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Capítulo 6
88. 180 p.
Estrutura A tô m ic a e M ol ec u la r d o s
Materia is
Oswaldo Cascudo1
Na des cri ção de um ma ter ial , po de -se diz er, de ma ne ira sim pli fic ad a,
que sua con sti tui ção se dá pe lo co nju nto de um a un ida de bá sic a qu e é o
átomo.
A est rutura de um ma ter ial , co nfo rm e de sta ca do po r As ke lan d ( 19 90 ),
pode ser div idi da em qu atr o nív eis : est rut ura atô mi ca , arr an jo atô mi co ,
microestr utu ra e ma cro est rut ura . Em bo ra no âm bit o da s en ge nh ari as e pa ra
os fins tec no lóg ico s qu e as no rte iam os est ud os em nív eis mi cro e,
principalme nte , ma cro est rut ura is sej am os qu e ma is im po rta m, há qu e
ret roc ede r à est rut ura do s áto mo s e seu s arr an jos . Iss o é ne ce ssá rio po rqu e
o arranj o do s áto mo s for ma nd o est rut ura s mo lec ula r, cri sta lin a ou am orf a
influencia de ma ne ira sig nif ica tiv a as pro pri ed ad es fís ica s e , em pa rti cu lar ,
0 compo rtame nto me câ nic o do s ma ter iai s .
. Em sum a, as ca rac ter íst ica s mi cro e ma cro est rut ura is do s ma ter iai s. tão
importantes pa ra a en ge nh ari a, são dit ad as pe la na tur ez a da lig aç ão
atômica, qu e, po r su a ve z, de pe nd e ess en cia lm en_ t e_da est rut ura elet1:_ ôn~ ca
do átomo . As sim sen do , a seg uir , faz -se um a r~v 1sa o da est rut ura ato mi ca
e, no ite m sub seq üe nte , so bre as lig açõ es atô mi cas .
6,J.J A estrutura do átomo: nêutrons, prótons e elé~ons_
A fim d d tt"po e a na tur eza da hg aç ao qu e oc orr e e ntr e
e se co mp ree n er o d 1 1 ,, ·
"d
os átomo s, co ns1 era r-s e-a , ,, no pre sen te co nte xto , o mo e o p an eta no
. 1
sunpli fic ado , co mo mo str ad o na Fig ura ·
M..: . Sérg io Jorg e dos San tos, do Núc leo de Tec nolo gia
tO
r expressa seus sinc eros agra dec ime ntos ao Eng . danG o "ás (Nl ifEA IUF G). pela rele van te cola bor açã o na
auto
das Arg . 'd d Pederal e o1
COnfec ~s as e Revestim ento s, da Umvers1 a e
çao das figuras deste capítulo .
144 O. Cascudo
Orbital externo
(com quatro sp3 elétrons)
Orbital interno
( com dois 1s elétrons)
28
~p;g8~ ma~am ente 9,11 x l0- g, ou seja, a massa do elétron é apenas
' g ª massa de um próton ou de um nêutron . Por isso, em terrnos
Estrutura Atôm · M
ica e olecular dos Materiais 145
Dessa forma, no primeiro nível quântico (K, com n = 1), que representa o nível
de menor energia, somente se pode ter um máximo de 2 elétrons. Para os outros
níveis, os números máximos possíveis de elétrons são: 8 para o nível L, 18 para
o nível M, 32 para o nível N, 32 para o nível O, 18 para o nível P e 2 para 0
2
nível Q (os níveis O, P e Q constituem exceções quanto ao uso do termo "2n ''
p~a .se determinar o número máximo de elétrons por camada quântica
pnnc1pal).
