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Curso de Cerveja - Botto PDF
Curso de Cerveja - Botto PDF
de Cerveja Artesanal
Caseira
5 - Processo cervejeiro
5.1 - Moagem
5.2 - Preparo da água
5.3 – Brassagem, mostura ou cozimento
5.4 - Lavagem, filtragem e clarificação do mosto
5.5 - Medição da densidade
5.6 - Fervura e lupulagem
5.7 - Ativação do fermento
5.8 - Decantação e resfriamento do mosto
5.9 - Trasfega para o fermentador
5.10 - Aeração
5.11 - Inoculação do fermento
5.12 - fermentação
5.13 - maturação
5.14 - Engarrafamento ou embarrilhamento
6 - Passo a Passo
7 – Limpeza e sanitização
8 - Receitas
1 – Breve Histórico
No Mundo
Acredita-se que a descoberta da cerveja ocorreu
acidentalmente a partir de cereais deixados expostos ao relento, e assim
teriam sido fermentados por leveduras (fermento) presentes na atmosfera.
Por terem os mesmos ingredientes que o pão, cereais, água e fermento,
na antiguidade as cervejas eram feitas por padeiros, ou por mulheres,
responsáveis pelo preparo dos alimentos, daí serem até hoje conhecidas
pelo termo “Pão Líquido”. Modernamente, entende-se cerveja como sendo
a bebida obtida pela fermentação do malte de cevada.
Embora não haja consenso entre os historiadores quanto à
origem da cerveja, esta é considerada a bebida alcoólica mais antiga da
humanidade, com registros que datam de mais de 8 milênios. A origem
documentada da cerveja começa 6.000 anos antes de Cristo, numa região
entre o Tigre e o Eufrates, onde viviam Sumérios e Babilônios, que já
fabricavam mais de 20 tipos de cerveja de cevada, trigo e mel. No Egito, a
cerveja ganhou status de bebida nacional, e sua fabricação ficava por
conta das sacerdotisas dos templos de seus deuses. Zythos era a
denominação dada à cerveja pelos egípcios, que, além do uso como
bebida e nos rituais religiosos, também a aplicavam na medicina, entrando
na formulação de mais de 100 medicamentos.
Escuras, opacas e sem serem filtradas, muito diferentes das
cervejas que hoje bebemos, somente a partir da Idade Média, com novas
técnicas implementadas pelos monges à produção da bebida, que visavam
torná-la mais agradável ao palato e mais nutritiva, já que durante seus jejuns
passavam dezenas de dias alimentando-se apenas de cerveja, é que esta foi
adquirindo a aparência e os gostos como os das quais mais vemos
atualmente. Foram também os Monges que passaram a utilizar, com
habitualidade, o lúpulo em substituição a outras ervas, e que começaram a
anotar e organizar as receitas, para que mantivessem a qualidade. Os
monges beneditinos de Weihenstephan, em Freising na Alemanha, foram os
primeiros a receber autorização profissional para o fabrico e venda de cerveja,
em 1040, sendo a cervejaria de Weihenstephan, ainda hoje em
funcionamento, a mais antiga do mundo.
Em 1516, o Duque Wilhelm IV da Baviera criou a
Reinheitsgebot - lei de pureza - em atenção às guildas bávaras, a fim de
defender a produção de cerveja de qualidade, pois naquela época eram muito
utilizados ingredientes estranhos para aromatizar as cervejas, como, por
exemplo, frutos silvestres e ervas variadas, por vezes danosas à saúde. Foi
assim que o Duque tornou ilegal o uso de outros ingredientes no fabrico de
cerveja que não fossem água, cevada e lúpulo (é de salientar que nesta
época ainda não se conhecia e utilizava o fermento, e a bebida era
fermentada por leveduras presentes na atmosfera local). Posteriormente, o
uso do trigo maltado foi aceito, embora sob condições especiais.
