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Cancro da mama

Linhas de orientação NCCN Para Doentes™

Versão 2.2011

Disponível em NCCN.com
Índice

Parte 1 Acerca deste guia de orientação.................... 4 Parte 4 Tratar o cancro da mama .................... 29
1.1 Linhas de Orientação NCCN para doentes™ 4.1 Escolher o seu tratamento
1.2 Linhas de orientação NCCN para a Prática 4.2 A segunda opinião
Clínica em Oncologia™ 4.3 Os tratamentos do cancro da mama
1.3 Painel responsável pelas Linhas de Orientação 4.4 Os ensaios clínicos
1.4 Como utilizar este guia
Parte 2 O meu cancro....................................... 8 Parte 5 Tratar dos sinais e dos sintomas....... 43
2.1 Desenvolvimento mamário 5.1 Efeitos secundários comuns
2.2 O que é o cancro da mama? 5.2 Ainda posso ter filhos?
2.3 As causas do cancro da mama 5.3 Controlar os sintomas
2.4 Tipos mais comuns do cancro da mama 5.4 Reconstrução mamária
2.5 Rastreio do cancro da mama 5.5 Cuidados Paliativos

Parte 3 Exames de diagnóstico do cancro da mama.................. 16 Parte 6 Para além dos tratamentos ................. 52
3.1 Tenho cancro da mama? 6.1 Existem outros tratamentos?
3.2 Exames de diagnóstico 6.2 O que mais posso fazer?
3.3 Calculadora de risco 6.3 Cuidar dos cuidadores
3.4 O relatório da anatomia patológica
3.5 Estadios do cancro da mama
3.6 Os graus do cancro da mama

NCCN Linhas de orientação para doentes™:


Cancro da mama: Versão 2.2011 2
Índice
Parte 7 Guia de tratamento passo a passo ...... 58
7.1 Carcinoma in situ 7.6 Exames de seguimento do cancro primário
7.1.1 Carcinoma Lobular in situ 7.7 Cancro da mama metastizado e recidivado
7.1.2 Carcinoma Ductal in situ 7.7.1 Exames para as recidivas ou metástases
7.2 Cancro da mama invasivo 7.7.2 Tratamento para a recidiva local
7.2.1 Exames e tratamentos iniciais 7.7.3 Tratamento da recidiva ganglionar axilar
7.2.2 Radioterapia depois da tumorectomia 7.7.4 Tratamento das metástases
7.2.3 Radioterapia depois da mastectomia 7.7.5 Tratamento hormonal de seguimento
7.2.4 Tratamento sistémico adjuvante
7.3 Tratamento conservador da mama para Parte 8 Dicionário....................................................... 96
tumores grandes
7.3.1 Exames iniciais Parte 9 Ferramentas .........................................102
7.3.2 Tratamento neoadjuvante 9.1 Questões relativas aos exames
7.3.3 Tratamento primário e adjuvante 9.2 Questões relativas aos tratamentos
7.4 Cancro da mama localmente avançado 9.3 Questões relativas aos ensaios clínicos
7.4.1 Exames iniciais 9.4 Sugestões para cuidar de si
7.4.2 Tratamento neoadjuvante 9.5 Sugestões para os cuidadores
7.4.3 Tratamento primário e adjuvante 9.6 Registo dos seus tratamentos
7.5 Cancro da mama inflamatório
7.5.1 Exames iniciais
© 2011 National Comprehensive Cancer Network, Inc. Todos os direitos
7.5.2 Tratamento neoadjuvante reservados.As linhas de orientação da NCCN para doentes™ e as ilustrações
existentes não podem ser reproduzidas em qualquer formato e por qualquer
7.5.3 Tratamento primário e adjuvante razão sem a prévia explicita e escrita autorização da NCCN.

NCCN Linhas de orientação para doentes™:


Cancro da mama: Versão 2.2011
Parte 1: Acerca destas linhas de orientação

1.1 Linhas de Orientação NCCN para Doentes™


Abreviações e acrónimos da NCCN
A NCCN pretende oferecer aos doentes e aos seus
familiares, de uma forma simples e de fácil perceção, NCCN®
informação fidedigna e atualizada sobre o cancro da National Comprehensive Cancer Network®
mama. Para atingir este objetivo, a NCCN desenvolveu
as Linhas de Orientação NCCN para Doentes™ NCCN Patient Guidelines™
baseadas nas linhas de orientação desenvolvidas para NCCN Guidelines for Patients™
médicos. Pretende ajudar os doentes no diálogo com o NCCN Guidelines™
médico e na tomada das melhores decisões possíveis. NCCN Clinical Practice Guidelines in Oncology™
Para mais informações relativamente a NCCN, ou para
uma versão mais atualizada visite NCCN.com
Alguns dos painéis integram também representantes
1.2 Linhas de Orientação NCCN para dos doentes a fim de que os seus pontos de vista
a prática clínica em Oncologia™ sejam tidos em conta.
As Linhas de Orientação NCCN são os guias de prática Os membros do painel dedicam mais de 15.000 horas
clínica mais completos e mais frequentemente de trabalho voluntário por ano para que se possam
atualizados. Fornecem orientações detalhadas para que efetuar as revisões e atualizações necessárias.
os médicos dedicados às doenças oncológicas tomem Os médicos utilizam estas Linhas de Orientação
decisões baseadas em informação correta. NCCN para informar o doente com cancro sobre o
As Linhas de Orientação NCCN são desenvolvidas por diagnóstico e as terapêuticas aplicáveis . Existem
44 painéis que incluem cerca de 900 especialistas de linhas de orientação, permanentemente atualizadas,
renome , provenientes das 21 instituições pertencentes para quase 97% dos tumores presentes em doentes
à NCCN (Imagem 1).Os membros de cada painel são seguidos em centros de tratamento de doenças
especialistas nas várias áreas da medicina, oncológicas.
nomeadamente na oncologia, radiologia e assistência As Linhas de Orientação NCCN possibilitam aos
social. médicos e aos doentes o acesso à mesma informação
As recomendações presentes neste guia baseiam-se em que é utilizada na prática clínica do grupo de trabalho
ensaios clínicos e na experiência pessoal dos membros que as elaborou.
de cada painel. O contributo de cada um é feito segundo Independentemente da participação ou não em
a sua especialidade, nas áreas de investigação ou de trabalhos de pesquisa científica, ao utilizar as Linhas
prática clínica. de Orientação NCCN, o seu médico terá acesso às
atualizações provenientes de ensaios clínicos mais
NCCN Linhas de orientação para doentes™: 4 recentes.
Cancro da mama: Versão 2.2011
Parte 1: Acerca destas linhas de orientação
Ao identificar as linhas base de tratamento, os guias Os tratamentos incluídos nestes guias são aqueles que
da NCCN conseguem ajudar os doentes de dois os médicos especialistas da NCCN , baseados na
modos: uniformizando tratamentos realizados nos ciência e na sua própria experiência ,consideram mais
vários centros e possibilitando -lhes o melhor adequados. Desta maneira, o facto de um determinado
tratamento aplicável ao seu caso. tratamento fazer parte destes guias, não significa que
Neste ponto, é importante sublinhar que um seja útil ou adequado para todos, dado que cada doente
determinado tratamento pode não ser o adequado tem a sua própria história clínica e contexto da doença.
para todos. A pesquisa demonstra que alguns Por outro lado, se um tratamento não estiver incluído
tratamentos funcionam melhor para uma determinada neste guia, isso apenas significa que ainda não existem
doença do que outros. Da mesma maneira, os provas suficientes que o possam colocar em posição de
estudos têm demonstrado que, apesar de alguns tratamento standard.
doentes manifestarem o mesmo tipo de cancro, Devido à especificidade de cada doente e a outros
necessitam de tratamento diferente. fatores , estes guias não substituem a experiência e as
decisões do seu médico

Figura 1. Instituições Membros da NCCN

NCCN Linhas de orientação para doentes™:


Cancro da mama: Versão 2.2011
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Parte 1: Acerca destas linhas de orientação

1.3 Painel responsável pelas Linhas de Orientação NCCN

Robert W. Carlson, MD/Chair Andres Forero, MD Beryl McCormick, MD


Stanford Cancer Institute University of Alabama at Birmingham Memorial Sloan-Kettering Cancer Center
Comprehensive Cancer Center
D. Craig Allred, MD Lori J. Pierce, MD
Siteman Cancer Center Sharon Hermes Giordano, MD, MPH University of Michigan
at Barnes-Jewish Hospital The University of Texas Comprehensive Cancer Center
and Washington University MD Anderson Cancer Center
School of Medicine Elizabeth C. Reed, MD
Lori J. Goldstein, MD UNMC Eppley Cancer Center at
Benjamin O. Anderson, MD Fox Chase Cancer Center The Nebraska Medical Center
Fred Hutchinson Cancer Research
Center/Seattle Cancer Care Alliance William J. Gradishar, MD Jasgit Sachdev, MD
Robert H. Lurie Comprehensive Cancer St. Jude Children’s Research Hospital/
Harold J. Burstein, MD, PhD Center of Northwestern University University of Tennessee Cancer Institute
Dana-Farber/Brigham and
Women’s Cancer Center Daniel F. Hayes, MD Mary Lou Smith, JD, MBA
University of Michigan Consultant
W. Bradford Carter, MD Comprehensive Cancer Center
H. Lee Moffitt Cancer Center & George Somlo, MD
Research Institute Clifford A. Hudis, MD City of Hope Comprehensive
Memorial Sloan-Kettering Cancer Center Cancer Center
Stephen B. Edge, MD
Roswell Park Cancer Institute Britt-Marie E. Ljung, MD John H. Ward, MD
UCSF Helen Diller Family Comprehensive Huntsman Cancer Institute
John K. Erban, MD Cancer Center at the University of Utah
Massachusetts General Hospital
Cancer Center David A. Mankoff, MD, PhD Antonio C. Wolff, MD
Fred Hutchinson Cancer Research The Sidney Kimmel Comprehensive
William B. Farrar, MD Center/Seattle Cancer Care Alliance Cancer Center at Johns Hopkins
The Ohio State University
Comprehensive Cancer Center – P. Kelly Marcom, MD Richard Zellars, MD
James Cancer Hospital and Duke Cancer Institute The Sidney Kimmel Comprehensive
Richard J. Solove Research Institute Cancer Center at Johns Hopkins
Ingrid A. Mayer, MD
Vanderbilt-Ingram Cancer Center
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Cancro da mama: Versão 2.2011
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Parte 1: Acerca destas linhas de orientação

1.4 Como utilizar este guia • Este guia irá ajudá-la a tomar a decisão, junto com o
As Linhas de Orientação NCCN para os doentes™: seu médico, sobre o tratamento que melhor se
Cancro da Mama servem para a ajudar a perceber adeque às suas necessidades. Dado que cada
melhor o tratamento do cancro da mama. Uma vez que decisão implica riscos e benefícios, a decisão sobre o
estas linhas de orientação cobrem todas as fases do tratamento a seguir é muito importante para a sua
cancro da mama, deve ter em atenção que nem tudo o saúde a longo prazo e para a sua qualidade de vida.
que se descreve se aplica ao seu caso. Estas Estar na posse de toda a informação é fundamental
orientações destinam-se à maioria das doentes contudo, para que possa tomar uma decisão consciente.
os tratamentos dependem sempre do estado geral da
saúde e da situação particular de cada doente. Estas linhas de orientação abarcam a maioria dos
Existem neste guia vários capítulos importantes: tratamentos do cancro da mama. São utilizados muitos
• Pode encontrar a informação necessária sobre o termos médicos que descrevem o cancro, são também
que é o cancro da mama e sobre os exames e mencionados os exames e os tratamentos de que
tratamentos existentes nos Capítulos 2 a 6. provavelmente irá ouvir falar nos próximos meses ou
anos. Poderá parecer que se trata de muita informação
• Foram incluídas tabelas e imagens para
a reter. Não perca a coragem e leia e releia a
simplificar a informação fornecida ou para a tornar
informação. Com o passar do tempo, toda a informação
mais completa.
médica aqui incluída tornar-se-á mais familiar. No
• O capítulo 7 inclui um guia de tratamento que capítulo 8, existe um dicionário que lhe pode ser útil.
mostra o procedimento, passo a passo, desde o
diagnóstico às diversas fases do tratamento. A
informação incluída em esquemas é igualmente
explicada no texto. Se desconhece muitas coisas relativas ao cancro da
mama, a melhor opção será começar a ler o guia
• As definições de termos ou expressões surgem ao desde o início. Na primeira metade, existe informação
longo do texto e no capítulo 8. mais básica que a vai ajudar a entender o guia dos
• Encontrará sugestões que a ajudarão a falar com tratamentos. Para além das questões sugeridas no
o seu médico e a compreender o tratamento que capítulo 9, à medida que vai lendo, poderá ir
lhe é aplicado, no capítulo 9. elaborando uma lista de perguntas a fazer ao seu
médico.

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Cancro da mama: Versão 2.2011
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Parte 2: O meu cancro

Pontos Principais 3DUHGHWRUDFLFD

• Na mulher, a mama desenvolve-se 0~VFXOR


durante a puberdade possibilitando
produção de leite. /yEXORV
• A grande maioria dos casos de cancro
0DPLOR
da mama ocorre em mulheres. É o
tipo de cancro mais frequente na
mulher.
• A causa do cancro da mama é desconhecida.

• O cancro da mama tem, frequentemente,


origem ao nível dos ductos ou dos lóbulos
e depois invade o restante tecido gordo da $UpROD
mama. 'XFWR

• A partir dos 20 anos de idade, devem 9DVRV


*RUGXUD
VDQJXLQHRV
fazer-se exames de rastreio para
deteção precoce do cancro da mama, Figura 2. Mama feminina
Derivative work of Breast Anatomy by Patrick J. Lynch and C. Carl Jaffe, MD available at
nos casos indicados. http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Breast_anatomy_normal_scheme.png under a Creative
Commons Attribution 3.0 Unported license

O cancro da mama é o tipo de cancro mais frequente na 2.1 Desenvolvimento mamário


mulher no entanto, é raro no homem. Na mulher, é a
segunda causa de morte por cancro, depois do cancro Antes da puberdade, a mama masculina e a mama
do pulmão. Apesar do aumento de casos feminina são parecidas. Ambas têm mamilos, aréolas e
diagnosticados, a mortalidade tem vindo a diminuir pequena quantidade de gordura. Durante a puberdade, o
graças à deteção precoce e ao avanço nos tratamentos. aumento das hormonas femininas provoca o
As informações aqui incluídas referem-se ao cancro da desenvolvimento dos lóbulos, dos ductos e do tecido
mama na mulher. adiposo. (Figura 2). A gordura e o tecido conjuntivo são
responsáveis pela forma da mama.
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Cancro da mama: Versão 2.2011 8
Parte 2: O meu cancro
A mama tem pequenos canais que
transportam sangue e linfa. O sangue
fornece nutrientes e remove os detritos 'HVHQYROYLPHQWRGDV Definições:
FpOXODVQRUPDLV Aréola: A parte mais
celulares do tecido mamário. A linfa é
escura, circular da pele, à
um líquido claro que transporta volta do mamilo.
proteínas e ajuda a capturar
Tecido conjuntivo:Fibras
microrganismos. A linfa circula entre os
de suporte e de ligação.
vários tecidos, o sangue e os gânglios, PRUWH
onde finalmente os microrganismos FHOXODU
Diagnóstico:
&pOXOD Identificação de uma
são destruídos. Os vasos linfáticos e os QRUPDO FGDQLILFDGD doença.
gânglios encontram-se em várias
Ductos: Os canais que
regiões do corpo humano.
drenam o leite da mama.
'HVHQYROYLPHQWRFFDQFUR
2.2 O quê é o cancro da mama? Hormonas: Substâncias
As células são as peças fundamentais e $FHOXODVREUHYLYH
químicas do organismo que
básicas. Juntas formam os tecidos que, ativam células ou órgãos.
por sua vez, juntos formam os órgãos do Lóbulos: As unidades da
corpo. As células normais crescem e mama que produzem leite.
dividem-se para formar novas células
Linfa: O líquido claro que
segundo as necessidades do próprio
&UHVFLPHQWRFHOXODU contem glóbulos brancos
organismo. Este processo para quando GHVFRQWURODGR
Gânglios linfáticos:
as células atingem a sua maturidade.
Pequenos grupos de células
Quando as células normais envelhecem Figura 3.
imunitárias especializadas
ou sofrem danos, morrem. As células Crescimento das células normais
Metástase: O crescimento
cancerígenas não morrem. As células e das células cancerígenas
de um cancro fora do seu
tumorais continuam a formar novas Illustration Copyright © 2011 Nucleus Medical Media,
órgão de partida
All rights reserved. www.nucleusinc.com
células quando o organismo não precisa
Mamilo: a parte escura,
e as células envelhecidas ou danificadas
central e mais elevada da
não morrem como deviam. (Figura 3). mama.
Ao contrário das células normais, as células tumorais não permanecem num local, Proteína: Cadeia
mas podem espalhar-se. Este processo chama-se metastização. É este crescimento de aminoácidos
não controlado e a capacidade de passar a outros órgãos que faz com o Puberdade: A altura em que
que o cancro seja perigoso. As células tumorais podem substituir ou deformar os inicia o desenvolvimento de
tecidos normais da mama e de outras partes do corpo como o cérebro ou o osso. caracteres sexuais
secundários
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Cancro da mama: Versão 2.2011
Parte 2: O meu cancro

2.3 As causas do cancro da mama


Não conhecemos a causa do cancro da mama, mas existe
um determinado número de fatores que aumentam o risco
&DQFURGDPDPD de vir a ter cancro de mama. Ser mulher e de idade
avançada são os fatores de risco mais comuns. Outros
fatores de risco são:
*kQJOLRV
• Alguém na sua família, especialmente em
D[LODUHV idade jovem, ter tido cancro de mama;
• A sua menstruação ter começado muito cedo;

• Ter entrado na menopausa muito tarde;


• Ter feito terapêutica hormonal de substituição
Figura 4. Gânglios linfáticos perto de um tumor da mama por um longo período de tempo;
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• Ter tido o primeiro filho em idade mais avançada.

O cancro da mama começa nas células da mama. As As mulheres com uma história familiar pesada de cancro
células tumorais continuam a crescer e a dividir-se da mama poderão discutir com o seu médico a
formando um tumor (Figura 4). Os tumores costumam ter possibilidade de iniciar tratamento de redução de risco.
início nos ductos ou nos lóbulos mamários. Algumas Para mais informações sobre estes tratamentos, pode
células tumorais podem entrar na corrente sanguínea ou consultar as Linhas de Orientação NCCN para a
nos vasos linfáticos e passar assim a outras partes do Redução do Risco de Cancro da Mama, que estão
corpo. O cancro da mama costuma metastizar primeiro disponíveis no sítio NCCN.org.
nos gânglios linfáticos. Quando estas células tumorais
entram nos gânglios linfáticos da axila podem continuar a
dividir-se, provocando o aparecimento de “caroços”
(massas) na axila. As células tumorais podem também
ser transportadas através da linfa aos gânglios
supraclaviculares e aos gânglios da cadeia mamária
interna.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 10
Parte 2: O meu cancro

2.4 As formas mais frequentes do cancro da mama Definições:


Axilar: que se encontra
A primeira distinção entre os vários tipos do cancro da mama tem a ver com a limitação
na axila.
ou não do cancro aos ductos ou lóbulos. O cancro limitado ao nível dos ductos e dos
Carcinoma in situ: O cancro
lóbulos, que não ultrapassa estas estruturas chama-se “cancro não invasivo” ou da mama que não ultrapassou
“carcinoma in situ”. O cancro que tenha ultrapassado as “paredes” dos ductos ou dos os ductos ou os lóbulos
lóbulos chama-se “infiltrante” ou “invasivo”. Um único cancro da mama pode ter áreas
Terapêutica hormonal de
com ambos os tipos, ou seja, pode ser uma mistura entre invasivo e não invasivo.
substituição :Tratamento que
Carcinoma in situ serve para aumentar os
níveis hormonais
A palavra carcinoma significa “cancro”. Carcinoma in situ significa que o cancro Mamária Interna: Posterior
está ainda limitado e circunscrito aos ductos ou aos lóbulos onde teve origem. ao esterno
Ainda não passou aos tecidos adiposos circundantes ou a outros órgãos. Existem Menopausa: O fim da
duas formas de carcinoma in situ da mama: menstruação
Menstruação: O fluxo
Carcinoma Lobular in situ CLis), denominado também de neoplasia lobular. É
de sangue e tecidos do
um cancro limitado aos lóbulos. Os especialistas da mama pensam que este tipo útero
de cancro não desenvolve a forma invasiva mas as mulheres com CLis têm um
Radioterapia: Tratamento
risco mais elevado de ter um cancro invasivo em ambas as mamas.
com radiação
Carcinoma Ductal in situ (CDis) Este é o tipo mais frequente de carcinoma in Fatores de risco: Os fatores que
situ. No CDis, as células tumorais encontram-se só nas paredes dos ductos. Os aumentam as possibilidades de vir
médicos tratam o CDis com cirurgia e às vezes com radioterapia. Este tratamento a ter uma doença
habitualmente é curativo. Se o CDis não for tratado, poderá tornar-se invasivo.
Supraclavicular: Perto da
clavícula
Tumor: uma massa formada
pelo crescimento anormal de
células
Útero: O órgão feminino
onde crescem os bebés,
durante a gravidez

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Parte 2: O meu cancro

Cancro da mama invasivo


Este é o cancro da mama que já ultrapassou os limites dos ductos e dos lóbulos,
passando ao tecido mamário circundante e em alguns casos já invadiu os
gânglios linfáticos ou estruturas à volta da mama. Existem muitos tipos de cancro
da mama invasivo.
Carcinoma ductal invasivo: Constitui quase 80% do cancro da mama invasivo.
Esta forma de cancro tem início nos ductos e passa ao tecido adiposo (gordura) da
'XFWR mama (Figura 5). Quando já está ao nível da gordura, passa a outras partes do
corpo, através dos vasos sanguíneos ou dos vasos linfáticos.
Existem quatro formas “especiais” de carcinoma ductal invasivo:
• Carcinoma Medular: constitui cerca de 5% dos tumores invasivos. O
tumor esta muito bem delimitado do resto do tecido da mama e contém
Figura 5.Carcinoma Ductal Invasivo também células imunitárias. Muitas vezes é difícil distingui-lo das formas
Illustration Copyright © 2011 Nucleus Medical Media,
All rights reserved www.nucleusinc.com mais comuns do carcinoma ductal invasivo. Os especialistas da mama
acreditam que embora seja uma forma de tumor muito rara deve ser
tratado como o carcinoma ductal invasivo.
• Carcinoma tubular: representa 2% dos tumores invasivos da mama. As
mulheres com este tipo de cancro têm um melhor prognóstico quando
comparado com outras formas de carcinoma invasivo com o mesmo
tamanho, porque o tubular espalha-se para fora da mama com menos
frequência.
• Tumores metaplásicos: são formas muito raras de carcinoma ductal invasivo.
Estes tumores contêm células que normalmente não se encontram na mama, tais
/yEXOR como células dos ossos ou da pele. Estes tumores têm o mesmo tratamento das
formas mais frequentes dos carcinomas ductais invasivos.
• Carcinoma colóide: chamado também carcinoma mucinoso, é uma outra
forma rara de carcinoma ductal invasivo. É constituído por células tumorais
Figura 6. Carcinoma Lobular Invasivo que produzem muco. O carcinoma colóide tem melhor prognóstico e menor
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probabilidade de metastização do que o comum carcinoma ductal invasivo
do mesmo tamanho
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Cancro da mama: Versão 2.2011 12
Parte 2: O meu cancro

Carcinoma lobular invasivo. Cerca de 10 a 15% dos tumores invasivos da mama Definições:
são carcinomas lobulares invasivos. Este cancro inicia-se ao nível dos lóbulos para
Células imunitárias: As
depois se difundir ao nível da gordura da mama (Figura 7). Tal como o carcinoma
células de defesa do
ductal invasivo, pode sair da mama para outras partes do corpo.
organismo
Tumores Mistos. Os tumores mistos são tumores que contêm uma variedade de Cancro da mama
células, como carcinoma ductal combinado com carcinoma lobular invasivo. Os invasivo:
tumores mistos são habitualmente tratados como um carcinoma ductal invasivo. Cancro que passou ao
tecido conjuntivo

Carcinoma Inflamatório da mama.
Muco: líquido espesso
Cerca 1% - 3% dos cancros da mama
3HOH e pegajoso que hidrata
são cancro inflamatórios. Neste tipo de ou lubrifica
cancro, as células tumorais passam aos PDQFKDGD
vasos linfáticos da pele que cobre o Prognóstico: O padrão
tecido mamário. A pele da mama de ação e o desfecho
doente é vermelha, quente e tem a final previsto de uma
doença
textura da casca de laranja (Figura 7).
A mama afetada pode ficar maior de
tamanho, mais dura, sensível e com
comichão. Frequentemente este tipo de
cancro confunde-se com uma infeção 0DPLOR
mamária nas suas formas iniciais. Tem
uma maior probabilidade de metastizar LQYHUWLGR
e pior prognóstico em comparação com
os carcinomas ductais ou lobulares Figura 7. Sinais do cancro
invasivos. inflamatório
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Cancro da mama: Versão 2.2011 13
Parte 2: O meu cancro

