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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

DESENHO TÉCNICO

Introdução:
Classificação segundo a NBR-05984 antiga NB-8.

A execução de desenhos técnicos é inteiramente normalizada pela ABNT. Os


procedimentos para execução de desenhos técnicos aparecem em normas gerais
queabordam, desde a denominação e classificação dos desenhos, até as formas
derepresentação gráfica, como é o caso da NBR 5984 – NORMA GERAL DE
DESENHOTÉCNICO (Antiga NB 8) e da NBR 6402 – EXECUÇÃO DE DESENHOS
TÉCNICOS DEMÁQUINAS E ESTRUTURAS METÁLICAS (Antiga NB 13). Existem outras
normasespecíficas que tratam os assuntos separadamente, conforme os exemplos
seguintes:

• NBR 10647 – DESENHO TÉCNICO – NORMA GERAL, cujo objetivo é definir os termos
empregados em desenho técnico. A norma define os tipos de desenho quanto aos seus
aspectos geométricos (Desenho Projetivo e Não-Projetivo), quanto ao grau de elaboração
(Esboço, Desenho Preliminar e Definitivo), quanto ao grau de pormenorização (Desenho
deDetalhes e Conjuntos) e quanto à técnica de execução (À mão livre ou
utilizandocomputador)

• NBR 10068 – FOLHA DE DESENHO LAY-OUT E DIMENSÕES, cujo objetivo é


padronizaras dimensões das folhas utilizadas na execução de desenhos técnicos e definir
seu lay-outcom suas respectivas margens e legenda. As folhas podem ser utilizadas tanto
na posiçãovertical como na posição horizontal. Os tamanhos das folhas seguem os
formatos da série“A”, e o desenho deve ser executado no menor formato possível, desde
que nãocomprometa a sua interpretação.

• NBR 10582 – APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO, que


normaliza adistribuição do espaço da folha de desenho, definindo a área para texto, o
espaço para desenhoetc.. Como regra geral deve-se organizar os desenhos distribuídos
na folha, de modoa ocupar toda a área, e organizar os textos acima da legenda junto à
margem direita, ou àesquerda da legenda logo acima da margem inferior.

• NBR 13142 – DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS, que fixa a forma


dedobramento de todos os formatos de folhas de desenho: para facilitar a fixação em
pastas,eles são dobrados até as dimensões do formato A4.

• NBR 8402 – EXECUÇÃO DE CARACTERES PARA ESCRITA EM


DESENHOSTÉCNICOS que, visando à uniformidade e à legibilidade para evitar prejuízos
na clareza dodesenho e evitar a possibilidade de interpretações erradas, fixou as
características deescrita em desenhos técnicos.

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• NBR 8403 – APLICAÇÃO DE LINHAS EM DESENHOS – TIPOS DE LINHAS–
LARGURAS DAS LINHAS

• NBR10067 – PRINCÍPIOS GERAIS DE REPRESENTAÇÃO EM DESENHO


TÉCNICO

• NBR 8196 – DESENHO TÉCNICO – EMPREGO DE ESCALAS

• NBR 12298 – REPRESENTAÇÃO DE ÁREA DE CORTE POR MEIO DE


HACHURAS EM DESENHO TÉCNICO

• NBR 10126 – COTAGEM EM DESENHO TÉCNICO

• NBR 8404 – INDICAÇÃO DO ESTADO DE SUPERFÍCIE EM DESENHOS TÉCNICOS

• NBR 6158 – SISTEMA DE TOLERÂNCIAS E AJUSTES

• NBR 8993 – REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL DE PARTES ROSCADAS EM


DESENHO TÉCNICO

Existem outras normas que regulam a elaboração dos desenhos e têm a finalidade
deatender a uma determinada modalidade de engenharia. Como exemplo, pode-se citar:
aNBR 6409, que normaliza a execução dos desenhos de eletrônica; a NBR 7191,
quenormaliza a execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado; NBR
11534,que normaliza a representação de engrenagens em desenho técnico.
Uma consulta aos catálogos da ABNT mostrará muitas outras normas vinculadas
àexecução de algum tipo ou alguma especificidade de desenho técnico.