Por fim, é bom registrar a importância do século XIX para a
produção da cerveja. Com a evolução tecnológica, foi neste século que se
descobriu o fermento lager, de baixa fermentação, utilizado nas cervejas
do tipo pilsen, a mais consumida no mundo, e Louis Pasteur trouxe ao
mundo o processo conhecido por “pasteurização”, com o qual permitiu a
conservação da cerveja por um período maior de tempo. Cabe consignar
ainda que a única diferença entre o chopp e a cerveja é que esta é
“pasteurizada”, enquanto aquele não, razão pela qual o chopp tem um
período de validade bem menor.
No Brasil
Até o início do século XIX a produção de cerveja no Brasil
era mantida apenas por poucos imigrantes, que a produziam caseiramente
e para o consumo próprio. Foi com a chegada da família real portuguesa,
em 1808, que a cerveja iniciou seu desenvolvimento no país. Reza a lenda
que Dom João era um apreciador inveterado da bebida, e foi com a
abertura dos portos brasileiros às nações amigas que o consumo de
cerveja iniciou seu crescimento no Brasil, até chegar ao que é hoje, o 9º
em consumo per capita e o 5º maior produtor mundial em volume.
Em 1836 foi publicado no Jornal do Comércio do Rio de
Janeiro o primeiro anúncio dando conta da produção de cerveja no Brasil.
Vale salientar que as ruas Matacavallos e Direita são respectivamente as
ruas do Riachuelo e 1º de Março, na atualidade. Veja o anúncio abaixo:
Até o final da década de 30 do século XIX, a cachaça e o vinho
eram ainda as bebidas mais populares, situação esta que começou a mudar
com a instalação de pequenas fábricas de cerveja no Brasil, que permitiam
uma alternativa mais acessível às custosas cervejas inglesas trazidas em
barris da Inglaterra, para atender à nobreza.
Naquela época, a cerveja fabricada no Brasil era bastante
rudimentar, feita de farinha de milho, gengibre, casca de limão e água, e levou
o nome de “Cerveja Barbante”, por causa do amarrado de barbante que era
colocado sobre as rolhas, a fim de evitar que as mesmas explodissem com a
elevada pressão das garrafas.
A partir daí novas fabricas foram sendo instaladas no Brasil,
principalmente por imigrantes ou filhos destes, e iniciou-se o que até hoje
vemos: as maiores fábricas adquirindo as menores, dificultando seu
crescimento e diminuindo a oferta de estilos e variedades de cervejas.
Tal situação, embora ainda perdure, começou a perder força no
cenário mundial no final da década de 1970, com o advento do movimento The
Craft Beer Renaissance, ou com o renascimento da cerveja artesanal. Desde
então na Europa e Estados Unidos milhares de micro-cervejarias foram
criadas, e nelas são resgatados estilos de cervejas há muito deixados de lado
pelas grandes cervejarias, primando pela qualidade e tradições da bebida
acima de tudo, emprestando personalidade à cerveja.
No Brasil este movimento tardou, mas começa a ganhar forte
impulso com a instalação de excelentes micro-cervejarias, como a Cervejaria
Eisenbahn, de Blumenau, a Colorado, de Ribeirão Preto, a Falke Bier, de Belo
Horizonte, a Mistura Clássica, de Volta Redonda, entre tantas outras, que
produzem cervejas como antigamente, com qualidade, respeito às tradições e
aos seus clientes, visando a um produto diferenciado e com personalidade.
2 – O que é Cerveja?
~ 20 milhões
toneladas/ano
(para cerveja)
Malteação
Malte
Malteação
A)Maceração
B)Germinação
C)Secagem
Malteação
• Maceração
• Maceração
Paulo Schiaveto
• Germinação
• Germinação
Paulo Schiaveto
Malteação
• Germinação
Secagem
• Interrupção da germinação
• formação de aromas e cor
• eliminação das radículas
• Parâmetros: temperatura, tempo
Paulo Schiaveto
Formação de cor e aroma - caramelização e
reações de Maillard/Strecker
• caramelização de açúcares
• combinação com proteínas e aminoácidos
• formação de cor e aromas
• Parâmetros: temperatura, tempo, pH,
umidade
Paulo Schiaveto
Malteação
• Secagem
• Secagem
• Secagem direta
Paulo Schiaveto
Maltes
Brown Malt A roasted malt, darker than biscuit, 60 - 70 Brown Ales, Porters, Crisp Brown
lighter than chocolate. Imparts a Dark Belgians, Old Malt
dry biscuity flavor, and a light Ale
brown color.
