O Museu de Arte do Rio oferece visitas educativas interdisciplinares que abordam temas como a história do Rio de Janeiro, arte contemporânea e questões sociais. Suas exposições temporárias exploram a memória negra e a cultura afro-brasileira, além de arte e democracia. O potencial pedagógico do museu inclui reflexões sobre racismo, gentrificação e a realidade social brasileira.
Descrição original:
Relatório de visita para fins de disciplina de licenciatura
O Museu de Arte do Rio oferece visitas educativas interdisciplinares que abordam temas como a história do Rio de Janeiro, arte contemporânea e questões sociais. Suas exposições temporárias exploram a memória negra e a cultura afro-brasileira, além de arte e democracia. O potencial pedagógico do museu inclui reflexões sobre racismo, gentrificação e a realidade social brasileira.
O Museu de Arte do Rio oferece visitas educativas interdisciplinares que abordam temas como a história do Rio de Janeiro, arte contemporânea e questões sociais. Suas exposições temporárias exploram a memória negra e a cultura afro-brasileira, além de arte e democracia. O potencial pedagógico do museu inclui reflexões sobre racismo, gentrificação e a realidade social brasileira.
CURSO DE GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA. DISCIPLINA: ESTÁGIO SUPERVISIONADO II – RUI ANICETO. ALUNO: MARIA ELISA SCOVINO DA SILVA
Relatório de visita ao Museu de Arte do Rio (MAR)
O Museu de Arte do Rio (MAR), localizado na região da Praça Mauá, no centro do Rio de Janeiro, é uma instituição mantida em parceria dos órgãos públicos com a iniciativa privada, e busca integrar arte, história e educação. Ali são desenvolvidos diversos espaços dedicados a participação da academia, professores e comunidade em relação ao Museu. Suas exposições abrangem temas que envolvem a história do Rio de Janeiro, o acervo e também arte contemporânea. Recebe um público bem diversificado que vai de crianças, adultos, turistas, e pessoas de diversas partes da cidade, do país e do estrangeiro, de todas as classes sociais. Apesar de não ser um Museu turístico de grande contingente como seu vizinho, o Museu do Amanhã, recebe quantidade significativa de visitantes, especialmente nas férias, e durante o ano letivo, grupos escolares. O Museu proporciona visita mediada ao público geral, podendo ser agendadas ou espontâneas (sem agendamento), e visitas agendadas para instituições de ensino que queiram trazer turmas de alunos. Além de formação de professores da educação formal e não formal, e oficinas e atividades com os moradores da região portuária de todas as idades. A proposta da mediação é diferente da visita guiada, pois esta última pressupõe um caminho e um percurso pré-determinado, enquanto a mediação é mais livre e dinâmica, o próprio visitante vai participar ativamente das escolhas dos caminhos e reflexões que vão surgindo enquanto explora a exposição. Apesar de não ter ocorrido assim na prática quando acompanhei no dia 08/01/19 a visita de Wesley, da área de sociologia, pois havia certo direcionamento do percurso e temas, a proposta é mais dialogada e espontânea. Essas propostas são elaboradas pelo próprio educativo do Museu, sob gestão do Instituto Odeon. Tem linhas e encaminhamentos abertos sendo direcionadas pelo próprio educador que possui autonomia na elaboração de sua visita, que em geral contempla a área de formação deste, que pode ser sociologia, filosofia, museologia, geografia, artes e outras áreas correlatas. As visitas se adequam ao público, por iniciativa do educador que atende e se adequa a diferentes perfis e idades; assim como são desenvolvidas em dias e horários específicos atividades para certo público com certa faixa etária. O processo de visita por escolas, tem todo um procedimento, com agendamento, com uma anterior formação de professores antes da visita, e também conversas e perguntas com os docentes a fim de esclarecer dúvidas e entender os objetivos que esse profissional almeja com a visita ao Museu por seus alunos. O que foi relatado em relação aos objetivos pretendidos pelos professores de história se refere ao combate ao racismo, ao processo de construção da cidade do Rio de Janeiro e sobre o samba. Não há nenhum material