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OCEANOGRAFIA QUIMICA

MÉTODOS DE ANÁLISES DA
ÁGUA DO MAR E SEDIMENTO
MARINHO
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Métodos de Análises da Água do Mar e


Sedimento Marinho

1ª versão completa

Prof. Dr. Silvio Tarou Sasaki1


Profa.Dra. Elisabete de Santis Braga da Graça Saraiva2
Prof.aDra. Marcia Caruso Bicego2
Prof.aDra. Rosalinda Carmela Montone2
Prof.Dr. Rubens Cesar Lopes Figueira2
Profa.Dra. Juliana Leonel3
1
Centro de Formação em Ciências Ambientais – Universidade Federal
do Sul da Bahia
2
Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo
3
Departamento de Geociências – Universidade Federal de Santa
Catarina

Porto Seguro / São Paulo


2018

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Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Prefácio
Prezado leitor, este guia de análises em água do mar e sedimento marinho tem
como objetivo fornecer ferramentas para que você possa desenvolver pesquisas ou aulas
didáticas.

Os capítulos estão divididos em práticas que utilizam algumas técnicas em comum.


No capítulo 1 são descritos alguns cuidados essenciais na amostragem e análise dos
diversos parâmetros que se pretende estudar.

O capítulo 2 descreve a análise de alguns parâmetros físico-químicos como


salinidade e pH da água do mar.

No capítulo 3 a técnica utilizada é a titrimetria que pode ser utilizada na


determinação de oxigênio dissolvido, alcalinidade total, cálcio e magnésio dissolvidos em
água do mar e na determinação de carbono orgânico em amostras de sedimento marinho.

O Capítulo 4 avalia a matéria orgânica em suspensão e no sedimento, além da


análise de carbonato de cálcio em sedimento marinho. A técnica utilizada é a gravimetria.

No Capítulo 5, apresentamos as análises de fosfato e silicatos inorgânicos,


determinação de nitrato e nitrito, análises de clorofila, carboidratos e proteínas em
sedimento marinho e determinação de pigmentos fotossintéticos do fitoplâncton
utilizando-se a espectrometria na faixa do visível. É abordada também a análise de
carbono orgânico dissolvido via leitura na faixa do infravermelho.

O Capítulo 6 é destinado a outras técnicas de análise. O primeiro item avalia a


determinação de ácidos graxos em agua via cromatografia à gás e hidrocarbonetos
policíclicos aromáticos em água usando-se fluorescência. Os metais são determinados
em sedimento e água utilizando-se a técnica de ICP-OES.

Esperamos que este material possa ser útil em suas pesquisas e aulas didáticas.

Os Autores

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Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Sumário

Capitulo 1: Amostragem e Cuidados Analíticos ............................................................ 11

1.1 Amostragem ..................................................................................................... 12

1.2 Qualidade dos Dados ....................................................................................... 12

1.2.1 Precisão e Exatidão ................................................................................... 12

1.2.2 Algarismos Significativos ........................................................................ 13

1.2.3 Erros ......................................................................................................... 14

Capítulo 2: Parâmetros Físico-Químicos........................................................................ 18

2.1 Determinação de Salinidade na Água do Mar ................................................. 19

2.1.1 Método de Mohr-Knudsen ....................................................................... 20

2.1.2 Método Condutimétrico............................................................................ 27

2.2 Determinação do pH da Água do Mar ............................................................. 36

2.2.1 Método 1 ................................................................................................... 37

2.2.2 Método 2 – Escala Hidrogênio Total ........................................................ 43

Capítulo 3: Titrimetria .................................................................................................... 54

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3.1 Oxigênio Dissolvido na Água do Mar ............................................................. 55

3.1.1 Método de Winkler modificado ................................................................ 55

3.2 Determinação da Alcalinidade Total em água do mar ..................................... 70

3.2.1 Títulação Potenciométrica ........................................................................ 70

3.2.2 Títulação Simples ..................................................................................... 82

3.3 Determinação de carbono orgânico em sedimentos......................................... 98

3.3.1 Método 1: titulação por oxi-redução ........................................................ 99

3.3.2 Método 2: titulação potenciométrica ...................................................... 105

3.3.3 Método 3: combustão total ..................................................................... 109

3.4 Determinação de cálcio e magnésio dissolvidos em água do mar ................. 113

Capítulo 4: Gravimetria ................................................................................................ 120

4.1 Material Particulado em Suspensão ............................................................... 121

4.1.1 Material Particulado Orgânico em Suspensão ........................................ 126

4.2 Matéria Orgânica no Sedimento .................................................................... 130

4.3 Carbonato de Cálcio (CaCO3) no sedimento ................................................. 134

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Capítulo 5: Espectrofotometria na Faixa do Visível .................................................... 138

5.1 Nutrientes ....................................................................................................... 142

5.2 Determinação de Fosfato inorgânico dissolvido na água do mar .................. 143

5.3 Determinação de silicato inorgânico dissolvido na água do mar ................... 149

5.4 Determinação de nitrito dissolvido na água do mar ...................................... 155

5.5 Determinação de nitrato dissolvido na água do mar ...................................... 161

5.6 Determinação de Proteínas Totais em Sedimento ......................................... 172

5.7 Determinação de Carboidratos Totais em Sedimento .................................... 179

5.8 Determinação da concentração de clorofila e feopigmentos em sedimento .. 186

5.9 Determinação da concentração de carbono orgânico dissolvido na água do mar

192

5.10 Determinação de pigmentos fotossintéticos do fitoplâncton ......................... 199

Capítulo 6: Outras técnicas ........................................................................................... 207

6.1 Determinação da concentração de Ácidos Graxos na água do mar ............... 208

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6.2 Determinação da concentração de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos em

água do mar ............................................................................................................... 216

6.3 Determinação de metais em sedimento marinho ........................................... 224

6.4 Comportamento conservativo de metais no em águas de ambiente estuarino 232

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Lista de Figuras

Figura 1: Bureta de Knudsen ......................................................................................... 22

Figura 2: Diagrama de um salinômetro indutivo .......................................................... 27

Figura 3: Cela de um salinômetro indutivo (corte) ....................................................... 28

Figura 4: Esquema de um salinômetro indutivo............................................................ 30

Figura 5: Imagem de um salinômetro Beckmann ......................................................... 31

Figura 6: pHmetro Metrohm ......................................................................................... 39

Figura 7: titulação potenciométrica ............................................................................... 73

Figura 8: titulação potenciométrica de carbono orgânico em sedimentos .................. 105

Figura 9: Tubo em “U” para redução de nitrato a nitrito ............................................ 163

Figura 10: Diagrama de redução do nitrato a nitrito ................................................... 166

Figura 11: Diagrama de funcionamento do equipamento de carbono orgânico. ........ 193

Figura 12: Funil de separação para extração de ácidos graxos da água do mar .......... 211

Figura 13: Funil de separação para extração de ácidos graxos da água do mar .......... 213

Figura 14: Extração de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos em água do mar ..... 217

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Figura 15: ICP-OES para análises de metais .............................................................. 225

Lista de Tabelas

Tabela 1: Valores de k para a correção no cálculo de clorinidade ................................ 25

Tabela 2: Composição das soluções tampão de pH em água do mar sintética para

salinidade igual a 35 (massa baseada em 1000 g de H2O) ............................................. 46

Tabela 3: Valores de pH do tampão AMP em determinada salinidade e temperatura .. 51

Tabela 4: Valores de pH do tampão Tris em determinada salinidade e temperatura .... 52

Tabela 5: Solubilidade de oxigênio (mL L-1) ................................................................ 63

Tabela 6: Coeficiente de atividade empírico (fH+)......................................................... 87

Tabela 7: Alcalinidade total. Esta tabela pode ser usada para amostras com clorinidade

entre 12o/oo e 18 o/oo ou salinidades entre 22 o/oo e 33 o/oo. .............................................. 88

Tabela 8: Conversão da alcalinidade total para alcalinidade do carbonato. .................. 89

Tabela 9: Fator (FT) para o cálculo de dióxido de carbono total contido em água do mar

(CO2 + HCO3- + CO2-). ................................................................................................... 92

Tabela 10: diluições dos padrões de fosfato ................................................................ 145

Tabela 11: diluições dos padrões de silicato ............................................................... 151

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Tabela 12: diluições dos padrões de nitrito ................................................................. 157

Tabela 13: diluições dos padrões de nitrato ................................................................ 167

Tabela 14: diluições dos padrões de biftalato de potássio........................................... 194

Tabela 15: diluições dos padrões de ácidos graxos ..................................................... 210

Tabela 16: diluições dos padrões ................................................................................. 218

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Capitulo 1: Amostragem e Cuidados Analíticos

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1.1 Amostragem

A malha amostral e a frequência da amostragem dependem do objetivo do


trabalho, mas devem levar em conta a intensidade das variações espaço-temporais na
hidrodinâmica local, bem como as características bióticas e abióticas do local de estudo.
Fatores como maré, correntes, características geomorfológicas, drenagem continental
entre outras, podem interferir no estudo.

Além disso, é importante escolher os equipamentos adequados para coleta e as


técnicas certas para a estocagem de material. Assim como o material de coleta devem
estar limpos e livre de interferentes que possam prejudicar os resultados.

1.2 Qualidade dos Dados

Todo valor numérico, que é um resultado de uma medida experimental, terá um


grau de incerteza associado ao processo de medição. Não há como evitar essas incertezas,
mas é possível melhorar métodos e técnicas para minimizá-los.

Os três fatores principais que influenciam na qualidade dos dados obtidos e devem
receber atenção especial para garantir a qualidade dos dados gerados são:

- delineamento espaço/temporal da amostragem;

- armazenamento das amostras;

- escolha de métodos analíticos com precisão e exatidão apropriados.

1.2.1 Precisão e Exatidão

Exatidão e precisão são dois conceitos importantes para avaliar um método de


análise. Exatidão de uma medida é o quão próximo o valor gerado se aproxima do valor

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real. Por outro lado, precisão (ou repetibilidade) de uma medida pode ser definida como
a concordância de uma série de medidas realizadas sob as mesmas condições. Quando a
séria de medidas não é realizada sob as mesmas condições (por exemplo, analista ou
laboratórios diferentes) e ainda sim a precisão é mantida, diz-se que o método tem
reprodutibilidade.

1.2.2 Algarismos Significativos

Os algarismos de um número que são necessários para expressar a precisão da


medida são denominados algarismos significativos. Estes são os dígitos que representam
uma medida experimental e que possuem significado físico, sendo que o último algarismo
é duvidoso.

Para expressar toda e qualquer medida experimental é preciso conhecer os


algarismos significativos. Na definição de algarismos significativos o zero é considerado
significativo quando se encontra entre dois algarismos (1,203 g – quatro algarismos
significativos) ou quando se encontra no final do número à direita (15,20 mL - quatro
algarismos significativos). No entanto, quando o zero encontra-se à esquerda ele serve
apenas para localizar o ponto decimal (0,0670 – três algarismos significativos, pode ser
expresso como 6,70 x 10-2).

No caso de uma medida direta, por exemplo, medida de massa em balança


analítica que possui quatro casas decimais: deve-se expressar os quatro valores após a
vírgula. Expressar menos casas estará informando precisão menor do equipamento e
adicionar um zero no final informa precisão maior, ambos incorretos.

No caso de medidas indiretas, por exemplo, a concentração de oxigênio dissolvido


que é calculado em função da quantidade de tiossulfato usado na titulação, deve-se levar
em consideração se o cálculo envolve adição, subtração, divisão ou multiplicação. No
caso de adição e subtração o resultado deverá conter tantas casas decimais quantos
existirem no fator com o menor número delas. No caso da multiplicação e divisão o

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resultado deverá conter tantos algarismos significativos quantos estiverem expressos no


fator que possui o menor número de algarismos significativos. Já o algarismo de um
número deverá ser expresso com tantos dígitos à direita do ponto decimal quantos forem
os algarismos significativos do número original.

Para que um resultado analítico seja expresso com número adequado de


algarismos significativos, é comum ser necessário realizar o arredondamento do número.
Mas este deve ser feito somente no resultado final. Não deve ser aplicado a cálculos e
resultados parciais, pois acarreta erros de arredondamentos.

Regras para arredondamento:

Se o dígito a ser arredondado é < 5: manter o algarismo anterior

Exemplo: 0,523 será arredondado para 0,52.

Se o dígito a ser arredondado é >5: adicionar uma unidade ao algarismo anterior.

Exemplo: 44,8 será adicionado para 45.

Se o dígito a ser arredondado é =5: manter o anterior se ele for par.

Exemplo: 0,525 será arredondado para 0,52.

Adicionar uma unidade ao algarismo anterior se ele for ímpar.

Exemplo: 237,5 será arredondado para 238.

1.2.3 Erros

Pessoais e operacionais

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São erros que independem de propriedades físicas e químicas do sistema ou de


equipamentos e reagentes químicos, mas dependem do conhecimento e da habilidade do
analista. Alguns exemplos: manter um béquer destampado durante as análises; não
regular o nível da balança analítica; derramar soluções durante as transferências.

Instrumentos e reagentes

São erros determinados ocasionados pela inadequada operação do instrumento


analítico (instalação, condições de uso, calibração etc.) e pureza dos reagentes químicos.
Exemplos: aparelhos como pipetas, buretas e balões volumétricos sem calibração ou com
calibração vencida; impurezas em reagentes sólidos podem comprometer a massa medida.

Erros de método

A escolha do método deve ser cuidadosa e o procedimento deve ser rigorosamente


observado. Exemplos: uso de indicador inadequado; aplicação do método a faixas de
concentração inadequadas.

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Anotações:

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Anotações:

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Capítulo 2: Parâmetros Físico-Químicos

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2.1 Determinação de Salinidade na Água do Mar

A salinidade absoluta, SA é definida como a relação de massa dos constituintes


dissolvidos na água do mar por massa de solução. No entanto, S A não pode ser medida
diretamente e a salinidade prática é usada para reportar as observações oceanográficas.

A salinidade prática (S), de uma amostra de água do mar é definida em termos da


razão K15. Esse termo é igual a razão das condutividades de uma amostra de água do mar
e de uma solução de KCl de concentração 32,4356 x 10-3 g g-1, estando ambas as soluções
a 15ºC e a pressão de uma atmosfera padrão. O valor de K15 igual a 1 corresponde, por
definição, a uma salinidade prática de exatamente 35 x 10-3.

Em razão da definição de salinidade prática, a maior parte destas determinações é


feitas através de instrumentos denominados salinômetros. Estes instrumentos medem a
condutividade da água do mar em relação a uma água do mar padrão. Além da
determinação mais precisa de S, a medida de condutividade nos fornece uma estimativa
melhor da densidade da água do mar, especialmente se pequenas variações das proporções
iônicas relativas ocorrem em águas que apresentam salinidades práticas diferentes da
média da água do mar.

A salinidade prática oceânica varia na faixa de 33 a 37 x 10-3. Estas variações são


determinadas pelo balanço entre a adição e remoção de água da camada superficial
oceânica e pelos processos físicos de mistura de todas as camadas dos oceanos.

Existem dois métodos para a determinação de salinidade em água do mar: o


método químico (Mohr-Nudsen) e o método físico (condutimétrico).

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2.1.1 Método de Mohr-Knudsen

Princípio do método

O presente método baseia-se na titulação dos íons haletos (Cl-, Br-, I-) presentes
na água do mar, com solução padronizada de nitrato de prata (AgNO3), usando solução
de cromato de potássio (K2CrO4) como indicador. Ocorre precipitação dos seguintes sais:

Cl-(aq) + Ag+(aq) AgCl(s) (branco) Kps = 1,55 x 10-10

Br-(aq) + Ag+(aq) AgBr(s) (amarelo) Kps = 7,76 x 10-13

I-(aq) + Ag+(aq) AgI(s) (laranja) Kps = 1,51 x 10-16

O ponto final da titulação é indicado pela formação do cromato de prata:

CrO4-2(aq) + Ag+(aq) Ag2CrO4(s) (marrom avermelhado) Kps = 8,91 x 10-12

Se a concentração do íon cromato (CrO4-2) for mantida em aproximadamente 5,0


x 10-3 mol L-1 durante a titulação, não ocorrerá a precipitação de Ag2CrO4 até que a
concentração de íon prata (Ag+) seja igual a 4,2 x 10-5 mol L-1.

Amostragem

As amostras devem ser coletadas em frascos de vidro de 250 mL, com tampas
para evitar contaminação e evaporação. Antes da amostragem, lavar o frasco com a
própria amostra três vezes e, após a coleta, secar a borda do frasco com papel absorvente
para evitar o acúmulo de sal. Armazenar as amostras e a água do mar padrão no
laboratório onde a determinação será realizada para que alcancem a temperatura ambiente.

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Materiais

Equipamentos

• Bureta com capacidade de 20 mL


• Agitador magnético

Vidraria

• Frasco âmbar de 1000 mL


• Frasco conta-gotas
• Béquer de 150 mL
• Pisseta
• Balão volumétrico de 100 mL
• Balão volumétrico de 1000 mL
• Frasco de boca larga
• Proveta de 250 mL
• Tubos de polietileno
• Pinça de polietileno
• Pipeta de 10 mL

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Figura 1: Bureta de Knudsen

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Reagentes

• Solução de cromato de potássio (K2CrO4) 8% - dissolver 8 gramas de K2CrO4


em 100 mL de água destilada. Guardar em frasco conta-gotas.
• Solução de nitrato de prata (AgNO3) (0,35 mol L-1) – dissolver 60 gramas de
AgNO3 em 1000 mL de água destilada. Conservar em frasco de vidro âmbar com
tampa de borracha ou vidro.
• Água do mar padrão – fornecida pela IAPSO (International Association for the
Physical Sciences of the Ocean) e selada em frascos de vidro.

Procedimento Experimental

Padronização do nitrato de prata

• Agitar a solução de AgNO3 vigorosamente antes de usar;


• Pipetar 10 mL da água do mar padrão em um béquer de 150 mL. Antes de coletar
o volume definitivo, esta pipeta deve ser cuidadosamente lavada com a solução a
ser titulada;
• Adicionar 25 mL de água destilada e 6 gotas da solução de cromato de potássio;
• Colocar o bastão magnético no béquer e ligar o agitador. A velocidade do agitador
deve ser regulada de modo a proporcionar uma boa agitação sem espirrar a
amostra;
• Adicionar a solução de nitrato de prata até que haja um primeiro sinal de mudança
de cor;
• Interromper a titulação até que a cor volte ao amarelo;
• Lavar as gotas da parede do béquer com água destilada;
• Recomeçar a adição de solução de nitrato de prata, gota a gota, cuidadosamente
até que a solução se torne marrom avermelhada. Essa cor deverá persistir por 30
segundos, sob agitação;

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• Anotar o volume de solução consumido “c” e repetir a padronização mais duas


vezes. Os resultados não podem diferir mais do que 0,01 mL. A média aritmética
é usada no cálculo da concentração da solução;
• Transferir o conteúdo do béquer para um depósito apropriado e lavá-lo
juntamente com o bastão magnético.

Titulação das amostras

• Agitar a amostra antes de abrir e proceder da mesma maneira que a padronização


de AgNO3, tomando-se os mesmos cuidados e precauções;
• Anotar o volume “V” de solução de AgNO3 consumido e repetir a titulação mais
uma vez.

Cálculos

Cálculo do fator de calibração “F”

FN
Cm

Onde:

𝑁 = clorinidade nominal da água do mar padrão. A água do mar apresenta um valor de


salinidade certificada no frasco, para determinar a clorinidade usa-se a fórmula:

𝑆
𝐶𝑙 =
1,80655

Após o cálculo da clorinidade da água padrão usar a fórmula acima para


determinar o fator F.

C1  C 2  C 3
Cm  = média da padronização do AgNO3
3

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Cálculo da clorinidade

𝐶𝑙 × 103 = 𝑉𝑚 × 𝐹 + 𝑘

Onde:

𝑉𝑚 = média dos volumes de titulação com AgNO3


𝑘 =valor de correção (Tabela 1)

Cálculo de salinidade

𝑆 × 103 = 1,80655 × 𝐶𝑙 × 103

O método descrito atende praticamente todo o intervalo de clorinidade em águas


marinhas naturais, ou seja, de 0 a 22 x 10-3. O desvio padrão é igual a ±0,01 x 10-3.

Tabela 1: Valores de k para a correção no cálculo de clorinidade

Volumes Volumes
(faixas) k (faixas) k
0,00 - 0,18 0,00 15,78 - 16,37 0,07
0,18 - 0,58 0,01 16,37 - 16,91 0,06
0,58 - 0,99 0,02 16,91 - 17,41 0,05
0,99 - 1,42 0,03 17,41 - 17,89 0,04
1,42 - 1,88 0,04 17,89 - 18,34 0,03
1,88 - 2,36 0,05 18,34 - 18,77 0,02
2,36 - 2,88 0,06 18,77 - 19,17 0,01
2,88 - 3,45 0,07 19,17 - 19,57 0,00
3,45 - 4,08 0,08 19,57 - 19,94 -0,01
4,08 - 4,79 0,09 19,94 - 20,31 -0,02
4,79 - 5,64 0,10 20,31 - 20,67 -0,01
5,64 - 6,74 0,11 20,67 - 21,01 -0,04
6,74 - 8,82 0,12 21,01 - 21,35 -0,05
8,82 - 10,29 0,13 21,35 - 21,66 -0,06
10,29 - 12,39 0,12 21,66 - 21,98 -0,07
12,39 - 13,32 0,11 21,98 - 22,29 -0,08
13,32 - 14,40 0,10 22,29 - 22,59 -0,09
14,40 - 15,13 0,09 22,59 - 22,89 -0,10

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15,13 - 15,78 0,08 22,89 - 23,18 -0,11

Anotações:

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2.1.2 Método Condutimétrico

Princípio do método

A água pura é um pobre condutor de eletricidade. No entanto, a presença de íons


na água, como ocorre na água do mar, permite a passagem de uma corrente elétrica. A
condutividade de uma solução eletrolítica é, normalmente, determinada por meio de uma
ponte de circuito (Fig 1.), equipada com uma corrente alternada de alta frequência, onde
a resistência da cela contendo o eletrólito é comparada com a resistência de uma solução
padrão.

Figura 2: Diagrama de um salinômetro indutivo

Um oscilador de 10 kHz alimenta a bobina primária W1 do transformador T1. Um


segundo transformador T2 está associado ao T1 e consiste na amostra de água do mar com
uma resistência Rw, de corrente alternada. A resistência Rw é controlada pela geometria
da cela que contém os transformadores T1 e T2 fixos em uma resina de epóxi e são
magneticamente separadas uma da outra (Fig. 2).

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Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Figura 3: Cela de um salinômetro indutivo (corte)

A resistência Rw é inversamente relacionada com a salinidade prática da amostra


e, obviamente, fortemente dependente da temperatura. A resistência da água do mar em
uma cela de salinômetro indutivo comum é aproximadamente 60 Ω com uma salinidade
prática igual a 35 x 10-3 e a uma temperatura de, aproximadamente, 20ºC.

As bobinas W2 e W3 dos transformadores T1 e T2 são conectadas de uma maneira


cruzada. A bobina W2 tem várias válvulas que podem ser conectadas à rede de resistência
através de uma chave década. Rt é um sensor de temperatura instalado na cela e a
resistência progressivamente variável Rc compensa para o efeito da temperatura sobre Rw.
A resistência Rs é também progressivamente variável e é utilizada para a padronização
do instrumento. O efeito magnético da corrente ic no transformador T2 atua em oposição
aquela da corrente iw no “loop” da água. Os efeitos combinados do W3 e o “loop” da água

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Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

atuam através de T2 na bobina W4, que alimenta o sinal dentro do amplificador do detector.
O sinal da corrente alternada é retificado e mostrado em um voltímetro. Através de uma
saída variável de W2, as correntes iw e ic são igualadas e assim o fluxo em T2 é zero,
indicado pelo medidor no circuito de detecção.

Amostragem

As amostras para salinidade prática devem ser coletadas em frascos de vidro de


borosilicato, com capacidade de 250 mL e com tampas que as mantenham herméticas,
evitando problemas de contaminação e evaporação.

Antes da coleta lava-se o frasco três vezes com a própria amostra.

Materiais

Equipamento

1. Galvanômetro
2. Cuba de amostra
3. Torneiras de 3 vias: Fill (encher), Shut (fechada), Drain (esvaziar)
4. Ajuste da bomba de vácuo
5. Cuba para excesso de água
6. Luz indicadora de que a cuba (5) está cheia
7. Stir (agitação), Off (desligado), Fill (liga a bomba de vácuo)
8. Seletor de modo de operação (Salinity e Temperature)
9. Ajuste para razão de condutividade
10. Calibração de condutividade
11. Calibração da temperatura de compensação
12. Indicador de temperatura de cuba da amostra
13. Fusível
14. Luz indicadora de que o aparelho está ligado

29
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

15. Botão Liga/Desliga


16. Entrada de força do aparelho

Figura 4: Esquema de um salinômetro indutivo

30
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Figura 5: Imagem de um salinômetro Beckmann

Reagentes

Água do mar padrão da International Association of Physical Sciences of the


Ocean (IAPSO/Standard Seawater Service).

Procedimento Experimental

O salinômetro deve ser ligado pelo menos uma hora antes do início da operação
para estabilização técnica do circuito elétrico.

Calibração do equipamento

• Abra a água do mar padrão e adapte na mangueira mais curta da amostra;


• Coloque a torneira (3) na posição Fill;
• Deixe a cuba encher e coloque a torneira (3) na posição Shut;
• Ligue a agitação (7 – Stir) e deixe agitando por cerca de 30 segundos;

31
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• Desligue a agitação e coloque a torneira (3) na posição Drain;


• Repita a mesma operação mais uma vez;
• Encha novamente a cuba com o restante da água do mar padrão, feche a torneira
(3) e ligue a agitação (7 – Stir);
• Ajuste o aparelho com o valor de condutividade indicado na ampola com os botões
(9);
• Coloque o seletor (8) na posição temperatura;
• Com o indicador de temperatura (12) ajuste o galvanômetro na posição zero e
anote o valor da temperatura;
• Coloque o seletor (8) na posição salinidade;
• Ajuste o galvanômetro na posição zero (10) e fixe o valor no painel;
• Antes de escoar a água da cuba, volte o botão (8) para a posição temperatura
(evitando que o ponteiro do galvanômetro fique sob tensão no fundo de escala) e
desligue a agitação;
• Escoe a cuba.

Análise das amostras

• Encha a cuba com a amostra, agite e escoe a água duas vezes;


• Ao encher a cuba pela terceira vez, deixe a água sob agitação, coloque na posição
de temperatura (8) e ajuste o galvanômetro em zero com o botão (12);
• Mude para salinidade e ajuste o galvanômetro em zero através dos ajustes de
condutividade (9);
• Anote os valores de temperatura e razão de condutividade na ficha de salinidade;
• Antes de escoar a cuba, volte (8) para a posição temperatura e desligue a agitação.

Cálculos

A salinidade (S x 10-3) é obtida pelo seguinte polinômio:

32
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

𝑖 𝑖
𝑆 × 10−3 = ∑ 𝑎𝑖 (𝑅𝑡 )2 + ∆𝑆 ∑ 𝑏𝑖 (𝑅𝑡 )2

𝑖 1 3 5
∑ 𝑎𝑖 (𝑅𝑡 )2 = 𝑎0 + 𝑎1 𝑅𝑡 2 + 𝑎2 𝑅𝑡 + 𝑎3 𝑅𝑡 2 + 𝑎4 𝑅𝑡 2 + 𝑎5 𝑅𝑡 2

𝑖 (𝑡 − 15) 1 3 5
∆𝑆 ∑ 𝑏𝑖 (𝑅𝑡 )2 = (𝑏0 + 𝑏1 𝑅𝑡 2 + 𝑏2 𝑅𝑡 + 𝑏3 𝑅𝑡 2 + 𝑏4 𝑅𝑡 2 + 𝑏5 𝑅𝑡 2 )
1 + 𝐴(𝑡 − 15)

Onde:

𝑡 = temperatura da amostra

𝑅𝑡 = Razão de condutividade da amostra

𝐴 = 0,0162

𝑎0 = 0,0080
𝑎1 = -0,01692
𝑎2 = 25,3851
𝑎3 = 14,0941
𝑎4 = -7,0261
𝑎5 = 2,7081
∑𝑎𝑖 35,0000

𝑏0 = 0,0005
𝑏1 = -0,0056
𝑏2 = -0,0066
𝑏3 = -0,0375
𝑏4 = 0,0636

33
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

𝑏5 = -0,0144
∑𝑏𝑖 0,0000

Para transformar a razão de condutividade em salinidade prática, também podem


ser usadas as tabelas internacionais da UNESCO (1981).

