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PSICOTERAPIA HOLÍSTICA
MÓDULO III
MERGULHANDO EM SI
Fernando Martins
Terapeuta Holístico CRT 37.039
ofernando@globo.com
INTRODUÇÃO
Este Módulo, intitulado Mergulhando em Si, trata como o título
diz, de procedimentos que nos levam a nos conhecer melhor. Aqui
estudaremos dois métodos que ao meu ver são os que mais profundamente
nos leva ao autoconhecimento: a meditação e a interpretação dos sonhos.
No tópico Meditação, utilizarei bibliografia variada buscando
conduzir o aluno a construção de uma visão ampla do que seja a meditação
e seus efeitos, bem como, dicas práticas que servirão não só para utilização
do próprio terapeuta na sua auto avaliação, mas também, para sugerir aos
clientes. Junto à meditação, veremos algumas técnicas de respiração que
podem acompanhar a prática meditativa.
No tópico Compreensão Onírica, estudaremos não só os
mecanismos do sonho, mas também como interpreta-los, bem como, por
alto, veremos a fisiologia do sono. Nos basearemos nos estudos de Carl G.
Jung, médico psiquiatra e psicanalista e que após romper com Freud, que se
referia a Jung como seu “príncipe herdeiro” criou sua própria teoria
psicoterapêutica a qual intitulou de Psicologia Analítica e que é
notoriamente reconhecido como um dos grandes pensadores a respeito das
elaborações oníricas.
Complementamos o Módulo, com o tópico, Vivência Mística.
É importante enfatizar, que os dois métodos ensinados aqui,
devem ser primeiramente utilizados pelo próprio terapeuta, para depois,
vivenciado seus efeitos, recomendar aos clientes.
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MEDITAÇÃO
INTRODUÇAO
O mestre tibetano Chogyam Trungpa define meditação como
sendo um exercício de atenção plena e de consciência panorâmica, ou seja,
na meditação você procura estar plenamente consciente e presente em
cada momento vivido, sentindo corpo e ambiente onde está, sem se perder
nos pensamentos.
É uma prática espiritual entendendo espiritualidade aqui, como a
conexão do ser humano consigo mesmo e com planos superiores que
podemos chamar de Divino ou outro nome que queira.
PS1 Temos que ficar atentos em não misturar espiritualidade com
religião.
Esta prática por sua natureza, estimula a atenção e a consciência
do instante presente, conseqüentemente produzindo um estado mental
mais estável e tranqüilo, o que é de grande importância principalmente nos
dias atribulados de hoje.
A atenção plena não é somente aplicada em momentos de
contemplação, mas também, em momentos de ação, como na dança,
pintura e até mesmo lavando pratos. São formas tão válidas quanto a
clássica e conhecida meditação contemplativa que vemos os monges
praticando sentados, pois a essência de todas é a mesma, a atenção plena
no aqui e agora.
O Chanoyu, a cerimônia do chá chinesa, por exemplo, tem a
natureza de um processo meditativo por conta de toda a sua ritualística
detalhista e de gestos que estimula a atenção plena e a consciência do
momento presente. Um simples servir de chá transforma-se em um
processo bem mais amplo, um momento de meditação.
É sobre este exercício de atenção plena e de consciência
panorâmica que iremos tratar neste tópico, não só conhecendo a teoria,
fazendo reflexões sobre sua natureza bem como, a prática para ser por
você utilizada e por seus futuros clientes.
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A NATUREZA DA MEDITAÇÃO
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BENEFÍCIOS TERAPÊUTICOS
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As Técnicas
Nas técnicas clássicas o meditador busca alcançar o silencio tanto
interior quanto o exterior, daí a necessidade de um local silencioso onde ele
possa estimular o fluxo de energia que existe transitando no corpo, o
despertando gradualmente e o fazendo transitar entre os centros
energéticos do corpo (chamados de chakras – do sânscrito “roda”).
