Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INSTITUTO DE ARTES
DEPARTAMENTO DE MÚSICA
ANÁLISE COMPARATIVA EM TRÊS NÍVEIS:
Gavotte I e Gavotte II da Suíte V, em Dó Menor, BWV 1011, para violoncelo, d
e
J. S. Bach
RODRIGO CASTRO LEITE CORDEIRO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE ARTES
DEPARTAMENTO DE MÚSICA
ANÁLISE COMPARATIVA EM TRÊS NÍVEIS:
Gavotte I e Gavotte II da Suíte V, em Dó Menor, BWV 1011, para violoncelo, d
e
J. S. Bach
DISCIPLINA DE ANÁLISE MUSICAL I
PROF. FERNANDO LEWIS DE MATTOS
RODRIGO CASTRO LEITE CORDEIRO
Porto Alegre, setembro de 2016.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ....................................................................................... 4
ANÁLISE COMPARATIVA EM TRÊS NÍVEIS ............................................. 5
a) Microanálise .................................................................................. 5
b) Análise Intermediária .................................................................... 6
c) Macroanálise ................................................................................. 7
CONCLUSÃO ............................................................................................... 9
ANEXOS ...................................................................................................... 10
REFERÊNCIAS ........................................................................................... 13
APRESENTAÇÃO
Este trabalho aborda a análise comparativa em três níveis da Gavotte I e Gavotte
II d
a S
uíte V
, em D
ó M
enor, B
WV 1
011, p
ara v ioloncelo, de J . S
. Bach.
A peça completa possui sete movimentos: Prélude, Allemande, Courante,
Sarabande, G
avotte I , G
avotte I I e
G
igue.
Johann Sebastian Bach (1685 – 1750) viveu durante o período barroco, sendo
este marcado especialmente pela presença do baixo contínuo, cujas funções
eram Cantar, Sustentar e Preencher. As Gavottes, por sua vez, são analisadas
para i nstrumento s olista, d
e f orma q
ue
todas as funções se tornam difíceis de serem executadas simultaneamente. Em
alguns momentos da Gavotte I notase preenchimento e em outros, sustentação.
Em raros momentos, uma nota sustentada pode ter ambas as funções (Preencher
e S
ustentar), e
nquanto a
m
elodia f az o
p
apel d
o C
antar.
1
Segundo o site IMSLP 1 * , a peça foi composta em torno de 1720, sendo que os
aspectos mencionados anteriormente serão relevantes para uma boa análise da
obra.
1
Disponível e
m:
http://imslp.org/wiki/Cello_Suite_No.5_in_C_minor,_BWV_1011_(Bach,_Johann_Sebastian )
Acesso e
m 1
5 d
e s etembro d 016.
e 2
4
ANÁLISE E
M T
RÊS N
ÍVEIS
a) M
icroanálise
Ritmo: tempo não indicado, mas pode ser tocado como um adagio. O
compasso é binário e a construção motívica da Gavotte I está representada no
compasso 2
.
A Gavotte II apresenta o motivo nos dois primeiros compassos, sendo o início,
uma a
nacruse, h
avendo v ariação d
o m
otivo n
os d
ois c ompassos s eguintes.
A Gavotte I possui ritmo harmônico intermediário: os três primeiros
compasso estão na Tônica. O quarto compasso, inicia com a subdominante e
logo após, a dominante. O acorde de tônica retorna no quito compasso (um antes
de 5). Na Gavotte II o ritmo harmônico tornase mais rápido quando comparado a
Gavotte I, pois no primeiro compasso, uma anacruse, temos a tônica e
subdominante. No segundo compasso, temos a sequência de tônica, dominante e
tônica. O terceiro compasso, inicia com dominante e logo após, tônica e
dominante. O
u s eja, t emos 7
t rocas d
e a
corde e
m a
penas 3
c ompassos.
Não há notas de menor duração do que a colcheia, com exceção das
quiálteras, durante a Gavotte II. Predomínio de colcheias e semínimas na Gavotte
I e
q
uiálteras e
m t ercinas, n
a G
avotte I I.
Melodia: Há diferenças significativas entre as duas peças. Na Gavotte I,
podemos encontrar muitas classificações de intervalos. Entretanto, na Gavotte II,
são predominantemente diatônicos, conjuntos e de terças. É interessante
destacar que o Fraseado da Gavotte I se repete por toda a peça, com algumas
variações. Podese perceber isso, quando analisamos que as notas do motivo
principal da música são repetidas no compasso 5, como apojatura. Na Gavotte II,
podemos notar que temos ligaduras de expressão apenas nos compassos 15, 16
e 1
7.
Ambas p
ossuem e
struturas e
c adências c onvencionais.
5
Som: A partitura não possui indicações de dinâmica. A textura varia desde
um até três sons simultâneos na Gavotte I. Na Gavotte I, os intervalos harmônicos
são comuns. A Gavotte II não possui intervalos harmônicos, somente melódicos,
mesmo assim é possível compreender a harmonia. Linha melódica da Gavotte I
se destaca dos baixos nos intervalos harmônicos. Predomina o uso da ligadura de
expressão n
a G
avotte I p
ara a
a
rticulação d
as a
pojaturas.
b) A
nálise I ntermediária
Ritmo: na Gavotte I, a estrutura frasal é simétrica de quatro em quatro
compassos ao longo da peça. Na Gavotte II, a estruturas é simétrica, de quatro
em quatro compassos, porém, no compasso 13, iniciasse uma frase, cuja qual,
termina somente no segundo tempo do compasso 20. Após esta frase existe uma
semi f rase q
ue f inaliza a
p
eça.
e
Crescimento rítmico alcançado principalmente por R m ambas as
Gavottes. P
ouca t ensão r ítmica n
as G
avottes.
