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INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA

Área Departamental de Engenharia Civil

DISPOSITIVOS MECÂNICOS
ESPECIAIS PARA
ARMADURAS

Processos de Construção e Edificações I

PATRÍCIA COSTA

SOLANGE MENDES

Docente: Manuel Brazão Farinha

Junho de 2012
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA
Disciplina PCEd I
Dispositivos Mecânicos para Armaduras de Aço

ÍNDICE

Introdução 2
Generalidades 3
Dados Históricos 5
Regulamentação 6
Colocação das Armaduras 7
Emenda de Varões 10
Identificação e Armazenamento 12
Fabrico de Armaduras 14
Conclusão 15
Bibliografia 16

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Dispositivos Mecânicos para Armaduras de Aço

INTRODUÇÃO

O percurso humano permitiu ao longo dos anos a difusão de instrumentos


e de novas áreas importantíssimas para o desenvolvimento do conhecimento
da humanidade, isto nos mais vastos campos globais (laborais, académicos,
saúde publica, entre outros). Através desse desenvolvimento, as actividades
universais conseguiram consolidar uma série de vantagens que cooperam
entre si num fim único, o bem-estar global, tendo em conta, as diversas áreas
de actuação existentes no nosso mundo.
Desde cedo o ser humano compreendeu que necessitava de se abrigar,
de percorrer certas distâncias, atravessar rios, para poder chegar mais longe.
Os romanos foram os primeiros a usar uma mistura de alta resistência na
construção do Coliseu de Roma, entre outras coisas. Em 1824, um pedreiro,
Joseph Aspdin, patenteou o cimento Portland. Até hoje o cimento evoluiu muito
e a partir do século XX apareceu o conceito de betão armado.
Muitos cientistas investigaram até hoje as características do betão
armado, procurou-se, então, expor neste trabalho, as características mais
importantes das armaduras de aço.

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Generalidades

O Betão Armado é um material destinado essencialmente à construção de


estruturas constituído por betão e por elementos de aço que ficam envolvidos por
betão e que são, em geral, varões redondos.
A Armadura é o conjunto de elementos de aço que formam uma espécie de
“esqueleto” o agrupamento de armaduras vem então facilitar a colocação do betão e a
vibração e ainda promover uma melhor aderência. O betão e o aço mantêm uma boa
ligação já que o betão resiste à compressão e o aço resiste à tracção. Deve ser
garantida ainda a durabilidade da estrutura durante o período de vida útil de projecto,
sem necessidade de acções de manutenção nem de reparação ou de reforço
estrutural, ou seja, a estrutura deve ser concebida tendo em conta o período de vida
útil de projecto, o ambiente em que está integrada e os agentes agressivos com
capacidade de a deteriorar.
As principais acções que provocam deterioração nas estruturas de betão
armado são:
- acções mecânicas (cargas aplicadas ou deformações impostas nas
estruturas);
- erros de projecto de execução, de utilização e de manutenção;
- acções químicas que destroem a massa do betão endurecido ao longo do
tempo.

Ilustração 1 – esta figura esquematiza a fendilhação que ocorre numa viga de betão quando é
aplica uma força na secção a meio vão, antes de haver rotura, com existência de fissuras

Ilustração 2 – esta figura esquematiza a fendilhação que ocorre numa viga de


betão quando é aplica uma força na secção a meio vão, antes de haver rotura

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Vantagens da utilização de betão:

 Facilidade de constituição de formas com interesse arquitectónica e a


aptidão para a obtenção de hiperestaticidade, com benefícios
estruturais;
 Mais económico que estruturas de aço;
 Adaptação a qualquer tipo de forma e facilidade de execução;
 Manutenção e conservação quase nulas e de grande durabilidade;
 Resistência aos efeitos térmicos, atmosféricos e desgastes
mecânicos;
 Possibilidade de trabalhar com pré-fabricados.