2.5 Rastreio do cancro da mama


/yEXORV
O rastreio do cancro da mama tem como
objetivo o despiste da doença o mais
cedo possível. Os sinais de cancro
podem ser detetados por si ou pelo seu
médico. Durante o autoexame da mama, 'XFWRV
pode palpar um caroço, notar líquido a
sair do mamilo ou uma alteração na
forma normal da sua mama. Caso note
qualquer uma destas alterações deve
falar com o seu médico.
É a sua idade, história médica e
outros parâmetros que determinam os
Figura 8. Imagens de mamografia
exames de rastreio que irá realizar. O Illustration Copyright © 2011 Nucleus Medical Media, All rights reserved. www.nucleusinc.com
rastreio pode incluir a sensibilização
e o alerta para eventuais sinais ou os Exame clínico da mama
exames abaixo descritos O seu médico vai palpar as suas mamas para tentar detetar caroços ou
alterações na espessura. A palpação vai ser realizada em posição sentada, em
pé ou deitada. O seu médico irá examinar também a zona da axila e da
História clínica
clavícula para ver se deteta algum gânglio linfático alterado. Algumas mulheres
O seu médico vai colher informações não se sentem confortáveis durante este exame. Nunca se esqueça que é um
relativas ao seu estado geral de saúde exame que dura pouco e que as informações que fornece são muito
e a eventuais sintomas que tenha importantes.
notado. Determinação do risco
Irá perguntar se algum dos seus As mulheres podem ou não ter risco aumentado para desenvolver cancro da
familiares teve algum tipo de cancro. mama. O cálculo deste risco é condicionado por vários fatores. Existem alguns
Se for este o seu caso, o seu médico fatores que aumentam o seu risco pessoal de vir a ter um (ou um novo)
irá perguntar-lhe qual o tipo de cancro, cancro da mama: como por exemplo, se já recebeu radiação à zona do tórax,
e em que idade foi detetado se tiver uma história familiar pesada ou risco genético, se teve já um cancro
da mama. O seu médico pode recomendar a realização de exames
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específicos baseado nesta avaliação pessoal de risco de cancro da mama.
Cancro da mama: Versão 2.2011 14
Parte 2: O meu cancro

Mamografia de rastreio Definições


Consciencialização do cancro da
A mamografia utiliza raios-X para avaliar o tecido mamário (Figura 8). A mama: Campanhas de sensibilização
mamografia de rastreio utiliza dois planos (2 visões) para detetar um cancro para o cancro da mama
ainda na fase que tem alta probabilidade de ter cura. Os radiologistas Contraste: substância injetada no
analisam as imagens e escrevem um relatório que depois é visto pelo seu seu corpo para melhorar as
médico. Este relatório irá dizer se os resultados são normais, inconclusivos imagens colhidas durante os
ou se revelam um cancro. Baseado nestes resultados, o seu médico irá exames imagiológicos
recomendar controlos normais ou mais exames. Quisto: Uma “bolsa” fechada
Ressonância magnética de rastreio e preenchida com ar ou líquido
A ressonância magnética (RM) utiliza ondas rádio e potentes campos Lavagem ductal: Exame que
magnéticos. Por outro lado, é também utilizada a injeção de material de permite a colheita de células dos
contraste para revelar áreas de tecido anormal e diferenciá-las do tecido ductos mamários
mamário normal. Esta técnica pode resultar num maior número de falsas Risco genético: A possibilidade
suspeitas do que com a mamografia, pelo que a decisão de se fazer uma RM que uma doença dos pais seja
deve ser muito bem ponderada. Uma mulher sem risco aumentado não deve transmitida aos filhos
Imagiologia: exames médicos que
fazer uma RM. Caso o seu risco seja aumentado, pode vir a realizar uma RM
permitem a recolha de imagens do
juntamente com a mamografia.
corpo humano
Ecografia Mamografia: Um exame que utiliza
A ecografia é um exame que utiliza ondas sonoras para “tirar uma fotografia raios-X para analisar as mamas.
interna” da sua mama. As imagens colhidas permitem ao médico avaliar as Radiologista: o médico
várias áreas. A ecografia é muito útil para distinguir entre um nódulo sólido e especialista na leitura dos
um quisto preenchido com líquido. Uma massa sólida tem mais probabilidades exames imagiológicos
de ser cancro do que um quisto. A ecografia mamária pode ser um exame de Cintigrafia: O exame que
rastreio útil para as mulheres com alta densidade mamária. De momento, a utiliza substâncias radioativas
ecografia, a cintigrafia mamária e a lavagem ductal não estão incluídas nas para ver partes do corpo
recomendações da NCCN para o rastreio do cancro da mama. Rastreio: Exames para detetar
doenças em pessoas sem
sintomas
Ecografia: Exame que
utiliza ultrassons para
visualizar partes do corpo
NCCN Linhas de orientação para doentes™:
Cancro da mama: Versão 2.2011 15
Parte 3: Exames de diagnóstico do cancro da mama

3.1 Tenho cancro da mama?


Pontos principais
Para muitas mulheres com mais de 40 anos de idade, um
• A deteção de um caroço ou de uma anomalia nódulo da mama ou uma anomalia na mamografia é o
na sua mamografia implica a realização de primeiro sinal de um cancro. Outros sinais são o aumento de
mais exames volume da mama, a saída de líquido do mamilo e as
• A única maneira de saber se tem cancro da mama alterações ao nível da pele. Se tiver algum destes sintomas
é através da realização de exames aos tecidos da o seu médico irá pedir mais exames. Os resultados dos
mama. As biopsias da mama são procedimentos exames de rastreio e de diagnóstico indicam se tem ou não
comuns e pouco dolorosos.
cancro da mama.
• Exames imagiológicos do resto do seu corpo servem
para detetar se o cancro está espalhado ao resto do Mamografia diagnóstica
organismo A mamografia de diagnóstico “olha” para a sua mama
• Exames ao tumor podem indicar se as hormonas mais atentamente e dá informações mais precisas.
ou a proteína HER2 estimulam o crescimento do Comprimindo a sua mama em várias posições e tirando
cancro mais raios -X fornece um maior número de imagens. Só
• Os testes genéticos podem dar uma indicação 90% dos cancros da mama são detetados por
do risco de o tumor reaparecer depois dos mamografia. Se houver dúvidas, o seu médico pode pedir
tratamentos uma ecografia ou uma RM.

• O médico da anatomia patológica examina as Biopsia mamária


células do tumor ao microscópio para o classificar Quando se suspeita de cancro é necessária uma biopsia
cujos resultados mais frequentes são de benignidade.
• Os cancros da mama são agrupados em vários
estadios (do 0 ao IV) com base na previsão do Existem dois tipos de biopsia que são realizadas com
seu comportamento. Os estadios mais baixos anestesia local para tornar o procedimento o menos doloroso
têm maior probabilidade de cura. possível.
• Os vários tipos de cancro da mama, analisada a Biopsia com agulha. Os médicos retiram amostra da
aparência das suas células, são divididos em graus sua mama com uma agulha que é inserida através da
de 1 a 3. Um grau baixo tem menor probabilidade pele. Este tipo de biopsia causa menos desconforto e
de disseminação. fornece informações importantes para a decisão do
tratamento a seguir.

NCCN Linhas de orientação para doentes™:


Cancro da mama: Versão 2.2011 16
Parte 3: Exames de diagnóstico do cancro da mama
Definições:
Benigno: Um tumor que
não tem células
cancerígenas
Biopsia: Um
procedimento médico
de recolha de tecido.
Anestesia local: A perda de
sensibilidade de uma área
específica do corpo
mediante o uso de fármacos.
Figura 9. Biopsia guiada por estereotaxia Margem: A distância de
Illustration Copyright © 2011 Nucleus Medical Media, All rights reserved. www.nucleusinc.com tecido normal à volta de um
tumor que foi retirado.
Existem dois tipos de biopsia com agulha: A biopsia com agulha percutânea e a Anátomopatologista: O
aspiração com agulha fina. O primeiro tipo de biopsia utiliza agulhas mais grossas e médico especializado que
retira maior quantidade de tecido mamário, logo é mais frequente e mais útil. A analisa o tumor ou as
aspiração com agulha fina pode ser utilizada para retirar líquido de um quisto e fazer células colhidas durante
o despiste de células tumorais um procedimento
Se o seu médico palpar um nódulo, pode realizar de imediato uma biopsia. Se a Bisturi: instrumento cirúrgico
palpação não for fácil, podem utilizar-se técnicas de imagem que ajudam a localizar o cortante
tumor.A biopsia feita com a ajuda da mamografia chama-se biopsia por estereotaxia
(Figura 9). A biopsia guiada por ecografia utiliza o ecógrafo para orientar a agulha da
biopsia.
Biópsia excisional: Em caso de ser necessário um fragmento maior de tecido
tumoral pode ser realizada uma biopsia excisional. O médico retira o tumor com o
bisturi juntamente com uma parte de tecido normal à volta a que se chama
margem. Se o tumor não se palpa, vai-lhe ser colocado um arame (arpão), com a
orientação de mamografia para referenciar o tumor. Este procedimento chama-se
biopsia guiada por arpão, e pode ser feito sob anestesia local e em regime de
ambulatório, sem necessidade de internamento.
NCCN Linhas de orientação para doentes™:
Cancro da mama: Versão 2.2011 17
Parte 3: Exames de diagnóstico do cancro da mama

3.2 Exames depois do diagnóstico Estes exames são:

Caso lhe tenha sido diagnosticado um cancro, o seu Hemograma completo: Este exame conta os vários tipos de
médico vai pedir mais exames que dependem do células do sangue e determina se o seu número é normal. É
tamanho do tumor, do envolvimento ou não dos gânglios um exame que se repete frequentemente durante a
linfáticos e da existência de metástases. Para a maioria quimioterapia. Mostra se tem o número suficiente de glóbulos
das mulheres não são necessários muitos mais exames. vermelhos que transportam oxigénio aos tecidos, de glóbulos
brancos para combater as infeções e de plaquetas que
Exames dos gânglios linfáticos formam coágulos necessários para a cicatrização das feridas.
O cancro da mama pode passar aos gânglios linfáticos. Exames de bioquímica e enzimas. Estas análises detetam
Uma biopsia pode revelar a presença de células tumorais. alterações ao nível de outros órgãos. As mulheres com
Existem dois tipos de biopsias: carcinoma não invasivo não precisam destes exames. Se os
resultados forem alterados, o seu médico pode pedir outros
Biopsia com agulha percutânea. Esta é muito exames tais como a cintigrafia óssea, para determinar se o
semelhante à biopsia da mama. O seu médico insere uma cancro está presente em outros órgãos.
agulha, através da pele e retira uma amostra do gânglio. Exames de imagem
Se o gânglio não se palpa, pode ser utilizada a ecografia
para a localização do mesmo. Cintigrafia óssea. Para realizar este exame ser-lhe-á injetado
um contraste radioativo numa veia. Após algumas horas, se
as imagens parecerem revelar um novo “crescimento” de
Aspiração com agulha fina. A aspiração com agulha fina osso, pode ser indicativo da presença do tumor nos ossos.
é utilizada para retirar líquido de um quisto ou de um Note que nem todas as alterações significam cancro.
pequeno grupo de células do tumor. Este procedimento,
não é por norma, doloroso e pode ser realizado em Este exame só será pedido se as análises ao sangue
poucos minutos. estiverem alteradas e se existir dor ao nível dos ossos. A
cintigrafia poderá ser útil também nos casos de um
Exames ao sangue tumor localmente avançado. A cintigrafia óssea é
Existem dois tipos de análises sanguíneas necessária sempre que o cancro tenha disseminado
frequentemente utilizadas para programar a cirurgia, para outros órgãos.
procurar indícios de metástases e planear os
tratamentos depois da cirurgia

NCCN Linhas de orientação para doentes™:


Cancro da mama: Versão 2.2011 18
Parte 3: Exames de diagnóstico do cancro da mama

Tomografia computorizada (TAC ou Definições:


TC)
A TAC tira muitas radiografias de uma Abdómen: A área da
parte do corpo em muitos ângulos, barriga entre o tórax e a
fornecendo imagens muito detalhadas pélvis.
(Figura 10). Com exceção da injeção Bioquímica: Análises que
de contraste na veia, que pode ser mostram quantidades de
desconfortável, este é um exame várias substâncias químicas
indolor. no sangue
A TAC é utilizada para se ver se o
Quimioterapia: Fármacos
cancro já se espalhou a outros órgãos.
que matam as células
Nos estadios iniciais de cancro, a TAC tumorais
não é necessária. Nos estadios mais
avançados o médico pode pedir uma Cancro de estadio precoce:
Cancro que ainda está limitado a
TAC do tórax e/ou do abdómen para
Figura 10. Tomografia computorizada pequena quantidade de tecido
ver se existem metástases. Illustration Copyright © 2011 Nucleus Medical Media, All rights reserved. mamário
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Glucose: Um açúcar natural
Ressonância Magnética (RM) Depois do diagnóstico, pode ser necessária uma presente no organismo usado
ressonância magnética para examinar o cérebro, a coluna ou outras partes como fonte de energia pelas
específicas dos ossos. Este exame também é pedido para esclarecer dúvidas de nossas células
outros exames ou em caso de contraindicação face à exposição da doente a Intravenoso: fármaco injetado
raios-X. Não é necessário submeter todas as doentes com cancro da mama a RM. na veia através de uma agulha
Tomografia por Emissão de Positrões (PET). A PET tira imagens utilizando um tipo Localmente avançado: Tumor
de açúcar (glucose) que contém um átomo radioativo. Após a injeção de uma que invadiu tecidos limítrofes e
pequena quantidade deste açúcar radioativo, a doente é posicionada na máquina de provavelmente os gânglios
PET, e uma câmara especial regista a radioatividade emitida pelo corpo. Sendo as linfáticos
células tumorais consumidoras de grandes quantidades de açúcar (necessitam de
muita energia) o contraste aparece mais concentrado nas áreas com tumor. Hoje Radioativo: Que contém
uma forma de energia
utiliza-se uma combinação de PET com TAC, chamada PET-TAC, que fornece
chamada radiação
imagens mais detalhadas.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 19
Parte 3: Exames de diagnóstico do cancro da mama

A PET é muito útil para detetar doença em caso de O CDis e os carcinomas invasivos devem ser submetidos a
tumor localmente avançado ou metastático. No entanto, este teste após a biopsia ou após a cirurgia. A importância
existem muitas funções normais do organismo que são deste exame reside no facto de existirem certos fármacos que
altamente consumidoras de energia e que ficam podem bloquear as hormonas que estimulam o crescimento
registadas na imagem da PET, podendo criar falsos do tumor. Se tiver um tumor positivo para recetores
alarmes. Sendo assim, um achado na PET deve ser hormonais, muito provavelmente terá de fazer hormonoterapia
confirmado com outro exame ou com biopsia. para diminuir a possibilidade de o tumor vir a crescer ou a
formar-se novamente. Peça ao seu médico os resultados da
Análises ao tumor análise para ficar com este dado registado.
Existem uma série de análises que se realizam ao tumor Caso o seu tumor não tenha recetores hormonais,
para se determinar qual é o tratamento adequado ao chama-se tumor com recetores de estrogénio ou
seu caso. O tecido que é utilizado para estes exames é progesterona negativo, ou tumor hormono-independente.
o tecido colhido durante a biopsia ou removido na Neste caso, não será, provavelmente, indicada a
cirurgia. hormonoterapia.
Análise do HER2. O núcleo da célula tem codificadas as
Análises dos recetores hormonais. O estrogénio e a
instruções para a construção de novas células. Estas
progesterona são hormonas que estimulam o crescimento
instruções estão “escritas” em estruturas chamadas
da mama durante a puberdade. Em alguns tipos de tumor,
genes (Figura 11). O gene HER2 contém um conjunto de
estas hormonas também estimulam o crescimento do
instruções para o fabrico da proteína HER2. Esta proteína
próprio tumor. Estes tumores são chamados tumores com
encontra-se no lado externo das células tumorais e é
recetores de estrogénio positivos, recetores de
responsável pela programação do crescimento e divisão
progesterona positivos ou com ambos recetores positivos.
celular. Nas células normais existem duas cópias deste
São tumores com tendência a crescer mais devagar e têm
gene. As células tumorais HER-2 positivas são diferentes:
menos probabilidade de passar aos gânglios linfáticos.
• Maior número de cópias do gene HER2.
Para se testar qual o efeito das hormonas, as células
tumorais são submetidas a um exame com corante. Este • Grande quantidade de proteína HER2 (i.e.,
corante revela os recetores de estrogénio e de sobre-expressão" da proteína)
progesterona existentes nas células. Quanto maior • Existem mais mensagens que ordenam o
número de células ficarem coradas maior será a crescimento e a divisão das células.
possibilidade de o crescimento do tumor depender da
• O crescimento das células é mais rápido.
influência das hormonas.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 20
Parte 3: Exames de diagnóstico do cancro da mama

Existem duas maneiras para testar o estado HER2


do tumor: imunohistoquímica (IHC) e hibridização in
situ por fluorescência (FISH). A IHC conta o número Definições
&pOXOD
KXPDQD do recetores da proteína HER2. Estrogénio: A hormona
Nos tumores HER2 positivos, esta proteína responsável pelos caracteres
1~FOHR
encontra-se em maiores quantidades. O teste FISH femininos do corpo
conta o número dos genes HER2. Genes: O código para a criação de
Nos tumores HER2 positivos, existe um grande novas células
número de cópias do gene HER2 ao nível celular. Núcleo: O centro de controlo
Na Tabela 1, podem-se consultar os vários da actividade genética das
resultados da análise HER2. Um resultado IHC 2+ células
+,
é um resultado não esclarecedor e deve ser Sobre-expressão:
FURPRVVRPDV seguido de um teste FISH. Actividade dos genes
Cerca de 1%-20% das mulheres com cancro da superior a normal que
mama têm tumor HER2 positivo. Alguns tumores resulta em um grande
da mama têm pouca probabilidade de ser HER2 numero de proteínas
positivos. produzidas
Figura 11. Genes de uma Por exemplo, a maioria dos tumores tubulares são Progesterona: Hormona
célula humana recetores hormonais positivos mas HER2 que participa no
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negativos. desenvolvimento dos
O tumor HER2-positivo é considerado agressivo, órgãos femininos
no entanto, existem fármacos desenvolvidos para Recetor: O sitio da
este tipo de cancro. Por causa dos efeitos célula onde se podem
secundários e do alto custo destes medicamentos, ligar várias substâncias
o HER2 deve ser corretamente avaliado.
Tabela 1.Resultadosda análise HER2

Immunohistoquímica FISH
HER2-negativo 0, 1+, 2+ 2
HER2-positivo 3+ 3 ou mais

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Cancro da mama: Versão 2.2011 21
Parte 3: Exames de diagnóstico do cancro da mama

Testes genéticos Uma pontuação de igual ou superior a 31, significa que


deve receber quimioterapia e hormonoterapia. A pontuação
Recentemente têm-se desenvolvido testes genéticos para entre 18 e 30, sendo intermédia, significa que a decisão
determinar o risco de recidiva de cancro da mama. Os sobre o tratamento de quimioterapia deverá ser discutida
médicos procuram genes específicos que se sabe estarem entre si e o seu médico, tendo em conta um conjunto de
ativos no cancro da mama. Com base nos resultados os fatores tais como a sua idade e a sua opção pessoal.
tumores podem ser classificados de baixo ou de alto risco
de recidiva.
Análise de 21 genes. O painel responsável pelas linhas de 3.3 Calculadora de risco
orientação NCCN recomenda o teste de 21-genes (oncotype
DXR) para determinadas mulheres. Com esta análise, parece Existem várias ferramentas disponíveis na Internet que
conseguir prever quais as mulheres que terão recidiva do podem ajudar as mulheres com cancro da mama a decidir
cancro da mama. Por norma, as mulheres com gânglios ser ou não ser submetidas a quimioterapia. O Adjuvant!
negativos, tumores com recetores hormonais positivos e Online é uma ferramenta para mulheres com tumores
HER2 negativos são consideradas de baixo risco. No entanto, recetores hormonais negativos ou gânglios linfáticos
positivos e recetores positivos ou negativos. O link é
o teste dos 21 genes pode demonstrar quais destas mulheres
www.adjuvantonline.com. O seu médico pode introduzir os
têm mais probabilidades de beneficiar com os tratamentos de
seus dados no programa online. Este programa avalia os
quimioterapia. Mais informações na parte 7.2.4.
vários fatores específicos de cada mulher e do seu tumor e
Ao contrário, as mulheres com tumores recetores hormonais
pode fazer a previsão sobre o benefício da quimioterapia.
negativos e HER2 positivos têm mais alto risco de recidiva. Para
Como foi desenvolvido antes da determinação do HER2,
estas, o teste dos 21 genes não vai fornecer informações que
não inclui os benefícios desta terapêutica. Atualmente, está
determinem alteração do tratamento.
a ser reformulado para incluir a variável HER2.
Este teste, mais especificamente, examina os 21 genes e
atribui uma pontuação de alto, intermédio ou baixo risco.
Embora seja fácil decidir os tratamentos dos grupos de alto
e baixo risco, fica menos clara a atitude terapêutica a ser
tomada no grupo de risco intermédio. Uma pontuação
abaixo de 18 significa que se pode evitar a quimioterapia e
ser submetida apenas à hormonoterapia.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 22
Parte 3: Exames de diagnóstico do cancro da mama

3.4 O relatório da anatomia patológica Definições:

O tecido retirado durante a biopsia ou a cirurgia é examinado por um Cancro agressivo: o cancro
anatomopatologista. O anatomopatologista é um médico especialista na análise dos que se pode espalhar
tecidos a fim de identificar a doença. Na primeira fase, o anatomopatologista prepara o rapidamente
tecido para ser analisado ao microscópio. O tecido retirado é coberto com um tipo de Testes genéticos: Exames
material tipo cera que vai permitir cortá-lo em fatias finíssimas. Em seguida, estas fatias baseados a análise de genes,
para determinar o risco
são pintadas com vários corantes que ajudam a observar as diferenças no interior de
uma célula e entre grupos de células diferentes. Numa próxima fase, estas amostras são Gânglios negativos:
colocadas em lâminas e são examinadas ao microscópio. gânglios linfáticos não
Num passo seguinte, o anatomopatologista escreve o relatório para ser entregue afectados pelo tumor
ao seu médico. Costumam existir dois relatórios: o da biopsia e o da cirurgia. Recidiva: A recorrência
Podem existir mais relatórios caso existam outros tecidos removidos durante os do tumor depois de um
tratamentos. tratamento eficaz
O relatório da anatomia patológica contém várias informações. O primeiro relatório refere
se foram ou não encontradas células tumorais na amostra colhida, e em caso afirmativo,
que tipo de células. Os tipos mais frequentes de células tumorais são: as ductais, as
lobulares e as do mamilo. O relatório vai referir se o cancro é invasivo ou não invasivo, o
estado dos recetores hormonais e o estado dos recetores HER2. A seguir, é
determinado o estadio do tumor e o seu grau.
O tempo que demora o processo de preparação dos tecidos, a sua avaliação e a
elaboração do relatório varia de centro para centro. As vezes, o anátomopatologista
pode ter dúvidas e solicitar uma segunda opinião a outro colega, assim o processo
pode demorar mais tempo.
É boa prática ficar com as cópias dos relatórios da anatomia patológica. Se tiver
dúvidas fale com o seu médico. É muito importante que entenda o que está escrito no
seu relatório para poder decidir sobre o seu tratamento. Pode sempre pedir para que
os tecidos que lhe foram colhidos sejam revistos (reanalisados e confirmados) por
outro médico.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 23
Parte 3: Exames de diagnóstico do cancro da mama

3.5 Estadios do cancro da mama Algumas pessoas respondem muito melhor e outras pior
do que o previsto. Há outros fatores que determinam o
O cancro da mama é dividido em grupos diferentes
seu prognóstico, nomeadamente a idade, o estado geral
chamados estadios. Existem cinco estadios cuja definição
de saúde, o estado dos recetores hormonais e o HER2.
é baseada no tamanho do tumor, no número de gânglios
afetados e na presença de metástases (Figura 12). O seu Nesta secção, são fornecidas informações muito
médico vai determinar o estadio do seu tumor baseado no detalhadas para o estadiamento do cancro da mama.
exame clínico e em vários testes já descritos. Partes 3.1 e Podem ser informações a mais para algumas mulheres,
3.2 mas haverá outras que preferem informação mais
Os critérios para se determinar o estadio de um tumor detalhada. O estadio do cancro é um dos fatores mais
foram determinados após a análise de um muito grande importantes para determinar qual o tratamento, as várias
número de doentes. O estadio do seu tumor é opções que existem e a estimativa de sobrevivência.
importante mas, como se baseia em estudos em larga Para seguir o guia de tratamento, no capítulo 7, é
escala, a sua previsão pode não se adaptar indispensável que conheça o estadio do seu tumor.
exatamente ao seu caso. Peça a ajuda dos seus médicos se tiver qualquer
Figura 12. Áreas de possível crescimento tumoral dúvida.
Illustration Copyright © 2011 Nucleus Medical Media, All rights reserved. www.nucleusinc.com

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Cancro da mama: Versão 2.2011 24
Parte 3: Exames de diagnóstico do cancro da mama

Determinação do estadio Definições:


O sistema mais frequentemente utilizado para o estadiamento do cancro da mama Parede torácica: camada
é o sistema TNM. Este sistema através das letras — T, N, e M— descreve o de músculos, ossos e
crescimento do tumor. A categoria T descreve o tamanho do tumor, medido em tecidos da parte exterior do
centímetros e o seu crescimento em estruturas adjacentes. A categoria N tórax
determina a extensão do cancro ao nível dos gânglios linfáticos. A categoria M Estadio clínico: O estadio
descreve se o tumor está presente em órgãos distantes. determinado pelo seu
A categoria T é dividida: médico antes da cirurgia
T0: Ausência de tumor Ipsilateral: Do mesmo
Tis: Tumor presente só no interior dos ductos ou só nos lóbulos lado do corpo que o
tumor
T1: Tumor de diâmetro de 2 cm ou menos
T2: Tumor maior do que 2 cm mas inferior a 5 cm de diâmetro
T3: Tumor maior do que 5 cm de diâmetro
T4: Tumor presente na parede torácica ou na pele