3
A_ periodici~ade dos elementos baseia-se na ordem crescente dos seus números atômicos calcada no fato de que
muitas propriedade fí · , · ' s· na
. . s sicas e quUDJcas dos elementos são funções periódicas de seus números atômicos. As im,
tahe1~ penódtca, exiSlem 7 linhas horizontais (7 períodos) e 18 colunas. Os períodos (linhas) obedecem ao critério_da
quantidade de camadas q ti pnnciprus · · · H 1e(11
que o átomo de determinado elemento possui Por exemplo. H e e 1
A
uan cas
apenas uma camada quântica pnnctp· · ai e, por essa razao,
- ·
pertencem ao 1o período As colunas por sua vez. agru d
pan
os eIementos químicos c · ·ect d , . · • . d'18 ta a
tabela periódica . UJ~ ~ro~n ª es qui_rrucas são bastante semelhantes entre si. A análise mais 1nie is),
.
4 Conce1tualmenteperrrute ª diSUnçao entre metais e não-metais (tendo o B, Si, Ge, As, Sb, Te e Po como sernJJ11eta
elemento (quími ) é O . rtanlO,
com O mesmo , ' • . co conJunto de todos os átomos com o mesmo número de prótons; Po 0
numero atorruco Para efe·t 10 d t , . ezes,
mesmo significado. · eS e capitulo, elemento e átomo assumirão, na maioria das v
IA VIII A
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Figura 2 - Tabela periódica dos elementos ~
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148 O. Cascudo
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Um último comentário b . t to de
que, mesmo detalh d so r~ ~ assunto em discussão diz respeito ao ª 'vel
quântico por meio :~ ~u~ ~os~çao energética dos elétro~s dentro d~ um ; :iJll
se trata de uma sim li~vei~ (como apresentado antenormente), ai~da assa
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As Ie as que designam os b , . ..
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c_a ç~a~o~. O aprofundamen to dessa que ªº p
J,111/'·
principal dtiffi su mve1s, s"' "p" " d" " • . t rJTloS: s
• ,se e fundamental. ' e f' , referem-se, respectivamente, aos seguintes e
ESfrutura Atômica e Molecular dos Materiais
149
6 W, l" z rique)· físico austríaco conhecido por seu trabalho na teoria do spin
0 igang Ernst Pauli ( 1900, Viena - 1958 , u ·
do elétron
7p · , de orbitais que é calculado pelo termo (2t + 1), em que t representa
ara cada b , 1 há d · ado numero •
. su ruve um eterrnm hamado de número quânúco secundário), sendo igual a O, 1, 2 ou 3
0
numero correspondente do subnível (~bém e P rtanto, existem J, 3, 5 e 7 orbitais, respectivamente para os
0
confonne o subnível s, p, d ou J, respecovamente.
subníveis s, p, d, ef.
J50 O. C'"cudn
Na CI
lt \
(a)
);1
'
)
CI
Figum 4 - Ligação iônica - exemplo
• d0 NaCl·· a) ·iomzaçao
· - dos elementos e b) atração e lioação iônica
(SHACKELFORD, 1996). º
8
..
São fon·as u - .,
. . ·-r . e atmçao ue natureza eletrostática ori . - que ocorre entre espécies carregadas c(l(11
cargas elétncas opostas. A força de atra ão , g~nadas pela atraçao
constante que depende da valência d , ç coulombiana que une íons na ligação iônica é função direta de UJJl.1
de proporcionalidade igual a 9 x lO~~om/nccarregado e da carga elétrica de um elétron isolado, além de uma cons'.an~
separaçã · , sendo também in di .~neta u-
. 0 entre os centros dos íons Ligad M . . _versamente proporcional ao quadrado da Slll'' lford
~'.!000). os. rus mfonnaçoes podem ser obtidas em publicação de Shacke
Forças co11lombia11as
(fi1736-1806). Ele to1 são assim denommadas
. -~
- . o primeiro cientista a ex . em homenagem ao físico francês Charles A11g11stin de C011/(111µ'11,i
oº':' de _•tração eletrostática enue fons de e perunentabnente demonstrar a natureza das equações que d~~"•
agnensmo, Coulomb foi também u . argas o~stas. Além de grandes contribuições para a eletricidade e~
áreas de fricção e torção). m importante pioneiro no campo das mecânicas aplicadas (especiallllente~
Estrutura Atômica e Molecular dos Materiais 151
H
o
• H
Ligações me
eletrônica não
ligação metálic
(a) (b) os átomos são
Figura 5 _ Exemplos de Ligação covalente: a) molécula do oxigênio (Oi) e b) molécula do metano (CH,µ . ~ão da liga
como nos outrJ
6.2.1.3 Ligações metálicas . PQmµe, sob e~~
Um último tipo de ligação forte na formação dos materiais é a ligação metálica. "n"U-.vem", prov
Nesse caso, elementos metálicos que tenham baixa valência liberam seus elétrons º\~ circunst
de valência, de maneira que há a formação de uma "nuvem" de elétrons ao redor el~mcas do cao
dos átomos. Ressalta-se que, quando há a perda dos elétrons de valência, os 0
~Z=1{étrons da ,
átomos metálicos remanescentes na realidade tomam-se íons positivos, pois, com el~wca (ASKEJ
a saída dos elétrons da última camada, há um desbalanceamento elétrico, tendo 0
núcleo uma maior quantidade de cargas positivas do que a eletrosfera de cargas
negativas.