Precisão

A salinidade prática pode ser determinada no intervalo 2≤S≤42 e com temperatura


no intervalo -2º≤T≤35ºC.

A maioria dos salinômetros indutivos apresenta uma reprodutibilidade de ±0,003


à ±0,002 x 10-3S.

Na amostragem de campo, a água do mar está sujeita a mudanças do sistema


carbonato e na concentração de alguns micro-constituintes. A mudança de pH, causada
pela adição ou remoção de dióxido de carbono do sistema, causa uma mudança na razão
de condutividade e, portanto, uma aparente mudança na salinidade. Sendo assim,
somando-se os efeitos de outros micro-constituintes, as determinações de salinidade na
água do mar não apresentam uma exatidão maior do que ±0,02 x 10-3, mesmo quando não
ocorrem erros sistemáticos no procedimento.

Referência Bibliográfica

UNESCO (1981). Tech. Pap. Mar. Sci., vol. 37, Paris.

34
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

35
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

2.2 Determinação do pH da Água do Mar

Teoricamente, o pH é definido como o cologarítimo decimal da atividade dos íons


hidrogênio:

𝑝𝐻 = − log 𝑎𝐻 +

Onde:

𝑎𝐻 + = 𝑓𝐻 + × [𝐻 + ]

𝑓𝐻 + = coeficiente de atividade do íon hidrogênio na solução

[𝐻 + ] = concentração de íon hidrogênio

O pH é um parâmetro oceanográfico que reflete o estado termodinâmico dos


sistemas ácido-base presentes no ambiente marinho e, particularmente, do sistema
carbonato. Em escala de tempo de centenas ou milhares de anos, o sistema carbonato é
responsável pelo controle do pH oceânico e pela habilidade da solução marinha atuar
como uma solução tampão devido à reação de equilíbrio:

HCO3- CO32- + H+

Existem dois métodos de determinação de pH em água do mar: método 1 que não


considera a influencia dos íons sulfato e método 2 que considera o sulfato.

36
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

2.2.1 Método 1

Princípio do método

A definição prática de pH é fundamentada na diferença da f.e.m. (força eletro-


motriz) medida mergulhando um sistema de eletrodos – indicador e de referência – numa
solução padrão, S, de pH conhecido (𝑝𝐻𝑠 ) e na solução X de qual se deseja determinar o
pH (𝑝𝐻𝑥 ). O pHx é encontrado utilizando-se a equação de “pH operacional”:

𝐸𝑥 − 𝐸𝑠
𝑝𝐻𝑥 = 𝑝𝐻𝑠 +
𝐾

Onde:

𝐸𝑠 = f.e.m. da solução tampão

𝐸𝑥 = f.em. da solução x

𝐾 = 2,303 RT/F

R = constante dos gases ideais (8,3143 J.K-1 mol-1)

T = temperatura em Kelvin (K)

F = valor de Faraday (96 487 C mol-1)

Amostragem

As amostras são coletadas diretamente da garrafa hidrográfica em frascos de vidro


com capacidade para 100 mL, tampa de vidro esmerilhada e boca larga (~3cm). A coleta
deve ser feita imediatamente após a amostragem do oxigênio, utilizando um tubo de
plástico ou vidro com a ponta afilada adaptada à garrafa hidrográfica. Antes da
amostragem, lavar o frasco com a própria amostra duas vezes. Retirar a amostra

37
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

lentamente, deixando extravasar um volume da mesma antes de tampar. A contaminação


atmosférica deve ser rigorosamente evitada e não deve haver bolhas de ar sob a tampa.
As amostras devem ser armazenadas ao abrigo da luz e mantidas na mesma temperatura
ambiente que o pHmetro, a fim de se evitar choque térmico do eletrodo. A medida de pH
deve ser efetuada o mais rápido possível e no máximo até duas horas após a amostragem.

Materiais

Equipamentos

• pHmetro;
• Eletrodo de vidro combinado

Vidraria

• Frascos de vidro de 100 mL, com tampa esmerilhada e boca larga


• Balões volumétricos de 100 mL
• Frascos de 100 mL
• Lenços de papel
• Pisseta

38
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Figura 6: pHmetro Metrohm

Reagentes

• Solução tampão fosfato (pH~6,9) - dissolver 0,3533g de Na2HPO4 e 0,3387g de


KH2PO4, previamente secos a 80ºC, em água destilada isenta de CO2 e completar
para 100 mL. Guardar em refrigeração.
• Solução tampão de fosfato (pH~7,4) - dissolver 0,4300g de Na2HPO4 e 0,1179g
de KH2PO4, previamente secos a 80ºC, em água destilada isenta de CO2 e
completar para 100 mL. Guardar em refrigeração.
• Solução tampão de bórax (pH~9,0) - dissover 0,3803g de Na2B4O7.10H2O em
água destilada isenta de CO2 e completar para 100 mL. Armazenar em frasco
plástico à temperatura ambiente.
• Solução de KCl 3M - dissolver 22,365g de KCl em 100 mL de água destilada.

OBS: para se obter água destilada isenta de CO2, fazer a ebulição da mesma durante
10 minutos.

Procedimento Experimental

39
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Calibração do pHmetro Metrohm – Modelos 826 e 827

• Colocar o eletrodo de vidro combinado na solução de KCl 3M durante 48 horas.


• Ligar o pHmetro, com o eletrodo de vidro combinado já conectado, com pelo
menos 2 horas de antecedência para permitir a sua estabilização.
• Iniciar a calibração clicando no comando <CAL>.
• Imergir o eletrodo no 1º tampão de calibração (buffer) e pressionar <OK>
• Aguardar a leitura (el. in buffer) e e seguida pressionar <OK> para a medição da
temperatura.
• Aguardar a leitura (measuring temp ...) e em seguida pressionar <OK>. O pH do
1º tampão está sendo medido (measuring U...).
• Após o resultado, remover o eletrodo do 1º tampão, lavá-lo com água destilada,
enxugar levemente com lenço de papel imergir no 2º tampão. Pressionar <OK> e
aguardar a leitura.
• Pressionar <OK> para a leitura da temperatura (measuring temp ...). Aguardar e
em seguida pressionar <OK> para que o pH do 2º tampão seja medido (measuring
U...).
• Caso exista a necessidade de um 3º tampão configurar em Parameters.
• Se a calibração estiver correta, o display deverá indicar a sensibilidade do eletrodo
entre 85% e 102% e a temperatura entre 0 e 50oC. Caso contrário, aparecerá uma
mensagem de ERRO, e a calibração deverá ser repetida.
• Para finalizar a calibração, clicar em <OK> ou <QUIT>.
• Lavar o eletrodo com água destilada e enxugar levemente com lenço de papel.

Determinação de pH das amostras

• Lavar o eletrodo com água destilada e enxugar levemente com lenço de papel.
• Medir a temperatura e o pH da amostra, mergulhando o eletrodo no frasco
contendo a amostra de água do mar. Após estabilizar (desaparecimento da palavra
Drifting) anotar o valor de pH e temperatura.

40
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• Lavar o eletrodo com água destilada e enxugar com lenço de papel. O eletrodo
está pronto para nova determinação.
• Após a leitura de todas as amostras, desconectar o eletrodo do pHmetro, tampar a
saída lateral com a tampa de borracha e mantê-lo em solução de KCl 3M.

Cálculos

Como o valor de pH varia com a temperatura, este valor precisa ser corrigido para
a temperatura “in situ”, segundo a seguinte equação:

𝑝𝐻 = 𝑝𝐻𝑡1 + 0,0114(𝑡1 + 𝑡2 )

Onde:

𝑡1 = temperatura da amostra medida em laboratório (ºC)

𝑡2 = temperatura da amostra “in situ” (ºC)

Precisão

O desvio padrão é de ±0,005 unidades de pH.

41
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

42
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

2.2.2 Método 2 – Escala Hidrogênio Total

Princípio de determinação

A definição prática de pH é fundamentada na diferença da f.e.m. (força eletro-


motriz) medida mergulhando um sistema de eletrodos – indicador e de referência – numa
solução padrão, S, de pH conhecido (𝑝𝐻𝑠 ) e na solução X de qual se deseja determinar o
pH (𝑝𝐻𝑥 ). O pHx é encontrado utilizando-se a equação de “pH operacional”:

𝐸𝑥 − 𝐸𝑠
𝑝𝐻𝑥 = 𝑝𝐻𝑠 +
𝐾

Onde:

𝐸𝑠 = f.e.m. da solução tampão


𝐸𝑥 = f.em. da solução x
𝐾 = 2,303 RT/F
R = constante dos gases ideais (8,3143 J K-1 mol-1)
T = temperatura em Kelvin (K)
F = valor de Faraday (96 487 C mol-1)

A determinação de pH, utilizando a escala de concentração do íon hidrogênio total,


inclui a contribuição do íon sulfato e é definida por:

1 + 𝑆𝑟
[𝐻 + ] = [𝐻 + ]𝐿 ( )
𝐾𝑠

Onde:

[𝐻 + ]𝐿 = concentração de íon hidrogênio livre na água do mar


𝑆𝑟 = concentração total do íon sultato ([HSO4-] + [SO42-]
𝐾𝑠 = constante de dissociação para o HSO4-

Um pHmetro corretamente calibrado converte, automaticamente, as medidas de


f.e.m. em unidades de pH.

43
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

De acordo com a equação de Nernst, a variação da f.e.m. por unidade de pH é de


59,16 mV a 25ºC. Neste caso, só uma solução tampão devia ser suficiente para a
calibração do pHmetro. Entretanto, a resposta dos eletrodos difere do valor ideal em maior
ou menor extensão, tornando-se necessária a calibração com duas soluções tampão.

A medida é feita usando-se um eletrodo de vidro e um eletrodo de referência


(prata-cloreto de prata), que tenha um potencial conhecido e constante. Atualmente, o
eletrodo indicador e o de referência podem ser combinados num só, sendo denominado
como eletrodo de vidro combinado.

Amostragem

As amostras para determinação de pH devem ser coletadas em frascos de vidro de


borosilicato de cor âmbar, com capacidade de 100 mL, com tampa de vidro esmerilhada
e de boca larga (~3cm).

A coleta é feita logo após a amostragem de O2 dissolvido usando-se o mesmo


dispositivo, ou seja, um tubo de plástico ou vidro com ponta afilada adaptada à saída da
garrafa hidrográfica, que possa ser mergulhado no fundo do frasco.

Os frascos de coleta são lavados duas vezes com a água a ser coletada antes da
amostra definitiva. A amostra deve ser retirada lentamente, deixando-se extravasar um
volume da mesma antes de tampar. A contaminação atmosférica deve ser rigorosamente
evitada, não deve haver bolhas de ar sob a tampa e o frasco deve ser fechado
hermeticamente.

O pH é um parâmetro que se mede o mais rapidamente possível (máximo de 2


horas após a amostragem).

Após a coleta, as amostras devem ser levadas imediatamente ao laboratório onde


se encontra o pHmetro, para alcançarem temperatura ambiente e assim, evitar o choque

44
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

térmico nos eletrodos, o que poderia inutiliza-los. Durante esse período, mantê-las ao
abrigo da luz.

Materiais

Equipamentos

• Eletrodo de vidro combinado


• pHmetro (precisão de ±0,001 unidades de pH)

Vidraria

• Frascos de coleta
• Pisseta
• Balões volumétricos de 1000 mL
• Lenços de papel

Reagentes

• NaCl, Na2SO4 e KCl, previamente secos a 110ºC;


• Soluções de MgCl2 (~1mol L-1) e CaCl2 (~0,5mol L-1). Essas soluções são
padronizadas com solução de AgNO3 (~0,5mol L-1). A solução de AgNO3 é
previamente padronizada com solução de NaCl (0,500 mol L-1), utilizando
dicromato de potássio como indicador.
• Água destilada, deionizada e isenta de CO2. Para preparar água destilada isenta de
CO2, fazer ebulição da mesma durante 15 minutos. Resfriá-la em recipiente
protegido de CO2. A água deve ser imediatamente usada para preparação das
soluções.
• 2-amino-2-hidroximetil-1,3-propanodiol – TRIS, previamente seco, à temperatura
ambiente com pentóxido de fósforo;

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Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• 2-aminopiridina – AMP, previamente seco, à temperatura ambiente com


pentóxido de fósforo;
• Solução HCl (~0,5 mol L-1). Essa solução é padronizada com solução de TRIS
(0,500 mol L-1) utilizando alaranjado de metila como indicador.

Procedimento experimental

Preparação das soluções tampão em água do mar sintética

A composição dos tampões TRIS/HCl e AMP/HCl, em uma água do mar de


salinidade 35, é apresentada na Tabela 2.

Tabela 2: Composição das soluções tampão de pH em água do mar sintética para


salinidade igual a 35 (massa baseada em 1000 g de H2O)

Constituinte Quantidade em mol massa (g)


NaCl 0,38762 22,6446
KCl 0,01058 0,7884
MgCl2 0,05474 -
CaCl2 0,01075 -
Na2SO4 0,02927 4,1563
HCl 0,04000 -

Uma de:
TRIS 0,08000 9,6837
AMP 0,08000 7,5231

Massa total de
Cada solução
TRIS 1044,09

46
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

AMP 1041,93

Para o preparo de soluções tampão com salinidade diferente de 35, deve-se utilizar
a seguinte expressão:

25,5695 × 𝑆
𝑚𝑠 = 𝑚35 ×
1000 − 1,0019 × 𝑆

Onde:

𝑚𝑠 = número de mol do composto na nova salinidade


𝑚35 = número de mol do composto na salinidade 35
𝑆 = salinidade a qual se deseja preparar as soluções tampão

As soluções devem ser conservadas sob refrigeração.

Calibração

• Colocar o eletrodo de vidro combinado em uma solução de KCl 3M durante 48


horas.
• Se encontrar bolhas de ar dentro da membrana, agitar o eletrodo em sentido
vertical até que elas desapareçam.
• Se houver eletrólitos cristalizados no diafragma, enxaguar com água destilada até
dissolvê-los totalmente.
• Destampar e conservar a tampa de borracha lateral do eletrodo sempre aberta
durante a realização das medidas.
• Manter o eletrólito de referência no nível da tampa de borracha, utilizando solução
de KCl 3M.
• Conectar o eletrodo de vidro combinado e o sensor de temperatura ao pHmetro.
• Mergulhar o eletrodo e o sensor de temperatura na solução tampão de AMP.
• Esperar estabilizar a leitura.
• Lavar o eletrodo com água destilada e enxugar levemente com lenço de papel;

47
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• Mergulhar o eletrodo e o sensor de temperatura na solução tampão TRIS.


• Esperar estabilizar a leitura.

OBS: Essa calibração deve ser feita diariamente, pois o eletrodo vai se
modificando com o envelhecimento.

Se as amostras e soluções tampão não forem termostatizadas, esta calibração deve


ser feita mais de uma vez por dia, se houver uma diferença de temperatura maior do que
3ºC entre elas.

Determinação de pH das amostras

Após a calibração, proceder da seguinte maneira:

• Lavar o eletrodo com água destilada e enxugar levemente com lenço de papel.
• Mergulhar o eletrodo e o sensor de temperatura no frasco contendo a amostra.
Aguardar até estabilizar e anotar o valor do pH e a temperatura.
• Enxugar o eletrodo levemente com lenço de papel.
• Fazer a leitura de uma nova amostra como descrito.
• Após a leitura de todas as amostras, desconectar o eletrodo do pHmetro, tampar a
saída lateral com a tampa de borracha e mantê-lo em solução de KCl 3M.

Cálculos

Os valores de pH dos tampões são definidos pelas seguintes expressões:

• TRIS
11997  3,7668  S  0,00178  S 2
pHS   381.3088  0,011634  S  67,63163  ln T  0,121538  T  log(1  0,00106  S )
T

• AMP

48
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

111,35 + 5,44875 × 𝑆
𝑝𝐻𝑠 = + 41,6775 − 0,015683 × 𝑆 − 6,208151 × ln 𝑇
𝑇
− log(1 − 0,00106 × 𝑆)

Onde:

𝑆 = salinidade do tampão
𝑇 = temperatura em Kelvin

A resposta do eletrodo (slope) pode ser calculada pela seguinte expressão:

𝐸𝐴𝑀𝑃 − 𝐸𝑇𝑅𝐼𝑆
𝑠=
𝑝𝐻(𝑆) 𝑇𝑅𝐼𝑆 − 𝑝𝐻(𝑆)𝐴𝑀𝑃

Onde: 𝑠 = resposta do eletrodo


𝐸𝐴𝑀𝑃 = potencial do tampão AMP
𝐸𝑇𝑅𝐼𝑆 = potencial do tampão TRIS
𝑝𝐻(𝑆) 𝑇𝑅𝐼𝑆 = pH na salinidade S do tampão TRIS
𝑝𝐻(𝑆)𝐴𝑀𝑃 = pH na salinidade S do tampão AMP

Como o valor do pH varia com a temperatura, este precisa ser corrigido para a
temperatura “in situ”. Isso é feito utilizando-se o software CO2SYS de Lewis & Wallace
(1998). Para essa correção é necessário utilizar dois parâmetros do sistema carbonato: pH
e um dos outros parâmetros (Alcalinidade Total, Pressão Parcial do CO2 ou Carbono
Inorgânico Total Dissolvido), além da temperatura “in situ” de análise e salinidade da
amostra.

Precisão

A precisão do método é de ±0,003 unidades de pH. No entanto, essa precisão é


válida para pHmetros de precisão ±0,001 unidades de pH.

Referência Bibliográfica

49
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Lewis, E & Wallace,D. 1998. http://cdiac.ornl.gov/oceans/co2rprt.html#preface (acesso


em 18/8/2014).

50
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Tabela 3: Valores de pH do tampão AMP em determinada salinidade e temperatura


S T pH AMP S T pH AMP S T pH AMP S T pH AMP
20 0,0 7,3519 20 18,3 6,8987 20 22,2 6,8062 20 26,1 6,7150
20 1,0 7,3263 20 18,4 6,8963 20 22,3 6,8038 20 26,2 6,7127
20 2,0 7,3007 20 18,5 6,8939 20 22,4 6,8015 20 26,3 6,7104
20 3,0 7,2753 20 18,6 6,8915 20 22,5 6,7991 20 26,4 6,7080
20 4,0 7,2500 20 18,7 6,8891 20 22,6 6,7968 20 26,5 6,7057
20 5,0 7,2248 20 18,8 6,8867 20 22,7 6,7944 20 26,6 6,7034
20 6,0 7,1997 20 18,9 6,8844 20 22,8 6,7921 20 26,7 6,7011
20 7,0 7,1747 20 19,0 6,8820 20 22,9 6,7897 20 26,8 6,6988
20 8,0 7,1497 20 19,1 6,8796 20 23,0 6,7874 20 26,9 6,6965
20 9,0 7,1249 20 19,2 6,8772 20 23,1 6,7850 20 27,0 6,6942
20 10,0 7,1002 20 19,3 6,8748 20 23,2 6,7827 20 27,1 6,6918
20 11,0 7,0756 20 19,4 6,8724 20 23,3 6,7803 20 27,2 6,6895
20 12,0 7,0510 20 19,5 6,8701 20 23,4 6,7780 20 27,3 6,6872
20 13,0 7,0266 20 19,6 6,8677 20 23,5 6,7756 20 27,4 6,6849
20 14,0 7,0023 20 19,7 6,8653 20 23,6 6,7733 20 27,5 6,6826
20 15,0 6,9780 20 19,8 6,8629 20 23,7 6,7709 20 27,6 6,6803
20 16,0 6,9539 20 19,9 6,8606 20 23,8 6,7686 20 27,7 6,6780
20 16,1 6,9515 20 20,0 6,8582 20 23,9 6,7663 20 27,8 6,6757
20 16,2 6,9491 20 20,1 6,8558 20 24,0 6,7639 20 27,9 6,6734
20 16,3 6,9466 20 20,2 6,8534 20 24,1 6,7616 20 28,0 6,6711
20 16,4 6,9442 20 20,3 6,8511 20 24,2 6,7593 20 28,1 6,6688
20 16,5 6,9418 20 20,4 6,8487 20 24,3 6,7569 20 28,2 6,6665
20 16,6 6,9394 20 20,5 6,8463 20 24,4 6,7546 20 28,3 6,6642
20 16,7 6,9370 20 20,6 6,8440 20 24,5 6,7522 20 28,4 6,6619
20 16,8 6,9346 20 20,7 6,8416 20 24,6 6,7499 20 28,5 6,6596
20 16,9 6,9322 20 20,8 6,8392 20 24,7 6,7476 20 28,6 6,6573
20 17,0 6,9298 20 20,9 6,8369 20 24,8 6,7452 20 28,7 6,6550
20 17,1 6,9274 20 21,0 6,8345 20 24,9 6,7429 20 28,8 6,6527
20 17,2 6,9250 20 21,1 6,8321 20 25,0 6,7406 20 28,9 6,6504
20 17,3 6,9226 20 21,2 6,8298 20 25,1 6,7383 20 29,0 6,6481
20 17,4 6,9202 20 21,3 6,8274 20 25,2 6,7359 20 29,1 6,6458
20 17,5 6,9178 20 21,4 6,8250 20 25,3 6,7336 20 29,2 6,6435
20 17,6 6,9154 20 21,5 6,8227 20 25,4 6,7313 20 29,3 6,6412
20 17,7 6,9130 20 21,6 6,8203 20 25,5 6,7289 20 29,4 6,6389
20 17,8 6,9106 20 21,7 6,8180 20 25,6 6,7266 20 29,5 6,6366
20 17,9 6,9082 20 21,8 6,8156 20 25,7 6,7243 20 29,6 6,6343
20 18,0 6,9058 20 21,9 6,8132 20 25,8 6,7220 20 29,7 6,6320
20 18,1 6,9035 20 22,0 6,8109 20 25,9 6,7196 20 29,8 6,6297
20 18,2 6,9011 20 22,1 6,8085 20 26,0 6,7173 20 29,9 6,6274
20 30,0 6,6251

51
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

20 30,1 6,6229
Tabela 4: Valores de pH do tampão Tris em determinada salinidade e temperatura
S T pH Tris S T pH Tris S T pH Tris S T pH Tris
20 1,0 8,8483 20 18,4 8,2671 20 22,3 8,1452 20 26,2 8,0257
20 2,0 8,8130 20 18,5 8,2639 20 22,4 8,1421 20 26,3 8,0227
20 3,0 8,7779 20 18,6 8,2608 20 22,5 8,1390 20 26,4 8,0197
20 4,0 8,7431 20 18,7 8,2576 20 22,6 8,1359 20 26,5 8,0166
20 5,0 8,7085 20 18,8 8,2545 20 22,7 8,1328 20 26,6 8,0136
20 6,0 8,6742 20 18,9 8,2513 20 22,8 8,1297 20 26,7 8,0106
20 7,0 8,6401 20 19,0 8,2482 20 22,9 8,1267 20 26,8 8,0075
20 8,0 8,6063 20 19,1 8,2450 20 23,0 8,1236 20 26,9 8,0045
20 9,0 8,5727 20 19,2 8,2419 20 23,1 8,1205 20 27,0 8,0015
20 10,0 8,5393 20 19,3 8,2387 20 23,2 8,1174 20 27,1 7,9985
20 11,0 8,5061 20 19,4 8,2356 20 23,3 8,1143 20 27,2 7,9955
20 12,0 8,4732 20 19,5 8,2325 20 23,4 8,1113 20 27,3 7,9924
20 13,0 8,4405 20 19,6 8,2293 20 23,5 8,1082 20 27,4 7,9894
20 14,0 8,4079 20 19,7 8,2262 20 23,6 8,1051 20 27,5 7,9864
20 15,0 8,3756 20 19,8 8,2230 20 23,7 8,1020 20 27,6 7,9834
20 16,0 8,3435 20 19,9 8,2199 20 23,8 8,0990 20 27,7 7,9804
20 16,1 8,3403 20 20,0 8,2168 20 23,9 8,0959 20 27,8 7,9774
20 16,2 8,3371 20 20,1 8,2136 20 24,0 8,0928 20 27,9 7,9744
20 16,3 8,3339 20 20,2 8,2105 20 24,1 8,0898 20 28,0 7,9713
20 16,4 8,3307 20 20,3 8,2074 20 24,2 8,0867 20 28,1 7,9683
20 16,5 8,3275 20 20,4 8,2043 20 24,3 8,0836 20 28,2 7,9653
20 16,6 8,3243 20 20,5 8,2011 20 24,4 8,0806 20 28,3 7,9623
20 16,7 8,3211 20 20,6 8,1980 20 24,5 8,0775 20 28,4 7,9593
20 16,8 8,3179 20 20,7 8,1949 20 24,6 8,0745 20 28,5 7,9563
20 16,9 8,3147 20 20,8 8,1918 20 24,7 8,0714 20 28,6 7,9533
20 17,0 8,3115 20 20,9 8,1887 20 24,8 8,0683 20 28,7 7,9503
20 17,1 8,3083 20 21,0 8,1855 20 24,9 8,0653 20 28,8 7,9473
20 17,2 8,3052 20 21,1 8,1824 20 25,0 8,0622 20 28,9 7,9443
20 17,3 8,3020 20 21,2 8,1793 20 25,1 8,0592 20 29,0 7,9413
20 17,4 8,2988 20 21,3 8,1762 20 25,2 8,0561 20 29,1 7,9383
20 17,5 8,2956 20 21,4 8,1731 20 25,3 8,0531 20 29,2 7,9353
20 17,6 8,2924 20 21,5 8,1700 20 25,4 8,0500 20 29,3 7,9324
20 17,7 8,2893 20 21,6 8,1669 20 25,5 8,0470 20 29,4 7,9294
20 17,8 8,2861 20 21,7 8,1638 20 25,6 8,0440 20 29,5 7,9264
20 17,9 8,2829 20 21,8 8,1607 20 25,7 8,0409 20 29,6 7,9234
20 18,0 8,2798 20 21,9 8,1576 20 25,8 8,0379 20 29,7 7,9204
20 18,1 8,2766 20 22,0 8,1545 20 25,9 8,0348 20 29,8 7,9174
20 18,2 8,2734 20 22,1 8,1514 20 26,0 8,0318 20 29,9 7,9144
20 18,3 8,2703 20 22,2 8,1483 20 26,1 8,0288 20 30,0 7,9115

52
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

20 30,1 7,9085

Anotações:

53
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Capítulo 3: Titrimetria

54
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

3.1 Oxigênio Dissolvido na Água do Mar

O oxigênio (O2) é o gás mais estudado no ambiente marinho devido à facilidade de


sua medida e ao interesse dos oceanógrafos que estudam processos físicos (processos
advectivos) e biológicos (fotossíntese e oxidação da matéria orgânica).

A concentração de oxigênio dissolvido (OD) na água do mar depende de fatores


físicos (temperatura, salinidade e pressão) e biológicos (fotossíntese, respiração e
oxidação da matéria orgânica). Sua concentração varia entre 0 e 8 ml L-1.