A categoria N tem 2 características de subdivisão. A primeira, caracterizada pela


letra c, que significa estadio “clínico”:
cN0: Sem gânglios palpáveis
cN1: Gânglios palpáveis na axila ipsilateral, mas móveis
cN2: Gânglios ipsilaterais fixos ou ao nível da cadeia mamária interna
cN3: Gânglios supraclaviculares ipsilaterais ou ambos axilares
ipsilaterais e da cadeia mamária interna

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Cancro da mama: Versão 2.2011 25
Parte 3: Exames de diagnóstico do cancro da mama

A segunda subdivisão é caracterizada pela Tabela 2. Estadiamento do cancro da mama

the AJCC Cancer Staging Manual, Seventh Edition (2010) published by Springer Science+Business Media LLC, www.springer.com.
Used with the permission of the American Joint Committee on Cancer (AJCC), Chicago, Illinois. The original source for this material is
letra “p”, do “anatomo-Patológico”
pN0: Gânglios não envolvidos Estadio anatómico/ grupo prognóstico

pN1: 1-3 gânglios axilares envolvidos


pN1mi: Gânglios envolvidos com tamanho de 2mm ou menos
pN2: 4-9 gânglios axilares envolvidos
pN3: 10 ou mais gânglios axilares envolvidos ou
gânglios de outras áreas à volta da mama

A categoria M inclui:
M0: Sem metástases à distância
M1: Com metástases em órgãos distantes

Os 5 estadios do cancro da mama


Quando se reagrupa a informação colhida pelo sistema
TNM, podemos determinar o estadio do tumor (Tabela 2).
Cada estadio é apresentado em numeração romana de 0 a
IV. Os estadios identificam tipos de tumor com prognóstico
semelhante e que consequentemente são tratados de uma
maneira semelhante.
Provavelmente, o seu cancro será classificado por duas
vezes. Primeiro, o estadio clínico, decidido após o exame
médico e exames de diagnóstico. Segundo, o estadio
patológico baseado nos resultados das amostras colhidas
durante a cirurgia. Na maioria dos casos, o estadio
patológico é o mais importante porque os seus gânglios
linfáticos só podem ser completamente examinados ao
microscópio.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 26
Parte 3: Exames de diagnóstico do cancro da mama

Estadio 0. No estádio 0 são classificados os carcinomas não invasivos. CDis e CLis Definições
são classificados como Tis (is = in situ).No estádio 0 não existe crescimento tumoral
Critério: a medida
nos gânglios ou em outros órgãos distantes.
standard para a tomada
Estadio I. No estadio I é classificado o tumor da mama invasivo, com 2cm ou menos de uma decisão
de tamanho, e que ou não está presente nos gânglios ou está presente em tumores
muito pequenos. Neste caso, o cancro está no estadio IB. Nos estádios IA e IB, o Estadio anatomopatológico:
O estadio que atribui o
tumor não está presente em órgãos distantes.
anatomopatologista baseado
Estadio II. No estadio II, os tumores são maiores do que no I ou existem maior nas amostras cirúrgicas
número de células tumorais nos gânglios axilares, ou podem acontecer ambas as
situações. Neste estádio também não existe tumor em órgãos distantes.
Os tumores do estadio II são subdivididos em 2 grupos designados estadio IIA e
estadio IIB.
No estadio IIA, ou não existe tumor na mama, ou se existe não tem mais do que 2
centímetros, mas as células tumorais estão presentes nos gânglios axilares. O critério
do estadiamento clínico N1 é a presença de células tumorais nos gânglios axilares
ipsilaterais e estes gânglios não estão fixos entre si nem aos tecidos circundantes. O
critério do estadiamento patológico N1 é a presença do tumor em 1 até 3 gânglios
axilares. No mesmo estádio IIA, são incluídos tumores de tamanho de 2.1 a 5 cm mas
sem gânglios axilares afetados.
No estadio IIB, incluem-se os tumores com tamanho entre 2.1 e 5 cm e com
gânglios positivos para tumor. Também inclui tumores maiores do que 5 cm mas
sem afetação dos gânglios axilares. Não existe tumor na parede torácica ou na
pele.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 27
Parte 3: Exames de diagnóstico do cancro da mama

Estadio III O estadio III é dividido em 3 grupos: IIIA, IIIB, 3.6 Grau do cancro da mama
IIIC. O estádio IIIA inclui tumores maiores de 5 cm e
com gânglios axilares ispilaterais afetados. Pode existir O cancro da mama é classificado consoante a
um tumor mais pequeno ou apenas maior afetação de semelhança que as células tumorais apresentam com
gânglios. O critério clínico de N2 é gânglios ipsilaterais as células normais. Esta semelhança chama-se grau.
afetados fixos uns aos outros ou aos tecidos O anatomopatologista atribui um grau de 1 a 3. O grau
circundantes, ou gânglios da cadeia mamária interna 1 é atribuído quando as células do tumor se parecem
afetados. O critério patológico N2 é afetação de 4 a 9 o mais possível com as células normais. O Grau 3 é
gânglios linfáticos. atribuído quando as células do tumor são menos
semelhantes às células normais. O grau do tumor
No estadio IIIB, o tumor invade a parede torácica ou a pode ajudar a determinar o quanto um cancro é
pele, mas os gânglios podem ou não estar afetados. agressivo. Em geral, um tumor de grau mais baixo tem
No estádio IIIC, pode ou não existir tumor mas as células menor probabilidade de disseminação.
tumorais passaram para os gânglios circundantes da
O grau tumoral é muito importante para mulheres com
mama. O critério clínico de N3 é a existência de cancro
tumores pequenos e gânglios negativos uma vez que
nos gânglios supraclaviculares ou afetação dos gânglios
podem não necessitar de mais tratamentos. Mulheres
axilares ispsilaterais e da cadeia mamária interna. O
com grau intermédio ou alto podem precisar de testes
critério patológico de N3 é afetação de 10 ou mais
genéticos para determinar o risco de recidiva e o
gânglios axilares ou gânglios perimamários afectados.
eventual benefício de terapêutica hormonal ou
De notar que o cancro inflamatório é sempre classificado
quimioterapia.
como IIIB exceto quando se apresenta metastizado.
Ao CLis não é atribuído um grau e ao CDis é
atribuído um grau nuclear. O grau nuclear
Estadio IV. A característica deste estadio é a passagem descreve as alterações dos núcleos das células
de tumor a órgãos distantes e inclui tumores de qualquer tumorais. Às vezes são utilizados outros
tamanho, qualquer que seja o número de gânglios parâmetros para determinar o grau de um CDis.
afetados e metástases.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 28
Parte 4: O tratamento do cancro da mama

Parte 4: O tratamento do cancro da mama


Definições:
Pontos Principais
Maligno: O tumor com
• Antes de escolher um tratamento tenha em consideração a células cancerígenas
sua saúde física e as suas ansiedades e expetativas
Oncologista médico:
• É aconselhável obter uma segunda opinião Médico especialista
em todos os tipos de
• Pode ser necessário que um ou mais gânglios linfáticos lhe cancro
sejam retirados para verificar se o cancro se disseminou
Radioterapeuta:
• A cirurgia e a radioterapia tratam o cancro localizado na
Médico especialista no
mama ou nos tecidos circundantes. tratamento do cancro
• A terapêutica sistémica trata o tumor para além da mama e com radiações
inclui quimioterapia, hormonoterapia e terapêutica dirigida.
Cirurgião: Médico
• A terapêutica sistémica pode ser utilizada para diminuir o especialista em cirurgia
tamanho do tumor antes da cirurgia.
• Podem existir programas de pesquisa científica para
novos tratamentos nos quais poderá participar

4.1 A escolha do tratamento


O tratamento do cancro é um trabalho de equipa. O seu médico de família pode
encaminhá-la para um ou mais médicos especialistas no tratamento do cancro. O
cirurgião e o radioterapeuta são responsáveis pelo tratamento local da mama. O
oncologista é responsável pela administração de medicamentos que atacam as
células do tumor que podem ter-se espalhado para fora da mama. Uma listagem de
perguntas que podera querer perguntar aos seus médicos está incluída no Capítulo 9.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 29
Parte 4: O tratamento do cancro da mama

Os tratamentos do cancro da mama incluem a cirurgia, a 4.2 A segunda opinião


radioterapia, a quimioterapia, a hormonoterapia e
terapêutica dirigida. Para além destes, podem existir ensaios Os momentos que se seguem ao diagnóstico do cancro
clínicos que estejam a testar novos tratamentos. O plano de são muito stressantes. As pessoas querem iniciar os
tratamentos que lhe irá ser indicado pelos seus médicos é tratamentos o mais cedo possível. Querem que o seu
determinado pelo tipo do tumor. O plano de tratamento tem cancro desapareça antes de evoluir mais. É muito
em conta os seguintes fatores: o estado dos recetores importante saber que, apesar da pressão, há sempre
hormonais e do HER2, o grau, o tamanho do tumor e a tempo para pensar e ponderar a escolha do tratamento e
disseminação em órgãos a distância. assim decidir o que pode ser melhor para si.

O tratamento pode depender da idade, da imagem corporal, Pode querer que os seus exames e tratamentos
esperanças e medos e da fase da vida de cada mulher. propostos sejam vistos e avaliados por outro médico. A
Algumas optam pela cirurgia conservadora que poupa a isto chama-se segunda opinião. O cancro da mama é
maior parte do tecido mamário para preservar a sua imagem uma doença grave e podem ter sido desenvolvidos
corporal. Outras mulheres podem optar por uma cirurgia mais novos tratamentos, mais eficazes e seguros. Muito
radical que retira toda a mama porque não querem ser embora tenha confiança no seu médico, às vezes é útil
sujeitas a radioterapia. Outras, ainda, podem escolher o seu ter uma segunda opinião relativamente ao melhor
tratamento com base nos efeitos colaterais associados. tratamento possível para o seu caso.
Não existe um único tratamento que seja o melhor para todas
O seu médico terá de lhe fornecer as cópias dos
as mulheres. O melhor exemplo é o caso do carcinoma
relatórios da anatomia patológica bem como dos outros
inflamatório da mama. Para estas mulheres o tratamento é
exames que realizou. Algumas pessoas não se sentem à
feito à medida, isto é, planeado de maneira diferente para
vontade para pedir estes documentos ao seu médico.
responder às necessidades e às especificidades de cada uma.
Contudo, deve saber que ter uma segunda opinião, ou às
A decisão final é sua. Esta tomada de decisão sobre o
vezes uma terceira, é um procedimento normal até
tratamento deve ser o resultado de esclarecimentos sobre os
mesmo entre os próprios médicos quando lhes é
resultados e da sua própria opinião e sentimentos face ao
diagnosticado um cancro.
mesmo. A equipa que está a tratar de si pode ajudá-la a tomar
a melhor decisão. Há seguros de saúde que exigem uma segunda opinião.
Poderá dar-se o caso que o seu seguro não cubra esta
segunda opinião, nesta circunstância deverá equacionar
a possibilidade de a pagar do seu bolso. (realidade
aplicável nos EUA.)

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Cancro da mama: Versão 2.2011 30
Parte 4: O tratamento do cancro da mama

A escolha do tratamento é uma decisão importantíssima que tem consequências a Definições:


nível da duração e da qualidade de vida. Existem muito poucos casos de cancro
tão agressivo que não se possa permitir a mais umas semanas para obter uma Ensaio clínico: Pesquisa
cientifica que serve para
segunda opinião e escolher o melhor tratamento para si. comparar novos
tratamentos com o melhor
4.3 Tratamentos para o cancro da mama tratamento disponível na
Os tratamentos aqui descritos vão ajudá-la a entender o guia de tratamento descrito actualidade para se decidir
qual é o melhor
no capítulo 7. Nem todas as mulheres recebem todos os tipos de tratamentos aqui
referidos. Outra coisa que pode ser diferente é a sequência dos tratamentos. Existem Efeito secundário: Uma
vários termos que são utilizados para descrever cada tratamento de acordo com o reação física ou
momento em que é recebido. Por exemplo, algumas mulheres são submetidas a psicológica ao tratamento
quimioterapia antes da cirurgia e depois da cirurgia fazem hormonoterapia. Neste que não era a esperada
caso a quimioterapia tem o nome de tratamento neoadjuvante, a cirurgia é o
tratamento primário e a hormonoterapia é o tratamento adjuvante.

Termos que descrevem a ordem dos tratamentos

Tratamento adjuvante Tratamento primário


O tratamento que segue O tratamento principal do
ao primário cancro
Esquema de primeira linha
Primeira linha de tratamentos Esquema de segunda linha
de quimioterapia Segunda linha de tratamento
Tratamento neoadjuvante de quimioterapia
Tratamento fornecido antes
do tratamento primário

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Cancro da mama: Versão 2.2011 31
Parte 4: O tratamento do cancro da mama

Cirurgia 7XPRUHFWRPLD
A maioria das doentes com cancro da mama
vai ser operada. Os procedimentos cirúrgicos
mais frequentes são: tumorectomia e
mastectomia. Para além da cirurgia da mama,
à maioria das mulheres ser-lhe-á retirado pelo
menos um gânglio linfático axilar. Esta cirurgia 3HTXHQDLQFLVmR 2WXPRUHDOJXP
QDPDPD WHFLGRVDXGiYHOVmR 'HSRLVGDFLUXUJLD
chama-se linfadenectomia.
UHPRYLGRV
Tumorectomia É retirado o nódulo mamário
juntamente com algum tecido mamário saudável 0DVWHFWRPLD5DGLFDO0RGLILFDGD
(Figura 13). Esta é uma cirurgia que preserva a
mama (também chamada cirurgia conservadora). O
seu cirurgião, juntamente com o anatomopatologista
irão certificar-se de que todo o tecido tumoral foi
retirado. No caso de se encontrarem células tumorais
eUHPRYLGR
no limite externo do tecido que foi retirado, *UDQGHLQFLVmRDR
WRGRRWHFLGR
habitualmente terá que ser feita nova cirurgia. UHGRUGDPDPD 'HSRLVGDFLUXUJLD
PDPiULR
Esta é, frequentemente, uma nova tumorectomia
mas pode vir a ser necessária uma mastectomia.
Figura 13. Cirurgias mais frequentes no cancro da mama.
Mastectomia. Com a mastectomia retira-se a Illustration Copyright © 2011 Nucleus Medical Media, All rights reserved. www.nucleusinc.com
maioria ou a mama inteira.
Existem vários tipos de mastectomia. Os mais Com a preservação dos músculos do peito, é salvaguardada a
frequentes são: a mastectomia simples, a força dos braços. A seguir à mastectomia existirá uma cicatriz no
mastectomia radical modificada e a mastectomia sítio onde tinha a mama. Em alguns casos, a mastectomia é
parcial (quadrantectomia). A mastecotmia radical necessária, mas há casos em que as mulheres escolhem
modificada é a forma mais comum de mastectomia em vez da tumorectomia.
mastectomia, durante a qual se retira a mama Quadrantectomia. A quadrantectomia retira um quarto da
inteira, mas os músculos da parede torácica são mama. É uma cirurgia conservadora tal como a tumorectomia e
preservados (Figura 13). a mastectomia parcial embora a quadrantectomia e a
mastectomia parcial retirem mais tecido mamário do que a
tumorectomia.
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Cancro da mama: Versão 2.2011 32
Parte 4: O tratamento do cancro da mama

Linfadenectomia. A única maneira de ter certeza relativamente ao envolvimento dos Definições:


gânglios pelo tumor é o seu exame ao microscópio. Existem dois tipos de cirurgia para
remover gânglios axilares: Tumorectomia: Cirurgia
durante a qual se retira o
Biopsia do gânglio sentinela. Esta é uma cirurgia comum. É utilizada para examinar os nódulo e algum tecido
gânglios no microscópio quando não existem outros sinais de que estejam afetados. mamário saudável
Para esta técnica é injetada uma substância radioativa ou um corante (ou ambos) ao Linfadenectomia:
nível dos linfáticos. Estas substâncias seguem o caminho da linfa quando esta sai do Cirurgia que remove
tecido mamário, e desta maneira o cirurgião consegue identificar o primeiro gânglio no gânglios
qual a linfa passa e remove este gânglio. Este é um procedimento que deve ser Mastectomia: Cirurgia
realizado por uma equipa experiente. A seguir o anatomopatologista examina este que retira a mama inteira
gânglio e se não tiver invasão do tumor não necessita fazer mais nada. Se existe
invasão do gânglio, o cirurgião terá que retirar mais gânglios para ver quantos estão Margem positiva:
Presença de células do
afetados. Esta informação vai ajudar para planear o melhor tratamento tumor ao nível do tecido
Linfadenectomia axilar. A linfadenectomia axilar é necessária para as mulheres com mamário que parecia
normal
sinais de invasão tumoral dos gânglios linfáticos. Nesta cirurgia são removidos todos
Cicatriz: Marca permanente
os gânglios da axila. (Figura 14). Esta cirurgia demonstra quantos gânglios no total na pele a seguir de um
são afetados e pode ser realizada ou no mesmo dia em que é operada à mama ou traumatismo ou uma cirurgia
vários dias depois. Um ensaio clínico recente veio a sugerir que se houver menos de
Gânglio sentinela:
três gânglios afetados, retirar mais gânglios poderá significar apenas piorar os
O primeiro gânglio linfático
sintomas derivados da cirurgia e não trazer mais benefícios de onde passa a linfa
depois de sair do tecido
Figura 14. mamário
Esvaziamento ganglionar
axilar durante uma
tumorectomia 7HFLGR
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Cancro da mama: Versão 2.2011 33
Parte 4: O tratamento do cancro da mama

Radioterapia A seguir a uma cirurgia, caso o tumor tenha passado aos


A radioterapia utiliza raios de alta energia para destruir as gânglios irá ser irradiada a axila. A área para ser irradiada
células tumorais. É necessária para matar todas as depende do número e a localização dos gânglios
células tumorais que podem ter escapado à cirurgia e afetados.
que podem ter ficado ao nível da mama, da parede
torácica ou dos gânglios axilares. A radioterapia pode ser Irradiação mamária parcial. A técnica de irradiar só a
administrada de duas maneiras: zona de onde foi retirado o tumor em vez da mama
Radioterapia externa (RE) na qual a radiação tem como inteira é uma técnica relativamente recente.
origem uma máquina e é aplicada externamente ao corpo. O sítio mais comum onde um cancro pode voltar a
Este é o tipo de radiação utilizada mais frequentemente formar-se é o sítio onde estava o tumor original. Por isso,
depois de uma tumorectomia. Irradia-se toda a mama mas este tipo de irradiação pode ser útil a determinadas
o sítio de onde se retirou o tumor recebe uma dose extra mulheres como aquelas com mais de 60 anos de idade,
de raios (boost). O tratamento costuma ser diário (5 dias sem alterações dos genes BRCA 1 ou 2, com pequenos
por semana) e durante 6 a 7 semanas. tumores, com margens negativas e com tipos de CDI de
Braquiterapia também chamada radiação intersticial. bom prognóstico. Para o resto das mulheres a NCCN
Colocam-se arames finos ou esferas perto ou mesmo no propõe a inclusão em ensaios clínicos que estudem esta
sítio de onde se retirou o tumor. Às vezes é aplicada técnica.
antes da RE, como dose de carga, nas mulheres que
fizeram uma tumorectomia. Terapêutica sistémica
O cancro da mama tem a capacidade de passar a outras
O esquema de radioterapia que vai ser aplicado em partes do corpo. Os médicos utilizam fármacos para
cada caso depende de dois fatores: 1) o tipo de cirurgia tentar eliminar células tumorais que possam ter passado
realizada e 2) a presença ou não de gânglios afetados para além da mama e dos tecidos vizinhos. Este tipo de
pelo tumor. Depois de uma tumorectomia é irradiada tratamento chama-se terapêutica sistémica e inclui a
toda a mama para destruir as células tumorais que quimioterapia, a hormonoterapia e a terapêutica com
possam ter ficado. O local de onde se removeu o tumor anticorpos monoclonais. Alguns destes fármacos são
irá receber uma dose extra de irradiação para prevenir comprimidos e outros são injetados no corpo através de
a formação de novo do cancro. A seguir a uma uma agulha. Na maioria dos casos a terapêutica
mastectomia vai ser irradiada a pele e o músculo se o sistémica é iniciada após a cirurgia.
tumor for maior de 5 cm ou se as margens do tecido
saudável foram pequenas.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 34
Parte 4: O tratamento do cancro da mama

No caso dos tumores de estadio precoce que tenham sido operados, é impossível ter Definições:
100% certeza que as células do tumor não tenham passado ao resto do organismo
Mutações BRCA:
antes da cirurgia. Caso tenham passado podem dar origem a metástases. O objetivo
Alterações em genes que
da terapêutica sistémica adjuvante é prevenir as metástases. Com exceção das
normalmente previnem o
mulheres com tumores muito pequenos e de baixo risco de recidiva, a maioria das cancro da mama
mulheres irá fazer tratamentos adjuvantes.
Para as mulheres cujo cancro da mama já tenha metastizado, os tratamentos locais Boost: Dose extra de
não conseguem eliminar todos os sítios com tumor. Embora o cancro da mama radiação numa área
avançado dificilmente seja curável, pode ser controlado a longo prazo com os especifica da mama
tratamentos sistémicos. Neste tipo de cancro podem ser utilizados todos os
tratamentos sistémicos, quando um deles deixar de funcionar pode-se utilizar outro Irradiação parcial da
ou uma combinação de outros fármacos. Existem mulheres com cancro da mama mama: Irradiação no local
metastizado que vivem anos ou até décadas com uma boa qualidade de vida. da tumorectomia
Quimioterapia A quimioterapia é a utilização de fármacos para matar as células
Particulas: Pequenas
tumorais. Quando se fala de quimioterapia muitas pessoas utilizam o termo “quimio”. partes da matéria
Este tratamento pode ser administrado sob a forma de comprimidos ou de injetáveis. O
fármaco entra no sangue e mata as células tumorais em todo o corpo. Às vezes a
quimioterapia é utilizada como tratamento neoadjuvante para facilitar a remoção
cirúrgica do tumor. Pode também ser usada para diminuir o tamanho de um tumor com
mais de 5 cm que de outra forma não se podia operar. A quimioterapia é utilizada
como tratamento adjuvante nos casos dos tumores precoces da mama. Nos casos do
tumor, metastizado, o objetivo é o controlo do tumor para permitir à mulher viver mais e
com melhor qualidade de vida.
A quimioterapia poderá ser um só fármaco a que se chama agente único, ou
pode-se utilizar uma mistura de fármacos, neste caso chama-se esquema de
quimioterapia. Um esquema aumenta as probabilidades que várias células tumorais
sejam atacadas de várias maneiras por parte de diferentes fármacos. É importante
definir o objectivo da quimioterapia para escolher o esquema mais adequado a cada
caso. Às vezes opta-se por um agente único porque fornece um bom controlo da
doença com poucos efeitos secundários. Se a doença for muito agressiva, os
médicos podem utilizar esquemas que permitem um controlo rápido da doença mas
com mais efeitos secundários.
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Cancro da mama: Versão 2.2011 35
Parte 4: O tratamento do cancro da mama

A quimioterapia é dada em ciclos de dias de


A quimioterapia adjuvante ou neoadjuvante é mais
tratamentos intervalados por dias de descanso. Estes
eficaz quando são utilizados os esquemas de
ciclos podem variar de acordo com os fármacos
fármacos. Existem várias combinações possíveis. Para
utilizados. Frequentemente são ciclos de 14, 21, ou 28
o cancro metastizado, utiliza-se um agente único ou
dias. Desta maneira, o corpo descansa entre os
esquema até o momento que este deixe de funcionar,
tratamentos e recupera antes do próximo. Um esquema
mudando-se então para outro. Podem ser utilizados
de 3 a 6 meses inclui períodos de terapia e períodos
três esquemas diferentes seguidos em caso de falha
de descanso. Na tabela 3 tem uma lista dos fármacos
de tratamento. Se o tumor for HER2 positivo, os
mais frequentemente utilizados no cancro da mama.
esquemas incluem o trastuzumab.
Tabela 3. Fármacos sistémicos mais comuns para o cancro da mama
Nome Generico Nome de marca Tipo de fármaco
Estadios Precoces
Anastrozol Arimidex® Inibidor selectivo não esteroide da aromatase
Capecitabine Xeloda® Antimetabolito
Carboplatino Paraplatin® Agente alquilante do grupo dos platinos
Cyclofosfamida Cytoxan® Agente Alquilante
Docetaxel Taxotere ®
Inibidor dos microtubulos
Doxorubicina Adriamycin® Antraciclina
Epirrubicina Ellence® Antraciclina
Exemestano Aromasin® Inactivador irreversivel esteroide da aromatase
Fluorouracil 5-FU Antimetabolito
Letrozol Femara® Inibidor competitivo não-esteróide da aromatase
Paclitaxel Taxol® Inibidor dos microtubulos
Tamoxifeno Nolvadex Istubal Valodex Antiestrogénio não-esteróide
Trastuzumab Herceptin® Anticorpo monoclonal anti-HER2 humano

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Cancro da mama: Versão 2.2011 36
Parte 4: O tratamento do cancro da mama

