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MEDIAÇÃO JUDICIAL

Autor: Fabio dos Anzóis da Silva


Réu: André das Pedrinhas de Oliveira
Processo cível nº 0123456-78.2018.8.20.0001
3ª Vara Cível da Comarca de Natal/RN

Fabio: Moro em condomínio desde que nasci, e, nunca tive problemas com nenhum
dos meus vizinhos. André é meu vizinho desde que mudamos para o condomínio
em 2014. Até 2016 nunca tivemos problemas. Entretanto, em abril de 2016, os
incômodos começaram. Primeiro com a música nos churrascos de domingo que
acontecem praticamente todos os finais de semana, além de alta são de péssima
qualidade. Mas a gota d’água foi por conta daquele vira lata que ele encontrou na
rua em outubro do ano passado. Construí o muro sim! E nunca vou tirar ele de lá,
e, mais quero ver quem vai mandar eu tirar! Minha paciência acabou depois de
muitas vezes ver o cachorro dele fazer as necessidades no meu terreno. Informei a
ele e solicitei para que tomasse providencias diversas vezes. Na última vez que fui
conversar com ele, André me disse que cachorro nasceu para ser feliz! Então eu
disse que iria construir o muro e ele me falou para fazer o que eu quisesse. Eu fiz.

André: Fabio é meu vizinho desde 2014, e, moro na mesma casa desde 2010. Nunca
tive problemas com ninguém do meu convívio, fora ou dentro do condomínio.
Fabio é uma boa pessoa, sempre prestativa e disponível, mas quando acha que está
certo não aceita nem respeita a opinião dos outros. Não tenho culpa se ele não gosta
das músicas que minha família escuta. A casa é nossa e fazemos nela o que
quisermos, desde que não desrespeitemos ninguém. Ele se transformou em outra
pessoa quando zezinho chegou lá em casa. Ele não gosta de animais e implica com
o cachorro. Como nossos terrenos eram divididos por uma cerca viva, vez por
outra zezinho passava para o terreno dele e fazia suas necessidades lá. Ele
reclamava, alguém limpava e eu explicava que não tinha como impedir em razão
do tipo de cerca que dividia nos imóveis (uma regra do condomínio). Na última
conversa que tivemos fiquei muito chateado com a forma desrespeitosa como fui
tratado por meu vizinho de tantos anos. Ambos gritaram e quando perdi a
paciência disse que ele fizesse o que bem entendesse. Isso foi numa quarta. No
sábado seguinte viajei com minha família por uma semana, quando voltei de
viagem notei o muro dividindo os dois terrenos. Ele construiu o muro onde achava
que seria o lugar da divisa dos terrenos, mas se equivocou. E agora a única coisa
que ele fala quando vou conversar sobre isso é que isso tudo foi por causa do meu
cachorro - o que um cachorro tem a ver com um muro?!?!! Tudo poderia ser
facilmente resolvido se ele derrubasse o muro e refizesse a cerca antiga, pagando,
é claro, por todas as despesas. Quando viajei pude pensar com calma e já havia
encontrado uma saída, iria colocar uma tela na cerca e zezinho poderia ficar em
paz na sua própria casa, afinal, não seria justo prender ele em um canil, você
gostaria de ficar preso? Pois é, ele também não! E agora estamos aqui, sou réu num
processo judicial por culpa dele e quero que o juiz resolva isso porque não vejo
uma maneira de chegarmos a um acordo aqui.

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