Mas existem as técnicas que buscam atingir a atenção plena em
si mesmo e no ambiente, ou seja, nestas, as tarefas e os fatos do cotidiano
passam a serem as referencias para ser vivenciada o processo meditativo.
No Livro Tibetano da Vida e da Morte, existe um principio budista
que diz: integrar a meditação à ação é a base, objetivo e propósito.
Do Ocidente, temos a escola de Georges Gurdjieff, falecido em
1949, e que percorreu o mundo para sistematizar tradições do oriente e
ocidente em uma só corrente. Segundo Gurdjieff, a vida atribulada faz com
que as pessoas se separem delas mesmo, num processo dispersivo, mas
que, a partir de um treinamento meditativo, a atenção plena é retomada e
nos harmonizamos em nosso silencio interior. Esta busca, segundo ele,
“deve ser buscada na vida como ela é e não na paz dos mosteiros”.
No caso, a agitação e o caos seriam o estímulo para a meditação
e lutar contra as distrações dos sentimentos, seria o objetivo.
Meditação Zen Budista – é na verdade não uma técnica, mas uma
corrente meditativa que é composta por diversas técnicas, dentre elas, uma
muito interessante que é do monge budista Thich Nhat Hanh que é
praticada no caminhar, aonde o caminhante vai contando os passos e
sincronizando estes a respiração.
Meditação Raja Yoga – ligada ao Yoga onde em determinada
posição e de olhos abertos e não fechados, o meditante mentaliza aspectos
positivos da natureza humana como os sentimentos de amor, generosidade
e compaixão.
Meditação Transcendental – técnica de grande penetração no
Brasil, desenvolvida pelo guru indiano Maharishi Mahesh Yogi e que se
pauta na repetição de um som pessoal, somente conhecido pela própria
pessoa.
Meditação do Som Primordial – parecida com a MT (meditação
transcendental) e criada por Deepak Chopra, que também consiste na
repetição de um som chamado de primordial e que está associado com a
hora, data e lugar em que o meditante nasceu.
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Posicione sua mão direita, com a palma voltada para cima, sobre seu pé esquerdo, e sua mão
esquerda, também com a palma voltada para cima, sobre a palma da mão direita. As pontas
dos polegares tocam-se levemente. Essa posição de mãos chama-se hokkai-join (Mudra
Cósmico). Posicione as pontas de seus polegares em frente ao seu umbigo, e seus braços
levemente afastados do corpo.
A boca
Mantenha a boca fechada, colocando sua língua contra o céu-da-boca logo atrás dos dentes.
Os olhos
Mantenha os olhos entreabertos; pousados a 45 graus. Sem focalizar nada em particular, deixe
que todas as coisas ocupem seus lugares em seu campo de visão. Se seus olhos estiverem
fechados, você facilmente cairá em sonolência ou será levado pela imaginação.
Exalar completamente e tomar ar (Kanki-issoku)
Faça uma exalação profunda, seguida de uma inalação profunda, ambas silenciosamente. Abra
sua boca apenas o bastante para exalar de forma suave e lenta. A fim de exalar todo o ar de
seus pulmões, exale a partir do abdômem. Depois disso, feche sua boca e continue a respirar
pelas narinas naturalmente. Isso se chama kanki-issoku.
Balançar o corpo
Coloque suas mãos, com as palmas voltadas para cima, sobre seus joelhos, e balance a parte
superior de seu corpo da esquerda para a direita algumas vezes. Sem mexer os quadris, mova
seu tronco como se ele fosse um mastro inclinando-se para um lado e para o outro, a fim de
alongar a cintura e os músculos do quadril. Você também pode balançar para frente e para
trás. Inicialmente esse movimento deve ser amplo, para tornar-se a cada vez menor, e
finalmente cessar com seu corpo centrado em uma posição vertical, ereta. Novamente forme o
hokkai-join com suas mãos e assuma uma posição ereta, imóvel.