Melodia: Em ambas as peças o crescimento melódico alcançado
, D e na Gavotte I, destaco a variação do motivo principal. O
principalmente por R
CT permanece e
stável e
m ambas a
s p
eças, em d
ecorrência d
a rápida r esoluções.
Harmonia: A
m
úsica u
tilizase p
rincipalmente d
e t ônicas, s ubdominantes
é
e dominantes. Na Gavotte I, T maior no compasso 7. No final da Gavotte II a
música iniciase a partir da Gavotte I, da capo e é finalizada no último compasso
da p
rimeira G
avotte.
Som: a textura foi utilizada para produzir uma tensão maior. Na Gavotte I,
há, em sua maioria, mais de um som simultâneo nos acordes de dominante,
tornando a
t extura d
esta, m
ais d
ensa.
6
c) M
acroanálise
Ritmo: A Gavotte I é uma forma ternária: A, A' e A''. Sendo A, do
compasso 1 ao 12: início, passagem e final da sessão; A', do compasso 13 ao 24:
Início, passagem 1 e (final) da sessão; A'', do compasso 25 ao 36: parte central,
passagem 2 e final da sessão. Temos, na Gavotte I, a parte A' com repetição
(ritornello) e
a
n
o f inal d
a p
arte A
'' u
ma r epetição d
este a
A
'.
Na Gavotta II, temos uma forma binária: A, B, onde o motivo é marcado por
repetições e
v ariações.
O é atingido pelas repetições de idéias rítmicas, tanto na Gavotte I quanto
na G
avotta I I.
O ponto alto de T n
o compasso 5, 16, 21 e 26 é alcançado principalmente
pelo crescimento da atividade rítmica na Gavotte I. Na Gavotta II temos este
ponto T n
os c ompassos 1
5, 1
6 e
1
7, p
elo o
rnamento l igadura d
e e
xpressão.
n
O ponto mais significante de C a Gavotte I é quando temos as Tônicas em
notas l ongas, n
os c ompassos 1
, 1
2, 2
4 e
3
6.
Na Gavotta II, também, podemos considerar os compassos com as
ligaduras d
e v alor e
o
s q
ue c ontêm s emínimas, c omo p
onto d
e m .
aior C
Melodia: Na Gavotte I, usasse pouco os graus conjuntos, exceto nas notas
de passagens. Os saltos de terças e quartas são mais comuns, principalmente
nas apojaturas, onde é possível encontrar saltos de até quintas. Na Gavotta II, a
melodia é principalmente diatônica. Ornamentos como a apojatura e a bordadura
são comuns. Ambas as peças são conduzidas por suas ideias melódicas,
respectivamente.
T n
O elemento melódico contribui menos para o nível de C a Gavotte I, em
comparação com a Gavotte II, onde o mesmo, desenvolve toda a peça,
.
contribuindo, i nclusive c om O
Harmonia: utilização harmônica e estrutura cadencial típica do período
Barroco. Estrutura tonal convencional, com cadências autênticas ao final de
7
frases.
Som: temos o alcance da textura em vários momentos da peça, pelo
conjunto de notas. Na Gavotte I, temos no final de cada sessão, intervalos
harmônicos de duas a três notas, que contribuem para deixar a textura mais
densa. Entretanto, na Gavotta II, a textura é mais suave, pelo fato de não haver,
em m
omento a
lgum, n
otas s imultâneas.
O uso do rubato e as técnicas específicas dos instrumentistas de arco,
podem levar o intérprete a realizar arpejos em alguns conjuntos de notas de longo
alcance n
a G
avotte I .
8
CONCLUSÃO
Alguns detalhes não foram mencionados anteriormente sobre as Gavottes. As
Gavottes tem um encadeamento harmônico interessante, incomum, talvez
“salteado”, não relacionado diretamente com a melodia, mas sim com a harmonia,
como se fosse uma brincadeira. Ao que parece, Bach colocou de propósito, esta
forma livremente salteada na harmonia, que é desenvolvida diferentemente, por
não a
centuar o
t empo 1
, m
as o
3
.
A segunda metade do Gavotte I, começa com um sol menor, acorde dominante,
indo e
m d
ireção a
t ônica p
rincipal, e
m u
ma p
eça o
nde a
t ônica é
C
m
enor.
Pareceme como se Bach colocou como significado para os acordes com esse
salteado, referido anteriormente, que é expressado ligando os modos de maior e
menor d
e t rás p
ara a
f rente.
Na Gavotte II, na segunda parte da peça, a música modula para a tônica relativa,
o que ajuda a caracterizar o período barroco, tendo em vista que esse tipo de
modulação e
ra a
lgo h
abitual p
ara a
é
poca.
9
ANEXOS
10
11
12
REFERÊNCIAS
MATTOS, F
ernando L
ewis d
e. A
nálise M
usical I –
A
postila.
MATTOS, F
ernando L
ewis d
e. A
nálise M
usical I –
R
epertório.
WINOLD, A
llen. B
ach’s C
ello S
uites A
nalyses &
E
xplorations
13