Cara Munich A medium colored crystal 40 - 65 Any beer where a Weyermann
malt. Imparts a copper color, medium caramel Cara Munich I
caramel sweetness and aroma. character is desired Weyermann
Cara Munich
II Briess Cara
Munich
Cara Vienna A light colored crystal 27 - 35 Any beer where a Dingemans
malt. Imparts a golden color, light caramel Caravienne
caramel sweetness and aroma. character is desired Briess Cara
Vienne
Caramel Caramel malt produced from 38 - 53 Dunkelweizen, Weyermann
Wheat wheat. Imparts caramel character, Weizenbock Caramel
improves head retention. One to Wheat
experiment with.
Maltes
Flaked Processed
Chocolat through
Kilned hot
at a high temperature to a chocolate 1.0 -190
2.0- 300 Wheat beersWeyermann
Dunkelroggen, Briess Flaked
Wheat rollers.
e Rye
Malt
Imparts a tart grainy
color. Imparts a nutty spicy aroma and flavor, and a
chocolate color with rye character.
Secret ingredient
in your special
Chocolate
Rye Malt
Red Wheat
character, hazy appearance. recipe
Honey Malt Kilned to produce a malt that 18 - 20 Any beer where a Gambrinus
imparts a sweet honey-like honey-like character Honey Malt
character. is desired
Chocolat Kilned at a high temperature to a chocolate 400 - 475 Stouts, Porters,
Maris Otter Base
e Malt malt produced
color. from
Imparts a nutty toastedwinter
aroma and flavor, and a2.0 - 3.0 English Ales,Muntons
Brown Ales Scottish
Chocolate Crisp Maris
Malt barley. Imparts a rich malt flavor
chocolate color.
Ales Malt Briess
Chocolate
Otter
and aroma. Malt Muntons
Chocolat Kilned at a high temperature to a chocolate 190 - 300 Dunkelroggen, Weyermann Maris Otter
e Rye color. Imparts a nutty spicy aroma and flavor, and a Secret ingredient Chocolate
Mild Ale Malt Lightly toasted base malt. Imparts
Malt chocolate color with rye character. 3 Mild Ale, Brown Ales
in your special Rye Malt Muntons Mild
recipe
a nutty character. Ale Malt
Chocolat Kilned at a high temperature to a chocolate 375 - 450 Dunkelweizen Weyermann
e Wheat color. Imparts a nutty toasted aroma and flavor, and a Chocolate
Munich Malt A high-kilned malt. Imparts malty
Malt chocolate color with wheat character. 7.0 - 10 Oktoberfest, Dark Wheat Malt Weyermann
aromas,
Coffee flavors, and
Kilned at a high light tocopper
temperature a coffee color. Imparts a 130 - 170 Lager,
Stouts, Porters,
Porters, Simpsons Munich I
color.
Malt coffee-like character and color Scottish Ales,Coffee
Brown Ales anyMalt Weyermann
beer where maltiness Munich
is desired II Durst Turbo
Munich
Maltes
Pilsener Malt The lightest of the base 1 Pilsener, All beer Weyermann
malts. Provides fermentable styles Pilsener
sugars, light malt color flavor and
aroma.
Chocolat Kilned at a high temperature to a chocolate 400 - 475 Stouts, Porters, Muntons
e Malt color. Imparts a nutty toasted aroma and flavor, and a Brown Ales Chocolate
Roasted Unmalted barley roasted to a very
chocolate color.