Estadios Avançados
Anastrozol Arimidex® Inibidor selectivo não-esteróide da aromatase
Bevacizumab Avastin® Anticorpo anti factor de crescimento do endotélio vascular (VEGF)
Carboplatina Paraplatin® Agente alquilante de platinos
Capecitabina Xeloda® Antimetabolito
Cisplatina Platinol® Agente alquilante do grupo dos platinos
Cyclofosfamida Cytoxan® Agente alquilante
Docetaxel Taxotere® Inibidor dos microtubulos
Doxorubicina Adriamycin® Antraciclina
Doxorubicina Doxil® Antraciclina
injection
Epirubicina Ellence® Antraciclina
Eribulina Halaven™ Inibidor dos microtúbulos
Etoposido VePesid® Inibidor da Topoisomerase II
Exemestane Aromasin® Inactivador esteróide irreversível da aromatose
Fluorouracilo 5-FU Antimetabolito
Fulvestrant Faslodex® Antagonista dos recetores de estrogéneo
Gemcitabina Gemzar® Antimetabolito: Antagonista da pirimidina
Ixabepilone Ixempra® Inibidor dos microtúbulos
Lapatinib Tykerb® Inibidor da tirosina kinasa intracellular associada ao recetor do factor de
crescimento epidermico e do HER2
Letrozol Femara® Inibidor competitivo não-esteróide da aromatase
Paclitaxel Taxol® Inibidor dos microtúbulos
Tamoxifeno Nolvadex Antiestrogéneo não-esteróide
Istubal
Valodex
Toremifeno Fareston® Antiestrogéneo não-esteróide
Trastuzumab Herceptin® Anticorpo monoclonal anti-HER2 humano
Vinblastina – Agente anti-microtubulo: Alcaloide da vinca
Vinorelbina Navelbine® Agente anti-microtubulo: Alcaloide da vinca

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Cancro da mama: Versão 2.2011 37
Parte 4: O tratamento do cancro da mama

Ensaios clínicos revelaram que os fármacos da quimioterapia


Inibidores da Aromatase. Medicamentos que baixam os
elencados na tabela 3 são seguros e eficazes. É muito
níveis de estrogénio no organismo. Estes medicamentos
importante saber que os melhores fármacos nem sempre
bloqueiam a proteína que produz o estrogénio nas
funcionam e que, embora seguros, podem provocar efeitos
mulheres pós-menopáusicas mas não conseguem parar a
colaterais, por vezes graves. A quimioterapia mata as células
produção de estrogénio da parte dos ovários. Por esta
tumorais mas danifica algumas das normais. O seu médico
razão, só funcionam nas mulheres pós-menopáusicas.
tem que encontrar a dose suficientemente alta para matar as
Três são os fármacos habitualmente utilizados nesta
células tumorais sem destruir muitas células saudáveis.
categoria: anastrozol, letrozol e exemestano.
Como todos os fármacos têm efeitos colaterais, é importante
que faça só aqueles que têm mais probabilidade de funcionar Ablação ovárica. Os ovários são os principais produtores de
para o seu caso. estrogénios na mulher pré-menopáusica. Retirando os ovários,
a maior parte da produção de estrogénios pára. A cirurgia que
Terapêutica Hormonal. Caso o seu tumor seja positivo retira os ovários chama-se ooforectomia. Outra maneira para
para os recetores hormonais (ou hormono-dependente), a parar os ovários é irradiando-os. A terceira maneira para
terapêutica hormonal vai fazer parte do seu tratamento. O pausar os ovários é a utilização de fármacos chamados
estrogénio é uma hormona produzida nos ovários e em agonistas da hormona LHRH (Hormona libertadora da hormona
quantidades mais pequenas na glândula suprarrenal e na luteinizante). Estes medicamentos bloqueiam a produção de
gordura. É uma hormona que pode estimular o crescimento estrogénios do ovário bloqueando a produção da LHRH no
das células tumorais que têm o seu recetor. Quando cérebro.
bloqueamos o estrogénio ou baixamos os seus níveis,
podemos diminuir as probabilidades de se voltar a formar No cancro da mama em estadio inicial, a hormonoterapia é
um cancro da mama. Existem três tipos de terapêutica administrada por 5 anos com o objetivo de prevenir as
hormonal: recidivas. Frequentemente, tanto a quimio como a
Fármacos antiestrogénios. São fármacos que bloqueiam hormonoterapia são utilizadas como tratamentos
os efeitos dos estrogénios no crescimento das células adjuvantes dos tumores hormono-dependentes com
tumorais. Funcionam bloqueando o recetor para o significativa redução do risco de recidiva do cancro. O seu
estrogénio que se encontra na parede externa das células. médico pode alterar o seu tratamento se iniciou-se com
O fármaco antiestrogénio mais frequentemente usado nas tamoxifeno e a seguir entrou na menopausa, trocando-o
mulheres que ainda não estão na menopausa é o com um inibidor da aromatase. É importante completar a
Tamoxifeno. O Toremifeno e o Fulvestrant são fármacos hormonoterapia e não suspendê-la. Estes medicamentos
utilizados as mulheres pós-menopáusicas com cancro da são mais eficazes quando tomados por longos períodos.
mama metastizado. Mais especificamente o Fulvestrant
reduz o número dos recetores do estrogénio.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 38
Parte 4: O tratamento do cancro da mama

A terapêutica hormonal é muitas vezes o primeiro tratamento aplicado nos tumores


avançados da mama, especialmente nos hormono-dependentes. Frequentemente, é Definições:
também utilizada nos tumores recetores hormonais negativos que têm
comportamento semelhante aos positivos. É também a terapêutica utilizada como Suprarenais: Glândulas
acima dos rins que
primeira linha para as metástases ósseas, as metástases assintomáticas ou aquelas
produzem hormonas.
que não afetam órgãos vitais.
Vários tratamentos hormonais funcionam bem ao combater o tumor metastático. Quando LHRH: A hormona que
um deles já não funciona é substituído por outro. Muitas vezes a simples alteração de estimula a hipófise para
um medicamento por outro é suficiente para se controlar a doença por um longo período produzir a hormona LH
de tempo. No caso da doença que avança rapidamente, e caso o seu tumor não tenha (Hormona Luteinizante)
respondido a três tratamentos hormonais de seguida, o seu médico pode passar à Ooforectomia: A cirurgia
quimioterapia. que remove os ovários.
Terapêutica hormonal e menopausa. Como já foi referido, os inibidores de
Ovários: Os órgãos
aromatase não são indicados para as mulheres pré-menopáusicas, por esta razão é
femininos que
muito importante definir se uma mulher é pré ou menopáusica, o que nem sempre
produzem os óvulos.
é fácil. A menstruação pode parar por causa dos tratamentos mas os ovários
continuam a funcionar. Às vezes a quimioterapia suspende a funcionalidade dos Pós-menopausa: A
ovários, mas eles podem reiniciar a produção de estrogénios após os tratamentos. ausência de menstruação
Para se definir o seu estado pré ou menopáusico, o seu médico pode pedir exames pelo mínimo de doze
de sangue para o controlo dos seus níveis hormonais. meses.
Terapêutica direcionada. Existem tratamentos do cancro onde é possível “atacar” Pré-menopausa: A
só as células tumorais e não as células normais, este tipo de tratamentos chama-se existência de
terapêutica direcionada. Um exemplo é o Trastuzumab utilizado nos tumores com menstruação.
altos níveis de proteína HER2. Este medicamento pode ser utilizado em
Tamoxifeno: O fármaco que
neoadjuvância para diminuir o tamanho do tumor para posterior cirurgia. Vários diminui a quantidade de
estudos indicam que é eficaz no tratamento dos tumores precoces HER2 positivos e estrogénio no organismo.
nos tumores metastáticos HER2 positivos. Como terapêutica adjuvante o
Trastuzumab é administrado por via endovenosa por 1 ano. Inicia-se juntamente
com a quimioterapia e a sua administração prolonga-se após o fim da quimioterapia.
Caso o esquema não tenha sido completado antes da cirurgia, pode-se completar
depois.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 39
Parte 4: O tratamento do cancro da mama

4.4 O que são os ensaios clínicos? O objetivo dos ensaios clínicos


Os ensaios clínicos realizam-se para testar os novos
Cada vez estão disponíveis mais tratamentos contra o
tratamentos e para definir se são melhores que os atuais.
cancro graças aos doentes que participam nos ensaios
Um ensaio só se realiza se existir uma boa razão para
clínicos.
acreditar que um novo tratamento, exame ou procedimento
Nestes estudos os novos tratamentos propostos são
possa ser melhor do que o atual. Os tratamentos testados
comparados com os atuais, tais como os descritos na Parte
nos ensaios tornam-se frequentemente tratamentos
4.3. O objetivo de um ensaio clínico é de avaliar qual o
standard, no futuro. Este resultado não se pode obter antes
melhor tratamento contra o cancro, se é o atualmente
da confirmação dos resultados.
aplicado ou o novo proposto. Os ensaios clínicos podem
também estudar novas técnicas de diagnóstico ou de Os ensaios clínicos podem centrar-se em muitos aspetos da
prevenção de uma doença, como melhorar os tratamentos doença como:
existentes ou avaliar a segurança de um novo tratamento. A
• Utilização em novas áreas de medicamentos já
NCCN considera ser boa prática a inclusão de doentes em aprovados para outras patologias (nos EUA pela
ensaios clínicos. FDA), como por exemplo medicamentos eficazes
O seu médico pode perguntar-lhe se está interessada em num tipo de cancro, que testam-se num outro tipo
participar num ensaio clínico. Existem várias vantagens. Em de cancro.
primeiro lugar, vai receber o tratamento mais atualizado • Diferentes maneiras de administração da quimioterapia,
segundo um plano de tratamentos pré-definido. Em segundo, por via oral em vez de injeção na veia do braço.
os médicos que trabalham em ensaios clínicos estão mais • Novos medicamentos que ainda não foram aprovados pela
familiarizados com os novos tratamentos, registam os FDA, como por exemplo ensaio para determinar qual é a
resultados – bons e maus – e comparam estes resultados melhor dose para tratar uma doença com o mínimo de
com os de outros para se definir o melhor tratamento. efeitos secundários.
• Tratamentos alternativos como drogas de ervanária e
Há muitas decisões para tomar depois do diagnóstico vitaminas.
de cancro da mama, uma delas é decidir se participar
• Novos exames de diagnóstico, como exames genéticos,
ou não num ensaio clínico. Fale com os seus médicos,
para identificar os melhores candidatos a um determinado
a sua família e os seus amigos que a ajudarão a tomar
tratamento.
a decisão correta.
• Medicamentos ou procedimentos para aliviar sintomas.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 40
Parte 4: O tratamento do cancro da mama

Fases dos ensaios clínicos Definições:

Existem 4 fases distintas – I, II,III e IV – que vamos descrever utilizando como Medicina Alternativa:
exemplo o tratamento com um fármaco: Tratamentos utilizados em
vez daqueles prescritos
• Fase I do ensaio, procura-se a melhor maneira para se administrar em segurança um pelos médicos
novo medicamento. Os doentes são vigiados atentamente por parte da equipa do
ensaio para se registarem quaisquer efeitos danosos. Nesta fase, o medicamento em Food and Drug
teste já foi testado no laboratório e no modelo animal mas precisa que seja testado Administration (FDA):
nos humanos para se perceber a melhor dose para tratar com menos efeitos Agência federal do
colaterais. Como esta é mesmo a primeira fase, a maioria dos doentes que participam medicamento e dos
já foram submetidos a outros tratamentos. Os médicos começam a dar doses muito alimentos (EUA),
entidade reguladora
pequenas do novo medicamento aos primeiros doentes e vão aumentando a dose nos
grupos posteriores até o aparecimento de efeitos colaterais ou do resultado desejado.
O objetivo principal desta fase é estabelecer a segurança do medicamento, embora
os médicos queiram que os doentes comecem de imediato a beneficiar do tratamento
inovador. Se o medicamento for considerado seguro, passa à segunda fase do ensaio
• Fase II: Testa se um fármaco funciona para um determinado tipo de cancro, e nesta
fase participam doentes para os quais os atuais tratamentos não funcionaram.
Frequentemente, nesta fase testam-se novas combinações de medicamentos. Mais
uma vez os doentes são vigiados para se perceber se o tratamento está a ter algum
sucesso, como por exemplo se diminui o tamanho do tumor, ou algum efeito
secundário. Se um medicamento ou combinação for eficaz passa à fase III do ensaio.
• Fase III: Onde se inclui um maior número de doentes. São estudos
frequentemente randomizados, ou seja, os doentes são colocados num grupo de
tratamento (podem ser mais do que dois grupos) ao acaso, tendo sempre como
grupo de controlo doentes a receber o tratamento standard. Ninguém, nem os
médicos nem os participantes, conhecem qual o tratamento que estão a receber.
Isso pode fazê-la sentir desconfortável mas o seu médico pode explicar-lhe a
metodologia do estudo. Mais uma vez todos os doentes são monitorizados
atentamente.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 41
Parte 4: O tratamento do cancro da mama

O estudo pode ser suspenso se os efeitos Todos os participantes, assinam um


secundários do novo tratamento forem muito consentimento informado que descreve o estudo
severos, ou se um grupo tiver resultados muito em pormenores, incluindo riscos e benefícios.
melhores do que os outros. Esta fase serve para a O seu médico irá facultar-lhe todos os
FDA aprovar o novo medicamento para ser esclarecimentos e o consentimento informado
introduzido ao público. será revisto antes de tomar a sua decisão.
• Fase IV: Estuda os novos medicamentos aprovados e
disponíveis para todos os doentes. Nesta fase, o novo
Como posso saber se há mais ensaios clínicos
tratamento é testado em grande escala, e num grande
que possam ser adequados para mim?
número de doentes com diferentes tipos de cancro.
Desta maneira, podemos obter mais informações Pode encontrar a lista dos ensaios clínicos através da
relativamente aos efeitos secundários a curto e a longo linha grátis do National Cancer Institute (NCI) Cancer
prazo, e à segurança. Existem efeitos secundários que Information Service 1-800-4-CANCER (1-800-422-6237)
só se irão manifestar na fase IV. Os médicos têm a ou através do site da NCI clinical trials
possibilidade de conhecer melhor a maneira de atuação www.cancer.gov/clinicaltrials. Segundo as informações
do novo fármaco e se pode ser benéfico caso seja fornecidas, estes serviços elaboram uma lista de ensaios
utilizado de outra maneira, como por exemplo, clínicos que se possam aplicar ao seu caso. Ser-lhe-á
combinado com outro tratamento. perguntada a residência e a disponibilidade de se
A decisão de participar num ensaio clínico deslocar para um centro de tratamento mais próximo da
sua área.
Caso queira participar num ensaio clínico pergunte ao
seu médico quais os ensaios existentes no local onde
está a ser tratada. Definições:
Caso existam, terá de ser avaliada, para ver se
cumpre as condições impostas pelo ensaio. Nos Grupo de controlo: Os participantes de um
ensaios, os participantes são habitualmente doentes ensaio que não recebem um novo tratamento
com tumores de características parecidas e estado de Consentimento informado (ICF): O documento
saúde semelhante para garantir que as melhorias são que descreve um estudo e necessita a
devidas ao tratamento que se propõe e não a assinatura do participante
diferenças entre os doentes. Mesmo que reúna as
condições, é sempre a sua opção que determina a Randomizado: A distribuição em grupos por acaso.
participação no ensaio.
NCCN Linhas de orientação para doentes™:
Cancro da mama: Versão 2.2011 42
Parte 5: Tratar dos sinais e dos sintomas

Parte 5: Tratar dos sinais e dos sintomase


5.1 Efeitos secundários mais frequentes
Pontos principais Todos os tratamentos de cancro da mama têm efeitos
• Todos os tratamentos do cancro da secundários que se manifestam através de sintomas físicos ou
mama podem provocar sinais e sintomas psicológicos desagradáveis. Cada pessoa reage de modo
diferente ao tratamento. Estar informada sobre o estadio do seu
indesejados
tumor e os tratamentos disponíveis ajudá-la-á a antecipar de
• Nem todas as mulheres têm os mesmos forma mais positiva os problemas que vai enfrentar, embora
sintomas ou com mesma gravidade ninguém possa prever como vai responder a esses tratamentos.
• Alguns efeitos secundários (colaterais) Os sintomas e a sua gravidade variam de mulher para mulher,
dos tratamentos são graves e precisam apesar de terem sido tratadas da mesma maneira. Neste
ser vigiados regularmente. capítulo, descrevemos os efeitos secundários que mais
frequentemente resultam do tratamento do cancro da mama.
• Se desejar ter filhos, fale com o
seu médico antes de iniciar Efeitos secundários da cirurgia
qualquer tratamento. A dor e o inchaço são efeitos secundários da cirurgia que
retira o tumor. Por norma, estes sintomas desaparecem
• Fale com a equipa médica acerca poucas semanas após a cirurgia. Deve falar com o seu
do tratamento do cancro e dos médico ou enfermeiro(a) em caso de os sintomas
sintomas. permanecerem.
Tanto o esvaziamento ganglionar axilar como a biopsia do
• A reconstrução mamária é uma gânglio sentinela têm efeitos secundários, embora sejam mais
opção. frequentes e graves no caso do esvaziamento axilar. O
linfedema é o inchaço do braço devido a acumulação da linfa
• Embora possa optar pelo não e pode ser permanente. Provoca desconforto para a maioria
tratamento do cancro da mama, das mulheres mas não é incapacitante. Não existe nenhuma
pode aliviar os sintomas. maneira de prever quais as mulheres ou quando vão
desenvolver linfedema. Pode desenvolver-se imediatamente
após a cirurgia, ou então meses ou anos depois. Uma em
cada 10 mulheres que foram submetidas a esvaziamento e 1
em cada 20 que foram submetidas a biopsia do gânglio
sentinela vão desenvolver linfedema do braço.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 43
Parte 5: Tratar dos sinais e dos sintomas

Efeitos secundários da radioterapia Infeções, febre e diminuição de glóbulos brancos. Muitos


Inchaço e sensação de peso da mama, alterações da dos medicamentos da quimioterapia provocam estes efeitos
pele tipo queimadura do sol no local irradiado e cansaço secundários porque têm como alvo células que se multiplicam
são os efeitos secundários mais frequentes da rapidamente. Os glóbulos brancos regeneram-se muito
radioterapia. As alterações da mama e da pele rapidamente, daí serem tão sensíveis à quimioterapia. Dado
desaparecem habitualmente após 6 a 12 meses. Em que os neutrófilos são células que combatem as infeções
algumas mulheres, a mama poder ficar mais dura e mais bacterianas, o seu médico vai monitorizá-las (bem como
pequena depois da radioterapia. Outras mulheres sentem outras células sanguíneas) antes cada ciclo de quimioterapia.
dor na mama. Em casos raros, pode haver uma fratura Caso se encontrem em número muito baixo irá adiar o ciclo
de costela ou surgir um segundo tumor devido à ou reduzir a dose que tem de receber.
radiação. O número destas células atinge o ponto mais baixo
alguns dias depois da quimioterapia, e nesta altura o
Efeitos secundários da quimioterapia
organismo tem dificuldade em combater uma infeção. Deve
Os efeitos colaterais da quimioterapia dependem do contactar o seu médico se tiver febre acima dos 38,3 °C. Nos
medicamento, da quantidade administrada, da duração esquemas de tratamento, onde esta baixa de glóbulos
do tratamento e da pessoa que a recebe. Algumas brancos é previsível, o médico pode administrar outros
mulheres apresentam muitos efeitos secundários, medicamentos chamados fatores de crescimento que
outras muito poucos. Alguns podem ser muito graves e estimulam a produção das células brancas.
outros só desagradáveis. Os efeitos colaterais incluem:
Hemorragias e hematomas
Problemas cardíacos. A Doxorubicina e a Epirubicina As plaquetas são as células responsáveis por estancar uma
podem provocar danos cardíacos, mas isto não é hemorragia (sangramento) formando coágulos. Durante a
frequente nas mulheres sem patologia cardíaca de base. quimioterapia, é frequente uma diminuição do seu número. O
Também o Trastuzumab pode provocar perturbações seu médico irá monitorizar as plaquetas e mudar o esquema
cardíacas, em alguns casos. Caso tenha algum problema de tratamento, se houver necessidade.
cardíaco, o seu médico irá pedir exames ao coração Náusea e vómitos são efeitos secundários muito
antes de iniciar tratamentos. Felizmente, embora graves, frequentes. O seu médico pode prescrever-lhe
estes danos cardíacos não são frequentes. medicamentos que vão reduzir estes sintomas, e cuja
toma pode ser iniciada antes da quimioterapia. É muito
importante tomar estes medicamentos porque é mais
fácil prevenir a náusea e os vómitos do que pará-los
uma vez começados.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 44
Parte 5: Tratar dos sinais e dos sintomas

Efeitos secundários mais frequentes Notas::


Cirurgia da mama
Inchaço Dor &LFDWUL]

Cirurgia dos gânglios Linfedema


Mamas mais pequenas e
Dormência na pele Radioterapia endurecidas
ou no braço a curto
ou a longo prazo Inchaço, dor, Cansaço
sensação de peso na mama
Dificuldades na Fratura de costela
movimentação do Alterações da pele tipo
braço e do ombro queimadura do sol Segundo cancro

Quimioterapia
Problemas cardíacos Náusea, vómitos Cansaço
Infeções, febre, baixa Menopausa precoce Aftas na boca
de glóbulos brancos
Perda de apetite Queda do cabelo
Hemorragia e hematomas
Hormonoterapia
Afrontamentos, corrimento Tromboembolismo venoso Osteoporose,
vaginal, alterações do (trombos) fraturas nos ossos,
humor dores nas
Cancro do endométrio, articulações
sarcoma do útero
Terapêutica direcionada
Problemas cardíacos

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Cancro da mama: Versão 2.2011 45
Parte 5: Tratar dos sinais e dos sintomas

Menopausa e infertilidade. Com a Efeitos secundários da hormonoterapia


quimioterapia as mulheres pré-menopáusicas
podem entrar em menopausa. Embora Em muitas mulheres, o Tamoxifeno provoca os sintomas da
possam continuar a menstruar, podem não menopausa que incluem afrontamentos, corrimento vaginal e
ser capazes de engravidar. Existe uma alterações do humor. O Tamoxifeno tem dois efeitos secundários
relação direta entre a idade da mulher e o que são graves mas felizmente raros: 1) ligeiro aumento do risco de
surgimento destes efeitos. Alguns dos cancro do endométrio e de sarcoma do útero e 2) ligeiro aumento
fármacos utilizados podem provocar com de risco de tromboembolismo venoso (figura 15)
maior frequência esta menopausa precoce. Fale com o seu médico se tiver sangramento vaginal anormal
porque pode ser um sinal de cancro do endométrio. Diga se
A gravidez deve ser evitada durante estes apresentar inchaço e dor nas pernas ou nos braços porque são
tratamentos que podem causar graves efeitos sinais de tromboembolismo venoso. Para a grande maioria das
no feto e interferir na eficácia do tratamento. mulheres, o benefício do tamoxifeno ultrapassa grandemente os
Se tiver menstruações antes de iniciar a riscos.
quimioterapia deve tomar medidas
anticoncepcionais. 7URPER
7XPRUGR
Outros efeitos secundários. Pode sentir ~WHUR
falta de apetite, cansaço, aftas na boca ou
queda do cabelo. O seu médico(a) ou
enfermeiro(a) pode indicar-lhe maneiras de
enfrentar estes efeitos do seu tratamento.