distribuído, nem conversa após a visita. Mas os educadores preenchem um relatório de pós-visita explicando o que aconteceu, se os objetivos gerais foram alcançados, relatando possíveis problemas encontrados. A pesquisa que existe e é desenvolvida pelo Museu, é bem geral e busca a opinião do público sobre questões que abrangem desde a limpeza até o educativo. As exposições são organizadas levando em conta quatro eixos temáticos: Veja o Rio de janeiro – o que no caso, estava em aberto a exposição “O Rio do samba: resistência e reinvenção”-, Guardar para lembrar (acervo e memória) – “Mulheres na coleção MAR” e também “A pequena África e o MAR de Tia Lúcia”, que busca denunciar e dar visibilidade as poucas mulheres artistas na coleção-, e “Meu corpo no Museu”- que busca pensar a estética e uso dos corpos no espaço museal. Este, pelo que me pareceu, está conectado com o tema da arte contemporânea que também aparece na exposição sobre mulheres. Estava em aberto a exposição “Arte, democracia, utopia- quem não luta está morto” bem interessante. Apesar de não ser o perfil do Museu, trazia algumas obras interativas como a Instalação "Repente" (2018), de Rivane Neuenschwander. Um quadro que reunia palavras de protesto costuradas em recortes de tecidos que podiam ser retiradas e usadas pelo visitante. Em outra parte da exposição havia um espaço livre, em que as pessoas podiam fazer o que quisessem, e uma roda de conversa que convida a um papo “psiquiátrico” já que remete aos autores que eram psiquiatras e faziam atendimento público. O educador, Wesley informou que alguns dias da semana ficam atendentes nessa roda de forma gratuita. É possível identificar esses espaços na imagem:
As propostas educativas do museu são bem interessantes e informativas. A visita
que acompanhei buscou enfatizar muito temas e problemas da realidade brasileira, chamando atenção para o racismo e a cultura afro-brasileira. Na própria entrada do Museu é possível ler algumas palavras relacionadas a lugares e identidade africana. Achei que é sim possível aproveitar bastante para discutir com os alunos a realidade social brasileira. É possível fazer conexões tanto com a construção da cidade, como com o tema da escravidão, ou temas que envolvam africanos e seus descendentes. É interessante que através da visita com enfoques diversos e da arte é possível pensar a história, mas através de mediações interdisciplinares, o que torna bem interessante. É importante pontuar também como as exposições são ricas e tem grande potencial pedagógico com aproximações com a realidade dos alunos, através do samba, com o uso de diversos recursos e linguagens, podendo refletir questões pertinentes sobre a própria função do museu, e também sobre a situação política atual. Este último, principalmente na exposição sobre arte e democracia, que fazem pensar sobre o momento político brasileiro e os movimentos sociais, suas reivindicações, podendo trazer algumas discussões de porque se referem a grupos marginalizados ou atacados. Também acredito que haja um grande potencial no espaço aberto do Museu, em levar os alunos a pensar de forma integrada os dois museus, e o espaço da zona portuária carioca e suas transformações. Ali, como antigo porto de recebimento de escravos, em que existem referenciais da história negra como o cais do valongo, o cemitério dos pretos novos, a pedra do sal, e refletir sobre o processo de gentrificação e higienização da cidade – que muitos pensam que se restringe ao passado, associado as reformas Passos, e esquecem de refletir esses processos no presente-. E importante também seria discutir essa própria memória negra, como foi tratada pelos museus após a revitalização da Praça Mauá, se essa memória foi esquecida, apagada ou busca-se falar dela, trazer à tona. Abaixo seguem algumas fotos das exposições. Essa primeira é uma tela de Heitor dos Prazeres da Exposição Rio do samba. A segunda mostra a instalação interativa de Ernest Neto e Leandro Vieira. E por último o início da exposição Mulheres na Coleção MAR. Referências bibliográficas:
Legislação do Ensino das Artes Visuais: quem está por trás, ou a quem interessa o tema, atual e controverso da elaboração e aplicação prática do novo currículo escolar?