Respiração abdominal
Durante o Zazen, respire silenciosamente pelas narinas. Não tente controlar a respiração.
Deixe-a ir e vir tão naturalmente a ponto de você se esquecer que está respirando. Deixe que
as respirações longas sejam longas, e que as curtas sejam curtas. Não faça barulho, evitando
uma respiração pesada.
Estado de ser cônscio (Kakusoku)
Não se concentre em nenhum objeto em particular, nem tente controlar seus pensamentos.
Quando você mantém uma postura correta e sua respiração se acalma, sua mente ficará
tranquila de forma natural.Quando muitos pensamentos surgirem, não fique preso, nem lute
com eles; não os siga, nem tente escapar deles. Apenas deixe-os existir, permitindo que surjam
e desapareçam livremente. O essencial ao praticar zazen é despertar (kakusoku) da distração e
do entorpecimento e voltar para a postura correta momento a momento.
Levantando-se do zazen
Ao terminar o zazen, faça uma reverência em gassho; coloque suas mãos sobre as coxas com
as palmas voltadas para cima; balance seu corpo algumas vezes, primeiro apenas um pouco e
depois em um movimento mais amplo. Inspire profundamente. Descruze as pernas. Mova-se
devagar, especialmente se suas pernas estiverem adormecidas. Não se levante abruptamente.
A RESPIRAÇÃO DURANTE O ZAZEN
Sobre a respiração durante o zazen. Dogen Zenji diz no Eihei-koroku (Coleção Formal de
Discursos e Poemas de Dogen Zenji), vol.5: “Em nosso zazen, é de fundamental importância
sentar-se na postura correta. A seguir, regular a respiração e se acalmar. Na Hinayana, há duas
formas básicas (para a prática do iniciante): uma é contar as respirações, e a outra é
contemplar a impureza (do corpo). Em outras palavras, um praticante Hinayana regula sua
respiração ao contá-la. A prática dos budas e ancestrais, porém, é completamente diferente da
prática Hinayana. Um mestre ancestral disse: ‘É melhor ter a mente de uma raposa enganosa
do que seguir o caminho de auto-controle Hinayana’. Duas das escolas Hinayana (praticadas)
no Japão hoje são a Shibunritsu (a escola dos preceitos) e a Kusha (a escola baseada no
Abhidharma-kosa).
Existe também a maneira Mahayana para regular a respiração. E essa é saber que uma
respiração longa é longa, e que uma curta é curta. A respiração atinge o tanden e se inicia ali.
Apesar da inalação e da exalação serem diferentes, ambas passam pelo tanden. Quando você
respira através do abdômem, é fácil perceber a transitoriedade (da vida), e harmonizar a
mente.
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Meu falecido mestre Tendo disse: ‘O ar inspirado atinge o tanden; porém, não é que esse ar
venha de algum lugar. Por esse motivo, ele não é curto, nem longo. O ar exalado sai do
tanden; porém, não é possível dizer para onde esse ar vai. Por esse motivo, ele não é longo,
nem curto’. Meu professor explicou dessa forma, e se alguém me perguntasse como fazer para
harmonizar a repiração, eu responderia dessa maneira: apesar de não ser Mahayana, é
diferente da Hinayana; e apesar de não ser Hinayana, é diferente da Mahayana. E se eu fosse
questionado mais além em relação ao que é em última instância, eu responderia que inalar ou
exalar não são nem longos, nem curtos.”
KINHIN - MEDITAÇÃO CAMINHANDO
Ao fazer kinhin, ande na sala no sentido horário, mantendo as mãos em shashu. Da cintura
para cima, sua postura deve ser a mesma do zazen. Dê o primeiro passo com a perna direita.
Caminhe dando apenas meio passo a cada respiração completa (uma exalação e uma inalação).
