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ÍNDICE DE ASSUNTOS
Aposentadoria e Tribunal de Contas da União
Criação de Município: Inconstitucionalidade
Ensino Técnico
Gratificação Natalina: Retroatividade
Lei 9.099/95 e Transação Civil e Justiça Militar
Loteamento Irregular e Crime Continuado
Mandado de Segurança no Processo Penal
Precatórios e Correção de Erro Material
Precatórios e Seqüestro
Procuradores Autárquicos e Vencimentos
Quadrilha e Liberdade Provisória
RE Adesivo
Transporte Escolar e Isenção do IPVA
PLENÁRIO
Aposentadoria e Tribunal de Contas da União
O Tribunal indeferiu, por unanimidade, mandado
de segurança impetrado por juiz classista contra decisão do
TCU que recusara registro ao ato administrativo da
Presidência do TRT da 1a Região que cumprindo decisão,
transitada em julgado, concessiva de mandado de segurança
favorável ao impetrante determinara a inclusão, para fins de
anuênio, do tempo de exercício da advocacia. Destacou a
impetração que a decisão do TCU, baseada em sua Súmula
123 (“A decisão proferida em mandado de segurança
impetrado contra autoridade administrativa estranha ao
Tribunal de Contas da União, a este não obriga, mormente
se não favorecida a mencionada autoridade pela
prerrogativa de foro conferida no art. 119, I alínea i da
Constituição.”), ofenderia a garantia da coisa julgada.
Prevaleceu o entendimento do relator, Min. Sepúlveda
Pertence, que, invocando a Súmula 6 do STF (“A revogação
ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou
qualquer outro ato aprovado pelo Tribunal de Contas, não
produz efeitos antes de aprovada por aquele Tribunal,
ressalvada a competência revisora do Judiciário.”),
ponderou não ser a coisa julgada oponível ao Tribunal de
Contas. A eficácia da sentença exauriu-se com a prática do
ato reclamado pelo Presidente do TRT; tal ato, no entanto,
continua a demandar a chancela da Corte de Contas (CF, art.
71, III, que dispõe sobre a competência do TCU para
“apreciar, para fins de registro, a legalidade ... das
concessões de aposentadoria ...”). Precedente citado: RMS
8.657 (RTJ 20/69). MS 22.658-RJ, rel. Min. Sepúlveda
Pertence, 10.9.97 .
Transporte Escolar e Isenção do IPVA
Por aparente contrariedade ao artigo 150, II da CF,
que veda aos Estados a instituição de tratamento desigual
entre contribuintes que se encontrem em situação
equivalente, o Tribunal deferiu medida liminar em ação
direta proposta pelo Governador do Amapá para suspender,
até decisão final da Corte, os artigos 1 o (“Ficam isentos da
incidência do imposto sobre a Propriedade de Veículos
Automotores - IPVA, os veículos automotores especialmente
destinados à exploração dos serviços de transporte escolar
no Estado do Amapá, devidamente regularizados junto à
Cooperativa de Transportes Escolares do Município de
Macapá - COOTEM.”) e 2o, que atribui competência à
Assembléia Legislativa para avaliar os efeitos da referida
isenção, todos da Lei Estadual 351/97. Vencido o Min.
Marco Aurélio. ADInMC 1.655-AP, rel. Min. Maurício
Corrêa, 10.9.97 .
Ensino Técnico
O Tribunal indeferiu medida liminar requerida pelo
Partido Comunista do Brasil em ação direta proposta contra
o art. 44 da MP 1.549-31, que acrescentou os §§ 5 o, 6o e 7o
ao art. 3o da Lei 8.948/94, que dispõe sobre a instituição do
Sistema Nacional de Educação Tecnológica. Os referidos
parágrafos cuidam da expansão da oferta de ensino técnico
mediante criação de novas unidades de ensino por parte da
União em parceria com Estados, Municípios e Distrito
Federal, que serão responsáveis pela manutenção e gestão
dos novos estabelecimentos. Afastou-se, ao primeiro exame,
a alegação de ofensa ao art. 211, § 1 o da CF (“A União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em
regime de colaboração seus sistemas de ensino. § 1 o - A
União organizará e financiará o sistema federal de ensino e
os territórios, e prestará assistência técnica e financeira aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o
desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento
prioritário à escolaridade obrigatória.”), já que eventual
parceria pressupõe o consentimento dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios. Vencido o Min. Marco Aurélio ao
argumento da inobservância do prazo de vigência da MP:
trinta dias. ADInMC 1.629-UF, rel. Min. Moreira Alves,
10.9.97 .
