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Ponto dos Concursos

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Agência Brasileira de Inteligência
Curso de Legislação de
Interesse da Atividade de
Inteligência
(15 Normas)

Estudo direcionado em exercícios

– Prof. Róger –

Olá, meus cumprimentos a todos!


Apresento a você o Curso de Legislação Específica, voltado para o concurso
público da Agência Brasileira de Inteligência – ABIN, com o objetivo de prover
vagas nos cargos de Oficial de Inteligência e de Agente de Inteligência.

Mas, antes de entrarmos nas questões jurídicas propriamente ditas, gostaria de


apresentar a você um breve comentário sobre a importância do nosso concurso,
nossos desafios e nossa metodologia de trabalho.

Para falar da importância da nossa matéria, inicio minha exposição com a


seguinte notícia veiculada no www.correioweb.com.br...

Pessoal, olha só que notícia interessante:

Concursos
Câmara aprova MP que revê plano de cargos da ABIN e cria
440 vagas
14/08/2008 12:25
Do CorreioWeb
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou a Medida
Provisória 434/08, que autoriza a Agência Brasileira de
Inteligência (ABIN) a contratar 440 novos servidores através
de concurso público.
A medida estabelece também um novo plano de cargos e
carreiras para os funcionários da agência. Dentre as novas
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oportunidades, 240 são para oficiais de inteligência (nível
superior) e 200 para agente de inteligência (nível médio). A
MP segue agora para votação no Senado.
Com a aprovação, os analistas e assistentes de informação
passam a ser denominados como oficiais (nível superior) e
agentes (nível médio) de inteligência. O salário inicial dos
oficiais foi revisado de R$ 7,4 mil para R$ 9,7 mil, e o teto
passou de R$ 10,3 mil para R$ 13,5 mil. Já os servidores na
ativa receberão o aumento retroativo até abril.
Para os funcionários de nível médio, o subsídio mensal passará
de R$ 2,95 mil para R$ 6,67 mil. No fim da carreira, eles
poderão chegar a receber R$ 12,1 mil - hoje o limite fica em
R$ 9,25 mil. A progressão na carreira será condicionada ao
tempo de serviço, com intervalos mínimos de permanência em
cada padrão de remuneração, e à capacitação.
Como receberão subsídio, os funcionários da ABIN não
poderão receber qualquer gratificação ou adicional, inclusive
vantagens pessoais, como incorporação de função ou adicional
por tempo de serviço.

Então, pessoal, como todos podem observar, esse concurso é bem interessante,
com uma atividade interessante, um “salário” interessante, uma carreira
interessante, um ambiente interessante, enfim... tudo nele é interessante.

Com isso, esperamos uma concorrência interessante também, o que exige de nós
uma preparação específica, interessante.

Assim sendo, quais são os desafios da nossa matéria?


Eu sempre tenho dito em minhas aulas que todo o concurso que cobra matéria
específica o candidato precisa de maior atenção nisso.

Você pode até encontrar muita gente estudando, há muito tempo, direito
constitucional, por exemplo. Direito constitucional é uma matéria que, ao estudar
para um concurso, o candidato estará, automaticamente, estudando para vários
concursos.

O mesmo pode acontecer para direito administratrivo (aliás, se você observar


que essas matérias, nesse nosso concurso, não estão difíceis, pois a banca
examinadora “enxugou-as” muito bem).

Dessa forma, veja que, você pode encontrar concorrentes estudando há muito
direito constitucional e administrativo e português etc.

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Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 3
JÁ O MESMO NÃO PODEMOS FALAR EM RELAÇÃO À LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
PARA A ABIN.

Não existem pessoas que há muito estudam a legislação de interesse da


atividade de inteligência, porque essa matéria serve apenas para esse concurso e
depois não servirá para outros.

Com isso, os candidatos estarão mais ou menos com o mesmo pré-


conhecimento, o que fará, certamente, termos uma concorrência mais
homogênea, fazendo com que a nota de corte sofra tendência de elevação.

Assim, se você for bem nessa matéria, PARABÉNS! Você terá uma vantagem
competitiva importante.

Mas... ... ...


Se você for mal na nossa matéria, você terá uma desvantagem competitiva
desinteressante.

Outra coisa:
Direito constitucional e direito administrativo têm doutrina abundante no
mercado. A nossa matéria não... ou seja, você não encontra no mercado editorial
livros doutrinários para concursos que sistematizam o direito específico contido
na legislação de interesse da atividade de inteligência.

Da mesma forma, você não encontra no mercado provas anteriores pelas quais
teríamos uma base para estudo.

Por essas razões e por outras, o nosso curso é de fundamental importância para
sua preparação para o concurso da ABIN.

Então, diante desses desafios, qual será nossa metodologia?

Teremos, além dessa aula demonstrativa, mais 6 aulas, 1 por semana.

A cada semana, será disponibilizado a você uma série de questões, pois o nosso
curso consiste num estudo dirigido por meio de exercícios.
Sugiro que você leia várias vezes a legislação específica contida no edital, a qual
disponibilizei a todos, na íntegra, e somente na parte que nos interessa, logo ao
final do nosso material dessa aula demonstrativa.

Então, leia a lei várias vezes. Leia e releia a legislação que está nesta aula
demonstrativa, logo abaixo.

Depois, vamos, juntos, estudar, ponto a ponto, todas as questões fundamentais


dessa legislação específica.

Olha só como o CESPE vai cobrar de você esse conhecimento: ESTÁ ESCRITO NO

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EDITAL DO NOSSO CONCURSO O SEGUINTE:

No item 16.1.1, que fala das habilidades exigidas, diz que “Os
itens das provas objetivas poderão avaliar habilidades que vão
além do mero conhecimento memorizado, abrangendo
compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação,
valorizando a capacidade de raciocínio [do candidato]”. O item
seguinte, ou seja, o 16.1.2 diz que “Cada item das provas
objetivas poderá contemplar mais de uma habilidade e
conhecimento relativos a mais de uma área do conhecimento”.

O que você acha dessas observações?

Bem... vê se você concorda comigo:


1) NÃO ADIANTA DECORAR A LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA, pois o examinador quer
medir seus conhecimentos que vão além do mero conhecimento memorizado;

2) NÃO ADIANTA ESTUDAR A LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA DE FORMA ISOLADA,


pois o examinador quer saber se você possui habilidades e conhecimentos
relativos a mais de uma área do conhecimento.

Assim, já que não temos uma doutrina jurídica específica para a nossa matéria,
teremos que fazer o seguinte:

1) Buscar compreender cada ponto da nossa matéria quanto à sua interpretação


e aplicação jurídicas;

2) Estudar a legislação específica buscando apoio em outras áreas do


conhecimento.

Dessa forma, proponho a você que criemos, juntos, a “nossa própria” doutrina,
tendo como base a legislação relativa à ABIN.

É isso que vamos fazer, ou seja, estudar a matéria com questões criativas,
comentando cada ponto no que tange ao raciocínio jurídico.

Vamos valorizar a interpretação da norma, bem assim sua aplicação a situações


concretas, com exemplos, esquemas, casos concretos, doutrina de outros ramos
do direito, princípios gerais do direito, jurisprudência dos tribunais e o que mais
for necessário para que tenhamos uma aproveitamento completo e profundo na
nossa matéria, à altura da necessidade de preparação para esse concurso que
será tão concorrido.

Para que tudo isso seja realizável, vamos fazer, em todas a nossas aulas,

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questionários de reconhecimento da matéria, itens do tipo CERTO ou ERRADO,
exercícios de preencher lacunas, relacionar competências, etc.
Com a nossa experiência em CESPE, podemos lhe dizer quais os pontos principais
da matéria, ou seja, o que CERTAMENTE o CESPE cobraria, tendo em vista as
tendências em concursos anteriores.

Por exemplo, o CESPE sempre cobra dos candidatos sistemas de competências


ou atribuições, quando há isso na legislação específica. Por isso vamos reforçar
esse ponto.

Vamos também explorar vocabulário jurídico-técnico, nos termos que


aparecerem na nossa matéria.

Por fim, é importantíssima a sua participação no nosso fórum de dúvidas. Aqui no


Ponto dos Concursos, você tem um diferencial que é o nosso fórum, onde os
alunos têm a oportunidade de tirar dúvidas, discutir a matéria, observar a dúvida
dos outros alunos, promover um debate, aprofundar o entendimento.

Veja, somente com essa dinâmica de elaborar questões é que você conseguirár
fixar bem a matéria, ou seja, mesmo que você não tenha dúvida, se esforce para
criar uma e me enviar ao fórum, para que eu possa lhe responder, pois assim,
quando você cria uma pergunta, você estará “trabalhando” o texto e, com isso,
se familiarizando com ele, explorando suas perspectivas e, com isso,
apreendendo o conhecimento. Essa dinâmica é bem interessante e faço questão
de valorizar sua participação no nosso fórum.

Bem, com isso, vamos por as mãos à obra.

Meu nome é Róger. Sou servidor público há 16 anos e, atualmente, trabalho no


Tribunal Regional Federal da Primeira Região.
Já fiz vários concursos em minha carreira fui aprovado em vários também, tais
como Câmara dos Deputados, TCU, STJ, dentre outros...

Exerci vários cargos e funções, tais como Diretor de Recursos Humanos,


Supervisor de Treinamento, Chefe de Gabinete de Desembargador Federal,
Assessor Judiciário, Secretário da Mesa Diretora, Supervisor-revisor de Decisões
Judiciais, Oficial de Gabinete, Assistente Processual, dentre outras.

Sou bacharel em Administração e Direito e tenho especialização em


Hermenêutica Jurídica e Direito Processual. Tenho pós em Filosofia Existencialista
e cursos de Atividade de Inteligência, pela Associação dos Magistrados
Brasileiros.

Mas, de tudo isso que já fiz na vida, posso dizer que a minha maior realização é a
de ser professor há mais de 20 anos, tendo atuado em instituições universitárias

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e, nos últimos 5 anos, em diversos cursos para concursos públicos.
Sinto-me, ainda, tão concurseiro como você, pois nunca parei de estudar e
atualmente estou me preparando para o concurso da magistratura do DF.

Por isso, será, para mim, uma grande satisfação ter você como parceiro nessa
jornada que empreendemos rumo ao cargo público que sonhamos.

Seguir-se-ão alguns textos a respeito da atividade de inteligência... depois vou


disponibilizar a você algumas questões-exemplo de como será o nosso curso
propriamente dito nos exercícios e, por fim, como já falamos, você verá toda a
legislação que o edital exige, uma a uma, na seqüência do edital e somente na
parte que nos interessa.

Dessa forma, vamos começar agora a estudar...

Codialmente,

Prof. Róger.

Textos básicos sobre a atividade de inteligência

BREVE HISTÓRICO DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA


A história da Atividade de Inteligência no Brasil teve origem em 1927, quando foi
criado o Conselho de Defesa Nacional, órgão diretamente subordinado ao
Presidente da República. Até então, a atividade era exercida apenas no âmbito
dos ministérios militares.

Diversas foram as reformulações introduzidas na então atividade de Informações


ao longo do processo político nacional. Entre elas, cabe citar a criação, ocorrida
em 6 de setembro de 1946, do Serviço Federal de Informações e Contra-
Informações (SFICI).

O Brasil, no início da década de 60, apresentou um cenário interno bastante


conturbado, gerando manifestações de segmentos da sociedade. O quadro
evoluiu para uma intervenção militar no processo político nacional a partir de
março de 1964. Na ocasião, foi extinto o SFICI e criado o Serviço Nacional de
Informações (SNI).

Foi criado, em 1970, o Sistema Nacional de Informações (SISNI), integrado por


todos os órgãos de informações dos ministérios civis e militares. O SNI era o
órgão central desse sistema.

A partir de 1979, procurou-se ajustar as estruturas de Informações aos novos


tempos, pois já estava em andamento o processo de redemocratização do país.

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Os governos da época buscaram alternativas no sentido de reposicionar a
atividade de Informações em seu correto espaço e devido limite.

Em 1990, no contexto de ampla reforma da Administração Pública Federal, o SNI


foi extinto. O exercício perene da atividade, todavia, foi preservado com a criação
da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), que absorveu as atribuições do
SNI.

Em 7 de dezembro de 1999, o Presidente da República instituiu o Sistema


Brasileiro de Inteligência (SISBIN) e criou a Agência Brasileira de Inteligência
(ABIN). A criação da Agência proporcionou ao Estado brasileiro institucionalizar a
atividade de Inteligência, mediante ações de coordenação do fluxo de
informações necessárias às decisões de Governo, no que diz respeito ao
aproveitamento de oportunidades, aos antagonismos e às ameaças, reais ou
potenciais, para os mais altos interesses da sociedade e do país.

