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Índice

1. Introdução ....................................................................................................................... 2

2. Alcoolismo ...................................................................................................................... 3

3. Violência Doméstica ....................................................................................................... 5

4. Relação entre Consumo de Álcool e Violência Doméstica ............................................ 6

5. Conclusão........................................................................................................................ 8

6. Referências Bibliográficas .............................................................................................. 9


1. Introdução

O presente trabalho iremos abordar acerca da relação entre o consumo de álcool e violência
doméstca. Com as leituras teóricas aprofundamos a constatação de que há vários tipos de
consumidores que vão, desde os consumidores de bebidas alcoólicas que fazem uso de forma
eventual, chegando aos alcoolistas que estão em alto grau de dependência. Nossa reflexão, se
detém, nos consumidores eventuais de bebidas alcoólicas, ditos como bebedores sociais. Este
segmento tem por hábito, tratar a bebida como um paliativo para suas dificuldades do cotidiano,
devido aos seus efeitos relaxantes e desinibidores, sem levar em conta o processo de
dependência que estão desenvolvendo, bem como os acidentes a que estão sujeitos.

Objectivos Gerais: compreender se há relação entre o consumo de bebida alcoólica e a


violência.

Objectivos Específicos: Descrever a trajetória da violência. Conceituar a violência na


actualidade. Identificar as formas de consumo, tipos de bebedores e efeitos provocados pela
ingestão da bebida alcoólica. Verificar se há de facto relação entre a violência e o consumo de
bebida alcoólica.

Metodologia: Neste estudo, utilizamos inicialmente a pesquisa em fontes bibliográficas,


através da busca por documentos que tratassem da temática de forma explicativa. Tratando-se
de trabalhos no âmbito da reflexão teórica, tais documentos são basicamente textos: livros,
artigos, etc. Todo o conhecimento armazenado através destas leituras serviu-nos de ferramentas
para a elaboração do estudo, para a análise do objecto proposto e apoiou a base teórica que
referendou o trabalho.

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Relação entre Consumo de álcool e Violência doméstica
2. Alcoolismo

O alcoolismo é definido como o consumo excessivo de álcool ao ponto que este


comportamento interfira na vida pessoal, familiar, social ou profissional de um indivíduo. Do
ponto de vista médico, o alcoolismo é uma doença crônica, que pode resultar em condições
psicológicas, fisiológicas e, por fim, morte.

Além da importância dos factores ambientais, há evidências que indicam a existência de


factores genéticos que elevam o risco de desencadear a doença. O alcoolismo tende a acometer
certas famílias com maior frequência e até filhos biológicos de pais alcoólatras que são
adotados por casais que não bebem.

O álcool atravessa a barreira hematoencefálica rapidamente, sendo que poucos minutos após o
primeiro gole, a concentração no cérebro já está igual à concentração sanguínea. Em indivíduos
que não possuem o costume de ingerir bebidas alcoólicas, níveis sanguíneos entre 50mg/dl a
150mg/dl são suficientes para gerar sintomas. Esses por sua vez, irão depender da velocidade
com que o álcool é consumido.

Os efeitos físicos causados pelo álcool são:

 Redução dos reflexos;

 O uso a longo prazo eleva o risco do surgimento de doenças como câncer na cavidade
oral, esôfago, faringe, fígado e vesícula biliar;

 Pode causar hepatite, cirrose, gastrite e úlcera;

 Quando usado em grandes quantidades pode ocasionar danos cerebrais irreversíveis;

 Pode levar à desnutrição;

 Pode causar problemas cardíacos e de pressão arterial;

 Durante a gestação, causa má formação fetal.

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Já os efeitos psicológicos e comportamentais causados pelo álcool são:

 Perda da inibição;

 Alteração de humor, podendo ocasionar comportamento violento, depressão e até


mesmo suicídio;

 Perda de memória;

 Problemas na vida familiar do alcoólatra;

 Queda no desempenho profissional.

A tolerância e a dependência ao álcool são dois processos diferentes, mas que caminham juntos.
A tolerância ao álcool é a necessidade de doses maiores para a manutenção do efeito de
embriaguez obtido nas primeiras doses.

Já a dependência é quando um indivíduo não apresenta mais forças por si mesmo de


interromper ou reduzir o consumo de álcool. Não necessariamente uma pessoa que desenvolva
tolerância ao álcool se tornará dependente. Todavia, à medida que o indivíduo desenvolve
tolerância ao álcool, ela está mais próxima de desenvolver a dependência.

O alcoólatra sempre acha que consegue parar quando quiser, na tentativa de encobrir o
problema. O paciente tenta negar qualquer problema relacionado ao álcool, mesmo que
ninguém acredite, mas ele acaba por acreditar na ilusão que criou.

A negação do alcoolismo é uma defesa de auto-imagem, pois fazer que uma pessoa admita
essa doença é exigir dela uma forte quebra de auto-imagem e consequentemente de auto-
estima.

Os tratamentos para o alcoolismo são muito variados, que procura ajudar as pessoas a diminuir
o consumo de álcool, seguido por um treinamento de suporte social de modo que ajude a pessoa
a resistir ao retorno do consumo dessa droga. Um exemplo para esse tipo de tratamento é a
desintoxicação seguida por um conjunto de terapia de suporte, atendimento em grupos de auto-
ajuda (como os Alcoólicos Anônimos), etc.

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Relação entre Consumo de álcool e Violência doméstica
3. Violência Doméstica

A violência doméstica é um fenômeno perverso que afecta mulheres, crianças e idosos com
sérias consequencias não só para o seu desenvolvimento, mas também comprometendo o
exercício da cidadania e dos direitos humanos.