Precatórios e Seqüestro
Deferida em parte medida cautelar em ação direta
requerida pelo Governador do Estado de São Paulo contra a
Instrução Normativa nº 11, de 10 de abril de 1997
(Resolução nº 67/97) do TST, que “uniformiza
procedimentos para a expedição de Precatórios e Ofícios
requisitórios referentes às condenações decorrentes de
decisões trânsitas em julgado, contra a União Federal
(Administração Direta), Autarquias e Fundações, até a nova
regulamentação prevista no projeto de reforma do Poder
Judiciário, na Constituição da República”. Por aparente
contrariedade ao art. 100, § 2º, in fine, da CF que autoriza o
seqüestro da quantia necessária à satisfação do débito
exclusivamente na hipótese de preterição do direito de
precedência , o Tribunal deferiu a cautelar para suspender,
até o julgamento final da ação, a vigência dos incisos III e
XII da referida norma, que autorizam o seqüestro do valor do
precatório pelo presidente de tribunal regional do trabalho
quando a pessoa jurídica de direito público condenada não
incluir no orçamento a verba necessária ao seu pagamento ou
quando este pagamento for efetivado por meio inidôneo, a
menor, sem a devida atualização ou fora do prazo legal. Por
maioria, indeferiu-se a cautelar relativamente ao item IV da
instrução atacada (“A pessoa jurídica de direito público
informará ao Tribunal, até 31 de dezembro, se fez incluir
no orçamento os precatórios apresentados até 1 º de
julho”), tendo em vista tratar-se de ato ordinatório
meramente administrativo, sem qualquer sanção, que não
afronta o princípio constitucional da separação de poderes.
Vencidos, neste ponto, o Min. Maurício Corrêa, relator, e o
Min. Nelson Jobim que suspendiam a eficácia do referido
item.
PRIMEIRA TURMA
Loteamento Irregular e Crime Continuado
O delito tipificado no art. 50, parágrafo único, I, da
Lei 6.766/79 [“O crime definido neste artigo (parcelamento
irregular de solo urbano) é qualificado se cometido: I - por
meio de venda, promessa de venda, reserva de lote ou
quaisquer outros instrumentos que manifestem a intenção de
vender lote em loteamento ou desmembramento não
registrado no Registro de Imóveis competente;”] é crime
único, não sendo de admitir-se a continuidade delitiva
quando as condutas criminosas do agente são atribuídas a um
mesmo desmembramento irregular. Com base nesse
entendimento, a Turma deferiu em parte habeas corpus para
excluir da condenação do paciente o acréscimo da pena
decorrente do crime continuado, reformando decisão que a
exasperara com base em sete promessas de venda realizadas
em um mesmo loteamento. HC 74.757-SP, rel. Min. Octavio
Gallotti, 9.9.97.
RE Adesivo - 1
Aplica-se ao recurso adesivo a disciplina do art.
188, do CPC (“Computar-se-á em quádruplo o prazo para
contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a
Fazenda Pública ou o Ministério Público.”), tendo em vista
que sua interposição ocorre no prazo de que a parte dispõe
para responder (CPC, art. 500, I). Com base nesse
entendimento, a Turma rejeitou a preliminar de
intempestividade do recurso extraordinário adesivo da União
Federal, que fora interposto dentro do prazo em dobro a ela
conferido, mas após exaurido o prazo de interposição de
recurso da parte contrária.
