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São Paulo

Comic Con da Periferia, PerifaCon atrai


cerca de 4 mil pessoas neste domingo
Evento acontece na Fábrica de Cultura do Capão
Redondo, na Zona Sul de São Paulo.
Por Fábio Tito, G1 SP

24/03/2019 17h52 Atualizado há um minuto


Crianças posam para fotos em réplica do Trono de Ferro de 'Game of Thrones' exposto
na PerifaCon, no Capão Redondo — Foto: Fábio Tito/G1

Milhares de pessoas participaram neste domingo (24) de um evento inédito de cultura


geek voltado para a periferia de São Paulo. Inspirada nas comic cons, a PerifaCon
acontece de graça na Fábrica de Cultura do Capão Redondo com programação que
inclui de venda e autógrafo de quadrinhos a oficinas de RPG, shows, palestras e
concurso de cosplay.

Cerca de 4 mil pessoas compareceram ao evento, segundo estimativa divulgada pela


organização por volta de 17h.
Público acompanha a disputa do concurso de cosplay na PerifaCon, no Capão Redondo
— Foto: Fábio Tito/G1

Com cerca de 2.700 pessoas inscritas antecipadamente, o evento atraiu outras centenas
de interessados que compareceram ao local para a inscrição na hora, o que resultou em
uma longa fila que se estendeu pela Rua Algard.

A fila formada desde cedo andou lentamente e chegou a ser interrompida por cerca de
40 minutos, devido ao limite da capacidade dos 7 andares do prédio dedicados à
PerifaCon.
"Perifacon" reúne trabalhos de artistas da periferia em São Paulo

Aprovação do público
"É bem legal, incentiva bastante a periferia. A CCXP (maior Comic Con do país) é
muito cara, não é para todo mundo. Eu não achei que ia ser tão grande como está sendo.
Estamos muito felizes com o evento", conta Douglas Moreira, de 32 anos, técnico em
enfermagem.
Ele e a mulher, Luciana Cristina, 34 anos, também técnica em enfermagem, são
moradores de Taboão da Serra e foram com os filhos caracterizados de Família Incrível.
Até o filhinho bebê entrou na brincadeira.

A Família Incrível de Douglas e Luciana durante a PerifaCon, neste domingo (24) —


Foto: Fábio Tito/G1

Vinicius Silveira Libório, de 26 anos, conta que participa como aprendiz de atividades
da Fábrica de Cultura desde 2013. Deficiente visual, ele foi sozinho ao evento e se
empolgou com as oficinas de jogos em grupo.

"Está muito bom, principalmente a primeira sala, de games. Joguei um jogo em que
você tem que bater papo e descobrir quem é o jogador misterioso, é ótimo! Um evento
desses [como a CCXP] é 200, 400 conto. E aqui é do lado de casa, tem que aproveitar
quando tem essas coisas de graça", afirma.

Vinicius Silveira Libório, que tem deficiência visual, encarou sozinho a multidão no
evento e se divertiu com oficinas de jogos — Foto: Fábio Tito/G1

Rafael Souza Lima, de 33 anos, gerente comercial, e Heidi Pulei, de 39, enfermeira,
levaram as filhas Sophia, de 10 anos, e Isadora, de 1, fofura em forma de Pikachu que
atraía olhares e sorrisos do colo da mãe.

"Sempre fui nesses eventos pagos e centralizados, mas periféricos nunca. Dificilmente
tem. A iniciativa é bem legal, é importante. Meus pais moram aqui perto no Capão, mas
a gente veio pelo evento mesmo", diz Rafael, morador da Vila Sônia, na Zona Oeste.

Rafael e Heidi posam com as filhas Sophia e Isadora antes de entrar no evento. A bebê
fez sucesso vestida de Pikachu — Foto: Fábio Tito/G1

Cosplayers
Bem como nas grandes Comic Cons, os cosplayers mais produzidos se tornam quase
celebridades no evento, sendo parados para fotos a todo momento.

Foi o caso das irmãs Taís e Amanda Alcântara, moradoras de Taboão da Serra,
respectivamente de 28 e 26 anos, uma professora, a outra auxiliar administrativa. Taís
foi de Daenerys, de "Game of Thrones", e Amanda foi de Caçadora, personagem de
quadrinhos da DC.
"Está muito legal a animação do público. Tem mais crianças, bem mais do que outros
eventos em que já fomos. É muito válido por ser aqui no Capão", diz Taís.

As duas já participaram de diversos eventos de cosplay mas nunca conseguiram ir à


CCXP, justamente por conta do preço. "Fomos no Anime Friends, Ressaca Friends,
Anime Dreams... A gente geralmente paga uns R$ 50 em média, a CCXP é mais cara",
afirma Amanda.

Rappers BR como heróis


Fãs de HQ puderam ver uma exposição que retrata rappers brasileiros como super-
heróis. Estão lá Criolo, Sabotage, Negra Li, KL Jay e muitos outros, ilustrando as capas
de HQs fictícias.

A autoria é dos artistas Load e Loud, que estavam radiantes com a aceitação.

"Esse evento para mim é surreal, muito emocionante. Muito legal a diversidade,
diferente do público mais elitista de outros eventos. Aqui na nossa palestra as perguntas
foram diferentes, a troca é muito boa. Olha como isso está bonito!", diz Load olhando o
local lotado.

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