3.1.1 Método de Winkler modificado

Princípio da determinação

A determinação de O2 dissolvido em águas naturais é feita pela técnica


desenvolvida por Winkler, em 1888. Algumas modificações foram introduzidas no
decorrer dos anos para facilitar o trabalho a bordo e minimizar algumas fontes de erros.
A amostra coletada é rapidamente fixada com cloreto ou sulfato de manganês e hidróxido
de potássio alcalino (KI + KOH). O Mn(OH)2 reage com o oxigênio presente na amostra
formando um composto de manganês trivalente. Assim, o O2 dissolvido é fixado.

Na análise, após acidificação, o composto trivalente de manganês é dissolvido,


oxidando I- a I2, que é estabilizado pela formação de I3- devido ao excesso de I-. A
quantidade de I3- formado é proporcional à quantidade de O2 da amostra e é determinado
pela titulação com solução padronizada de tiossulfato de sódio (Na2S2O3).

Uma solução de amido, que forma um complexo azul com I2, é utilizada para
indicar o ponto de equivalência desta titulação.

As equações estequiométricas envolvidas nesta determinação são:

Mn2+ + 2OH-  Mn(OH)2

55
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

1
2Mn(OH)2 + O2 + H2O  2Mn(OH)3
2

2Mn(OH)3 +6H+ + 2I-  2Mn2+ + I2 +6H2O

I3- + 2S2O32-  3I- + S4O62-

IO3- + 8I- + 6H+  I3- + 3H2O

Amostragem

As amostras devem ser coletadas em frascos de vidro de borosilicato de cor âmbar,


com capacidade nominal de, aproximadamente, 70 mL, com tampa de viro esmerilhada.
A amostra para análise de OD deve ser a primeira a ser retirada da garrafa de coleta para
evitar-se a expulsão dos gases devido ao aumento da temperatura.

A coleta deve ser feita com o máximo de cuidado, a fim de se impedir a perda ou
adição de O2. Para tanto, um tubo de borracha de, aproximadamente 10 cm, com bico
estreito na ponta, é adaptado à torneira de descarga. Deve-se retirar todo o ar do tubo com
a própria água da garrafa e, em seguida, lavar o fundo do frasco de coleta e encher
lentamente até escorrer, evitando a formação de bolhas de ar. Logo em seguida, adicionar
0,5 mL de cloreto de manganês (II) e 0,5 mL de iodeto alcalino e colocar a tampa sem
deixar bolhas de ar. Agitar o frasco vigorosamente para que todo o hidróxido de manganês
reaja com o oxigênio da amostra.

Após fixação do oxigênio dissolvido, aguardar toda a precipitação antes de


processar a análise durante pelo menos meia hora. As amostras podem ser armazenadas
por até 12 horas após a fixação, desde que protegidas da luz e de grandes variações
térmicas.

56
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Materiais

Equipamentos

• Bureta de pistão calibrada com 10 mL de capacidade e escala de 0,01 mL;


• Agitador mecânico;

Vidraria

• Frascos âmbar de coleta com tampa esmerilhada;


• Balões volumétricos de 100 e 1000 mL;
• Béqueres de 150 mL;
• Proveta de 50 mL;
• Pipetas volumétricas de 1 e 10 mL;
• Seringa de 5 mL;
• Pisseta.

Reagentes

Os reagentes utilizados na determinação do O2 dissolvido devem ser de muito boa


qualidade para que não apresentem interferências. Alguns reagentes contêm oxigênio
dissolvido, o que pode introduzir um erro na análise.

A solução de manganês pode conter esse composto num estado de oxidação mais
elevado levando a um aumento na concentração de O2 na amostra. A solução acidificada
de iodeto é sensível a foto-oxidação e por isso, deve-se evitar a sua exposição à luz solar.
O iodo liberado deve ser rapidamente titulado em presença de luz elétrica ou luz solar
difusa.

57
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

A concentração dos reagentes depende da capacidade dos frascos de amostra


utilizados. As quantidades, aqui recomendadas, são para os frascos com capacidade em
torno de 70 mL.

Solução de cloreto de manganês II (2 M) - Dissolver 40 g de MnCl2.4H2O ou


32 g de MnSO4.H2O com uma pequena quantidade de água destilada e completar o
volume em balão volumétrico de 100 mL.

Solução de iodeto alcalino (KI = 3,6 M e KOH = 5,4 M) - Dissolver 60 g de KI


e 30 g de KOH, separadamente, na menor quantidade de água possível, tendo o cuidado
para que a soma das alíquotas não ultrapasse 100 mL. Transferir para um balão
volumétrico de 100 mL e completar o volume com água destilada.

Ácido sulfúrico - Adicionar, cuidadosamente, 50 mL de H2SO4 (95 - 97%) a 50


mL de água destilada (usar resfriamento durante o processo).

Solução de tiossulfato de sódio (0,02 M) - Dissolver 5 g de Na2S2O3 em alíquotas


e completar o volume em um balão volumétrico de 1000 mL.

Solução de amido - Dispersar 1g de amido solúvel em 100 mL de água destilada


e aquecer a solução, deixando ebulir durante 1 minuto. Esta solução não se conserva por
mais de uma semana.

Solução de iodato de potássio (0,1667x10-2 M) - Dissolver, cuidadosamente


356,7 mg de KIO3, transferir para um balão volumétrico de 1000 mL e completar com
água destilada.

Procedimento experimental

Determinação do branco de reagentes

58
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Colocar 50 mL de água destilada em um béquer de 150 mL. Adicionar


separadamente, pela ordem, 1 mL de ácido sulfúrico, 0,5 mL de iodeto alcalino e 0,5 mL
de cloreto de manganês II. Agitar a amostra entre a adição de cada reagente para evitar a
precipitação do hidróxido de manganês. Em seguida adicionar, com o auxílio de uma
pipeta, 1 mL de solução de iodato de potássio (padrão). O iodo é titulado com solução de
tiossulfato de sódio até obter uma coloração ligeiramente amarela. Em seguida, adicionar
0,5 mL do indicador de amido e continuar a titulação até a descoloração. Anotar o volume
gasto de tiossulfato de sódio (V1).

Adicionar, com o auxílio de uma pipeta, mais 1 mL de solução de iodato de


potássio e continuar a titulação até a descoloração. Anotar o volume gasto de tiossulfato
de sódio (V2). O volume do branco de reagentes, Vbranco, é:

𝑉𝑏𝑟𝑎𝑛𝑐𝑜 = 𝑉2 − 𝑉1

A concentração de oxigênio dissolvido, DOR, nos reagentes utilizados para a


fixação das amostras é:

1000. 𝑉𝑅 × 0,0017
𝐷𝑂𝑅 =
𝑉0

Onde:
𝑉𝑅 = soma dos volumes usados de iodeto alcalino e cloreto de manganês II
𝑉0 = volume de amostra.

Padronização do tiossulfato de sódio

Colocar 50 mL de água destilada em um béquer de 150 mL. Adicionar


separadamente, pela ordem, 1 mL de ácido sulfúrico, 0,5 mL de iodeto alcalino e 0,5 mL
de cloreto de manganês II. Agitar a amostra entre a adição de cada reagente para evitar a
precipitação do hidróxido de manganês. Em seguida adicionar 10 mL de solução 0,166 7
x 10-2 M de iodato padrão com uma pipeta volumétrica.

59
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

O iodo formado é titulado com solução de tiossulfato de sódio até se obter uma
coloração ligeiramente amarela. Adicionar 0,5 mL do indicador de amido e continuar a
titulação até a descoloração. Repetir a padronização três vezes. Anotar os volumes gastos.

As equações estequiométricas envolvidas na padronização são:

IO3- + 5I- + 6H+  3I2 + 3H2O

I2 + I-  I3-

I3- + 2S2O32-  3I- + S4O62-

De acordo com estas equações, 1 mol de KIO3 reage com 6 moles de Na2S2O3.
Deste modo, o cálculo da concentração da solução de tiossulfato de sódio é:

6. 𝑀𝐼𝑂3 − × 𝑉𝐼𝑂3 −
𝑀𝑆2 𝑂32− =
𝑉𝑆2 𝑂3 2− − 𝑉𝐵𝑟𝑎𝑛𝑐𝑜

Onde:
𝑀𝑆2 𝑂3 2− = concentração da solução de tiossulfato de sódio (mol L-1)
MIO3 − =concentração de solução de iodato padrão (mol L-1)
VIO3 − = volume da solução de iodato padrão (mL)
VS2 O32− = média dos volumes de solução de tiossulfato gastos na titulação (mL)
VBranco = volume gasto na determinação do branco de reagentes (mL)

Análise das amostras

Adicionar 1 mL de ácido sulfúrico no próprio frasco e agitar até a completa


dissolução do precipitado. Transferir a amostra para um béquer de 150 mL. Lavar o frasco
e a tampa com o menor volume possível de água destilada e transferir para o béquer da
amostra. Evitar qualquer perda nesta operação.

60
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Titular a amostra com a solução de tiossulfato de sódio até a cor amarelo claro.
Adicionar 0,5 mL de amido e continuar a titulação até o ponto de equivalência (azul para
incolor).

61
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Cálculos

Concentração de O2

Um mol de oxigênio equivale a quatro moles de tiossulfato, de acordo com as


equações envolvidas nesta determinação.

A concentração de oxigênio dissolvido, em ml L-1 (CNTP), é expressa do seguinte


modo:

5603,5 × 𝑀𝑆2 𝑂32− × (𝑉 − 𝑉𝑏𝑟𝑎𝑛𝑐𝑜 )


[𝑂𝐷] =
𝑉0 − 𝑉𝑅

Onde:
[𝑂𝐷] = concentração de oxigênio dissolvido (ml L-1)
5603,5 = é o volume ocupado por ¼ de mol de oxigênio dissolvido (mL) – CNTP
MS2 O32− = concentração da solução de tiossulfato de sódio
𝑉 = volume de tiossulfato gasto na titulação da amostra (mL)
Vbranco = volume gasto na determinação do branco (mL);
𝑉0 = volume total da amostra (volume do frasco)
𝑉𝑅 = volume de reagentes adicionados antes da liberação do iodo (1 mL)

Porcentagem de Saturação de oxigênio

Frequentemente, o oxigênio é dado como porcentagem de saturação, que é

referente ao conteúdo de água em dada temperatura e salinidade, quando em contato com

um ar padrão na pressão atmosférica normal.

[𝑂𝐷]
%Saturação = [𝑂𝐷]𝑠𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎çã𝑜 𝑥100

Onde:
[OD] = [OD] calculado

62
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

[OD]saturação = volume máximo de oxigênio dissolvido a 0oC e 1 atm em 1 litro de água


(mL L-1). A concentração de saturação ou solubilidade do oxigênio encontra-se listada
na Tabela 5 para diversas condições de temperatura e salinidade.

Tabela 5: Solubilidade de oxigênio (mL L-1)


Temperatura
O 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
(oC)/Salinidade

0 10,2 10,1 9,9 9,8 9,7 9,5 9,4 9,3 9,2 9 8,9 8,8 8,7 8,6 8,4 8,3 8,2 8,1 8 7,9 7,8
1 9,94 9,8 9,7 9,5 9,4 9,3 9,2 9 8,9 8,8 8,7 8,6 8,4 8,3 8,2 8,1 8 7,9 7,8 7,7 7,6
2 9,67 9,54 9,4 9,3 9,2 9 8,9 8,8 8,7 8,6 8,5 8,3 8,2 8,1 8 7,9 7,8 7,7 7,6 7,5 7,4
3 9,41 9,28 9,2 9 8,9 8,8 8,7 8,6 8,5 8,3 8,2 8,1 8 7,9 7,8 7,7 7,6 7,5 7,4 7,3 7,2
4 9,16 9,04 8,9 8,8 8,7 8,6 8,5 8,4 8,2 8,1 8 7,9 7,8 7,7 7,6 7,5 7,4 7,3 7,2 7,1 7
5 8,93 8,81 8,7 8,6 8,5 8,4 8,3 8,1 8 7,9 7,8 7,7 7,6 7,5 7,4 7,3 7,2 7,1 7 7 6,9
6 8,7 8,59 8,5 8,4 8,3 8,2 8,1 7,9 7,8 7,7 7,8 7,5 7,4 7,3 7,3 7,2 7,1 7 6,9 6,8 6,7
7 8,49 8,38 8,3 8,2 8,1 8 7,9 7,8 7,7 7,6 7,5 7,4 7,3 7,2 7,1 7 6,9 6,8 6,7 6,6 6,6
8 8,28 8,17 8,1 8 7,9 7,8 7,7 7,6 7,5 7,4 7,3 7,2 7,1 7 6,9 6,8 6,7 6,7 6,6 6,5 6,4
9 8,08 7,98 7,9 7,8 7,7 7,6 7,5 7,4 7,3 7,2 7,1 7 6,9 6,8 6,8 6,7 6,6 6,5 6,4 6,3 6,3
10 7,89 7,79 7,7 7,6 7,5 7,4 7,3 7,2 7,1 7 7 6,9 6,8 6,7 6,6 6,5 6,4 6,4 6,3 6,2 6,1
11 7,71 7,61 7,5 7,4 7,3 7,2 7,2 7,1 7 6,9 6,8 6,7 6,6 6,5 6,5 6,4 6,3 6,2 6,1 6,1 6
12 7,53 7,44 7,4 7,3 7,2 7,1 7 6,9 6,8 6,7 6,7 6,6 6,5 6,4 6,3 6,2 6,2 6,1 6 5,9 5,9
13 7,37 7,27 7,2 7,1 7 6,9 6,8 6,8 6,7 6,6 6,5 6,4 6,3 6,3 6,2 6,1 6 6 5,9 5,8 5,7
14 7,2 7,12 7 6,9 6,9 6,8 6,7 6,6 6,5 6,5 6,4 6,3 6,2 6,1 6,1 6 5,9 5,8 5,8 5,7 5,6
15 7,05 6,96 6,9 6,8 6,7 6,6 6,6 6,5 6,4 6,3 6,2 6,2 6,1 6 5,9 5,9 5,8 5,7 5,7 5,6 5,5
16 6,9 6,81 6,7 6,7 6,6 6,5 6,4 6,3 6,3 6,2 6,1 6 6 5,9 5,8 5,8 5,7 5,6 5,5 5,5 5,4
17 6,75 6,67 6,6 6,5 6,4 6,8 6,3 6,2 6,1 6,1 6 5,9 5,8 5,8 5,7 5,6 5,6 5,5 5,4 5,4 5,3
18 6,61 6,54 6,5 6,4 6,3 6,2 6,2 6,1 6 5,9 5,9 5,8 5,7 5,7 5,6 5,5 5,5 5,4 5,3 5,3 5,2
19 6,48 6,4 6,3 6,3 6,2 6,1 6 6 5,9 5,8 5,8 5,7 5,6 5,6 5,5 5,4 5,4 5,3 5,2 5,2 5,1
20 6,35 6,28 6,2 6,1 6,1 6 5,9 5,9 5,8 5,7 5,6 5,6 5,5 5,5 5,4 5,3 5,3 5,2 5,1 5,1 5
21 6,23 6,15 6,1 6 5,9 5,9 5,8 6,7 5,7 5,6 5,5 5,5 5,4 5,4 5,3 5,2 5,2 5,1 5 5 4,9
22 6,11 6,04 6 5,9 5,8 5,8 5,7 5,6 5,6 5,5 5,4 5,4 5,3 5,3 5,2 5,1 5,1 5 5 4,9 4,8
23 5,99 5,92 5,9 5,8 5,7 5,7 5,6 5,5 5,5 5,4 5,3 5,3 5,2 5,2 5,1 5 5 4,9 4,9 4,8 4,8
24 5,88 5,81 5,7 5,7 5,6 5,6 5,5 5,4 5,4 5,3 5,2 5,2 5,1 5,1 5 5 4,9 4,8 4,8 4,7 4,7
25 5,77 5,7 5,6 5,6 5,5 5,5 5,4 5,3 5,3 5,2 5,2 5,1 5 5 4,9 4,9 4,8 4,8 4,7 4,7 4,6
26 5,66 5,6 5,5 5,5 5,4 5,4 5,3 5,2 5,2 5,1 5,1 5 5 4,9 4,8 4,8 4,7 4,7 4,6 4,6 4,5
27 5,56 5,5 5,4 5,4 5,3 5,3 5,2 5,1 5,1 5 5 4,9 4,9 4,8 4,8 4,7 4,7 4,6 4,5 4,5 4,4
28 5,46 5,4 5,3 5,3 5,2 5,2 5,1 5,1 5 4,9 4,9 4,8 4,8 4,7 4,7 4,6 4,6 4,5 4,5 4,4 4,4
29 5,37 5,31 5,3 5,2 5,1 5,1 5 5 4,9 4,9 4,8 4,8 4,7 4,7 4,6 4,6 4,5 4,5 4,4 4,4 4,3
30 5,28 5,22 5,2 5,1 5,1 5 4,9 4,9 4,8 4,8 4,7 4,7 4,6 4,6 4,5 4,5 4,4 4,4 4,3 4,3 4,2
31 5,19 5,13 5,1 5 5 4,9 4,9 4,8 4,8 4,7 4,7 4,6 4,6 4,5 4,5 4,4 4,4 4,3 4,3 4,2 4,2
32 5,1 5,04 5 4,9 4,9 4,8 4,8 4,7 4,7 4,6 4,6 4,5 4,5 4,4 4,4 4,3 4,3 4,2 4,2 4,2 4,1
33 5,01 4,96 4,9 4,9 4,8 4,8 4,7 4,7 4,6 4,6 4,5 4,5 4,4 4,4 4,3 4,3 4,2 4,2 4,1 4,1 4
34 4,93 4,88 4,8 4,8 4,7 4,7 4,6 4,6 4,5 4,5 4,4 4,4 4,3 4,3 4,3 4,2 4,2 4,1 4,1 4 4

63
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

35 4,85 4,8 4,8 4,7 4,7 4,6 4,6 4,5 4,5 4,4 4,4 4,3 4,3 4,2 4,2 4,1 4,1 4,1 4 4 3,9

Conversão de unidades de concentração de OD

A concentração de oxigênio dissolvido na água do mar deve ser reportada em


unidades de micromol por quilograma de água do mar (mol kg-1). Para a conversão das
concentrações calculadas em ml L-1 para mol kg-1, é necessária a utilização da densidade
da água do mar na temperatura de coleta da amostra.

𝜌𝑆𝑀𝑂𝑊 + [𝐴 × 𝑆] + [𝐵 × (𝑆 1,5 )] + [𝐶 × 𝑆 2 ]
𝜌𝑆𝑊 =
1000

𝜌𝑆𝑀𝑂𝑊 = 999,842594 + 6,793952 × 10−2 𝑡 − 9,095290 × 10−3 𝑡 2


+ 1,001685 × 10−4 𝑡 3 − 1,120083 × 10−6 𝑡 4 + 6,536332 × 10−9 𝑡 5

𝐴 = 8,24493 × 10−1 − 4,0899 × 10−3 𝑡 + 7,6438 × 10−5 𝑡 2 − 8,2467 × 10−7 𝑡 3


+ 5,3875 × 10−9 𝑡 4

𝐵 = −5,72466 × 10−3 + 1,0227 × 10−4 𝑡 − 1,6546 × 10−6 𝑡 2

𝐶 = 4,8314 × 10−4

Onde:
𝜌𝑆𝑊 = densidade da água do mar (kg L-1)
𝜌𝑆𝑀𝑂𝑊 = densidade da água padrão pura (Standard Mean Ocean Water), com composição
isotópica específica e livre de gases dissolvidos
𝐴, 𝐵 e 𝐶 = variáveis dependentes da temperatura
𝑆 = salinidade
𝑡 = temperatura de coleta da amostra de água do mar (°C).

Assim, para a conversão da concentração de oxigênio dissolvido de ml L-1 para


mol kg-1, utiliza-se a equação abaixo:

44,615 × [𝑂𝐷]
[𝑂2 ] =
𝜌𝑆𝑊

64
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Onde:

[𝑂2 ] = concentração de oxigênio dissolvido na água do mar em mol kg-1

1000
44,615 =
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑜 𝑜𝑥𝑖𝑔ê𝑛𝑖𝑜 𝑒𝑚 𝐶𝑁𝑇𝑃

Para uma amostra de água do mar a 25ºC e salinidade igual a 35, a 𝜌𝑆𝑊 é igual a
1,02334 kg L-1.

Precisão e possíveis fontes de erro

A precisão da determinação de OD, expressa através do desvio padrão, é ±0,02 ml


L-1 para concentrações de OD menores que 2 ml L-1 e ±0,04 ml L-1 para concentrações
acima de 2 ml L-1.

As principais fontes estão listadas abaixo:

• Perda de iodo por volatilização da solução acidificada antes ou durante a titulação.


Este erro pode ser reduzido, mas não eliminado, pela utilização da solução de
iodeto alcalino, que se complexa com o iodo formando o íon tri-iodeto;
• Foto-oxidação do iodeto pode ocorrer se a solução acidificada estiver exposta à
luz forte, o que levaria a resultados mais elevados na concentração do O2. A
velocidade de oxidação cresce com o pH por isso, o mesmo deve ser menor que
2,7. Por outro lado, o excesso de ácido deve ser evitado, pois o íon tiossulfato é
uma base fraca e combina com H+ para formar o ácido tiossulfato, que é instável
e se decompõe em enxofre e ácido sulfuroso ou dióxido de enxofre,
respectivamente;
• Erros sérios podem ser produzidos pelas impurezas dos reagentes. Por exemplo,
a solução de manganês (II) pode conter alguma quantidade de manganês num
estado de oxidação mais elevado, introduzindo um erro no sentido de aumentar o

65
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

conteúdo de oxigênio. Devido a esse fato, deve-se trabalhar com reagentes de alto
grau de pureza e verificar as interferências através do branco dos reagentes;
• A limpeza do material a ser utilizado é importante para evitar erros. Por exemplo,
se houver uma contaminação com resíduos de manganês na vidraria, o resultado
pode dar mais alto que o valor correto.

66
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

VOLUME DO FRASCO
o
FRASCO 0C 10oC 20oC 30oC
1 59.15 59.16 59.17 59.17
2 59.60 59.61 59.61 59.62
3 60.49 60.50 60.51 60.51
4 60.39 60.40 60.40 60.41
5 58.56 58.56 58.57 58.57
6 58.47 58.47 58.48 58.48
7 59.57 59.58 59.58 59.59
8 59.55 59.56 59.56 59.57
9 60.76 60.76 60.77 60.78
10 60.19 60.20 60.20 60.21
11 61.28 61.28 61.29 61.30
12 61.31 61.32 61.32 61.33
13 59.51 59.52 59.53 59.53
14 59.24 59.24 59.25 59.25
15 60.23 60.24 60.24 60.25
16 60.06 60.06 60.07 60.07
17 58.54 58.55 58.56 58.56
18 58.20 58.20 58.21 58.21
19 61.18 61.18 61.19 61.19
20 62.02 62.02 62.03 62.03
21 61.02 61.03 61.03 61.04
22 60.73 60.73 60.74 60.75
23 60.11 60.11 60.12 60.13
24 60.18 60.19 60.19 60.20
25 57.36 57.36 57.37 57.38
26 58.39 58.39 58.40 58.40
27 63.39 63.39 63.40 63.40
28 61.57 61.58 61.58 61.59
29 58.57 58.58 58.59 58.59
30 58.68 58.69 58.69 58.70
31 57.90 57.91 57.91 57.92
32 58.27 58.27 58.28 58.28
33 59.04 59.04 59.05 59.05
34 58.91 58.92 58.93 58.93
35 55.95 55.95 55.96 55.96

67
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

68
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

69
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

3.2 Determinação da Alcalinidade Total em água do mar

A alcalinidade total (AT) é definida como a concentração de íon hidrogênio, em


mol, necessária para neutralizar as bases fracas em 1 kg de água do mar.

AT = [HCO3-] + 2[CO32-] + [B(OH)4-] + [OH-] + [Si(OH)3-] +

[HPO42-] + 2[PO43-] – [H+] – [HSO4-] – [HF] – [H3PO4]

Na faixa de pH entre 5,5 – 8,5 as concentrações de OH-, H+, HSO4- e HF são


negligenciáveis. Em águas anóxicas, as concentrações de HS-, HPO42- e NH3 podem ser
consideradas bases fracas.

Os valores de AT nos oceanos estão, geralmente, na faixa de 2,3 a 2,6 mmol kg-1.
Apesar dessa pequena variação, sua determinação tem sido utilizada no estudo de águas
costeiras afetadas pelo fenômeno da ressurgência e pelo influxo de águas doces, ou ainda,
como índices em análises de massas d’água.

A maior importância da determinação da AT é que esta permite estimar variações


nas concentrações de CO2, HCO3-, CO32- e também, da pressão parcial do CO2 na água
do mar. Estes parâmetros são de interesse para o estudo da produção primária do
fitoplâncton, pH, processos de troca oceano-atmosfera e composição dos sedimentos
marinhos.

3.2.1 Títulação Potenciométrica

Princípio do método

O princípio desta determinação baseia-se na titulação potenciométrica de uma


amostra de água do mar, de massa conhecida, com solução de ácido clorídrico 0,1 mol L-
1
. O ácido é preparado com a adição de cloreto de sódio, para se aproximar ao valor da

70
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

força iônica da água do mar e, assim, manter os coeficientes de atividade


aproximadamente constantes durante a titulação.

O progresso da titulação é monitorado utilizando-se um eletrodo combinado de


vidro- Ag/AgCl. A alcalinidade total é, então, determinada pelas medidas de volume de
titulante e da f.e.m. (E) obtidas durante a titulação. Para tal cálculo, utiliza-se o método
de Gran simples, que permite a linearização dos dados, para a determinação do ponto de
equivalência da titulação.

Amostragem

As amostras para determinação de AT devem ser coletadas em frascos de vidro


de borosilicato de cor âmbar, com capacidade de 300 mL, com tampa de vidro
esmerilhada e de boca estreita.

A coleta é feita logo após a amostragem de pH usando-se o mesmo dispositivo,


ou seja, um tubo de plástico ou vidro com ponta afilada adaptada à saída da garrafa
hidrográfica, que possa ser mergulhado no fundo do frasco.

A amostra deve ser retirada lentamente, deixando-se extravasar um volume da


mesma antes de tampar.

A contaminação atmosférica deve ser rigorosamente evitada, não deve haver


bolhas de ar sob a tampa e o frasco deve ser fechado hermeticamente.

Materiais

Equipamento

• pHmetro com precisão de, no mínimo, 0,1 mV;


• Bureta de pistão, com precisão de 0,01 mL;
• Banho termostatizado;

71
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• Agitador magnético;
• Eletrodo de vidro combinado;

72
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Vidraria

• Béquer de 200 mL;


• Balão volumétrico de 1000 mL;
• Pipeta volumétrica de 100 mL.

Figura 7: titulação potenciométrica

Reagentes

As soluções preparadas devem apresentar forças iônicas próximas à da água do


mar a ser analisada. Para isso, adiciona-se cloreto de sódio (NaCl), cuja concentração será
dependente da salinidade das amostras a serem analisadas. Os cálculos de determinação
da força iônica da água do mar e da massa de NaCl a ser adicionada são mostrados no
item Cálculos.

Para se obter água destilada isenta de CO2, deve-se ferve-la por 10 a 15 minutos,
deixar esfriar até atingir a temperatura ambiente.

Antes de ser pesado, o NaCl deve ser seco a 280°C por, no mínimo, 2 horas e deixar
esfriar em dessecador. O 2-amino-2-hidroximetil-1,3-propanodiol (Tris) deve ser seco em
dessecador à temperatura ambiente.