RE Adesivo - 2
Considerando que o recurso adesivo segue a sorte
do recurso principal (CPC, art. 500, III), tendo sido provido
agravo de instrumento pelo STF para o processamento do
recurso extraordinário principal inadmitido na origem, não é
de se considerar prejudicado o recurso extraordinário
adesivo ainda que não tenha sido interposto agravo de
instrumento, se a inadmissão de tal recurso se dera
exclusivamente porque não admitido o principal, e não por
fundamento próprio ao adesivo. Precedentes citados: RE
87.355 (RTJ 95/210); RE 102.308 (RTJ 117/1190)
RE Adesivo - 3
Por outro lado, considerou-se que o não
conhecimento do recurso extraordinário principal com o
exame do mérito hipótese em que a decisão recorrida não
contraria dispositivo da Constituição (CF, art. 102, III, a)
não impede, em princípio, a admissão do recurso adesivo.
RE 196.430-RS, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 9.9.97.
SEGUNDA TURMA
Lei 9.099/95 e Transação Civil e Justiça Militar
A Turma decidiu afetar ao Pleno pedido de habeas
corpus contra decisão do STM que deferiu correição parcial,
nos termos do art. 498 do CPPM, por considerar inaplicável
à Justiça Militar a Lei dos Juizados Especiais Cíveis e
Criminais e, em conseqüência, anular a composição civil
celebrada entre a vítima e o paciente — acusado da prática
do crime de lesão corporal culposa — de acordo com o
artigo 74 da Lei 9.099/95 (“ A composição dos danos civis
será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante
sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado
no juízo civil competente. Parágrafo único. Tratando-se de
ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública
condicionada à representação, o acordo homologado
acarreta a renúncia ao direito de queixa ou
representação.”). Considerou-se, sobretudo, a falta de
precedente do Tribunal sobre a extensão da composição civil
aos procedimentos especiais. HC 74.581-CE, rel. Min.
Nelson Jobim, 9.9.97 .
CLIPPING DO DJ
12 de setembro de 1997
ADIN N. 123
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ENSINO PÚBLICO.
DIRETORES DE ESCOLAS PÚBLICAS: ELEIÇÃO:
INCONSTITUCIONALIDADE. Constituição do Estado de Santa
Catarina, inciso VI do art. 162.
I. - É inconstitucional o dispositivo da Constituição de Santa
Catarina que estabelece o sistema eletivo, mediante voto direto e
secreto, para escolha dos dirigentes dos estabelecimentos de ensino.
É que os cargos públicos ou são providos mediante concurso
público, ou, tratando-se de cargo em comissão, mediante livre
nomeação e exoneração do Chefe do Poder Executivo, se os cargos
estão na órbita deste (C.F., art. 37, II, art. 84, XXV).
II. - Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente.
* noticiado no Informativo 59
ADIN N. 356
RELATOR : MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: - 1. Não colhe, sob color de aplicação do art. 37, XI,
da Constituição, estabelecer vinculação entre a remuneração de
diferentes carreiras ou classes de determinado grupo ou categoria
funcional, com infração do disposto no inciso XIII do mesmo artigo.
2. Não estão sujeitas à observância do teto estabelecido no
citado item XI do art. 37 s vantagens de caráter individual
(Constituição, art. 39, § 1º). Precedentes: RE 141.788, RMS 21.841,
RMS 21.857, RMS 21.943, ADI 1.418, ADI 1.443, RE 185.842 e
ADI 1.550).
* noticiado no Informativo 77
HC N. 75.051
RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL.
APROPRIAÇÃO INDÉBITA (ARTIGO 168, § 1º, III, DO CÓDIGO
PENAL). LEI Nº 9.099/95: ARTIGO 89, § 1º, INC. I:
REPARAÇÃO DO DANO. ARTIGOS 170 E 155, § 2º, DO
CÓDIGO PENAL. "HABEAS CORPUS".
1. Pratica crime de apropriação indébita, previsto no art. 168 do
Código Penal, com o aumento de pena previsto no inc. III de seu §
1º, o Advogado que, depois de receber o valor da prestação
alimentícia devida a sua constituinte, se recusa a entregá-la,
obrigando-a a uma ação de prestação de contas, para só depois de
vencido nesta, efetuar o pagamento.