, Os elétrons d~ valência passam, então, a não estar mais associados com algu~
atorn,,_o _em particular; ao contrário, movem-se livremente dentro da "nuvem
el~troruca, es~do associados com vários núcleos de átomos. Dessa forma, os
nuc}eo~ dos atomos carregados positivamente (pela saída dos elétrons de
valenci_a) permanecem juntos formando uma rede de átomos pela atração mútua
i~e e~t~ entre esses nú~leos (positivos) e a "nuvem" eletrônica (negativa). A
igura ustra esquematicamente esse tipo de ligação.
st
E rutura Atômica e Molecular dos Materiais
153
Figura 6 - Modelo explicativo da ligação metálica, em que se têm os elétrons de valência deixando os seus átomos
originais para formarem uma "nuvem" eletrônica, que mantém presos (ligados) os íons positivos (oriundos da saída
dos elétrons) (ASKELAND, 1998).
IO Johannes Diderik van der Waals (1837-1923), físico holandês que formulou equações descreve~do_ os estados
. que O tamanho das moléculas e as forças que atuam entre gases e líquidos afetam
líquido e gasoso. Estudou e cone1um
seu comportamento. E m bora as molécuIas de gás seiam
J
extremamente •pequenas, cada uma delas tem um tamanho
·
diferente - cmunstanc1a afi rtamento das moléculas de diferentes gases. As forças que
. atuam
. entre as
A •
que eta o campo .
moléculas de um gás sao_ . d fiorças de van der Waals. Em virtude desse trabalho, foi agraciado com 0
p A • denorruna as
remio Nobel de Física de 1910.
o. cascudo
154
Unidade
molecular sendo ligada "
d adaátomoo u de uma
HACKELFOR D, 1996) . . "\ ess a
0
negativa_ den!1" 0e~ome de dipol? (S tes tipos para as forças de van der W:
. tna da-se , ~"s diferen bidr " · . aa1s
assune k (I 9S4) reune ~e 'd e ponte de ogeruo, CUJas explicaÇÕe'
V~ Vlac olares, dipolos m~uz1 ~:entadas a seguir. s
m,o~eculdaes feus mecanismos saole~cpulas que apresentam um desbalancearnent
bas1cas são mo ,., , · 'd t o
1
Mo ec, ulas polares positiva nao e co1nc1 en e com o centro d
tro de carga . l" 1 e
elétrico, ou seja, o cen ortanto, uma assime1:na na ~~ ecu a no tocante à
g a negativa. Tem-se, P,. . chamado dipolo eletrlco. Um exemplo d
car argas eletricas, 0 ,. d ,. 'd fl "d . e
configuração das c . l "tri'co é a molecula o ac1 o uon nco (l-fnl
1 0 u d1po 1o ee bidr " . ,. li -lll'J,
molécula po ru: 7 Internamente, nesse caso, o ogeruo está gado ao
mostrada na Figura · li ,., rimária a ligação covalente. No entanto,porser
átomo de flúor Pº! u~~ gaçJ;a~ão inte~olecular para formar a substância se dá
essa molécula assimet?,ca, ª ntre as extremidades positiva e negativa de cada
pela atração eletrostática e
molécula polar (dipolo)·
~ M ~
Figura 7 - Exemplo de molécula polar, o HF {a), em que se tem ligação covalente intramolecular e forças de van
derWaals intennoleculares- dadas pela atração entre os dipolos (b) e (e) (adaptada de VAN VLACK, I9?0).