73
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• Solução de ácido clorídrico (0,1 mol L-1) - adicionar, cuidadosamente, 8,30 mL


de HCl (36,5 – 38,0 %) a 500 mL de água destilada e completar o volume em
balão volumétrico de 1000 mL. Ajustar o valor da força iônica dessa solução à da
água do mar a ser analisada, adicionando NaCl.
• Solução padrão de 2-amino-2-hidroximetil-1,3-propanodiol (Tris) (2,5x10-3
mol L-1): dissolver 0,3028 g de Tris e quantidade suficiente de NaCl, para ajuste
da força iônica da solução, em 1000 mL de água destilada, isenta de CO2.

Procedimento Experimental

Padronização do ácido

Com o auxílio de uma pipeta volumétrica, colocar 100 mL da solução padrão de


Tris em um béquer de 200 mL. Introduzir o eletrodo e o sensor de temperatura na solução
e começar a agitação com o auxílio do agitador magnético. Fazer a leitura do potencial e
do pH da solução, sempre mantendo a temperatura constante.

A titulação inicia-se com a adição de uma alíquota de 2,50 mL de ácido titulante.


Esperar até que o potencial da solução esteja estabilizado. Anotar esse potencial, o pH da
solução e a temperatura.

Em seguida, adicionar uma alíquota de ácido titulante de 0,05 mL e anotar o


potencial de estabilização, o pH da solução e a temperatura. Repita esse procedimento até
que o pH da solução atinja um valor aproximado de 3,50. Aumentar a adição de ácido
titulante para alíquotas de 0,10 mL, sempre anotando o potencial de estabilização, o pH
e a temperatura da solução . Repita esse procedimento até que o pH da solução atinja um
valor aproximado de 3,00.

Análise das amostras

74
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Com o auxílio de uma pipeta volumétrica, colocar 100 mL de amostra da água do


mar em um béquer de 200 mL. Introduzir o eletrodo na solução e o sensor de temperatura
e começar a agitação com o auxílio do agitador magnético. Fazer a leitura do potencial,
pH e temperatura da solução, sempre mantendo a temperatura constante.

Controlando o pH da solução, adicione, lentamente, uma alíquota de 1,50 mL do


ácido titulante. Esperar até que o potencial da solução esteja estabilizado. Anotar o
potencial, pH e temperatura da solução. Adicionar alíquotas de 0,10 mL de ácido, até que
o pH da solução atinja um valor próximo de 5,00, sempre anotando o valor do pH e do
potencial de estabilização e temperatura.

Quando o pH da solução atingir um valor próximo de 5,00, as alíquotas de ácido


a serem adicionadas devem ser de 0,05 mL. Anotar o potencial de estabilização, o pH e
temperatura da solução. Repita esse procedimento até que o pH da solução atinja um valor
aproximado de 3,50. Aumentar a adição de ácido titulante para alíquotas de 0,10 mL.
Repita esse procedimento até que o pH da solução atinja um valor aproximado de 3,00.

Esse procedimento é variável para águas de diferentes salinidades. Cada água


apresenta uma resposta diferente a adição de ácido. Portanto, o volume da primeira
alíquota de ácido adicionado é variável.

Cálculos

Força iônica

A força iônica da água do mar, natural ou artificial, é determinada pela equação:

𝐼𝑆𝑊 = 1,9927 × 10−2 × 𝑆

Onde:

𝐼𝑆𝑊 = força iônica da água do mar (mol/kg - H2O)

75
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

S = salinidade da água do mar.

A força iônica de uma solução é determinada pela equação:

𝑀𝑖 × 𝑧𝑖2
𝐼=∑
2

onde:
I = força iônica da solução (mol kg-1 - H2O);
Mi = concentração de cada tipo de íon em solução (mol kg-1 - H2O)
zi = carga de cada tipo de íon em solução.

Método de Gran simples

Tanto para a padronização do ácido clorídrico, quanto para o cálculo da


alcalinidade total da água do mar, utiliza-se o método de Gran simples.

A função G, mostrada na equação abaixo, expressa o balanço de massa para os


íons hidrogênio (H+), assumindo que, após o volume de equivalência, esses íons formem
apenas íons H+ livres em solução.

(𝐸 × 𝐹)
𝐺 = {(𝑣0 + 𝑣) × 10𝑒𝑥𝑝 [ ]} × 0,001
ln(10 × 𝑅𝑇 × 1000)

Onde:
G = função de Gran
v0= volume de amostra titulada (mL);
v = volume de ácido adicionado (mL);
E = potencial da solução (mV);
F = constante de Faraday (96,4853 x 103 C mol-1);
R = constante universal dos gases ideais (8,31451 J K-1 mol-1);
T = temperatura absoluta da solução (K).

Para cada adição de ácido da titulação (da padronização ou de uma amostra)


utiliza-se a equação da função G. Confecciona-se um gráfico V x G com os dados da
titulação e, utilizando apenas os dados que estão após o volume de equivalência

76
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

(aproximadamente, os últimos dez dados), traça-se uma curva, desprezando-se os dois


últimos pontos. Através da equação da reta obtida, calcula-se o volume de equivalência
e, de posse desse valor, calcula-se a concentração do ácido e o valor de AT da amostra.

[𝑇𝑟𝑖𝑠] × 𝑣0
𝑀𝐻𝐶𝑙 =
𝑣𝑒𝑞

Onde:
MHCl = concentração do ácido titulante (mol L-1)
[Tris] = concentração do padrão (mol L-1);
v0 = volume de amostra titulada (mL);
veq = volume de equivalência (mL).

𝑀𝐻𝐶𝑙 × 𝑣𝑒𝑞
𝐴𝑇 =
𝜌𝑆𝑊 × 𝑣0

onde:
𝐴𝑇 é = valor da alcalinidade total da amostra (mol kg-1 - H2O mar);
𝑀𝐻𝐶𝑙 = concentração do ácido titulante (mol L-1);
𝑣0 = volume de amostra titulada (mL);
𝑣𝑒𝑞 = volume de equivalência (mL)
𝜌𝑆𝑊 = densidade da água do mar (kg L-1).

Para a conversão das concentrações calculadas em mol L-1 para mol/kg - H2O mar,
é necessária a utilização da densidade da água do mar na temperatura de análise da
amostra, utilizando-se a equação:

𝜌𝑆𝑀𝑂𝑊 + [𝐴 × 𝑆] + [𝐵 × (𝑆 1,5 )] + [𝐶 × 𝑆 2 ]
𝜌𝑆𝑊 =
1000

77
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

𝜌𝑆𝑀𝑂𝑊 = 999,842594 + 6,793952 × 10−2 𝑡 − 9,095290 × 10−3 𝑡 2


+ 1,001685 × 10−4 𝑡 3 − 1,120083 × 10−6 𝑡 4 + 6,536332 × 10−9 𝑡 5

𝐴 = 8,24493 × 10−1 − 4,0899 × 10−3 𝑡 + 7,6438 × 10−5 𝑡 2 − 8,2467 × 10−7 𝑡 3


+ 5,3875 × 10−9 𝑡 4

𝐵 = −5,72466 × 10−3 + 1,0227 × 10−4 𝑡 − 1,6546 × 10−6 𝑡 2

𝐶 = 4,8314 × 10−4

Onde:
𝜌𝑆𝑊 = densidade da água do mar (kg L-1)
𝜌𝑆𝑀𝑂𝑊 = densidade da água padrão pura (Standard Mean Ocean Water), com composição
isotópica específica e livre de gases dissolvidos.
A, B e C = variáveis dependentes da temperatura
S = salinidade
t = temperatura de coleta da amostra de água do mar (°C).

Precisão

A precisão do método é de  0,5 %. O erro de precisão pode ser minimizado com


a utilização de equações mais sofisticadas para a determinação do ponto de equivalência
desta análise.

Interferentes

Gases dissolvidos que contribuem para a acidez ou para a alcalinidade, tais como
dióxido de carbono, sulfeto de hidrogênio ou amônio, podem interferir nas análises.
Alguns cuidados devem ser tomados para evitar esse tipo de interferência:

- a amostra deve ser titulada tão prontamente seja aberto o frasco.

- controlar a temperatura do ambiente de titulação evitando aumento.

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Anotações:

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Anotações:

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3.2.2 Títulação Simples

Amostragem

As amostras para determinação de AT devem ser coletadas em frascos de vidro


de borosilicato de cor âmbar, com capacidade de 300 mL, com tampa de vidro
esmerilhada e de boca estreita.

A coleta é feita logo após a amostragem de pH usando-se o mesmo dispositivo,


ou seja, um tubo de plástico ou vidro com ponta afilada adaptada à saída da garrafa
hidrográfica, que possa ser mergulhado no fundo do frasco.

A amostra deve ser retirada lentamente, deixando-se extravasar um volume da


mesma antes de tampar.

A contaminação atmosférica deve ser rigorosamente evitada, não deve haver


bolhas de ar sob a tampa e o frasco deve ser fechado hermeticamente.

Materiais

Equipamentos

• pHmetro
• eletrodo de vidro combinado
• termômetro
• agitador magnético

Vidraria

• frascos de vidro de 100 mL, com tampa esmerilhada e boca larga


• balões volumétricos de 100 mL e 1000 mL
• pipetas volumétricas de 5,0 e 10,0 mL

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• frascos de 100 mL
• erlenmeyer de 50 mL
• bureta de 50 mL
• lenços de papel
• pisseta
• bureta

Reagentes

• solução tampão de biftalato (pH~4,0) - dissolver 1,0120 g de KHC8H4O4,


previamente seco a 110°C, em água destilada isenta de CO2 e completar para 100
ml. Guardar em refrigerador.
• solução tampão de fosfato (pH ~6,9) - dissolver 0,3533 g de Na2HPO4 e 0,3387
g de KH2PO4, previamente secos a 80°C, em água destilada isenta de CO2 e
completar para 100 mL. Guardar em refrigerador
• solução tampão de fosfato (pH~7,4) - dissolver 0,4300 g de Na2HPO4 e 0,1179
g de KH2PO4, previamente secos a 80°C, em água destilada isenta de CO2 e
completar para 100 mL. Guardar em refrigerador
• solução de bórax 0,05 M - dissolver 1,9061 g de (Na2B4O7.10H2O) em água
destilada e completar para 100 mL. Recomenda-se recristalizar o bórax antes de
usá-lo. Armazenar em frasco plástico à temperatura ambiente.
• solução de ácido clorídrico (HCl 0,025 M) - diluir 2,10 ml de HCl concentrado
pa. (d = 1,19 g mL-1) em uma alíquota de água destilada e completar para 1000
mL
• indicador vermelho de metila- misturar 100 mg de vermelho de metila com 3,7
ml de NaOH 1 M. Diluir para 100 ml com água destilada.

Obs.: Para obter água destilada isenta de CO2, fazer a ebulição da mesma durante 10
minutos.

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Procedimento experimental

Padronização da solução de HCl

• pipetar 10,0 ml de solução padrão de bórax 0,05 M em um erlenmeyer de 50 ml e


adicionar 5 gotas de indicador vermelho de metila.
• colocar o bastão magnético no erlenmeyer e ligar o agitador
• titular com a solução de ácido clorídrico até o ponto de viragem (amarelo p/
vermelho) e anotar o volume gasto na titulação (VHCl)
• repetir a padronização mais duas vezes

Calibração do pHmetro Metrohm – Modelos 826 e 827

• Colocar o eletrodo de vidro combinado na solução de KCl 3M durante 48 horas.


• Ligar o pHmetro, com o eletrodo de vidro combinado já conectado, com pelo
menos 2 horas de antecedência para permitir a sua estabilização.
• Iniciar a calibração clicando no comando <CAL>.
• Imergir o eletrodo no 1º tampão de calibração (buffer) (tampão pH ~ 6,9) e
pressionar <OK>
• Aguardar a leitura (el. in buffer) e e seguida pressionar <OK> para a medição da
temperatura.
• Aguardar a leitura (measuring temp ...) e em seguida pressionar <OK>. O pH do
1º tampão está sendo medido (measuring U...).
• Após o resultado, remover o eletrodo do 1º tampão, lavá-lo com água destilada,
enxugar levemente com lenço de papel imergir no 2º tampão (tampão pH ~ 4,0).
Pressionar <OK> e aguardar a leitura.
• Pressionar <OK> para a leitura da temperatura (measuring temp ...). Aguardar e
em seguida pressionar <OK> para que o pH do 2º tampão seja medido (measuring
U...).

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Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• Após o resultado, remover o eletrodo do 2º tampão, lavá-lo com água destilada,


enxugar levemente com lenço de papel imergir no 3º tampão (tampão pH ~ 7,4).
Pressionar <OK> e aguardar a leitura.
• Pressionar <OK> para a leitura da temperatura (measuring temp ...). Aguardar e
em seguida pressionar <OK> para que o pH do 3º tampão seja medido (measuring
U...).
• Se a calibração estiver correta, o display deverá indicar a sensibilidade do eletrodo
entre 85% e 102% e a temperatura entre 0 e 50oC. Caso contrário, aparecerá uma
mensagem de ERRO, e a calibração deverá ser repetida.
• Para finalizar a calibração, clicar em <OK> ou <QUIT>.
• Lavar o eletrodo com água destilada e enxugar levemente com lenço de papel.

Determinação da alcalinidade total das amostras

• pipetar 5,00 ml de solução de HCl padronizado em frasco de 100 ml de boca larga


e adicionar 50 ml de amostra de água do mar. Fechar o frasco e agitar suavemente.
• lavar o eletrodo com água destilada e enxugar levemente com lenço de papel.

• Medir a temperatura e o pH da amostra, mergulhando o eletrodo no frasco


contendo a amostra de água do mar. Após estabilizar (desaparecimento da palavra
Drifting) anotar o valor de pH e temperatura.
• Lavar o eletrodo com água destilada e enxugar com lenço de papel. O eletrodo
está pronto para nova determinação. OBS: Para amostras em duplicata não é
necessário lavar o eletrodo com água destilada. Apenas enxugar levemente com o
lenço de papel e efetuar a medida.

• Após a leitura de todas as amostras, desconectar o eletrodo do pHmetro, tampar a


saída lateral com a tampa de borracha e mantê-lo em solução de KCl 3M.

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Cálculos

Molaridade do HCl

𝑉𝑏 × 𝑁𝑏
𝑀𝐻𝐶𝑙 =
𝑉𝐻𝐶𝑙

Onde:
𝑀𝐻𝐶𝑙 = Molaridade de HCl
𝑉𝑏 = Volume da solução de bórax (mL)
𝑀𝑏 = Molaridade da solução de bórax
𝑉𝐻𝐶𝑙 = volume de HCl gasto na titulação (mL)

Alcalinidade Total

𝑉𝐻𝐶𝑙 × 𝑀𝐻𝐶𝑙 𝑎𝐻 +
𝐴𝑇 = 1000 ( + 𝑉𝐻𝐶𝑙 − )
𝑉0 𝑓𝐻 +

Onde:
𝐴𝑇 = Alcalinidade total
𝑉𝐻𝐶𝑙 = Volume de HCl utilizado (mL)
𝑀𝐻𝐶𝑙 = Molaridade do HCl
𝑉0 = Volume da amostra (mL)
𝑎𝐻 + = Atividade do íon hidrogênio
𝑓𝐻 + = coeficiente de atividade empírico

Determinar a atividade do íon hidrogênio ( aH+ = 10- pH) onde o pH é medido


após a adição do ácido.

- Encontrar o valor do coeficiente de atividade empírico (fH+) na Tabela 6, usando o valor


de pH após a adição de HCl e a salinidade da amostra.

Alcalinidade do carbonato

𝐴𝐶 = 𝐴𝑇 − 𝐴

Onde:

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𝐴𝐶 = Alcalinidade do carbonato
𝐴𝑇 = Alcalinidade total
𝐴 = Correção da contribuição do borato obtida na Tabela 8

Dióxido de carbono total

∑ 𝐶𝑂2 = 𝐴𝐶 × 𝐹𝑇

Onde:
∑ 𝐶𝑂2 = Dióxido de carbono total (mmol L-1)
𝐴𝑇 = Alcalinidade total
𝐹𝑇 = Fator encontrado na Tabela 9

Obs: Para salinidades entre 22 e 33x103 a alcalinidade total pode ser encontrada na Tabela
7 sem introduzir erros apreciáveis.

Precisão

A precisão do método está em torno de 1 %.

Tabela 6: Coeficiente de atividade empírico (fH+)

Faixa de Clo/oo 2 4 6 8 10 12 - 18 20
o
pH Sl /oo 3,5 7 11 14,5 18 21 - 33 36
      
2,8 - 2,9 0,865 0,800 0,785 0,775 0,770 0,768 0,773
3,0 - 3,9 0,845 0,782 0,770 0,760 0,755 0,753 0,758
4 0,890 0,822 0,810 0,800 0,795 0,793 0,798

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Tabela 7: Alcalinidade total. Esta tabela pode ser usada para amostras com clorinidade
entre 12o/oo e 18 o/oo ou salinidades entre 22 o/oo e 33 o/oo.

pH Alcalinidade pH Alcalinidade pH Alcalinidade


Total Total Total
2,80 0,00 3,20 1,45 3,60 2,08
2,82 0,08 3,22 1,50 3,62 2,10
2,84 0,18 3,24 1,55 3,64 2,12
2,86 0,27 3,26 1,59 3,66 2,14
2,88 0,36 3,28 1,63 3,68 2,15
2,90 0,45 3,30 1,67 3,70 2,17
2,92 0,54 3,32 1,71 3,72 2,18
2,94 0,61 3,34 1,74 3,74 2,20
2,96 0,69 3,36 1,77 3,76 2,21
2,98 0,76 3,38 1,81 3,78 2,23
3,00 0,84 3,40 1,84 3,80 2,24
3,02 0,92 3,42 1,87 3,82 2,25
3,04 0,99 3,44 1,90 3,84 2,26
3,06 1,06 3,46 1,93 3,86 2,27
3,08 1,12 3,48 1,95 3,88 2,28
3,10 1,19 3,50 1,98 3,90 2,29
3,12 1,24 3,52 2,00 3,92 2,30
3,14 1,30 3,54 2,02 3,94 2,31
3,16 1,35 3,56 2,04 3,96 2,32
3,18 1,40 3,58 2,06 3,98 2,33
4,00 2,34

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Tabela 8: Conversão da alcalinidade total para alcalinidade do carbonato.

S=10o/oo
pH 7,3 7,4 7,5 7,6 7,7 7,8 7,9 8,0 8,1 8,2 8,3 8,4 8,5 8,6 8,7 8,8
o
T=0 C 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 2 3 3
T=2 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 2 3 3
T=4 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 3 3 4
T=6 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 2 2 3 3 4
T=8 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 2 3 3 4
T=10 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 2 3 3 4
T=12 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 2 3 3 4
T=14 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 3 3 4 4
T=16 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 2 2 3 3 4 4
T=18 0 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 2 3 3 4 4
T=20 0 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 2 3 3 4 5
T=22 0 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 2 3 3 4 5
T=24 0 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5
T=26 0 0 0 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5
T=28 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 2 2 3 4 4 5
T=30 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 2 2 3 4 4 5

S=20o/oo
pH 7,3 7,4 7,5 7,6 7,7 7,8 7,9 8,0 8,1 8,2 8,3 8,4 8,5 8,6 8,7 8,8
T=0oC 0 0 1 1 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8
T=2 0 1 1 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 6 7 9
T=4 0 1 1 1 1 1 2 2 3 3 4 5 5 6 8 9
T=6 0 1 1 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 9
T=8 0 1 1 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10
T=10 1 1 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 6 7 9 10
T=12 1 1 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 6 8 9 10
T=14 1 1 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 9 10
T=16 1 1 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 9 11
T=18 1 1 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 11
T=20 1 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 6 7 9 10 11
T=22 1 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 6 8 9 10 11
T=24 1 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 9 10 12
T=26 1 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 9 11 12
T=28 1 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 9 11 12
T=30 1 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 11 12

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Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

S=25o/oo
pH 7,3 7,4 7,5 7,6 7,7 7,8 7,9 8,0 8,1 8,2 8,3 8,4 8,5 8,6 8,7 8,8
T=0oC 1 1 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 11
T=2 1 1 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 9 10 12
T=4 1 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 6 8 9 10 12
T=6 1 1 1 1 2 2 2 3 4 5 5 7 8 9 11 12
T=8 1 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 11 13
T=10 1 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 12 13
T=12 1 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 9 10 12 14
T=14 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 6 8 9 11 12 14
T=16 1 1 1 2 2 2 3 4 5 6 7 8 9 11 13 14
T=18 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 11 13 15
T=20 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 12 13 15
T=22 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 9 10 12 14 15
T=24 1 1 2 2 2 3 4 4 5 6 8 9 11 12 14 16
T=26 1 1 2 2 2 3 4 4 5 7 8 9 11 12 14 16
T=28 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 9 11 13 14 16
T=30 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 9 11 13 15 16

S=30o/oo
pH 7,3 7,4 7,5 7,6 7,7 7,8 7,9 8,0 8,1 8,2 8,3 8,4 8,5 8,6 8,7 8,8
T=0oC 1 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 8 9 11 12 14
T=2 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 7 8 9 11 13 15
T=4 1 1 1 2 2 2 3 4 5 6 7 8 10 12 13 15
T=6 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 9 10 12 14 16
T=8 1 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 9 11 12 14 16
T=10 1 1 2 2 2 3 4 4 5 6 8 9 11 13 15 17
T=12 1 1 2 2 2 3 4 5 6 7 8 10 11 13 15 17
T=14 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 12 14 16 18
T=16 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 9 10 12 14 16 18
T=18 1 1 2 2 3 3 4 5 6 8 9 11 12 14 17 19
T=20 1 2 2 2 3 4 4 5 6 8 9 11 13 15 17 19
T=22 1 2 2 2 3 4 5 6 7 8 10 11 13 15 17 19
T=24 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 12 14 16 18 20
T=26 1 2 2 3 3 4 5 6 7 9 10 12 14 16 18 20
T=28 1 2 2 3 3 4 5 6 7 9 10 12 14 16 18 20
T=30 1 2 2 3 3 4 5 6 8 9 11 13 14 17 19 21

91
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

S=35o/oo
pH 7,3 7,4 7,5 7,6 7,7 7,8 7,9 8,0 8,1 8,2 8,3 8,4 8,5 8,6 8,7 8,8
T=0oC 1 1 1 2 2 3 4 4 5 7 8 9 11 13 15 18
T=2 1 1 2 2 2 3 4 5 6 7 8 10 12 14 16 18
T=4 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 9 10 12 14 17 19
T=6 1 1 2 2 3 3 4 5 6 8 9 11 13 15 17 20
T=8 1 1 2 2 3 4 4 5 6 8 9 11 13 15 18 20
T=10 1 2 2 2 3 4 5 6 7 8 10 12 14 16 18 21
T=12 1 2 2 3 3 4 5 6 7 9 10 12 14 16 19 21
T=14 1 2 2 3 3 4 5 6 7 9 11 13 15 17 19 22
T=16 1 2 2 3 3 4 5 6 8 9 11 13 15 17 20 22
T=18 1 2 2 3 4 4 5 7 8 10 11 13 16 18 20 23
T=20 2 2 2 3 4 5 6 7 8 10 12 14 16 18 21 23
T=22 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 12 14 16 19 21 24
T=24 2 2 3 3 4 5 6 7 9 10 12 15 17 19 22 24
T=26 2 2 3 3 4 5 6 7 9 11 13 15 17 20 22 24
T=28 2 2 3 3 4 5 6 8 9 11 13 15 18 20 22 25
T=30 2 2 3 4 4 5 7 8 10 11 13 16 18 20 23 25

Tabela 9: Fator (FT) para o cálculo de dióxido de carbono total contido em água do mar
(CO2 + HCO3- + CO2-).

S=5
pH 7,3 7,4 7,5 7,6 7,7 7,8 7,9 8,0 8,1 8,2 8,3 8,4 8,5 8,6 8,7 8,8
T=0oC 1,15 1,12 1,09 1,07 1,06 1,05 1,04 1,03 1,02 1,02 1,01 1,01 1,00 1,00 1,00 0,99
T=2 1,14 1,11 1,09 1,07 1,06 1,04 1,03 1,03 1,02 1,01 1,01 1,01 1,00 1,00 0,99 0,99
T=4 1,13 1,11 1,08 1,07 1,05 1,04 1,03 1,02 1,02 1,01 1,01 1,00 1,00 1,00 0,99 0,99
T=6 1,13 1,10 1,08 1,06 1,05 1,04 1,03 1,02 1,02 1,01 1,01 1,00 1,00 0,99 0,99 0,98
T=8 1,12 1,10 1,08 1,06 1,05 1,04 1,03 1,02 1,01 1,01 1,00 1,00 0,99 0,99 0,98 0,98
T=10 1,12 1,09 1,07 1,06 1,04 1,03 1,02 1,02 1,01 1,01 1,00 1,00 0,99 0,99 0,98 0,97
T=12 1,11 1,09 1,07 1,05 1,04 1,03 1,02 1,02 1,01 1,00 1,00 0,99 0,99 0,98 0,97 0,96
T=14 1,11 1,08 1,07 1,05 1,04 1,03 1,02 1,01 1,01 1,00 0,99 0,99 0,98 0,97 0,97 0,96
T=16 1,10 1,08 1,06 1,05 1,04 1,03 1,02 1,01 1,00 1,00 0,99 0,98 0,98 0,97 0,96 0,95
T=18 1,10 1,08 1,06 1,05 1,03 1,02 1,02 1,01 1,00 0,99 0,99 0,98 0,97 0,96 0,95 0,93
T=20 1,09 1,07 1,06 1,04 1,03 1,02 1,01 1,00 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,95 0,94 0,92
T=22 1,09 1,07 1,05 1,04 1,03 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,95 0,94 0,92 0,91
T=24 1,09 1,07 1,05 1,04 1,02 1,01 1,00 1,00 0,99 0,98 0,97 0,95 0,94 0,93 0,91 0,89
T=26 1,08 1,06 1,05 1,03 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,94 0,93 0,91 0,89 0,87
T=28 1,08 1,06 1,04 1,03 1,02 1,01 1,00 0,98 0,97 0,96 0,95 0,93 0,92 0,90 0,88 0,85
T=30 1,08 1,06 1,04 1,03 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,95 0,94 0,92 0,90 0,88 0,86 0,83

92
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

S=10
pH 7,3 7,4 7,5 7,6 7,7 7,8 7,9 8,0 8,1 8,2 8,3 8,4 8,5 8,6 8,7 8,8
o
T=0 C 1,12 1,10 1,08 1,06 1,05 1,03 1,03 1,02 1,01 1,01 1,00 0,99 0,99 0,98 0,97 0,97
T=2 1,12 1,09 1,07 1,06 1,04 1,03 1,02 1,02 1,01 1,00 1,00 0,99 0,98 0,98 0,97 0,96
T=4 1,11 1,09 1,07 1,05 1,04 1,03 1,02 1,01 1,01 1,00 0,99 0,99 0,98 0,97 0,96 0,95
T=6 1,10 1,08 1,06 1,05 1,04 1,03 1,02 1,01 1,00 1,00 0,99 0,98 0,98 0,97 0,96 0,95
T=8 1,10 1,08 1,06 1,05 1,03 1,02 1,02 1,01 1,00 0,99 0,99 0,98 0,97 0,96 0,95 0,94
T=10 1,09 1,07 1,06 1,04 1,03 1,02 1,01 1,01 1,00 0,99 0,98 0,98 0,97 0,96 0,94 0,93
T=12 1,09 1,07 1,05 1,04 1,03 1,02 1,01 1,00 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,95 0,94 0,92
T=14 1,09 1,07 1,05 1,04 1,03 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,95 0,94 0,93 0,91
T=16 1,08 1,06 1,05 1,04 1,02 1,01 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,95 0,93 0,92 0,90
T=18 1,08 1,06 1,05 1,03 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,95 0,94 0,92 0,91 0,89
T=20 1,08 1,06 1,04 1,03 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,95 0,93 0,91 0,89 0,87
T=22 1,07 1,06 1,04 1,03 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,96 0,95 0,94 0,92 0,90 0,88 0,86
T=24 1,07 1,05 1,04 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,94 0,93 0,91 0,89 0,87 0,85
T=26 1,07 1,05 1,03 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,95 0,94 0,92 0,90 0,88 0,86 0,83
T=28 1,06 1,05 1,03 1,02 1,01 1,00 0,98 0,97 0,96 0,95 0,93 0,91 0,89 0,87 0,85 0,82
T=30 1,06 1,04 1,03 1,02 1,00 0,99 0,98 0,97 0,95 0,94 0,92 0,90 0,88 0,86 0,84 0,81