A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) é o serviço de inteligência civil do


Brasil. A função principal da ABIN é investigar ameaças reais e potenciais, bem
como identificar oportunidades de interesse da sociedade e do Estado brasileiro,
e defender o estado democrático de direito e a soberania nacional. Foi criada por
lei durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1999.

A área de atuação da ABIN é definida pela Política Nacional de Inteligência,


definida pelo Congresso Nacional de acordo com os focos indicados pelo Poder
Executivo Nacional como de interesse do país.

Como a maior parte dos orgãos estatais, os cargos da ABIN são preenchidos,
desde 1999, através de concurso público. Ainda fazem parte da agência alguns
ex-funcionários dos órgãos de inteligência que a antecederam, sobretudo do
chamado SNI, extinto pelo presidente Fernando Collor de Mello, em 1990.

Apesar do nome, a agência não tem natureza autárquica, tratando-se de órgão


da administração direta integrante da Presidência da República. É fiscalizada pelo
controle externo exercido pelo Congresso Nacional, que possui uma comissão
mista de senadores e deputados para este fim, denominada CCAI (Comissão
Mista de Controle da Atividade de Inteligência).

Um serviço de inteligência ou serviço de informações é geralmente um


departamento governamental cuja função é a coleta ou recolha de informações,
ditas "inteligência" nesse contexto, relacionadas com possíveis ameaças à
segurança do Estado. Quando um serviço obtém informações consideradas
secretas ou confidencias sobre um Estado, um país ou uma organização sem
autorização do detentor dessas informações, essa actividade é descrita como
espionagem.

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A maioria dos serviços de inteligência (também chamados de serviços secretos)
já usou de espionagem, contando com a indulgência de seus respectivos
governos. A lei de todos os Estados considera como atividade criminosa a
espionagem de que são alvo.

Além de trabalhar na coleta ou recolha de informações, os serviços também


tentam evitar a ação de serviços de inteligência estrangeiros em seu país
(contra-espionagem).
Apesar de a espionagem ser praticada desde a antiguidade, a primeira rede de
informações relativamente organizada foi montada durante o século XVI, durante
o reinado de Elizabeth I, da Inglaterra.

O responsável pela rede de agentes era Sir Francis Walsingham, que recrutou
contato dentro e fora da Inglaterra, incluindo estadistas, diplomatas e artistas
(entre eles o dramaturgo Cristopher Marlowe, amigo de Shakespeare). Esse
serviço entretanto foi uma iniciativa pessoal de Walsingham mais do que um
orgão oficial. O primeiro serviço de inteligência institucional foi criado durante o
reinado de Luís XIV, da França.

Estima-se que o serviço de informações mais eficiente de todos os tempos seja o


serviço secreto de inteligência britânico (Secret Intelligence Service - SIS), mais
conhecido pelo seu antigo nome - MI6. O SIS tem um longo histórico de
espionagem internacional, inclusive no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial.
O SIS se tornou conhecido através de livros de ficção, muitos deles escritos por
pessoas que trabalharam com ou para o serviço (John Le Carré, Ian Fleming,
etc).

A CIA também foi alvo de muitas produções, sobretudo cinematográficas. Este


serviço de inteligência estadunidense foi criado em 1947, sob o nome de OSS
(Organização de Serviços Secretos), uma adicional de espionagem do FBI. Há
registros, estes tirados da programação televisiva do canal privado The History
Channel, onde mostra a fundação da instituição no começo do século XX.

Os americanos ainda incertos sobre sua inauguração e se era viável competir


com as potências européias da época, Alemanha e Inglaterra, pois ainda antes da
Primeira Guerra Mundial, eles eram muito mais experientes do que os
americanos.

O Mossad - Serviço de Inteligência Israelense - também é conhecido por sua


eficiência, principalmente em manter o anonimato. Os serviços do orgão foram
utilizados ostensivamente na repressão não só aos grupos armados palestinos,
mas também aos refugiados de Gaza e Cisjordânia em geral, desde antes da
Guerra do Yom Kippur. Um agente do Mossad chamado Ira Levin ficou famoso

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por passar vários anos infiltrado no Estado Maior da Síria.

INTELIGÊNCIA NO BRASIL

O atual serviço de inteligência é a Agência Brasileira de Inteligência.

Quatro formas de inteligência podem ser consideradas, DOUTRINARIAMENTE


falando:

9 HUMINT, ou aquela coletada por seres humanos


9 SIGINT, ou aquela coletada pela interceptação de sinais como
comunicações, radares e transmissão de dados.

9 IMINT, ou aquela coletada por meio imagens, como fotos de satélite


9 MASINT, ou aquela coletada por meio da medida e análise de assinatura de
eventos específicos, como explosões nucleares.

Historicamente, a maior fonte de informações foi a HUMINT, porém já há algum


tempo a SIGINT assumiu a importância principal.

A missão da ABIN consiste em coordenar as ações do Sistema Brasileiro de


Inteligência e produzir e salvaguardar conhecimentos sensíveis.
O objetivo estratégico da Agência diz respeito a desenvolver atividades de
Inteligência voltadas para a defesa do Estado Democrático de Direito, da
sociedade, da eficácia do poder público e da soberania nacional.

Na condição de órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência, a ABIN tem


por competência planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as
atividades de Inteligência do País, obedecidas a política e as diretrizes
superiormente traçadas na forma da legislação específica.

Compete, ainda:
I - executar a Política Nacional de Inteligência e as ações dela decorrentes, sob a
supervisão da Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional, do Conselho de
Governo;

II - planejar e executar ações, inclusive sigilosas, relativas à obtenção e análise


de dados para a produção de conhecimentos destinados a assessorar o
Presidente da República;

III - planejar e executar a proteção de conhecimentos sensíveis, relativos aos


interesses e à segurança do Estado e da sociedade;

IV - avaliar as ameaças, internas e externas, à ordem constitucional;

V - promover o desenvolvimento de recursos humanos e da doutrina de

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Inteligência; e
VI - realizar estudos e pesquisas para o exercício e o aprimoramento da atividade
de Inteligência.

A ABIN, órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), tem a seu


cargo: planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar a atividade de
Inteligência.

Em conseqüência, cabe-lhe a atribuição de executar a Política Nacional de


Inteligência no mais alto nível do governo, de forma a integrar os trabalhos dos
demais órgãos setoriais de Inteligência do país.

A ABIN tem como competência assessorar o Chefe de Estado no desempenho de


suas elevadas funções, sobretudo em caráter preventivo, assegurando-lhe o
conhecimento antecipado de fatos e situações relacionados ao bem-estar da
sociedade e ao desenvolvimento e segurança do país.

Pessoal, a ABIN é órgão de Estado ou de Governo?


A ABIN é um ÓRGÃO DE ESTADO, não é um órgão de governo. O Estado
brasileiro é permanente. Os Governos, transitórios. A ABIN não tem qualquer
vínculo político-partidário. É um instrumento de Estado, voltado para a defesa da
sociedade brasileira, absolutamente apartidário. Seu compromisso ideológico é,
de forma única e exclusiva, com a democracia.

A Agência Brasileira de Inteligência atua em duas vertentes:


1- INTELIGÊNCIA: Por meio da produção de conhecimentos sobre fatos e
situações de imediata ou potencial influência no processo decisório e na ação
governamental e sobre a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado.

2- CONTRA-INTELIGÊNCIA: Pela adoção de medidas que protejam os assuntos


sigilosos relevantes para o Estado e a sociedade e que neutralizem ações de
Inteligência executadas em benefício de interesses estrangeiros.

Essa divisão busca atender às necessidades rotineiras do processo decisório


presidencial.

A ABIN atua no acompanhamento de fatos emergentes, previsíveis ou não, com


o intuito de antecipar tanto oportunidades quanto possíveis ameaças ao Estado
Democrático de Direito.

As ações da Agência Brasileira de Inteligência são controladas e fiscalizadas pelos


Poderes Executivo e Legislativo.

No Executivo, tem-se o controle interno, de responsabilidade da Câmara de


Relações Exteriores e Defesa Nacional (supervisão e execução da Política

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Nacional de Inteligência) e da Secretaria de Controle Interno da Presidência da
República (CISET), que inspeciona a aplicação de verbas orçamentárias.
O controle externo, a cargo do Poder Legislativo, é exercido pelo Tribunal de
Contas da União (gestão de recursos orçamentários) e pela Comissão Mista do
Congresso Nacional (ações decorrentes da Política Nacional de Inteligência).

Esta Comissão é integrada pelas lideranças majoritárias e minoritárias do


Congresso Nacional e pelos presidentes das Comissões de Relações Exteriores e
Defesa Nacional da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

VALORES E PRINCÍPIOS
A atividade de Inteligência constitui instrumento de Estado de que se valem os
sucessivos governos no planejamento, na execução e no acompanhamento de
suas políticas, em prol dos interesses nacionais.

Para atender a esta finalidade, a atividade de Inteligência brasileira fundamenta-


se na preservação da soberania nacional, na defesa do Estado Democrático de
Direito, na dignidade da pessoa humana e na fiel observância à Constituição e às
leis.

Para bem cumprir sua missão, a ABIN desenvolve uma atividade que abrange,
além de aspectos técnicos, a proposição de ética própria, ou seja, de um
conjunto de valores que determina atitudes e padrões de comportamento, entre
eles:

1- Lealdade à Nação e, por extensão, à afirmação político-jurídica desta, o


Estado;
2- Profundo sentimento de servir à causa pública e jamais a si mesmo (finalidade
pública);

3- Consciência de que o exercício da atividade de Inteligência é impessoal e


apartidário;

4- Fidelidade à instituição e consciência de que os fins desta prevalecem sobre os


interesses pessoais; e

5- o comprometimento com os valores éticos e morais da Agência deve ser


assumido por todos os seus componentes, dentro e fora da organização.

Ética
Em linhas gerais, a ética na atividade de Inteligência preconiza que os
profissionais não podem utilizar o conhecimento em beneficio próprio. O
conhecimento só deve efetivar-se como poder por intermédio da autoridade

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destinatária e em proveito da sociedade e do Estado brasileiros.
A seleção de novos recursos humanos e a confirmação de integrantes do quadro
atual da Inteligência pautam-se, sobretudo, pelos atributos morais dos
candidatos ou servidores - mais importantes que a experiência e os
conhecimentos científicos.

O principal alicerce da Ética na ABIN é a Constituição Federal, sobretudo os


princípios contidos no artigo 1º. Os incisos e parágrafo único dão enquadramento
ético à atividade de Inteligência de Estado, pois são fundamentos da República -
soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais, pluralismo
político e o povo como fonte do poder.

Questões iniciais

1. O QUE É A AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA - ABIN?

É o órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência - SISBIN, que tem, a seu


cargo, planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar a atividade de
Inteligência do País, cumprindo a política e as diretrizes traçadas nos termos da
Lei que cria a Agência.

2. POR QUE A DENOMINAÇÃO "DE INTELIGÊNCIA" E NÃO "DE


INFORMAÇÕES"?

Porque no sentido de produção de conhecimentos voltados para a segurança do


Estado e da sociedade, é consagrado o uso do termo "Inteligência".

3. QUAL A FINALIDADE DA ABIN?

Assessorar o Presidente da República nas questões de interesse do Estado e da


sociedade.

4. QUAIS SÃO AS ATRIBUIÇÕES DA ABIN?

A ABIN trabalha em um universo específico, com a competência de:

I - planejar e executar ações, inclusive sigilosas, relativas à obtenção e análise


de dados para a produção de conhecimentos destinados a assessorar o
Presidente da República;
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II - planejar e executar a proteção de conhecimentos sensíveis, relativos aos
interesses e à segurança do Estado e da sociedade;

III - avaliar ameaças, internas e externas, à ordem constitucional;

IV - promover o desenvolvimento de recursos humanos e da doutrina de


Inteligência, e realizar estudos e pesquisas para o exercício e o aprimoramento
da atividade de Inteligência.

5. QUAIS SÃO AS ATIVIDADES DA ABIN?

Produção de conhecimentos estratégicos sobre ameaças e potencialidades,


internas e externas, para o planejamento, a execução e o acompanhamento da
ação governamental, com vistas à defesa do Estado e da sociedade; e proteção
de assuntos sigilosos relativos aos interesses do Estado e da sociedade.

6. COMO ESTÁ ESTRUTURADA A ABIN NO BRASIL?

A estrutura da Agência é composta de uma sede, localizada em Brasília/DF, e de


27 Superintendências Estaduais.

7. O QUE JUSTIFICA, HOJE, A EXISTÊNCIA DE UMA AGÊNCIA DE


INTELIGÊNCIA NO BRASIL?

A inspiração para o exercício da atividade de Inteligência advém, em âmbito


externo, das necessidades de os governos conhecerem os obstáculos de natureza
velada ou dissimulada interpostos por outros centros de decisão à consecução de
seus objetivos.