Figura 8 - Esquema ilustrativo da atração das moléculas de H20 , na fomlação da água, por pontes de hidrogênio.
Percebe-se a atração entre os núcleos "expostos" de hidrogênio de uma molécula pelos elétrons não
compartilhados do oxigênio das moléculas adjacentes.
Iônica 625-1550
Covalente 520-1250
Metálica 100-800
Forças de van der Waals <40
Exemplos de propriedades dos materiais que são afeta?~ por essas rel~ções
força-distância ou energia-distância são o módulo d~ elasticidade e ? ~oefic1ente
de variação térmica, dentre várias outras. O modulo de elasticidade, q~e
representa a capacidade de deformação, em regime elástico, que dado matenal
apresenta quando uma força ou tensão é aplicada, tem, ao nível atômico, uma
explicação que se respalda na relação entre a força ou energia da ligação atômica
com a distância ou espaço interatômico. Assim, módulos altos significam que
uma grande dificuldade existe para se alterar a posição original relativa entre os
átomos de um material. Isso está associado a uma alta energia de ligação, sendo
o inverso verdadeiro.
Da mesma forma, o coeficiente de variação térmica, que descreve quanto um
material se expandirá ou se contrairá sob o efeito da temperatura, é fortemente
relacionado com essa curva energia-distância (atômica). Desse modo, quando um
material é aquecido, uma energia adicional é fornecida a ele, provocando
separação atômica. Sendo alta a energia de ligação entre os átomos desse material,
a energ~a ad~ci~nal oriund~ d~ aquecimento é pouco significativa para provocar
separa~ª<: at~ffil~a, o que significa que esse material possui um baixo coeficiente
de vanaçao tefffilca, sendo também nesse exemplo verdadeira a situação inversa.
Estrutura Atômica e Molecular dos Materiais 157
COVALENTE
SEMICONDUTORES
POLIMEROS
SECUNDÁRIA
METAIS
IÔNICA .
· . . - relativa de diferentes tipos de ligação para as quatro categonas
trlh
Figura 9 - Tetraedro representando a con u_iç_a
0
n enharia (SHACKELFORD, 1996).
fundamentais de matenrus de e g
158 O. Cascudo
63 .2 Estrutura cristalina
st
A e.s~tura c~i alina _é caracterizada 9uando existe uma organização na
dispos1çao espa:ial dos atomos 9ue constituem determinado arranjo atômico.
Percebe_--se, entao, m~a regu}~dade estrutural, com a repetição, nas três
dimensoes, ~~ uma u~da?e bas1ca. A esses tipos organizados de estrutura dá-se
0 nome genenco de cristais.
A seguir, são propostos os conceitos de cristalinidade e de célula unitária
apresentados o~ sistema~ cristalinos e seus aspectos peculiares, sendo, por fim'.
contempladas informaçoes sobre as transformações alotrópicas e sobre os
materiais típicos de estrutura cristalina.
Célula unitária
Pontos do reticulado
Figura 10 - Ilustração esquemática de um reticulado cristalino com o destaque para a célula unitária (região em
azul) (ASKELAND, 1998).
Monoclínico a ~ b ~ e, a = y = 900 ~ f3
Triclínico
0
qu~guns d~sses sete sistemas possuem variações da sua configuração básica,
retic essenc1almente se dá pela presença de alguns átomos adicionais no
u ado al; d . ,., nonnrus,
geo 1, . , em aqueles presentes nas pos1çoes . nos verl:tces
; . da figura
Pos~_etríca definida pela célula unitária. Esses átomos adicionais podem se
c onar
den1 1 . ; · ( ;l 1 · ; ·
ou no centro da figura geometnca ce u a ururana , g ) anhando a
denonunação de corpo centrado, ou em faces dessa figura, ganhando a
onunação de face centrada. Dessa forma, mais sete possibilidades de
164 O. Cascudo
@~~
Cúbico Simples Cúblcodde(f~c)e
centra a c,c
centrado (ccc)
Romboédrico
o D
Monocllnlco
simples
Monocllnlco de
base centrada Tricl!nlco
Figura 11 - Reticulados cristalinos de Bravais - 7 sistemas cristalinos e 14 reticulados característicos dos materiais
cristalinos. Os pontos em vermelho representam os átomos.
