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Curso de História
Disciplina Filosofia II
Professor Felipe Castelo Branco
Aluno André Lessa
A metafísica seria a ciência mais elevada e livre por excelência, já que não está
ligada a necessidades materiais e nem voltada para objetivos práticos ou empíricos, logo não
se submete a esses fatores. Ela é, mormente, a busca das causas primeiras, que para esse
pensador, no que se refere ao mundo de devir, são quatro: a causa formal, a causa material, a
causa eficiente e a causa final. A segunda definição de Aristóteles para a metafísica é que esta
seria "uma ciência que considera o ser enquanto ser e as propriedades que Ihe cabem
enquanto tal"4. Ela não se identifica com nenhuma das ciências particulares: com efeito,
nenhuma das outras ciências considera o ser enquanto ser universal; com efeito, depois de
delimitar uma parte dele, cada uma estuda as características dessa parte." O "ser", para ele,
1
REALE, D.; ANTISERI, G. História da Filosofia: filosofia pagã antiga. São Paulo: Paulus, 2003, p. 195.
2
Ibidem, p. 195.
3
Uma aporia é uma dificuldade ou dúvida racional decorrente da impossibilidade objetiva de obter resposta ou
conclusão para uma determinada indagação filosófica.
4
REALE, D.; ANTISERI, G. Op. Cit., p. 197.
1
tem múltiplos significados e é, basicamente, "substância, alteração da substância ou atividade
da substância ou, de qualquer modo, algo-que-reporta-à-substância"5.
A metafísica ocupa-se dos dois primeiros tipos de ser, sendo inclusive também
chamada de "teoria da substância". A substância é "o eixo em torno do qual giram todos os
significados do ser"6. Podemos dizer que o ser é a substância, o ser é a matéria, em grau mais
elevado é o sinolo7, no sentido mais forte o ser é a forma.
Na lógica, temos a proposição, que é a expressão lógica do juízo, que, por sua vez,
é a forma de afirmar ou negar um conceito em relação a outro. Esta é a forma mais elementar
de conhecimento, que nos mostra diretamente a ligação entre um sujeito e um predicado.
Quando elaboramos uma proposição, entretanto, ainda não estamos raciocinando, nem quando
5
Ibidem, p. 197.
6
Ibidem, p. 198.
7
Sinolo o todo constituído pela matéria e pela forma.
8
Ibidem, p. 227.
9
Ibidem, p. 228.
10
Ibidem, p. 228.
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reunimos uma série desconexa de juízos. Já o estamos fazendo quando reunimos uma série de
proposições que tenham nexos entre si, que de alguma forma sejam causas umas das outras. O
silogismo é o raciocínio perfeito, ou seja, "aquele raciocínio em que a conclusão a que se
chega é efetivamente a consequência que brota, necessariamente, do antecedente"11. No caso
do silogismo científico, é necessário ainda que, além da correção formal da inferência, as
premissas sejam verdadeiras e "primeiras", que não precisem de mais nenhuma demonstração,
mais universais que as conclusões por serem as suas razões.
Pode-se chegar a tais premissas por indução ou intuição. Esta última é "a captação
pura dos princípios primeiros por parte do intelecto"12 e a primeira é "o procedimento pelo
qual do particular se extrai o universal"13, opõe-se à dedução, que se move do universal ao
particular, por se mover em sentido oposto. Há ainda que se levar em conta o princípio da
não-contradição que afirma que "não se podem negar e afirmar dois predicados contraditórios
do mesmo sujeito no mesmo tempo e na mesma relação"14. Aristóteles afirma que é possível
uma dialética por refutação desse princípio, que consiste em provar que aquele que o nega é
obrigado a utilizá-lo e, portanto, reafirmá-lo.
As teorias aristotélicas foram as bases para o pensamento tudo tido como racional
no Ocidente durante séculos. Todas as investigações relacionadas à razão estiveram direta ou
indiretamente ligadas a elas ao longo de todo esse período. Para Freud, entretanto, a
consciência e, logo, a razão não correspondem a totalidade do psiquismo. Há uma outra
dimensão que ele nomeia "inconsciente". Há fenômenos psíquicos que não são racionais,
como a memória, por exemplo. Ou é necessário que haja um mundo além do físico, uma
influência externa, ou há fenômenos da mente que não são conscientes, não são racionais.
Nele não há dúvida e nem negação. Isso só é trazido pela censura que pode ou não
levar ao recalque. Tudo produzido pelo inconsciente deve passar por um sistema de censura
antes de ser capaz de atingir o consciente. Se reprovado, dado conteúdo é recalcado, ou seja,
permanece inconsciente.
11
Ibidem, p. 229.
12
Ibidem, p. 230.
13
Ibidem, p. 230.
14
Ibidem, p. 231.
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Há, além disso, uma mobilidade maior na intensidade dos investimentos. O
deslocamento, quando dado afeto se desloca na cadeia de significantes para poder emergir, já
que a censura não permite que um dado afeto emerja relacionado a um significante específico,
e a condensação, quando a substituição fonética de uma palavra por outra como "glance" por
"glanz", são considerados processos primários por Freud.
Referências Bibliográficas
15
FREUD, Sigmund. Introdução ao narcisismo: ensaios de metapsicologia e outros textos
(1914-1916). Tradução e notas Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras,
2010, p. 128.
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