Além disso, para a adoção de contramedidas que neutralizem esses efeitos, o


Governo necessita dispor de mecanismos capazes de identificar as
vulnerabilidades e as potencialidades internas.

Em ambos os casos, uma agência de Inteligência atua de forma complementar às


demais estruturas de governo, como mais um instrumento para a preservação da
soberania do País.

8. A ABIN ACOMPANHA A VIDA DE PESSOAS?

A ABIN acompanha fatos ou situações que possam caracterizar-se como ameaças


aos interesses nacionais. O alvo de interesse da ABIN, portanto, não são as
pessoas, mas os fatos.

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9. A ABIN TEM ATUAÇÃO POLÍTICO-PARTIDÁRIA?

Não. A ABIN é um instrumento do Estado brasileiro, à disposição dos sucessivos


governos, independentemente de suas ideologias político-partidárias.

10. A ABIN PODE PRENDER PESSOAS?

Não. A ABIN não tem atribuições de polícia ou da justiça. Deter, prender,


custodiar ou interrogar são atos incompatíveis com a atividade de Inteligência.

11. A AGÊNCIA FAZ ESCUTA TELEFÔNICA?

Não.

A Lei 9.296, de 24 de julho de 1996, que regulamenta o dispositivo


constitucional, art. 5º, inciso XII, estabelece os órgãos competentes para
executar, com autorização judicial, a interceptação telefônica. A ABIN não se
enquadra nessa determinação legal.

12. A ABIN MANTÉM INTERCÂMBIO COM AGÊNCIAS DE INTELIGÊNCIA


ESTRANGEIRAS?

Caso haja convergência dos interesses nacionais com os de outros países e o


Presidente da República julgue conveniente para a consecução dos objetivos
nacionais, a ABIN pode estabelecer intercâmbio de conhecimentos.

13. A AGÊNCIA ATUA EM COLABORAÇÃO COM OUTROS ÓRGÃOS?

Sim. A ABIN, como órgão central do SISBIN, atua em colaboração com os órgãos
que o compõem, que são entidades federais, e, mediante convênios, com
entidades estaduais, municipais e privadas que produzam conhecimentos
relacionados com a missão da Agência.

Por ser o órgão central do Sistema, não se deve entender que a Agência tenha
ascendência hierárquica. A ABIN coordena a produção de conhecimentos para
atender às necessidades do Presidente da República, por intermédio do
cumprimento do Plano Nacional de Inteligência - PNI, fixado pela Agência com
base na Política Nacional de Inteligência, elaborada pela Câmara de Relações
Exteriores e Defesa Nacional, do Conselho do Governo.

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14. A QUE TIPOS DE CONTROLE A ABIN ESTÁ SUJEITA?

Controle externo, sobre atos decorrentes da execução da Política Nacional de


Inteligência, a ser exercido por Comissão constituída por membros do Congresso,
e sobre a gestão de recursos orçamentários, pelo Tribunal de Contas da União; e
Controle interno, no âmbito do Poder Executivo, pela supervisão da execução da
Política Nacional de Inteligência, a ser exercida pela Câmara de Relações
Exteriores e Defesa Nacional, e da gestão dos mesmos recursos, pela Secretaria
de Controle Interno da Presidência da República.

15. QUAL O TRABALHO DE UM PROFISSIONAL DE INTELIGÊNCIA?

As tarefas de um profissional de Inteligência podem ser sintetizadas em observar


e interpretar fatos e situações das realidades nacional e internacional, visando à
produção de conhecimentos de interesse do Estado e da sociedade; identificar,
organizar e utilizar fontes variadas de dados; e executar os procedimentos de
segurança necessários à salvaguarda dos conhecimentos e dados produzidos e
custodiados, bem como das tarefas decorrentes.

16. COMO SÃO FORMADOS OS PROFISSIONAIS DE INTELIGÊNCIA?

Os profissionais da área de Inteligência são formados na Escola de Inteligência


da ABIN, sediada aqui Brasília.

De seus cursos constam assuntos como Fundamentos da Atividade de


Inteligência, Produção de Conhecimentos, Contra-Inteligência, Ciência Política,
Relações Internacionais, Direito, Psicologia, Comunicação, Sociologia,
Administração, Informática, Idiomas, Protocolo e Etiqueta.

17. COMO INGRESSAR NA ABIN?

Por intermédio de concurso público e, excepcionalmente, por redistribuição ou


requisição de servidores de outros órgãos da administração pública.

18. É NECESSÁRIO CONHECIMENTO DE ALGUM IDIOMA ESTRANGEIRO


PARA INGRESSAR NA ABIN?

Sim.

O candidato deve possuir conhecimentos de, pelo menos, um idioma estrangeiro.

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Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 16

19. EXISTEM MULHERES NO QUADRO DE SERVIDORES DA AGÊNCIA?

Sim. O quadro de servidores da ABIN inclui mulheres, que desempenham


diversas funções, em sua maioria, como servidoras da carreira de Inteligência.

20. O QUE É ESPIONAGEM?

Espionagem é o crime que se caracteriza pela obtenção de dados de forma ilegal.

21. O BRASIL É ALVO DE AÇÕES DE ESPIONAGEM?

Todos os países são alvos, em potencial, de ações de espionagem.

22. O QUE É O PROGRAMA NACIONAL DE PROTEÇÃO AO CONHECIMENTO


- PNPC?

O PNPC é um Programa idealizado pela ABIN que visa à proteção do


conhecimento sensível, ou seja, daquele cuja preservação permitirá ao Estado
brasileiro melhor inserção no contexto global, revertendo os resultados,
conseqüentemente, em favor da sociedade brasileira.

O Programa pretende formar uma cultura que privilegie proteger esse tipo de
conhecimento, a fim de que não se comprometam as vantagens comparativas do
País nos diversos campos do conhecimento, notadamente os de cunho
estratégico.

23. A QUEM SE DESTINA O PNPC?

A pessoas ou organizações que detenham, lidem ou tenham sob sua custódia,


conhecimentos sensíveis, tanto do setor privado, quanto do governamental.

24. O QUE PODE FAZER UM CIDADÃO QUE QUEIRA SABER SE EXISTEM


INFORMAÇÕES A SEU RESPEITO NO BANCO DE DADOS DA ABIN?

O interessado deve enviar requerimento assinado para o Diretor-Geral da


Agência Brasileira de Inteligência solicitando, assim, a consulta e emissão de
certidão em seu nome.

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Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 17
Cumpre informar que, além do requerimento, deve ser enviado uma cópia da sua
carteira de identidade (RG) e do seu CPF para o endereço da ABIN.

25. POR QUE O ÓRGÃO DE INTELIGÊNCIA TEM DE SER SECRETO?

Um órgão de Inteligência não tem de ser secreto. As agências de Inteligência


foram criadas ou reestruturadas, em sua maioria, por lei, portanto, sua
existência é de domínio público. Parte das atividades desenvolvidas por essas
organizações é que recebe graus de sigilo, inclusive o grau secreto.

Bem, pessoal, os textos acima foram adaptados de algumas pesquisas que fiz, na
internet. Agora, a seguir, vou disponibilizar a você as questões que exploram,
DIRETAMENTE, a nossa matéria, ou seja, a LEGISLAÇÃO DE INTERESSE DA
ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA.

Exercícios do Curso

Julgue os itens abaixo e julgue se estão CERTOS ou ERRADOS, bem


assim responda as perguntas elaboradas.

ATENÇÃO: a seguir as questões com os respectivos comentários.


SE VOCÊ QU I S ER TENTAR FA Z ER APENAS AS QUESTÕES, SEM O
GABARITO, LOGO ADIANTE VOCÊ ENCONTRARÁ AS MESMAS
QUESTÕES, NA MESMA ORDEM, SEM O GABARITO, PARA VOCÊ
TREINAR SEUS CONHECIMENTOS.

1. A ABIN é uma Agência... ISSO QUER DIZER QUE é autarquia sob


regime especial, criada com a finalidade de disciplinar e controlar o
Sistema Brasileiro de Informações.
GABARITO: ERRADÍSSIMO...
Comentários:
De fato, a ABIN leva o nome de Agência, MAS NÃO TEM NADA HAVER COM
AUTARQUIA ESPECIAL.
A Agência Brasileira de Inteligência é um órgão público ligado diretamente à
Presidência da República.

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Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 18
2. A concessão da naturalização nos casos previstos na Constituição, é
faculdade exclusiva do Poder Executivo e far-se-á mediante portaria
do Ministro da Justiça. Nesse sentido, afirma-se que a referida
concessão se traduz na concessão secundária, que é ato vinculado da
Administração Pública.
GABARITO: ERRADO.
Fonte: Lei nº 6.815/1980, art. 111.
ATENÇÃO:
A referida lei diz, em seu art. 111 que “A concessão da naturalização nos casos
previstos no artigo 145, item II, alínea b, da Constituição, é faculdade exclusiva
do Poder Executivo e far-se-á mediante portaria do Ministro da Justiça.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)”.
Esse artigo 145 se refere à CONSTITUIÇÃO ANTERIOR, de 1969. Hoje, na atual
Constituição, esse mesmo assunto está no art. 12...
Veja:
Art. 12. São brasileiros:
(...)
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas
aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um
ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
Agora, uma coisa é certa... a referida aquisição de nacionalidade é, de fato,
secundária e o ato de concessão é, de fato, discricionário da administração
pública. Tanto assim, que o comando da questão mesmo falou na competência
facultativa.

3. A principal diferença entre sistema de informações estatais e sistema


de inteligência está no tratamento dado aos dados.
GABARITO: CERTO.
Comentários:

Conforme entendimento da doutrina nesse assunto, observamos que a expressão


“informações” não refletem a moderna tendência em sistematizar, organizar,
relacionar, cruzar os dados.

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Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 19
Quando usamos a expressão “inteligência”, estamos elaborando um sistema de
informações com tratamento específico de dados, conforme a conveniência e
oportunidade do governo central.

4. Cite dois fundamentos da República Federativa do Brasil que se


relacionam com o Sistema Brasileiro de Inteligência.
Resposta:
Fontes: Lei 9.883/99, art. 1º, §1º e a CF, art. 1º, incisos I e III.
Comentários:
Os fundamentos da República representam as bases sobre as quais deve estar
pautada toda a atividade administrativa da União e dos demais membros
federativos, inclusive e principalmente a ABIN.
No caso da questão acima, temos o fundamento das ações da ABIN estão
baseadas na preservação da soberania e na dignidade humana.
Eu sei que a Lei 9.883/99 fala da defesa do Estado Democrático de Direito e a
preservação dos direitos e garantias fundamentais, mas a questão acima teve
por objetivo relacionar a Lei 9.883/99, art. 1º, §1º e a CF, art. 1º, incisos I e III
e, nesse ponto, está certa.

5. Difere a atividade de inteligência de Estado da atividade de


inteligência policial. Enquanto a primeira prima pelo assessoramento
das autoridades de Governo, no processo decisório, a segunda busca a
produção de provas da materialidade e da autoria de crimes.
GABARITO: CERTO.
Comentários:
A questão elaborou uma diferenciação técnica bem definida. Penso que fazer
essa distinção é de fundamental importância, pois a mídia, recentemente,
associou a atividade da ABIN com as ações investigativas das operações da
Polícia Federal. De fato, a idéia-chave da atividade da ABIN é o “processo
decisório” do governo central, enquanto que a idéia-chave da atividade da polícia
se relaciona ao princípio inquisitivo, pois compete à polícia judiciária promover as
ações voltadas à investigação de crimes, principalmente, por meio dos inquéritos
que servirão de base à acusação do indiciado na Justiça.