2. Sendo de um ano de reclusão a pena mínima prevista no "caput"
do art. 168, mas sujeita necessariamente ao acréscimo de 1/3, por se
tratar de apropriação indébita praticada no exercício da profissão de
Advogado, não se aplica à ação penal o disposto no art. 89 da Lei nº
9.099/95 e, conseqüentemente, o inciso I de seu § 1º, relativamente à
reparação do dano.
3. A reparação do dano ocorrida após a consumação do crime,
ainda que anteriormente ao recebimento da denúncia, só tem como
efeito a atenuação da pena, mormente se, como no caso, a restituição
só veio a ocorrer por força de ação cível proposta pela vítima. E,
tendo sido aplicada a pena mínima, não poderia esta ser reduzida,
ainda que presente circunstância atenuante.
4. Não é de ser considerada, em caso como o "sub-judice", a figura
privilegiada do art. 170 do Código Penal, porquanto, a exemplo do
que ocorre com o furto privilegiado (art. 155, § 2º), não se
identificam os conceitos de pequeno valor da coisa apropriada e de
pequeno ou nenhum prejuízo da ação delituosa. Até porque a
restituição só se fez por inteiro, após o resultado de uma ação civil
de prestação de contas.
5. "H.C." indeferido. Decisão unânime.
HC N. 75.353
RELATOR : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: Recurso do assistente do Ministério Público contra
sentença condenatória: divergência jurisprudencial que não alcança a
espécie.
Lavra divergência sobre a admissibilidade da apelação supletiva do
ofendido, assistente do MP, que vise apenas à exasperação da pena
aplicada pela sentença condenatória; o recurso, no entanto, é de
induvidoso cabimento quando se questiona a própria mudança da
infração penal pela qual condenado o agente, com patente alteração
das conseqüências da condenação, sobretudo, como ocorre na
espécie, quando a desclassificação do fato para lesões corporais
implica atribuição aos ofendidos da prática de denunciação
caluniosa pela imputação ao réu do crime de roubo
AG (AgRg) N. 151.641
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Agravo regimental.
- Não tem razão a agravante.
Com efeito, o artigo 108, II, da Constituição Federal encerra
somente uma norma de competência segundo a qual, quando houver
recurso para a segunda instância (e nada impede que a legislação
ordinária não o admita), por não ter o texto constitucional criado, no
caso, recurso específico, caberá ao Tribunal Regional Federal julgá-
lo. Por isso, entendeu-se constitucional a Lei 6.825/80 em face da
Emenda Constitucional nº 1/69 à vista de seu artigo 122, III, que
continha a mesma regra contida no referido artigo 108, II, da atual
Carta Magna, que, assim, não revogou a mencionada Lei.
Agravo a que se nega provimento.
AG (AgRg) N. 192.883
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: - CONSTITUCIONAL. ELEITORAL. PARTIDO
POLÍTICO: INTERVENÇÃO.
I. - A espécie diz respeito à intervenção da Executiva Regional do
Partido no Diretório Municipal, em situação de emergência, e não de
punição de filiado. Não há falar, portanto, em ofensa ao direito de
defesa.
II. - Questões processuais não autorizam a admissão do recurso
extraordinário.
III. - R.E. inadmitido. Agravo não provido.
AG (AgRg) N. 192.918
RELATOR : MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA:- Acumulação de emprego de atendente de
telecomunicações de sociedade de economia mista, com cargo
público de magistério.
Quando viável, em recurso extraordinário, o reexame das atribuições
daquele emprego (atividade de telefonista), correto, ainda assim, o
acórdão recorrido, no sentido de se revestirem elas de
"características simples e repetitivas", de modo a afastar-se a
incidência do permissivo do art. 37, XVI, b, da Constituição.