7XPRUGR
HQGRPHWULR

Figura 15.
Efeitos secundários raros mas graves da hormonoterapia
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Cancro da mama: Versão 2.2011 46
Parte 5: Tratar dos sinais e dos sintomas

Os inibidores da aromatase têm sido comparados com o tamoxifeno como Definições:


terapêuticas adjuvantes. Têm efeitos secundários diferentes porque não provocam
cancro do útero e muito raramente provocam o aparecimento de trombos. Podem Deformações do feto:
provocar osteoporose e fraturas ósseas porque retiram completamente o estrogénio alterações físicas ou
mentais no
do organismo das mulheres pós-menopáusicas. Com o controlo da densidade óssea
recém-nascido
é possível identificar pontos de fraqueza no osso antes que haja uma fratura. O seu
médico pode prescrever medicamentos para fortalecer os seus ossos, se for Cancro do endométrio:
necessário. Cancro da camada
Às vezes, os inibidores de aromatase provocam afrontamentos e dor nas interna do útero
articulações. Embora se tratem de efeitos menores, algumas mulheres Infertilidade:
suspendem os tratamentos porque sentem bastante desconforto. Fale com o seu Incapacidade física de ter
médico porque pode substituir o medicamento e prescrever-lhe outro com a crianças
mesma eficácia e menos efeitos secundários. Osteoporose: A doença
Efeitos secundários do Trastuzumab que provoca o
enfraquecimento dos
O Trastuzumab pode afetar o coração. Deve ser utilizado com cuidado quando ossos
se combina com a doxorubicina ou a epirubicina. Pode necessitar de fazer uns
Sarcoma do útero:
exames ao coração durante o tratamento com este medicamento.
Forma de cancro do útero
Tromboembolismo
5.2 Ainda posso ter filhos? venoso:
Muitas mulheres jovens com cancro da mama ficam preocupadas com a Trombo no interior de
capacidade de ter filhos a seguir aos tratamentos. A quimioterapia para a uma veia
menstruação mas esta regressa habitualmente 2 anos após o final dos
tratamentos. É importante saber que o facto de ter menstruação não significa a
100% a possibilidade de engravidar. Não é possível assegurar que vai recuperar
a sua fertilidade depois da quimioterapia. Algumas mulheres recuperam, outras
não. Se desejar engravidar no futuro, fale com um médico especialista nos
assuntos da fertilidade antes de iniciar quimioterapia.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 47
Parte 5: Tratar dos sinais e dos sintomas

Não deve engravidar enquanto estiver


/DTXHDomRGHWURPSDV
sob radioterapia, hormonoterapia ou
quimioterapia. Apesar de não ter
menstruação, ainda existe a
7URPSDV
possibilidade de engravidar. É muito 3UHVHUYDWLYR
importante que utilize um método
2YiULR
anticonceptional fiável. Não deve utilizar
ÒWHUR
pílulas hormonais durante e depois do
tratamento do cancro da mama.
Existem outras maneiras, como 9DVHFWRPLD
métodos de barreira, dispositivos
intrauterinos ou se não desejar outra 'LVSRVLWLYRLQWUDXWHULQR 9DVRVGHIHUHQWHV
gravidez, laqueação de trompas ou EORTXHLDGRV
vasectomia para o seu companheiro
(Figura 16).. (VSHUPD

Algumas mulheres descobrem que têm


cancro da mama durante uma gravidez. 'LDIUDJPD
Se isso acontecer durante o 1º trimestre
da gravidez, deve interrompê-la e Figura 16. Métodos contraceptivos para a mulher com cancro da mama e para o
concentrar-se no tratamento do cancro. seu companheiro
Illustration Copyright © 2011 Nucleus Medical Media, All rights reserved. www.nucleusinc.com
Quem optar por continuar com a
gravidez, irá fazer mastectomia com As mulheres grávidas no 2º ou 3º trimestre podem fazer mastectomia ou
estadiamento ganglionar axilar e terá cirurgia conservadora seguida de quimioterapia. Esta também pode ser
que aguardar pelo 2º trimestre para administrada se necessário, antes da cirurgia. Em todos os casos, a
iniciar a quimioterapia. Este período de radioterapia e a hormonoterapia só devem ser iniciadas após o parto.
espera é necessário porque no 1º A seguir a uma cirurgia conservadora poderá amamentar, embora a
trimestre o bebé cresce rapidamente e é quantidade e qualidade do leite seja menor. Não deve amamentar se
muito sensível aos fármacos da estiver sob quimioterapia ou hormonoterapia.
quimioterapia que lhe podem provocar
deformações graves. Durante o 2º e 3º
trimestre os riscos para o feto são
menores.
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Cancro da mama: Versão 2.2011 48
Parte 5: Tratar dos sinais e dos sintomas

5.3 Controlo dos sintomas Definições:


Embora este guia seja maioritariamente dedicado aos tratamento do cancro da Métodos de barreira:
mama, preservar a sua qualidade de vida é um outro objetivo muito importante. Dispositivos que impedem o
Procure desempenhar um papel ativo no seu tratamento o que a fará sentir esperma de entrar no útero
melhor. O conhecimento dos efeitos colaterais do seu tratamento possibilitará o
Trompas de Falópio: O
reconhecimento dos mesmos mais cedo e assim, poderá relatá-los de imediato órgão feminino que
à equipa médica. transporta o óvulo do
Existem maneiras eficazes de tratar os sintomas do cancro e os sintomas ovário ao útero
provocados pelo seu tratamento. Alterações no seu modo de vida, na dieta ou o
uso de medicamentos naturais podem ser úteis. Por exemplo, algumas Dispositivos intrauterinos:
medidas que pode adotar para evitar ou controlar o linfedema são: Dispositivos que colocados no
útero libertam fármacos que
previnem a gravidez
• Evite as colheitas de sangue no braço do mesmo lado que foi operado.
Laqueação de trompas:
• Evite medir a tensão arterial ou a colocação de agulhas neste braço. Cirurgia que impede a passagem
dos óvulos através das trompas
• Utilize as mangas de compressão. de falópio ao útero
• Utilize luvas sempre que exista risco de se cortar. Canal deferente. O
• Fale diretamente com o seu médico quando notar inchaço ou aperto na mão. órgão masculino que
transporta o esperma
• Quando administrados corretamente há medicamentos que podem aliviar dos testículos ao pénis
os sintomas sem provocar outros. Por exemplo, medicamentos como o
denosumab, o zolendronato e o pamindronato podem tratar a perda óssea e Vasectomia: Cirurgia
habitualmente administram-se com cálcio e suplementos da vitamina D. para impedir a passagem
de esperma através do
canal deferente.
Aliviar os sintomas pode ajudá-la a ser mais ativa e indiretamente pode
ajudá-la a viver mais tempo. Não hesite em falar dos seus sintomas ou de
outros assuntos relacionados com a sua qualidade de vida com a equipa
médica. Só assim eles poderão saber como está e como se sente.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 49
Parte 5: Tratar dos sinais e dos sintomas

5.4 Reconstrução mamária


A mastectomia retira a mama inteira. Depois de uma mastectomia, uma
mulher pode querer “refazer” a sua mama. (Figura 17). A reconstrução
da mama implica mais uma cirurgia que pode ser realizada ao mesmo
tempo com a mastectomia ou depois, em diferido. O seu cirurgião pode
utilizar prótese ou tecido de outras partes do seu corpo para reconstruir 3HOH
a sua mama.
A decisão do tipo de reconstrução depende de vários fatores:

• A sua preferência pessoal

• O tamanho e a forma da sua mama


• O tamanho e a forma do seu corpo 0~VFXOR
• O seu estilo de vida (com ou sem atividade física)
• Os detalhes da sua cirurgia anterior (ex. a quantidade de
tecido removido)
• A necessidade ou não de quimioterapia ou radioterapia
3UyWHVH
É uma decisão que vai tomar com o seu médico. Se pondera a
reconstrução da sua mama, deve comunicr essa intenção ao
seu médico no momento de planear o tratamento do cancro.

Figura 17.
Mama reconstruída com prótese
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Cancro da mama: Versão 2.2011 50
Parte 5: Tratar dos sinais e dos sintomas

5.5 Cuidados paliativos Notas:


Algumas mulheres com cancro avançado optam por não continuar os tratamentos
propostos. Nestas situações, têm como opção os cuidados paliativos. Estes
tratamentos têm como objetivo o controlo do sofrimento e não o tratamento da
doença. Um exemplo são os medicamentos contra a dor. Retirar um tumor ou matar
as células tumorais pode fazê-la sentir melhor, mas quando isso não é possível,
existem sempre outras opções. Não há nenhuma razão para ter dor ou sentir
desconforto visto que se pode recorrer a tratamentos de suporte. Há doentes que
pensam que não há nada que se possa fazer, mas isto não é verdade. Fale com a
equipa que está a tratar de si, se não o fizer vai perder a oportunidade de manter a
sua qualidade de vida durante maior tempo possível.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 51
Parte 6: Para além dos tratamentos comuns

A medicina alternativa é utilizada em substituição da


Pontos Principais medicina tradicional. Alguns destes tratamentos são
apresentados como a cura embora isso não tenha sido
• Informe o seu médico sobre terapêuticas comprovado. Se existisse evidência científica que estes
alternativas que esteja a fazer. tratamentos curassem o cancro seriam incluídos
nestas linhas de orientação.
• Existe ajuda para todos os desafios que
É muito importante informar os seus médicos se estiver
vai ter de enfrentar a fazer este tipo de tratamentos, por duas razões:
• Os cuidadores que não ignoram as (1) Podem ajudá-la a perceber qual pode ser
benéfico ou inútil.
próprias necessidades cuidam melhor
(2) Podem interferir com o seu tratamento e
as pessoas de quem gostam. prejudicar a sua saúde.

6.2 Que mais posso fazer?


6.1 Existem outros tratamentos? Para a maioria dos doentes com cancro a maior preocupação é
saber se o tratamento resulta. Contudo, a doença em si é muito
Pessoas de família ou amigos podem ter-lhe falado de
complicada e traz inúmeros constrangimentos físicos e
outros tratamentos. Podem sugerir suplementos ou
psicológicos. É importante conhecer esses constrangimentos,
medicamentos alternativos tais como vitaminas,
falar com a equipa que está a cuidar de si e utilizar todo o apoio
medicamentos de ervanária, ou métodos para a redução
disponível. Não fique à espera até não poder mais para colocar
do stress. Estes tratamentos, que habitualmente não são
estas questões ou as suas dúvidas. Existe uma maneira de lidar
prescritos pelos médicos ,hoje em dia estão a ser muito
com a maioria dos problemas que está a enfrentar.
explorados.
Cada um reage de maneira diferente. A sua reação pode
A medicina complementar inclui tratamentos em conjunto ser condicionada pelo seu caracter, personalidade,
com os tratamentos médicos. São exemplos a saúde, apoio e outros fatores. Pode ajudar-se a si própria
acupuntura para controlar a dor ou a prática de yoga informando-se sobre os possíveis desafios e tomando
para o relaxamento. Muitos destes tratamentos estão a uma atitude pró-ativa. No capítulo 9 existe uma lista de
ser objeto de estudos para determinar o seu benefício. sugestões para poder cuidar de si.
Alguns, embora não destinados a matar células
tumorais, podem melhorar o seu conforto e bem-estar.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 52
Parte 6: Para além dos tratamentos comuns
Ser "doente com cancro” Notas:
Ouvir “você tem cancro”, é uma coisa que muda a nossa vida. Ter cancro da mama
significa que tem de se lidar com grandes mudanças, gerir as consultas médicas,
pensar como irá cuidar dos seus filhos, faltar ao emprego, sentir que se perde o
controlo da própria vida, e até pensar na morte. Há mulheres que tentam manter a
sua vida dentro da maior normalidade possível, outras mudam a própria vida
radicalmente. Seja como for, as sobreviventes referem que durante o período dos
tratamentos, ser doente com cancro passa a ser uma tarefa a tempo inteiro. Requer
o maior empenho em termos de tempo e energia e é de difícil adaptação. Entender
queo impacto que o cancro tem na sua vida é grande pode ajudá-la a encontrar as
forças de que precisa.

Ter um plano de tratamentos


Uma das melhores maneiras de ter a certeza que concorda com os tratamentos que
lhe estão a ser propostos é tê-los por escrito. Um plano de tratamento incluirá a
informação relativa ao seu tumor, o tratamento, os efeitos secundários, questões
físicas e psíquicas. Deverá incluir os seus objetivos pessoais e outros métodos de
ajuda à sua recuperação.
Caso seja fumadora, o seu plano deverá incluir estratégias para deixar de fumar.
Deixar de fumar vai melhorar o seu estado de saúde, vai devolver-lhe o olfato e
assim poderá apreciar melhor uma dieta saudável. Se bebe álcool, o seu plano terá
de incluir um limite.
O plano dos tratamentos é importante para todas as pessoas, independentemente
do estadio da doença mas tornam-se cruciais para as doentes que podem não
sobreviver ao cancro. Este plano pode incluir a maneira como deseja ser tratada
quando a doença avançar mais ou até indicações para o momento final.
Os planos são importantes caso decida mudar de médico ou quando volte ao seu
médico inicial. Peça a ajuda da equipa médica para criar o seu plano de
tratamentos.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 53
Parte 6: Para além dos tratamentos comuns

Ansiedade e depressão Cansaço


Estes sentimentos são frequentes nos doentes com O cansaço é um dos problemas mais frequentes dos
cancro. Muitas mulheres sentem-se ansiosas antes de doentes com cancro. Pode começar durante ou após os
fazer a sua biopsia e enquanto aguardam os resultados. tratamentos e pode ter repercussões graves na sua vida.
Para outras, a ansiedade não passa de um problema O cansaço causado pelo cancro é diferente do cansaço
menor já que se sentem ansiosas sempre que vão ao comum porque aparece de repente e não melhora com o
médico. Podem existir momentos de depressão sono. Algumas mulheres descrevem-no como
principalmente durante a parte mais difícil dos “paralisante”. Os investigadores não têm a certeza qual a
tratamentos. Contudo, para algumas mulheres, a causa deste cansaço. Surpreendentemente, há ensaios
ansiedade torna-se grave, dificulta e limita a sua vida e a clínicos que demonstram que o exercício físico melhora
sua capacidade de relacionamento com as outras este tipo de cansaço. Fale com a sua equipa e encontre
pessoas. um programa de exercício adequado.
Se estiver ansiosa ou deprimida consulte o seu médico.
Procure conhecer os seus níveis de energia e tente
Muitas pessoas não falam das suas emoções apesar de
preservá-la. Planeie as suas tarefas, descanse, limite as
existir auxílio adequado. Existem grupos de apoio ou
atividades, estabeleça prioridades. Uma boa alimentação
medicação para o efeito. Algumas mulheres melhoram
e o controlo do stress podem ser uma grande ajuda.
com o exercício físico, com os desabafos com os
Lembre-se que existem muitas atividades divertidas que
familiares ou amigos e com a utilização de técnicas de
a podem fazer sentir melhor e que não requerem muita
relaxamento ou de meditação. A sua equipa médica tem
energia, tais como fazer puzzles, visitar os amigos, ler
a formação necessária para a ajudar.
livros, ver televisão, ir ao cinema ou até sentar-se numa
esplanada.
Se sentir este tipo de cansaço fale com a sua equipa e
elabore com eles um plano individual para si.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 54
Parte 6: Para além dos tratamentos comuns

Dor Notas:
Ter dor é o maior receio dos doentes. A boa notícia é que é possível controlar a
dor com medicamentos em doses adequadas. Os medicamentos permitem à
maioria dos doentes fazer a sua vida o mais normal possível. Não sofra em
silêncio. Fale com os seus médicos acerca do controlo da dor.

Imagem corporal
Muitas mulheres temem pela sua imagem durante e depois dos tratamentos.
As preocupações mais frequentes são a queda do cabelo durante a
quimioterapia, as cicatrizes da cirurgia, as alterações da mama após a
radioterapia. A adaptação a estas alterações pode ser difícil. Pode também
estar preocupada com a reação do seu companheiro. Procure ver-se ao
espelho e toque o seu corpo. Não receie em perguntar ao seu companheiro o
que pensa do seu corpo. Há quem não veja cicatrizes mas sim troféus na
batalha da sobrevivência. Conversar com o seu companheiro ajudará ambos
a adaptarem-se a esta nova condição. Por outro lado, não se esqueça que
tem sempre a possibilidade da reconstrução e de utilizar roupa adaptada às
suas necessidades.

Sexualidade
A sexualidade é uma preocupação frequente nas mulheres com cancro da
mama. Para além das alterações no corpo, alguns tratamentos alteram os
níveis hormonais que podem afetar o seu interesse ou recetividade sexual.
As mulheres mais jovens podem achar isto preocupante se, por exemplo,
não tiverem uma relação estável ou caso estejam a ponderar ter filhos. Os
parceiros também poderão ter este tipo de preocupações. Poderão ter
dúvidas e dificuldades em expressar física e emocionalmente o seu amor.
Pode levar algum tempo até que voltem a sentir-se amantes em vez de
apenas prestadores de cuidados. Partilhar as suas necessidades e desejos
pode ser vantajoso para os dois.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 55
Parte 6: Para além dos tratamentos comuns

Alimentação
É possível que tenha de enfrentar desafios diferentes
Algumas mulheres perdem peso e outras engordam durante
daqueles que descrevemos aqui. O importante é
os tratamentos. Em todos os casos é sempre importante
lembrar-se que cada um tem a sua força e o seu
fazer uma alimentação equilibrada. Decorrendo do tipo de
talento. Utilize os seus para lidar tanto com o cancro
cancro e de tratamento que está a fazer poderá sentir
como com o seu tratamento. Mantenha as relações
alterações do sabor, perda de apetite, dificuldade em ingerir
com amigos e família. Diga-lhes o que precisa. A
ou digerir alimentos ou poderá tornar-se menos ativa. Para
maioria das pessoas à sua volta ficará feliz por saber
algumas mulheres os níveis de stress ou de ansiedade têm
quais são as suas necessidades. Se tem uma religião,
repercussão na maneira como se alimentam. Tenha em
a sua fé e a da sua comunidade podem ajudá-la.
atenção as suas necessidades durante e após os
Existem profissionais de saúde mental, assistentes
tratamentos e fale com um nutricionista. É muito importante
sociais e serviços pastorais que podem ajudá-la a lidar
ingerir as calorias necessárias, beber muitos líquidos e fazer
com a sua doença. Pode frequentar grupos de apoio
uma alimentação equilibrada.
onde poderá contatar com outros sobreviventes de
Exercício físico cancro. Na página da NCCN (NCCN.com) pode
Até muito recentemente o exercício físico não era encontrar mais informações.
recomendado durante os tratamentos. Novos dados, porém,
demonstraram que o exercício moderado pode ser benéfico
para a maioria dos doentes. Pode ajudar as mulheres a
manter o seu tónus muscular e a sua saúde, a criar bons
hábitos alimentares e a diminuir o stress. Os programas de
exercício podem variar de acordo com cada situação
particular, por isso fale com a equipa médica.
Ser uma sobrevivente.
Sobreviver ao cancro começa no dia do diagnóstico e é uma
condição para toda a vida. Para muitas mulheres o fim dos
tratamentos é um misto de grande alegria mas também de
ansiedade. Esta é uma reação normal. Pode precisar de
ajuda para enfrentar as questões que surgem depois dos
tratamentos ou quando as consultas já não são tão
frequentes. .

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Cancro da mama: Versão 2.2011 56
Parte 6: Para além dos tratamentos comuns

6.3 Cuidar dos cuidadores Notas:


Ninguém passa por uma experiência como o cancro sozinho. Ter cancro afeta os
familiares, os amigos e especialmente aqueles que cuidam do doente. Este cuidado
pode assumir várias formas e mudar ao longo das várias fases da doença. Pode
variar desde um apoio emocional a cuidados médicos em casa. Os cuidadores muitas
vezes assumem grandes responsabilidades a sós, como por exemplo, manter a
normalidade do dia-a-dia da família. São eles que têm, na maioria das vezes, o papel
crucial de explicar o que se passa aos outros, incluindo filhos, amigos e equipa de
tratamento.
É natural que os cuidadores se concentrem nas necessidades dos seus entes
queridos, mas é fundamental que cuidem deles próprios. O tratamento do cancro
pode durar meses ou anos, e muitas vezes os cuidadores dizem ficar exaustos, na
luta para enfrentar os desafios físicos e mentais derivados de todo o processo. No
capítulo 9, existe uma lista com sugestões para os cuidadores tratarem deles
próprios, para que consigam prestar o melhor apoio e cuidado àqueles de quem
gostam.

NCCN Linhas de orientação para doentes™:


Cancro da mama: Versão 2.2011 57
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

Pontos Principais: O objectivo deste guia é de facilitar a


compreensão dos vários tratamentos do
• Os exames inciais para a deteção do cancro da mama cancro da mama.
incluem mamografia e biópsias. Nestas páginas vai ver passo a passo como
• O carcinoma lobular não invasivo habitualmente é tratado pode tomar, juntamente com seu médico, as
com biopsia cirúrgica e possivelmente com terapêutica de várias decisões decisões relativas
redução de risco. aos seus tratamentos.
• O carcinoma ductal não invasivo é tratado ou com cirurgia Nas páginas seguintes vai encontrar
conservadora da mama ou com mastectomia, desenhos que explicam o fluxo de cada
habitualmente seguidas por tratamentos de redução de plano de tratamento. Foi feito um esforço
risco. para que este guia se torne o mais
• O carcinoma invasivo é tratado com cirurgia que remove o compreensível e de fácil leitura.
tumor e os gânglios, habitualmente seguido por radioterapia. Algumas palavras com as quais pode não
ser familiar são explicadas na própria página
• A hormonoterapia adjuvante é frequentemente utilizada nos e no dicionário da Parte 8.
tumores positivos para recetores hormonais e o Para mais informações relativas aos
Trastuzumab nos HER2 positivos. A quimioterapia adjuvante exames e aos tratamentos pode rever as
é utilizada quando há um risco maior de recidiva. Partes 2 a 6.
• A cirurgia conservadora da mama para tumores grandes é Este guia é organizado por estadio clínico.
possível ser realizada após tratamentos sistémicos com Deve ter a certeza que possui esta
quimioterapia neoadjuvante . informação.
• Os tumores avançados e os inflamatórios são tratados Lembre-se sempre que este guia foi
com múltiplas abordagens que podem incluir: cirurgia, realizado para ser utilizado juntamente com
radioterapia, quimioterapia, hormonoterapia e/ou o seu médico que conhece a sua situação,
trastuzumab. a sua história clínica e as suas opções
pessoais.
• A reconstrução mamária pode ser realizada no mesmo
Na Parte 9 vai encontrar um registo de
tempo com a cirurgia do tumor ou mais tarde.
tratamentos que pode imprimir e levar
• Os exames de seguimento incluem exames clínicos e consigo em cada sua ida ao médico.
mamografias.

NCCN Linhas de orientação para doentes™:


Cancro da mama: Versão 2.2011 58
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo
7.1 Carcinoma in situ Definições
:
A Parte 7.1 deste guia refere-se às mulheres com tumores estadio 0: o Carcinoma Bilateral: Nos dois lados
Lobular in situ e o Ductal in situ . Os tumores deste tipo estão localizados do corpo, ambas as
exclusivamente nos lóbulos ou nos ductos da mama mamas
Carcinoma in situ: Tumor
7.1.1 Carcinoma Lobular in situ da mama que não se
espalhou além dos ductos ou
Exames iniciais e tratamento lóbulos

Exames Tratamento Cancro da mama invasivo:


Cancro que já passou a
gordura da mama
História clínica e
exame objetivo Mamografia: Um exame
Seguimento se biópsia cirúrgica que vê o tecido da mama
Mamografia bilateral através de raios-X
diagnóstica
Biópsia com agulha:
Cirurgia se biopsia com agulha
Revisão da anatomia Inserir uma agulha no corpo
patológica da biopsia e retirar uma amostra de
tecido
Seguimento: controlo
No caso do CLis, o seu médico vai colher a história clínica e fazer o exame regular para detectar
sinais de cancro
objetivo. Com uma mamografia bilateral de diagnóstico vai verificar se existem
áreas anormais em ambas as mamas. A revisão das amostras pelo Anatomopatologista: o
anatomo-patologista vai confirmar o diagnóstico e vai permitir a exclusão de médico especialista na
componente invasivo ou de outras patologias. análise de células e tecidos
para identificar doenças

NCCN Linhas de orientação para doentes™:


Cancro da mama: Versão 2.2011 59
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

%LySVLDFRP %LySVLD([FLVLRQDO
O CLis habitualmente é tratado com a DJXOKD
biopsia excisional que retira o tumor maligno
(Figura 18). Se tiver tido uma biopsia com
agulha, o tumor terá de ser removido
totalmente com cirurgia. Para o CLis não é $PRVWUD
necessária uma biopsia ganglionar. Depois
da cirurgia, a maioria das mulheres optam
7XPRU
pelo seguimento uma vez que o CLis não é Figura 18.
um cancro invasivo. Ainda assim, estas Biopsias de
mulheres têm um risco aumentado de cancro da mama
Illustration Copyright ©
desenvolver um tumor invasivo. 2011 Nucleus Medical
Media, All rights reserved.
Depois do tratamento do CLis www.nucleusinc.com

Existem várias maneiras para se reduzir o


risco de um cancro invasivo da mama. O
seu médico pode aconselhá-la. Se for Diminuição do risco Exames de seguimento
pré-menopáusica, pode tomar o Mamografia anual e
tamoxifeno por 5 anos, as mulheres Só seguimento
pós-menopáusicas podem tomar o Exame objectivo cada 6 a 12 meses
tamoxifeno ou o raloxifeno. Mulheres pós-menopausa com
Caso tenha história de cancro da mama na útero, a tomar tamoxifeno
família, existe um risco mais elevado de ter Mamografia anual e
Hormonoterapia
um carcinoma da mama invasivo. A Exame objectivo cada 6 a 12 meses
mastectomia bilateral profiláctica pode ser Exame ginecológico anual
Outras mulheres
uma opção. O seu médico pode ajudá-la a
tomar essa decisão. Antes disso, deverá Mamografia anual e
fazer testes genéticos. A reconstrução Exame objectivo cada 6 a 12 meses
mamária pode ser realizada no mesmo Mastectomia bilateral Conforme indicado
tempo operatório ou em tempo diferido.
Cancro da mama Invasivo, veja Parte 7.2.
Recidiva, veja Parte 7.7.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 60
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

Caso optar por seguimento ou hormonoterapia, os exames de seguimento são


iguais. Deve fazer uma mamografia anual e ser submetida a exame objetivo a cada Definições:
6 a 12 meses. A exeção são as mulheres pós-menopáusicas que ainda tenham Reconstrução mamária:
útero e que estejam a tomar o tamoxifeno. O tamoxifeno aumenta o risco de cancro Cirurgia para criar umas
do endométrio. Se for este o seu caso, deve ser submetida a exame ginecológico novas mamas
anual e falar com o seu médico se apresentar qualquer hemorragia vaginal. As Cancro do endométrio:
mulheres submetidas a mastectomia bilateral só precisam de ser examinadas se Cancro da camada
tiverem algum sinal de cancro. interior do útero
Biópsia excisional:
7.1.2 Carcinoma Ductal in situ Cirurgia de remoção do
Exames iniciais e tratamento tumor e algum tecido
normal
Exames Tratmento Exames genéticos: Testes
História clínica e exame objetivo que analisam os genes
Só tumorectomia para calcular o risco de
Mamografia bilateral de diagnóstico, uma doença
Revisão anatomopatológica da Tumorectomia seguida por Gânglios linfáticos:
amostra da biópsia radioterapia pequenos grupos de
Análise dos receptores células imunitárias
hormonais e Mastectomia total com ou sem Pós-menopausa:
Possível aconselhamento genético reconstrução Sem menstruação por um
mínimo de 12meses
No caso do CDis, o seu médico vai colher a sua história clínica e fazer o exame Profiláctico: Um
objetivo. Uma mamografia bilateral de diagnóstico vai procurar identificar outras procedimento médico para
áreas anormais nas mamas. A revisão das amostras colhidas através da biopsia prevenir uma doença
pelo anatomopatologista vai confirmar o diagnóstico, excluir a presença de cancro Raloxifeno: Um fármaco
invasivo ou de outras doenças. Também devem ser testados os receptores que bloqueia os efeitos dos
hormonais. Caso existam pessoas na sua família com cancro da mama, estrogénios no tecido
especialmente em idade jovem, o seu médico pode recomendar-lhe a realização de mamário
testes genéticos. O objectivo é saber se tem ou não risco aumentado para cancro Tamoxifeno: Um fármaco
invasivo. que baixa a quantidade de
estrogénio no organismo.
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Cancro da mama: Versão 2.2011 61
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

