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Aquecimento dos oceanos bateu

recorde em 2018, dizem cientistas


Em estudo publicado nesta quarta (16), pesquisadores
chineses e americanos afirmam que as águas do
planeta atingiram as temperaturas mais altas nos
últimos 60 anos.
Por Lara Pinheiro, G1
16/01/2019 11h24 Atualizado há 3 horas
Ondas atingem barreira em porto de Aki, província de Kochi, enquanto tufão Jebi se
aproxima do Japão na terça feira, 4 de setembro de 2018. — Foto: Ichiro Banno/Kyodo
News via AP

Pesquisadores chineses e dos EUA constataram que a temperatura dos


oceanos em 2018 foi a mais quente já registrada nos últimos 60 anos. O
estudo, com base nos dados mais recentes do Instituto de Física Atmosférica,
na China, foi publicado nesta quarta (16) na revista científica 'Advances in
Atmospheric Sciences'.
A conclusão está de acordo com a tendência de aquecimento dos oceanos
registrada nos últimos cinco anos — que já eram os cinco mais quentes desde
os anos 50, dizem os cientistas. O aumento na temperatura oceânica acontece
desde então e se acelerou a partir da década de 90.
“A tendência de longo prazo de aquecimento do oceano é uma grande preocupação
tanto para a comunidade científica quanto para o público em geral. As
temperaturas mais altas causam a expansão térmica da água e um aumento do
nível do mar — o que expõe a água doce costeira à intrusão de água salgada e
torna comunidades mais suscetíveis ao aparecimento de tempestades”, dizem os
pesquisadores no estudo.
Além do Instituto de Física Atmosférica, ligado à Academia de Ciências
chinesa, a pesquisa envolveu especialistas do Ministério de Recursos Naturais
e da Universidade Hohai, também na China, e do Centro Nacional de Pesquisa
Atmosférica e da Universidade St. Thomas, nos Estados Unidos.
O aquecimento visto nos oceanos em 2018 resultou em um aumento médio de
1,4mm no nível do mar ao redor do globo em comparação à média de nível
registrada em 2017. Os padrões associados ao nível do mar atual devem
continuar no futuro, segundo a pesquisa.
O aumento de calor no oceano também aumenta as temperaturas e a umidade
do ar — o que, por sua vez, intensifica as tempestades e as chuvas fortes. Em
2018, o mundo passou por várias tempestades tropicais, como os
furacões Florence e Michael e os tufões Jebi, Maria, Mangkhut e Trami.
Entre outras consequências listadas pelos cientistas como decorrentes do
aquecimento dos oceanos estão a diminuição no nível de oxigênio presente
neles, o branqueamento e a morte de corais e o derretimento de geleiras, além
de consequências indiretas como a intensidade de secas, ondas de calor, e risco
de incêndios.
“O aquecimento global é consequência do aprisionamento de gases de efeito
estufa — que mantêm a radiação do calor dentro do sistema terrestre. Devido à
longevidade do dióxido de carbono e outros gases desse tipo, mitigar as
mudanças e os riscos de consequências socioeconômicas causadas pelo
aquecimento global e dos oceanos depende de adotar medidas para reduzir
imediatamente as emissões de gases estufa”, concluem os pesquisadores.

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