Figura 12 _ Descrição das direções no cristal, utilizando-se como exemplo um reticulado ortorrômbico simples
(VAN VLACK, 1970).
Com relação aos planos, são empregad.os P8:ª a sua. descrição os ín~ces de
Miller (h, k, 1) entre parênteses. Esses índices. sao defimdos com? os rec~pro.cos
das três interseções axiais de um plano, reduzidos aos menores numero~ mterros
(VAN VLACK, 1984). Isso significa que, por e~emplo, um ~lano (010) e ~aralelo
aos eixos cns · talográfi1cos x e z, cortando o eixo y .no parametro
b' · do reticulado
·
(convenc· d · al l) Como a origem é escolhida ar 1tranamente, ou seJa,
10na o 1gu a . · ' b' ) -
poderia ser tanto O O como O O' (ver Figura 13a para o sistema cu 1co , entao .os
três planos sombreados nessa figura podem corresponder ao plano · d (010), mmto"
embora, a ngor,
· .d d
cons1 eran o a origem em O ' o plano do me10 entre os tres
166 O. Cascudo
(a)
Figura 13 - Ilustrações esquemáticas dos planos (O10) e (110) ( . - (b)
partes (a) e (b) da figura · . . regioes sombreadas em vermelho), respectivamente
, para o sistema cnstahno cúbico simples (adaptada de VAN VLACK, 1970).
'ou
da dir
forro
ernplo
ais fo (b)
Figura 14 Céi "tári (a) ' bº d centrado _ ccc (a) e cúbica de faces centradas - cfc (b), representando
- u1as um as cu 1ca e corp O _ . .
duas dºfi . ,, A esferas e suas fraçoes designam, respectivamente, os átomos de
1 erentes fonnas alotr6p1cas do 1erro. s cél ·tári
ferro e suas partes contidas na u1a um a.
168 O. Cascudo
Ma teri ais de est rut ura am orf a ou vítr ea, ao nív el de seu s arr anj os
atô mic os, são aqu ele s em que os áto mo s não res gua rda m qua lqu er tipo de
reg ula rid ade ou org ani zaç ão em termos de sua dis pos içã o esp aci al , ou ,
caso exi sta alg um ord ena me nto , ele oco rre a cur to alc anc e (em peq uen as
distâncias) . A seg uir, apr ese nta-se o con cei to de am orf ism o apl ica do aos
ma teri ais , bem com o são des tac ado s asp ect os ger ais dos ma teri ais
amo rfo s, esp eci alm ent e dos sól ido s de est rut ura não -cr ista lina .
o
o o
o
o o o o
o Q Ar
o ô
(a) (b)
enérico
ntido ess
atômic
(e) (d)
Figura 15 - Diferentes arranjos atômicos de materiais. a) gás inerte, sem nenhum ordename~t~ re~ular de átomos
(estrutura amorfa); b) e c) vapor de água e estrutura do vidro, com ordem em pequenas distancias (estruturas
amorfas); e d) metal, com um ordenamento regular de átomos que se estende por todo o material (estrutura
cristalina) (ASKELAND, 1998).
00 ~
Figura 16 - Exemplos de ordenamento atômico para a estrutura do B2o3. (a) caso do vidro, que é um sólido não
cristalino, com ordenamento apenas em pequenas distâncias; (b) caso do cristal, que é um sólido cristalino, com
ordem em grandes distâncias, além de pequenas distâncias (VAN VLACK, 1970).
adiç ões min erai s usad as na tecn olog ia dos cim ento s e dos conc~etos Portland , a
sabe r: a sílic a ativ a a escó ria de alto-forno, a cinz a vola nte e a cmz a de casca de
an-oz, den tre outros'. Um exem plo de material do coti dian o da vida dom éstic a que
tem estr utur a amo rfa é o baquelite.