S=20
pH 7,3 7,4 7,5 7,6 7,7 7,8 7,9 8,0 8,1 8,2 8,3 8,4 8,5 8,6 8,7 8,8
T=0oC 1,09 1,07 1,06 1,04 1,03 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,95 0,93 0,92 0,90
T=2 1,09 1,07 1,05 1,04 1,03 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,94 0,93 0,91 0,89
T=4 1,08 1,06 1,05 1,03 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,95 0,94 0,92 0,90 0,88
T=6 1,08 1,06 1,04 1,03 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,95 0,93 0,92 0,90 0,88
T=8 1,07 1,06 1,04 1,03 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,94 0,93 0,91 0,89 0,87
T=10 1,07 1,05 1,04 1,03 1,01 1,00 0,99 0,99 0,97 0,96 0,95 0,94 0,92 0,90 0,88 0,86
T=12 1,07 1,05 1,04 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,95 0,93 0,91 0,90 0,87 0,85
T=14 1,06 1,05 1,03 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,94 0,93 0,91 0,89 0,87 0,84
T=16 1,06 1,04 1,03 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,96 0,95 0,94 0,92 0,90 0,88 0,86 0,83
T=18 1,06 1,04 1,03 1,02 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,95 0,93 0,91 0,89 0,87 0,85 0,82
T=20 1,06 1,04 1,03 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,94 0,92 0,91 0,89 0,86 0,84 0,81
T=22 1,05 1,04 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,96 0,95 0,94 0,92 0,90 0,88 0,86 0,83 0,80
T=24 1,05 1,03 1,02 1,01 1,00 0,99 0,97 0,96 0,95 0,93 0,91 0,89 0,87 0,85 0,82 0,79
T=26 1,05 1,03 1,02 1,01 0,99 0,98 0,97 0,96 0,94 0,93 0,91 0,89 0,86 0,84 0,81 0,78
T=28 1,05 1,03 1,02 1,00 0,99 0,98 0,97 0,95 0,94 0,92 0,90 0,88 0,86 0,83 0,80 0,78
T=30 1,04 1,03 1,01 1,00 0,99 0,98 0,96 0,95 0,93 0,92 0,90 0,88 0,85 0,83 0,80 0,77

93
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

S=30
pH 7,3 7,4 7,5 7,6 7,7 7,8 7,9 8,0 8,1 8,2 8,3 8,4 8,5 8,6 8,7 8,8
T=0oC 1,08 1,06 1,04 1,03 1,02 1,00 0,99 0,98 0,97 9,96 0,95 0,93 0,91 0,89 0,87 0,85
T=2 1,07 1,05 1,04 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,94 0,93 0,91 0,89 0,87 0,84
T=4 1,07 1,05 1,03 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,95 0,94 0,92 0,90 0,88 0,86 0,84
T=6 1,06 1,05 1,03 1,02 1,01 1,00 0,99 0,97 0,96 0,95 0,93 0,92 0,90 0,88 0,85 0,83
T=8 1,06 1,04 1,03 1,02 1,01 0,99 0,98 0,97 0,96 0,95 0,93 0,91 0,89 0,87 0,85 0,82
T=10 1,06 1,04 1,03 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,94 0,93 0,91 0,89 0,86 0,84 0,81
T=12 1,05 1,04 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,95 0,94 0,92 0,90 0,88 0,86 0,83 0,80
T=14 1,05 1,03 1,02 1,01 1,00 0,99 0,97 0,96 0,95 0,93 0,92 0,90 0,87 0,85 0,82 0,80
T=16 1,05 1,03 1,02 1,01 0,99 0,98 0,97 0,96 0,94 0,93 0,91 0,89 0,87 0,84 0,82 0,79
T=18 1,04 1,03 1,02 1,00 0,99 0,98 0,97 0,95 0,94 0,92 0,90 0,88 0,86 0,83 0,81 0,78
T=20 1,04 1,03 1,01 1,00 0,99 0,98 0,96 0,95 0,94 0,92 0,90 0,88 0,85 0,83 0,80 0,77
T=22 1,04 1,02 1,01 1,00 0,99 0,97 0,96 0,95 0,93 0,91 0,89 0,87 0,85 0,82 0,79 0,76
T=24 1,04 1,02 1,01 1,00 0,98 0,97 0,96 0,94 0,93 0,91 0,89 0,86 0,84 0,81 0,78 0,76
T=26 1,04 1,02 1,01 0,99 0,98 0,97 0,95 0,94 0,92 0,90 0,88 0,86 0,83 0,81 0,78 0,75
T=28 1,03 1,02 1,01 0,99 0,98 0,97 0,95 0,94 0,92 0,90 0,88 0,85 0,83 0,80 0,77 0,74
T=30 1,03 1,02 1,00 0,99 0,98 0,96 0,95 0,93 0,91 0,89 0,87 0,85 0,82 0,79 0,76 0,73

S=35
pH 7,3 7,4 7,5 7,6 7,7 7,8 7,9 8,0 8,1 8,2 8,3 8,4 8,5 8,6 8,7 8,8
T=0oC 1,07 1,05 1,04 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,96 0,95 0,94 0,92 0,90 0,88 0,86 0,83
T=2 1,07 1,05 1,03 1,02 1,01 1,00 0,99 0,97 0,96 0,95 0,93 0,92 0,90 0,87 0,85 0,82
T=4 1,06 1,04 1,03 1,02 1,01 0,99 0,98 0,97 0,96 0,94 0,93 0,91 0,89 0,87 0,84 0,82
T=6 1,06 1,04 1,03 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 0,94 0,92 0,91 0,89 0,86 0,84 0,81
T=8 1,05 1,04 1,02 1,01 1,00 0,99 0,98 0,97 0,95 0,94 0,92 0,90 0,88 0,86 0,83 0,80
T=10 1,05 1,04 1,02 1,01 1,00 0,99 0,97 0,96 0,95 0,93 0,92 0,90 0,87 0,85 0,82 0,80
T=12 1,05 1,03 1,02 1,01 0,99 0,98 0,97 0,96 0,94 0,93 0,91 0,89 0,87 0,84 0,82 0,79
T=14 1,04 1,03 1,02 1,00 0,99 0,98 0,97 0,95 0,94 0,92 0,90 0,88 0,86 0,84 0,81 0,78
T=16 1,04 1,03 1,01 1,00 0,99 0,98 0,96 0,95 0,94 0,92 0,90 0,88 0,85 0,83 0,80 0,77
T=18 1,04 1,02 1,01 1,00 0,99 0,97 0,96 0,95 0,93 0,91 0,89 0,87 0,85 0,82 0,79 0,76
T=20 1,04 1,02 1,01 1,00 0,98 0,97 0,96 0,94 0,93 0,91 0,89 0,86 0,84 0,81 0,78 0,75
T=22 1,03 1,02 1,01 0,99 0,98 0,97 0,95 0,94 0,92 0,90 0,88 0,86 0,83 0,80 0,78 0,75
T=24 1,03 1,02 1,00 0,99 0,98 0,96 0,95 0,93 0,92 0,90 0,87 0,85 0,82 0,80 0,77 0,74
T=26 1,03 1,02 1,00 0,99 0,98 0,96 0,95 0,93 0,91 0,89 0,87 0,84 0,82 0,79 0,76 0,73
T=28 1,03 1,01 1,00 0,99 0,97 0,96 0,94 0,93 0,91 0,89 0,86 0,84 0,81 0,78 0,75 0,72
T=30 1,03 1,01 1,00 0,98 0,97 0,96 0,94 0,92 0,90 0,88 0,86 0,83 0,81 0,78 0,75 0,72

94
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Referências:

Grasshoff, K., Ehrhardt, M. & Kreamling, K. 1983. Methods of seawater analysis.


Weihein, Verlag Chemie. 419 p.

Millero, F. & Sohn, M.L. 1992. Chemical Oceanography. CRC Press. Boca Raton.
Florida USA., 531.

Parsons, T.R., Maita, Y. & Lalli, C.M. 1984. A manual of chemical and biological
methods for seawater analysis. Pergamon Press.

95
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

96
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

97
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

3.3 Determinação de carbono orgânico em sedimentos

Este método é uma modificação do método de Walkley - Black para determinação


de carbono orgânico em solos. O método baseia-se na oxidação (exotérmica) com
dicromato de potássio e ácido sulfúrico concentrado. A quantidade de dicromato
consumido na oxidação do carbonato orgânico é determinada titulando-se o excesso de
dicromato com sulfato ferroso amoniacal.

A equação química representativa do método é dada por:

2Cr2O72- + 16H+ + 3C  4Cr3+ + 8H2O + 3CO2

O ponto final da titulação é bem pronunciado e o método apresenta resultados


similares aos métodos de combustão total (analisador de C e N). Uma vantagem deste
método é que pode ser aplicado diretamente aos sedimentos sem que haja necessidade de
remoção do carbonato por lavagem ácida.

Preparo das Amostras

A água em excesso deve ser removida por centrifugação, compressão ou filtração.


A amostra é então seca a 40-50°C por aproximadamente 8 horas, pulverizada e
homogeneizada num almofariz com pistilo.

Materiais

Vidraria

• Balões volumétricos de 100 e 1000 mL


• Frascos de 100 e 1000 mL
• Provetas de 50 e 100 mL
• Pipetas volumétricas de 10 mL

98
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• Erlenmeyer de 500 mL
• Bureta
• Pisseta

Reagentes

• Ácido sulfúrico pa. (livre de agentes redutores)


• Ácido fosfórico concentrado (85%)
• Fluoreto de sódio sólido (NaF)
• Solução de Dicromato de Potássio 0,17 M - Dissolver 49,4 g de K2Cr2O7 em
água destilada e deionizada e diluir para 1000 mL. Guardar a solução em frasco
de vidro ou polietileno.
• Solução de Sulfato Ferroso Amoniacal 0,50 M - Dissolver 196,1 g de
Fe(NH4)2(SO4)2 . 6H2O em 800 ml de água destilada contendo 20 mL de ácido
sulfúrico concentrado e diluir a 1000mL.
• Indicador de Difenila - Dissolver 0,5 g de difenilamina (ou do seu sal sódio
difenilamino sulfanato) em 20 mL de água destilada e 100 mL de ácido sulfúrico
concentrado.

3.3.1 Método 1: titulação por oxi-redução

Procedimento experimental

Branco do método: um branco do método deve ser feito para casa batelada de titulações:

• pipetar exatamente 10 mL de solução de dicromato e misturar bem.


• adicionar 20 mL de ácido sulfúrico concentrado de modo lento e continuado a
rotação do frasco para homogeneizar a mistura. Continuar a rotação após
adicionar o ácido por mais um minuto, evitando jogar a solução nas laterais do
frasco.

99
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• deixar os frascos em repouso por 30 minutos.


• diluir as amostras com 200 mL de água destilada.
• adicionar 10 mL de ácido fosfórico 85%, uma pitada de fluoreto de sódio e 7 gotas
de indicador de difenilamina.
• titular com solução de sulfato ferroso amoniacal. A cor da solução passa de verde
escuro a verde durante a adição de Fe(II). A medida que o ponto final se aproxima
a coloração passa a cinza azulada. A partir deste ponto, a adição de Fe(II) deve
ser feita de gota a gota e a mudança de azul para verde brilhante indica o ponto
final.

Amostra

• pesar em balança analítica entre 0,2 e 0,5 g de sedimento seco (ou úmido) e
transferir para um erlenmeyer de 500 mL. Caso o sedimento esteja úmido será
necessário verificar a porcentagem de água contida nas amostras: pesar uma
alíquota de sedimento úmido, colocar em estufa (60 oC) por 3 ou 4 dias e pesar
novamente obtendo assim a % de água na amostra. Converter a %Corg de peso
úmido para peso seco.
• pipetar exatamente 10 mL de solução de dicromato e misturar bem com o
sedimento girando lentamente o erlenmeyer.
• adicionar 20 mL de ácido sulfúrico concentrado de modo lento e continuado a
rotação do frasco para homogeneizar a mistura. Continuar a rotação após
adicionar o ácido por mais um minuto., evitando jogar o sedimento nas laterais do
frasco
• deixar os frascos em repouso por 30 minutos
• diluir as amostras com 200 mL de água destilada
• adicionar 10 mL de ácido fosfórico 85%, uma pitada de fluoreto de sódio e 7 gotas
de indicador de difenilamina

100
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• titular com solução de sulfato ferroso amoniacal. A cor da solução passa de verde
escuro a verde durante a adição de Fe(II). A medida que o ponto final se aproxima
a coloração passa a cinza azulada. A partir deste ponto, a adição de Fe(II) deve
ser feita de gota a gota e a mudança de azul para verde brilhante indica o ponto
final.

Nota: como as colorações azul e verde são no início muito escuras, o uso de uma placa
de vidro iluminada por baixo facilita a visualização das mudanças de cor durante a
titulação.

Cálculos

O carbono orgânico (Corg) é determinado utilizando-se o equivalente em massa do


K2Cr2O7 que reage com o sedimento para oxidar o Corg, que é a diferença entre o
equivalente em massa total de K2Cr2O7 adicionado ao sedimento e o equivalente em
massa de Fe(NH4)2(SO4)2, que titula K2Cr2O7 que não sofreu reação de oxido-redução.

𝑔𝐶
(𝑚𝑒𝑞𝐾2 𝐶𝑟2 𝑂7 −𝑚𝑒𝑞𝐹𝑒(𝑁𝐻4 )2 (𝑆𝑂4 )2 ) 𝑥 (0,03 )𝑥 100
𝑚𝑒𝑞
%𝐶𝑜𝑟𝑔 = (1)
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜

O estado de oxidação do C na matéria orgânica é zero (0). O carbono na matéria


orgânica é oxidado para CO2 com estado de oxidação de +4. Desta maneira o equivalente
em massa do C é 3 g (neq=MM/E (12/4) , onde MM é a massa molar do C e E o estado de
oxidação).

A diferença na massa equivalente de K2Cr2O7 que reage com o sedimento e a


massa equivalente após oxidação do Carbono pode ser mostrada como:

1𝑁 𝑣𝑙𝑎
(𝑚𝑒𝑞𝐾2 𝐶𝑟2 𝑂7 − 𝑚𝑒𝑞𝐹𝑒(𝑁𝐻4 )2 (𝑆𝑂4 )2 ) = (10 − 𝑣𝑙𝑎)(10) (𝑣𝑙𝑏) = 10(1 − 𝑣𝑙𝑏) (2)

onde: vlb é o volume de titulação do branco (mL) e vla é o volume de titulação da amostra
(mL). 10 é o volume adicionado de K2Cr2O7.

101
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Substituindo a equação 2 na equação 1 obtém-se a equação para o cálculo


da %Corg:

𝑣𝑙𝑎 0,03
%𝐶𝑜𝑟𝑔 = 10 (1 − )×
𝑣𝑙𝑏 𝑚

Onde:
m = massa da amostra de sedimento seco (g)

Interferentes

Altas concentrações de cloreto interferem neste método.

102
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Anotações:

103
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Anotações:

104
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3.3.2 Método 2: titulação potenciométrica

Figura 8: titulação potenciométrica de carbono orgânico em sedimentos

Procedimento experimental

Branco do método: um branco do método deve ser feito para casa batelada de titulações:

• pipetar exatamente 10 mL de solução de dicromato e misturar bem.


• adicionar 20 mL de ácido sulfúrico concentrado de modo lento e continuado a
rotação do frasco para homogeneizar a mistura. Continuar a rotação após
adicionar o ácido por mais um minuto, evitando jogar a solução nas laterais do
frasco.
• deixar os frascos em repouso por 30 minutos.
• diluir as amostras com 200 mL de água destilada.
• adicionar 10 mL de ácido fosfórico 85%, uma pitada de fluoreto de sódio e 7 gotas
de indicador de difenilamina.
• titular com solução de sulfato ferroso amoniacal. Inserir o eletrodo especifico e
iniciar a titulação até que o potencial mude bruscamente e se mantenha constante.

Amostra

105
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• pesar em balança analítica entre 0,2 e 0,5 g de sedimento seco (ou úmido) e
transferir para um erlenmeyer de 500 mL. Caso o sedimento esteja úmido será
necessário verificar a porcentagem de água contida nas amostras: pesar uma
alíquota de sedimento úmido, colocar em estufa (60 oC) por 3 ou 4 dias e pesar
novamente obtendo assim a % de água na amostra. Converter a %Corg de peso
úmido para peso seco.
• pipetar exatamente 10 mL de solução de dicromato e misturar bem com o
sedimento girando lentamente o erlenmeyer.
• adicionar 20 mL de ácido sulfúrico concentrado de modo lento e continuado a
rotação do frasco para homogeneizar a mistura. Continuar a rotação após
adicionar o ácido por mais um minuto., evitando jogar o sedimento nas laterais do
frasco
• deixar os frascos em repouso por 30 minutos
• diluir as amostras com 200 mL de água destilada
• adicionar 10 mL de ácido fosfórico 85%, uma pitada de fluoreto de sódio e 7 gotas
de indicador de difenilamina
• titular com solução de sulfato ferroso amoniacal. Inserir o eletrodo especifico e
iniciar a titulação até que o potencial mude bruscamente e se mantenha constante.

Cálculos

𝑣𝑙𝑎 0,03
%𝐶𝑜𝑟𝑔 = 10 (1 − )×
𝑣𝑙𝑏 𝑚

Onde: vla = volume de titulação do branco (mL)


vlb = volume de titulação do branco (mL)
m = massa da amostra de sedimento seco (g)

106
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Anotações:

107
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Anotações:

108
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3.3.3 Método 3: combustão total

Secagem das amostras

As amostras congeladas de sedimento devem ser secas em estufa à 60oC por três
dias.

Remoção do carbonato

Primeiramente os tubos (falcon) vazios de 20 mL devem ser pesados em balança


analítica. O peso de cada tubo deve anotado em uma planilha e a balança deve ser tarada.

Com o auxilio de uma espátula deve ser pesado cerca de 1 grama da amostra seca
e anotado na planilha o peso exato para posterior cálculo da porcentagem de carbonato
de cálcio (CaCO3).

Para cada amostra devem ser adicionados com pipeta automática 2 mL de HCl
1M e efetuada a homogeneização através de um vórtex (por exemplo: Whirli Mixer da
Fisherbrand), sendo mantida em repouso durante a noite para permitir a acidificação de
todo o sedimento.

No dia seguinte deve ser adicionado com pipeta pasteur 1 gota de HCl concentrado
e as amostras inspecionadas de modo a não haver mais reação química e fragmentos de
carbonato, caso necessário mais algumas gotas de HCl (concentrado) devem ser
adicionadas a fim de dissolver todo o CaCO3.

Em seguida devem ser adicionados 8 mL de água Mili-Q e as amostras devem ser


homogeneizadas novamente, sendo colocadas em centrifuga por 10 minutos a 2000 rpm.
O liquido sobrenadante deve ser descartado e as amostras lavadas com água Mili-Q por
5 vezes até que todo o ácido seja retirado do sedimento (verificado com papel universal
de pH).

109
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Após as lavagens os tubos com as amostras devem ser colocadas na estufa a 60oC
por 3 dias. Após essa secagem os tubos devem ser pesados para calcular a % de CaCO3.

Análise de carbono orgânico

Após a remoção de carbonato, o sedimento seco deve ser homogeneizado em


almofariz com pistilo. Cerca de 10 mg de amostra deve ser pesado em cápsula de estanho,
este valor deve ser anotado, pois será utilizado no preenchimento do método do software.

As amostras serão analisadas no analisador elementar (EA) de carbono e


nitrogênio da Costech Instruments – Modelo 4010. É necessário um controle analítico de
injeção para verificar a repetibilidade e reprodutibilidade do equipamento, para isso a
bandeja que conterá as cápsulas de amostra também deverá conter: uma cápsula branco
(capsula vazia), uma capsula com solo LECO (2 mg) uma capsula com padrão USGS 40
(1 mg), a cada 10 amostras analisadas coloca-se um sedimento padrão, cujo teor de
carbono orgânico é conhecido, no caso o Solo Ubatuba (1 mg). Ao final das amostras,
injetar também um padrão IAEA (1 mg), solo LECO (2 mg) e uma cápsula branco.

Cálculos

(1) % CaCO3= (tubo + amostra acidificada/tubo + amostra) x 100

(2) %Corg= %Corg do sedimento acidificado* x (1-(% CaCO3/100))

*
Dados obtidos do EA

110
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Anotações:

111
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Anotações:

112
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3.4 Determinação de cálcio e magnésio dissolvidos em água do mar

O cálcio e o magnésio são elementos macro constituintes da água do mar e sua


concentração é aproximadamente 0,4 e 1,3 g L-1 respectivamente. O cálcio não é
conservativo porque está envolvido em processos biológicos, está presente na água do
mar principalmente na forma livre, Ca+2 que corresponde a 90%, combinada na forma de
sulfato (9%) e uma pequena parte (1%) nas frações de carbonato. A concentração de
cálcio é maior nas águas profundas do que em águas superficiais. Isto é devido,
principalmente, à extração do cálcio das águas superficiais pela atividade biológica, a
maior solubilidade do CaCO3 em temperaturas mais baixas e a decomposição da matéria
orgânica em águas profundas. A especiação química do magnésio parece ser similar à do
cálcio: Mg2+ livre (87-89%), fração combinada com íon sulfato (9-12%).

Princípio do método

Análise de Cálcio:

O EDTA forma complexos muito estáveis e solúveis com quase todos os cátions
metálicos polivalentes, inclusive com os alcalinos terrosos. Todos os complexos contêm
o metal e o EDTA na relação 1:1 independente da valência do íon metálico. O meio deve
estar alcalino (pH=12) para impedir a acidificação do meio com a liberação dos íons H +
durante a titulação. Geralmente são utilizados indicadores como a murexida (purpurato
de amônio). Este indicador possui coloração azul violeta em solução alcalina, mas torna-
se rosa em presença de íons Ca+2. O ponto final é dado pela restauração da cor original
do indicador. O magnésio precipita como Mg(OH)2 e quantidades de 1/5 de Ca/Mg não
interferem.

H4Y + Ca+2  CaY

113
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Análise de Magnésio + Cálcio:

O método descrito está baseado na diferença entre as concentrações de cálcio e


cálcio + magnésio. A amostra é titulada com EDTA em meio alcalino (pH=10) com negro
de eriocromo como indicador. A detecção do ponto final ocorre quando a cor vermelha
muda para azul.

Materiais

Equipamentos

• bureta automática com capacidade de 50 mL


• agitador e bastão magnético

Vidraria

• balões volumétricos de 500 e 1000 ml


• frascos de 1000 ml
• proveta de 5 ou 10 ml
• pipetas de 25 ml
• erlenmeyer de 125 ml
• pisseta

Reagentes

• Solução padrão de cálcio 0,008 M - pesar 0,8007 g de carbonato de cálcio


(CaCO3) em um pouco de água destilada contendo 1,6 mL de HCl concentrado.
Completar a solução para 1 litro com água destilada.
• Solução de ácido etilenodiamino tetracético (EDTA)- 0,01 M - dissolver 3,72
g de EDTA (Na2H2C10H12O8N2.2H2O) em 1000 mL de água destilada. Guardar
em frasco plástico.

114
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• Solução de tampão bórax - dissolver 10 g de bórax pa (Na4B2O7.10H2O) e 30 g


de hidróxido de sódio pa (NaOH) em 500 mL de água destilada.
• Solução de tampão de hidróxido de amônio/cloreto de amônio – em um balão
de 250 mL, adicionar 17,5 g de cloreto de amônio (NH4Cl) e dissolver em 90 mL
de água destilada. Adicionar 142 mL de solução concentrada de hidróxido de
amônia (NH4OH) e completar o volume com água destilada.
• IndicadorMurexida – dissolver ~ 0,1 g de murexida em pó em 50 mL de água
destilada
• Indicador Negro de Eriocromo – dissolver 0,2 g de negro de eriocromo em 50
mL de etanol.

Procedimento Experimental

Padronização da solução de EDTA

• pipetar 5 mL de solução de carbonato de cálcio em um erlenmeyer de 125 mL.


• Adicionar 30 mL de água destilada
• adicionar 4 mL de solução tampão bórax.
• adicionar 5 gotas do indicador murexida
• titular com solução de EDTA até o ponto de viragem ( rosa para violeta)
• repetir a padronização mais uma vez

Titulação das amostras

Cálcio:

• pipetar 5 mL da amostra em um erlenmeyer de 125 mL.


• Adicionar 30 mL de água destilada
• adicionar 4 mL de solução tampão bórax.
• adicionar 5 gotas do indicador murexida
• titular com solução de EDTA até o ponto de viragem ( rosa para violeta)

115
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• Anotar o volume de solução de EDTA consumido e repetir a titulação mais duas


vezes.

Cálcio + Magnésio:

• pipetar 5 mL da amostra em um erlenmeyer de 125 mL.


• Adicionar 30 mL de água destilada
• adicionar 4 mL de solução tampão de cloreto de amônio/hidróxido de amônio
• adicionar 5 gotas do indicador negro de eriocromo
• titular com solução de EDTA até o ponto de viragem (vermelho para azul claro)
• Anotar o volume de solução de EDTA consumido e repetir a titulação mais duas
vezes.

Cálculos

Cálculo da concentração do EDTA

𝑀𝐶𝑎 × 𝑎
𝑀𝐸𝐷𝑇𝐴 =
𝑏

Onde:
𝑀𝐶𝑎 = molaridade da solução de cálcio
𝑎 = volume (mL) da solução de cálcio
𝑏 = volume (mL) de EDTA usado na titulação

Cálculo da concentração de cálcio na amostra

𝑏 × 𝑀𝐸𝐷𝑇𝐴 × 40,08
𝐶𝑎 =
𝑉

Onde:
MEDTA = molaridade de EDTA
V= volume da amostra (mL)

116
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Cálculo da concentração de magnésio na amostra

(𝑐 − 𝑏) × 𝑀𝐸𝐷𝑇𝐴 × 24,3
𝑀𝑔 =
𝑉

Onde:
MEDTA = molaridade de EDTA
b = volume de EDTA (mL) gasto na titulação de cálcio
c = volume de EDTA (mL) gasto na titulação de cálcio + magnésio

Precisão do método

A precisão do método está em torno de 0,1%.

117
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

118
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

119
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Capítulo 4: Gravimetria

120
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

4.1 Material Particulado em Suspensão

O material em suspensão, ou seston, são pequenas partículas que se encontram em


água do mar. O material em suspensão pode ser constituído de uma fração mineral ou
inorgânica e outra orgânica. As concentrações na água são bastante variáveis dependendo
da hidrodinâmica, da constituição do substrato.

Princípio do Método

A separação entre material em particulado e material dissolvido é operacional:


partículas com diâmetro maiores que 0,45 µm são consideradas em suspensão e partículas
menores dissolvidas. Portanto, a separação e quantificação do material particulado em
suspensão e realizado pela filtração de um volume conhecido de água.