470 - 560 Stout, Red Ales Malt Briess
Chocolate
Muntons
Barley dark color. Malt Roasted
Chocolat Kilned at a high temperature to a chocolate 190 - 300 Dunkelroggen, Weyermann Barley
e Rye color. Imparts a nutty spicy aroma and flavor, and a Secret ingredient Chocolate
Rye Malt Base malt for all rye
Malt chocolate color with rye character. 2.8 - 4.3 Rye Pale Ales,
in your special Rye Malt Weyermann
recipe
beers. Imparts a spicy flavor and Roggenbier Rye Malt
Chocolat Kilned at a high temperature to a chocolate 375 - 450 Dunkelweizen Weyermann
aroma,
e Wheat similar to wheat
color. Imparts malts.
a nutty toasted aroma and flavor, and a Chocolate
Malt chocolate color with wheat character. Wheat Malt
Smoked Malt Pale
Coffee maltKilned
thatat ahas been smoked
high temperature to a coffee color. Imparts a 2130 - 170 Rauchbiers, Simpsons
Smoked
Stouts, Porters, Weyermann
with
Malt a hardwood. Imparts
coffee-like character and color a Porters
Brown Ales Coffee Malt Smoked Malt
smokey flavor and aroma.
Maltes
Paulo Schiaveto
Lúpulo em flor
• Características
Paulo Schiaveto
Lúpulo em pellets
• Produção
- colheita e limpeza
- moagem e peletização
- resfriamento e embalamento
Paulo Schiaveto
Lúpulo em pellets
• composição
- Pellets 90
- semelhante à do lúpulo em flor, com menor umidade
- menor umidade
- Pellets 45
- 40-50% menos material vegetal (celulose, etc.)
- maior concentração das resinas
Paulo Schiaveto
Lúpulo em pellets
• Características
Paulo Schiaveto
Extratos de lúpulo
• Características
- maior facilidade de estocagem
- maior utilização dos alfa-ácidos (33-38%)
- resíduos inertes (CO2)
- redução da contaminação potencial (pesticidas, nitratos, etc)
- menores perdas de mosto
- efeitos no paladar e aroma da cerveja (alteração nos óleos
essenciais)
- custo mais elevado por unidade de alfa ácido
Paulo Schiaveto
3.4 - Adjuntos
3.4.1 - Fonte de amido
A )Milho :
moído
grits degerminado
flocos
Objetivo principal: fonte de amido mais barata que o malte
B) Arroz
inteiro, partido ou moído
flocos
gelatinização à temperaturas mais elevadas (uso de pressão ou enzimas)
Objetivo principal: fonte de amido mais barata que o malte
E) Aveia ou Centeio
similar ao trigo, porém sem a característica de fenólico (não maltado)
Paulo Schiaveto
3.4.2 - Fonte de açúcares fermentescíveis
A) Açúcares
fonte mais barata de extrato
composição de cervejas com teor elevado em
extrato/ álcool
facilitar refermentação/priming - melhor absorção
pela levedura
Aroma (mel, maple sirup)
B) Xaropes de maltose
fonte mais barata de extrato
estocagem, manipulação e dosagem mais fáceis
características semelhantes aos açúcares do mosto
menor alteração no perfil de açúcares global
Paulo Schiaveto
3.4.3 – Extrato de Malte
Paulo Schiaveto
3.5. Especiarias
• Condimentos
- Sementes de Coentro
- Cominho, Canela, Aniz, Cardamomo
- Gengibre e outras raízes
- Menta e outras folhas
• Frutas
- Inteiras, extrato ou sucos
- Cascas de laranja amarga e doce
• Flores
- Rosas, hibiscos, etc