Violência doméstica é aquela praticada no lar, geralmente por um membro da família que viva
com a vítima, podendo ser este homem ou mulher, criança, adolescente ou adulto. A violência
doméstica pode ser praticada contra o gênero feminino e masculino.

É um tipo de violência que ocorre dentro de casa, nas relações entre as pessoas da família, entre
homens e mulheres, pais, mães e filhos, entre jovens e idosos. Pode-se afirmar que,
independentemente da faixa etária das pessoas que sofrem espancamentos, humilhações e
ofensas nas relações descritas, as mulheres, crianças e adultas são os principais alvos.

A violência doméstica é um dos mais graves problemas a serem enfrentados pela sociedade
contemporânea. É uma forma de violência que não obedece a fronteiras, princípios ou leis.
Ocorre diariamente em quase toda parte do mundo apesar de existirem inúmeros mecanismos
constitucionais de protecção aos direitos humanos.

A violência doméstica é um problema que acomete ambos os sexos e não costuma obedecer
nenhum nível social, econômico, religioso ou cultural. A vítima de violência doméstica,
geralmente tem pouca auto-estima e se encontra atada na relação com quem agride, seja por
dependência emocional ou material.

O agressor geralmente acusa a vítima de ser responsável pela agressão, a qual acaba sofrendo
os efeitos da discriminação, culpa e vergonha. A vítima também se sente violada e traída, já
que o agressor promete que nunca mais vai repetir este tipo de comportamento e termina não
cumprindo a promessa.

Para entender a violência doméstica, deve-se ter em mente alguns conceitos sobre a dinâmica
e diversas faces da violência doméstica, como por exemplo, violência física é o uso da força
com o objectivo de ferir, deixando ou não marcas evidentes.

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São comuns agressões com diversos objectos e queimaduras por objectos ou líquidos quentes.
Quando a vítima é criança, além da agressão activa e física, também é considerado violência
os actos de falha praticados pelos pais ou responsáveis.

O abuso do álcool é um forte agravante da violência doméstica física. A embriagues patológica


é um estado onde a pessoa que bebe torna-se extremamente agressiva, às vezes nem lembrando
com detalhes o que tenha feito durante essas crises de entusiasmos e raiva.

A violência psicológica ou agressão emocional, às vezes mais prejudicial que a física é


caracterizada por ameaça, rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito,
punições exageradas. Trata-se de uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis, mas
emocionalmente causa cicatrizes indestrutíveis para toda a vida.

4. Relação entre Consumo de Álcool e Violência Doméstica

Em relação às consequências do uso do álcool, destaca-se a sua influência no nível de


consciência, cognição, percepção, capacidade de julgamento e comportamento, o que o
caracteriza como substância psicoativa. Interessante que tais efeitos apresentam variações de
pessoa para pessoa, e de homens para mulheres.

Dentre outros factores a serem considerados, mulheres bem como crianças e jovens geralmente
são mais afectados pelo álcool por terem maiores taxas de concentração em seu sangue quando
consomem a mesma quantidade de álcool que homens. Isso porque mulheres e jovens tendem
a ter menos peso e músculos no corpo.

Estudos afirmam que mais de metade dos agressores bebem em demasia. Nas mesmas
investigações, mais de metade das vítimas refere que os ofensores estavam intoxicados em pelo
menos um dos episódios de violência.

O uso de substâncias psicoactivas está envolvido em cerca de 92% dos casos de violência
conjugal, funcionando o álcool, particularmente, como desinibidor e facilitador deste
comportamento.

Investigações demonstram que o consumo abusivo de álcool foi encontrado em mais de 80%
dos casos que resultaram em homicídio, sugerindo que este tipo de abuso está associado a maus
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Relação entre Consumo de álcool e Violência doméstica
tratos mais severos e a maiores danos. É também verdade que uma grande percentagem de
agressores exerce a sua violência em estado sóbrio ou após uma ingestão moderada.

Contudo, indivíduos com problemas de consumo tendem a evidenciar uma violência mais séria
e mais frequente, possuindo, homens casados violentos, índices mais altos de alcoolismo
quando comparados aos não violentos

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5. Conclusão

No presente trabalho concluimos que, de facto não há apenas uma, mas várias relações entre o
consumo de bebida alcoólica e a violência doméstica. Uma delas é o reflexo causado pelo
consumo abusivo de bebida alcoólica.

Neste caso os agressores passaram a ser agentes da violência, pois a bebida alcoólica agrava o
sentimento de coragem, reduzindo o medo e a compreensão do risco, proporcionando uma
exposição maior ao perigo para cometer a violência doméstica. O aumento do sentimento
machista, efeito da ingestão de bebida alcoólica fica evidente e é apresentado como um
desencadeador de conflitos nos delitos de agressão.

Observamos que há uma relação de afecto com a bebida alcoólica, pois mesmo depois de
afirmarem que os efeitos de seu consumo são maléficos para suas vidas, e para a vida de outrem
eles continuam a beber. Infelizmente o delito não representa uma motivação para
interromperem o hábito de consumir bebida alcoólica, persistindo a possibilidade de
ocorrências violentas após o uso do álcool.

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6. Referências Bibliográficas

GOMES, R. A análise de dados em pesquisa qualitativa. In: MINAYO, M. (Org.) Pesquisa


Social: teoria, método e criatividade. 19 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

Canha, J. (2008). A criança vítima de violência. In: Machado, C. & Gonçalves, R.A. (Orgs.)
Violência e vítimas de crimes: crianças (vol.2, 3° edição, pp. 17-37). Portugal: Editora
Quarteto.

Dias, I. (1998). Exclusão social e violência doméstica: Que relação? Sociologia, 8, 189

Minayo, M.C.S. (2006). Violência e saúde. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz.

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