pelo
próprio texto e, por meio desse
MS.EF35LP03.s.03 processo de sumarização, identifica a
Identificar a ideia central do ideia central.
Compreensão
texto, demonstrando Para realizar essa tarefa, é necessário
compreensão global. mobilizar outras habilidades, como
as de localização, inferenciação e
construção de informações, por isso,
sugere-se o desenvolvimento de
atividades que envolvam diferentes
gêneros textuais que circulam o
cotidiano do estudante, em que
dialogue sobre o texto lido.
As informações implícitas constituem
o sentido de um texto. Para
desenvolver esta habilidade é preciso
explicitar as pistas textuais e/ou as
informações prévias, articulando-as
entre si.
MS.EF35LP04.s.04 Inferir Portanto, pode-se utilizar de
Estratégia de
informações implícitas nos atividades como: debate literário,
leitura
textos lidos. palavras pouco usadas e a leitura
colaborativa pode potencializar o
trabalho com as estratégias de leitura
(antecipação, inferenciação,
verificação, localização, construção
de informações pela articulação de
trechos dos textos, generalização).
Esta habilidade é fundamental tanto
para a oralidade quanto para a
escrita, por isso, é necessário
considerar que o seu desenvolvimento
é conexo ao das demais habilidades
responsáveis pela compreensão
MS.EF35LP05.s.05 Inferir o
leitora, especialmente as inferenciais,
sentido de palavras ou
Estratégia de ou seja, aquelas que consistem em
expressões desconhecidas em
leitura (re)construir sentidos com base em
textos, com base no contexto
pistas do texto.
da frase ou do texto.
Quanto à progressão deve-se
considerar: a complexidade dos
textos (inclusive em termos de gênero
e tipo de texto), o grau de autonomia
do estudante na etapa de ensino em
questão; os procedimentos didáticos
MS.EF35LP07.s.07 Utilizar,
adequadamente colocadas em
ao produzir um texto,
produções textuais dos estudantes.
conhecimentos linguísticos e
Produção de textos
produzidos.
Portanto, o desenvolvimento dessa
habilidade ocorrerá por meio de
MS.EF35LP16.s.16
práticas de leitura e escrita de textos
Identificar e reproduzir, em
organizados nos gêneros previstos.
notícias, manchetes, lides e
A atividade de leitura colaborativa de
corpo de notícias simples para
estudo e a de revisão processual e
Forma de público infantil e cartas de
final da escrita possibilitam estudar
composição dos reclamação (revista infantil),
os recursos e analisar a adequação
textos digitais ou impressos, a
dos textos produzidos. Sugere-se o
formatação e diagramação
desenvolvimento de projetos e
específica de cada um desses
sequência didática, em que ocorra a
gêneros, inclusive em suas
leitura, a produção e a reescrita dos
versões orais.
gêneros textuais previstos, como:
elaboração de cartas de reclamação
(de serviços, de produtos etc.) para
serem publicadas em revistas e
jornais impressos ou em sites
específicos. Ressalta-se que a
progressão dessa habilidade se dará
mediante a complexidade dos textos
lidos e produzidos em cada etapa de
ensino.
do texto.
Dessa forma, pode-se, propor
projetos que organizem uma
exposição de diálogos famosos (de
personagens de livros lidos); ou a
produção de vídeos, em duplas,
contendo um diálogo selecionado
pelos estudantes.
O foco desta habilidade é a
apreensão, pelo estudante leitor, dos
efeitos de sentido produzidos em
textos narrativos por: verbos
introdutórios da fala de terceiros
(verbos de enunciação ou dicendi) em
casos de discurso citado (discurso
direto; indireto; indireto livre); uso
MS.EF35LP22.s.22 Perceber
de variedades linguísticas na
diálogos em textos narrativos,
Formação do representação dessas falas no
observando o efeito de sentido
leitor literário/ discurso direto.
de verbos de enunciação e, se
Leitura O desenvolvimento dessa habilidade é
for o caso, o uso de
multissemiótica fundamental para a compreensão do
variedades linguísticas no
caráter e da dinâmica de personagens
discurso direto.
numa trama, assim como da
organização textual da narrativa. No
entanto, é necessário um trabalho
prévio tanto com o discurso citado
quanto com variação linguística.
Sugere-se, como possibilidades, as
mesmas orientações sugeridas na
habilidade (MS.EF35LP21.s.21).
narrador e a construção do
discurso indireto e discurso
direto.
Esta habilidade prevê que o
MS.EF35LP25.s26 Criar
estudante se utilize de recursos de
narrativas ficcionais, com
descrição e narração para criar esses
certa autonomia, utilizando
textos. Relaciona às habilidades
Escrita detalhes descritivos,
(MS.EF15LP05.s.05) e
autônoma e sequências de eventos e
(MS.EF02LP27.s.27).
compartilhada imagens apropriadas para
Para o desenvolvimento dessa
sustentar o sentido do texto, e
habilidade, pode-se propor atividades
marcadores de tempo, espaço
que envolvam o estudo de narrativas
e de fala de personagens.
representativas da cultura local,