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Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 20

6. Diz a Constituição Federal, no seu art. 127 que o Ministério Público é


instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e
dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Por isso, pode-se
afirmar que o MP é órgão do Sistema Brasileiro de Inteligência.
GABARITO: ERRADO.
Fonte: Decreto nº 4.376/2002, art. 4º.
Art. 4º O Sistema Brasileiro de Inteligência é composto pelos seguintes
órgãos: (Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)
I - Casa Civil da Presidência da República, por meio do Centro Gestor e
Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia - CENSIPAM; (Redação
dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)
II - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, órgão
de coordenação das atividades de inteligência federal; (Redação dada pelo
Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)
III - Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República, como órgão central do Sistema;
(Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)
IV - Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Segurança
Pública, da Diretoria de Inteligência Policial do Departamento de Polícia
Federal, do Departamento de Polícia Rodoviária Federal, do Departamento
Penitenciário Nacional e do Departamento de Recuperação de Ativos e
Cooperação Jurídica Internacional, da Secretaria Nacional de Justiça;
(Redação dada pelo Decreto nº 5.525, de 2005)
V - Ministério da Defesa, por meio do Departamento de Inteligência
Estratégica da Secretaria de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais,
da Subchefia de Inteligência do Estado-Maior de Defesa, do Centro de
Inteligência da Marinha, do Centro de Inteligência do Exército e do Centro
de Inteligência da Aeronáutica; (Redação dada pelo Decreto nº 5.388, de
2005)
VI - Ministério das Relações Exteriores, por meio da Coordenação-Geral de
Combate aos Ilícitos Transnacionais da Subsecretaria-Geral de Assuntos
Políticos; (Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)
VII - Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria-Executiva do Conselho
de Controle de Atividades Financeiras, da Secretaria da Receita Federal e
do Banco Central do Brasil; (Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de
6.11.2003)
VIII - Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Secretaria-Executiva;
(Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)

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Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 21
IX - Ministério da Saúde, por meio do Gabinete do Ministro de Estado e da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA; (Redação dada pelo
Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)
X - Ministério da Previdência Social, por meio da Secretaria-Executiva;
(Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)
XI - Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio do Gabinete do Ministro
de Estado; (Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)
XII - Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria-Executiva; e
(Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)
XIII - Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de
Defesa Civil. (Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)
XIV - Controladoria-Geral da União, por meio da Sub-Controladoria.
(Redação dada pelo Decreto nº 5.525, de 2005)
Comentários:
Veja, é bom que memorizemos esse artigo, pois aqui se encontram todos os
órgãos que pertencem ao sistema de inteligência e, como vocês podem observar,
o Ministério Público não está nesse rol do art. 4º do Decreto nº 4.376/2002.
O MP é instituição que tutela (protege) a sociedade, mas nas relações jurídicas
entre as pessoas em suas vidas comuns.
A ABIN tem também uma “tarefa” de tutelar a sociedade, mas relativamente a
assuntos relativos à segurança do Estado.

7. Exige-se a potencialidade lesiva do documento falsificado ou alterado,


pois a contrafação ou modificação grosseira, não apta a ludibriar a
atenção de terceiros, é inócua para esse fim.
GABARITO: CERTO.
Fonte: CP, art. 297 + doutrina.
Comentários:
O crime descrito no CP, art. 297 é o de Falsificação de documento público, o qual
diz que o crime se configura na seguinte hipótese: “Art. 297 - Falsificar, no todo
ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro”.
Mas a doutrina e a jurisprudência dos tribunais afirmam que essa falsificação só
será considerada crime se a falsificação for capaz de enganar as pessoas.
Se alguém vier a fazer uma falsificação grosseira, tão ruim, que qualquer pessoa
pode ver que o documento é falso, não há crime.

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Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 22
8. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida. Tal descrição penal corresponde ao crime de corrupção
passiva.
GABARITO: ERRADO.
Fonte: CP, art. 316.
Comentários:
O crime acima está descrito no Código Penal, art. 316, o qual tem por título
“CONCUSSÃO”.
Corrupção passiva é outro crime.
Dessa forma, tenho uma orientação importante a ministrar a todos: temos que
associar as elementares do crime ao nome do crime. Ou seja, temos que saber, a
partir da descrição do crime, no código penal, de qual crime se trata.
Nas nossas aulas vamos treinar bastante isso.

9. Indique de quem é a competência para as seguintes tarefas:


a) executar a Política Nacional de Inteligência e as ações dela
decorrentes, sob a supervisão da Câmara de Relações
Exteriores e Defesa Nacional do Conselho de Governo;
b) planejar e executar ações, inclusive sigilosas, relativas à
obtenção e análise de dados para a produção de
conhecimentos destinados a assessorar o Presidente da
República;
c) zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços
de relevância pública aos direitos assegurados nesta
Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua
garantia;
d) providenciar o atendimento às consultas e aos requerimentos
formulados pelo Congresso Nacional;
e) promover a capacitação e o desenvolvimento de recursos
humanos e da doutrina de Inteligência;
f) gerir e recolher os documentos produzidos e recebidos pelo
Poder Executivo Federal, bem como preservar e facultar o
acesso aos documentos sob sua guarda, e acompanhar e
implementar a política nacional de arquivos.
Respostas:
a) executar a Política Nacional de Inteligência e as ações dela decorrentes,
sob a supervisão da Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional do
Conselho de Governo; – compete à ABIN (Decreto nº 6.408, Anexo I, art.
1º, §1º, I).

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Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 23
b) planejar e executar ações, inclusive sigilosas, relativas à obtenção e
análise de dados para a produção de conhecimentos destinados a
assessorar o Presidente da República; – compete à ABIN (Decreto nº
6.408, Anexo I, art. 1º, §1º, II).
c) zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de
relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição,
promovendo as medidas necessárias a sua garantia; – compete ao
Ministério Público (CF, art. 129, II).
d) providenciar o atendimento às consultas e aos requerimentos
formulados pelo Congresso Nacional; – compete ao Gabinete do Diretor-
Geral da ABIN ((Decreto nº 6.408, Anexo I, art. 3º, III).
e) promover a capacitação e o desenvolvimento de recursos humanos e da
doutrina de Inteligência; – compete à Escola de Inteligência da ABIN
(Decreto nº 6.408, Anexo I, art. 11, I).
f) gerir e recolher os documentos produzidos e recebidos pelo Poder
Executivo Federal, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos
sob sua guarda, e acompanhar e implementar a política nacional de
arquivos. – compete ao Arquivo Nacional (Lei nº 8.159/1991, art. 18).

10. Na parte da descrição do crime de violação de segredo profissional, a


expressão “sem justa causa” está a evidenciar que não é criminosa
qualquer revelação de segredo, mas somente aquela que não possuir
amparo legal.
GABARITO: CERTO.
Fonte: CP, art. 154 + doutrina.
Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência
em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa
produzir dano a outrem...
Comentários:
De fato, a jurisprudência dos tribunais entendem que se houver necessidade real
e institucional de revelação de sigilo profissional, não há crime.
ATENÇÃO: existem situações em que a lei dá amparo para que se possa revelar
segredos profissionais. Nesse caso, se a lei autoriza uma revelação, haverá justa
causa. Se a lei não autoriza a tal revelação, há crime.

11. Não é à toa que a legislação utiliza a expressão “Sistema” de


Inteligência. A idéia de “sistema”, conforme a Teoria dos Sistemas,

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Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 24
inclui os seguintes elementos: entrada de dados (input), saída de
dados (output), processador (process – transformador de dados) e
retorno (feedback). Nesse caso, pode-se afirmar que “ações de
planejamento” e “atividades de inteligência” corresponderiam, na
teoria dos sistemas, aos elementos de entrada do sistema. Por sua
vez, o “fornecimento de subsídios ao Presidente da República nos
assuntos de interesse nacional” corresponderiam aos elementos de
saída do sistema de inteligência.
GABARITO: CERTO.
Fonte: Lei 9.883/99, art. 1º.
Comentários:

De fato, foi interessante a comparação feita nessa questão.


Conforme a Teoria dos Sistemas, estão corretos seus elementos e, associar as
ações de planejamento e execução de atividades de inteligência, realmente, está
conforme a idéia de ENTRADA de dados no sistema.
A saída do sistema, que representa o grande OBJETIVO do sistema, está também
coerente com os ditames da legislação da nossa matéria, pois o próprio texto da
lei afirma que a finalidade do sistema é o de fornecer informações ao Presidente
da República relativamente aos temas que interessam o Estado, que representa o
interesse nacional.

12. O Regimento Interno das Instituições, decorrem das competências


normativas dos respectivos órgãos. Nesse caso, conforme a legislação
específica aplicável à ABIN, o seu regimento interno será aprovado
pelo(a) ________________________ .
Resposta:
Fonte: Decreto nº 6.408/2008, art. 2º.
A aprovação do Regimento Interno da ABIN é devida ao Ministro Chefe do
Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

13. O sistema constitucional de crises consiste em um conjunto de normas


constitucionais que, informadas pelos princípios da necessidade e da
temporariedade, tendo por objeto as situações de crises e por
finalidade a mantença ou e restabelecimento da normalidade
constitucional. Nesse sentido, é possível que o Judiciário venha a
declarar a inconstitucionalidade a ABIN levando em consideração que

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Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 25
não existe previsão constitucional da ABIN quanto à declaração do
Estado de Defesa ou Estado de Sítio.
GABARITO: ERRADÍSSIMO...
Comentários:
O que o comando da questão chama de Princípio do Sistema Constitucional de
Crises, fazendo referência aos seguintes artigos:
CF, art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da
República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para
preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados,
a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente
instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes
proporções na natureza.
(...)
CF, art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da
República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional
autorização para decretar o estado de sítio nos casos de: I - comoção
grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a
ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa; II - declaração de
estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Veja, é justamente pela atividade da ABIN que o Presidente da República poderá
ter as informações necessárias para a promoção de sua atividade típica no que se
refere à defesa as instituições democráticas.
Pelo fato de a CF não registrar explicitamente a atividade de inteligência não
quer dizer que essa atividade é inconstitucional, pelo contrário. A atividade de
inteligência é regulamentada por leis infraconstitucionais, pois servem de base,
dentre outras hipóteses, para que possa ocorrer, com segurança jurídica e
institucional, o previsto na CF, art. 136 e 137.

14. Os crimes contra a inviolabilidade dos segredos têm por escopo a


tutela da intimidade e da vida privada das pessoas.
GABARITO: CERTO.
Comentários:
Essa parte do Código Penal está no nosso conteúdo e sempre é cobrada no
CESPE.
Veja bem: para cada crime é importante que saibamos qual é o seu escopo.
Escopo é o mesmo que objetivo.
Nesse caso, o objetivo do crime de inviolabilidade de segredos é proteger (tutelar
= proteger, juridicamente) a vida privada das pessoas.

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Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 26
Quem pratica as condutas típicas descritas no tipo penal, estará incorrendo em
crime contra a inviolabilidade dos segredos.
Veja, nesse sentido, o que diz o Código Penal:
Divulgação de segredo
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento
particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou
detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem...
Violação do segredo profissional
Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência
em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa
produzir dano a outrem...

15. Segundo a legislação vigente, o que é “atividade de Inteligência”?


Resposta:
Penso que essa definição é fundamental no nosso curso. Você poderá encontrá-la
no Decreto nº 4.376/2002, art. 2º.
Comentários:
Observe que a definição de “atividade de inteligência” tem por objeto a
segurança nacional. Então, para a tutela (tutela = proteção, garantia) dos
valores contidos no estado de segurança nacional, a ABIN desenvolve sempre
uma atividade proativa.
O que é ser PROATIVO?
Essa idéia de proatividade está exatamente contida logo abaixo do referido
Decreto, no art. 3º, nos verbos “PREVENIR” e “DETECTAR".
Então, a proatividade consiste em ações que antecipam o futuro.
Veja só:
Art. 2º Para os efeitos deste Decreto, entende-se como inteligência a
atividade de obtenção e análise de dados e informações e de produção e
difusão de conhecimentos, dentro e fora do território nacional, relativos a
fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo
decisório, a ação governamental, a salvaguarda e a segurança da
sociedade e do Estado.
Art. 3º Entende-se como contra-inteligência a atividade que objetiva
prevenir, detectar, obstruir e neutralizar a inteligência adversa e ações de
qualquer natureza que constituam ameaça à salvaguarda de dados,
informações e conhecimentos de interesse da segurança da sociedade e do
Estado, bem como das áreas e dos meios que os retenham ou em que
transitem.