O método de representação por meio de um sistema de vistas ortográficas é


apresentado, habitualmente, com caráter exclusivamente convencional, sem que
faça qualquer referência à sua base intuitiva. No entanto, ele se baseia nos
seguintes fatos:
- Quando se apresenta a representação plana de um objeto, baseada na
experiência visual, verifica-se que existem posições particulares que
apresentam ao observador um aspecto simplificado;
- Essas posições particulares correspondem a observação centrada, isto é,
segundo uma direção perpendicular ao meio determinada face do objeto. A
representação deste objeto reduz-se então, ao contorno e detalhes daquela
face, pois, desaparecem as outras que lhe são perpendiculares;
- O aspecto simplificado, entretanto, somente se torna completo quando a
observação centrada é feita desde uma distância suficientemente grande, para
desaparecerem os efeitos perspectivos.

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Fundamentos Geométricos:
O método de representação pelo sistema de vistas ortográficas fundamenta-se no
método descritivo idealizado por Gaspar Monge.
A operação básica desse método é a projeção cilíndrica ortogonal que tem a
propriedade fundamental, por ser cilíndrica, de representar em verdadeira grandeza
as figuras do espaço que forem paralelas ao respectivo plano de projeção.
A comunicação de um projeto de Arquitetura e Engenharia, para execução, é feita
de modo que os dados fornecidos incluem a representação da forma do objeto e a
indicação das dimensões de cada um de seus detalhes. A dificuldade consiste em
reproduzir a forma exata de um corpo de três dimensões num mesmo plano.

Para se obter isto, projeta-se ortogonalmente o objeto sobre vários planos,


perpendiculares entre si. Cada uma dessas projeções nos mostra uma face do objeto
que denominamos vista e permite determinar duas das três dimensões do objeto,
sendo necessário, para a completa representação, a combinação de três ou mais
projeções.

SISTEMAS DE PROJEÇÕES ORTOGONAIS

Ângulos Diedros

A representação de objetos tridimensionais por meio de desenhos bidimensionais,


utilizando projeções ortogonais, foi idealizada por Gaspar Monge no século XVIII. O
sistema de representação criado por Gaspar Monge é denominado Geometria
Descritiva.
Considerando os planos vertical e horizontal prolongados além de suas interseções,
como mostra a Figura abaixo, dividiremos o espaço em quatro ângulos diedros (que
tem duas faces). Os quatros ângulos são numerados no sentido anti-horário, e
denominados 1º, 2º, 3º, e 4º Diedros.

2º DIEDRO
VS

HP 1º DIEDRO

L.T.

3º DIEDRO

HA

4º DIEDRO
VI

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Utilizando os princípios da Geometria Descritiva, pode-se, mediante figuras
planas, representar formas espaciais utilizando os rebatimentos de qualquer um dos
quatro diedros.
Entretanto, para viabilizar o desenvolvimento industrial e facilitar o exercício da
engenharia, foi necessário normalizar uma linguagem que, a nível internacional,
simplifica o intercâmbio de informações tecnológicas.
Assim, a partir dos princípios da Geometria Descritiva, as normas de Desenho
Técnico fixaram a utilização das projeções ortogonais somente pelos 1º e 3º diedros,
criando pelas normas internacionais dois sistemas para representação de peças:
• sistema de projeções ortogonais pelo 1º diedro
• sistema de projeções ortogonais pelo 3º diedro

O uso de um ou do outro sistema dependerá das normas adotadas por cada


país. Por exemplo, nos Estados Unidos da América (USA) é mais difundido o uso do
3º diedro; nos países europeus é mais difundido o uso do 1º diedro.
No Brasil é mais utilizado o 1º diedro, porém, nas indústrias oriundas dos USA,
da Inglaterra e do Japão, poderão aparecer desenhos representados no 3º diedro.
Como as normas internacionais convencionaram, para o desenho técnico, o uso
dos 1º e 3º diedros é importante a familiarização com os dois sistemas de
representação.
A interpretação errônea de um desenho técnico poderá causar grandes
prejuízos.

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Projeções Ortogonais pelo 1º Diedro

As projeções feitas em qualquer plano do 1º diedro seguem um princípio básico


que determina que o objeto a ser representado deverá estar entre o observador e o
plano de projeção, conforme mostra a Figura acima.
A partir daí, considerando o objeto imóvel no espaço, o observador pode vê-lo
por seis direções diferentes, obtendo seis vistas da peça.
Ou seja, aplicando o princípio básico em seis planos circundando a peça,
obtemos, de acordo com as normas internacionais, as vistas principais no 1º diedro.
Para serem denominadas vistas principais, as projeções têm de ser obtidas em
planos perpendiculares entre si e paralelos dois a dois, formando uma caixa.