Desvantagens da utilização de betão:

 Elevado peso próprio, que origina que grande parte da capacidade


resistente de algumas peças seja consumida em auto-sustentação, e a
relativa dificuldade em realizar demolições e alterações;
 Dificuldade de Reformas e Demolições;
 Transmissão de calor e do som.

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Dados Históricos

No século XVII, Claude Perrault aplicou a ideia de


betão armado na construção dos lintéis da célebre colunata
do Louvre, colocando no interior das peças de cantaria
alguns varões de ferro destinados a absorver as tracções a
que as peças de cantaria não conseguiam resistir.
Assim sendo, o betão armado teve uma grande
Ilustração 3 – Colunata do
evolução desde o início do século XX devido à investigação Louvre, Perrault
de muitos cientistas, projectistas e construtores.
Nos edifícios, o betão armado começou por ser usado nos pavimentos. O tipo
de estrutura habitualmente usada (com fundações, pilares, vigas e lajes de betão
armado) foi fortemente impulsionado depois da Segunda Guerra Mundial provocada
pela urgência em reconstruir tudo o que foi destruído.
Actualmente, o betão armado, é usado na construção de edifícios, pontes,
viadutos, estradas, linhas férreas (metro), barragens, entre outros.

Ilustração 4 – Construção de uma ponte de betão armado em San Francisco

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Regulamentação

Até 1906 só existia regulamentação na Alemanha, Suíça e Áustria, e nenhuma


era definitiva. Em Portugal, o primeiro regulamento oficial apareceu em 1918 e o seu
título era “Regulamento para o Emprego do Betón Armado”. Este documento seguia as
instruções francesas e incluía cálculos de resistência, tendo em conta o
comportamento elástico dos materiais, a sua resistência e abrangia as cláusulas para
o cálculo das tensões de segurança.
O primeiro regulamento foi evoluindo através do tempo até aparecer, em 1983,
o REBAPE – Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado. Este
documento foi articulado com outros anteriormente existentes, português e
estrangeiros, e ainda hoje é utilizado apesar da existência dos Eurocódigos.
Em 1998 foi publicado o Eurocódigo 2 – Projecto de Estruturas de Betão, NP
ENV 1992-1-1. Esta norma apareceu pois houve uma necessidade, por parte do CEN
(Comité Europeu de Normalização), de construir de forma semelhante nos países
europeus. Assim sendo, cada eurocódigo tem, em anexo, certos coeficientes que
variam de país para país consoante o clima, zona sísmica, características do solo,
entre outros.

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Colocação das Armaduras

Os aços das armaduras deverão ser previamente ensaiados e aprovados por


um determinado laboratório credenciado antes de ter qualquer utilização, as
armaduras deverão ser isentas de qualquer material nocivo antes de serem colocadas
nas formas, deverão também ser posicionadas de modo apropriado e durante o
processo de betonagem, mantidas na posição correcta de forma a garantir o
posicionamento e recobrimento indicados no projecto.
É importante salientar que o recobrimento (distância da face de betão mais
próxima até à primeira armadura) depende da classe do betão, da agressividade do
ambiente e ainda do elemento estrutural. Para garantir a distância correcta e
necessária entre as armaduras e o recobrimento são usados por vezes diferentes
espaçadores e distanciadores.
A armadura será colocada no
interior das formas, na posição e
espaçamento definidos no projecto de tal
maneira que consiga suportar sem
qualquer deslocamento as operações de
betonagem. Regra geral estes
espaçadores e suportes serão feitos de
betão com resistência suficiente e
durabilidade idênticas às do betão utilizado
em obra.
Os mesmos também existem
Ilustração 5 – Distância entre armaduras
fabricados em metal e aprovados pela
fiscalização.
Note-se que não será permitida a colocação de armaduras de aço em betão
fresco e também não será permitido o reposicionamento das barras quando o betão
estiver em processo de endurecimento. A fiscalização por sua vez inspeccionará as
armaduras durante a montagem e a colocação nas formas verificando, em cada caso,
o posicionamento das barras, o seu diâmetro, a limpeza do material, a correcta
execução de emendas, a colocação dos espaçadores e suportes de modo a assegurar
a rigorosa obediência ao projecto.
Um estribo é uma peça de varão utilizada para ligar transversalmente
armaduras de uma peça de betão, dando resistência ao esforço transverso e para
manter as peças, aquando a betonagem da peça.
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Tipos de Espaçadores