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Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 27
LISTA DE QUESTÕES DESENVOLVIDAS NESTA AULA

1. A ABIN é uma Agência... ISSO QUER DIZER QUE é autarquia sob


regime especial, criada com a finalidade de disciplinar e controlar o
Sistema Brasileiro de Informações.
2. A concessão da naturalização nos casos previstos na Constituição, é
faculdade exclusiva do Poder Executivo e far-se-á mediante portaria
do Ministro da Justiça. Nesse sentido, afirma-se que a referida
concessão se traduz na concessão secundária, que é ato vinculado da
Administração Pública.
3. A principal diferença entre sistema de informações estatais e sistema
de inteligência está no tratamento dado aos dados.
4. Cite dois fundamentos da República Federativa do Brasil que se
relacionam com o Sistema Brasileiro de Inteligência.
5. Difere a atividade de inteligência de Estado da atividade de
inteligência policial. Enquanto a primeira prima pelo assessoramento
das autoridades de Governo, no processo decisório, a segunda busca a
produção de provas da materialidade e da autoria de crimes.
6. Diz a Constituição Federal, no seu art. 127 que o Ministério Público é
instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e
dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Por isso, pode-se
afirmar que o MP é órgão do Sistema Brasileiro de Inteligência.
7. Exige-se a potencialidade lesiva do documento falsificado ou alterado,
pois a contrafação ou modificação grosseira, não apta a ludibriar a
atenção de terceiros, é inócua para esse fim.
8. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida. Tal descrição penal corresponde ao crime de corrupção
passiva.
9. Indique de quem é a competência para as seguintes tarefas:
a) executar a Política Nacional de Inteligência e as ações dela
decorrentes, sob a supervisão da Câmara de Relações
Exteriores e Defesa Nacional do Conselho de Governo;
b) planejar e executar ações, inclusive sigilosas, relativas à
obtenção e análise de dados para a produção de
conhecimentos destinados a assessorar o Presidente da
República;

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Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 28
c) zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços
de relevância pública aos direitos assegurados nesta
Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua
garantia;
d) providenciar o atendimento às consultas e aos requerimentos
formulados pelo Congresso Nacional;
e) promover a capacitação e o desenvolvimento de recursos
humanos e da doutrina de Inteligência;
f) gerir e recolher os documentos produzidos e recebidos pelo
Poder Executivo Federal, bem como preservar e facultar o
acesso aos documentos sob sua guarda, e acompanhar e
implementar a política nacional de arquivos.
10. Na parte da descrição do crime de violação de segredo profissional, a
expressão “sem justa causa” está a evidenciar que não é criminosa
qualquer revelação de segredo, mas somente aquela que não possuir
amparo legal.
11. Não é à toa que a legislação utiliza a expressão “Sistema” de
Inteligência. A idéia de “sistema”, conforme a Teoria dos Sistemas,
inclui os seguintes elementos: entrada de dados (input), saída de
dados (output), processador (process – transformador de dados) e
retorno (feedback). Nesse caso, pode-se afirmar que “ações de
planejamento” e “atividades de inteligência” corresponderiam, na
teoria dos sistemas, aos elementos de entrada do sistema. Por sua
vez, o “fornecimento de subsídios ao Presidente da República nos
assuntos de interesse nacional” corresponderiam aos elementos de
saída do sistema de inteligência.
12. O Regimento Interno das Instituições, decorrem das competências
normativas dos respectivos órgãos. Nesse caso, conforme a legislação
específica aplicável à ABIN, o seu regimento interno será aprovado
pelo(a) ________________________ .
13. O sistema constitucional de crises consiste em um conjunto de normas
constitucionais que, informadas pelos princípios da necessidade e da
temporariedade, tendo por objeto as situações de crises e por
finalidade a mantença ou e restabelecimento da normalidade
constitucional. Nesse sentido, é possível que o Judiciário venha a
declarar a inconstitucionalidade a ABIN levando em consideração que
não existe previsão constitucional da ABIN quanto à declaração do
Estado de Defesa ou Estado de Sítio.
14. Os crimes contra a inviolabilidade dos segredos têm por escopo a
tutela da intimidade e da vida privada das pessoas.

Prof. Róger
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 29
15. Segundo a legislação vigente, o que é “atividade de Inteligência”?

Pessoal, essas 15 questões foram apenas uma demonstração do que vamos


estudar nesse curso.
Na aula 1 teremos uma quantidade grande de exercícios, já que nossa matéria é
extensa.
Um abração a todos...
Vejo você na Aula 1,
Cordialmente,
Prof. Róger.

Legislação Específica
ou potencial influência sobre o processo
decisório e a ação governamental e sobre a
Lei nº 9.883/99 salvaguarda e a segurança da sociedade e do
Estado.
Lei nº 9.883, DE 7 DE DEZEMBRO DE § 3º Entende-se como contra-inteligência a
1999. atividade que objetiva neutralizar a
Institui o Sistema Brasileiro de Inteligência, inteligência adversa.
cria a Agência Brasileira de Inteligência - Art. 2º Os órgãos e entidades da
ABIN, e dá outras providências. Administração Pública Federal que, direta ou
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber indiretamente, possam produzir
que o Congresso Nacional decreta e eu conhecimentos de interesse das atividades de
sanciono a seguinte Lei: inteligência, em especial aqueles responsáveis
pela defesa externa, segurança interna e
Art. 1º Fica instituído o Sistema Brasileiro de
relações exteriores, constituirão o Sistema
Inteligência, que integra as ações de
Brasileiro de Inteligência, na forma de ato do
planejamento e execução das atividades de
Presidente da República.
inteligência do País, com a finalidade de
fornecer subsídios ao Presidente da República § 1º O Sistema Brasileiro de Inteligência é
nos assuntos de interesse nacional. responsável pelo processo de obtenção,
análise e disseminação da informação
§ 1º O Sistema Brasileiro de Inteligência tem
necessária ao processo decisório do Poder
como fundamentos a preservação da
Executivo, bem como pela salvaguarda da
soberania nacional, a defesa do Estado
informação contra o acesso de pessoas ou
Democrático de Direito e a dignidade da
órgãos não autorizados.
pessoa humana, devendo ainda cumprir e
preservar os direitos e garantias individuais e § 2º Mediante ajustes específicos e convênios,
demais dispositivos da Constituição Federal, ouvido o competente órgão de controle
os tratados, convenções, acordos e ajustes externo da atividade de inteligência, as
internacionais em que a República Federativa Unidades da Federação poderão compor o
do Brasil seja parte ou signatário, e a Sistema Brasileiro de Inteligência.
legislação ordinária. Art. 3º Fica criada a Agência Brasileira de
§ 2º Para os efeitos de aplicação desta Lei, Inteligência - ABIN, órgão de assessoramento
entende-se como inteligência a atividade que direto ao Presidente da República, que, na
objetiva a obtenção, análise e disseminação posição de órgão central do Sistema Brasileiro
de conhecimentos dentro e fora do território de Inteligência, terá a seu cargo planejar,
nacional sobre fatos e situações de imediata executar, coordenar, supervisionar e controlar

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Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 30
as atividades de int el igência do País, sugestões do competente órgão de controle
obedecidas a política e as diretrizes externo da atividade de inteligência.
superiormente traçadas nos termos desta Lei. Art. 6º O controle e fiscalização externos da
Art. 3º Fica criada a Agência Brasileira de atividade de inteligência serão exercidos pelo
Inteligência - ABIN, órgão da Presidência da Poder Legislativo na forma a ser estabelecida
República, que, na posição de órgão central em ato do Congresso Nacional.
do Sistema Brasileiro de Inteligência, terá a § 1º Integrarão o órgão de controle externo
seu cargo planejar, executar, coordenar, da atividade de inteligência os líderes da
supervisionar e controlar as atividades de maioria e da minoria na Câmara dos
inteligência do País, obedecidas à política e às Deputados e no Senado Federal, assim como
diretrizes superiormente traçadas nos termos os Presidentes das Comissões de Relações
desta Lei. (Redação dada pela Medida Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos
Provisória nº 2.216-37, de 2001) Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. As atividades de inteligência § 2º O ato a que se refere o caput deste
serão desenvolvidas, no que se refere aos artigo definirá o funcionamento do órgão de
limites de sua extensão e ao uso de técnicas e controle e a forma de desenvolvimento dos
meios sigilosos, com irrestrita observância dos seus trabalhos com vistas ao controle e
direitos e garantias individuais, fidelidade às fiscalização dos atos decorrentes da execução
instituições e aos princípios éticos que regem os da Política Nacional de Inteligência.
interesses e a segurança do Estado. Art. 7º A ABIN, observada a legislação e
Art. 4º À ABIN, além do que lhe prescreve o normas pertinentes, e objetivando o
artigo anterior, compete: desempenho de suas atribuições, poderá
I - planejar e executar ações, inclusive firmar convênios, acordos, contratos e
sigilosas, relativas à obtenção e análise de quaisquer outros ajustes.
dados para a produção de conhecimentos Art. 8º A ABIN será dirigida por um Diretor-
destinados a assessorar o Presidente da Geral, cujas funções serão estabelecidas no
República; decreto que aprovar a sua estrutura
II - planejar e executar a proteção de organizacional.
conhecimentos sensíveis, relativos aos § 1º O regimento interno da ABIN disporá
interesses e à segurança do Estado e da sobre a competência e o funcionamento de
sociedade; suas unidades, assim como as atribuições dos
III - avaliar as ameaças, internas e externas, à titulares e demais integrantes destas.
ordem constitucional; § 2º A elaboração e edição do regimento
IV - promover o desenvolvimento de recursos interno da ABIN serão de responsabilidade de
humanos e da doutrina de inteligência, e seu Diretor-Geral, que o submeterá à
realizar estudos e pesquisas para o exercício e aprovação do Presidente da República.
aprimoramento da atividade de inteligência. Art. 9º Os atos da ABIN, cuja publicidade
Parágrafo único. Os órgãos componentes do possa comprometer o êxito de suas atividades
Sistema Brasileiro de Inteligência fornecerão à sigilosas, deverão ser publicados em extrato.
ABIN, nos termos e condições a serem § 1º Incluem-se entre os atos objeto deste
aprovados mediante ato presidencial, para artigo os referentes ao seu peculiar
fins de integração, dados e conhecimentos funcionamento, como às atribuições, à
específicos relacionados com a defesa das atuação e às especificações dos respectivos
instituições e dos interesses nacionais. cargos, e à movimentação dos seus titulares.
Art. 5º A execução da Política Nacional de § 2º A obrigatoriedade de publicação dos atos
Inteligência, fixada pelo Presidente da em extrato independe de serem de caráter
República, será levada a efeito pela ABIN, sob a ostensivo ou sigiloso os recursos utilizados,
supervisão da Câmara de Relações em cada caso.
Exteriores e Defesa Nacional do Conselho de Art. 9º A - Quaisquer informações ou
Governo. documentos sobre as atividades e assuntos de
Parágrafo único. Antes de ser fixada pelo inteligência produzidos, em curso ou sob a
Presidente da República, a Política Nacional de custódia da ABIN somente poderão ser
Inteligência será remetida ao exame e
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Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 31
fornecidos, às autoridades que tenham Gratificadas e as Gratificações de
competência legal para solicitá-los, pelo Chefe Representação, da unidade técnica
do Gabinete de Segurança Institucional da encarregada das ações de inteligência,
Presidência da República, observado o alocados na Casa Militar da Presidência da
respectivo grau de sigilo conferido com base República.
na legislação em vigor, excluídos aqueles cujo § 2º O Poder Executivo disporá sobre a
sigilo seja imprescindível à segurança da transferência, para a ABIN, do acervo
sociedade e do Estado. (Incluído pela Medida patrimonial alocado à unidade técnica
Provisória nº 2.216-37, de 2001) encarregada das ações de inteligência.
§ 1º O fornecimento de documentos ou § 3º Fica o Poder Executivo autorizado a
informações, não abrangidos pelas hipóteses remanejar ou transferir para a ABIN os saldos
previstas no caput deste artigo, será regulado das dotações orçamentárias consignadas para
em ato próprio do Chefe do Gabinete de as atividades de inteligência nos orçamentos
Segurança Institucional da Presidência da da Secretaria de Assuntos Estratégicos e do
República. (Incluído pela Medida Provisória nº Gabinete da Presidência da República.
2.216-37, de 2001) Art. 13. As despesas decorrentes desta Lei
§ 2º A autoridade ou qualquer outra pessoa correrão à conta das dotações orçamentárias
que tiver conhecimento ou acesso aos próprias.
documentos ou informações referidos no Parágrafo único. O Orçamento Geral da União
caput deste artigo obriga-se a manter o contemplará, anualmente, em rubrica
respectivo sigilo, sob pena de específica, os recursos necessários ao
responsabilidade administrativa, civil e penal, e, desenvolvimento das ações de caráter sigiloso a
em se tratando de procedimento judicial, fica cargo da ABIN.
configurado o interesse público de que trata
Art. 14. As atividades de controle interno da
o art. 155, inciso I, do Código de
ABIN, inclusive as de contabilidade analítica,
Processo Civil, devendo qualquer investigação
serão exercidas pela Secretaria de Controle
correr, igualmente, sob sigilo. (Incluído pela
Interno da Presidência da República.
Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)
Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de
Art. 10. A ABIN somente poderá comunicar-se
sua publicação.
com os demais órgãos da administração
pública direta, indireta ou fundacional, de Brasília, 7 de dezembro de 1999; 178º da
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, Independência e 111º da República. FERNANDO
do Distrito Federal e dos Municípios, com o HENRIQUE CARDOSO
conhecimento prévio da autoridade Amaury Guilherme Bier
competente de maior hierarquia do respectivo Martus Tavares
órgão, ou um seu delegado.
Alberto Mendes Cardoso
Art. 11. Ficam criados os cargos de Diretor- Este texto não substitui o publicado no D.O.U.
Geral e de Diretor-Adjunto da ABIN, de
de 8.12.1999
natureza especial, e os em comissão, de que
trata o Anexo a esta Lei.
Parágrafo único. São privativas do Presidente
da República a escolha e a nomeação do Decreto nº 4.376/2002
Diretor-Geral da ABIN, após aprovação de seu
nome pelo Senado Federal. DECRETO Nº 4.376, DE 13 DE SETEMBRO
Art. 12. A unidade técnica encarregada das DE 2002.
ações de inteligência, hoje vinculada à Casa Dispõe sobre a organização e o
Militar da Presidência da República, fica funcionamento do Sistema Brasileiro de
absorvida pela ABIN. Inteligência, instituído pela Lei nº 9.883, de 7
§ 1º Fica o Poder Executivo autorizado a de dezembro de 1999, e dá outras
transferir para a ABIN, mediante alteração de providências.
denominação e especificação, os cargos e O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso
funções de confiança do Grupo-Direção e das atribuições que lhe confere o art. 84,
Assessoramento Superiores, as Funções incisos IV e VI, alínea "a", da Constituição, e

