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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA Faculdade de Engenharia

UNISANTA Industrial Mecânica


DISCIPLINA: Laboratório de Engenharia Mecânica IV Pág 1 de 11
MÓDULO: Soldagem Termítica (Aluminotérmica)

Sumário

1. Objetivo ................................................................................................ 2
2. Introdução ............................................................................................ 2
2.1 Vantagens do Processo ..................................................................... 4
2.2 Limitações do Processo ..................................................................... 5
2.3 Aplicações do Processo ..................................................................... 5
2.4 Equipamentos .................................................................................... 5
2.4 Comparação (Solda Termítica x Solda Oxiacetilênica) ...................... 6
3. Materiais .............................................................................................. 7
3.1 Procedimentos de Soldagem ............................................................. 7
4. Resultados ......................................................................................... 10
5. Conclusão .......................................................................................... 10
7- Bibliografia ......................................................................................... 11
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1. Objetivo

O presente experimento tem como objetivo realizar a união de 2 materiais metálicos


utilizando o calor gerado por uma reação exotérmica e realizar a comparação dos recursos
e limitações do processo em estudo em relação a soldagem oxiacetilênica.

2. Introdução

A soldagem aluminotérmica, também conhecido como soldagem termítica, engloba


um grupo de processos que utiliza o calor liberado por uma reação exotérmica para
viabilizar a soldagem. A exotermia da redução de um óxido metálico é utilizada como
fonte de energia para a soldagem, sendo que os óxidos usados são os que possuem um
baixo calor de formação, enquanto os agentes redutores são aqueles que possuem alto
calor de formação.
As extremidades dos componentes a serem soldados são colocados dentro de um
molde, especialmente construídos para as peças a serem soldadas. No caso de soldagem
de cabos ou conexões elétricas, utiliza-se grafite endurecido com CO2; é colocado o óxido
metálico (que será reduzido a elemento puro) e pó de Alumínio que é o agente redutor,
conforme figura abaixo:

Figura 1- Representação esquemática de uma soldagem aluminotérmica


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Esta mistura é incendiada por meio de um fusível de magnésio ou outra faísca e a


redução do óxido provoca calor suficiente para a fusão do metal. O metal fundido flui para
a cavidade do molde onde se une com os metais de base.
As aplicações típicas desse processo são a união de cabos elétricos, hastes de
aterramento, conectores terminais, aço de construção e ainda a soldagem de trilhos (típico
exemplo dos trilhos do Metrô, com necessidade de pré-aquecimento, moldes fabricados
com materiais refratários e os respectivos ensaios de Certificação de Qualidade).
A solda aluminotérmica é aplicada também para a soldagem de juntas nas vias
férreas. Para executar a soldagem aluminotérmica de trilhos, os topos destes devem
apresentar uma folga pré-determinada, em função do processo utilizado, bem como ser
envolvidos por fôrmas pré-fabricadas. Após o assentamento e vedação das fôrmas com
massa refratária, faz-se um pré-aquecimento com maçarico específico posicionado de tal
forma, que a chama penetre no topo da junta. O aço produzido em cadinho refratário, a
temperaturas acima de 2000ºC, é conduzido aos topos dos trilhos, dissolvendo-os e
unindo-os de forma homogênea. Depois de 4 a 5 minutos as fôrmas são retiradas e o
material excedente é rebarbado. Após o resfriamento a solda é esmerilhada de forma a
reproduzir o perfil do trilho.

Figura 02 – Montagem de um sistema para soldagem de trilhos


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Figura 3 - Processo de Solda Termítica em Trilhos

2.1 Vantagens do Processo

• A capacidade de condução de corrente, da seção soldada por este processo é igual


àquela dos condutores que estão sendo unidos.

• O tempo de execução é pequeno, em comparação com outros processos.

• Não existe corrosão no ponto de conexão soldado, ao contrário do processo de


soldagem oxiacetilênico, que exige a presença de material decapante (fluxo) durante
a soldagem, o qual irá gerar futura formação de produtos corrosivos, em função da
presença de cloretos e fluoretos.

• O processo de soldagem oxiacetilênico utiliza gases perigosos para sua combustão,


tais como o Oxigênio (ávido por graxas e óleos) e o Acetileno (gás muito instável,
que corre o risco de se dissociar e explodir em pressões acima de 1,5 bar).

• O processo aluminotérmico não necessita de fontes externas de energia, tais como


eletricidade e calor; basta à faísca do acendedor para dar início ao processo.
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• Surtos ou sobrecargas de corrente elevada não afetam este tipo de conexão, pois
ensaios com correntes de curto circuito de grande intensidade demonstraram que
os cabos condutores se fundem antes do material soldado. (Explicado devido a
maior massa e maior superfície externa da conexão, com que as condições de
radiação de calor são favorecidas).

2.2 Limitações do Processo

• Há a necessidade do uso de moldes específicos.


• Necessidade de pré-aquecimento no caso de soldagem de trilhos.
• Impossibilidade de se soldar as ligas de alumínio.
• Para peças grandes, é necessário um pré-aquecimento, além de ser necessário
muito “Thermit” para o preenchimento do espaço entre as partes, aumentando o
custo da operação.