A Figura a seguir mostra a peça circundada pelos seis planos principais, que
posteriormente são rebatidos de modo a se transformarem em um único plano. Cada
face se movimenta 90º em relação à outra.

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A projeção que aparece no plano 1 (Plano vertical de origem do 1º diedro) é
sempre chamada de vista de frente.
Em relação à posição da vista de frente, aplicando o princípio básico do 1º
diedro, nos outros planos de projeção resultam nas seguintes vistas:
• Plano 1 – Vista de Frente ou Elevação – mostra a projeção frontal do objeto.
• Plano 2 – Vista Superior ou Planta – mostra a projeção do objeto visto por
cima.
• Plano 3 – Vista Lateral Esquerda – mostra o objeto visto pelo lado esquerdo.
• Plano 4 – Vista Lateral Direita – mostra o objeto visto pelo lado direito.
• Plano 5 – Vista Inferior – mostra o objeto sendo visto pelo lado de baixo.
• Plano 6 – Vista Posterior – mostra o objeto sendo visto por trás.

A padronização dos sentidos de rebatimentos dos planos de projeção garante


que no 1º diedro as vistas sempre terão as mesmas posições relativas.
Ou seja, os rebatimentos normalizados para o 1º diedro mantêm,em relação à
vista de frente, as seguintes posições:
• a vista de cima fica em baixo;
• a vista de baixo fica em cima;
• a vista da esquerda fica à direita;
• a vista da direita fica à esquerda.

Escolha das Vistas

Dificilmente será necessário fazer seis vistas para representar qualquer objeto.
Porém, quaisquer que sejam as vistas utilizadas, as suas posições relativas
obedecerão às disposições definidas pelas vistas principais.
Na maioria dos casos, o conjunto formado pelas vistas de frente, vista superior
e uma das vistas laterais é suficiente para representar, com perfeição, o objeto
desenhado.

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No 1º diedro é mais difundido o uso da vista lateral esquerda, resultando no
conjunto preferencial composto pelas vistas de frente, superior e lateral esquerda,
que também são chamadas, respectivamente, de elevação, planta e perfil,
mostradas na Figura ao lado.

Em alguns casos, com auxílio de símbolos convencionais, é possível definir a


forma da peça desenhada com uma única vista.
Não importa o número de vistas utilizadas, o que importa é que o desenho fique
claro e objetivo.
O desenho de qualquer peça, em hipótese alguma, pode dar margem a dupla
interpretação.
O ponto de partida, para determinar as vistas necessárias é escolher o lado do
objeto que será considerado como frente. Normalmente, considerando o objeto em
sua posição de trabalho ou de equilíbrio, toma-se como frente o lado que melhor
define a forma do objeto. Quando dois lados definem bem a forma do objeto,
escolhe-se o de maior comprimento.
Feita a vista de frente faz-se tantos rebatimentos quantos forem necessários
para definir a forma do objeto.

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Projeções Ortogonais pelo 3º Diedro

Assim como no 1° diedro, qualquer projeção do 3º diedro também segue um


princípio básico.
Para fazer qualquer projeção no 3º diedro, o plano de projeção deverá estar
posicionado entre o observador e o objeto, conforme mostra a Figura abaixo.

O plano de projeção precisa ser transparente (como uma placa de vidro) e o


observador, por trás do plano de projeção, puxa as projetantes do objeto para o
plano.
As vistas principais são obtidas em seis planos perpendiculares entre si e
paralelos dois a dois, como se fosse uma caixa de vidro e, posteriormente, rebatidos
de modo a formarem um único plano.

Da mesma forma que no 1° diedro, a projeção que é representada no plano 1


corresponde ao lado da frente da peça.
Deste modo, considerando o princípio básico e os rebatimentos dados aos
planos de projeção, têm-se as seguintes posições relativas das vistas:

• Plano 1 – Vista de Frente – mostra a projeção frontal do objeto.