Caminhe devagar e com maciez como se você estivesse parado em algum lugar. Não arraste os
pés e não faça barulho. Ande em linha reta, e ao fazer curvas, sempre vire à direita. A palavra
kinhin significa seguir em frente. Quando terminar o kinhin, pare e faça uma reverência em
shashu. Caminhe em passos normais ao redor da sala, até voltar ao seu zafu.
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PREPARAÇÃO
O que iremos estudar agora deverá ser realizado por você antes
de repassa-lo em forma de aconselhamento terapêutico para os clientes que
achar necessário pratica-lo.
Meditar requer concentração e você deve imaginar que isto não é
fácil. Nossa mente divaga com muita facilidade e ao tentar se concentrar
para meditar, logo vem o pensamento em algo que se passou ou algo que
você terá que fazer, enfim...
Nossa mente é irrequieta e apazigua-la é o primeiro passo.
E como fazer isto? Aceitando o fluxo dos pensamentos como se
eles fossem cenas de filme. Você perceberá que eles vêm e vão. Tudo é
impermanente como descobriu Sidarta Gauthama (o Buda) em suas
práticas meditativas.
Fixe no foco, no seu objetivo, que é a concentração, sem se
importar com os pensamentos que irão surgir, pois como dito, assim como
eles virão eles partirão e com o tempo e disciplina, você terá o total
controle sobre a situação de concentração.
Importante fazer diariamente e com pouco tempo, pois de nada
adiantará ficar uma hora meditando, se a maior parte deste tempo você
estará tentando se concentrar. Cinco minutos por dia para começar e o
ideal.
A concentração plena se dá a partir da plena atenção, que é a
natureza da meditação como já vimos. Para isto existem várias técnicas que
utilizam um ponto de concentração, seja a respiração ou a visualização de
uma imagem mental, como um círculo, por exemplo.
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MEDITAR AO COMER
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MEDITAR CAMINHANDO
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MEDITAÇÃO E POESIA
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Frescor de outono:
Melão e berinjela
A cada hóspede.
O poema acima é conhecido como haicai. Esta é a tradução de
um haicai escrito há mais de 400 anos por Matsuo Bashô (1664-1696), um
guerreiro samurai que abandonou tudo para cair na estrada e viver apenas
o momento presente. O estilo que ele ajudou a criar atravessou os séculos.
O haicai é uma forma de contemplação que nasceu da sintonia
contemplativa dos japoneses com a natureza.
No passado, no Japão, a cada mudança de estação, mudava-se o
jogo de pratos que era servido à mesa, as pinturas e tecidos que faziam
parte da decoração da casa, os quimonos das mulheres, os arranjos florais.
As estações, com sua temperatura, pássaros, cores e flores característicos,
entravam pelas grandes janelas e portas de correr das casas japonesas. O
que estava dentro integrava-se ao que estava fora, no jardim. Foi assim,
para testemunhar as variações da natureza durante o ano, que os haicais
surgiram, por volta do século XV.
No Brasil existe uma difusão restrita alguns clubes em algumas
cidades do país, principalmente em São Paulo, onde os haicaístas se
reúnem para recitar seus haicais e ler os de outros. Um nome famoso de
haicaísta brasileiro é Millor Fernandes, que de 68 a 82 escreveu dezenas de
haicais na sua coluna na revista Veja.
Para compor um haicai, um verdadeiro momento de
contemplação meditativa onde sua mente e corpo são envolvidos pelas
sensações e informações do mundo a sua volta, existem algumas regras.
O haicai clássico é composto por três versos sendo o primeiro e o
terceiro com cinco sílabas e o do meio com sete. O primeiro verso dá a cena
geral, costumeiramente associada a uma estação ou algo que a simbolize. O
segundo a algo que ocorre na cena geral. O terceiro verso traz o sabor da
experiência, numa síntese que traduz uma sensação.