Circulares – A

Pontuais sem fixação – B1

Pontuais com Fixação – B2

Lineares sem fixação – C1

Lineares com fixação – C2

Área sem fixação – D1

Área com Fixação – D2

A dobragem das armaduras deve ser feita de forma a evitar fendas no varão e
rotura no betão situado no interior da dobra, para tal o diâmetro mínimo de dobragem
dos varões (diâmetro do mandril usado na máquina de dobragem) deve ter um
determinado valor. No “armador de ferro” as armaduras são cortadas com o
comprimento especificado e dobradas com a forma definida nos desenhos do projecto,
seguidamente as armaduras são montadas e atadas utilizando “arame de atar” para
finalizar são colocadas na cofragem com os tais espaçadores garantindo o
recobrimento especificado.

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2,5 Ø ≤ D ≥ 20 Ø

Ilustração 6 - – Tipos de dobragem

A dobragem dos varões e o seu corte podem ser efectuados de duas formas
distintas, de forma manual através de uma bancada de trabalho ou de uma chave e
ainda com auxílio de máquinas especificadas para o trabalho.

Ilustração 7 - Instrumentos utilizados na dobragem e corte de varões

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Emenda de Varões

A transmissão de forças de um varão para outro dentro do betão, pode ser


efectuada por soldadura, dispositivos mecânicos e por sobreposição de varões com ou
sem cotovelos ou ganchos. Devem ser empregadas o menos possível e, de
preferência, em zonas em que os varões estejam sujeitos a tensões pouco elevadas.
Por sua vez os dispositivos mecânicos conseguem facilitar a montagem das
armaduras, a betonagem, evitam as armaduras de espera e ainda ajudam na
reparação das armaduras.

 Por Sobreposição:

As emendas de varões por sobreposição devem ser afastadas entre si, e


afastadas de zonas de esforços elevados:
 Não devem ser feitas emendas nas zonas de ligação das vigas aos
pilares por aí surgirem os máximos de esforço transverso e
momento negativo, e ainda elevados esforços sísmicos (acções
cíclicas) nem nas zonas de meio vão onde os momentos positivos;
 Não devem ser efectuadas emendas nos pilares nas zonas dos nós
de máximos momentos e surgem forças cíclicas elevadas durante a
acção dos sismos.

Nas emendas por sobreposição, é necessário uma armadura transversal para


resistir às forças de tracção que se desenvolvem devido ao mecanismo de
transferência da força de um varão para outro através do betão.

Ilustração 8 - Sobreposição dos varões; lo representa o comprimento de sobreposição

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 Por Dispositivos Mecânicos:

Estes dispositivos constituem uma boa solução técnica, com evidentes


vantagens sobre as outras alternativas. O seu principal inconveniente é ter um preço
mais elevados que os outros dois tipos de emendas.
As principais vantagens são: permitem a construção faseada, facilitam a
betonagem e evitam o congestionamento de armaduras

Prensagem Amarração Aparafusamento Rosca

- Prensagem:
Este sistema obriga à utilização de equipamento hidráulico de prensagem.
Primeiro, coloca-se a prensa no início do dipositivo introduzindo o varão até meio. Esta
operação é feita no estaleiro da obra. A desvantagem é que o espaçamento entre
varões é condicionado pelas
dimensões do equipamento. De
seguida, dá-se a prensagem no
segundo varão.