Habitualmente, a cirurgia dos gânglios axilares não é Se o CDis não puder ser totalmente retirado com a
necessária no caso do CDis. Contudo, o tumorectomia, recomenda-se a mastectomia. Existem
anatomopatologista pode vir a encontrar aspectos de mais duas razões pelas quais se recomenda a
cancro invasivo e a biopsia do gânglio sentinela não mastectomia para o tratamento do CDis. Primeiro, no
seria possível depois de determinado tipo de cirurgia da caso em que se detectem células tumorais nos limites
mama. Daí que se faça esta biopsia primeiro, para da peça cirúrgica de tumorectomia e, segundo, quando
definir melhor o tratamento que precisa fazer existam 2 ou mais zonas da mama afetada que
impossibilitam retirar os tumores com uma única peça
A distância entre o tumor e o tecido saudável deve ser
cirúrgica. Após uma mastectomia, a radioterapia só é
superior a 1 mm – a margem. No caso do CDis, se for
necessária se se encontrarem células tumorais nos
localizado em apenas uma zona e as margens estejam
limites do tecido removido com a cirurgia.
livres, tem a possibilidade de ser submetida a uma
tumorectomia ou a mastectomia total. Se tiver baixo Após a mastectomia, pode optar por uma reconstrução
risco de recidiva pode não ser necessária a radioterapia que pode ser realizada em qualquer altura. A
depois de uma tumorectomia. Para outras mulheres, a mastectomia, com cirurgia poupadora de pele, permite
radioterapia da mama com boost (dose de carga) no que a reconstrução consiga um aspecto final mais
local do tumor pode ajudar a prevenir o reaparecimento natural.
do tumor. Fale com o seu médico, acerca da A reconstrução deve ser realizada por uma equipa experiente.
necessidade de radioterapia. Há ensaios clínicos que Para reduzir o risco de recidiva, pode ter de fazer terapêutica
estudam a radioterapia parcial e se estiver interessada com tamoxifeno. Se tiver feito uma tumorectomia, deverá
pode participar. Depois de uma tumorectomia, pode ser fazer tamoxifeno por 5 anos, principalmente, se o seu tumor
necessária uma mamografia para assegurar que todo o for positivo para os recetores de estrogénio. Nas mulheres
tumor foi removido. Vários estudos já demonstraram que com CDis, o uso de tamoxifeno durante 5 anos reduz o risco
as mulheres que fazem tumorectomia com radioterapia de desenvolver cancro da mama, na mama contra-lateral.
para o CDis, não tem um maior risco de morte por
cancro da mama do que aquelas que foram submetidas
a mastectomia.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 62
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

Depois do tratamento do CDis Definições:

Redução do risco Seguimento Boost: Dose extra de


radioterapia, ou dose
Considere tamoxifeno História clínica e exame objetivo a de carga
durante 5 anos para: cada 6 meses por 5 anos e Recetores hormonais
anualmente depois disso positivos: as células tumorais
• CDis tratado com tumorectomia crescem sob a estimulação
especialmente se recetores Mamografias anuais com das hormonas
estrogénio positivos início 6-12 meses após a
Tumorectomia: Cirurgia
radioterapia e que retira o tumor e algum
• Redução do risco para a mama
tecido saudável à volta
contralateral Exame ginecológico anual para
as mulheres sob Tamoxifeno Margem: Tecido
normal que fica em
Para o cancro invasivo veja Parte 7.2
redor do local de onde
Para recidiva veja Parte 7.7.
se retirou o tumor
Mastectomia: Cirurgia que
Para reduzir o risco de recidiva tumoral uma opção é o tamoxifeno. Caso for retira a mama inteira.
submetida a tumorectomia, deverá tomar o tamoxifeno durante 5 anos,
principalmente se o seu tumor for positivo para os receptores estrogénio. Para Irradiação mamária parcial:
mulheres com CDis, 5 anos de tamoxifeno reduzem o risco de cancro da mama Irradiação do local da
contralateral. tumorectomia
Após o tratamento do CDis é aconselhável o seguimento regular que inclui Radioterapia: Tratamento
mamografias anuais. A cada 6 meses, o seu médico vai fazer a sua história clínica de uma doença através
e o exame objectivo e após os 5 anos estas consultas passarão a ser anuais. de radiação ionizante.
Como no caso do CLis, o exame ginecológico anual está recomendado para as Recidiva:
mulheres pós-menopáusicas, com útero, que estejam a tomar Tamoxifeno. Se tiver Quando após um tratamento
hemorragia vaginal, fale imediatamente com o seu médico. bem sucedido, o tumor volta
outra vez.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 63
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

7.2
A Parte 7.2 é para mulheres com tumores locais como aqueles nos estadios I, II e IIIA com
Cancro da
TNM classificação de T3N1M0. Estes são tumores que não estão espalhados na parede
mama Invasivo
torácica nem na pele, nem para além dos gânglios axilares e os gânglios axilares
afectados não estão fixos uns aos outros.

7.2.1 Exames iniciais e tratamento

(VWDGLRFOtQLFR ([DPHV Tratamento Tratamento


neoadjuvante primário

Estadio IA História clínica e exame objetivo


T1, N0, M0 Hemograma completo e plaquetas,
Estadio IB Função hepática e análise da fosfatase alcalina
T0, N1mi, M0 Mamografia bilateral de diagnóstico;
T1, N1mi, M0 ecografia e RMN da mama se necessária Tumorectomia e
Considere a
Estadio IIA Revisão da peça de biopsia, químio em cirurgia dos gânglios
T0, N1, M0 Receptores hormonais e HER2 e tumores com mais axilares
T1, N1, M0 de 2 cm e Mastectomia e
Aconselhamento genético se necessário
T2, N0, M0 terapêutica cirurgia dos gânglios
Outros exames com base no estadio e nos conservadora da
Estadio IIB axilares com ou sem
sintomas mama reconstrução
T2, N1, M0
T3, N0, M0 Cintrigrafia óssea, mamária

Estadio IIIA TAC, eco ou RMN abdominal e pélvica


T3, N1, M0 Imagiologia torácica
PET e
Consulta de fertilidade
Para radioterapia após cirurgia veja Parte 7.2.2 ou 7.2.3.
Para quimioterapia neoadjuvante veja Parte 7.3.
Para cancro da mama avançado veja Parte 7.4 - 7.7.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 64
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

Existem vários exames que se podem fazer para avaliar as mulheres com cancro da Definições:
mama localmente invasivo. Os que se recomendam estão incluídos na tabela
Abdómen: A área entre
anterior. Os primeiros da lista são exames que devem ser feitos a todas as mulheres
o tórax e a pelve
com cancro da mama localizado. Incluem análises de sangue, de imagem e testes
aos tumores. A RMN pode ser necessária para mamas que não se visualizam Fosfatase alkalina :
facilmente com mamografia ou ecografia. Se tiver um risco aumentado para o cancro Uma proteína que se
da mama hereditário o seu médico pode pedir testes genéticos. encontra em muitos
tecidos do corpo
Na tabela acima estão listados outros exames que o seu médico pode pedir com base Tratamento conservador
no estadio do seu tumor e nos seus sintomas. Pode pedir uma cintigrafia óssea se da mama: Tumorectomia
tiver dores ou anomalias nas análises do sangue. Uma TAC, uma ecografia ou RMN seguida por radioterapia.
abdominal e pélvica serão necessárias se tiver resultados alterados nas análises ou Fertilidade: A
se o exame objetivo sugerir que o cancro se possa ter espalhado. Se o tumor for capacidade de ter filhos.
grande e afetou um ou mais gânglios pode pedir exames de imagem do tórax e/ou
Proteína HER2 : A proteína
PET (ou PET-TAC). A imagiologia do tórax é também recomendada se tiver algum que "manda" as células
sintoma pulmonar como tosse persistente. Se desejar engravidar no futuro, fale com o crescerem e dividirem-se.
seu médico para saber as opções que tem.
Cancro da mama
As opções cirúrgicas para os carcinomas dos estadios I e II são a tumorectomia ou a invasivo: cancro da
mastectomia. A tumorectomia é possível para a maioria destes tumores. Se tiver um mama que se espalha ao
tumor de maiores dimensões, o seu médico pode prescrever-lhe terapêutica tecido mamário
neoadjuvante para diminuir o tamanho do tumor e facilitar a cirurgia conservadora. RMN: A utilização de
Em geral, a tumorectomia não é recomendável para tumores superiores a 5cm mas ondas magnéticas para
a terapêutica neoadjuvantepode permitir a cirurgia conservadora em vez de uma visualizar a mama.
mastectomia. PET-TAC : A utilização de
Na Parte 7.3 faz-se uma revisão das opções de tratamento matérias radioativas para
ver a forma e a função do
corpo.
Ecografia: O exame que
utiliza ondas sonoras para
captar imagens do interior
da mama.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 65
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

A cirurgia conservadora não está recomendada se: Depois de uma tumorectomia ou mastectomia os seus gânglios
podem ser analisados para verificar se foram afectados pelo
tumor. Se estiver numa das seguintes categorias provavelmente
• Tiver feito anteriormente radioterapia à mama por
não vai precisar de fazer este controlo dos gânglios:
um tumor das zonas limítrofes do tórax.
• O seu tumor é muito pequeno
• Tiver sinais de cancro em toda a mama
• É pouco provável que o seu tumor tenha afectado os gânglios
•Tiver múltiplos tumores que não podem ser
removidos com a mesma incisão cirúrgica • Retirar os gânglios, ou não, não irá afectar a
necessidade de tratamentos adjuvantes
• Não puder ter um resultado estético aceitável
após a remoção de todo o tumor. • Ter idade avançada
• Tiver doenças do tecido conjuntivo que involvam •Ter graves problemas de saúde para além do cancro
a pele (ex: esclerodermia ou lúpus)
Existem duas maneiras para controlar os gânglios da axila,
• Enquanto estiver grávida a biopsia do gânglio sentinela e o esvaziamento
• Tiver um tumor superior a 5 cm que não pode ser ganglionar axilar. A biopsia do gânglio sentinela não é
tratado com quimioterapia neoadjuvante adequada para todas as mulheres. Só deveria ser
realizada se o tamanho dos gânglios for normal e não
Quando tiver que tomar a decisão entre a parecerem ter sido afectados aquando do diagnóstico de
tumorectomia ou a mastectomia tem que ter em conta cancro. Se o gânglio sentinela for negativo (não afectado
todos estes factos. Muitas mulheres optam por uma pelo cancro) não precisa fazer mais nenhuma cirurgia na
mastectomia para “tirar tudo o mais cedo possível” axila.
mas, a mastectomia não melhora o prognóstico, na Se os resultados sugerirem que existe tumor nos gânglios,
maioria dos casos. Estudos em grande escala já habitualmente faz-se o esvaziamento axilar. Se não tiver
demonstraram que a cirurgia conservadora funciona indicação para fazer a biopsia de gânglio sentinela, irá ser
tão bem como a mastectomia, tendo como maior submetida a esvaziamento ganglionar da axila
benefício a preservação da sua imagem. A
desvantagem é a necessidade da radioterapia depois
da cirurgia. De qualquer maneira, algumas mulheres
precisam de radioterapia mesmo depois de uma
mastectomia.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 66
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

A cirurgia dos gânglios é habitualmente feita no mesmo tempo operatório que a Definições:
cirurgia do tumor. Na mastectomia utiliza-se a mesma incisão (Figura 19). Na
tumorectomia, costuma fazer-se através de uma segunda incisão. Se os seus Axilar: Na base do
gânglios tiverem cancro e dependendo do número de gânglios afetados, pode braço
precisar de radioterapia nesta zona. Fale com o seu médico relativamente à sua Disseção ganglionar
situação axilar (esvaziamento):
Cirurgia que retira os
gânglios da axila

*kQJOLR *kQJOLRV
Prognóstico: O curso e o
6HQWLQHOD UHPRYLGRV
resultado da doença
Biopsia do gânglio
sentinela: Cirurgia que
&DQFURGD retira o primeiro gânglio
PDPD para onde vão as células
do cancro quando saem da
mama

5HPRomRGD
PDPDLQWHLUD
DFLPDGR
,QFLV}HVPDPDH
P~VFXOR
JkQJOLR

Figura 19. Remoção do gânglio sentinela durante a mastectomia


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Cancro da mama: Versão 2.2011 67
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

7.2.2 Radioterapia pós tumorectomia

Estado dos gânglios linfáticos Radioterapia pós tumorectomia

Se necessária, a quimioterapia pode ser administrada previamente

Gânglios linfáticos não afectados Irradiação de toda a mama com ou sem boost no local do
tumor, ou para algumas mulheres, irradiação parcial da mama

Irradiação de toda a mama com ou sem boost no local do tumor,


Tumor em 1 a 3 gânglios possível radioterapia na zona acima e abaixo da clavícula

Irradiação de toda a mama e na área acima e abaixo da


Tumor em 4 ou mais gânglios
clavícula, com ou sem boost na zona do tumor

Para o tratamento adjuvante, veja Parte 7.2.4.

Após a tumorectomia, a
• Tiver mais de 70 anos
radioterapia é utilizada para
matar as células do cancro que • O seu tumor for inferior a 2cm e tiver sido removido completamente
podem ter permanecido na • O seu tumor for positivo para recetores hormonais.
mama. Para a maioria das
• Não tem nenhum gânglio afetado
mulheres, a radioterapia é uma
parte da cirurgia conservadora • Tiver recebido terapêutica hormonal
da mama, embora algumas
mulheres a possam evitar. Se tiver de fazer radioterapia, a duração do tratamento depende do número
Pode fazer tumorectomia sem de gânglios afetados. A tabela acima mostra as recomendações tendo em
radioterapia se: : conta o resultado da análise dos gânglios. Caso seja necessário, depois da
cirurgia e antes da radioterapia poderá ter de fazer quimioterapia adjuvante.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 68
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

7.2.3 Radioterapia pós mastectomia

Estado dos gânglios Radioterapia pós mastectomia

Se necessária, a quimioterapia deve ser


administrada antes da radioterapia
Sem atingimento de gânglios, tumor igual ou
Sem necessidade de radioterapia
inferior a 5 cm, margens largas negativas
Sem atingimento de gânglios, tumor igual ou
Radioterapia da parede torácica
inferior a 5 cm, margens curtas negativas

Possível radioterapia da parede torácica com ou


Sem atingimento de gânglios, tumor
sem irradiação da área acima da clavícula;
superior a 5 cm, cancro nas margens
possível radioterapia dos gânglios do esterno

Recomendada radioterapia na parede torácica e área


7XPRUHPDJkQJOLRV acima da clavícula; é possível que seja necessária
radioterapia dos gânglios do esterno
Radioterapia na parede torácica e área acima da
Tumor em 4 ou mais gânglios
clavícula, possível radioterapia dos gânglios do esterno

Para tratamento adjuvante veja Parte 7.2.4.

A extensão da radioterapia após a mastectomia O CMF pode ser administrado juntamente com a
depende do número dos gânglios linfáticos afetados. A radioterapia. Após uma mastectomia, a maioria das
cirurgia da axila é discutida na Parte 7.2.1. Se vai fazer mulheres irá fazer radioterapia da parede torácica.
quimioterapia adjuvante, vai ser-lhe administrada antes Veja no esquema as recomendações de radioterapia
da radioterapia. A única exceção é quando o esquema baseadas no tipo do seu tumor e nos resultados da
de quimioterapia utilizado é a combinação de análise dos gânglios linfáticos.
ciclofosfamida/metotrexato/fluorouracil (CMF).

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Cancro da mama: Versão 2.2011 69
Parrte 7: Guia de tratamento passo a passo

7.2.4 Tratamento sistémico adjuvante


A maioria das mulheres com cancro invasivo vai receber algum tipo de
tratamento adjuvante. As recomendações para o tratamento adjuvante
baseiam-se nas várias características do seu tumor. Na decisão do
melhor tratamento há que ter em conta o tamanho do seu tumor, o
estado dos receptores hormonais e do HER2 e também do tipo de
células tumorais presentes.

Habitualmente, mulheres cujos tumores têm receptores hormonais


positivos vão fazer hormonoterapia. A terapêutica direcionada é
utilizada apenas para os tumores HER2 positivos. A quimioterapia é
utilizada quando existe um maior risco de recidiva.
A utilização de quimioterapia em mulheres com mais de 70 anos tem
vindo a ser questionada. São poucos os ensaios clínicos que incluam
mulheres de idade avançada, portanto os dados que temos são
limitados. Nas mulheres mais idosas, a recidiva do cancro da mama
pode demorar mais tempo. A probabilidade de que a quimioterapia
previna uma recidiva ameaçadora de vida, nesta idade, é remota. É
também importante não esquecer que a quimioterapia tem efeitos
secundários e também que nestas idades podem existir outros
problemas de saúde, muito mais graves do que a necessidade de tratar
uma eventual recidiva. Se tiver mais de 70 anos, pense e pondere os
riscos e benefícios antes de decidir se vai ou não optar por tratamentos
de quimioterapia.
As recomendações para os tratamentos adjuvantes são apresentadas
em seguida. O carcinoma ductal, lobular, misto e os metaplásicos
seguem as mesmas orientações. Apresentam-se em conjunto tendo em
linha de conta o estado dos recetores hormonais e do HER2.
Posteriormente, expomos as recomendações para os carcinomas
tubulares e colóides.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 70
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

Definições
Cancro da mama Ductal, Lobular, Misto e Anaplásico
Tratamento adjuvante:
Receptores hormonais e HER2 negativos Tratamento a seguir ao
primário
Tamanho tumoral Tratamento adjuvante Hormonoterapia:
Tratamento usado para
Gânglios travar a atuação das
negativos Sem outro tratamento
Microinvasivo ou hormonas do organismo
tumores ≤0.5 cm Possível
Tumores em Efeito secundário: Resposta
gânglios ≤2 Quimioterapia física ou emocional ao
Tumores mm tratamento que não foi
Possível
0.51 - 1.0 cm Quimioterapia planeada
Tratamento sistémico:
Tumores da mama Quimioterapia Fármacos utilizados
> 1.0cm Tumores em para destruir as células
gânglios >2 do cancro no organismo
Quimioterapia
mm Terapêutica direcionada:
Tratamento utilizado para
Para o seguimento veja Parte 7.6. parar as células do tumor
sem afetar as células
normais do organismo
Para os tumores com receptores hormonais e HER-2 negativos, a terapêutica
hormonal e o Trastuzumab não são úteis. Neste grupo, para os tumores mais
pequenos e sem células tumorais presentes nos gânglios, não é necessária
terapêutica adjuvante. Para tumores das mesmas dimensões mas cujos gânglios
sejam positivos, a quimioterapia pode ser útil. Caso o seu tumor tenha entre 0,5 cm
a 1.0 cm de tamanho, pode ser-lhe administrada quimioterapia. Estas linhas de
orientação recomendam quimioterapia para tumores superiores a 1 cm ou tumores
maiores do que 2 mm em um ou mais gânglios.

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Cancro da mama: Versão 2.2011
71
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

Receptores Hormonais positivos, HER2 negativo

Tamanho do tumor Teste de 21 genes Tratamento adjuvante

Sem tumor nos


Microinvasivo Nenhum outro tratamento
gânglios
ou tumor
mamário ≤ 0.5 Tumor nos Possível terapêutica hormonal
cm gânglios ≤2mm
Não realizado ou Terapêutica hormonal com ou sem
Pontuação 18 – 30 quimioterapia
Tumor
Pontuação <18 Hormonoterapia
mamário >0.5
cm
Pontuação >31 Hormono e quimioterapia
Tumor nos
gânglios > Hormono e quimioterapia
2mm

Para os testes de seguimento veja Parte 7.6.

A hormonoterapia é recomendada para todos os tumores combinado pode ser útil para prevenir as recidivas em
devido ao estado dos recetores com exceção dos mulheres cujo risco individual é desconhecido. Risco
tumores muito pequenos. No entanto, caso tenha uma alto, com pontuação acima de 31, indica que tanto a
mama pequena e haja tumor nos gânglios linfáticos, a hormono e quimioterapia podem ajudar a prevenir a
hormonoterapia poderá ser útil. O exame dos 21 genes recidiva. Da mesma maneira, hormono e quimioterapia
pode ser utilizado para determinar a necessidade ou não estão recomendadas para mulheres com tumores
de acrescentar quimioterapia ao tratamento dos tumores maiores do que 2 mm em 1 ou mais gânglios linfáticos.
com mais de 0.5 cm. Uma pontuação de 18 neste teste Caso seja necessário, a quimioterapia é dada antes da
indica baixo risco de recidiva e a hormonoterapia deverá hormonoterapia. Na tabela 4, são descritos esquemas
ser suficiente. Se tiver uma pontuação entre 18-30, que de quimioterapia para tumores HER-2 negativos.
indica risco moderado, pode necessitar de quimioterapia
para além da hormonoterapia. Este tratamento
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Cancro da mama: Versão 2.2011 72
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

Tabela 4. Esquemas de quimioterapia para tumores HER-2 negativos


Abreviaturas Combinações
Esquemas adjuvantes preferidos
TAC docetaxel/doxorubicina/ciclofosfamida associado a filgrastim
AC doxorubicina/cyclofosfamida
Dose-dense AC seguido de paclitaxel doxorubicina/cyclofosfamida com paclitaxel cada 2 semanas
AC seguido de paclitaxel doxorubicina/cyclofosfamida seguido de paclitaxel semanal
TC docetaxel e ciclofosfamida
Outros esquemas adjuvantes
FAC/CAF fluorouracil/doxorubicina/cyclofosfamida
FEC/CEF ciclofosfamida/epirubicina/fluorouracil
CMF ciclofosfamida/methotrexato/fluorouracil
AC followed by T doxorubicina/ciclofosfamida seguida de docetaxel cada 3 semanas
EC epirubicina/ciclofofamida
A seguida de T seguida de C doxorubicina seguida de paclitaxel seguido de ciclofosfamida de
2 em 2 semanas. Suporte com filgastrim
FEC seguido de T Ciclofosfamida/epirubicina/fluorouracil seguido de docetaxel
FEC seguido de paclitaxel ciclofosfamida/epirubicina/fluorouracil seguido de paclitaxel semanal

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Cancro da mama: Versão 2.2011 73
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

Recetores Hormonais negativos, HER2 positivo

Tamanho do tumor Terapêutica adjuvante

Sem tumor nos gânglios Não necessário


Microinvasivo ou linfáticos
tumor mamário ≤ 0.5
Tumor nos gânglios Possível trastuzumab e quimioterapia
cm linfáticos ≤2 mm
Tumor mamário 0.51 - 1.0 cm Possível trastuzumab e quimioterapia

Tumor mamário>1.0 cm Trastuzumab e quimioterapia

Tumor nos gânglios Trastuzumab e quimioterapia


linfáticos >2 mm

Para o seguimento veja Parte 7.6.

Não é necessário mais tratamento para os tumores de por estas linhas de orientação para os tumores
0.5 cm ou mais pequenos, com gânglios negativos. O mamários maiores do que 1 cm e com tumor maior do
Trastuzumab e a quimioterapia podem ser úteis para os que 2mm em 1 ou mais gânglios linfáticos. Na Tabela 5
tumores, com gânglios positivos, de dimensões ≤ 0.5 são enumerados os esquemas de quimioterapia para
cm e tumores mamários entre 0.51 e 1 cm de tamanho. tumores HER-2 positivos.
O Trastuzumab com quimioterapia é recomendado

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Cancro da mama: Versão 2.2011 74
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

Tabela 5. Esquemas de quimioterapia para tumores HER-2 positivos

Abreviaturas Combinações
Esquemas adjuvantes preferidos
AC doxorubicina/ciclofosfamida seguida de paclitaxel associada a trastuzumab TCH
docetaxel, carboplatina, trastuzumab
Outros esquemas adjuvantes
Docetaxel + trastuzumab seguido de FEC docetaxel + trastuzumab seguido de ciclofosfamida /epirrubicina/fluorouracilo
Quimioterapia seguida de trastuzumab quimioterapia seguida de trastuzumab sequencial
AC seguido de docetaxel + trastuzumab doxorubicina/ciclofosfamida seguida de docetaxel + trastuzumab

Esquemas neoadjuvantes
T + trastuzumab seguido de CEF
+ trastuzumab paclitaxel + trastuzumab seguido de ciclofosfamida/epirrubicina/fluorouracilo

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Cancro da mama: Versão 2.2011 75
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

Recetores Hormonais e HER2 positivos

Tamanho tumoral Tratamento adjuvante

Sem tumor nos gânglios Possível hormonoterapia


Microinvasivo ou
tumor mamário ≤0.5
Hormonoterapia com ou sem
cm Tumor nos gânglios ≤2 mm quimioterapia e trastuzumab

Tumor mamário >0.5 cm


Trastuzumab, hormonoterapia
Tumor nos gânglios >2 mm e quimioterapia

Para o seguimento veja Parte 7.6.

O Trastuzumab e a hormonoterapia estão recomendados para todos


os tumores mamários exceto aqueles de tamanho inferior a 0.5 cm e
com gânglios negativos A quimioterapia pode ser útil para as
mulheres com pequenos tumores mamários e ganglionares.
Acrescentar a quimioterapia ao tratamento adjuvante é recomendado
para todas as mulheres com tumores da mama maiores do que 0.5
cm ou tumores com > 2 mm, em um ou mais gânglios.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 76
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

Tumor tubular ou colóide

Estado hormonal Tamanho tumoral Tratamento adjuvante


Tumor mamário <1.0 cm sem tumor nos Sem outro tratamento
gânglios ou com tumor nos gânglios com
≤2 mm
Tumor mamário 1.0 - 2.9 cm sem tumor Possível hormonoterapia
nos gânglios ou com tumor nos gânglios
Recetores positivos com ≤2 mm
Tumor mamário ≥3.0 cm sem tumor nos Hormonoterapia
gânglios ou com tumor nos gânglios
com ≤2 mm
Tumor nos gânglios >2 mm Hormonoterapia e
possível quimioterapia

Recetores negativos Tratar como o ductal, lobular,


Repete o teste misto ou metaplásico
se o segundo teste for negativo

Para o seguimento veja Parte 7.6.