Você pode flexibilizar este enquadramento no que tange o
número de sílabas, mas sem, no entanto, perder o ritmo, que ocorre
exatamente por conta desta composição de sílabas, passar um ou outro não
fará muita diferença.
Se achar interessante, faça um e me envie, será prazeroso ler um
momento de registro contemplativo seu. Oriente seus futuros clientes a
faze-lo também conforme o caso.
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COMPREENSÃO ONÍRICA
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A Fisiologia do Sono
A fisiologia do sonho foi compreendida pela primeira vez em
1953, com a análise do ciclo do sono humano. Descobriu-se que, nos
humanos, o sono se inicia pelo estado hipnagógico, período de vários
minutos durante os quais os pensamentos consistem em imagens
fragmentadas ou pequenas cenas. O estado hipnagógico é seguido pelo
sono de ondas lentas, assim chamado porque, durante esse periodo, as
ondas cerebrais do neocórtex (a camada circunvoluta mais externa do
cérebro) apresentam freqüências baixas e de grande amplitude. Esses sinais
são medidos como registros de eletroencefalograma (EEG). Os
pesquisadores descobriram também que o sono noturno é entremeado por
períodos em que os registros do EEG apresentam freqüências irregulares a
amplitudes baixas - similares às observadas em indivíduos acordados. Esses
períodos de atividade mental são chamados de sono REM. Os sonhos
ocorrem somente durante esses períodos. Os neurônios motores são
inibidos durante o sono REM, o que impede o corpo de se mover livremente,
embora permita que suas extremidades permaneçam ligeiramente ativas.
Os olhos movem-se rapidamente em sincronia sob as pálpebras fechadas, a
respiração toma-se irregular e a freqüência cardíaca aumenta.
O primeiro estágio REM da noite ocorre 90 minutos após o sono
de ondas lentas, e dura cerca de 10 minutos. O segundo e terceiro períodos
REM ocorrem após breves episódios de sono de ondas lentas, mas tornam-
se progressivamente mais longos. O quarto e último intervalo, dura de 20 a
30 minutos e é seguido pelo despertar. Se um sonho for lembrado, trata-se,
freqüentemente, do sonho que ocorreu durante esta última fase.
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CONDUZINDO O PROCESSO
Faremos aqui um estudo objetivo, embora estejamos lidando com
um algo da ordem da subjetividade. Obviamente, o tempo e treino, a
experiência e vivência, fora as leituras e estudos constantes darão cada vez
mais respaldo tanto o aconselhamento quanto para a interpretação dos
sonhos.
Primeiramente vamos a parte do aconselhamento. Temos que:
Para poder sonhar e, ainda, ir além, permitindo que os conteúdos
dos sonhos possam se manifestar livremente, inclusive trazendo mensagens
fortes e marcantes é necessário
- ter sono de qualidade, decorrente e integrada com qualidade de
vida;
- saber lidar com sentimentos e emoções na vida cotidiana;
- ter baixo nível de retenção e desequilíbrios emocionais;
- estar aberto para o mundo da manifestação do inconsciente e
consciente sobre sua real importância e necessidade vital de integração
para manutenção de nosso estado de vitalidade e de saúde.
Agora partimos para a interpretação dos sonhos visando a sua
integração à consciência.
Lembrar dos sonhos é o primeiro passo fundamental para integrá-
los, após já os ter tido.
PS1: para começar a desenvolver a memória dos sonhos, essa
ação deve ser a primeira, exatamente após acordar, pois essa memória é
muito fluida e se desvanece com muita facilidade, qualquer atividade,
mesmo apenas mental, pode dissolve-la muito rapidamente.