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Ilustração 9 – Sistema de prensagem

Ilustração 11 – aplicação do sistema a vigas

Ilustração 10 – aplicação do sistema a pilares

- Aparafusamento:
O dispositivo é constituído por meio de parafusos especiais.

Ilustração 12 - Constituição do sistema de aparafusamento

Primeiro, insere-se o varão até metade do dispositivo. Repete-se o processo


para o segundo varão do outro lado. Apertam-se os parafusos, o que provoca a sua
penetração nos varões a ligar. Estes dispositivos são de fácil aplicação mas caros.

- Rosca
Podem ser utilizados dois tipos de roscas: cónicas ou cilíndricas.

A rosca cónica é mais económica mas não garante um resistência a 100%.


Este dispositivo é composto por um tubo de aço, roscado interiormente. O encaixe é
feito no estaleiro da obra.

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Primeiro, fixa-se o dispositivo num dos varões. Repete-se o processo para
outro varão, do outro lado do dispositivo. Aparafusamento até obter o aperto. Para
assegurar a correcta instalação, deve apertar-se o varão com uma chave inglesa.

Ilustração 13 – Caso de aplicação de uma rosca cónica na armadura de um pilar. Os varões são
enroscados um a um, montando-se, de seguida, os estribos. À direita, caso de aplicação em construção
faseada de modo a evitar a perfuração das cofragens

A rosca cilíndrica garante uma resistência a 100%, sendo aplicada em grandes


empreendimentos. Antes da sua abertura, a ponta do varão é previamente alargada. É
feito um corte de modo a obter um topo regular e perpendicular ao eixo do varão.
Depois é dada uma pancada para o alargamento do varão. É então aberta a rosca na
extremidade do varão.

Ilustração 14 – Rosca cilíndrica

É importante referir que estes sistemas têm de ser testados experimentalmente


e a rotura deve ocorrer pelo varão e não ser condicionada pela emenda.

Erro
Tipo de Reparação Congestionamento Construção Grandes
durante a
Dispositivo do betão de armaduras faseada obras
execução

Prensado Sim Sim Sim Sim Não


De Parafuso Sim Sim Sim Sim Não

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Rosca
Não Não Sim Sim Sim
Cónica
Rosca
Não Não Sim Sim Sim
Cilíndrica

Identificação do Aço e Armazenamento

Em Portugal, a designação dos varões de aço é constituída pela letra A (indica


que se trata de aço para betão armado), seguida de um número com 3 algarismos e 2
a 4 letras. O número identifica a tensão de cedência, em MPa; a primeira letra pode
ser N – aço de dureza natural (laminado a quente) ou E – aço endurecido a frio; a
segunda letra L – varão com superfície lisa ou R – varão com superfície rugosa; as
seguintes 2 letras podem ou não existir e são SD – características de soldabilidade e
ductibilidade especial, respectivamente.

Ilustração 15 – Identificação do aço através do fabricante e país de origem

Nas Especificações do LNEC, o país de origem e o fabricante de um varão


nervurado podem ser identificados através de um código ai qual obedece o
engrossamento ou, em alguns casos, a omissão, de certas nervuras transversais.
As nervuras mais grossas indicam o início, o fim e a separação do código.
Cada país e cada fabricante tem um certo código, um número. No varão de aço entre
as nervuras mais grossas, há x nervuras de grossura normal consoante o código.
Também podem ser identificados pelas características geométricas das
nervuras transversais.

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Ilustração 16 – Identificação do aço através das suas características

O aço é fornecido em varão, rolo ou painéis, em atados com cerca de 2500kg.


Os varões têm de ter a marca CE com o respectivo certificado. Na recepção
deve-se efectuar a inspecção visual de modo a evitar que venham com substâncias
nocivas para qualquer dos materiais. Devem verificar-se as propriedades de
ductilidade, de aderência e de resistência ao corte da soldadura.