• Plano 2 – Vista Superior – mostra a projeção do objeto visto por cima.
• Plano 3 – Vista Lateral Direita – mostra o objeto visto pelo lado direito.
• Plano 4 – Vista Lateral Esquerda – mostra o objeto visto pelo lado esquerdo.
• Plano 5 – Vista Inferior – mostra o objeto sendo visto pelo lado de baixo.
• Plano 6 – Vista Posterior – mostra o objeto sendo visto por trás.

Desenhe as seis vistas do objeto da página 5 na disposição de planificação no 3º


Diedro:

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Desenhe as vistas ortográficas solicitadas (no primeiro diedro) , partindo das
perspectivas isométricas simplificadas (desenho isométrico), a seguir:

Exercício 1.

Exercício 2.

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Exercício 3.

Exercício 4.

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Exercício 5.

Exercício 6.

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Exercício 7.

Exercício 8.

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Exercício 9.

Exercício 10.

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Exercício 11.

Exercício 12.

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Exercício 13.

Exercício 14.

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Exercício 15.

Exercício 16.

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Exercício 17.

Exercício 18.

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Exercício 19.

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ESCALA
A razão de semelhança entre a figura desenhada e a figura real é o que
denominamos escala, isto é, a escala indica a relação que existe entre o
comprimento das linhas traçadas em um plano e as medidas reais
correspondentes.

O desenho de um objeto pode estar em:

- escala natural 1:1


- escala de redução 1:5
- escala de ampliação 2:1

Medida do desenho

1:5

Medida real do objeto

Na escala 1:2, significa que 1mm no desenho corresponde a 2mm no objeto real.

Designação - Indicação:
A designação completa de uma escala deve consistir da palavra “ESCALA”,
seguida da indicação da relação como segue:
a – Escala 1 : 1 para tamanho normal
b – Escala X : 1 para escala de ampliação
c – Escala l : X para escala de redução
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OBS: se não houver possibilidade de um entendimento, a palavra “Escala” pode
ser abreviada sob a forma “ESC” ou omitida na representação.

Inscrição:
A designação da escala usada no desenho deve ser inscrita na legenda do
desenho.
Onde for necessário o uso de mais de uma escala no desenho, somente a escala
principal deve ser inscrita na legenda. Todas os demais escalas devem ser inscritas
junto da identificação do detalhe ou vistas a que se referem.

Escalas recomendadas

Você já aprendeu a ler e interpretar desenhos técnicos em escala natural, de


redução e de ampliação. Recorde essas escalas: Nas escalas de ampliação e de
redução os lugares ocupados pelo numeral 2 podem ser ocupados por outros
numerais. Mas, a escolha da escala a ser empregada no desenho técnico não é
arbitrária. Veja, a seguir, as escalas recomendadas pela ABNT, através da norma
técnica NBR 8196/1983

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Exercícios:
1- Complete o quadro abaixo:

Dimensão do desenho Escala Dimensão do objeto


1:1 300
340 170
65 5:1
45 90
32 1:2
125 25
10:1 1220

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2- Coloque as cotas de acordo com a escala indicada:

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Formato do Papel:
Segundo prescrevem as normas alemãs DIN (Deutsche International Normen), as
folhas de papel, empregadas para os desenhos, devem obedecer a determinados
formatos, cujas dimensões variam segundo uma progressão geométrica. Cada
formato corresponde, em tamanho a metade do imediatamente superior,
estabelecendo, por conseguinte, uma relação entre áreas de cada um, de 1 para 2.
Os formatos DIN adotados e recomendados pela A.B.N.T (Associação Brasileira
de Normas Técnicas), são baseados no sistema métrico decimal e a área do formato
original (AO) é praticamente igual a um metro quadrado (841mmx1189mm).

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Legenda

A legenda é usada para informação, indicação e identificação do


desenho.
As informações contidas na legenda são as seguintes:
a) designação da firma;
b) projetista, desenhista ou outro responsável pelo conteúdo do desenho;
c) local, data e assinatura;
d) nome e localização do projeto;
e) conteúdo do desenho;
f) escala (conforme NBR-8196);
g) número do desenho;
h) designação da revisão;
i) indicação do método de projeção conforme a NBR-10067;
j) unidade utilizada no desenho conforme a NBR-10126.