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tendo em vista o disposto na Lei nº 9.883, de III - Agência Brasileira de Inteligência - ABIN,
7 de dezembro de 1999, do Gabinete de Segurança Institucional da
DECRETA: Presidência da República, como órgão central
Art. 1º A organização e o funcionamento do do Sistema; (Redação dada pelo Decreto nº
Sistema Brasileiro de Inteligência, instituído 4.872, de 6.11.2003)
pela Lei nº 9.883, de 7 de dezembro de 1999, IV - Ministério da Justiça, por meio da
obedecem ao disposto neste Decreto. Secretaria Nacional de Segurança Pública, da
Diretoria de Inteligência Policial do
§ 1º O Sistema Brasileiro de Inteligência tem
Departamento de Polícia Federal, do
por objetivo integrar as ações de
Departamento de Polícia Rodoviária Federal,
planejamento e execução da atividade de
do Departamento Penitenciário Nacional e do
inteligência do País, com a finalidade de
Departamento de Recuperação de Ativos e
fornecer subsídios ao Presidente da República
Cooperação Jurídica Internacional, da
nos assuntos de interesse nacional.
Secretaria Nacional de Justiça; (Redação dada
§ 2º O Sistema Brasileiro de Inteligência é pelo Decreto nº 5.525, de 2005)
responsável pelo processo de obtenção e
V - Ministério da Defesa, por meio do
análise de dados e informações e pela
Departamento de Inteligência Estratégica da
produção e difusão de conhecimentos
Secretaria de Política, Estratégia e Assuntos
necessários ao processo decisório do Poder
Internacionais, da Subchefia de Inteligência
Executivo, em especial no tocante à
do Estado-Maior de Defesa, do Centro de
segurança da sociedade e do Estado, bem
Inteligência da Marinha, do Centro de
como pela salvaguarda de assuntos sigilosos
Inteligência do Exército e do Centro de
de interesse nacional.
Inteligência da Aeronáutica; (Redação dada
Art. 2º Para os efeitos deste Decreto,
pelo Decreto nº 5.388, de 2005)
entende-se como inteligência a atividade de
obtenção e análise de dados e informações e VI - Ministério das Relações Exteriores, por
de produção e difusão de conhecimentos, meio da Coordenação-Geral de Combate aos
dentro e fora do território nacional, relativos a Ilícitos Transnacionais da Subsecretaria-Geral
fatos e situações de imediata ou potencial de Assuntos Políticos; (Redação dada pelo
influência sobre o processo decisório, a ação Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)
governamental, a salvaguarda e a segurança VII - Ministério da Fazenda, por meio da
da sociedade e do Estado. Secretaria-Executiva do Conselho de Controle
Art. 3º Entende-se como contra-inteligência a de Atividades Financeiras, da Secretaria da
atividade que objetiva prevenir, detectar, Receita Federal e do Banco Central do Brasil;
obstruir e neutralizar a inteligência adversa e (Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de
ações de qualquer natureza que constituam 6.11.2003)
ameaça à salvaguarda de dados, informações e VIII - Ministério do Trabalho e Emprego, por
conhecimentos de interesse da segurança da meio da Secretaria-Executiva; (Redação dada
sociedade e do Estado, bem como das áreas pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)
e dos meios que os retenham ou em que IX - Ministério da Saúde, por meio do
transitem. Gabinete do Ministro de Estado e da Agência
Art. 4º O Sistema Brasileiro de Inteligência é Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA;
composto pelos seguintes órgãos: (Redação (Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de
dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003) 6.11.2003)
I - Casa Civil da Presidência da República, por X - Ministério da Previdência Social, por meio
meio do Centro Gestor e Operacional do da Secretaria-Executiva; (Redação dada pelo
Sistema de Proteção da Amazônia - Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)
CENSIPAM; (Redação dada pelo Decreto nº XI - Ministério da Ciência e Tecnologia, por
4.872, de 6.11.2003) meio do Gabinete do Ministro de Estado;
II - Gabinete de Segurança Institucional da (Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de
Presidência da República, órgão de 6.11.2003)
coordenação das atividades de inteligência XII - Ministério do Meio Ambiente, por meio
federal; (Redação dada pelo Decreto nº da Secretaria-Executiva; e (Redação dada
4.872, de 6.11.2003) pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)
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XIII - Ministério da Integração Nacional, por II - propor normas e procedimentos gerais
meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil. para o intercâmbio de conhecimentos e as
(Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de comunicações entre os órgãos que constituem o
6.11.2003) Sistema Brasileiro de Inteligência, inclusive no
XIV - Controladoria-Geral da União, por meio que respeita à segurança da informação;
da Sub-Controladoria. (Redação dada pelo III - contribuir para o aperfeiçoamento da
Decreto nº 5.525, de 2005) doutrina de inteligência;
Parágrafo único. Mediante ajustes específicos e IV - opinar sobre propostas de integração de
convênios, ouvido o competente órgão de novos órgãos e entidades ao Sistema
controle externo da atividade de inteligência, Brasileiro de Inteligência;
as unidades da Federação poderão compor o V - propor a criação e a extinção de grupos de
Sistema Brasileiro de Inteligência. trabalho para estudar problemas específicos,
Art. 5º O funcionamento do Sistema Brasileiro com atribuições, composição e funcionamento
de Inteligência efetivar-se-á mediante regulados no ato que os instituir; e
articulação coordenada dos órgãos que o VI - propor ao seu Presidente o regimento
constituem, respeitada a autonomia funcional interno.
de cada um e observadas as normas legais Art. 8º São membros do Conselho os titulares
pertinentes a segurança, sigilo profissional e dos seguintes órgãos: (Redação dada pelo
salvaguarda de assuntos sigilosos.
Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)
Art. 6º Cabe aos órgãos que compõem o
I - Gabinete de Segurança Institucional da
Sistema Brasileiro de Inteligência, no âmbito
Presidência da República; (Incluído pelo
de suas competências:
Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)
I - produzir conhecimentos, em atendimento às
II - Agência Brasileira de Inteligência - ABIN,
prescrições dos planos e programas de
do Gabinete de Segurança Institucional da
inteligência, decorrentes da Política Nacional
Presidência da República; (Incluído pelo
de Inteligência;
Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)
II - planejar e executar ações relativas à
III - Secretaria Nacional de Segurança
obtenção e integração de dados e
Pública, Diretoria de Inteligência Policial do
informações;
Departamento de Polícia Federal e
III - intercambiar informações necessárias à Departamento de Polícia Rodoviária Federal,
produção de conhecimentos relacionados com as todos do Ministério da Justiça; (Incluído pelo
atividades de inteligência e contra- Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)
inteligência;
IV - Departamento de Inteligência Estratégica
IV - fornecer ao órgão central do Sistema, da Secretaria de Política, Estratégia e
para fins de integração, informações e Assuntos Internacionais, Centro de
conhecimentos específicos relacionados com a Inteligência da Marinha, Centro de
defesa das instituições e dos interesses Inteligência do Exército, Secretaria de
nacionais; e Inteligência da Aeronáutica, todos do
V - estabelecer os respectivos mecanismos e Ministério da Defesa; (Incluído pelo Decreto
procedimentos particulares necessários às nº 4.872, de 6.11.2003)
comunicações e ao intercâmbio de V - Coordenação-Geral de Combate aos
informações e conhecimentos no âmbito do Ilícitos Transnacionais da Subsecretaria-Geral
Sistema, observando medidas e de Assuntos Políticos, do Ministério das
procedimentos de segurança e sigilo, sob Relações Exteriores; (Incluído pelo Decreto nº
coordenação da ABIN, com base na legislação 4.872, de 6.11.2003)
pertinente em vigor.
VI - Conselho de Controle de Atividades
Art. 7º Fica instituído, vinculado ao Gabinete Financeiras, do Ministério da Fazenda; e
de Segurança Institucional, o Conselho
(Incluído pelo Decreto nº 4.872, de
Consultivo do Sistema Brasileiro de
6.11.2003)
Inteligência, ao qual compete:
VII - Centro Gestor e Operacional do Sistema
I - emitir pareceres sobre a execução da de Proteção da Amazônia - CENSIPAM, da
Política Nacional de Inteligência; Casa Civil da Presidência da República.

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Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 34
(Incluído pelo Decreto nº 4.872, de promovendo a necessária interação entre os
6.11.2003) envolvidos;
§ 1º O Conselho é presidido pelo Chefe do III - acompanhar a produção de
Gabinete de Segurança Institucional, que conhecimentos, por meio de solicitação aos
indicará seu substituto eventual. membros do Sistema Brasileiro de
§ 2º Os membros do Conselho indicarão os Inteligência, para assegurar o atendimento da
respectivos suplentes. finalidade legal do Sistema;
§ 3º Aos membros do Conselho serão IV - analisar os dados, informações e
concedidas credenciais de segurança no grau conhecimentos recebidos, com vistas a
"secreto". verificar o atendimento das necessidades de
conhecimentos estabelecidas no Plano
Art. 9º O Conselho reunir-se-á, em caráter
Nacional de Inteligência;
ordinário, até três vezes por ano, na sede da
ABIN, em Brasília, e, extraordinariamente, V - integrar as informações e os
sempre que convocado pelo seu Presidente ou a conhecimentos fornecidos pelos membros do
requerimento de um de seus membros. Sistema Brasileiro de Inteligência;
(Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de VI - solicitar dos órgãos e entidades da
6.11.2003) Administração Pública Federal os dados,
§ 1º A critério do presidente do Conselho, as conhecimentos, informações ou documentos
reuniões extraordinárias poderão ser necessários ao atendimento da finalidade legal
realizadas fora da sede da ABIN. do Sistema;
§ 2º O Conselho reunir-se-á com a presença VII - promover o desenvolvimento de
de, no mínimo, a maioria de seus membros. recursos humanos e tecnológicos e da
doutrina de inteligência, realizar estudos e
§ 3º Mediante convite de qualquer membro pesquisas para o exercício e aprimoramento
do Conselho, representantes de outros órgãos da atividade de inteligência, em coordenação
ou entidades poderão participar das suas com os demais órgãos do Sistema Brasileiro
reuniões, como assessores ou observadores. de Inteligência;
§ 4º O presidente do Conselho poderá VIII - prover suporte técnico e administrativo
convidar para participar das reuniões cidadãos às reuniões do Conselho e ao funcionamento
de notório saber ou especialização sobre dos grupos de trabalho, solicitando, se
assuntos constantes da pauta. preciso, aos órgãos que constituem o Sistema
§ 5º As despesas com deslocamento e estada colaboração de servidores por tempo
dos membros do Conselho correrão à custa de determinado, observadas as normas
recursos dos órgãos que representam, salvo pertinentes; e
na hipótese do § 4º ou em casos IX - representar o Sistema Brasileiro de
excepcionais, quando correrão à custa dos
Inteligência perante o órgão de controle
recursos da ABIN.
externo da atividade de inteligência.
§ 6º A participação no Conselho não enseja
Parágrafo único. Excetua-se das atribuições
nenhum tipo de remuneração e será
previstas neste artigo a atividade de
considerada serviço de natureza relevante.
inteligência operacional necessária ao
Art. 10. Na condição de órgão central do planejamento e à condução de campanhas e
Sistema Brasileiro de Inteligência, a ABIN tem a operações militares das Forças Armadas, no
seu cargo: interesse da defesa nacional.
I - estabelecer as necessidades de Art. 11. Este Decreto entra em vigor na data
conhecimentos específicos, a serem de sua publicação.
produzidos pelos órgãos que constituem o
Brasília, 13 de setembro de 2002; 181º da
Sistema Brasileiro de Inteligência, e consolidá-
Independência e 114º da República. FERNANDO
las no Plano Nacional de Inteligência;
HENRIQUE CARDOSO
II - coordenar a obtenção de dados e
Paulo Tarso Ramos Ribeiro
informações e a produção de conhecimentos
sobre temas de competência de mais de um Geraldo Magela da Cruz Quintão
membro do Sistema Brasileiro de Inteligência, Osmar Chohfi
Alberto Mendes Cardoso

