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Mito, na acepção aqui empregada, não significa mentira, 2 falsidade ou mistificação. Tomo de empréstimo
a formulação 3 de Hans Blumenberg do mito político como um processo 4 contínuo de trabalho de uma narrativa
que responde a uma 5 necessidade prática de uma sociedade em determinado 6 período. Narrativa simbólica
que é, o mito político coloca em 7 suspenso o problema da verdade. Seu discurso não pretende ter 8 validade
factual, mas também não pode ser percebido como 9 mentira (do contrário, não seria mito). O mito político
confere 10 um sentido às circunstâncias que envolvem os indivíduos: ao 11 fazê-los ver sua condição presente
como parte de uma história 12 em curso, ajuda a compreender e suportar o mundo em que 13 vivem.
ENGELKE, Antonio. O anjo redentor. Piauí, ago. 2018, ed. 143, p. 24.
01. (FUVEST SP) Sobre o sujeito da oração “em que vivem” (Ref. 12-13), é correto afirmar:
a) Expressa indeterminação, cabendo ao leitor deduzir a quem se refere a ação verbal.
b) Está oculto e visa evitar a repetição da palavra “circunstâncias” (Ref. 10).
c) É uma função sintática preenchida pelo pronome “que” (Ref. 12).
d) É indeterminado, tendo em vista que não é possível identificar a quem se refere a ação verbal.
e) Está oculto e seu referente é o mesmo do pronome “os” em “fazê-los” (Ref. 11).
1 «Existem principalmente duas coisas por meio das quais uma pessoa adquire conhecimentos, ou seja, a 2
leitura e a meditação. Destas, a leitura detém o primeiro lugar, dando as regras do ler.
3 São três as regras mais necessárias para a leitura: primeiro, saber o que se deve ler; segundo, em que 4
ordem se deve ler, ou seja, o que ler antes, o que depois; terceiro, como se deve ler. Neste livro se discorre 5
sobre estas três regras, uma por uma. O livro dá instruções seja sobre as leituras profanas seja sobre a 6
leitura dos textos sagrados. Por isso, ele se divide em duas partes, cada qual tendo três capítulos.
SÃO VÍTOR, Hugo de. Didascálicon da arte de ler. Tradução: Antonio Marchionni. Petrópolis (RJ): Vozes, 2001, p. 45.
02. (IFAL) Na referência 3, lê-se o seguinte: «São três as regras mais necessárias para a leitura», marque a
opção que lhe indica corretamente o sujeito.
a) as regras mais necessárias para a leitura.
b) três
c) oração sem sujeito
d) sujeito oculto
e) sujeito indeterminado
algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e 11 sem
peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir – era tão bom. 12 A
concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.
13 E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o barulho do motor, 14 rir,
engolia-a lentamente, outra vez e mais outra. Era morna, porém, a saliva, não tirava a sede. Uma 17 sede
enorme maior do que ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo.
18 A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio-dia tornara-se quente e árida e ao penetrar pelo 19
instantes mas logo sufocava. O jeito era mesmo esperar, esperar. Talvez minutos apenas, talvez horas, 22
enquanto sua sede era de anos.
23 Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a mais próxima, e 24 seus
olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, 25
farejando. [...]
LISPECTOR, Clarice. O primeiro beijo. In: Felicidade Clandestina. Rocco: Rio de Janeiro, 1998.
03. (IFAL) No trecho: “Era morna, porém, a saliva, não tirava a sede” (Ref. 16), o sujeito da oração é.
a) saliva
b) sede
c) sujeito indeterminado
d) morna
e) sujeito implícito
04. (IFMT)
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Exercícios Complementares
d) No trecho “Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôsse a chorar,
sentou-se no chão”, os termos gramaticais “se” são, respectivamente: conjunção integrante,
conjunção integrante, partícula expletiva e índice de indeterminação do sujeito.
e) Em consonância com a norma culta, no trecho “Mas o pequeno esperneou acuado, depois sossegou,
deitou-se, fechou os olhos”, o termo sublinhado poderia ser substituído pelo pronome “lhe”.
01 – Para mim esta é a melhor hora do dia – 02 Ema disse, voltando do quarto dos meninos. – 03 Com as
crianças na cama, a casa fica tão 04 sossegada.