A posição da legenda deve estar dentro do quadro para desenho de tal


forma que contenha a identificação do desenho; deve estar situada no canto
inferior direito, tanto nas folhas posicionadas horizontalmente como
verticalmente.
A legenda deve ter 178 mm de comprimento nos formatos A4, A3 e A2 e 175
mm nos formatos A1 e A0.

Exemplo de modelo de legenda:

.......................................
.............................................

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COTAGEM

Introdução:
É difícil indicar a maneira correta e exata de se colocar cotas num desenho, pois
cada peça desenhada tem suas particularidades e exige um certo número de cotas
que podem variar tanto em disposição como em quantidade. Somente depois de
alguma prática e de conhecimentos referentes a trabalhos é que essa qualidade
pode ser desenvolvida.
Algumas normas existem, porém, que regulam a colocação de cotas e que , bem
conhecidas, poderão servir como elucidações para os casos de maiores dificuldades.
Você aprendeu até agora como descrever completamente as formas dos objetos.
Um desenho deve apresentar o objeto de uma forma completa e conter todas as
medidas necessárias para sua fabricação no tamanho requerido. A colocação destas
medidas no desenho, chama-se dimensionamento ou cotagem.

Linhas usadas na cotagem:

a - Linha de Cota: é uma linha estreita e contínua, colocada paralelamente à


dimensão cotada. A linha de cota mais próxima do contorno do objeto deve ser
espaçada no mínimo 10 mm do contorno. As demais linhas paralelas de cota devem
estar no mínimo 6 mm afastadas uma das outras, e o espaçamento deve ser maior
caso tenha espaço disponível.

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O espaçamento das linhas de cota deve ser uniforme em todo o desenho.
Nos extremos da linha de cota podemos utilizar traços à 45º, ou setas. As setas
devem ser uniformes no tamanho e no estilo, em todo o desenho, não variando de
com o tamanho do desenho ou comprimento das linhas de cota. Desenhe de forma
que o comprimento e largura tenham uma razão de 3 : 1.
O comprimento da seta deve ser de 2 a 3 mm.

b - Linha Auxiliar: é uma linha estreita e contínua, que se estende de um ponto do


desenho ao qual a cota se refere. A linha de cota encontra a linha de extensão em
ângulo reto, exceto em casos especiais. Uma folga de aproximadamente 1,5 mm
deve ser deixada no lugar onde a linha auxiliar deve juntar-se ao contorno do objeto.
A linha de extensão deve estender-se aproximadamente 3 mm além da ponta da
seta.

c - Cota: valor numérico que indica a dimensão cotada. Deve estar situada
ligeiramente acima da linha de cota e no seu ponto médio; também pode ser
colocada no ponto médio da linha de cota interrompida.

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Outras Regras de Cotagem:

1 – As cotas maiores deverão ser colocada fora das menores, evitando-se


cruzamento de linhas.

2 – A cotagem deverá ser feita preferencialmente, fora da vista, não sendo


errado, porém, em certos casos cotar-se internamente.

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3 – A localização de detalhes circulares será sempre feita em função do centro do
detalhe, funcionando neste caso, a linha de centro como linha de extensão.
A linha de centro, quando usada como linha de extensão, deve continuar como
linha de centro até a linha de contorno do objeto.

4 – Cotagem de diâmetros e raios:

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6 – Cotagem de curvas não circulares:

7 – Para cotagem de ângulos, dependendo do quadrante em que esteja situado,


a cota deverá ser disposta conforme o desenho.

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8 – A cota não deve ser cortada pela linha de centro.

9 – Para melhorar a interpretação da medida, usam-se os seguintes símbolos (ver


item 18) :

1.Ø Diâmetro

2. R Raio

3. ı Quadrado

4. Ø ESF Diâmetro esférico

5. R ESF Raio esférico

Os símbolos de diâmetro e quadrado podem ser omitidos quando a forma for


claramente indicada. Mas são usados na vista, onde a forma da seção não poderia
ser identificada.

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10 – Cotagem de superfícies truncadas o chanfradas. As partes chanfradas
servem para quebrar os cantos vivos:

Cotagem de um chanfro apenas por cotas lineares:


Quando os dois chanfros são iguais, basta cotar um deles

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Cotagem do chanfro, utilizando cotas lineares e cotas angulares.