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Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 35
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data
de 16.9.2002. de sua publicação.
Art. 5º Fica revogado o Decreto no 5.609, de 9
de dezembro de 2005.
Decreto nº 6.408/2008 Brasília, 24 de março de 2008; 187º da
Independência e 120o da República.
DECRETO Nº 6.408, DE 24 DE MARÇO DE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
2008. Paulo Bernardo Silva
Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Jorge Armando Felix
Demonstrativo dos Cargos em Comissão, das Este texto não substitui o publicado no DOU
Gratificações de Exercício em Cargo de 25.3.2008.
de Confiança e das
Gratificações de Representação da
Agência Brasileira de ANEXO I
Inteligência - ABIN, do Gabinete de ESTRUTURA REGIMENTAL DA AGÊNCIA
Segurança Institucional da Presidência da BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA DO GABINETE
República. DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL DA
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
das atribuições que lhe confere o art. 84, CAPÍTULO I
incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e DA NATUREZA E COMPETÊNCIA
tendo em vista o disposto no art. 50 da Lei nº Art. 1º A Agência Brasileira de Inteligência -
10.683, de 28 de maio de 2007, ABIN, órgão integrante do Gabinete de
DECRETA: Segurança Institucional da Presidência da
Art. 1º Ficam aprovados a Estrutura República, criada pela Lei nº 9.883, de 7 de
Regimental e o Quadro Demonstrativo dos dezembro de 1999, na condição de órgão
Cargos em Comissão, das Gratificações de central do Sistema Brasileiro de Inteligência,
Exercício em Cargo de Confiança e das tem por competência planejar, executar,
Gratificações de Representação da Agência coordenar, supervisionar e controlar as
Brasileira de Inteligência - ABIN, do Gabinete atividades de Inteligência do País, obedecidas a
de Segurança Institucional da Presidência da política e as diretrizes superiormente
República, na forma dos Anexos I e II. traçadas na forma da legislação específica.
Art. 2º Os apostilamentos decorrentes da § 1º Compete, ainda, à ABIN:
aprovação da Estrutura Regimental de que I - executar a Política Nacional de Inteligência e
trata o art. 1º deverão ocorrer no prazo de as ações dela decorrentes, sob a supervisão da
vinte dias, contado da data de publicação Câmara de Relações Exteriores e Defesa
deste Decreto. Nacional do Conselho de Governo;
Parágrafo único. Após os apostilamentos II - planejar e executar ações, inclusive
previstos no caput, o Ministro de Estado sigilosas, relativas à obtenção e análise de
Chefe do Gabinete de Segurança Institucional dados para a produção de conhecimentos
da Presidência da República fará publicar, no destinados a assessorar o Presidente da
Diário Oficial da União, no prazo de trinta dias, República;
contado da data de publicação deste Decreto, III - planejar e executar a proteção de
relação dos titulares dos cargos em comissão conhecimentos sensíveis, relativos aos
do Grupo-Direção e Assessoramento interesses e à segurança do Estado e da
Superiores - DAS a que se refere o Anexo II, sociedade;
indicando o número de cargos ocupados e IV - avaliar as ameaças, internas e externas, à
vagos, sua denominação e respectivo nível. Art. ordem constitucional;
3º O regimento interno da ABIN será V - promover o desenvolvimento de recursos
aprovado pelo Ministro de Estado Chefe do humanos e da doutrina de inteligência; e
Gabinete de Segurança Institucional da VI - realizar estudos e pesquisas para o
Presidência da República e publicado no Diário exercício e o aprimoramento da atividade de
Oficial da União no prazo de noventa dias, inteligência.
contado da data de publicação deste Decreto.

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Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 36
§ 2º As atividades de inteligência serão II - organizar a agenda de audiências e as
desenvolvidas, no que se refere aos limites de viagens do Diretor-Geral;
sua extensão e ao uso de técnicas e meios III - providenciar o atendimento às consultas e
sigilosos, com observância dos direitos e aos requerimentos formulados pelo
garantias individuais, fidelidade às instituições e Congresso Nacional; e
aos princípios éticos que regem os
IV - coordenar e supervisionar as atividades
interesses e a segurança do Estado.
de protocolo geral.
§ 3º Os órgãos componentes do Sistema
Art. 4º À Assessoria de Comunicação Social
Brasileiro de Inteligência fornecerão à ABIN,
compete:
nos termos e condições previstas no Decreto
no 4.376, de 13 de setembro de 2002, e I - planejar, supervisionar, controlar e orientar
demais dispositivos legais pertinentes, para as atividades de comunicação social e
fins de integração, dados e conhecimentos contatos com a imprensa, a fim de atender
específicos relacionados com a defesa das suas demandas e divulgar assuntos afetos à
instituições e dos interesses nacionais. Agência, resguardando aqueles considerados
de natureza sigilosa;
CAPÍTULO II
II - planejar, executar e coordenar as
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
atividades de cerimonial e aquelas em que
Art. 2º A ABIN tem a seguinte estrutura comparecer o Diretor-Geral, bem como
organizacional: orientar as demais unidades nas solenidades
I - órgãos de assistência direta e imediata ao sob sua responsabilidade, previstas nos textos
Diretor-Geral: normativos; e
a) Gabinete; III - organizar campanhas educativas e
b) Assessoria de Comunicação Social; publicitárias para a divulgação da imagem,
c) Assessoria Jurídica; missão, visão de futuro, valores e objetivos
estratégicos da Agência, junto à sociedade
d) Ouvidoria;
brasileira e à comunidade internacional.
e) Corregedoria-Geral; e
Art. 5º À Assessoria Jurídica compete:
f) Secretaria de Planejamento, Orçamento e
I - cumprir e zelar pelo cumprimento das
Administração:
orientações normativas emanadas da
1. Departamento de Administração e Advocacia-Geral da União;
Logística;
II - prestar assessoria direta e imediata ao
2. Departamento de Gestão de Pessoal; Diretor-Geral e aos órgãos que integram a
3. Escola de Inteligência; e estrutura da ABIN, nos assuntos de natureza
4. Departamento de Pesquisa e jurídica, aplicando-se, no que couber, o
Desenvolvimento Tecnológico; disposto no art. 11 da Lei Complementar no
II - órgãos específicos singulares: 73, de 10 de fevereiro de 1993;
a) Departamento de Inteligência Estratégica; III - examinar e aprovar minutas de editais de
licitação, de instrumentos de contratos, de
b) Departamento de Contra-Inteligência;
convênios e de outros atos criadores de
c) Departamento de Contraterrorismo; e direitos e obrigações, que devam ser
d) Departamento de Integração do Sistema celebrados pela ABIN;
Brasileiro de Inteligência; e IV - analisar e apresentar solução para as
III - unidades estaduais. questões suscitadas pela aplicação das leis e
CAPÍTULO III dos regulamentos relativos às atividades
DA COMPETÊNCIA DAS UNIDADES desenvolvidas pela ABIN; e
Seção I V - examinar e emitir parecer sobre projetos
Dos Órgãos de Assistência Direta e Imediata de atos normativos a serem expedidos ou
ao Diretor-Geral propostos pela ABIN.
Art. 3º Ao Gabinete compete: Art. 6º À Ouvidoria compete:
I - prestar apoio administrativo e técnico ao I - atuar como canal adicional de comunicação
entre o servidor e o Diretor-Geral da ABIN;
Diretor-Geral;

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Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 37
II - ouvir reclamações, críticas e elogios II - planejar, coordenar e supervisionar e
relativos a serviços prestados por unidade da controlar o desenvolvimento do processo
ABIN; orçamentário anual e da programação
III - ampliar a capacidade do servidor e do financeira, em consonância com as políticas,
cidadão de colaborar com ações da ABIN, na diretrizes e prioridades estabelecidas pela
forma de sugestões que propiciem o Direção-Geral;
aperfeiçoamento de serviços prestados; e III - promover, em articulação com as áreas
IV - identificar oportunidades de melhoria de interessadas, a elaboração de planos, projetos
procedimentos por parte da ABIN. anuais e plurianuais, termos de convênios,
acordos de cooperação e instrumentos
Art. 7º À Corregedoria-Geral compete:
correlatos a serem celebrados com entidades
I - receber queixas e representações sobre de direito público e privado, nacionais e
irregularidades e infrações cometidas por estrangeiras, submetendo-as à apreciação do
servidores em exercício na ABIN, bem como Diretor-Geral;
orientar as unidades da Agência sobre o
IV - desenvolver estudos destinados ao
assunto;
contínuo aperfeiçoamento da Agência,
II - apurar irregularidades e infrações propondo a reformulação de suas estruturas,
cometidas por servidores da ABIN; normas, sistemas e métodos, em articulação
III - designar membros integrantes das com o órgão setorial de modernização da
comissões disciplinares; Presidência da República;
IV - controlar, fiscalizar e avaliar os trabalhos V - acompanhar, junto aos órgãos da
das comissões disciplinares; Administração Pública Federal e outras
V - submeter à decisão do Diretor-Geral os entidades e organizações, a alocação de
recursos impetrados contra indeferimento ou recursos destinados ao cumprimento dos
arquivamento de denúncias ou programas, ações e atividades da ABIN; e
representações para instauração de VI - orientar e promover estudos de
procedimentos administrativos disciplinares; racionalização e normalização de processos de
VI - orientar as unidades da ABIN na trabalho, elaboração de normas e manuais,
interpretação e no cumprimento da legislação visando à padronização e otimização de bens,
pertinente às atividades disciplinares; materiais, equipamentos, serviços e sistemas.
VII - articular-se com a área de segurança Art. 9º Ao Departamento de Administração e
corporativa, visando ao intercâmbio de Logística compete:
informações relativas à conduta funcional de I - elaborar os planos e projetos anuais e
seus servidores; e plurianuais da área administrativa;
VIII - zelar pelo cumprimento do Código de II - executar, em articulação com a unidade
Ética Profissional do Servidor da ABIN, responsável pela implementação do
observando as deliberações da Comissão de planejamento institucional do órgão, a
Ética Pública e orientando as unidades da dotação orçamentária anual da ABIN nas suas
ABIN sobre sua aplicação, visando a garantir o áreas de competência;
exercício de uma conduta ética e moral III - executar, coordenar e controlar as
condizentes com os padrões inerentes ao atividades de tecnologia da informação,
exercício do cargo, função ou emprego na telecomunicações, eletrônica,
Agência. fotocinematografia e de normas e processos
Art. 8º À Secretaria de Planejamento, administrativos;
Orçamento e Administração compete: IV - executar, controlar e avaliar as atividades
I - planejar, coordenar, supervisionar, pertinentes a gestões administrativas e
controlar e avaliar as atividades de patrimoniais, material de consumo, serviços
planejamento, orçamento, modernização gerais, serviços gráficos e arquivo de
organizacional, capacitação e gestão de documentos administrativos;
pessoal, desenvolvimento científico e V - fiscalizar e controlar a execução de
tecnológico, telecomunicações, eletrônica e de reformas, construções e locações de edifícios,
administração geral; objetivando a instalação ou manutenção de
unidades; e

