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CURSO DE PSICOLOGIA

Centro de Formação de Psicólogos

1º Relatório Supervisionado de Estágio Básico IV

Área: Processos educativos

Docente Supervisor: Profª Drª Elaine T. Dal Mas Dias.

Discente Estagiário: Anderson Santos de Jesus RA. 914113947


Data: 29/08/2016
Descrição de atividade realizada:

Para o dia 29 de Agosto foi proposto pela supervisão de estágio, que os alunos
realizassem a leitura de trechos do texto da pagina 61 do DSM-V de 2013 que fala sobre
TDHA. Posteriormente a leitura, foi solicitada a discussão do texto, assim como os
critérios diagnósticos que teve a duração de aproximadamente 2 horas. A atividade teve
como objetivo contribuir com informações para o desenvolvimento do assunto
abordado. Ao final, recomendou-se a elaboração escrita com as impressões pessoais e
articulação do texto estudado.

Impressões Pessoais:

O texto proposto para estudo nos traz informações sobre os critérios diagnósticos
para o TDHA e a prevalência deste transtorno que se desenvolve na infância. De acordo
com o texto estudado, é descrita as características como inquietude dificuldades de
concentração. Tratando-se de adulto, dificulta na concentração e resulta no esgotamento
dos participantes das atividades do afetado.
O encontro de supervisão propiciou para que eu como estudante pudesse obter
informações precisas sobre esta psicopatologia, já que todas eram baseadas em fontes
nem tanto confiáveis, uma vez que verifiquei por meio destes estudos o quanto existe de
patologização desnecessária por falta de conhecimentos de profissionais, entre eles eu
destaco os da área da educação que na maioria das vezes por um quadro de ansiedade ou
um modelo estereotipado de aluno diagnosticam erroneamente a TDHA. Deste modo,
resultando em um tratamento medicamentoso sem necessidades, obtendo-se, por sua
vez, consequências aversivas.

Articulação teórica

Segundo a Associação Americana de Psiquiatria. (2013). Manual Diagnóstico e


Estatístico de Transtornos Mentais (5 ed.). Arlington, VA:. American Psychiatric
Publishing que discute sobre TDHA, a característica essencial do transtorno de déficit
de atenção/hiperatividade é falta de atenção exacerbada ou hiperatividade-impulsividade
que acaba interferindo no funcionamento ou no desenvolvimento. A desatenção se
manifesta por meio de comportamentos no quadro do TDAH, como ausência de
estímulo para continuar atividades que possa exigir esforço mental prolongado,
dificuldade de focar em algo e desorganização.
Nos adultos, a manifestação da hiperatividade pode se dar de forma diferente,
como inquietude extrema ou esgotamento dos outros com sua atividade. A
impulsividade diz respeito a ações impensadas que não condizem com o momento,
geralmente ocasionando dano a pessoa como, por exemplo, atravessar o farol vermelho.
Comportamentos impulsivos podem se manifestar com intromissão social
prejudicando . as pessoas em suas atividades ao tomar decisões importantes sem
considerações acerca das consequências no longo prazo.
O TDAH geralmente começa na infância. Manifestações do transtorno devem
estar presentes em mais de um ambiente como em escola, casa, trabalho. A confirmação
dos sintomas em vários ambientes costuma ser feita com precisão em uma consulta à
informantes que tenham observado o indivíduo Eles, podem variar embora há
discussões , a baixa tolerância à frustração, assim como irritação e mudanças de humor
encontram-se presentes na manifestação do transtorno. Entretanto, mesmo não existindo
especificidades aprendizagem à vida profissional e escolar, há afetações maximizando
o risco de suicídio no início da vida adulta. Contudo, é afirmado que não há uma origem
biológica que possa diagnosticar o TDAH embora por meio de eletroencefalogramas
possa se notar que há algumas características biológicas .
Pontua-se na leitura do livro o que é loucura que Frazye (1984, p.7-13) inicia o
seu trabalho apresentando a forma que ele gostaria de trabalhar este termo, o qual
pudesse recorrer as várias conceituações teóricas de especialistas para chegar a uma
definição dentre elas, todas indesejáveis.
O autor propõe o questionamento do vínculo entre a loucura e a patologia e
compreender em linhas gerais como se tornou possível no mundo moderno, dado que,
se pararmos para observar veremos que o TDAH, de acordo com à Associação
Americana de Psiquiatria. (2013). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais (5 ed.). Arlington, VA:. American Psychiatric Publishing não é muito diferente,
pois a origem do TDAH de certa maneira é questionada , referindo-se ao aspecto
biológico, a ligação tradicional entre patologia e o transtorno que se fortaleceu sem
bases, de forma que fica difuso quanto a definição do TDAH, tanto na criança quanto no
início da vida adulta.
Frazye (1984) textualiza: “Que não deseja colocar em debate os conceitos
psiquiátricos em torno da “doença mental” (p.14-34), o que para a psiquiatria assume as
caraterísticas de uma entidade natural manifestada por sintomas. Por exemplo, alteração
da linguagem, do pensamento, da emoção etc. Posteriormente, caracteriza a loucura do
ponto de vista da definição psiquiátrica, afirmando que o organicismo é o dogma da
psiquiatria clássica. Logo, verifica-se que há uma relação entre os dois textos, sobre a
patologização do transtorno em que tudo se resume ao orgânico, ignorando por sua vez,
outros aspectos como os culturais.
Após analisar o conceito organicista Frazye (1984) leva-se em consideração que
a expressão “doença mental” pode acobertar um significado que diz respeito a
desorganização da personalidade individual, em que observarmos que com o TDAH
ocorre a comparação deste conceito quando falamos na desorganização da
personalidade individual afetada diretamente pelos sintomas do transtornos,
manifestando-se em outras áreas da vida do afetado, como uma alteração interna de suas
estruturas e desvio no percurso do seu desenvolvimento, pois a doença então só teria
sentido em uma personalidade estruturada, o que torna o indivíduo a habitação natural
da doença é o critério segundo ela qual será julgada e assim sucede como o TDAH em
torno das rotulações a respeito de sua manifestação.
A criança com sintomas do TDAH é julgada constantemente por seu
comportamento que foge do padrão de normalidade estabelecido pelo meio que se
encontra inserido. No entanto, o autor discorre nestas páginas que o anormal é uma
relação: ele só existe com o normal, e anormal. Portanto, são termos inseparáveis, uma
vez que um depende do outro para existir. Neste sentido, o autor considera tão difícil
definir a loucura em si mesma, por fim, finaliza que o psiquiatra parte sempre dos
sintomas para classificar uma “doença mental” presente no contexto social. Desta
maneira, considera-se que a patologização é fortalecida na medida em que os
estereótipos de comportamento são estabelecidos ocasionando como consequências
diagnósticos precoces atribuindo ao indivíduo a medicalização desnecessária.
Diante disso, nota-se que a culpa direcionada aos alunos, adolescentes e adultos
por parte de suas dificuldades na escola é significativa, incluindo o TDHA. Não é
questionada, todavia, as relações sociais no ambiente escolar e social e nem a relação
entre docentes e discentes, que acaba influenciando os comportamentos, atitudes e os
resultados ao longo da vida acadêmica, resumindo na maioria das vezes a causa aos
aspectos orgânicos erroneamente.

Referências

DSM-V- TR.5.ed. Porto Alegre : Artemed Editora; 2013.pagina 61.

FRAYZE-PEREIRA,J.A. O que é loucura?(3ª. ed.).São Paulo: Brasiliense,1984.

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