2.3 Aplicações do Processo

• Soldagens de cabos e fios elétricos;


• Soldagem de trilhos de ferrovias;
• Soldagens de reparos;
• Soldagens de reforço de barras;
• Tratamento térmico de soldas (sem soldagem propriamente dita).

2.4 Equipamentos

Os principais componentes para esse sistema de soldagem são:

1. Isqueiro de Pedra.
2. Molde com formato apropriado para o processo que será realizado.
3. Pó Exotérmico.
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Figura 4 - Acessórios utilizados no Processo de Solda Termítica

2.4 Comparação (Solda Termítica x Solda Oxiacetilênica)

• O processo de Solda Termítica não apresenta corrosão no ponto de união


soldado.
• No processo de Solda Termítica não é necessário grande variedades de
equipamentos e também é isento da utilização de gases.
• Apesar do processo de Solda Termítica não precisar de gases que são
perigosos, também é um processo de soldagem que necessita certa atenção para
evitar acidentes já que envolve chama/fogo e pode causar problemas a pessoa que
estiver realizando o processo em caso de equívocos.
• A Solda Termítica pode ser realizada em curto espaço de tempo, diferente
da Solda Oxiacetilênica que precisa de mais tempo devido aos passes de solda
e/ou reforço na fabricação de juntas.
• A Solda Termítica pode ser realizada por qualquer pessoa desde que seja
bem treinada e esteja apta para realizar, a Solda Oxiacetilênica geralmente para
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ser realizada com grande eficiência deve ser realizada por Soldador qualificado e
treinado para esse processo.
• A Solda Termítica necessita de moldes específicos, o que encarece o
processo e dificulta muito em outras aplicações, diferente da “facilidade” do
processo de Solda Oxiacetilênica que apesar de requerer mais acessórios ainda é
muito utilizada devido à variedade de materiais que solda para a indústria.

3. Materiais

Para executarmos o procedimento de soldagem foi necessário o seguinte material:


o Experimentos:
- Solda de cabo a cabo 70 mm²

o Equipamentos e Acessórios:
- Moldes de grafite;
- Cadinho de grafite endurecido com CO2 (interligado com o molde);
- Óxido Metálico (material de fundição);
- Pó de alumínio (agente redutor);
- Isqueiro;
- Massa para calafetar;
- Palito de fósforo;
- Argila.

o Equipamentos de Proteção Individual:


- Máscara para soldagem, com lentes apropriadas;
- Luvas;
- Túnica de raspa.

3.1 Procedimentos de Soldagem

A experiência foi executada por um técnico experiente, onde as extremidades dos


componentes a serem soldados foram colocadas dentro de um molde, devidamente
calafetado, utilizando-se um cadinho de grafite endurecido com CO2 (no cadinho que se
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interliga com o molde é colocado o óxido metálico e pó de Alumínio), esta mistura foi
incendiada por meio de uma faísca e a redução do óxido provocou calor suficiente para
a fusão do metal. O metal fundido fluiu para a cavidade do molde onde se uniu com os
metais de base.

Figura 5 - Molde de grafite preparado para iniciar o experimento

Figura 6 - Situação do molde após processo


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Figura 7 - Resultado após o processo de solda de cabo

Figura 08 – Soldagem sendo realizada


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4. Resultados

Figura 13- Solda cabo a cabo 70mm²

Observamos nesse experimento que é muito simples a realização do processo e


bem específico considerando a necessidade do molde apropriado para a aplicação
necessária.

5. Conclusão

Com esse experimento foi possível observar e estudar que a Soldagem Termítica é
um processo totalmente voltado para aplicações sem a utilização de energia elétrica e
situações em que há necessidade de deposição de grandes volumes, considerando o
volume de deposição de processos convencionais. Suas limitações estão restritas ao
tempo de preparação (a prática é rápida, mas a preparação necessita tempo), não
possibilidade de soldar alumínio e a segurança durante os procedimentos, pois a
temperatura pode alcançar cerca de 3500ºC (temperatura teórica).
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Na comparação desse processo com a solda oxiacetilênica é possível observar que


apesar de ser um processo que tenha muitas vantagens como: não ser necessário fontes
de energia elétrica, máquinas de solda, gases perigosos e outros observados no relatório,
por ser um processo específico para alguns casos devido à necessidade de fabricação do
molde para o processo, isso encarece o processo além de inviabilizá-lo para muitas
aplicações que precisam de praticidade.
O processo de Solda Termítica demonstra muitas qualidades, mas ainda é limitado
somente para algumas aplicações e materiais.

7- Bibliografia

Magnago, Prof. Luís Claudio - Noções básicas de Processos de soldagem e corte,


Apostila: Escola Técnica SENAI Vitória, COM Mecânica; 1996.

WAINER, Emilio; BRANDI, Sergio Duarte; de MELLO, Fabio Decurt Homem – Soldagem
Processos de Metalurgia – 2011 – 8ª edição.

Material didático - Apostila de Soldagem – Professor Manoel Messias Neris–


Universidade Santa Cecília, 2013.

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