Este diagrama apresenta as recomendações de


Os tumores tubular ou colóide têm um melhor
tratamento da NCCN. A hormonoterapia está
prognóstico do que os outros tipos de cancro da mama.
recomendada para tumores maiores do que 3 cm.
Para estes tumores, o estado dos recetores hormonais
Para os casos com gânglios positivos a
é um factor muito importante para decidir o tratamento.
quimioterapia juntamente com a hormonoterapia
O estado de HER-2 não é importante uma vez que
tem maiores benefícios. A única exceção surge
habitualmente são HER-2 negativos. Aliás, deverá
nos casos de idade superior a 60 anos e que já
questionar o diagnóstico de tumor tubular se o teste
esteja sob hormonoterapia. Nestes casos, os
demonstrar que o seu tumor é negativo para os
benefícios da quimioterapia podem ser menores,
receptores hormonais ou positivo para o HER-2.
por esta razão o tratamento deve ser escolhido
NCCN Linhas de orientação para doentes™:
Cancro da mama: Versão 2.2011 77 consoante a sua situação individual.
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

7.3
Tratamento A Parte 7.3 deste guia de tratamento destina-se a mulheres com grandes tumores da mama
conservador da que querem preservar a maior quantidade possível da sua mama. Nestes casos, a cirurgia
mama para conservadora não está recomendada. No entanto, com o auxílio de tratamento sistémico pode
grandes tumores conseguir-se diminuir o tamanho do tumor e permitir uma tumorectomia.
7.3.1 Exames iniciais

Estadio clínico Exames Exames aos gânglios linfáticos


História clínica e exame objetivo
Hemograma completo com plaquetas
Análise das enzimas hepáticas e fosfatase alcalina

Estadio IIA Mamografia bilateral diagnóstica, Caso os gânglios não sejam de


T2, N0, M0 ecografia e RMN se necessária tamanho aumentado é possível
Revisão da anatomia patológica da biopsia fazer:
Estadio IIB Estado dos recetores hormonais e HER-2 e Biopsia do gânglio sentinela
T2, N1, M0 Aconselhamento genético se necessário
T3, N0, M0 Outros exames baseados no estadio e
Se os gânglios estão aumentados à
nos sintomas: palpação, é possivel
Estadio IIIA
T3, N1, M0 Cintigrafia óssea, Biopsia dos gânglios,
TAC, Ecografia ou RMN abdominal e pélvica Biopsia por agulha fina (CAAF), ou
Imagiologia torácica Se ambos negativos: biopsia do
PET e gânglio sentinela

Consulta da fertilidade

Para o tratamento adjuvante veja Parte 7.3.2.


Para tumores mais avançados veja Partes 7.4 - 7.7.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 78
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

Os exames iniciais discutidos na Parte 7.2.1 também estão recomendados para as Definições:
mulheres que desejam cirurgia conservadora da mama. Provavelmente, terá que
fazer exames aos seus gânglios. Se estes são de tamanho normal, antes de fazer Biopsia com agulha
quimioterapia terá de fazer a biopsia do gânglio sentinela. Se estão aumentados de grossa: É utilizada uma
tamanho, como isto é sugestivo de metastatização pode ser realizada uma biopsia, agulha de calibre grande
com agulha grossa ou aspiração com agulha fina. para remover uma maior
amostra de tecido

Aspiração com agulha fina:


É utilizada uma agulha fina
para aspirar líquido ou tecido
*kQJOLR

$JXOKD

Figura 20. Biopsia ganglionar com agulha


Illustration Copyright © 2011 Nucleus Medical Media, All rights reserved. www.nucleusinc.com

A utilização da técnica do gânglio sentinela em mulheres submetidas a quimioterapia


neoadjuvante não é consensual, porque os tratamentos podem alterar um gânglio de
positivo para negativo. Desta forma, um tumor que já ultrapassou a mama pode ser mal
classificado caso ainda não o tenha feito. Por esta razão, o cirurgião pode realizar uma
biopsia do gânglio sentinela ou o esvaziamento ganglionar antes da quimioterapia.Uma
outra opção seria uma biópsia com agulha dos seus gânglios (Figura 20). Se a biopsia
não encontrar cancro, pode na mesma ser realizada a biópsia do gânglio sentinela. É
mais fácil recuperar de uma biopsia de gânglio sentinela, mas este procedimento deve
ser efetuado por uma equipa experiente.
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Cancro da mama: Versão 2.2011 79
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

7.3.2 Tratamento neoadjuvante

Tratamento neoadjuvante Resultados Próximo passo

O tumor encolhe e pode ser removido Tumorectomia


O tratamento
neoadjuvante pode ser: O tumor encolhe mas ainda não
pode ser removido Alterar o esquema da quimioterapia
Quimioterapia
e medir o tumor de novo ou
Hormonoterapia O tumor não encolhe após 3-4 ciclos
Trastuzumab Mastectomia se o tumor não
encolheu o suficiente
O tumor cresce

Para o tratamento primário e adjuvante veja Parte 7.3.3

Recomenda-se a marcação da zona do tumor antes de Quando o tumor tem recetores hormonais positivos
inciar o tratamento neoadjuvante, É necessário fazer isto pode ser utilizada hormonoterapia no lugar da
porque o tumor pode desaparecer completamente. E quimioterapia. O próximo passo é a tumorectomia
embora esta situação seja benéfica, a cirurgia ainda caso o tumor tenha diminuido de tamanho. Se o
será necessária para remover tecido mamário que ainda tumor não tiver encolhido ou tiver crescido pode ser
contenha células tumorais. necessário mudar de esquema de quimioterapia ou
proceder a uma mastectomia. O número máximo de
O tratamento neoadjuvante antes da cirurgia
ciclos de quimioterapia para reduzir o tamanho do
conservadora pode ser quimioterapia,
tumor está entre 6-8.
hormonoterapia ou terapêutica direcionada. Se o
seu tumor for HER-2 positivo deverá ser
acrescentado Trastuzumab ao seu esquema de
quimioterapia

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Cancro da mama: Versão 2.2011 80
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

7.3.3 Tratamento primário e tratamento adjuvante

Tratamento primário Tratamento adjuvante

Tumorectomia com ou sem Radioterapia adjuvante após a cirurgia tendo em


cirurgia ganglionar e com conta o número de gânglios afectados tal como
ou sem reconstrução descrito na Parte 7.2.2 e 7.2.3,
mamária Considerar um Hormonoterapia se recetores positivos
Mastectomia com ou sem ensaio clínico de
quimioterapia Até 1 ano de Trastuzumab se HER2 positivo
cirurgia ganglionar e com
ou sem reconstrução

Para o seguimento veja Parte 7.6.

A cirurgia dos gânglios linfáticos deve ser realizada no Os seus médicos podem sugerir mais ciclos de
mesmo tempo da cirurgia da mama. Este procedimento quimioterapia como integração num ensaio clínico,
não será necessário se tiver sido feita uma biopsia de tendo em conta o tamanho do tumor e o número de
gânglio sentinela antes da quimioterapia que tenha gânglios positivos. O tratamento adjuvante deve incluir a
demonstrado a ausência de cancro no gânglio. A radioterapia da mama ou da zona operada e às vezes
tumorectomia ou a mastectomia podem ser seguidas da da área dos gânglios. A decisão de tratar os gânglios
reconstrução mamária. Depois da cirurgia, os ciclos de com radiação depende do número de gânglios
quimioterapia que foram planeados mas não concluídos, afectados tal como apresentado na Parte 7.2.2 e 7.2.3.
devem ser continuados. Outros tratamentos adjuvantes dependem do estado
hormonal e do HER-2.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 81
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

7.4
Cancro da mama
localmente avançado 7.4.1 Exames iniciais

A Parte 7.4 deste guia é relativa às Estadio clínico Exames


mulheres com cancro da mama que não
têm metástases mas apresentam um História clínica e exame objectivo,
grande crescimento local. Todos os
Hemograma completo e plaquetas,
tumores do Estadio III, excepto os
T3N1M0, são considerados localmente Estadio IIIA Enzimas hepáticas e fosfatase alcalina,
avançados. Estes tumores apresentam T0, N2, M0 Mamografia bilateral diagnóstica,
um crescimento na parede torácica ou na T1, N2, M0 ecografia e RMN mamária se necessário
pele ou já existe doença ao nível dos T2, N2, M0 Revisão da anatomia patológica da biopsia
gânglios linfáticos. Os gânglios axilares T3, N2, M0
Estado dos recetores hormonais e HER-2
podem estar fixados uns aos outros ou ao Estadio IIIB
tecido circundante, ou o cancro pode ter Aconselhamento genético se necessário
T4, Any N, M0
passado aos gânglios das cadeias Outros exames baseados no estadio e nos sintomas:
Estadio IIIC
mamária interna ou supraclavicular.
Any T, N3, M0 Cintigrafia óssea,
Os exames iniciais para o cancro
TAC, Ecografia ou RMN abdominal e pélvica,
localmente avançado são iguais aos do
cancro invasivo localizado.Veja o Imagiologia torácica,
esquema seguinte. Os exames de PET e
sangue, imagiologia e exames ao tumor Consulta de fertilidade
são recomendados para todas as
mulheres com cancro localmente Para o tratamento neoadjuvante veja Parte 7.4.2.
Para o cancro inflamatório veja Parte 7.5.
avançado. Os outros exames possíveis
Para o cancro recidivado ou metastático veja Parte 7.7.
baseiam-se no estadio e na presença de
sintomas e podem incluir cintigrafia
óssea e imagiologia do abdómen, pelve
ou tórax.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 82
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

7.4.2 Tratamento neoadjuvante

Tratamento neoadjuvante

O tumor encolhe e
pode ser removido
Quimioterapia e se cirurgicamente
HER-2 positivo Ponderar mais quimioterapia e/ou
acrescentar radioterapia neoadjuvante e
trastuzumab depois medir de novo o tumor
O tumor não encolhe

Tratamento específico para si

O tratamento do cancro localmente avançado começa por quimioterapia antes da


cirurgia. Este tratamento deve incluir o Trastuzumab se o tumor for HER-2
positivo. Se o tumor diminuir de tamanho, pode ser operado. Caso contrário, fazer
mais tratamento neoadjuvante e medir novamente o tumor. Se a neoadjuvância
não resultar, deve ser planeado um tratamento específico para o seu caso.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 83
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

7.4.3 Tratamento primário e tratamento adjuvante

Tratamento primário Tratamento adjuvante

Completar a quimioterapia se não


Possível tumorectomia tiver realizado antes da cirurgia,
com cirurgia ganglionar Radioterapia na parede torácica
e nos gânglios acima da Hormonoterapia se tumor com
Mastectomia com cirurgia clavícula e possivelmente nos recetores hormonais positivos
dos gânglios com ou sem gânglios da cadeia mamária Trastuzumab por 1 ano se HER-2
reconstrução diferida interna perto do esterno. positivo

Para o seguimento veja Parte 7.6.

Se o tumor diminuiu de tamanho o suficiente, pode ser submetida a tumorectomia ou Definições:


mastectomia com cirurgia ganglionar. Posteriormente, irá fazer radioterapia à mama
ou à parede torácica, aos gânglios supraclaviculares ou da cadeia mamária interna se Mamária interna:
estiverem aumentados de tamanho. A reconstrução mamária pode ser realizada em Perto do esterno
diferido. Depois da cirurgia, deve concluir a quimioterapia planeada. Se o seu cancro Supraclavicular:
tiver recetores hormonais positivos, recomenda-se hormonoterapia adjuvante; se for Perto da clavícula
positivo para o HER-2 deve tomar Trastuzumab. Se precisar de fazer Trastuzumab,
pode ser administrado juntamente com a radioterapia e a hormonoterapia.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 84
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

7.5 Cancro da mama inflamatório


A Parte 7.5 deste guia refere-se às mulheres com cancro da mama O tamanho do tumor nem é sempre utilizado
inflamatório. Este tipo de cancro é muito agressivo. Cerca de 1/3 ou mais para estadiar o cancro inflamatório.
da pele da mama fica vermelha e quente. A mama pode ficar inchada. O Em alguns casos, não se encontra uma massa
rubor e o inchaço são devidos a pequenos grupos de células que tumoral e o estadiamento é feito com base na
impedem o fluxo da linfa no tecido mamário. O cancro inflamatório é um disseminação do tumor ao resto do corpo. Se
tipo de cancro invasivo, o seu comportamento agressivo dita algumas das não existem metástases, estamos perante um
diferenças existentes para o seu tratamento. Estadio IIIB. Se houver metastização trata-se de
um Estadio IV e é tratado como outros tipos de
7.5.1 Exames iniciais cancro da mama metastizado. Na Parte 7.6
faz-se a revisão do tratamento do cancro da
Estadio clínico Exames mama metastizado.
Os exames iniciais são apresentados no
História clínica e exame objectivo,
esquema. No exame objectivo, o seu
Hemograma completo e plaquetas médico pode não palpar um nódulo na
Análises de enzimas hepáticas mama. Só a biopsia da mama ou da
pele pode confirmar este tipo de cancro.
Mamografia bilateral diagnóstica, ecografia e Antes de iniciar os tratamentos vai
RMN mamária se necessários fazer muitos exames para determinar se
Estadio IIIB Revisão da anatomia patológica da biopsia o cancro passou ao resto do seu corpo
T4, qualquer N, M0 ou não. No Estadio IIIB, o tamanho do
Estado dos recetores hormonais e HER-2,
tumor e os recetores hormonais e
Aconselhamento genético se necessário HER-2 vão ajudar para decidir qual o
Cintigrafia óssea melhor tratamento.
TAC tórax, abdómen e pelve,
Imagiologia tórax e
PET
Para o tratamento neoadjuvante veja Parte 7.5.2.
Para o cancro recidivado ou metastático veja Parte 7.7.

NCCN Linhas de orientação para


doentes™: Cancro da mama: Versão 85
2.2011
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

7.5.2 Tratamento neoadjuvante

Tratamento neoadjuvante
Não existe nenhum plano de tratamentos
O tumor correto para todas as mulheres com cancro
diminui e pode Considerar mais inflamatório. O tratamento é individualizado
ser removido quimioterapia para cada mulher. Como é um cancro de
Qumioterapia e/ou radioterapia
E se HER-2 com cirurgia crescimento rápido é provável que faça vários
neoadjuvante
positivo tratamentos. Habitualmente, inicia-se por
O tumor não A seguir medir o tumor de
Acrescentar quimioterapia que pode ser doxorubicina ou
encolhe novo.
trastuzumab epirubicina e paclitaxel ou docetaxel. Se o seu
Tratamento específico tumor for HER-2 positivo vai ser
acrescentado o Trastuzumab à terapêutica
Para o tratamento primário e adjuvante veja Parte 7.5.3. neoadjuvante. Se o seu tumor não diminui de
tamanho, pode ser aplicado outro esquema
de quimioterapia, radioterapia ou ambas. Se o
tumor responder ao segundo tratamento
7.5.3 Tratamento primário e tratamento adjuvante pode ser candidata a cirurgia. Caso contrário,
o seu médico vai recomendar o tratamento
Tratamento primário Tratamento adjuvante que melhor se adequa ao seu caso.
Completar a quimioterapia Se o tumor encolher depois da terapia
Radioterapia da
parede torácica se não tiver concluido antes neoadjuvante, o passo seguinte será a
Mastectomia e da cirurgia mastectomia com radioterapia da parede
e dos gânglios
cirurgia torácica e dos gânglios perto da clavícula. A
acima da Hormonoterapia se
ganglionar seguir à cirurgia irá completar a quimioterapia
clavícula e recetores hormonais
axilar com ou se não o tiver feito. Se o tumor tiver recetores
possivelmente positivos
sem hormonais, irá fazer hormonoterapia, e se for
da cadeia
reconstrução 1 ano de HER-2 positivo irá fazer Trastuzumab durante
mamária interna
Trastuzumab se 1 ano. A reconstrução, caso desejar, será
perto do esterno
HER-2 positivo realizada mais tarde.
Para exames de seguimento veja Parte 7.6.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 86
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

7.6. Exames de seguimento para um primeiro cancro invasivo da mama


Todas as mulheres tratadas a cancro da
Exames
mama invasivo devem ter um seguimento
História clínica e exame objectivo cada 4-6 meses nos regular. Os exames de seguimento incluem
primeiros 5 anos e a seguir anualmente história clínica, exame objetivo e
Mamografia anual , mamografia. Os exames e a sua
calendarização são descritos na tabela. Se
Exame ginecológico anual nas mulheres com útero em tratamento com
estiver a tomar tamoxifeno, o exame
tamoxifeno ,
ginecológico é necessário anualmente, já
Para mulheres em tratamento com inibidores da aromatase ou em que este medicamento aumenta o risco de
menopausa precoce, determinação da densidade óssea no início do
cancro do útero. Fale com o seu médico se
tratamento e regularmente.
tiver perdas de sangue vaginais. As
Manter a hormoterapia segundo a indicação médica mulheres em tratamento com inibidores de
Manter estilo de vida activo e controlo de peso (Índice de aromatase devem controlar a sua
massa corporal entre 20-25) densidade óssea regularmente, Se estiver
a fazer terapêutica hormonal de
Para os exames de seguimento veja Parte 7.6. substituição é importante que não pare,
caso contrário aumenta o seu risco de
recidiva do cancro da mama.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 87
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

7.7
Cancro da mama A Parte 7.7 desta guia destina-se a mulheres com cancro da mama que metastizou ou
recidivou depois de um período livre de doença. A recidiva pode ocorrer perto da mama
metastático ou
ou em órgãos distantes. O cancro metastático pertence ao Estadio IV.
recidivado
7.7.1 Exames para as recidivas e as metástases
Se o seu cancro metastatiza ou recidiva,
Exames recomendam-se exames específicos. Veja a tabela para
História clínica e exame objectivo os exames necessários. Juntamente com os exames de
sangue e o exame objectivo pode ser necessário raios-X
Hemograma completo e plaquetas dos ossos quando a cintigrafia não é normal ou quando
Enzimas hepáticas, os ossos submetidos a carga de pesos forem dolorosos.
Quando existem sinais de presença de tumor noutros
Imagiologia torácica,
órgãos pode ser necessária TAC ou RMN do abdómen,
Cintigrafia óssea tórax ou pelve. Outra opção é a PET. Se possível, deve
Raios-X ossos quando houver sintomas com dor fazer uma biopsia para confirmar a recidiva. Se o teste
ou anomalias na cintigrafia HER-2 era negativo ou não tiver sido feito, precisa
detrminá-lo na biopsia. Da mesma maneira deve ser
TAC abdominal ou RMN pode ser necessária ,
determinado o estado dos recetores hormonais. Se tiver
Biópsia da primeira recidiva forte história familiar de cancro da mama ou do ovário,
Recetores hormonais e HER-2 se foram deve fazer testes genéticos.
negativos ou não conhecidos e
Aconselhamento genético se necessário

Para o tratamento da recidiva local veja Parte 7.7.2.


Para o tratamento da recidiva ganglionar veja Parte 7.7.3
Para o tratamento das metástases veja Parte 7.7.4.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 88
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

7.7.2 Tratamento da recidiva local

Tratamento do primeiro Tratamento da


cancro recidiva

Tumorectomia e Mastectomia e cirurgia


radioterapia ganglionar

Mastectomia e Cirurgia para remover o Ponderar


radioterapia tumor se possível Tratamento
sistémico
Cirurgia para remover o tumor
e se possível radioterapia à
Mastectomia
parede torácica e área acima
da clavícula

O tratamento da recidiva local depende dos tratamentos anteriores. Se tiver tido


uma cirurgia conservadora vai precisar de mastectomia com cirurgia dos gânglios.
Se tiver feito mastectomia e radioterapia, a recidiva deve ser removida
cirurgicamente se possível.
Se tiver realizado apenas mastectomia, o seu tratamento deve incluir cirurgia com
radioterapia da parede torácica e da área acima da clavícula. Em todos os casos,
deve ser ponderado tratamento adjuvante com quimioterapia, hormonoterapia e
Trastuzumab. Tente manter um estilo de vida saudável juntamente com o controlo
do seu peso para melhorar os resultados destes tratamentos.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 89
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

7.7.3 Tratamento da recidiva ganglionar

Recidiva ganglionar Tratamento

Se possível cirurgia do tumor e


Gânglios axilares radioterapia da parede torácica,
axila e gânglios supra e
infraclaviculares

Se possível, radioterapia da Considerar


Gânglios supraclaviculares parede torácica e dos gânglios terapêutica
supra e infraclaviculares sistémica

Se possível, radioterapia da parede


torácica e dos gânglios da cadeia
Gânglios da cadeia mamária
mamária interna e gânglios supra e
interna
infraclaviculares

O seu tumor pode reaparecer nos gânglios com ou sem recidiva na mama. Se a recidiva se
encontrar dos gânglios por baixo do braço, está recomendada a cirurgia e a radioterapia. A
radioterapia deve incluir a parede torácica, a parede do tórax abaixo da axila e os gânglios
acima e abaixo da clavícula. Quando a recidiva acontece nos gânglios supraclaviculares ou da
cadeia mamária interna, sugere-se apenas radioterapia. Para a recidiva supraclavicular deve ser
irradiada a parede torácica e os gânglios perto da clavícula. Para a recidiva dos gânglios da
cadeia mamária interna a irradiação deve incluir a parede torácica e os gânglios perto da
clavícula e esterno. Após a radioterapia, em todos os casos de recidiva ganglionar deve
ponderar quimioterapia, hormonoterapia ou Trastuzumab.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 90
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

7.7.4 Tratamento das metástases Definições

Nesta parte, faz-se uma revisão do tratamento do cancro da mama que cresce para Abcesso dentário: Pus colectado
além da mama ou dos gânglios linfáticos. Este grupo inclui mulheres com cancro nos tecidos à volta dos dentes
metastático recidivado ou mulheres com diagnóstico de metástase desde o início. As
Doença periodontária:
opções de tratamento baseiam-se no estado dos recetores hormonais e no modo
Doença das gengivas
como o tumor tiver espalhado, de forma difusa ou limitada. Independentemente, a
hormonoterapia, para o tumor metastático, pode ser administrada a mulheres mesmo Hipercalcémia: Altos níveis de
com tumor de receptores hormonais negativos. Este tratamento pode parecer errado cálcio no sangue
porque como já foi dito no início, a hormonoterapia está recomendada para as
Osteonecrose: Morte de
mulheres com cancro de recetores hormonais positivos. Às vezes, um tumor negativo
tecido ósseo
comporta-se como hormono-positivo. Isto acontece quando a recidiva surge muito
tempo depois do tratamento inicial. Desta maneira, a hormonoterapia pode ajudar em Compressão da medula
tumores cujos receptores hormonais são negativos. É importante também mencionar espinal:
que a hormonoterapia tem menos efeitos secundários que a quimioterapia.Uma vez Esmagamento de um grupo de
que a quimioterapia não pode curar a doença que já se espalhou para além da nervos à saída do canal, que
mama, é importante escolher o tratamento com menos efeitos secundários e que provoca dor
ainda pode conseguir um bom controlo da doença. No caso da doença metastizada,
as mulheres podem fazer vários tratamentos ao longo do tempo.
Quando o cancro da mama atinge os ossos estes têm um risco acrescido para
lesões ou doenças. Estes incluem fracturas, dor, compressão do canal medular
e hipercalcémia. Os bifosfonatos ou o denosumab podem impedir este tipo de
problemas. Por outro lado, estes fármacos foram relacionados com
osteonecrose – morte do osso – da mandíbula. Se estiver a fazer esta
medicação pode ter um risco aumentado de osteonecrose da mandibula caso
esteja sob quimioterapia, tratamento com corticóides ou tiver lesões da boca.
Exemplos das patologias da cavidade oral são as doenças periodontais e os
abcessos dentários. Deverá realizar um exame dentário completo e tratar
qualquer problema antes de iniciar bifosfonatos ou denosumab para o
tratamento da doença metastática. O seu médico também poderá sugerir a
ingestão de cálcio e vitamina D.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 91
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

HER2 negativo e hormono negativo/refratário

Disseminação do tumor Tratamento

Denosumab ou bifosfonato se metástases ósseas

Ponderar outro tratamento hormonal


Osso ou tecido excepto se não responde a 2-3 esquemas
mole só ou sem
sintomas
Quimioterapia
Ponderar tratamentos paliativos se não
Sintomas houver resposta ou se deterioração da
de cancro nos Quimioterapia saúde global após 3 esquemas
órgãos internos

Para o tratamento hormonal veja próximo esquema.


Para o tratamento hormonal de seguimento veja Parte 7.7.5.

O primeiro esquema refere-se a mulheres com cancro HER-2 negativo e recetores hormonais
negativos ou que não tenham respondido à terapêutica hormonal. Caso o seu tumor se tiver
espalhado só aos ossos ou aos tecidos moles, ou caso tenha atingido outros órgãos que
ainda funcionam bem (ex, fígado, pulmões) existem 2 possibilidades de tratamento. Estas
são: hormonoterapia ou quimioterapia. A hormonoterapia não está recomendada nos casos
em que o tumor não tenha respondido a 3 ciclos seguidos. A quimioterapia em tratamento
único está recomendada caso o tumor tenha passado para além dos ossos ou dos tecidos
moles ou para outros órgãos que não estejam a funcionar bem. Se o tumor não diminui de
tamanho após 3 ciclos diferentes de quimioterapia, parar a químio e receber terapêutica de
suporte pode ser a melhor opção. A Tabela 6 enumera esquemas de quimioterapia para o
cancro da mama recidivado ou metastático.