Material

Equipamento

• Balança analítica
• Bomba de pressão à vácuo
• Estufa
• Dessecador de sílica-gel desidratada
• Pinça
• Filtros de fibra d vidro (GFC ou GFF)

Vidraria

Frasco tipo Kitassato

Proveta (500 mL ou 1000 mL )

Suporte poroso

121
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Rolha de Borracha

Garra

Béquer para conter a amostra a ser filtrada

Placa de Petry

Procedimento

• Calcinar os filtros a 450°C por 4 horas


• Armazenar em dessecador até estarem frios
• Pesar o filtro em balança analítica manuseando com pinça
• Anotar o peso de cada filtro (P1)

Filtração das Amostras

• Montar o equipamento de filtragem e posicionar um filtro sobre o suporte


poroso
• Agitar vagarosamente a amostra para homogeneizar
• Medir o volume a ser filtrado na proveta (V)
• Ligar a bomba e começar a derramar lentamente a amostra sobre o béquer
do equipamento
• Após filtrar a amostra retirar a amostra do kitassato e armazenar
adequadamente para futuras análises
• Reposicionar o kitassato e enxaguar o filtro com aproximadamente 5 mL
(para amostras estuarinas) de água destilada para remoção dos cloretos do
filtro – quanto mais salina for a amostra mais volume de água deve ser
utilizado para a lavagem

Secagem e Pesagem do Filtro

122
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• Após a filtragem retirar cuidadosamente o filtro com a bomba desligada.


Colocar o filtro sobre uma placa de Petry já etiquetada ou sobre um envelope
de papel
• Secar em estufa a 60°C
• Após retirar da estufa colocar no dessecador até esfriar
• Pesar em balança analítica (P2)

Branco do Método

Para cada grupo de amostras deve-se fazer um branco do método. Nesse


procedimento o filtro é calcinado e pesado (B1), mas não é colocado no equipamento.
Esse filtro também e lavado com água destilada, seco em estufa e repesado (B2). A
diferença entre B2 e B1 e o valor Br (a ser usado no cálculo do material em suspensão
das amostras).

Cálculo

[(𝑃2 − 𝑃1) − 𝐵𝑟]. 106


𝑉

Onde:
P2(g) = peso do filtro com material em suspensão seco
P1(g) = peso do filtro vazio e seco
V(mL) = volume da amostra filtrada
106= fator de conversão de unidade de g mL-1 para mg L-1
Br = valor da prova em branco

123
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

124
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

125
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

4.1.1 Material Particulado Orgânico em Suspensão

A água do mar contém material orgânico em suspensão originário de fitoplâncton,


bactérias e outros pequenos organismos heterotróficos como microzooplâncton. Além
desses organismos, partículas detríticas e agregados originários de processos de vida do
zooplâncton (pelotas fecais, conchas). O matrial particulado orgânico também pode
formar a "neve marinha" (pequenas partículas em suspensão e dissolvidos ou na forma de
colóides). A medição desses particulados é importante para auxiliar no fluxo de carbono
orgânico nos oceanos.

Princípio do método

Para a quantificação do material particulado orgânico em suspensão o filtro


contendo o material em suspensão total é calcinado para a queima dos compostos
orgânicos. Pesa-se o resíduo e calcula-se o que volatizou.

Material

• Forno tipo mufla


• Filtro contendo o material em suspensão

Procedimento

• Para cada amostra calcinar um cadinho por 4 horas a 550°C para eliminar
quaisquer interferentes
• Resfriá-lo em dessecador
• Pesar (P3)
• Colocar o filtro (já pesado) contendo o material em suspensão no cadinho e
calcinar por 4 horas a 550°C
• Resfriar em dssecador e pesar o cadinho (P4)

126
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Branco do Método

Para cada grupo de amostras usar o filtro do branco do método de determinação


do material em suspensão e fazer o mesmo procedimento realizado com a amostra.
Anotando P3br e P4br.

Cálculos

𝑃𝑏𝑟 = 𝑃4𝑏𝑟 − 𝑃3𝑏𝑟 (Branco)

(𝑃4 − 𝑃3) − 𝑃𝑏𝑟


%𝑀𝐼𝑆 = × 100
(𝑃2 − 𝑃1)
Sendo
MIS = material inorgânico em suspensão

% 𝑀𝑂𝑆 = 100 − %𝑀𝐼𝑆

Sendo
MOS = material orgânico em suspensão

127
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

128
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

129
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

4.2 Matéria Orgânica no Sedimento

As características da matéria orgânica depositada em sedimentos superficiais de

áreas marinhas têm sido largamente utilizadas na interpretação de diversos processos:

produtividade de águas superficiais, aporte de materiais de origem continental para o

oceano, dinâmica de massas d’água, variações temporais nos processos sedimentares,

taxas de sedimentação, processos geoquímicos, processos diagenéticos e distribuição

sedimentar. Cerca de 0,1% do carbono gerado na produtividade primário fica preservada

no sedimento marinho.

Princípio do método

O método se baseia na oxidação da matéria orgânica com peróxido de hidrogênio.

Material
Equipamento
Chapa quente
Balança Analítica
Vidraria
Béquers (50 mL)
Colher para manusear sedimento
Pipeta de Pauster e ponteiras

Reagentes
Solução de água oxigenada a 30%

Procedimento

130
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• Pesar o béquer etiquetado (P1)


• Adicionar aproximadamente 3 g de sedimento seco e homogeneizado e
pesar novamente (P2)
• Adicionar peróxido de hidrogênio (30% em água destilada) e deixar
reagir por 30 minutos
• Colocar sobre uma chapa quente (60 a 70°C) e deixar reagir
• Conforme o peróxido for evaporando adicionar mais
• Quando parar de borbulhar a reação finalizou
• Centrifugar e retirar o sobrenadante com uma pipeta
• Secar em estufa a 60°C
• Pesar o béquer (P3)

Cálculos

(𝑃2 − 𝑃1)
%𝑀𝑂 = 100 𝑥
(𝑃3 − 𝑃1)

131
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

132
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

133
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

4.3 Carbonato de Cálcio (CaCO3) no sedimento

O carbonato de cálcio é um dos componentes biogênicos mais importantes em


sedimento marinho. Sedimentos contendo teores superiores a 30% são considerados
como ricos em carbonato, indicando elevada acumulação de sedimento no local. A
acumulação é dependente da produção fitoplanctônica e bentônica do CaCO3 e da
dissolução na coluna de água durante a sedimentação.

Princípio do método

A amostra é tratada com ácido clorídrico e a porcentagem de carbonato de cálcio

é determinada gravimetricamente.

Material
Equipamento
Balança analítica
Centrífuga
Estufa
Pinça
Tubos falcon
Piceta para água destilada
Vidraria
Pipeta de Pauster
Reagentes
Ácido clorídrico 1% em volume

Procedimento

• pesar o tubo falcon (P1)

• pesar uma alíquota de sedimento de aproximadamente 1 mg (P2 = P1 + amostra)

134
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• adiconar 2 mL de HCl 1 mol L-1 e homogeneizar

• aguardar 1 hora

• adicionar de duas a três gotas de HCl concentrado (P.A.) a fim de certificar a total

eliminação do CaCO3

• se a amostra não estiver mais borbulhando todo o CaCO3 foi removido

• centrifugar a 2500 rpm durante 5 minutos

• descartar o sobrenadante

• adicionar água destilada (~5 mL) para lavar a amostra

• centrifugar novamente

• descartar o sobrenadante

• repetir o processo de lavagem com água destilada 3 vezes para retirada total do

HCl

• secar a amostra em estuda à 60°C

• pesar novamente (P3)

Cálculos

(𝑃2 − 𝑃1)
%𝐶𝑎𝐶𝑂3 = 100 𝑥
(𝑃3 − 𝑃1)

135
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

136
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

137
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Capítulo 5: Espectrofotometria na Faixa do Visível

138
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

A metodologia utilizada na quantificação dos nutrientes em água do mar e algumas


outras práticas baseiam-se na colorimetria e na Lei de Beer-Lambert.

À água do mar, são adicionados compostos que reagem com os compostos de


interesse, gerando um produto que absorve radiação na faixa do UV-visível (faixa do
ultravioleta próximo e infravermelho próximo). Geralmente esses compostos são
coloridos.

Nesse tipo de análise é utilizado o equipamento espectrofotômetro. O mesmo


funciona, resumidamente, da seguinte forma:

• Um feixe de radiação eletromagnética de comprimento de onda definido é


emitido;
• O feixe atravessa a amostra, contida em uma cubeta (de comprimento conhecido);
• Um detector recebe o feixe atenuado devido à absorção da radiação pelo analito.

A transmitância é a porcentagem de radiação que atravessa o analito, sendo


expressa da seguinte forma:

P
T=
P0

Onde:
P = feixe atenuado
P0 = feixe emitido

Entretanto, é comum utilizar o termo Absorbância em espectrofotometria, que


nada mais é do que uma relação logarítmica com a transmitância:

P0
A = − log
P

De acordo com a Lei de Beer, a absorbância é diretamente proporcional à


concentração da espécie absorvente e do caminho óptico:

139
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

A=ε×b×c

Onde:
ε = Absortividade molar (L mol-1 cm-1) – cada composto possui um valor diferente
b = comprimento do caminho óptico (cm)
c = concentração do analito (mol L-1)

Caso a absorbância se apresente muito baixa (abaixo de 0,300), pode-se utilizar


cubetas maiores. Se a absorbância for muito alta (acima de 0,800), dilui-se a amostra.

140
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

141
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

5.1 Nutrientes

Amostragem

Todas as coletas de água para nutrientes devem ser coletadas a partir da garrafa
hidrográfica em frascos previamente lavados com solução ligeiramente ácida (5% HCl)
e enxaguados abundantemente com água destilada e deionizada. Os frascos devem ser de
vidro âmbar ou de plástico com capacidade para 250 ml. Se as análises não forem
realizadas imediatamente após a coleta, devem ser congeladas a -20ºC

Cálculos

Para a realização dos cálculos de concentração de nutrientes, deve-se construir


uma curva de calibração. Cada nutriente possui uma faixa de concentração ideal para a
construção da curva baseados nos valores médios de concentração encontrados na água
do mar.

Os pontos obtidos (concentração x absorbância) devem possuir comportamento


linear. Deve-se fazer a correlação linear de todos os pontos, obtendo a equação da reta no
seguinte formato:

y = bx + a

Com a equação da reta e a absorbância da amostra, calcula-se a concentração da


amostra.

142
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

5.2 Determinação de Fosfato inorgânico dissolvido na água do mar

O fósforo é um constituinte da matéria orgânica viva, encontrado no ambiente


marinho sob a forma de fosfatos orgânicos em suspensão ou em solução, e sob a forma
de fosfatos inorgânicos insolúveis (como os de cálcio e ferro) ou adsorvidos por partículas
em suspensão e principalmente sob a forma de fosfatos inorgânicos solúveis, ou seja, íons
HPO4-2 e PO4-3. A concentração de fósforo inorgânico na água do mar varia de 0,0 a 3,2
µM.

Princípio do método

Baseia-se na formação do ácido molibdofosfórico e sua subsequente redução com


ácido ascórbico, resultando o complexo de fosfomolibdênio de cor azul. Não é possível
escrever as reações balanceadas porque as reações exatas não são conhecidas. Primeiro é
formado o complexo ácido de cor amarela. Com a adição do ácido ascórbico, ocorre a
redução. Normalmente esta redução é lenta, porém a adição de um catalisador, o
antimonil tartarato de potássio, faz com que esta reação ocorra rapidamente.

Materiais

Equipamentos

• espectrofotômetro
• cubetas de vidro de 5 cm

Vidraria

• balões volumétricos de 100, 200 e 1000 mL


• frascos de 100, 200 e 1000 mL
• provetas de 50 mL
• pipetas volumétricas de 0,5, 1 e 2 mL

143
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• frascos de reação de 125 mL


• pisseta

Reagentes

• Solução de molibdato de amônio 0,08 M – dissolver 9,5 g de


(NH4)6Mo7O24.4H20 em 90 mL de água destilada e deionizada e diluir para 100
mL. Guardar a solução em frasco de vidro ou polietileno.
• Solução de ácido sulfúrico ~ 4,5 M - Adicionar 250 ml de H2SO4 concentrado
(d = 1,84) a 500 mL de água destilada e deionizada. Esperar esfriar e dilua para
1000 mL. Guardar em frasco de vidro âmbar.
• Solução de antimonil tartarato de potássio ~ 0,1 M - dissolver 3,25 g de
K(SbO)C4H4O6 em 100 mL de água destilada e deionizada. Guardar em frasco de
vidro. O reagente pode ser usado enquanto permanecer claro.
• Solução de mistura - adicionar 45 mL da solução de molibdato de amônio a 200
mL da solução de ácido sulfúrico e em seguida, 5 mL da solução de antimonil
tartarato de potássio. Guardar a mistura em frasco de vidro âmbar. Esta mistura é
estável por alguns meses.
• Solução de ácido ascórbico 0,4 M - dissolver 7,0 g de C6H8O6 em 100 mL de
água destilada e deionizada. Guardar em frasco de vidro âmbar sob refrigeração.
• Solução padrão de fosfato 0,01 M - secar ~ 200 mg de fosfato diácido de potássio
anidro (KH2PO4) a 110ºC por três horas e deixar esfriar em dessecador. Pesar
exatamente 136,1 mg e dissolver em água destilada e deionizada, a qual foi
adicionada 1 mL de ácido sulfúrico 4,5 M. Diluir para 100 mL. Guardar em frasco
de vidro sob refrigeração.

Padrões para curva analítica

Solução intermediária de padrão fosfato (0,1 mM)

144
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Pipetar 1 ml da solução padrão de fosfato (10 mM) e diluir para 100 ml com água
destilada e deionizada.

Soluções diluídas

A partir da solução intermediária, fazer as seguintes diluições conforme Tabela


10.

Tabela 10: diluições dos padrões de fosfato

solução concentração volume solução volume final


diluída intermediária (mL)
(µM) (mL)
1 0,5 0,5 100
2 1,0 1,0 100
3 2,0 2,0 100

Procedimento Experimental

• Transferir 35 ml das soluções de padrões diluídas e das amostras de água do mar


para os frascos de reações. Utilizar água destilada e deionizada para a análise do
branco.
• Adicionar 1 ml da mistura de reagentes e agitar
• Adicionar 1 ml do ácido ascórbico e agitar
• Aguardar 5 minutos e ler a absorbância a 880 nm em cubas de 5 cm.

Cálculos

Curva analítica

145
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Com as medidas de absorbância dos padrões, descontado o valor do branco,


construir uma curva de calibração e obter o fator F que relaciona a concentração com a
absorbância.

F = C / A

onde:
C = concentração
A = absorbância

Cálculo da concentração de fosfato na amostra

[PO4-3] = F . A

onde
A = absorbância da amostra.

Interferentes e precisão do método

Os principais interferentes são os silicatos e arsenatos que também formam


complexos azuis com o molibdato, entretanto a velocidade de reação é mais lenta e a
concentração destes íons é baixa na água do mar (até 200 µM para silicatos e 0,03 µM
para arsenatos). Assim, os problemas de interferentes podem ser eliminados se as
amostras forem lidas após 5 minutos de reação. A precisão do método está em torno de 5
a 15%.

146
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

147
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

148
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

5.3 Determinação de silicato inorgânico dissolvido na água do mar

O silicato é encontrado na água do mar como silício dissolvido e particulado.


Provavelmente a forma solúvel seja o ácido silícico (Si(OH)4). O silício particulado é
proveniente de estruturas extra-celulares das diatomáceas, silicoflagelados e radiolários
vivos e mortos, sendo chamado de silício particulado biogênico. O silício inorgânico, sob
várias formas minerais como quartzos, feldspatos e minerais argilosos, é chamado de
silício não biogênico. Grande parte do silício que atinge o mar é transportado pelas águas
dos rios, através da atmosfera e pelo desgaste de rochas e sedimentos oceânicos. A
concentração de silício inorgânico na água do mar varia de 0 a 200 µM.

Princípio do método

Baseia-se na formação de um complexo amarelo, o ácido silicomolibdico e sua


subsequente redução com ácido ascórbico, resultando no complexo silicomolibdico de
cor azul. Adiciona-se também ácido oxálico para reduzir o excesso de molibdato e a
influência do fosfato presente na amostra.

Materiais

Equipamentos

• espectrofotômetro
• cubas de vidro de 5 cm

Vidraria

• balões volumétricos de 100, 500 mL


• provetas de 50 mL
• pipetas volumétricas de 0,5, 1 e 2 mL
• frascos de reação de 125 mL (plástico)

149
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• pisseta

Reagentes

• solução de molibdato de amônio 0,16 M - dissolver 20,0 g de


(NH4)6Mo7O24.4H20 em 80 mL de água destilada e deionizada em um béquer
plástico e diluir para 100 mL. Guardar a solução em frasco plástico ao abrigo da
luz. O reagente é bastante estável e pode ser utilizado enquanto permanecer claro.
• solução de ácido sulfúrico ~ 4,5 M - Adicionar 250 mL de H2SO4 concentrado
(d = 1,84) a 500 mL de água destilada e deionizada. Esperar esfriar e diluir para
1000 mL. Guardar em frasco de vidro âmbar.
• solução de ácido sulfúrico ~ 3,6 M - Diluir 800 mL de H2SO4 9,0 N para 1000
mL. Guardar em frasco de polietileno.
• solução de ácido oxálico 0,79 M - dissolver 10,0 g de C2H2O4.2H2O em 100 mL
de água destilada e deionizada. Guardar em frasco plástico à temperatura ambiente.
A solução é estável.
• solução de mistura - adicionar um volume de solução de molibdato a um volume
igual de H2SO4 3,6 M. NÃO ADICIONAR ÁCIDO AO MOLIBDATO! Guardar
em frasco plástico protegido da luz direta do Sol. A solução é estável por vários
meses.
• solução de ácido ascórbico 0,1 M - dissolver 1,75 g de C6H8O6 em 100 mL de
água destilada e deionizada. Guardar em frasco de vidro âmbar sob refrigeração.
Esta solução pode ser usada enquanto não apresentar cor.
• solução padrão de silicato 10 mM - secar ~ 2,0 g de hexafluorsilicato di-sódico
(Na2SiF6) a 105°C por uma hora e deixar esfriar em dessecador. Dissolver 940,3
mg em 100 mL água destilada e deionizada, em um béquer plástico. Transferir
para um balão volumétrico plástico de 500 mL e completar o volume. Guardar em
frasco plástico sob refrigeração.

Padrões para curva analítica

150
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Solução intermediária de padrão (0,1 mM)

Pipetar 1 mL da solução padrão de silicato (10 mM) e diluir para 100 mL com
água destilada e deionizada.

Soluções diluídas

A partir da solução intermediária, fazer as diluições conforme a Tabela 11.

Tabela 11: diluições dos padrões de silicato

solução concentração volume solução volume final


diluída intermediária (mL)
(µM) (mL)
1 1,0 1,0 100,0
2 2,0 2,0 100,0
3 5,0 5,0 100,0
4 10,0 10,0 100,0

Análise

• transferir 35 mL das soluções de padrões diluídas e das amostras de água do mar


para os frascos de reações. Utilizar água destilada e deionizada para a análise do
branco.
• adicionar 1 mL da mistura de reagentes e agitar
• após 5 minutos, adicionar 1 mL do ácido oxálico e agitar
• adicionar em seguida, 1 mL do ácido ascórbico e agitar
• após 30 minutos, ler a absorbância a 810 nm em cubas de 5 cm.

151
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Cálculos

Curva analítica

Com as medidas de absorbância dos padrões, descontado o valor do branco,


construir uma curva de calibração e obter o fator F que relaciona a concentração com a
absorbância.

F = C / A

onde:
C = concentração
A = absorbância

Cálculo da concentração de silicato na amostra

[Si] = F . A

onde
A = absorbância da amostra.

Interferentes e precisão do método

Em águas anóxicas, a presença do sulfeto de hidrogênio torna a coloração do


complexo de ácido silicomolibdico esverdeada. Cerca de 5 mg de enxofre/L pode ser
tolerada. Altos teores de metais traços como cobre ferro, cobalto e níquel podem interferir
na absorbância. A precisão do método está em torno de 5%.

152
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

153
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

154
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

5.4 Determinação de nitrito dissolvido na água do mar

O nitrito ocorre na água do mar como um composto intermediário na redução


microbiana de nitrato ou na oxidação de amônia. A concentração de nitrito na água do
mar é geralmente muito baixa (< 0,1 µM). Entretanto, em regiões anóxicas, camadas finas
de alta concentração de nitrito (> 2 µM) podem ocorrer junto com valores baixos de
oxigênio dissolvido (< 0,15 mL L-1). Valores altos de nitrito podem também indicar águas
poluídas nas proximidades de esgotos e em estuários.

Princípio do método

Baseia-se na reação do nitrito com uma amina aromática, a sulfanilamida (SA),


em meio ácido, formando o íon diazônio. Este reage com uma segunda amina aromática,
o N-(1-naftil)-etilenodiamina dicloridrato (NED), formando o composto diazo, de
coloração rosa. A quantidade de diazo formada é proporcional à concentração de nitrito
presente na amostra de água do mar na faixa de concentração de 0 - 10 M. Entretanto,
devido ao alto coeficiente de extinção molar (~4,6 x104), soluções de água do mar
contendo mais do que 2,5 M devem ser diluídas.

Materiais

Equipamentos

• espectrofotômetro
• cubas de vidro de 5 cm
• cubas de vidro de 1 cm (para soluções muito concentradas)

Vidraria

• balões volumétricos de 100, 500 e 1000 mL


• frascos de 100, 500 e 1000 mL

155
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• provetas de 50 mL
• pipetas volumétricas de 0,5, 1,0 e 2,0 mL
• frascos de reação de 125 mL
• béqueres de 100 e 150 mL
• pisseta

Reagentes

solução de sulfanilamida (SA) ~ 0,06 M - adicionar 100 mL de HCl concentrado


em ~ 600 mL de água destilada e deionizada. dissolver 10,0 g de SA na solução anterior
e completar o volume para 1000 mL com água deionizada. Guardar a solução em frasco
de vidro ou polietileno.

solução de N-(1-naftil)-etilenodiamina dicloridrato (NED) ~ 0,003 M -


dissolver 0,5 g de NED em água deionizada completando o volume para 500 mL. Guardar
em frasco de vidro âmbar. A solução é estável por aproximadamente 1 mês e torna-se
marrom quando envelhece.

solução padrão de nitrito 0,01 M - secar o nitrito de sódio anidro a 100 oC por uma hora
e deixar esfriar em dessecador. Dissolver 0,690 g em água destilada e deionizada e diluir
para 1000 mL. Adicionar algumas gotas de clorofórmio como preservativo. Guardar em
frasco de vidro âmbar sob refrigeração.

Padrões para curva analítica

Solução intermediária de padrão nitrito (0,1 mM)

Pipetar 1 mL da solução padrão de nitrito (10 mM) e diluir para 100 mL com água
destilada e deionizada.

Soluções diluídas

156
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

A partir da solução intermediária, fazer as demais diluições conforme a Tabela 12.

Tabela 12: diluições dos padrões de nitrito

solução concentração volume solução volume final


diluída intermediária
(M) (mL)
(mL)
1 0,5 0,5 100
2 1,0 1,0 100
3 2,0 2,0 100

Análise

• transferir 50 mL das soluções de padrões diluídas e das amostras de água do mar


para os frascos de reações. Utilizar água destilada e deionizada para a análise do
branco.
• adicionar 1 mL da solução de SA e agitar
• adicionar 1 mL da solução de NED e agitar
• após 20 a 30 minutos, ler a absorbância a 540 nm em cubas de 5 cm.

Cálculos

Curva analítica

Com as medidas de absorbância dos padrões, descontado o valor do branco,


construir uma curva de calibração e obter o fator F que relaciona a concentração com a
absorbância.

F = C / A

onde:

157
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

C = concentração
A = absorbância

Cálculo da concentração de nitrito na amostra

[NO2-] = F . A

onde
A = absorbância da amostra.

Interferentes e precisão do método

O principal interferente é o íon sulfeto, o qual pode ser eliminado borbulhando-se


nitrogênio na amostra, após a adição da solução de sulfanilamida. A reprodutibilidade do
método é de ±0,02 µM, especialmente para baixas concentrações (< 0,2 µM). A Lei de
Beer-Lambert é obedecida até 10 µM.

158
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

159
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

160
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

5.5 Determinação de nitrato dissolvido na água do mar

O nitrato é o produto de oxidação final dos compostos de nitrogênio na água do


mar e é considerado o nível de oxidação do nitrogênio termodinamicamente mais estável
em presença de oxigênio na água do mar. A concentração de nitrato na água do mar varia
de 1 a 500 µM. Em muitas regiões do mar, o nitrato pode ser considerado como o
micronutriente que controla a produção primária da zona eufótica. A concentração de
nitrato nesta zona é governada pelos processos advectivos para as camadas superficiais,
a oxidação microbiana da amônia e a assimilação dos produtores primários.

Princípio do método

Baseia-se na redução do nitrato à nitrito, o qual é determinado pela formação do


composto diazo. A redução do nitrato pode ser feita por reação homogênea ou
heterogênea, sendo que esta última é a mais utilizada.

O nitrato prevalece como íon na água do mar não formando ligações ou complexos.
Para a sua determinação ele é reduzido em presença de metal, onde as condições são
ajustadas e o nitrato passa a ser quantitativamente convertido em nitrito sem redução
posterior.

NO3- + Me(s) + 2H+ NO2- + Me2+ + H2O

A eficiência da redução do nitrato a nitrito depende do metal utilizado, do pH da


solução e da atividade da superfície do metal. Uma redução além do estágio de nitrito
pode ser resultado de uma reação em solução alcalina ou com um metal cuja superfície
esteja inativa, ou em solução muito ácida ou com metal altamente eletronegativo, ou com
superfície muito ativa. Em ambos os casos, a análise resultaria em valores baixos de
nitrato. A limalha de cádmio coberta por cobre torna-se mais aceitável para a redução
heterogênea, mas em meio neutro ou fracamente alcalino, os íons de cádmio formados
durante a redução reagem com os íons hidroxila formando um precipitado. Além disso, o

161
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

pH é alterado se a solução não for tamponada. A água do mar não possui uma capacidade
de tamponamento suficiente para manter o pH da solução, sendo necessária a adição de
cloreto de amônio.

2NH4+ 2NH3 + 2H+

Cd+2 + 2NH3 [Cd(NH3)2]+2

O tempo que a solução entra em contato com o redutor deve ser controlado.

Materiais

Equipamentos

• espectrofotômetro
• cubas de vidro de 5 cm
• cubas de vidro de 1 cm (para soluções muito concentradas)
• bomba peristáltica

Vidraria

• balões volumétricos de 100, 500 e 1000 mL


• frascos de 100, 500 e 1000 mL
• provetas de 50 mL
• pipetas volumétricas de 1,0, 2,0, 5,0 e 10,0 mL
• erlenmeyers de 150 mL
• frascos de reação de 125 mL
• béqueres de 100 e 150 mL
• colunas de vidro com 5 mm de diâmetro e 22 cm de comprimento
• tubo capilar com 1 mm de diâmetro
• pisseta

162
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Figura 9: Tubo em “U” para redução de nitrato a nitrito

Reagentes

• Solução de sulfanilamida (SA) ~ 0,06 M - adicionar 100 mL de HCl concentrado


em ~ 600 mL de água destilada e deionizada. Dissolver 10,0 g de SA na solução
anterior e completar o volume para 1000 mL com água deionizada. Guardar a
solução em frasco de vidro ou polietileno. A solução é estável por vários meses.
• Solução de N-(1-naftil)-etilenodiamina dicloridrato (NED) ~ 0,003 M -
dissolver 0,5 g de NED em água deionizada completando o volume para 500 mL.
Guardar em frasco de vidro âmbar. A solução é estável por aproximadamente 1
mês e torna-se marrom quando envelhece.
• Solução padrão de nitrato 0,01 M - secar o nitrato de potássio anidro a 100ºC
por uma hora e deixar esfriar em dessecador. Dissolver 1,011 g em água destilada
e deionizada e diluir para 1000 mL. Adicionar algumas gotas de clorofórmio como
preservativo. Guardar em frasco de vidro âmbar sob refrigeração.
• Solução tampão de cloreto de amônio (0,2 M) - dissolver 10,0 g de NH4Cl em
1000 mL de água destilada e deionizada. O pH deve estar em torno de 8,5, o qual
é ajustado com ~1,5 mL de amônia concentrada.