• Madeira
- Lascas, maturação em barris
Paulo Schiaveto
3.6 - Aditivos e adjuvantes de processo principais
3.6.3. Caramelo
Paulo Schiaveto
3.6.1 - Sais de cálcio - Importância
• alfa amilase
- duas proteínas, na posição correta devido à
ligações con íons Ca++
- em caso de falta de cálcio na solução, a
enzima perde sua atividade
• pH
- O cálcio reage com fosfatos, regulando o pH
- menos utilizado para essa função
• Floculação e sedimentação da levedura
- dependente de íons Ca++
• Precipitação de oxalato
- evita resíduos de acído oxálico na cerveja
(turbidez / precipitado)
Paulo Schiaveto
Sais de cálcio - adições
• Mostura
- garantir boa atividade enzimática
• Fervura
- garantir Ca++ para a fermentação
Paulo Schiaveto
3.6.2 - Ácido - adições
• Mostura
- garantir boa atividade enzimática
- compensar o aumento do pH pela
precipitação fosfatos-cálcio
• Fervura
- garantir pH ótimo para floculação protéica
Paulo Schiaveto
Ácido - aspectos a observar
Paulo Schiaveto
3.6.3 - Uso de corante caramelo - Aspectos
Paulo Schiaveto
3.7 - Fermento
A levedura é um microorganismo unicelular que, além
de ter a capacidade de transformar açúcar em álcool e CO2, ainda
produz os componentes aromáticos característicos de cada
cerveja. Existem dois tipos diferentes de levedura de cerveja: as de
alta fermentação (Saccharomyces Cerevisiae) e as de baixa
fermentação (Saccharomyces Calrsberginses).
Mosto •Açúcares
•Aminoácidos
•Lipídeos
•Oxigênio
•Ca, Zn, Mg
•Álcool
•CO2
•Álcoois superiores
•Ésteres
•Outros CO2
Cerveja +
Energia
Paulo Schiaveto
para se multiplicar
•Açúcares
•Aminoácidos
•Lipídeos
•Oxigênio
•Ca, Zn, Mg
para “sobreviver”
Paulo Schiaveto
3.8 - Fornecedores
Malte e lúpulo
Agromalte – www.agraria.com.br
WE – www.lupulo.com.br
A Turma – www.cervejaartesanal.com.br
Northern Brewer – www.northernbrewer.com
Fermento
WE – www.lupulo.com.br
A Turma – www.cervejaartesanal.com.br
Northern Brewer – www.northernbrewer.com
4 – Equipamentos Necessários
4.1 – Fogão
01 fogão de 4
bocas ou maior;
4.2 – Panelas
02 caldeirões com
32 litros de capacidade
cada (~36 cm de
diâmetro). O ideal é que
instalemos nos dois
caldeirões uma torneira
(de ½), a uns 3 ou 4 cm
do fundo. Se não for
possível instalar nos
dois, instale em apenas
um, onde se fará a
filtragem e a fervura.
Em casas de materiais de cozinha para hotéis e restaurantes, e já prontas com
torneira acoplada na A Turma da Cerveja (www.cervejaartesanal.com.br).
4.3 – Fundo falso
01 forma de pizza do
diâmetro da panela (da que
tiver instalada a torneira),
que deverá ser furada em
inúmeros pontos, formando
uma espécie de coador ou
filtro, ou um fundo falso
melhorado, ou ainda uma
bazooca, a serem usados
para filtragem do mosto.
Secundariamente uso
também um saco de nylon,
que dá uma filtragem mais
fina;
4.6.4 – 01 Phmetro;
Na Turma (www.cervejaartesanal.com.br)
4.8 – Geladeira com termostato
Em casas de material de cozinha para hotéis e restaurantes. Pode-se também usar colheres de pau ou de bambu.
