ESLIC – ESCOLA DE LIDERANÇA CRISTÃ

ENCONTRO ESPECIAL 3
Curso Liderança Pastoral 2018 / Local: Templo Central

Introdução
Este é o último Encontro Especial, ao longo do curso, trabalhamos a Igreja que
queremos e sobre a Igreja que somos com o objetivo tendo em vista o cumprimento
da visão e da missão da Igreja nos bairros e comunidades onde a igreja está
inserida. Este Encontro nos põe diante de um desafio mais específico: como
realizar a visão e a missão da Igreja no contexto da Responsabilidade Social.
Duas questões se impõem. O que se entende por Responsabilidade Social no
contexto atual do mundo corporativo e qual é a especificidade da Responsabilidade
Social aplicada à Igreja. Ao final de tudo, no mundo corporativo obtém-se mais lucro
como resultado de sua ação social. Entretanto, a Responsabilidade Social aplicada
à Igreja só pode ser entendida como atualização de sua missão salvadora e de seu
testemunho junto à comunidade onde está inserida. Sua especificidade encontra-
se em sua missão e testemunho expostos na Sagrada Escritura. Grosso modo a
Responsabilidade possui dois públicos: um externo e outro interno. Nessa
perspectiva refletiremos de modo abrangente sobre a Responsabilidade Social da
Igreja junto aos seus membros e ao seu entorno social (comunitário).
Três componentes fundamentais podem nos ajudar nessa tarefa de ampliar e
aprofundar nossa visão de Responsabilidade Social: o Atos2, a Sagrada Escritura
e a realidade que se impõe: as comunidades, especialmente seus segmento mais
vulneráveis.

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Primeiro Momento:
A SAGRADA ESCRITURA COMO FUNDAMENTO DA RESPONSABILIDADE
SOCIAL DA IGREJA

1. A especificidade da Responsabilidade aplicada à Igreja.

A Igreja não reproduz sem mais o que outras instituições fazem no âmbito do social.
Pois, ela tem um modo próprio de encarar sua responsabilidade social. Ela o faz
pautada e fundamentada na Sagrada Escritura. Entretanto, isso exige uma leitura
mais acurada da Sagrada Escritura. É que de modo geral a igreja faz uma leitura
seletiva da Bíblia e prioriza a espiritualidade em detrimento da dimensão social em
que se vive a fé. Não podemos fazer uma leitura unilateral da Sagrada Escritura
sem que nossa visão da realidade seja comprometida.

Neste sentido o povo de Israel, no Antigo Testamento, vem em nosso auxílio.

De forma sintética, devemos lançar nosso olhar sobre dois blocos de textos
fundamentais do Antigo Testamento. Referimo-nos à Torá (instrução/Lei), e os
Profetas. A Torá instrui e ordena a vida do israelita em todos os âmbitos de sua
vida, seja em sua relação com Deus, como no caso do culto e da adoração
exclusiva ao Senhor; as leis dos sacrifícios e do serviço sacerdotal, seja a vida
pessoal, familiar e comunitária israelita. Nada fica de fora das prescrições divinas,
desde as coisas mais elevadas como instruções de como adoração ao Senhor bem
leis que prescrevem como satisfazer as necessidades físicas (Êx 20.1-5; Dt 23.13).

Somo uma Igreja e uma liderança frente à uma imensa massa de pessoas e famílias
desassistidas como também temos à nossa frente um imenso espaço nas áreas
nobres da cidade a ser evangelizado. Abraçando estas realidades como nossa
razão de ser e de estarmos presentes à cidade seremos fiéis testemunhas de
Cristo, fazendo das nossas congregações um lugar de restauração, misericórdia e
ensino sem exceção e sem estreitamento.