Anotando os sonhos
Anotar os sonhos é uma prática muito positiva (também devendo
ser feita logo após acordar). O importante é que isso não se torne mais
obrigação para fazermos sem prazer algum. A freqüência pode ser bem
variável. Podemos anotá-los seqüencialmente durante alguns dias e passar
um bom tempo sem o fazê-lo novamente. Com a evolução do processo,
vamos sentindo vontade e interesse em registrar alguns sonhos que
sentimos terem algum tipo de mensagem mais significativa para nós. Em
alguns casos, essa sensação é tão marcante, que até levantamos ainda no
meio da noite para fazer esse tipo de registro.
Mantenha um caderno especificamente para isso. A longo prazo,
você irá ver os benefícios e a satisfação em manter esse tipo de registro.
Muitas vezes, não é preciso nenhum tipo de aplicação específica, como
rever as anotações, para se obter os benefícios deste tipo de prática. Em
outros casos, você poderá ficar surpreso(a) em reler o que escreveu depois
de passado algum tempo: as mensagens podem se tornar extremamente
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claras, coisa que muito freqüentemente pode não ter acontecido quando da
época em que o registro foi feito.
Um outro aspecto interessantíssimo é o seguinte: a forma como
fazemos esse tipo de registro, as palavras, frases e estruturas que
utilizamos são também surpreendentes em si próprias. Ao trazer o registro
das imagens e lembranças do sonho, há, necessariamente em decorrência
de estarmos usando um código escrito, um filtro da nossa racionalidade.
Essa interação entre o que sonhamos e o que e como efetivamente
registramos é de suma importância para o entendimento dos processos que
estão sendo representados e como o sonhador reage a eles.
Preparar-se para dormir e até direcionar assuntos e emoções
Preparar-se para o sono também é muito importante. Atitudes e
preparações como alimentação leve à noite, não entrar em contato com
conteúdos de jornais, filmes e livros que contenham elementos fortes e
perturbadores (desgraças, mortes, imagens violentas etc), ambiente
tranqüilo, confortável, seguro e aconchegante, bem como se direcionar para
um bom sono com práticas como programação mental, exercícios de
relaxamento, meditação, etc são fatores que beneficiarão em muito poder
entrar em contato com sonhos producentes para nosso crescimento
emocional (veja como ocorre uma interação entre práticas terapêuticas e
como é importante o psicoterapeuta holístico estar inteirado delas).
Interpretando
A interpretação dos sonhos não é uma ciência, é uma arte. Como
tal está diretamente ligada à prática e ao tempo e energia que é dedicado a
esta atividade.
O que é importante para a interpretação:
- Conhecer a pessoa do sonhador é fundamental, e isto ao longo
das primeiras consultas você deverá fazer. Saber de sua história, seu jeito
de ser, sua busca e quais traços de personalidade e contexto de seu eu
podem estar envolvidos no(s) sonho(s) em questão. Tendo isso em
consideração, os livros de interpretação de sonhos, com mensagens e
leituras pré-estabelecidas associando determinados elementos isolados que
aparecem em um sonho com possíveis significados, são totalmente sem
valor. Eles valem, como descrito adiante, como formas de se conhecer e se
familiarizar com a questão de símbolos e arquétipos de uma forma em
geral.
- Estado em que o sonhador se encontrava no dia, ou nos dias,
referentes ao(s) sonho(s), pois isso dará sinais claros de como andava o
inconsciente no período a ser considerado.
- Qual o sentimento que o sonho despertou – Uma mulher pode,
por exemplo, sonhar que foi estuprada e acordar apavorada, ou então,
descobrir que teve um orgasmo profundo e gratificante...
- No primeiro sonho, o inconsciente pode ter lançado mão do
estupro apenas como um pano de fundo para evocar medo e tensão,
poderia ser, também dentro de um contexto ruim, sensação de invasão,
sujeira, roubo...;
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VIVENCIANDO O MÍSTICO
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solução de seus problemas e que por vezes existem, por este aliado
encontrar-se adormecido ou mesmo, desconhecido do cliente.
Até o quarto e último módulo.
Peço que me escreva dando sua opinião sobre o curso até aqui.
Paz e Luz
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