163
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• Solução de sulfato de cobre (0,04 M) - dissolver 10,0 g de CuSO4.5H2O em 1000


mL de água destilada.
• Cádmio - peneirar o cádmio granulado de boa qualidade em peneira de 2 mm e
separar a fração retida na peneira de 0,5 mm para o enchimento da coluna de
redução.
• Solução de ácido clorídrico (2 M) - diluir 165,5 mL de HCl concentrado pa. (d
= 1,19) em 500 mL de água deionizada e completar para 1000 mL

Procedimento experimental

Preparação da coluna de redução

O cádmio granulado deve ser lavado com a solução de HCl 2 M para a liberação
dos óxidos e enxaguados várias vezes com água destilada e deionizada. Adicionar a
solução de sulfato de cobre em quantidade suficiente (~5 vezes o peso do cádmio) e agitar
vigorosamente por 3 minutos, ou até que a coloração azul desapareça e não haja cobre
disperso. Enxaguar o cádmio com água destilada, evitando-se o contato com o ar.

Colocar um tubo capilar (= 1 mm), com uma de suas extremidades protegidas
com lã de vidro, no interior da coluna de vidro ( = 5 mm e L = 22 cm), com fundo cego.
Encher a coluna com água deionizada e colocar o cádmio cuperizado no interior da
mesma. O empacotamento dos grãos deve ser feito com suaves batidas na coluna de vidro.
Quando a coluna estiver cheia, colocar um conector tipo “T” envolvendo a extremidade
da coluna e o capilar. Adaptar 2 ductos, um de entrada e outro de saída, com
aproximadamente 2,5 mm de diâmetro, ao conector. Preencher todos os espaços com a
solução tampão de cloreto de amônio, não permitindo a entrada de ar no sistema. Fechar
o circuito conectando as duas extremidades dos ductos e guardar a coluna até o momento
de uso.

A coluna é ativada, eluindo-se 250 mL de solução tampão contendo 100 M de


nitrato. Caso a coluna seja desativada, o cádmio cuperizado deve ser retirado e tratado

164
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

com solução de ácido nítrico 5 % (v/v) e enxaguado com água destilada até a perda da
acidez. Secar o cádmio e tratar novamente com a solução de sulfato de cobre como
descrito anteriormente.

Após ativar a coluna realiza-se a limpeza (para retirar o excesso de nitrato da


ativação): um volume de tampão NH4Cl é passado pelas colunas (exemplo: 2 litros de
tampão), após esse procedimento retira-se uma alíquota de 30 mL de cada coluna,
adiciona-se 1 mL de AS, 1 mL de NED, aguarda-se 30 minutos. Realiza-se a leitura a 540
nm. Se a leitura estive abaixo de 0,030, as colunas estão prontas para a realização da curva
analítica e amostras, caso contrário deve-se continuar passando o tampão até que a leitura
atinja esse valor.

Eficiência da coluna de redução

A coluna de redução geralmente apresenta uma eficiência de 100% sendo


aceitável até 95%. Para cada coluna de cádmio deve-se passar: 1 branco (50 mL de H2O
e 50 mL de NH4Cl), 1 padrão de concentração conhecida de nitrito e 1 padrão de
concentração conhecida de nitrato (exemplo 5 M). A solução que deve sempre eluir os
reagentes é o tampão de NH4Cl. Realiza-se a reação conforme descrito abaixo para cada
parâmetro (branco, nitrito e nitrato). Faz-se a leitura no espectrofotômetro a 540 nm em
cubas de 5 cm. Calcula-se a eficiência da coluna, se não estiver na faixa de até 95%, deve-
se repetir todo o procedimento de preenchimento e ativação da coluna até atingir esse
valor.

165
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Figura 10: Diagrama de redução do nitrato a nitrito

Padrões para curva analítica

Solução intermediária de padrão nitrato (0,1 mM)

Pipetar 1 mL da solução padrão de nitrato (10 mM) e diluir para 100 mL com água
destilada e deionizada.

Soluções diluídas

A partir da solução intermediária, fazer as diluições conforme a Tabela 13. Para


cada coluna de cádmio utilizada, deve ser feita uma curva analítica.

166
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Tabela 13: diluições dos padrões de nitrato

solução concentração volume solução volume final


diluída intermediária (mL)
(µM) (mL)
1 1,0 1,0 100
2 2,0 2,0 100
3 5,0 5,0 100
4 10,0 10,0 100

Análise

• transferir 50 mL das soluções de padrões diluídas e das amostras de água do mar


para erlenmeyers de 150 mL. Utilizar água destilada e deionizada para a análise
do branco.
• adicionar 50 mL de solução tampão de cloreto de amônio
• passar pela coluna de redução e desprezar os primeiros 30 mL
• recolher a próxima fração de 25-30 mL e transferir para o frasco de reação
• adicionar 1 mL da solução de SA no frasco de reação e agitar
• adicionar 1 mL da solução de NED no frasco de reação e agitar
• após 20 a 30 minutos, ler a absorbância a 540 nm em cubas de 5 cm.

Cálculos

Eficiência da coluna de redução

𝑨𝑵𝑶𝟑
%𝑬𝒇 = x 100
𝑨𝑵𝑶𝟐

Onde:
ANO3 = absorbância do nitrato

167
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

ANO2 = absorbância do nitrito

168
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Curva analítica

Com as medidas de absorbância dos padrões, descontado o valor do branco,


construir uma curva de calibração e obter o fator F que relaciona a concentração com a
absorbância. Lembrando que cada coluna de cádmio tem uma curva analítica.

F = C / A

onde:
C = concentração
A = absorbância

Cálculo da concentração de nitrito total na amostra

[NO2-]total = F . A

onde
A = absorbância da amostra.

Cálculo da concentração de nitrato na amostra

O valor de nitrato da amostra é obtido pela subtração do valor de nitrito obtido


([NO2-]) para a mesma amostra, do valor de nitrito total ([NO2-]total), o qual é obtido após
a passagem pela coluna de redução.

[𝑁𝑂3 − ] = [𝑁𝑂2 − ]𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 − [𝑁𝑂2 − ]

Dessa forma, faz-se necessário a quantificação do nitrito total da mesma amostra.

Interferentes e precisão do método

A determinação de nitrato na água do mar geralmente não está sujeita a

interferentes. Pequenas quantidades de gás sulfídrico podem estar presentes na amostra,

mas não interferem na análise de nitrato, porque o íon sulfeto é precipitado no topo da

169
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

coluna de redução como sulfeto de cobre ou de cádmio. A reprodutibilidade do método é

de ±0,1µM na faixa de 0 - 5 µM, ±0,2 na faixa de 5 - 10 µM e ±0,5 µM para concentrações

acima de 10 µM. Quando não estão envolvidos erros sistemáticos de amostragem, a

exatidão do método é de ±3% para a faixa de concentração de 0 - 10 µM.

170
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

171
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

5.6 Determinação de Proteínas Totais em Sedimento

Entre os métodos mais frequentemente utilizados para análise de proteínas totais no


sedimento estão os de Hartreee (1972) e Rice (1982). Trata-se de um método
colorimétrico em que a quantidade de proteínas é proporcional à intensidade da cor azul
na solução.

As áreas urbanas costeiras são comumente impactadas por: sobrepesca, fontes


diversas de contaminação química e biológica, aumento da população e navegação, entre
outras causas. Desta forma, o desenvolvimento de novas ferramentas de avaliação de
impacto ambiental faz-se cada vez mais necessária para permitir o manejo dos sistemas.
A maior parte das avaliações sobre eutrofização são realizadas por uma combinação de
variáveis da coluna de água; porém, mais recentemente, novas abordagens que levam em
conta o domínio bêntico têm sido consideradas porque os sedimentos superficiais
marinhos mostraram ser não apenas o repositório das informações provenientes da coluna
de água, mas também o registro da acumulação do carbono orgânico ao longo do tempo.
Uma técnica recentemente descoberta considera a composição bioquímica da matéria
orgânica sedimentar na avaliação das tendências de eutrofização dos sistemas marinhos,
particularmente as concentrações de proteína e carboidratos.

Princípio do método

Em meio alcalino o íon bivalente Cu2+ forma complexos com as ligações


peptídicas das proteínas e é reduzido ao íon monovalente Cu+. O cobre monovalente e os
grupos radicais dos aminoácidos aromáticos (principalmente tirosina, triptofano) reagem
com o Folin-Ciocalteau obtendo-se um produto azul. Esse produto azul é o resultado da
redução do fosfomolibdenio/tungstenio do reagente de Folin. A sensibilidade do método
é boa a partir de concentrações iguais a 0,01 mg de Proteína por mililitro de solução. O
método é linear entre 0 e 250 mg de albumina bovina (BSA) por litro de solução, sendo
que a precisão é de 7%.

172
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Modificações do Hartree: Utiliza menor quantidade de reagentes, a resposta é mais


linear e menos sensível a turbidez formada por frações insolúveis em agua se a leitura em
espectrofotómetro do produto azul é feita a 650 nm.

Material

espátula pequena

tubos de vidro de 15 mL com tampa

pipetas de 1-5 mL

pipetas 20 - 200 L

centrífuga

espectrofotômetro e cubetas de 1cm

balança analítica

Reagentes

Solução A: dissolver 2 g de tartarato de sódio-potássio e 100 g de Na2CO3 anidro em 500


mL de NaOH a 1M (20 g em 500 mL de água); a solução, transparente, é diluída a 1000
mL com água destilada. A solução A deve ser estocada a 4 °C, e é estável por 2-3 meses.
Depois disso o Na2CO3 começa a precipitar e a solução não pode mais ser utilizada.

Solução B: dissolver 2 g de tartarato de sódio-potássio e 1g de CuSO4 em 90 mL de água


destilada; essa solução levemente azulada é diluída com 10 mL de 1 M de NaOH. A
solução final, azulada, quando estocada a 4 °C é estável por várias semanas.

Solução C: diluir 1 mL de reagente Folin-Ciocalteau em 15 mL de água destilada. A


solução, de cor amarela, é instável e deve ser preparada poucos minutos antes de ser usada.

173
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Padrão de Soro Bovino Albumina (BSA) (1000 g mL-1): pesar 100 mg (0,1g) de BSA
em balão de 100 mL, solubilizar com água destilada.

Padrões para Curva analítica

A partir da solução de 1000 g mL-1, fazer as demais diluições conforme a Tabela


14.

Tabela 14: diluições dos padrões de albumina

solução concentração volume solução volume final


diluída intermediária (L)
-1 (mL)
(g mL )
1 50 250 5
2 100 500 5
3 250 1250 5
4 500 2500 5
5 750 3750 5

O procedimento para elaboração da curva é:

Em um tubo de vidro de 15 mL, adicionar 1 mL da diluição do padrão


intermediário. É necessário também fazer um branco de reagentes para zerar o
espectrofômetro.

Adicionar 0,9 mL da solução A em cada tubo e agitar no vortex por 30 segundos.

Colocar os tubos em banho quente por 10 minutos a 50°C.

Adicionar 0,1 mL da solução B em cada tubo e agitar no vortex por 30 segundos.

Deixar reagir por 10 minutos à temperatura ambiente.

174
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Adicionar 3,0 mL da solução C em cada tubo e agitar no vortex por 30 segundos.

Colocar os tubos em banho quente por 10 minutos a 50°C.

Análise em cubeta de 1cm no espectrofotômetro em comprimento de onda de 650


nm (antes zerar o equipamento com um branco de reagentes).

Análise

Obs.: É necessário que 5 gramas do sedimento seja calcinado em mufla a 450oC. Este
sedimento será usado como um branco de amostras. O procedimento para análise deste
sedimento segue o mesmo procedimento descrito abaixo.

Pesar o tubo antecipadamente e anotar a massa

Pesar aproximadamente 0,5 g de sedimento úmido em um tubo de centrífuga de


15 mL. Anotar esta massa.

Adicionar 1 mL de água destilada e misturar vigorosamente no vortex (30


segundos).

Adicionar 0,9 mL da solução A em cada tubo e agitar no vortex por 30 segundos.

Colocar os tubos em banho quente por 10 minutos a 50°C.

Adicionar 0,1 mL da solução B em cada tubo e agitar no vortex por 30 segundos.

Deixar reagir por 10 minutos à temperatura ambiente.

Adicionar 3,0 mL da solução C em cada tubo e agitar no vortex por 30 segundos.

Colocar os tubos em banho quente por 10 minutos a 50°C.

Centrifugar os tubos (5 minutos a 2500 rpm).

175
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Depois da centrifugação o sobrenadante é analisado em cubeta de 1cm no


espectrofotômetro em comprimento de onda de 650 nm (antes zerar o equipamento com
um branco de reagentes).

O sobrenadante é descartado e o resíduo é seco a 60oC. Anotar essa massa após


secagem.

Cálculos

Quantidade de proteína no sedimento

PRTc (mg g-1) = {[A650c - A650bcor) x C] + K} x Ps-1 x 10-3

PRTbcos (mg g-1) = {[A650bcos - A650bcor) x C] + K} x Psc-1 x 10-3

PRTF (mg g-1) = PRTc - PRTbcos

Onde:

A650c = absorbância da amostra a 650 nm

A650bcor = absorbância do branco de reagentes

A650bcos = absorbância do sedimento calcinado (branco do sedimento)

C = coeficiente linear de interpolação da absorbância e a concentração do BSA


(Concentração = [Absorbância x C] +K)

K = constante linear de interpolação da absorbância (variável independente) e a


concentração de BSA (variável dependente)

Ps = peso do sedimento seco após a análise

Psc = peso do sedimento calcinado

176
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

PRTc = concentração de proteína na amostra

PRTbcos = concentração de proteína no sedimento calcinado

PRTF = proteína final

Referências:

Hartree, E.F., 1972. Determination of proteins: a modification of the Lowry method that
give a linear photometric response. Analytical Biochemistry. 48: 422-427.

Rice, D.L., 1982. The detritus nitrogen problem: new observations and perspectives from
organic geochemistry. Marine Ecology Progress Series. 9: 153-162.

Danovaro, Roberto. 2009. Methods for the study of deep-sea sediments, their functioning
and biodiversity. CRC Press. 458p.

177
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

178
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

5.7 Determinação de Carboidratos Totais em Sedimento

A concentração de carboidratos totais foi determinada de acordo com Dubois et al


(1956), otimizado para sedimentos por Gerchacov and Hatcher (1972). Trata-se de um
método colorimétrico da reação entre os açucares e os fenóis na presença de ácido
sulfúrico.

Princípio do método

Este método fundamenta-se na sensibilidade dos carboidratos a ácidos fortes e


altas temperaturas. Sob condições de temperatura elevada o ácido sulfúrico quebra os poli,
oligo e dissacarídeos em monossacarídeos. Logo depois ocorre a desidratação dos
monossacarídeos, com o continuo aquecimento e a catálise ácida são produzidos
derivados do furano (pentosas = desidratadas para furfural e hexosas = desidratadas para
hydroximetilfurfural). Os derivados do furano condensam-se com o fenol obtendo-se um
produto amarelo-marrom. A sensibilidade do método é boa a partir de concentrações
iguais a 0,01 mg de CHO/ml e a precisão do método é de 4 %.

Modificações do Gerchakov & Hatcher, 1972: a adição do ácido sulfúrico é feita


depois do fenol dando maior sensibilidade e repetitividade ao método. Os derivados do
furano são instáveis, então se quando eles são formados o fenol já está presente à reação
de condensação entre eles e o fenol é favorecida.

Material

espátula pequena

tubos de vidro de15 mL com tampa

pipetas de 1-5 mL

pipetas 20 - 200 L

179
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

centrífuga

espectrofotômetro e cubetas de 1cm

balança analítica

estufa (60°C)

Soluções

Fenol: solução de fenol a 5%

Ácido sulfúrico concentrado

Solução padrão de glucose (D+) para curva analítica (10000 g mL-1): pesar 0,5 g de
glucose em balão de 50 mL e completar o volume com água destilada.

Padrões para Curva analítica

A partir da solução intermediária (10000 g mL-1), fazer as demais diluições


conforme a Tabela 15.

Tabela 15: diluições dos padrões de glucose

solução concentração volume solução volume final


diluída intermediária (L)
-1 (mL)
(g mL )
1 50 250 50
2 100 500 50
3 250 1250 50

O procedimento para elaboração da curva é:

180
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Em um tubo de vidro de 15 mL, adicionar a diluição do padrão intermediário. É


necessário também fazer um branco de reagentes para zerar o espectrofômetro.

Adicionar 1 mL de fenol em cada tubo e agitar no vortex por 30 segundos.

Deixar os tubos em repouso na temperatura ambiente por 10 minutos.

Adicionar 5 mL de ácido sulfúrico concentrado a cada tubo e agitar no vortex por


30 segundos - a solução ficará amarelo-amarronzada.

Centrifugar os tubos (15 minutos a 2500 rpm).

Depois da centrifugação o sobrenadante é analisado em cubeta de 1cm no


espectrofotômetro em comprimento de onda de 485 e 600.

Análise

Obs.: É necessário que 5 gramas do sedimento seja calcinado em mufla a 450oC. Este
sedimento será usado como um branco de amostras. O procedimento para análise deste
sedimento segue o mesmo procedimento descrito abaixo.

Pesar os tubos previamente e anotar a massa.

Pesar aproximadamente 0,1g de sedimento úmido em um tubo de centrífuga de 15


mL.

Adicionar 1 mL de água destilada e misturar vigorosamente no vortex.

Adicionar 1 mL de fenol em cada tubo e agitar no vortex por 30 segundos.

Deixar os tubos em repouso na temperatura ambiente por 10 minutos.

181
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Adicionar 5 mL de ácido sulfúrico concentrado a cada tubo e agitar no vortex por


30 segundos - a solução ficará amarelo-amarronzada.

Centrifugar os tubos (5 minutos a 2500 rpm).

Depois da centrifugação o sobrenadante é analisado em cubeta de 1cm no


espectrofotômetro em comprimento de onda de 485 e 600 nm (antes zerar o equipamento
com um branco de reagentes).

Descartar o sobrenadante e guardar o resíduo. O resíduo é seco a 60oC. Anotar a


massa seca.

Cálculos

CHOc (mg g-1) = {{[(A485c - A485bcor)-(1,5 x A600c - 0,003)] x C}+K} * (KCaCO3 x Ps)-1 x 10-3

CHObcos (mg g-1) = {{[(A485bcos - A485bcor) - (1,5 x A600c - 0,003)] x C} + K} * (KCaCO3 x Psc)-1 x 10-3

CHOF (mg g-1) = (CHOc - CHObcos)

Onde:

A485c = absorbância da amostra a 485 nm.

A485bcor = absorbância do branco de reagentes a 485 nm

A485bcos = absorbância do sedimento calcinado a 485 nm

A600c = a absorbância da amostra a 600 nm.

C = coeficiente linear de interpolação da absorbância e a concentração da glucose (D+)


(Concentração = [Absorbância x C] +K)

K = constante linear de interpolação da absorbância (variável independente) e a


concentração da glucose D(+) (variável dependente)

182
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Ps = peso do sedimento seco após análise

Psc = peso do sedimento calcinado

KCaCO3 = fator de correção da quantidade de CaCO3 = 1

CHOc = concentração de carboidratos na amostra

CHObcos = concentração de carboidratos no sedimento calcinado

CHOF = concentração de carboidratos

Referências:

Dubois, M., K. Gilles, J.K. Hamilton, P.A. Rebers and F. Smith. 1956. Colorimetric
method for determination of sugars and related substances. Anal. Chem. 28: 350-356.

Gerchacov, S.M., Hatcher, P.G., 1972. Improved technique for analysis of carbohydrates
in the sediment. Limnology and Oceanography. 17, 938-943.

Danovaro, Roberto. 2009. Methods for the study of deep-sea sediments, their functioning
and biodiversity. CRC Press. 458p

183
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

184
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

185
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

5.8 Determinação da concentração de clorofila e feopigmentos em


sedimento

A determinação de pigmentos é usada como uma estimativa de biomassa

fitoplanctônica, podendo ser empregada na determinação de índices de assimilação de

nutrientes juntamente com medidas de produtividade primária. A correlação entre

concentração de clorofila e disponibilidade de nutrientes é, geralmente, direta. Quando

uma região apresenta altas concentrações de ambos, pode ser considerada eutrofizada ou

sob este processo.

A produtividade biológica nas zonas costeiras está, em muitos casos, relacionada

com a abundância dos organismos planctônicos que constituem a base energética para

outros níveis tróficos. O fitoplâncton faz parte desta base em muitos ciclos alimentares

em ambientes aquáticos e globalmente está entre os mais importantes produtores

primários. A clorofila é o composto mais comumente determinado em estudos ambientais,

por ser o pigmento de mais ampla ocorrência nas populações de microalgas em geral.

Com a análise de diferentes tipos de pigmentos é possível estimar as famílias de

microalgas prevalecentes na região de estudo e, assim, utilizá-las como organismos

bioindicadores da qualidade do ambiente, de acordo com as características e propriedades

de cada grupo taxonômico.

Princípio do método

186
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Para determinação de clorofila e feopigmentos em sedimento será realizada uma

extração com acetona 90% e posterior determinação da concentração utilizando-se a

técnica de espectrofotometria

Material

• espátula pequena
• tubos de vidro de 15 mL com tampa
• pipetas de 1-5mL
• pipetas 20 – 200 L
• centrífuga
• espectrofotômetro e cubetas de 1cm
• balança analítica
• estufa (60°C)
• banho de ultrassom
• Freezer (-20ºC)

Soluções

Acetona

Ácido clorídrico 1M: em um balão volumétrico de 1 litro, adicionar 500 mL de


água e adicionar cuidadosamente 82 mL de ácido clorídrico concentrado (~ 36 a 37%),
completar com água destilada.

Análise

• As amostras de sedimento coletadas serão armazenadas em frascos âmbar.

187
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• Pesar previamente os frascos de análise de clorofila (sem tampa). Para cada ponto

de amostragem serão realizadas 3 réplicas.

• Pesar 1 grama de sedimento úmido. Anotar a massa. Adicionar 10 mL de Acetona

90%. Agitar e deixar em repouso a 4oC durante a noite.

• No dia seguinte centrifugar as amostras por 10 minutos a 2500 rpm. O branco de

reagentes será acetona 90%. Após a centrifugação o sobrenadante deverá ser

colocado em cubetas de quartzo com leituras no espectrofotômetro a 665 e 750

nm.

• Após esta leitura é adicionado 200 L de ácido clorídrico (0,1M) diretamente nas

cubetas. Aguarda-se 30 segundos e novamente é feita a leitura nos comprimentos

de onda de 665 e 750 nm.

• Os tubos contendo o sedimento úmido serão secos em estufa a 60oC por 36 hrs.

Após este período os tubos serão pesados.

188
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Cálculos

𝐶𝑙𝑜𝑟𝑜𝑓𝑖𝑙𝑎(𝜇𝑔 𝑔−1 ) = 26,7[𝐴665𝑜 − 𝐴665𝑎 ]. [𝑣 + (𝑃𝑃𝑢 − 𝑃𝑃𝑠 )]. (𝐶𝑂. 𝑃𝑠 )−1

𝐹𝑒𝑜𝑝𝑖𝑔𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝜇𝑔 𝑔−1 ) = 26,7[(1,7. 𝐴665𝑎 ) − 𝐴665𝑜 ]. [𝑣 + (𝑃𝑃𝑢 − 𝑃𝑃𝑠 )]. (𝐶𝑂. 𝑃𝑠 )−1

onde:
26,7 = constante de absorção da clorofila;
1,7 = razão entre 665o/665a na ausência de feopigmentos;
A665o = [A665 – A750]
A665a= [A665a – A750a]
A665 = absorbância antes da acidificação;
A665a = absorbância após a acidificação;
A750 = absorbância antes da acidificação;
A750a = absorbância após a acidificação;
 = volume do extrato de acetona (10 mL)
CO = percurso ótico da cubeta (1cm)
PPu = peso (g) do tubo contendo o sedimento úmido
PPs = peso (g) do tubo contendo sedimento seco
Ps = peso (g) do sedimento seco

Referências:

Danovaro, Roberto. 2009. Methods for the study of deep-sea sediments, their functioning
and biodiversity. CRC Press. 458p

189
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

190
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

191
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

5.9 Determinação da concentração de carbono orgânico dissolvido na água

do mar

Para a determinação de carbono orgânico dissolvido, a amostra de água do mar é

filtrada, acidificada e sofre combustão no Analisador de Carbono Orgânico com detecção

no infravermelho de CO2 formado.

Princípio do método

O carbono é quantificado com a utilização de um analisador de carbono. Este

instrumento promove a oxidação do carbono presente na amostra aquosa, convertendo-o

em dióxido de carbono (CO2) através de combustão. O CO2 produzido pode ser

quantificado diretamente, ou após a redução, por espectroscopia de infravermelho. A

quantidade de CO2 produzida na combustão é diretamente proporcional à concentração

de carbono contido na amostra. Os analisadores de carbono são capazes de quantificar

todas as formas de carbono em uma amostra.

Obs.: Carbonatos e bicarbonatos são formas inorgânicas de carbono e devem ser

separados dos valores de carbono orgânico total. Dependendo do instrumento, esta

separação pode ser conseguida por uma simples subtração matemática, ou pela remoção

de carbonato e bicarbonato pela conversão dos mesmos em CO2 pela degaseificação da

amostra antes da análise.

192
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Figura 11: Diagrama de funcionamento do equipamento de carbono orgânico.

Material

• Tubos de vidro de 15 mL
• Kit de filtração
• Filtro do tipo GF/F de 0,45 m de diâmetro de poro
• Proveta de 10 mL
• Analisador de carbono orgânico

Soluções

Água Mili-Q.

193
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Ácido Fosfórico (H3PO4) 10%: em um balão de 100 mL adicionar 50 mL de


água Mili-Q. Em seguida adicionar 10 mL de ácido fosfórico concentrado. Completar o
volume com água Mili-Q.

Padrão biftalato de potássio (hidrogenoftalato de potássio) (100 mg L-1): em um


balão de 100 mL pesar 10 mg de biftalato de potássio. Completar com água Mili-Q.

Procedimento Experimental

Filtração e homogeneização da amostra

Coletar a água do mar em um frasco âmbar de 4 litros. Filtrar uma parte da água
e coletar aproximadamente 10 mL em frasco de 15 mL. Adicionar 1 mL de H3PO4 10%.
Homogeneizar a amostra. Caso a amostra não seja lida logo de imediato, congela-la em
freezer.

Análise

Solução intermediária de padrão biftalato de potássio (10 mg L-1)

Pipetar 10 mL da solução padrão de biftalato de potássio (100 mg L-1) e diluir para


100 mL com água Mili-Q.

Soluções diluídas

A partir da solução intermediária, fazer as demais diluições conforme a Tabela


16. Obs.: para estas diluições deve ser utilizada água do mar sintética de salinidade 35

Tabela 14: diluições dos padrões de biftalato de potássio

solução concentração volume solução volume final


diluída intermediária
-1
(mg L ) (mL)
(mL)

194
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

1 0 0 100
2 1 10 100
3 2 20 100
4 5 50 100

O procedimento para elaboração da curva é:

Branco: água do mar sintética

• Diluição dos padrões da curva

• Injeção no analisador de carbono orgânico dissolvido

Análise

• Após a etapa de preparo das amostras, as mesmas são injetadas no analisador para
carbono orgânico dissolvido

Cálculos

Curva analítica

Com as medidas de absorbância dos padrões, descontado o valor do branco,


construir uma curva de calibração e obter o fator F que relaciona a concentração com a
absorbância.