2. Possuímos uma Visão e uma Missão para a cidade e para nós mesmos
como Igreja.

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É importante reafirmarmos cada vez mais como lideranças que temos uma visão e
uma missão pastoral que contempla tanto nossa cidade quanto à vida de toda a
Igreja. Nossa visão e nossa missão são ao mesmo tempo instrumentos para aferir
nossas ações bem como para orientar nossas lideranças e congregações.
A pesquisa aponta para necessidade de termos um olhar mais amplo e integrado
no qual a ação pastoral e a vida da congregação estejam linkados com a visão e a
missão da Igreja como um todo. Como Igreja nossa visão e missão nos
recomendam que sejamos fiéis à proclamação e à vivência do Evangelho, e
vivermos em comunhão e serviço, mas isso só possível se encarnados num
contexto social que é próprio da vida de cada congregação. Daí a necessidade de
pensarmos o todo e agirmos localmente.

3. Possuímos uma Liderança que permeia toda a Estrutura Funcional da Igreja

Nas cinco áreas fundamentais contempladas pela pesquisa, as Lideranças da

Igreja ocupam um lugar especial, por duas razões. Primeiro, a visão e a missão da
Igreja nascem do mais alto nível de liderança. Segundo, porque precisam de
lideranças de mediação e de ação para que se tornem conhecidas e concretas na
vida da Igreja. Ou seja, na vida de cada congregação em particular.
Nosso desafio como líderes está em tomarmos posição, cada nível de liderança por
seu turno, bem como cada líder individualmente, e termos um olhar mais amplo da
Igreja como um todo, agindo de forma específica em cada função que ocupamos.
Temos que ter bem claro a posição que ocupamos e a contribuição específica de
nosso ministério na execução da visão e da missão da Igreja, seja em fornecer a
visão e a missão, seja comunicando e intermediando, seja pondo-as em execução
plenamente ou como segmento específico da Igreja.

4. Somos uma Igreja que em função de sua Visão e Missão necessita pensar
estrategicamente (global) e agir localmente.
Considerando que somos uma liderança que permeia toda a estrutura funcional da
Igreja e que, a Igreja é um todo distribuída em congregações temos que nos
perguntar como podemos cumprir a visão e a missão da Igreja numa realidade tão
complexa que é a própria Igreja e a cidade onde ela está inserida, na qual
concretamente vive e deve cumprir sua missão.
Elemento fundamental para isso, é pensar e agir de forma estratégica. Devemos
nos perguntar o que significa isso quando pensamos em nossas congregações e
nossa Igreja. Devemos levar em consideração os seguintes fatos: primeiro, a
cidade é um todo, mas concretamente vivemos nos bairros e comunidades em que

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ela está distribuída. Segundo a Igreja é um todo, mas concretamente exercemos
nosso ministério na sede e nas congregações. Terceiro, somo a liderança da Igreja
distribuída em diversos níveis na estrutura da Igreja. E quarto, temos um projeto
pastoral e administrativo de Igreja, mas sua visão e missão só se tornam
executáveis em duas realidades concretas a sede e as congregações. Esses fatos
nos dizem que devemos pensar no todo que somos e pertencemos, mas só agimos
de forma concreta localmente.

Segundo Momento:
APRESENTAÇÃO DOS DADOS DA PESQUISA E OS DESAFIOS QUE SE
IMPÕEM
1. A Pesquisa e seus objetivos

A pesquisa teve por título: IEADTC... A IGREJA QUE DESEJAMOS. O objetivo

da pesquisa foi medir a compreensão e o nível de prática da Visão e da Missão
da IEADTC pelas suas lideranças estratégicas. Para isso, foram eleitas 5 áreas
fundamentais da vivência da Igreja, a saber, (a) a comunicação, (b) igreja como
um todo (Igreja Local), (c) lideranças, (d) congregações e, (e) bairros e
comunidades.
O público alvo foi: a Presidência-Diretoria da Igreja, as 4 lideranças setoriais, as
40 lideranças dos setores, que perfazem a liderança estratégica da Ação Pastoral
ou Ministério Ordenado, e os líderes de Ministérios Específicos da Sede, cujas
ações perpassam toda estrutura da IEADTC.
Critério adotado na pesquisa
A pesquisa, por outro lado, também tinha um objetivo não declarado: tomar a Visão
e a Missão da IEADTC como critério para identificar acertos e equívocos no
exercício da liderança estratégica em relação à execução da visão e da igreja
propostas no projeto ATOS 2.
Tabela – Resumo da pesquisa IEADTC... A Igreja que queremos
5 Áreas Fundamentais

