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Pereira Passos e “sua equipe de ilustrados” (p. 28) acreditavam ser preciso
derrubar a antiga estrutura para dar lugar a uma nova que atendesse as necessidades da
cidade em crescimento e dar fim as epidemias tropicais que espantavam os estrangeiros.
Tendo apoio da Igreja católica, dos militares e da grande imprensa dá início ao bota-
abaixo. Os autores colocam a população atônita, assistindo alheia à destruição das
partes antigas da capital. Chamam atenção para as dissidências no interior do projeto:
uma linha denominada “razão técnica” e vencedora no cenário, representada por Muller,
que estava preocupada com a integração ao capital e comercio externo; e outra linha,
denominada “razão cultural", representada por Passos, que entendia que as reformas
deviam atender os interesses internos, da própria cidade.
Vendo por outro lado, as reformas demonstraram grande força e resistência das
classes populares. Os autores, Antônio Edmilson e Juliana Bandeira, em certo momento
afirmam que a população assiste espantada e sem entender a demolição da cidade,
dando a impressão de certa passividade. Mas, gostaria de atentar para uma atuação,
apontada logo depois pelos mesmos autores. As classes marginais e pobres
participaram ativamente do processo, sendo a busca de estratégias de sobrevivência uma
forma de reação e resistência aos despejos e remoções aplicadas, e também a formação
das favelas. O desespero, a revolta, o protesto e ameaças descritas por uma passagem de
Macedo sobre a demolição do cortiço Cabeça de Porco, demonstram a indignação dessa
população e as novas ocupações e ofícios foram uma resposta a essas medidas
arbitrárias.
Bibliografia