Quando o ângulo do chanfro é de 45° sua cotagem pode ser feita como
mostram as ilustrações abaixo:

11 – Cotagem de elementos angulares:

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Veja agora a cotagem completa em duas vistas:

Outro exemplo:

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A cotagem de elementos angulares também é normalizada pela ABNT.
De acordo com a norma NBR 10126/1987 são aceitáveis as duas formas para
indicaras cotas na cotagem angular. Compare as duas alternativas, abaixo:

12 – Para cotagem de pequenos detalhes, deverá proceder-se conforme os


exemplos:

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13 – As cotas deverão ser distribuídas em todas as vistas.

14 – Cada detalhe deverá ser cotado uma única vez, na vista que melhor
representar a forma do mesmo.

15 – Deve-se indicar sempre as dimensões máximas ( comprimento, largura,


altura ), entre duas vistas a que tal dimensão seja comum.

16 – Deve-se evitar de cotar linhas representativas de arestas não visíveis


(tracejadas).

17 – Havendo várias circunferências concêntricas, deve-se evitar colocar mais de


duas cotas passando pelo centro, a fim de não dificultar a leitura do desenho.

18 – Na cotagem de elementos esféricos, deve-se colocar, precedendo a cota


referente ao valor do diâmetro ou do raio, a palavra ESFERA ou, simplesmente, a
abreviação ESF.

19 – Num flange circular, a especificação de furos, com o mesmo diâmetro e


igualmente espaçados é feita por uma cota, referida a um deles.

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Exemplo de passos para a Cotagem

Seja o objeto representado abaixo o qual queremos cotar ou dimensionar.


Vejamos os passos para cotagem partindo da extrusão de um prisma, como se
estivéssemos cortando uma barra de sabão:

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Cotas de posição ou localização de detalhes:

Ex. 1:

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Ex. 2:

Correto Evitar

Ex. 3:

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Exercícios:
Em folha A4 desenhe e cote os objetos a seguir. As cotas estão em mm:

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CORTE

Corte Total:
O corte total ocorre quando o objeto é cortado imaginariamente, em toda a sua
extensão.
Deve ficar claro que, para o traçado da vista em corte, imaginamos retirada a
parte do objeto que impedia a visão; porém, para o traçado das outras vistas a
referida parte é considerada como não retirada. Ele permite ver as partes internas da
peca.

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Nas vistas em corte, os detalhes não visíveis serão omitidos, desde que não
dificulte a leitura do desenho.
As faces cortadas na vista que representa o corte, serão hachuradas com linhas
finas paralelas inclinadas a 45º.

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O plano de corte é indicado no desenho por linha estreita, traço e ponto com linha
larga nos extremos, denominada de linha de corte. Nos extremos também são
colocadas setas na direção do sentido de observação da vista em corte. Ao lado das
setas empregam-se letras maiúsculas repetidas ( AA, BB, etc ).
O corte é indicado numa vista e representado na outra.
Sob a vista em que o corte é representado escrevemos o nome deste.

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45/51 Prof. Carlos Devilla
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Às vezes, um só corte não mostra todos os elementos internos da peça.
Nesses casos é necessário representar mais de um corte na mesma peça.

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Corte em Desvio:
Quando o objeto apresentar detalhes, que não estejam colocados no mesmo
plano de corte e cuja representação se faça necessária, desvia-se o corte a fim de
alcançá-los, como nos desenhos abaixo.

Ex. 1:

Ex. 2:

AA

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Ex. 3:

Ex. 4 :

OBS: As arestas formadas (teoricamente) pelo desvio da linha de corte não são
representadas na vista hachurada.

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Meio Corte:
Quando o objeto é simétrico, não a necessidade de empregar-mos o corte total,
para mostrar seus detalhes internos. Podemos utilizar o meio corte, mostrando a
metade do objeto em corte com seus detalhes internos e a outra metade em vista
externa, conforme exemplos a seguir.

Em peças com a linha de simetria vertical, o meio-corte é representado à direita da linha


de simetria, de acordo com a NBR 10067. Na projeção da peça com aplicação de meio-corte,
as linhas tracejadas devem ser omitidas na parte não-cortada. Conforme se ilustra na figura a
seguir:

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MEIO CORTE em Vista ÚNICA

Em peças com linha de simetria horizontal, o meio-corte é representado na parte inferior


da
linha de simetria:

OBS: Por convenção, não se indicam os detalhes não visíveis, mesmo na parte
não cortada.

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