4.9.2 – Jarra para lavagem e
recirculação;
4.9.3 – Balança;
Paulo Schiaveto
Etapas da mostura
Etapas da mostura
Modificação do pH (Fitase)
Paulo Schiaveto
Etapas da mostura
Objetivos
- solubilizar e distribuir as enzimas presentes
no malte
- Ajuste de pH por adição de ácido
- Ajuste do teor de cálcio
- Ação da beta-glucanase
- Ação da dextrinase limite residual (a maior
parte inativada na malteação)
Paulo Schiaveto
Etapas da mostura
Recomendações
- para quebra de glucanos
- cereais não maltados > 25%
- tempo ~ 20 minutos
- homogeneizar bem ao adicionar ácido / sais
de cálcio
- caso adição de enzimas - ajuste prévio de
pH e cálcio
- adicionar após volume completo na mostura
Paulo Schiaveto
Etapas da mostura
Objetivos
- quebrar a matriz proteína-amido
- quebrar peptídeos em aminoácidos
- quebrar proteínas maiores em “pedaços”
menores
Paulo Schiaveto
Etapas da mostura
Enzimas
- Peptidases
- quebra em aminoácidos
- maior ação na maltaria que na brassagem
- normalmente maltes já providenciam FAN
necessário
- Proteases
- quebra das proteínas maiores
- formadoras de turbidez
- formadoras da espuma
Paulo Schiaveto
Etapas da mostura
Recomendações
- maltes menos modificados (mais raros)
- cereais não maltados > 25%
- repousos longos em mostos contendo maltes
bem modificados pode trazem prejuízos para
corpo e espuma
Paulo Schiaveto
Etapas da mostura
Objetivos
- tranformar o amido em açúcares de diversos
tamanhos
- determinação da atenuação limite do mosto
(fermentabilidade)
- corpo, teor de álcool
Paulo Schiaveto
Etapas da mostura
Enzimas
- beta-amilase
- quebra de cadeias de amido lineares (amiloses)
em maltoses, partindo das extremidades
- quebra de extremidades de cadeias de amido
ramificadas (amilopectinas) em maltoses, até
próximo às ramificações (nós) da amilopectina
- faixa ótima de temperatura entre 55 a 65,5 °C
- alfa-amilase
- quebra de cadeias de amilose ou amilopectina
no meio das cadeias, exceto em “nós”
- faixa ótima de 68 a 72°C
Paulo Schiaveto
Etapas da mostura
Recomendações
- balanço entre temperaturas de alfa e beta
- dois repousos se necessário
- teste do iodo
- temperatura homogênea (agitação suave)
Paulo Schiaveto
Cozimento de adjuntos
Objetivos:
Solubilizar o amido para posterior conversão na tina de mostura.
Paulo Schiaveto
Etapas da mostura
Objetivos
- parar a atuação das enzimas no ponto
desejado
- melhorar filtrabilidade do mosto
Recomendações
- Não ultrapassar 80°C (extração de
polifenóis / amido residual)
Paulo Schiaveto
5.4 – Lavagem do bagaço, clarificação e
filtragem do mosto
Esta etapa se destina à eficiente separação do
bagaço do mosto, evitando o arraste deste com sedimentos
para fervura.
Ao término da brassagem, no outro caldeirão,
equipado com a torneira e o fundo falso (que deve ficar logo
acima da torneira), devem estar os outros 15 litros de água
(pH desejado entre 5,5 - 6) na faixa de temperatura entre 77º
e 78º.
Com a jarra, então, passaremos a mistura
mosto + bagaço para segunda panela, a com a água, e em
seguida abriremos a torneira, deixando fluir para a jarra o
mosto, ainda com bastante sedimentos. Processo contínuo,
manteremos-nos enchendo a jarra e retornando o conteúdo
da mesma para panela (chamamos este processo de
recirculação), até que o mosto saia límpido, com a menor
quantidade possível de sedimentos. Importa destacar que o
próprio bagaço funcionará como filtro, daí mais uma
importância da moagem não ser muito fina, preservando-se
o quanto mais intactas as cascas do malte.
O próximo passo, então, é lavar o primeiro
caldeirão, onde foi feita a brassagem, retirando-se os
resquícios de cascas. Se nele tiver instalada uma torneira no
fundo, tal qual o que estiver sendo usado com o fundo falso,
podemos utilizá-lo também para fervura, bastando deixarmos
fluir o filtrado do segundo caldeirão pra ele.