05 – Só que já é noite – a amiga corrigiu, sem 06 tirar os olhos da revista. Ema agachou-se para 07 recolher
horas e a semana tem sete dias, 12 não está certo? – Descobriu um sapato sob a 13 poltrona. Pegou-o e, quase
deitada no tapete, 14 procurou, depois, o par ........ dos outros 15 móveis.
16 Era bom ter uma amiga experiente. Nem 17 precisa ser da mesma idade – deixou-se cair 18 no sofá –
Bárbara, muito mais sábia. 19 Examinou-a a ler: uma linha de luz dourada 20 valorizava o perfil privilegiado. As
duas eram 21 tão inseparáveis quanto seus maridos, colegas 22 de escritório. Até ter filhos juntas 23
conseguiram, acreditasse quem quisesse. Tão 24 gostoso, ambas no hospital. A semelhança 25 física teria
contribuído para o perfeito 26 entendimento? “Imaginava que fossem 27 irmãs”, muitos diziam, o que sempre
causava 28 satisfação.
29 – O que está se passando nessa cabecinha? 30 – Bárbara estranhou a amiga, só doente 31 pararia quieta.
Admirou-a: os cabelos soltos, 32 caídos no rosto, escondiam os olhos ..........., 33 azuis ou verdes, conforme o
reflexo da roupa. 34 De que cor estariam hoje seus olhos?
35 Ema aprumou o corpo.
36 – Pensava que se nós morássemos numa 37 casa grande, vocês e nós...
38 Bárbara sorriu. Também ela uma vez tivera 39 a ideia. – As crianças brigariam o tempo todo.
40 Novamente a amiga tinha razão. Os filhos 41 não se suportavam, discutiam por qualquer 42 motivo,
ligando o aparelho, ainda que 49 soubesse que ela detestava sentar que nem 50 múmia diante do aparelho –
levantou-se, 51 repelindo a lembrança. Preparou uma jarra de 52 limonada. ........ todo aquele interesse de 53
Bárbara na revista? Reformulou a pergunta 54 em voz alta.
55 – Nada em especial. Uma pesquisa sobre o 56 comportamento das crianças na escola, de 57 como se
06. (UFRGS) Em várias passagens do texto, a autora usa sujeitos elípticos. Assinale a alternativa que
apresenta uma oração com sujeito elíptico.
a) – Para mim esta é a melhor hora do dia (Ref. 01).
b) acreditasse quem quisesse (Ref. 23).
c) O que está se passando nessa cabecinha? (Ref. 29).
d) O que sombreava o relacionamento dos casais (Refs. 42-43).
e) seria obrigada a assistir à televisão, [...] (Refs. 46-47).
“Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta.”
Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança
educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico; diferente do que se encontra
fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados maternos um artifício sentimental, com a vantagem única
de fazer mais sensível a criatura à impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na
influência de um novo clima rigoroso. Lembramo- nos, entretanto, com saudade hipócrita dos felizes tempos;
como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora, e não viesse de
longe a enfiada das decepções que nos ultrajam.
(O Ateneu, 1999.)
07. (UNESP SP) Identifique os sujeitos dos verbos “houvesse” e “viesse”, sublinhados no segundo parágrafo.
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TEXTO: 6 - Comum à questão: 8
Leia os poemas a seguir, de Carlos Drummond de Andrade.
Sentimental
Eu estava sonhando...
E há em todas as consciências um cartaz amarelo:
“Neste país é proibido sonhar”.
Poema do jornal
Poesia
08. (UEL PR) Acerca das funções exercidas pelos termos de “Poema do jornal”, assinale a alternativa correta.
a) O termo “o” (terceiro verso) retoma o termo “repórter” e integra o sujeito da forma verbal
“transforma”.
b) O termo “notícia” (terceiro verso) é um complemento nominal: complementa “repórter”, substituído
por “o”.
c) O termo “mão” (segundo verso) é adjunto adnominal do sujeito “repórter”.
d) A expressão “doce música mecânica” (nono verso) é sujeito do verbo que aparece no mesmo verso.
e) O termo “pena” (oitavo verso) é complemento antecipado do verbo que aparece no mesmo verso.
Quando tinha onze anos, o cineasta Leonardo Hwan voltava da escola com um amigo em São
Paulo, quando um homem de cerca de trinta anos se aproximou, deu um susto nos garotos e gritou que
eles deveriam "voltar para o país deles".
"Nunca esqueci. Fiquei muito assustado", diz Leonardo, 27, que é brasileiro e descendente de
tawaineses. Hoje ele conta essa história para explicar porque fazer a piada do "pastel de flango" ou
gritar "abre o olho, japonês" para descendentes de asiáticos é ofensivo. E ele tem que explicar
diversas vezes.