Valor Comunicação Igreja Liderança Congregações Bairros/Comunidades

(todo)
5 12 10 11 6 6
4 30 19 30 18 16
3 6 21 10 23 23
2 3 1 - 4 6

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Esses dados de alguma forma nos dizem que Igreja que somos e onde estamos,
tendo em vista a Igreja que queremos ser, como visão de futuro.
2. O que os dados revelam
Os dados da pesquisa revelam que das cinco áreas fundamentais da vivência da
Igreja, as lideranças estratégicas atuam melhor em três delas. Na comunicação
diretiva, na compreensão da Igreja como um todo e no exercício dos diversos níveis
de lideranças na estrutura da Igreja. No entanto, duas áreas fundamentais carecem
de maior atenção, quando se tratam do cumprimento da visão e da missão da
Igreja: as congregações, que são os agentes de missão e os bairros e comunidades
que são o objeto de missão da Igreja.
Neste caso, a atenção deve voltar-se de forma especial para as congregações e
suas lideranças. Por duas razões bem simples: primeiro, porque as congregações
são os agentes privilegiados da visão e da missão da Igreja. Segundo, porque essa
visão e essa missão da Igreja na cidade só se torna possível se for feita pelas
congregações nos bairros e comunidades. Não há forma de realizarmos nossa
missão como Igreja na cidade se não levarmos em contas essas duas realidades.
São os dois lugares onde a vida e a missão da Igreja acontecem.

Terceiro Momento:
RESPOSTAS AO DESAFIOS DA PESQUISA – CAMINHOS DE SOLUÇÃO

1. O que compete aos diferentes níveis de Lideranças

Como tem ficado claro ao longo texto, a Igreja e a cidade são duas realidades
complexas nas quais vivemos e realizamos nossa missão de Igreja. Por isso,
enquanto lideranças, devemos ter bem claro em nossa mente e em nossa prática
qual seja nosso papel e contribuição específica. Uma pergunta se impõe a todos
nós: Qual é a contribuição específica dos diversos níveis de lideranças no
cumprimento da visão e da missão da Igreja?
A Presidência-diretoria. É parte específica e única da Presidência diretoria
fornecer a visão e a missão da Igreja e garantir as condições de execução em todos
os níveis da Igreja.
Coordenação Setorial e Líderes de Setores. Como auxiliares diretos da
Presidência-diretoria da Igreja cabe à Coordenação Setorial comunicar e apoiar o
cumprimento da visão e da missão da Igreja juntos aos líderes de setores e aos
supervisores de seu setorial e setor e dar feedback às suas respectivas lideranças.

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Líderes de Ministérios Específicos do TC. Junto com os supervisores de
congregação, os líderes de ministérios específicos são agentes diretos da visão e
da missão da Igreja como segmento específico que perpassa todas as
congregações. São líderes que têm atuação global e podem mobilizar todo um
segmento da Igreja.
Supervisores de Congregação. São os a gentes diretos e privilegiados da visão
e da missão da Igreja junto aos bairros e comunidades. São os líderes que junto
com a Sede fazem de fato a Igreja acontecer e cumprir sua missão na cidade. Em
razão disso, compete aos supervisores alinhar a agenda e a vida das congregações
à visão e à missão da Igreja dentro de sua realidade concreta que são os bairros e
comunidades.
2. Possíveis caminhos de solução
Orientar os Ministérios Específicos do TC a fazer seu planejamento anual à
luz da visão e da missão da Igreja

Como agente da visão e da missão da Igreja, os líderes de ministérios específicos

precisam planejar-se à luz da visão e da missão da Igreja conforme a abrangência
e particularidades de seu segmento.
Apoiar aos supervisores no treinamento das lideranças das congregações.
Como agentes privilegiados da visão e da missão da Igreja, as congregações e
suas lideranças, necessitam de apoio e treinamento
Cada nível de liderança manter-se fiel ao seu papel e contribuição específica
É imprescindível que os líderes saibam manter-se fiéis dentro do papel e das
contribuições que lhe cabe no processo da realização da visão e da missão Igreja
para evitar ingerências indevidas e omissões desnecessárias.

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