Se tivermos um saco de nylon (grain bag),
podemos ainda melhorar a filtração, interpondo ele entre os
dois caldeirões, a fim de fazer uma filtragem ainda mais fina.
facas
recirculação
Tina de clarificação ou tina filtro
Extração do mosto 1ário
extração 1ário
Tina de clarificação ou tina filtro
Extração do mosto 2ário
extração 2ário
Tina de clarificação ou tina filtro
Última água (last runnings)
Tina de clarificação ou tina filtro
Remoção do bagaço
5.5 – Medição da densidade
Finalidade da decantação:
a)Separação do trub quente (principalmente
proteínas) – gera um aumento da estabilidade
coloidal
b) Separação de outros sólidos suspensos
Resfriamento
Após fazermos o whirpool, colocamos dentro da panela
o chiller de imersão, fazendo com que água gelada passe
por dentro dele, e o mais rapidamente possível, por meio de
troca de calor, resfriemos o mosto. Obs. A panela deve ficar
tampada, pois com o resfriamento aumenta o risco de
contaminação.
Além do chiller de imersão, há ainda outras formas de
fazermos este cold break, como através do chiller de contra-
fluxo, resfriador por placas, ou até mesmo colocando a
panela inteira numa tina com gelo, método este mais
rudimentar.
Finalidade do resfriamento:
a) formar o “cold break” (trub frio), coagulação proteína/polifenóis,
facilitando a clarificação da cerveja em etapas posteriores
b) adequar a temperatura do mosto à inoculação de levedura
c) facilitar a absorção do oxigênio na aeração
5.9 - Trasfega pro fermentador
Quando o mosto já estiver na temperatura
adequada pra fermentação, entre 9 e 15ºC para as
lagers, e 17 a 25ºC para as ales, é chegada a hora de
trasfegar o mosto da panela para o balde fermentador.
O ideal seria realizar esta passagem por canos,
isoladamente do contato com o ar, mas, na prática,
quase todos os cervejeiros caseiros fazem por
gravidade, simplesmente deixando cair o mosto da
panela para o fermentador. Com a queda, em contato
com o oxigênio do ar, já estamos assim iniciando a
aeração do mosto.
5.10 - Aeração
Esta fase é importante para incorporação de oxigênio ao
mosto. E quanto mais frio o mosto, maior será a
incorporação.
Ao contrário do que muito se ouviu, o oxigênio é
importante para ser usado pela levedura no seu processo de
multiplicação celular, e não para respiração (fase aeróbia),
como até pouco muitos sustentavam.
Caseiramente, simplesmente deixamos cair o mosto da
panela ao fermentador, aerando nesta passagem.
Complementarmente, tampamos o fermentador e o agitamos
bastante, antes de inocularmos o fermento. Também
podemos aerar usando um nebulizador ou bombinhas de
aquário, ambos acoplados com um filtro de ar. Ou ainda, e
melhor, podemos usar oxigênio puro, de preferência com
uma pedra difusora, como da figura a seguir.
Obs: uma aeração deficiente fornecerá menos oxigênio à multiplicação
celular das leveduras, e conseqüentemente menor atenuação (transformação
de açúcar em álcool), uma vez que teremos menos células ativas
fermentando. Além disso, as que trabalharem sofrerão um estresse maior, e
observaremos uma maior esterificação (aromas frutados) da cerveja. Já uma
aeração maior determinará uma maior multiplicação celular, maior risco de
espumamento, maior intensidade de fermentação, maior formação de
acetaldeído (maça verde, solvente), menor formação de ésteres, maior
formação de álcoois superiores, maior formação de diacetil, menor redução
de H2S, menor formação de DMS.
5.11 - Inoculação do fermento
16 1,0
Temperatura
14 Extrato
Diacetil 0,8
12
T(ºC)/ Extrato (ºP)
10 0,6
8
6 0,4
4
0,2
2
0 0,0
0 24 48 72 96 120 144 168 192 216
Tempo (h)
4 – Tempo
5 – Pressão
Quanto maior a pressão dentro do tanque,
menor a esterificação e mais difícil a
eliminação de compostos voláteis.
Manejo da Fermentação
Fermentação - Controle da Temperatura