"É racista, é xenófobo. Não é 'apenas uma piada'. Você está fazendo o mesmo que o cara: está
dizendo que a pessoa não pertence, que ela é estrangeira, que não é bem-vinda", diz Leonardo. Ele critica
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Exercícios Complementares
uma postagem do prefeito de São Paulo, João Doria, que escreveu a legenda "acelela" em vez de "acelera"
(seu slogan) em uma foto durante uma visita à China [...].
"Quando você diz 'acelela', está tirando sarro não dos chineses de lá, mas dos imigrantes daqui, para
quem a questão da língua e da adaptação é uma dificuldade real, e para descendentes que lutam há anos
para serem aceitos", afirma Leonardo.
[...]
Poucas figuras na história da música – e apenas um punhado de intérpretes – chegaram a gozar, fora do
mundo musical, de uma reputação tão rica e tão complexa quanto a de Glenn Gould, o pianista, compositor e
intelectual canadense que morreu de um infarto em 1982, aos 51 anos. Esse número reduzido certamente tem
a ver com a lacuna cada vez maior entre o mundo da própria música clássica (deixando-se de lado a indústria
musical) e o ambiente cultural mais amplo, uma lacuna pronunciada que contrasta com as relações
razoavelmente próximas que ligam o mundo da literatura ao da pintura, do cinema, da fotografia e da dança. O
intelectual ou literato contemporâneo não tem grande experiência na arte musical, raras vezes toca um
instrumento ou estudou solfejo e teoria e, a não ser por comprar e colecionar gravações de alguns nomes como
Karajan 1 ou Callas 2, não costuma ser efetivamente versado na prática musical – quer se trate de relacionar
execução, interpretação e estilo, quer se trate de diferenciar as características harmônicas e rítmicas de Mozart,
Berg 3 e Messiaen 4. É provável que essa lacuna seja resultado de muitos fatores, entre os quais o recuo da
música nos currículos humanísticos, o declínio da interpretação amadora (aulas de violino e piano já foram
parte rotineira da formação) diante de padrões proibitivos e profissionais, e o difícil acesso ao mundo da música
contemporânea.
No entanto, Gould parece ter conquistado na imaginação geral um lugar em que ainda permanece, mais de
duas décadas após sua morte.
(Estilo tardio, 2009. Adaptado.)
10. (UEFS BA) “No entanto, Gould parece ter conquistado na imaginação geral um lugar em que ainda
permanece, mais de duas décadas após sua morte” (2º parágrafo)
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TEXTO: 8 - Comum à questão: 12
Durante três séculos (do século XVI ao XVIII) a escravidão foi praticada e aceita sem que as classes
dominantes questionassem a legitimidade do cativeiro. Muitos chegavam a justificar a escravidão,
argumentando que graças a ela os negros eram retirados da ignorância em que viviam e convertidos ao
cristianismo. A conversão libertava os negros do pecado e lhes abria a porta da salvação eterna. Dessa forma, a
escravidão podia até ser considerada um benefício para o negro! Para nós, esses argumentos podem parecer
cínicos, mas, naquela época, tinham poder de persuasão. A ordem social era considerada expressão dos
desígnios da Providência Divina e, portanto, não era questionada. Acreditava-se que era a vontade de Deus que
alguns nascessem nobres, outros, vilões, uns, ricos, outros, pobres, uns, livres, outros, escravos. De acordo
com essa teoria, não cabia aos homens modificar a ordem social. Assim, justificada pela religião e sancionada
pela Igreja e pelo Estado – representantes de Deus na Terra –, a escravidão não era questionada. A Igreja
limitava-se a recomendar paciência aos escravos e benevolência aos senhores.
(A abolição, 2010.)
12. (UNIFESP SP) “De acordo com essa teoria, não cabia aos homens modificar a ordem social.” (1º
parágrafo)
O trecho destacado exerce a função sintática de
a) objeto indireto.
b) objeto direto.
c) adjunto adnominal.
d) sujeito.
e) adjunto adverbial.
GABARITO:
01. E
02. A
03. A
04. C
05. B
06. E
07. O sujeito da forma verbal “houvesse perseguido” é simples: “a mesma incerteza de hoje”; de “viesse” é
também simples: “a enfiada das decepções”.
08. D
09. D
10. E
11. E
12. D