As fase s imp uras pres sup õem , entã o, a form ação de solu çõe s sóli das ou
estr ut~r as de cris tais mis tos, na qua l átom os de um solu to (em men or
9ua ntid ade) con segu em se " diss olve r" em uma estr utur a principa l corn
atam os de solv ente A s · - ' ,.,
sóli d . d · egu u, sao apre sent ado s os tipo s de soluçoes
1
_as ap ica os aos met ais, além de outr os tipo s e de con sideraçõ es
gera is.
itais
~uções s
Dluto (e
a princ Figura 17 _ Solução sólida substitucional característica do latão, em se têm o~ ~tomos de zinco (soluto)
substituindo, de fonna aleatória, os átomos de cobre do solvente (modelo de descnçao planar, sendo os átomos de
pos de · , ulos escuros e os átomos de cobre os círculos claros) (VAN VLACK, 1970).
zmco os erre
ie cons
6.42.J 2 Solução sólida intersticial . _ ,. _
Solução sólida intersticial ocorre quan~o a d:ssoluçao se ~a nao por
substituição entre átomos, mas sim pela rnserçao de novos a tomos do
174 O. Cascudo
Figura 18 - Solução de carbono na austenita cfc. O maior interstício no ferro y tem quase O tamanho de um átomo
de carbono, favorecendo o estabelecimento de uma solução sólida intersticial (VAN VLACK, 1984).
Estrutura At •
175
A
Figura 19 - Solução sólida intersticial - carbono no ferro cfc (VAN VLACK, 1984).
(a) (b)
(d) (e)
17 Yakov ll'ich Frenkel ( _ ): ren om ado físico russo conhecido pelos seus trabalhos no campo da Fís ica do
189 4 1952
~la do Sólido . Tam bém é conhec ido por Jacov Frenkel.
s
Walter h ttky . - .
·as pesquisas na Física do Estado Sólido ~ ·
e na Eletroruca levaram
c
a descobert do (18
. 86 - 197 6)·· físico alemao cuJ · o de Schottky, b · S chottky, dio
. levam seu nome (defeit arrel1'8 · do
a e ván os efeitos e aparelhos que agora
SChOltky),
178 O. Cascudo
1 1 1 1
.·
----' ' 1 J
X.
,\ it ~-=- a.
....L. 1- - - lf- x·
~J~l
m 1
~
"1 T
00 ~
Figura 21 - Ilustrações das discordâncias (a) em aresta (cunha) e (b) em espiral (helicoidal)
(ANDERSON et a!., 1997; SHACKELFORD, 2000).
19
Vetor de Burgers ou de deslizamento é o vetor necessário para realizar um giro completo e retomar ao ponto de
partida, conforme comentado anteriormente para a discordância em espiral, visto pela linha com setas em desta
q~e
no modelo do cristal da Figura 2 1a e 21b. Ele representa a direção e distância de uma discordância. Sua denomina
çao
é em alusão ao cientista germano-americano Johannes Martinus Burgers (1895-1981 ), que desenvolveu impo
rtante
carreira no campo da aero/hidrodinâmica, mas que teve seu nome marcado na ciência dos materiais por uma discr
eta
pesquisa sobre a estrutura do deslocamento , desenvolvida em 1940.
t
ES rutura Atômica e Molecular dos Materiais 179
to e retorn
a com setaS
dância. sua 20 M . d 5 no Capítulo 7, que trata das superfícies e interfaces.
ais detalhes sobre o assunto podem ser encontra 0
desenvolve
ateriais par
180 O. Cascudo
Figura 22 - Identificação de " porções" do mate rial com orientações crista linas particulares (os grãos) e de uma
região de transição entre os grãos (os conto rnos de grão) (adap tada de ASK ELA ND, 1998).