Ilustração 17 – Fornecimento do aço

No armazenamento é preciso ter


atenção para que o aço não toque no solo,
para não oxidar, e que os varões fiquem
separados por diâmetros e natureza para
facilitar a sua utilização. Deverá existir uma
zona destinada apenas à armazenagem dos
varões e que esteja ao alcance da grua.

Ilustração 18 – Armazenamento no estaleiro

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FABRICO DE ARMADURAS

“Quanto ao processo de fabrico, as armaduras podem ser de aço natural


(laminado a quente) ou de aço endurecido a frio (por torção, tracção, trefilagem ou
laminagem a frio). As características geométricas a considerar são a forma e
dimensões da secção transversal e a configuração da superfície, podendo esta ser lisa
ou rugosa (nervurada ou deformada).
As propriedades mecânicas a ter em conta são, fundamentalmente, o módulo
de elasticidade, a tensão de cedência ou a tensão limite convencional de
proporcionalidade a 0,2%, a tensão de rotura, a extensão após rotura, o
comportamento em ensaios de dobragem e, quando necessário, a resistência à fadiga.
Quanto às características de aderência, distinguem-se 2 tipos de armaduras: de
aderência normal e de alta aderência.
Esta distinção é feita com base num critério que tem em conta as
características geométricas da superfície dos varões ou, directamente, por ensaios de
aderência.
No que se refere a soldabilidade, observe-se que, em geral, todos os aços
devem ser soldáveis pelo processo de soldadura eléctrica topo-a-topo, com projecção
de partículas. Porém, para a soldadura por arco eléctrico com metal de adição, que é o
processo mais utilizado para soldar varões em obra, a aptidão dos diversos tipos de
aço é bastante diferenciada; por outro lado, o aquecimento inerente ao processo pode
comprometer a aptidão dos aços endurecidos para a soldadura, mesmo que tenham
baixos teores de carbono. No caso das redes electrossoldadas, os aços devem ser
soldáveis pelo processo de soldadura eléctrica por resistência (por pontos), que é o
habitualmente utilizado.
A aptidão dos aços aos diferentes tipos de soldadura deve ser verificada com
base em ensaios específicos de tracção e de dobragem.”1

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Artº 20 -REBAPE

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Conclusão

As armaduras de aço são então indispensáveis para a utilização de


betão pois são poucas (ou nenhumas), as estruturas que não estão sujeitas a
tracção. A sua colocação exige alguns cuidados tais como o recobrimento, que
se não for bem feito provoca a oxidação do aço, através do contacto com o ar,
e consequentemente a perda de resistência provocando a fendilhação do betão
a longo prazo. É também necessário, a contratação de pessoas especializadas
para a dobragem dos varões, o seu fabrico e colocação. A recepção dos
varões tem de ser projectada com especial atenção para que a grua consiga
chegar-lhes.
Conclui-se que existem inúmeros aspectos a ter consideração para que
a estrutura não se degrade antes do tempo previsto.

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Bibliografia

 Sebenta Betão I do Curso de Engenharia Civil do ISEL, Versão 02


 Sebenta de Processos de Construção e Edificações I do Curso de Engenharia
Civil do ISEL, Engº Manuel Brazão Farinha, Setembro de 2006
 NP 1992-1-1 – Eurocódigo 2: Estruturas em Betão
 www.civil.ist.utl.pt/~cristina/bape1/documents/Modulo1.pdf
 pt.wikipedia.org
 www.qsp.pt/exig/ensaios/DNANPENV13670-1_2007.pdf
 Slides da FCT- UNL, Valter Lucio, Abril de 2006
 Slides de PCEd I do ISEL, Manuel Gamboa, 2011
 http://www.civil.ist.utl.pt/~cristina/GDBAPE/ConstrucoesEmBetao.pdf
 http://www2.ufp.pt/~jguerra/PDF/Construcoes/Estruturas%20de%20Betao.pdf

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