NCCN Linhas de orientação para doentes™:


Cancro da mama: Versão 2.2011 92
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

Tabela 6. Esquemas de quimioterapia para o cancro da mama recidivado ou metastático

Agentes preferidos Combinações preferidas


Doxorubicina CAF/FAC (ciclofosfamida/doxorrubicina/fluorouracilo)
Epirrubicina FEC (fluorouracilo/epirrubicina/ciclofosfamida)
Doxorubicina lipossómica peguilada AC (doxorrubicina/ciclofosfamida)
Paclitaxel AT (doxorrubicina/docetaxel ou doxorrubicina/paclitaxel)
Docetaxel CMF (ciclofosfamida/metotrexato/fluorouracilo)
Nab-paclitaxel Docetaxel/capecitabina
Capecitabina GT (gemcitabina/paclitaxel)
Gemcitabina Outras combinações
Vinorelbina Ixabepilona e capecitabina
Eribulina Agentes preferidos para tumores HER-2 positivos
Paclitaxel com bevacizumab Trastuzumab e paclitaxel com ou sem carboplatino
Outros agentes Trastuzumab e docetaxel
Cisplatino Trastuzumab e vinorelbina
Carboplatino Trastuzumab e capecitabina
Ciclofosfamida Agentes preferidos para tumores HER-2 positivos tratados com Trastuzumab
Mitoxantrona Lapatinib e capecitabina
Trastuzumab com diferentes agentes de quimioterapia
Trastuzumab e capecitabina
Trastuzumab e lapatinib (com ou sem outra quimioterapia)

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Cancro da mama: Versão 2.2011 93
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

HER-2 positivo e hormono negativo/refratário

Disseminação do tumor Tratamento

Denosumab ou bifosfonato se metástases ósseas


Ponderar outra terapêutica hormonal
Osso ou tecidos excepto se não houver resposta a
moles só ou sem 2-3 tratamentos diferentes
sintomas de
disseminação Trastuzumab com ou
Mudar de Considerar tratamento paliativo
sem quimioterapia.
quimioterapia ou se sem resposta a 3 esquemas
Sintomas de
Trastuzumab com ou utilizar ou com saúde global
cancro nos
sem quimioterapia. Trastuzumab com deteriorada
órgãos internos
lapatinib

Para hormonoterapia veja esquema seguinte


Para o seguimento da hormonoterapia veja Parte 7.7.5

Este diagrama refere-se a mulheres com tumores HER-2 Se o tumor continuar a crescer, o Trastuzumab pode
positivo e recetor hormonal negativo ou que não ser continuado em combinação com outros
responderam à hormonoterapia. A hormonoterapia medicamentos de quimioterapia. Outra opção é a
pode ser administrada se o tumor se tiver combinação de lapatinib com Trastuzumab ou com
disseminado apenas aos ossos ou aos tecidos moles, outro medicamento de quimioterapia. Se o tumor
ou em outros órgãos que ainda estejam a funcionar não diminuir após 3 ciclos de quimioterapia
bem. Caso contrário, uma vez que o tumor é HER-2 diferentes, parar a quimioterapia e obter tratamentos
positivo, o Trastuzumab pode ser administrado só ou de suporte pode ser a melhor escolha. Se tiver
juntamente com a quimioterapia. metástases ósseas, trate os seus dentes antes de
tomar bifosfonato ou denosumab.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 94
Parte 7: Guia de tratamento passo a passo

Hormono-positivo e qualquer estado de HER-2


Este esquema é para mulheres com tumores
Estado Tratamento com recetores hormonais positivos. As
metástases ósseas podem ser tratadas com
Denosumab ou bifosfonato se bifosfonato ou denosumab. Os restantes
metástases ósseas tratamentos dependem dos tratamentos que
Se hormonoterapia no passado, ablação recebeu anteriormente e do seu estado
ovárica com outro tipo de hormonoterapia hormonal. Se for pré menopáusica, sugere-se
Pré-menopausa a ablação ovárica e depois a hormonoterapia
Sem hormonoterapia no passado, ablação
ovárica com outra hormonoterapia ou pode ser similar àquela utilizada por mulheres
apenas antiestrogénio pós-menopáusicas. Deverá fazer análises
para determinar o estado hormonal antes de
Antiestrogénio ou inibidor da aromatase inciar os tratamentos. Se não tiver recebido
Pós-menopausa só se sem hormonoterapia no passado hormonoterapia no último ano, poderá fazer
Sintomas de tratamento com um antiestrogénio.
cancro em Recomenda-se o tamoxifeno durante 2-3
órgãos Considerar quimioterapia
anos. Para as mulheres pós-menopáusicas, o
internos tratamento de primeira linha é um inibidor de
Para o seguimento da hormonoterapia veja Parte 7.7.5. aromatase ou um antiestrogénio As mulheres
com sintomatologia de cancro nos órgãos
internos podem optar por quimioterapia.
7.7.5 Seguimento da hormonoterapia
Se a hormonoterapia parar o crescimento
Quimioterapia depois de ou diminuir o seu tumor, deve ser
3 esquemas de continuada.
Continue a tomar Se o cancro avançar hormonoterapia ou Se o cancro começar a crescer outra vez
a sua ou aparecerem sintomas de cancro nos ou tiver efeitos secundários graves, deve
hormonoterapia efeitos secundários órgãos internos ou iniciar outro tipo de hormonoterapia. O
severos painel da NCCN recomenda no mínimo 3
Nova hormonoterapia ciclos diferentes de hormonoterapia até
que não sejam observados beneficios ou
que apareça cancro em órgãos internos.
Neste fase,deve iniciar quimioterapia.
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Cancro da mama: Versão 2.2011 95
Parte 8: Dicionário
Canal deferente
Abcesso dentário Benigno
Órgão masculino através do qual o
Pús nos tecidos da tumor que não contém
esperma passa dos testículos para o
mandíbula. células cancerígenas
pénis.
Abdómen Bilateral
Cancro agressivo
Área entre o tórax e a pélvis. em ambos os lados do corpo;
cancro que se espalha
ambas as mamas
Análise bioquímica do sangue rapidamente.
testes que permitem detetar a Biópsia
Cancro da mama invasivo
quantidade de alguns químicos procedimento médico que
Cancro que se espalhou ao
no sangue. permite a recolha de
tecido adiposo da mama.
tecidos
Anatomopatologista
Biópsia com agulha Cancro do endométrio
Médico especialista na identificação
Remoção de tecido através de Cancro da camada mais interior
de doenças após testes celulares.
uma agulha. do útero.
Anestesia local
Biópsia com agulha grossa Cancro em estadio inicial
Perda de sensibilidade numa
Técnica que permite recolher uma Cancro que ainda não ultrapassou
determinada zona do corpo, após
maior quantidade de tecido. os tecidos circundantes.
administração de medicamento.
Aréola Biópsia excisional Carcinoma in situ
área de pele, circular, mais Cirurgia que remove o tumor e cancro que não ultrapassou os
escura, à volta do mamilo. algum tecido normal que o ductos ou lóbulos.

Aspiração por agulha fina circunda. Células imunitárias


Recolher tecido ou líquido do Biopsia do gânglio sentinela Células que protegem o
organismo através de uma agulha Cirurgia que remove o gânglio organismo de doenças.
de baixo calibre. que recebe primeiro as células Cicatriz
Auto-conhecimento da mama vindas da mama. Marca permanente na pele após
aprender acerca das próprias Bisturi lesão ou cirurgia.
mamas. Lâmina usada em cirurgia. Cintigrafia
Axilar Boost Teste que usa marcadores
que se refere à zona da axila. dose de carga de radiação, radioativos para ver partes do
numa área específica corpo.
96
Part e 8: Dicionário
Cirurgião Ductos Fator de risco
Médico especializado em Canais que drenam o leite Algo que aumenta a possibilidade
operações. da mama. de ter determinada doença.
Compressão medular Fertilidade
Ecografia
Compressão de raízes nervosas, à Capacidade de ter filhos
Exame que permite a visualização
saída do canal medular, que provoca Food and Drug Administration
de partes do corpo com recurso a
dor. (FDA)
ultrasons.
Agência americana federal e
Contraste Efeito secundário governamental que regula os
Substância que ao ser Resposta física ou emocional, não medicamentos e alimentos.
administrada permite a recolha planeada, a determinado
Formulário de consentimento
de melhores imagens do seu tratamento.
informado
corpo.
Ensaio clínico Um documento que descreve um
Critérios Estudo que compara os novos estudo, uma terapêutica ou uma
No que se baseia a tomada de tratamentos com o melhor cirurgia e que necessita da
decisões tratamento disponível para assinatura do participante
descobrir qual é melhor.
Diagnóstico Fosfatase alcalina
Identificação da doença. Estadiamento anatomopatológico uma proteína que se encontra
Estadiamento dado pelo na maioria dos tecidos do
Dispositivo intra-uterino anatomopatologista após estudo das organismo.
Dispositivos que se colocam no peças cirúrgicas.
Gânglios linfáticos:
útero, e que podem libertar
Estadiamento clínico Grupos de células imunitárias
medicação, para prevenir a gravidez.
o estadiamento feito pelo médico, especializadas.
Dissecção ganglionar axilar antes da cirurgia.
cirurgia de remoção de todos os Gânglios negativos
gânglios axilares. Estrogénio Gânglios onde não foram
Hormona que permite o encontradas células
Doença periodontal desenvolvimento das cancerígenas.
Doença das gengivas. características femininas

NCCN Guidelines for Patients™: Breast Cancer


Version 2.2011 97
Parte 8: Dicionário

Genes Hormonoterapia Linfadenectomia


Onde estão escritas as Tratamento que impede a ação Cirurgia de remoção de gânglios
instruções para fazer novas das hormonas no organismo. linfáticos.
células.
Imagiologia Lóbulos
Glândulas supra-renais Testes médicos que tiram Glândulas da mama que produzem
par de glândulas que se situam imagens do corpo. leite.
acima dos rins e que produzem
Infertilidade Localmente avançado
hormonas.
Incapacidade física de ter filhos Crescimento do cancro nos tecidos
Glucose circundantes e possivelmente em alguns
Intravenoso
Açúcar natural que existe no gânglios linfáticos.
Fármacos administrados na
organismo e que fornece energia
veia
às células. Malformações
Ipsilateral anomalias físicas, mentais ou
Grupo de controlo Do mesmo lado do corpo químicas em bebés
Grupo de participantes de recém-nascidos.
um estudo que não Irradiação mamária parcial
recebem o tratamento. Aplicação de radioterapia apenas no Maligno
local da tumorectomia. Tumor com células cancerígenas.
Hipercalcémia
Laqueação de trompas
Níveis sanguíneos de cálcio elevados Mamária interna
Cirurgia que impede a passagem
Zona anatómica perto do esterno.
Hormona libertadora da de óvulos dos ovários para o
hormona luteinizante útero, através das trompas de Mamilo
Hormona produzida no cérebro Falópio Zona elevada e mais escura
que induz a glândula pituitária a da mama.
Lavagem ductal
libertar a hormona luteinizante.
Teste em que são recolhidas Mamografia
Hormonas células dos ductos mamários. Teste que permite observar o tecido
Substâncias químicas do mamário através de raios-x.
Linfa
organismo que ativam células
Líquido que contém glóbulos
ou órgãos..
brancos.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 98
Parte 8: Dicionário

Margem Mutação BRCA Partículas


Quantidade de tecido normal à alterações nos genes que Pequenas partes da matéria
volta do tumor, que é removida normalmente previnem o
crescimento de tumores. Períodos menstruais
durante a cirurgia.
Núcleo Fluxo sanguíneo mensal.
Margens positivas Região celular onde é feito o
Tecido de aparência normal mas Pós-menopáusica
controlo da atividade genética.
que contém células cancerígenas. Ausência de fluxo menstrual por
Observação pelo menos 12 meses.
Mastectomia Exames clínicos regulares para
Cirurgia que remove a totalidade da monitorizar o aparecimento de Pré-menopáusica
mama. sinais de cancro. Existência de menstruações
Medicina alternativa Oncologista Profilático
Tratamentos que substituem os Médico que se especializou em Procedimento médico que
habituais dados pelos médicos. doenças oncológicas. previne uma doença.
Menopausa Ooforectomia Progesterona
O fim dos períodos menstruais.. Cirurgia de remoção dos ovários. Hormona dos órgãos
femininos
Metastização Osteonecrose
Crescimento do cancro para Morte do tecido ósseo. Prognóstico
além do local inicial. Padrão e resultado
Osteoporose
esperado de uma doença
Métodos barreira Doença que causa fragilidade
métodos que previnem a entrada dos ossos Proteína
dos espermatozóides no útero. Cadeias de aminoácidos.
Ovários
Muco Órgãos femininos que produzem Proteína HER2
Líquido pegajoso e grosso que os óvulos. Uma proteína que comanda o
humidifica e lubrifica. crescimento e a divisão das
Parede torácica células.
as camadas de músculos, óssos e
tecidos da parte externa do tórax.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 99
Parte 8: Dicionário

Puberdade Raloxifeno Risco genético


Altura do desenvolvimento dos Fármaco que bloqueia os A possibilidade de ter uma doença
caracteres sexuais secundários. efeitos do estrogénio no que foi transmitida pelos pais
tecido mamário.
Quimioterapia Sarcoma uterino
Randomizado Cancro do útero.
fármacos que matam as
Alocação aleatória a um determinado
células cancerígenas.
grupo. Sobre-expressão
Quisto Atividade genética acima do normal e
Rastreio
Saco fechado preenchido por que se traduz por uma produção
Exames regulares usados
ar ou líquido, no interior do demasiado aumentada de determinada
para detetar doença em
organismo. proteína
alguém que não tem sintomas.
Radioativo Recetor Supra-clavicular
Que contém energia chamada Local de ligação às células Acima da clavícula.
radiação
Recetor hormonal positivo Tamoxifeno
Radiologista Células cancerígenas que Fármaco que diminui a
Médico que se especializou na precisam de hormonas para quantidade de estrogénio no
interpretação de exames de crescerem. organismo.
imagem.
Recidiva Tecido conjuntivo
Radioterapeuta Recorrência do cancro após um Fibras que dão suporte e ligam
Médico que se especializou no tratamento bem-sucedido. as células e outros tecidos.
tratamento do cancro com radiação. Reconstrução mamária
Terapêutica dirigida
Radioterapia Cirurgia para criar novas
Terapêutica usada para destruir as
Tratamento de doenças com mamas.
células cancerígenas sem afetar as
recurso a radiação. Ressonância magnética (RM) células normais.
Imagem feita a partir de ondas Terapêutica hormonal de
rádio e campos magnéticos. substituição
Medicamentos que aumentam os
níveis de hormonas no sangue.

NCCN Linhas de orientação para doentes™:


Cancro da mama: Versão 2.2011
100
Parte 8: Dicionário

Terapêutica dirigida Tromboembolismo venoso


Terapêutica usada para destruir as Situação clínica perigosa em
células cancerígenas sem afetar as que se forma um coágulo no
células normais. interior de uma veia
Testes genéticos
Trompa de Falópio
Testes para aferir acerca do risco de
Órgão feminino que permite a
desenvolver determinada doença,
passagem dos óvulos desde os ovários
estudando os genes.
até ao útero.
Tomografia por emissão de
Tumor
positrões – Tomografia
Massa que tem origem no
computorizada (PET-CT)
crescimento anormal de células.
Utilização de material radioativo para
visualização da forma e função de Tumorectomia
determinadas partes do corpo. Cirurgia que remove a totalidade do
Tratamento adjuvante tumor, e algum do tecido normal que o
Tratamento que se segue ao rodeia.
tratamento primário.
Ultrasons
Tratamento conservador As ondas utilizadas na ecografia
da mama
Útero
Tumorectomia seguida por
Órgão feminino onde os bebés
radioterapia
crescem durante a gravidez.
Tratamento sistémico
Fármacos usados para destruir as Vasectomia
células cancerígenas, em todo o Cirurgia que impede a passagem
organismo. do esperma dos testículos para o
pénis.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 101
Parte 9: Ferramentas

9.1 Questões relativas aos exames


• Em que locais se fazem os vários exames? É necessário ir ao hospital?
• Quanto tempo demora? Estarei acordada?

• Vai doer? Vai ser preciso anestesia local?

• Há riscos associados? Qual a probabilidade de haver infecção ou hemorragia após este tipo de exame?
• E se eu estiver grávida?

• Qual a preparação necessária? É necessário parar a toma da aspirina


para diminuir o risco de hemorragia? Devo estar em jejum?
• Devo trazer a lista dos medicamentos que estou a tomar?

• Devo trazer alguém comigo?

• Quanto tempo demora a recuperação? Depois vou ter que tomar


antibiótico ou algum outro medicamento?

• Quanto tempo demora a saber os resultados e quem me informa? Se for


feita uma biopsia, recebo cópia do resultado da anatomia patológica?

• Se se confirmar que tenho cancro quem e quando me vai explicar os passos seguintes?

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Cancro da mama: Versão 2.2011 102
Parte 9: Ferramentas
9.2 Questões relativas aos tratamentos
• Quais os tratamentos disponíveis para o cancro da mama?

Quais os riscos e os benefícios de cada tratamento?

• Como é que a idade, estado geral, o estadio da doença e outros problemas médicos
condicionam a escolha do meu tratamento?
• Pode ajudar-me para ter uma segunda opinião?

O que posso fazer para me preparar para os tratamentos?

• Quão cedo vou começar os tratamentos?

• Quanto vai custar o tratamento e como posso saber qual a cobertura


oferecida pela minha seguradora?
• Qual as hipóteses de atingir a remissão com o tratamento?
• Que sintomas devo ter em atenção enquanto estou a fazer
tratamento para o cancro da mama?
• Quais as probabilidades de o meu cancro progredir para fases mais avançadas?

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Cancro da mama: Versão 2.2011 103
Parte 9: Ferramentas

9.3 Questões relativas aos ensaios clínicos


• Há algum ensaio clínico em que eu possa participar?

Qual o objectivo do estudo?

• Que tipos de testes e tratamentos estão envolvidos no estudo?

• O que faz este tratamento? Já foi usado antes?

• Vou saber que tratamento vou receber?

• O que é suposto acontecer no meu caso, com ou sem tratamento?

• Quais são as minhas outras opções, as suas vantagens e desvantagens?

• De que modo pode o estudo afectar a minha vida diária?

• Que efeitos secundários posso esperar deste estudo? E como estes efeitos
secundários podem ser evitados?
• Vou ter de ficar no hospital? Se sim, qual a frequência e durante quanto tempo?

• O estudo vai ter algum custo para mim? Algum dos tratamentos vai ser isento de custos?

• Se o estudo for prejudicial para mim, que tratamento posso fazer?


• Que tipo de acompanhamento a longo prazo faz parte deste estudo?

• Esta terapêutica já foi usada para o tratamento de outros cancros?

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Cancro da mama: Versão 2.2011 104
Parte 9: Ferramentas

9.4 Sugestões para cuidar de si


• Deixe as outras pessoas ajudarem. Esta é a altura para aceitar ofertas de
passeios, refeições, babysitting, ou apenas boa companhia
• Ser o mais saudável possível – comer bem, descansar
suficiente, fazer exercício físico, deixar de fumar.

• Fale com a família e amigos sobre as suas preocupações e


necessidades. Dê a conhecer o que é importante para si, incluindo
decisões sobre o seu fim de vida.
• Faça atividades de que goste – ler o jornal, jardinagem, tocar música,
fazer aquela viagem que sempre quis fazer.

• Não tenha medo de tomar medicamentos que podem ajudar o seu estado
emocional e sintomas físicos. Deixe a sua equipa de tratamento ajudá-la.

• Fale com os seus médicos assistentes sobre os seus sentimentos e as suas experiências. Não
espere atéchegar ao seu limite.
• Conheça os recursos disponíveis e use-os.

• Aja ao seu favor – faça perguntas, tire notas, e seja proativa em


relação ao seu tratamento.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 105
Parte 9: Ferramentas

9.5 Sugestões para os cuidadores


• Tire tempo para entender o cancro do seu familiar/amigo e o seu
tratamento. Educar-se vai ajudar a saber o que esperar e como apoiar.

• Seja os olhos, ouvidos e a voz de quem lhe é próximo. É muito importante


para os doentes terem alguém com eles nas consultas médicas, para ouvir,
perguntar, tirar apontamentos, processar o que é dito e por vezes falar pelo
doente.

• Converse sobre os assuntos importantes. Faça isso desde o início. Não espere até ao momento em que o
doente esteja muito mal ou tenha perdido muitas faculdades que lhe permitam discutir assuntos importantes.

• Ajude a desenvolver um plano de tratamento, e se for o caso ajude a seguir o


indicado no testamento vital. Esses planos ajudam todos os envolvidos a perceber
o que é importante para o doente, tanto nos objectivos do tratamento como nas
decisões de fim de vida.
• Trate de sí. Encontre tempo para sair – dar um passeio, almoçar com amigos,
ver um filme, e fazer alguma coisa normal. Para além disso, coma bem, tente
dormir bem, faça exercício. Será um melhor cuidador se tomar conta de si.

• Deixe as outras pessoas ajuda-lo. Tire partido dessas ofertas para fazer uma
refeição, dar um passeio, ver as crianças, ou simplesmente ter um momento
livre. Deixe os amigos saberem o que podem fazer.

• Tire partido dos recursos disponíveis. Há várias formas de lidar com


os assuntos complexos com que se pode debater como cuidador.
Deve saber que há apoio e que deve usar esses recursos.

• Entenda que os cuidadores são tão sobreviventes como os doentes. O


cancro muda a vida tanto do doente como do cuidador.

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Cancro da mama: Versão 2.2011 106
Parte 9: Ferramentas

9.6 Registo dos seus tratamentos


INFORMAÇÕES GERAIS
Informação do doente
Nome: _______________________________________________________ Nº Processo: ___________________________________
Contacto de emergência:____________________________________________ Telefone de emergência: ___________
Contactos Úteis
Nome: _____________________________________ Morada: ____________________________________ Telefone: _________________
Nome: _____________________________________ Morada: ____________________________________ Telefone: _________________
Nome: _____________________________________ Morada: ____________________________________ Telefone: _________________
Nome: _____________________________________ Morada: ____________________________________ Telefone: _________________

Exames Clínicos
Exame
Nome/Data: ___________________________________________________Resultado: ______________________________________________
Nome/Data: ________________________________________________ Resultado: ______________________________________________
Nome/Data: ___________________________________________________Resultado:______________________________________________
Nome/Data: ___________________________________________________Resultado: ______________________________________________
Nome/Data: ___________________________________________________Resultado: ______________________________________________
Dados do cancro
Local do tumor: __________________________________________________ Data do diagnóstico:___________________________________
Valor T: ________________________________ Valor N: ________________________________ Valor M: __________
Estadio: _______________________________________________________ Histologia:
___________________________________________
TRATAMENTOS DO TUMOR
Nome: _____________________________________ data início: __________________________________ data fim: _________________
Nome: _____________________________________ data início: __________________________________ data fim: _________________
Nome: _____________________________________ data início: __________________________________ data fim: _________________
Nome: _____________________________________ data início: __________________________________ data fim : _________________

TRATAMENTOS DOS SINTOMAS


Nome: _____________________________________ data início: __________________________________ data fim: _________________
Nome: _____________________________________ data início: __________________________________ data fim: _________________
Nome: _____________________________________ data início: __________________________________ data fim: _________________
Nome: _____________________________________ data início: __________________________________ data fim : _________________

PLANO PÓS-TRATAMENOS
Descrição:
____________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________
NCCN Linhas de orientação para doentes™:
`
Cancro da mama: Versão 2.2011 107
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Joan S. McClure, MS Lung, Ovarian, and Prostate Cancers,
Senior Vice President Chronic Myelogenous Leukemia, Malignant Pleural
Clinical Information & Publications Mesothelioma, Melanoma, and Multiple Myeloma.

Malignant Pleural Mesothelioma


NCCN Guidelines staff NCCN Guidelines for Patients™

Kristina M. Gregory, RN, MSN, OCN


Vice President Version 2011

Clinical Information Operations NCCN Guidelines for Patients™: Malignant Pleural Mesothelioma
Presented with support from the national law firm of Baron & Budd

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Rashmi Kumar, PhD


Oncology Scientist/Senior Medical Writer

NCCN Patient Guidelines staff


Dorothy A. Shead, MS

Chronic Myelogenous Leukemia


Director
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Patient and Clinical Information Operations

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Painel responsável pela tradução portuguesa das Linhas de Orientação NCCN para doentes™,
Cancro da mama

Zacharoula Sidiropoulou, MD,MSc Verificação Tradução


Hospital São Francisco Xavier-CHLO Armanda Rodrigues
Serviço Cirurgia Geral Licenciatura em Línguas e literaturas modernas
Unidade de Senologia pela Universidade de Coimbra
Carlos Lourenço, MD
Hospital São Francisco Xavier-CHLO Apoio informático
Serviço Cirurgia Geral Tiago Lopes
Técnico de informática
Ana Virginia Araújo, MD Hospital São Francisco Xavier-CHLO
Serviço Cirurgia Geral
Hospital São Francisco Xavier-CHLO
Serviço Cirurgia Geral
Revisão
Marta Sousa, MD Vitor Pereira, MD, MSc
Hospital São Francisco Xavier-CHLO Hospital São Francisco Xavier-CHLO
Serviço Cirurgia Geral Serviço Cirurgia Geral
Unidade de Senologia
Maria Dolores Bueno, MD
Hospital São Francisco Xavier-CHLO
Unidade de Oncologia

Adélia Félix, MD
Hospital São Francisco Xavier-CHLO
Unidade de Oncologia

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Cancro damama

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