RE N. 167.995
RELATOR : MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: FARMÁCIAS E DROGARIAS. FIXAÇÃO DE
HORÁRIO PARA FUNCIONAMENTO. COMPETÊNCIA
MUNICIPAL. ALEGAÇÃO DE AFRONTA À LEGALIDADE, À
ISONOMIA, À LIVRE CONCORRÊNCIA E INICIATIVA E À
DEFESA DO CONSUMIDOR.
O estabelecimento de horário de funcionamento do comércio local é
inerente à autonomia municipal conferida pela Constituição ao
município para tratar de assunto de seu peculiar interesse (art. 30, I).
Afrontas constitucionais inocorrentes.
Recurso extraordinário não conhecido.
RE N. 170.554
RELATOR : MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: COMPETÊNCIA. JUSTIÇA DO TRABALHO. AÇÃO
DE SINDICATO DE TRABALHADORES CONTRA
EMPREGADOR, PLEITEANDO CONTRIBUIÇÃO
ASSISTENCIAL ESTIPULADA EM CLÁUSULA DE
CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO. ARTIGO 114 DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LEI Nº 8.984/95.
A Lei nº 8.984/95, editada com base no art. 114 da Constituição
Federal, retirou do âmbito residual deixado à Justiça Comum dos
Estados a ação de sindicato de trabalhadores contra empregador,
tendo por objeto o adimplemento de obrigação assumida em
convenções ou acordo coletivo de trabalho, incluindo-se na órbita da
Justiça Trabalhista.
Incidência imediata da nova regra de competência às demandas em
curso.
Recurso extraordinário conhecido e provido.
RE N. 194.300
RELATOR : MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: ICMS. VENDA DE BENS DO ATIVO FIXO DA
EMPRESA. NÃO INCIDÊNCIA DO TRIBUTO.
A venda de bens do ativo fixo da empresa não se enquadra na
hipótese de incidência determinada pelo art. 155, I, b, da Carta
Federal, tendo em vista que, em tal situação, inexiste circulação no
sentido jurídico-tributário: os bens não se ajustam ao conceito de
mercadorias e as operações não são efetuadas com habitualidade.
Recurso extraordinário não conhecido.
RE N. 200.329
RELATOR : MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: PENSÃO ESPECIAL. MILITAR CONVOCADO
PARA O EXÉRCITO NO PERÍODO DE GUERRA. ART. 53, INC.
II, DO ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS
TRANSITÓRIAS. LEI Nº 5.315/67.
Não cabe, à guisa de interpretação extensiva, reconhecer o direito à
concessão de pensão especial a alguém que não seja ex-
combatente da Segunda Guerra Mundial ou não haja participado
ativamente de operações de guerra. Ser integrante de guarnição de
ilha costeira não é fato gerador do direito à pensão militar.
Recurso extraordinário conhecido e provido.
RMS N. 22.790
RELATOR : MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: JUSTIÇA MILITAR. CONCURSO PÚBLICO PARA
PROVIMENTO DO CARGO DE JUIZ-AUDITOR SUBSTITUTO.
ACÓRDÃO QUE TEVE POR IMPRESTÁVEL À
COMPROVAÇÃO DO REQUISITO DO EXERCÍCIO DE
"FUNÇÃO QUE CONFIRA PRÁTICA FORENSE", EXIGIDO
PELO ART. 34, V, DA LEI Nº 8.457/92, O ASSESSORAMENTO
PRESTADO PELO MILITAR AO COMANDO DA
CORPORAÇÃO, NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES AO
PODER JUDICIÁRIO, A ELABORAÇÃO DE PARECERES E A
PARTICIPAÇÃO EM INQUÉRITOS POLICIAIS MILITARES, EM
SINDICÂNCIAS E EM PROCESSOS ADMINISTRATIVOS.
Entendimento que não pode ser tido por ofensivo a direito subjetivo
dos candidatos, dada a exigência legal de prática forense, atividade
que não se caracteriza senão mediante o exercício de função ligada à
militância forense, ainda que na qualidade de serventuário da
Justiça.
Recurso improvido.
T R A N S C R I Ç Õ E
S
HC 75.219-RJ*
Ministro Sepúlveda Pertence (voto-vista)