F = C / A

onde:
C = concentração
A = absorbância

Cálculo da concentração de carbono orgânico dissolvido na amostra

195
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

[COD] = F . A

onde
A = absorbância da amostra.

Interferentes:

Carbono na forma de carbonatos e bicarbonatos representa uma interferência na

quantificação de COD e devem ser removidos ou descontados para os cálculos finais. Um

das formas do carbono ser removido é através da acidificação da amostra e purga com um

gás inerte. Este método é aplicável somente para amostras aquosas homogêneas, as quais

poderão ser injetadas pelo sistema automático de injeção (ou seja, capaz de ser injetado

por uma micro seringa). É aconselhável a filtração da amostra antes da colocar no

analisador. A remoção do carbonato e bicarbonato pela acidificação e purga com N2, ou

outro gás inerte, pode causar uma perda de substâncias orgânicas voláteis.

196
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

197
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

198
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

5.10 Determinação de pigmentos fotossintéticos do fitoplâncton

A quantificação da fração particulada viva no meio aquático é importante para o

estudo e compreensão dos fenômenos ecológicos. Para tanto, uma estimativa da biomassa

fitoplanctônica por via química, pela extração e determinação dos pigmentos

fotossintéticos, tem se mostrado satisfatória, mais simples e rápida que os métodos

baseados, por exemplo, nas contagens de células.

Princípio do método

Um volume conhecido de água do mar é filtrado através de um filtro, que pode

ser de fibra de vidro tipo Milipore AP-40, Whatman, acetato de celulose ou policarbonato,

onde as células fitoplânctônicas ficarão retidas. Os pigmentos são então extraídos em

acetona 90%, no escuro e sob refrigeração, e a concentração é estimada através da

absorbância do extrato determinada espectrofotometricamente.

Material

• Kit de filtração
• Pinças
• Potes herméticos com sílica gel
• Tubos de centrífuga com tampa de 15 mL
• Bastões de vidro
• Espectrofotômetro

Soluções

Acetona 90%: 900 mL de acetona em 100 mL de água destilada

199
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Ácido clorídrico 0,3M: em um balão volumétrico de 1 litro, adicionar 500 mL de


água e adicionar cuidadosamente 24,5 mL de ácido clorídrico concentrado (~ 36 a 37%),
completar com água destilada.

Amostragem e estocagem

Filtrar entre 0,5 a 10 litros de água do mar (ou até entupir o filtro, em caso de
águas costeiras ou eutrofizadas) sob pressão negativa máxima de 0,5 atm. Secar
rapidamente o filtro sob vácuo, dobrá-lo com o material voltado para a face interna e
colocá-lo em um envelope identificando a amostra. Caso a análise não possa ser realizada
de imediato, manter os filtros em dessecador a -20oC ou então em vials criogênicos
identificados, em botijões de nitrogênio líquido.

Análise

• Transferir o filtro para um tubo de centrífuga com o auxílio de uma pinça

• Adicionar 10 a 12 mL de acetona 90%. Caso o filtro não seja solúvel, macerá-lo

com um bastão de vidro para facilitar o contato da acetona com as células algais

• Deixar no refrigerador por no mínimo 18 horas cobrindo os tubos com papel

alumínio

• Centrifugar as amostras a 2000 rpm por 15 minutos. Obs.: manter a amostra ao

abrigo da luz e do calor durante todo o processo para evitar a degradação dos

pigmentos.

• Transferir o sobrenadante com pipeta pasteur para uma cubeta do

espectrofotômetro

200
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• Proceder a leitura da absorbância da amostra nos seguintes comprimentos de

onda: 750, 664 (ou 665), 647 (ou 645), 630, 510 e 480 nm. A cubeta de referência

deve conter acetona 90%. Anotar as absorbâncias na planilha em anexo.

• Acidificar a amostra com HCl 0,3M (se a análise estiver sendo feita em cubetas

de 1 cm utilizar 2 gotas de HCl, se for em cubetas de 5 cm adicionar 3 gotas)

• Repetir as leituras em 750 e 665 nm

• Descartar a amostra em frasco apropriado e lavar a cubeta com acetona 90%

Cálculos

A quantidade de pigmento na amostra de água original é obtida utilizando-se as


equações abaixo:

Método Tricromático (Jeffrey & Humphrey, 1975)

Clorofila a (g mL-1) = (11,85 x A664) – (1,54 x A647) – (0,08 x A630) (1)

Clorofila b (g mL-1) = (21,03 x A647) – (5,43 x A664) – (2,66 x A630) (2)

Clorofila c (g mL-1) = (24,52 x A630) – (1,67 x A664) – (7,60 x A647) (3)

onde:
A= absorbância nos diferentes comprimentos de onda após a correção para a turbidez: as
leituras de absorbância em 665, 645 e 630 nm devem ser corrigidas subtraindo-se delas o
valor da absorbância obtido em 750 nm. Para a leitura em 510 nm subtrai-se 2x e para
480 nm subtrai-se 3x o valor obtido em 750 nm

Para expressar estes resultados em termos do volume de água filtrada faz-se a


seguinte correção:

𝐶𝑥𝑣
𝐶𝑙𝑜𝑟𝑜𝑓𝑖𝑙𝑎(𝑚𝑔 𝑚−3 ) =
𝑉𝑥𝐿

201
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Onde:

C = concentração (g mL-1) dada pelas equações 1, 2 e 3


v = volume de acetona utilizada no extrato (mL)
V = volume de água do mar filtrada (L)
L = caminho óptico da cubeta (cm)

Obs.: 1 mg m-3 = 1 g L-1

Método Monocromático (Lorenzen, 1967)

26,7 𝑥 (𝐴665𝑜−𝐴665𝑎)𝑥 𝑣
Clorofila a (mg m−3 ) =
𝑉𝑥𝐿

26,7 𝑥 [(1,7 𝑥 665𝑎) − 𝐴665𝑜] 𝑥 𝑣


Feopigmentos − a (mg m−3 ) =
𝑉𝑥𝐿
Onde:
A665o = absorbância antes da acidificação, descontar o valor da turbidez (absorbância a
750 nm)
A665a = absorbância após a acidificação, descontar o valor da turbidez (absorbância a
750 nm)
v = volume de acetona no extrato (mL)
V= volume de água filtrada (L)
L = caminho óptico (cm)

Determinação de Carotenóides (Parsons et al., 1984)

[7,6 𝑥 (𝐴480−1,49 𝑥 𝐴510)]𝑥 𝑣


Carotenóides (mg m−3 ) =
𝑉𝑥𝐿

Onde:
A480 = absorbância a 480 nm, descontar o valor da turbidez (absorbância a 750 nm)
A510 = absorbância a 510 nm, descontar o valor da turbidez (absorbância a 750 nm)
v = volume de acetona no extrato (mL)
V= volume de água filtrada (L)
L = caminho óptico (cm)

202
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Referências:

Jeffrey, S.W. & Humphrey, G.F. 1975. New spectrophotometric equations for
determining chlrophylls a, b, c1 and c2 in higher plants, algae and natural phytoplankton.
Biochem. Physiol. Pflanzen (BPP), Bd., 167. 191-194.

Lorenzen, C.J. 1967. Determination of chlorophyll and pheo-pigments:


spectrophotometric equations. Limnol. Oceanogr. 12(2): 343-345.

Parsons, T.R., Maita, Y. & Lalli, C.M. 1984. “A Manual of Chemical and Biological
Methods for Seawater Analysis”. Pergamon Press, Oxford, 173p.

Saldanha-Correa, F.M.P., Gianesella, S.M.F. & Barrera-Alba, J.J. 2004. A comparison of


the retention capability among three diferente glass-fiber filters used for chlorophyll
determinations. Braz. J. Oceanography. 52(3/4): 245-249.

203
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anexos:

204
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

205
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

206
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Capítulo 6: Outras técnicas

207
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

6.1 Determinação da concentração de Ácidos Graxos na água do mar

O método para determinação da concentração de ácidos graxos dissolvidos, baseia-

se na esterificação com metanol e ácido sulfúrico e a detecção via cromatografia à gás

com detector de ionização de chama.

Princípio do método

Os compostos orgânicos são introduzidos no mar provenientes de diversas fontes,

dentre elas podem ser citados os compostos originários de organismos, especificamente

fito e zooplâncton marinho. A água do mar apresenta em média 1 mg L-1 de compostos

orgânicos dissolvidos, sendo que a classe dos ácidos graxos contribuem com cerca de 3%

nesse montante. Os organismos marinhos utilizam continuamente material orgânico,

excretando posteriormente parte dos lipídeos na forma de ácidos graxos e/ou ésteres

graxos.

Os ácidos graxos são os principais componentes dos lipídeos, podendo existir na

forma livre ou esterificada. As variações no teor e tipo de ácidos graxos, presentes na

coluna de água, estão associadas principalmente à atividade planctônica. O papel mais

importante dos ácidos graxos na água do mar é como fonte de energia: a oxidação de 1

mol de ácido oleico (n-C18:1), por exemplo, fornece 3 vezes a quantidade de energia

fornecida pela oxidação de 1 mol de glicose, e mais de 13 vezes a quantidade de energia

fornecida pela oxidação de 1 mol de amônia.

208
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Material

• Frascos ambar de 4 Litros para coleta de agua do mar


• Estrutura metálica para colocar a garrafa
• Funil Grande de Plástico
• Provetas de 1 L
• Funis de separação de 3 L
• Suporte Funis de separação
• provetas de 50 e 10 mL
• frascos ambar boca esmerilhada (~200 mL)

Soluções

Diclorometano
Ácido Clorídrico 50%
Ácido triconsanóico 100 ng L-1 (padrão surrogate)
Ácido sulfúrico 2% diluído em metanol
n-hexano
Solução saturada de cloreto de sódio
Mix de ácidos graxos (C10, C12, C14, C16, C18, C20, C22, C24, C26, C28 e
C30): com este mix de concentração 100 ng L-1 construir a curva analítica

Padrões para Curva analítica

A partir da solução mix (100 ng L-1), fazer as demais diluições conforme a


Tabela 17.

209
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Tabela 15: diluições dos padrões de ácidos graxos

solução concentração volume solução volume final


diluída intermediária (L)
(ng L-1) (L)
1 5 25 500
2 10 50 500
3 20 100 500
4 30 150 500

Durante a diluição dos padrões adicionar 25 L do padrão surrogate (100 ng L-


1
) em cada diluição.

O procedimento para elaboração da curva é:

• Transferir cada diluição dos padrões de ácidos graxos para um tubo de vidro para
a execução da metilação
• Adicionar 5 mL do ácido sulfúrico 2% e 3 mL de n-hexano. Obs.: um branco de
reagentes também deverá ser feito
• Colocar em banho maria a 50oC por 30 minutos.

• Resfriar o frasco e transferir a solução para balão volumétrico de 125 mL.

• Adicionar 40 mL de solução saturada de cloreto de sódio. Agitar por 1 minuto.

• Conectar um tubo graduado ao balão e adiciona-se água destilada até o n-hexano

atingir a parte graduada do tubo.

• Todos os ésteres metílicos formados encontram-se dissolvidos no n-hexano.

Transfere-se a fração n-hexânica para um frasco calibrado e concentra-se a 0,5

mL.

• Injeta-se 100 μL no cromatógrafo à gás com detector de ionização de chama (FID).

210
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Extração das amostras

Extrair 2 litros de amostra de água do mar com 30 mL de diclorometano (DCM).


Agitar vigorosamente por 5 minutos. Separar a parte inferior e guardar o extrato em frasco
âmbar com tampa esmerilhada. Em seguida, acidular a fase aquosa com 5 mL de HCl a
50% em volume e adicionar 30 mL de DCM, extrair novamente. Separar a fase orgânica
e juntar ao extrato anterior no frasco com tampa esmerilhada. Adicionar 30 mL de DCM
a fase aquosa e extrair pela última vez. Armazenar o frasco na geladeira.

Figura 12: Funil de separação para extração de ácidos graxos da água do mar

Análise

• Adicionar Na2SO4 ao extrato do frasco âmbar, até que os grãos do sal


fiquem soltos na solução.
• O sobrenadante deve ser transferido para um balão volumétrico de 125 ml.
• Adicionar 25μl do padrão surrogate (ácido tricosanóico – 100 ng L-1).

211
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

• Concentrar a 1 mL e transferir para um frasco de metilação.


• Adicionar 5 mL de H2SO4 2% e 3 mL de n-hexano. Obs.: um branco de
reagentes também deverá ser feito.
• Colocar em banho maria a 50oC por 30 minutos.
• Resfriar o frasco e transferir a solução para balão volumétrico de 125 mL
• Adicionar 40 mL de solução saturada de cloreto de sódio e agitar por 1
minuto.
• Conectar um tubo graduado ao balão e adicionar água destilada até o n-
hexano atingir a parte graduada do tubo. Todos os ésteres metílicos
formados encontram-se dissolvidos no n-hexano.
• Transfere-se a fração n-hexânica para um frasco calibrado e concentra-se
a 0,5 mL.
• Injeta-se 100 μL no cromatógrafo à gás com detector de ionização de chama (FID).

Cálculos

A determinação das quantidades dos componentes das amostras envolve a


conversão do cromatograma em informação quantitativa.

Neste caso, é utilizada a área dos picos para quantificar as amostras, que é baseada
no processo de aproximação geométrica (triangulação).

Curva Analítica

É construída baseando-se na área do mix de padrões de ácidos graxos e do padrão


surrogate (ácido tricosanóico). Essa área é determinada utilizando-se o software do
equipamento GC-FID Agilent 6890 series.

212
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Figura 13: Funil de separação para extração de ácidos graxos da água do mar

Amostras

A partir da curva analítica calcula-se a área e as concentrações das amostras de


ácidos graxos.

Referências:

Montone, R. C.; Weber, R. R.; Gaeta, S. A. 1990. Variação sazonal (verão-inverno) de

ácidos graxos na água do mar do Boqueirão, Ilha Anchieta, Ubatuba, SP (Lat. 23o31'S -

Long. 45o05'W). Anais da Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, 1: 84-111.

213
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

214
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

215
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

6.2 Determinação da concentração de Hidrocarbonetos Policíclicos

Aromáticos em água do mar

O método para determinação da concentração de hidrocarbonetos policíclicos

aromáticos em água do mar é baseado na extração com um solvente orgânico e posterior

leitura em um espectrofluorímetro.

Princípio do método

Alguns compostos dissolvidos em água quando irradiados por uma fonte de

energia luminosa podem reemitir esta energia na forma de fluorescência. O método mais

utilizado para a determinação de hidrocarbonetos de petróleo dissolvidos e/ou dispersos

(HPDDs) em água do mar é baseado na fluorescência ultravioleta (FUV) e na similaridade

entre o espectro de excitação e emissão de compostos orgânicos não polares extraídos da

água do mar e aqueles presentes na maioria dos petróleos e óleos refinados (Ehrhardt,

1983). O uso do método de fluorescência tem mostrado bons resultados nas regiões

vizinhas de derrames de óleo, apresentando custo relativamente baixo quando comparado

às demais técnicas e conduzindo a resultados expressivos, mesmo em baixas

concentrações (Ehrhardt & Knap, 1989).

Material

• Frascos ambar de 4 Litros para coleta de agua do mar


• Proveta de 50 mL
• Funil de separação

216
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Soluções

n-hexano

Água Mili-Q extraída com n-hexano

Figura 14: Extração de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos em água do mar

Padrões para Curva analítica

Para se fazer a quantificação, é feita uma curva de calibração com padrão de óleo

cru intemperizado, e assim pode-se avaliar a concentração total de hidrocarbonetos

aromáticos do petróleo nas amostras. Um dos processos de intemperização artificial é a

destilação, onde os constituintes de baixo ponto de ebulição são removidos para simular

perdas similares aos de um óleo derramado. O petróleo utilizado é o óleo Carmópolis,

obtido no DTCS, sendo um óleo de circulação na região. Esse óleo foi destilado a 110°C,

para deixá-lo em condições semelhantes a um óleo intemperizado. Os resultados são

217
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

expressos em µg L-1 de equivalentes do óleo Carmópolis. A curva de calibração é feita

numa faixa entre 0,1 a 10,0 µg L-1 de equivalentes do óleo Carmópolis. As amostras que

apresentam leitura fora da faixa de calibração são diluídas para que as leituras fiquem

dentro da reta de proporcionalidade.

A partir do óleo Carmópolis (100 µg L-1), fazer as demais diluições conforme a


Tabela 18.

Tabela 16: diluições dos padrões

solução concentração volume solução volume final


diluída intermediária (L)
(µg L-1) (mL)
1 0,1 10 10
2 0,5 50 10

3 1,0 100 10

4 2,0 200 10

5 5,0 500 10

6 7,5 750 10

7 10,0 1000 10

O procedimento para elaboração da curva é:

• Transferir o volume necessário do óleo carmopolis (de acordo com a tabela 15)
para balões volumétricos de 10 mL e completar com n-hexano.
• Fazer a leitura em espectrofluorímetro (excitação = 310 nm, (emissão = 360 nm)
• Anotar o valor da fluorescência emitida.

218
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Amostragem e extração das amostras

As amostras de água são coletadas em frascos de vidro âmbar de 4 L, acoplado a


um suporte de aço-inox, a 1 m da superfície. Após a coleta adicionar 30 mL de n-hexano
no frasco contendo a água do mar e agitar durante 5 minutos.

Conectar um funil com haste longa e acoplada a um funil de separação (Figura


14). Adicionar pelo funil água mili-Q, pré-extraída com n-hexano, até que toda a fase
orgânica passe para o funil de separação.

O extrato contido no funil de separação deve ser transferido para frasco com tampa
esmerilhada e mantido a -15oC até a análise.

Análise

• Adicionar Na2SO4 ao extrato do frasco âmbar, até que os grãos do sal


fiquem soltos na solução.
• O sobrenadante deve ser transferido para um balão volumétrico de 125 ml
e concentrado até 10 mL.
• Fazer a leitura em espectrofluorímetro (excitação = 310 nm, (emissão = 360
nm)

Cálculos

Com as medidas de fluorescência dos padrões, descontado o valor do branco,


construir uma curva de calibração e obter o fator F que relaciona a concentração com a
fluorescência.

F = C / A

onde:
C = concentração
A = fluorescência

219
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Cálculo da concentração de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos

[HPAs Totais] = F . A

onde
A = fluorescência da amostra.

Interferentes:

As amostras podem ser contaminadas durante a coleta e/ou processamento das

mesmas, através do manuseio indevido do material utilizado ou mesmo pelo ar

(aromáticos provenientes de fumaças de cigarros, combustão incompleta de combustíveis

e/ou matéria orgânica). Todos os cuidados devem ser tomados para evitar qualquer

contaminação e brancos são realizados durante as coletas.

A amostragem deve ser realizada na proa, logo após a chegada da embarcação ao

local da amostragem, para que não haja contaminação do óleo proveniente do próprio

barco ou navio.

Referências:

Ehrhardt, M. 1983. Determination of dissolved/dispersed hydrocarbons In: Grasshoff, K.;


Ehrhardt, M. & Kremling, K. 2nd ed. Methods of seawater analysis. Weinhem, Verlag
Chemie, p.281-290.

Ehrhardt, M. & Knap, A. 1989. A direct comparison of UV fluorescence and GC/MS data
of lipophilic open-ocean seawater extracts. Mar. Chem., 26:179-188.

220
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

221
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

222
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

223
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

6.3 Determinação de metais em sedimento marinho

O método para determinação da concentração de metais em sedimento marinho é


baseado na digestão parcial da amostra de sedimento com ácido e posterior determinação
por Espectrometria de Emissão Atômica por Plasma Acoplado Indutivamente. Os níveis
de Cobre, Chumbo, Zinco e Escândio em sedimentos marinhos são então determinados.

Princípio do método

Alguns

Material

• Frascos tipo falcon 50 mL


• Béquer 200 mL
• Termômetro (125 oC)
• Papel de filtro
• Balança Analítica (0,01 g)
• Chapa de Aquecimento (90 – 95oC)
• Funil
• Frascos volumétricos – 100 mL
• ICP-OES

Soluções

• Agua Mili-Q
• HNO3 PA
• HCl PA
• H2O2 30%

224
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Figura 15: ICP-OES para análises de metais

Coleta, preservação e extração das amostras

Todas as coletas são realizadas utilizando pegador de fundo do tipo Petersen


modificado. Armazenar em recipientes de plástico ou vidro. E manter sobre refrigeração
até o momento da análise em laboratório.

Secar as amostras em estufa ou liofilizador.

Após a secagem, as amostras são homogeneizadas e pesadas em tubos do tipo


falcon. Aproximadamente 2 gramas são pesadas em béquer. Adiciona-se 10 mL de HNO3
(1:1), mantém-se aquecido a 95oC, em chapa de aquecimento, por 5 a 7 minutos sem que
a solução entre em ebulição.

Retire a amostra da chapa e deixei esfriar, após o resfriamento adicionar 5 mL de


HNO3 concentrado e manter em chapa de aquecimento por 15 minutos. Se fumos marrons

225
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

começarem a se formar adicionar mais 5 mL de HNO3 concentrado se os fumos


continuarem persistindo repetir esta adição até o completo desaparecimento dos fumos
marrons.

Manter em aquecimento até que a solução atinja o volume de 5 mL


(aproximadamente 45 minutos).

Retira a amostra da chapa e resfrie a amostra. Após o resfriamento adicione 2 mL


de agua mili-Q e 3 mL de H2O2 30% cubra com vidro de relógio proceda novamente o
aquecimento em chapa por aproximadamente 60 minutos. Continuar adicionando
cuidadosamente incrementos de H2O2 até o volume máximo de 10 mL.

Adicione 5 mL de HCl concentrado e mantenha em aquecimento por 7 minutos.

Resfrie as amostras e filtre diretamente em frascos Falcon de 50 mL completando


o volume com agua mili-Q.

Análise

Programar o ICP-OES para determinação dos seguintes metais: Cu, Pb, Zn e Sc.
Fazer a leitura das amostras, utilizando de curvas analíticas para o calculo da
concentração dos metais.

Controle de Qualidade

Branco

Material de referência: SS1 e SS2.

Cálculos

As concentrações determinadas são baseadas no peso das amostras.

226
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

sendo:

[E] : concentração do elemento de interesse, em mg/kg;

Vp : valor encontrado no plasma, em mg/L;

Vf : volume final, em mL;

Fd : fator de diluição;

m : massa, em g.

Interpretação dos Resultados

- plotar os dados em função dos pontos de coleta;

- comparar os resultados obtidos com a Resolução CONAMA 454;

- normalizar os resultados pelo Sc;

- calcular o fator de enriquecimento. Utilizar os valores obtidos conforme artigo de


Mahiques et al., 2009 (BRAZILIAN JOURNAL OF OCEANOGRAPHY, 57(4):325-337,
2009).

Interferentes:

As amostras contendo lodo podem conter diversos tipos de matrizes. Um rígido


controle analítico baseado no Método 3050B deve ser adotado para diminuir este tipo de
interferência.

227
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Referências:

1. Rohrbough, W.G.; et al. Reagent Chemicals, American Chemical Society


Specifications, 7th ed.; American Chemical Society: Washington, DC, 1986.

2. 1985 Annual Book of ASTM Standards, Vol. 11.01; "Standard Specification for
Reagent Water"; ASTM: Philadelphia, PA, 1985; D1193-77.

3. Edgell, K.; USEPA Method Study 37 - SW-846 Method 3050 Acid Digestion of
Sediments, Sludges, and Soils. EPA Contract No. 68-03-3254, November 1988.

4. Kimbrough, David E., and Wakakuwa, Janice R. Acid Digestion for Sediments,
Sludges, Soils, and Solid Wastes. A Proposed Alternative to EPA SW 846 Method 3050,
Environmental Science and Technology, Vol. 23, Page 898, July 1989.

5. Kimbrough, David E., and Wakakuwa, Janice R. Report of an Interlaboratory Study


Comparing EPA SW 846 Method 3050 and an Alternative Method from the California
Department of Health Services, Fifth Annual Waste Testing and Quality Assurance
Symposium, Volume I, July 1989. Reprinted in Solid Waste Testing and Quality
Assurance: Third Volume, ASTM STP 1075, Page 231, C.E. Tatsch, Ed., American
Society for Testing and Materials, Philadelphia, 1991.

6. Kimbrough, David E., and Wakakuwa, Janice R. A Study of the Linear Ranges of
Several Acid Digestion Procedures, Environmental Science and Technology, Vol. 26,
Page 173, January 1992. Presented Sixth Annual Waste Testing and Quality Assurance
Symposium, July 1990.

7. Kimbrough, David E., and Wakakuwa, Janice R. A Study of the Linear Ranges of
Several Acid Digestion Procedures, Sixth Annual Waste Testing and Quality Assurance
Symposium, Reprinted in Solid Waste Testing and Quality Assurance: Fourth Volume,
ASTM STP 1076, Ed., American Society for Testing and Materials, Philadelphia, 1992.

228
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

8. NIST published leachable concentrations. Found in addendum to certificate of analysis


for SRMs 2709, 2710, 2711 - August 23, 1993.

9. Kingston, H.M. Haswell, S.J. ed., Microwave Enhanced Chemistry, Professional


Reference Book Series, American Chemical Society, Washington, D.C., Chapter 3, 1997.

229
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

230
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

231
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

6.4 Comportamento conservativo de metais no em águas de ambiente

estuarino

Determinar o comportamento conservativo de metais em amostras de águas

coletadas em ambiente estuarino.

Princípio do método

O processo de mistura estuarina pode variar bastante em diferentes sistemas,

resultando em um sistema que pode ser altamente ou fracamente estratificado/misturado.

Os processos de mistura e força iônica afetam as concentrações de material particulado e

dissolvido por meio dos da sorção/ desorção, precipitação e atividade biológica. A

reatividade de um constituinte particular em um sistema estuarino é tradicionalmente

interpretado graficamente pela concentração do elemento versus a salinidade

Material

• Frascos tipo falcon 50 mL


• Refratômetro
• Salinômetro
• ICP - OES

Soluções

• Agua Mili-Q
• HNO3 PA

232
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Coleta, preservação e extração das amostras

Todas as coletas são realizadas utilizando garrafas. Armazenar em recipientes de


plástico ou vidro. E manter sobre refrigeração até o momento da análise em laboratório.

Filtrar as amostras e no filtrado adicionar algumas gotas de HNO3 concentrado.

Diluir as amostras de água em 1/3 da concentração inicial utilizando-se dos frascos


Falcon (3 mL de amostra + 9 mL de água Mili-Q).

Análise

Programar o ICP-OES para determinação dos seguintes metais: B, Ba, Li e Fe.


Fazer a leitura das amostras, utilizando de curvas analíticas para o calculo da
concentração dos metais.

Fazer a leitura das amostras em triplicata.

Controle de Qualidade

Branco

Injeção de um ponto da curva analítica a cada 10 amostras.

Cálculos

As concentrações determinadas são baseadas no peso das amostras.

sendo:

233
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

[E] : concentração do elemento de interesse, em mg/kg;

Vp : valor encontrado no plasma, em mg/L;

Vf : volume final, em mL;

Fd : fator de diluição;

m : massa, em g.

Análise da salinidade

Utilizando o protocolo de análise da salinidade de água do mar, calcular a


salinidade das amostras.

Uma outra forma que a salinidade pode ser determinada é com a utilização de um
refratômetro.

Interpretação dos dados

Plotar os resultados da concentração de metais nas amostras de água pela


salinidade.

Referências:

1. Rohrbough, W.G.; et al. Reagent Chemicals, American Chemical Society


Specifications, 7th ed.; American Chemical Society: Washington, DC, 1986.

2. 1985 Annual Book of ASTM Standards, Vol. 11.01; "Standard Specification for
Reagent Water"; ASTM: Philadelphia, PA, 1985; D1193-77.

234
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

235
Métodos de Análises da Água do Mar e Sedimento Marinho

Anotações:

236

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