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VI - executar, coordenar e controlar a Art. 13. Ao Departamento de Inteligência
aquisição e logística referente aos recursos Estratégica compete:
materiais, inclusive no que tange aos meios I - obter dados e informações e produzir
de transportes, armamento, munições e conhecimentos de inteligência sobre a
equipamentos de comunicações e informática. situação nacional e internacional necessários
Art. 10. Ao Departamento de Gestão de para o assessoramento ao processo decisório
Pessoal compete: do Poder Executivo;
I - executar e coordenar as atividades II - planejar, coordenar, supervisionar e
relacionadas ao Sistema de Pessoal Civil da controlar a execução das atividades de
Administração Federal - SIPEC; Inteligência estratégica do País;
II - elaborar pareceres normativos com base III - processar dados, informações e
em estudo da legislação pertinente; conhecimentos fornecidos pelos adidos civis
III - promover o desenvolvimento de estudos brasileiros no exterior, adidos estrangeiros
contínuos destinados à adequação do acreditados junto ao governo brasileiro e
quantitativo e do perfil profissional e pessoal pelos serviços internacionais congêneres; e
dos servidores da ABIN com vistas ao pleno IV - implementar os planos aprovados pela
cumprimento das atribuições do órgão; e ABIN.
IV - promover o recrutamento e a seleção de Art. 14. Ao Departamento de Contra-
candidatos para ingresso na ABIN. Inteligência compete:
Art. 11. À Escola de Inteligência compete: I - obter informações e exercer ações de
I - promover a capacitação e o salvaguarda de assuntos sensíveis e de
desenvolvimento de recursos humanos e da interesse do Estado e da sociedade, bem
doutrina de Inteligência; como das áreas e dos meios que os retenham
II - estabelecer intercâmbio com escolas, ou em que transitem;
centros de ensino, bibliotecas e outras II - salvaguardar informações contra o acesso
organizações congêneres nacionais e de pessoas ou órgãos não autorizados
estrangeiras; objetivando a preservação da soberania
III - promover a elaboração de planos, nacional, a defesa do Estado Democrático de
estudos e pesquisas para o exercício e Direito e a dignidade da pessoa humana,
aprimoramento da atividade de inteligência; e IV observando os tratados, convenções, acordos e
- formar pessoal selecionado por meio de ajustes internacionais em que a República
concurso. Federativa do Brasil seja parte ou signatária; III
Art. 12. Ao Departamento de Pesquisa e - coordenar, fiscalizar e administrar o
Desenvolvimento Tecnológico compete: Sistema de Gerenciamento de Armas e
Munições da Agência Brasileira de
I - promover, orientar, coordenar,
Inteligência; e
supervisionar e avaliar as pesquisas científicas e
tecnológicas aplicadas a planos e projetos de IV - implementar os planos aprovados pela
segurança dos sistemas de informação, ABIN.
comunicações e de tecnologia da informação; II Art. 15. Ao Departamento de
- promover, orientar e coordenar atividades de Contraterrorismo compete:
pesquisa científica e desenvolvimento I - planejar a execução das atividades de
tecnológico a serem aplicadas na prevenção às ações terroristas no território
identificação, análise, avaliação, aquisição, nacional, bem como obter informações e
fornecimento e implementação de produzir conhecimentos sobre tais atividades; II
dispositivos, processos, sistemas e soluções - planejar, controlar, orientar e executar a
na área de inteligência de sinais; e coleta e análise de dados e informações sobre
III - apoiar a Secretaria-Executiva do organizações terroristas; e
Conselho de Defesa Nacional, no tocante a III - implementar os planos aprovados pela
atividades de caráter científico e tecnológico ABIN.
relacionadas à segurança da informação. Art. 16. Ao Departamento de Integração do
Seção II Sistema Brasileira de Inteligência compete:
Dos Órgãos Específicos Singulares

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I - intercambiar dados e informações entre os VIII - dar posse aos titulares de cargos
membros do Sistema Brasileiro de efetivos e em comissão, conceder
Inteligência, visando a aprimorar as atividades aposentadorias e pensões, decidir sobre
nas suas respectivas áreas de atuação; pedidos de reversão ao serviço público,
II - integrar as ações de planejamento e promover o enquadramento e o
execução do Centro de Integração do Sistema reposicionamento de servidores e decidir
Brasileiro de Inteligência, em consonância sobre movimentação dos servidores da ABIN;
com as prescrições do Plano Nacional de IX - aprovar a indicação de servidores para
Inteligência; e cursos de especialização, aperfeiçoamento e
III - secretariar e prover suporte técnico e treinamento no exterior;
administrativo às reuniões do Conselho X - indicar ao Ministro de Estado Chefe do
Consultivo do Sistema Brasileiro de Gabinete de Segurança Institucional da
Inteligência. Presidência da República os servidores para as
Seção III funções de adido civil junto às representações
Das Unidades Estaduais diplomáticas brasileiras acreditadas no
Art. 17. Às unidades estaduais compete exterior;
planejar, coordenar, supervisionar, controlar e XI - firmar contratos e celebrar convênios,
difundir a produção de conhecimentos de acordos de cooperação, ajustes e outros
interesse da atividade de inteligência nas instrumentos congêneres, incluindo seus
respectivas áreas, de acordo com as diretrizes termos aditivos;
fixadas pelo Diretor-Geral. XII - avocar, para decisão ou revisão,
CAPÍTULO IV assuntos de natureza administrativa e ou de
DAS ATRIBUIÇÕES DOS DIRIGENTES Inteligência, sem prejuízo das atribuições
previstas aos demais dirigentes;
Seção I
XIII - decidir sobre os processos
Do Diretor-Geral
administrativos disciplinares, quando a pena
Art. 18. Ao Diretor-Geral incumbe: for de suspensão até trinta dias;
I - assistir ao Ministro de Estado Chefe do XIV - propor ao Ministro de Estado Chefe do
Gabinete de Segurança Institucional da Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência da República nos assuntos de Presidência da República a aplicação de penas
competência da ABIN; superiores às previstas no item anterior;
II - coordenar as atividades de inteligência no XV - decidir sobre os recursos impetrados
âmbito do Sistema Brasileiro de Inteligência; III contra indeferimento ou arquivamento de
- elaborar e editar o regimento interno da denúncias ou representações para instauração
ABIN, submetendo-o à aprovação do Ministro de procedimentos administrativos
de Estado Chefe do Gabinete de Segurança disciplinares;
Institucional; XVI - delegar competência para o exercício de
IV - planejar, dirigir, orientar, supervisionar, quaisquer de suas atribuições, salvo aquelas
avaliar e controlar a execução dos projetos e que pela sua própria natureza ou vedação
atividades da ABIN; legal, só possam ser implementadas
V - editar atos normativos sobre a privativamente;
organização e o funcionamento da ABIN e XVII - aprovar planos de operações de
aprovar manuais de normas, procedimentos e inteligência, contra-inteligência e
rotinas; contraterrorismo; e
VI - propor a criação ou extinção das unidades XVIII - realizar outras atividades
estaduais, subunidades estaduais e postos no determinadas pelo Ministro de Estado Chefe
exterior, onde se fizer necessário, observados os do Gabinete de Segurança Institucional da
quantitativos fixados na estrutura Presidência da República.
regimental da ABIN; Art. 19. O Diretor-Geral será substituído, nos
VII - indicar nomes para provimento de seus impedimentos legais, pelo Diretor-
cargos em comissão, inclusive do Diretor- Adjunto, que poderá exercer outras
Adjunto, bem como propor a exoneração de
seus ocupantes e dos substitutos;
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atribuições e competências definidas no Agente de Inteligência e Agente Técnico de
regimento interno pelo Diretor-Geral da ABIN. Inteligência, e dá outras providências.
Seção II O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da
Dos demais Dirigentes atribuição que lhe confere o art. 62 da
Art. 20. Ao Secretário de Constituição, adota a seguinte
Planejamento, Medida
Orçamento e Administração, aos Diretores, ao Provisória, com força de lei:
Chefe de Gabinete e aos demais dirigentes Âmbito de Abrangência
incumbe planejar, dirigir, coordenar,
Art. 1º Esta Medida Provisória dispõe sobre a
supervisionar e avaliar a execução das estruturação do Plano de Carreiras e Cargos
atividades das unidades subordinadas e da Agência Brasileira de Inteligência - ABIN e
exercer outras atribuições que lhes forem sobre a criação das Carreiras de Oficial de
cometidas. Inteligência, Oficial Técnico de Inteligência,
CAPÍTULO V Agente de Inteligência e Agente Técnico de
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Inteligência, no âmbito do Quadro de Pessoal
da ABIN.
Art. 21. O provimento dos cargos da ABIN
observará as seguintes diretrizes: Carreiras e Cargos da ABIN
I - os de Assessor Especial Militar, os de Art. 2º Fica estruturado o Plano de Carreiras e
Assessor Militar e os de Assessor Técnico Cargos da ABIN, composto pelas seguintes
carreiras e cargos:
Militar serão ocupados por Oficiais Superiores
das Forças Armadas ou das Forças Auxiliares; II I - de nível superior:
- os de Assistente Militar serão ocupados, em a) Carreira de Oficial de Inteligência,
princípio, por Oficiais Intermediários das Forças composta pelo cargo de Oficial de
Armadas ou das Forças Auxiliares; e Inteligência; e
III - os de Assistente Técnico Militar serão b) Carreira de Oficial Técnico de Inteligência,
ocupados, em princípio, por composta pelo cargo de Oficial Técnico de
Oficiais
Subalternos das Forças Armadas ou das Inteligência;
Forças Auxiliares. II - de nível intermediário:
Art. 22. O regimento interno definirá o
a) Carreira de Agente de Inteligência,
detalhamento das competências das demais composta pelo cargo de Agente de
unidades integrantes da estrutura regimental Inteligência; e
da ABIN e das atribuições dos respectivos b) Carreira de Agente Técnico de Inteligência,
dirigentes. composta pelo cargo de Agente Técnico de
Parágrafo único. A elaboração e edição do Inteligência;
regimento interno da ABIN serão de III - cargos de provimento efetivo, de níveis
responsabilidade de seu Diretor-Geral, que o superior e intermediário do Grupo
submeterá a aprovação do Ministro de Estado Informações, de que trata o inciso I do art. 2º
Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Lei nº 10.862, de 20 de abril de 2004, do
da Presidência da República. Quadro de Pessoal da ABIN; e
Art. 23. O Corregedor-Geral da ABIN será IV - cargos de provimento efetivo, de níveis
indicado pelo Diretor-Geral, ouvida a
superior, intermediário e auxiliar do Grupo
Controladoria-Geral da União, e nomeado na Apoio, de que trata o inciso II do art. 2º da Lei
forma da legislação vigente. nº 10.862, de 2004, do Quadro de Pessoal da
ABIN.
Parágrafo único. Os cargos a que se refere o
Medida Provisória nº 434/2008 caput são de provimento efetivo e regidos
pela Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de
MEDIDA PROVISÓRIA Nº 434, DE 4 DE 1990.
JUNHO DE 2008. Art. 3º Os cargos de nível superior,
Dispõe sobre a estruturação do Plano de intermediário e auxiliar do Plano de Carreiras e
Carreiras e Cargos da Agência Brasileira de Cargos da ABIN são agrupados em classes e
Inteligência - ABIN, cria as Carreiras de Oficial padrões, conforme estabelecido no Anexo I.
de Inteligência, Oficial Técnico de Inteligência,

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§ 1º Os atuais cargos, ocupados e vagos, de § 2º No regime de dedicação exclusiva,
Analista de Informações, de que trata a Lei nº permitir-se-á a colaboração esporádica,
10.862, de 2004, passam a denominar-se remunerada ou não, em assuntos de sua
Oficial de Inteligência e a integrar a carreira especialidade e devidamente autorizada pelo
de que trata a alínea “a” do inciso I do art. 2º. Diretor-Geral da ABIN, para cada situação
§ 2º Os atuais cargos, ocupados e vagos, de específica, observados os termos do
Assistente de Informações, de que trata a Lei regulamento.
nº 10.862, de 2004, passam a denominar-se § 3º Nos casos aos quais se aplique o regime
Agente de Inteligência e a integrar a carreira de trabalho por plantões, escala ou regime de
de que trata a alínea “a” do inciso II do art. turnos alternados por revezamento, é de no
2º. máximo cento e noventa e duas horas
§ 3º A alteração de denominação dos cargos mensais a jornada de trabalho dos integrantes
referidos nos §§ 1º e 2º não representa, para dos cargos referidos no caput.
qualquer efeito legal, inclusive para efeito de § 4º O plantão e a escala ou o regime de
aposentadoria, descontinuidade em relação ao turnos alternados por revezamento serão
cargo e às atribuições desenvolvidas pelos regulamentados em ato do Diretor-Geral da
seus titulares. ABIN, observada a legislação vigente. Art. 7º
§ 4º Os cargos de nível superior do Grupo Os servidores da ABIN, no exercício de suas
Informações do Quadro de Pessoal da ABIN, funções, ficam também submetidos ao
vagos em 5 de junho de 2008, são conjunto de deveres e responsabilidades
transformados em cargos de Oficial Técnico previstos em código de ética do profissional de
de Inteligência, e os cargos de nível inteligência, editado pelo Diretor-Geral da
intermediário do Grupo Informações do ABIN.
Quadro de Pessoal da ABIN, vagos em 5 de Art. 8º São atribuições do cargo de Oficial de
junho de 2008, são transformados em cargos Inteligência:
de Agente Técnico de Inteligência. I - planejar, executar, coordenar,
§ 5º Os cargos de nível superior, supervisionar e controlar:
intermediário e auxiliar do Grupo Apoio do a) produção de conhecimentos de
Quadro de Pessoal da ABIN serão extintos inteligência;
quando vagos. b) ações de salvaguarda de assuntos
Art. 4º Ficam criados, no Quadro de Pessoal sensíveis;
da ABIN, duzentos e quarenta cargos de c) operações de inteligência;
Oficial Técnico de Inteligência e duzentos
d) atividades de pesquisa e desenvolvimento
cargos de Agente Técnico de Inteligência.
científico ou tecnológico direcionadas à
Art. 5º As carreiras e os cargos do Plano de obtenção e análise de dados e à segurança da
Carreiras e Cargos da ABIN destinam-se ao informação; e
exercício das respectivas atribuições em
e) o desenvolvimento de recursos humanos
diferentes níveis de complexidade e
responsabilidade, bem como ao exercício de para a atividade de inteligência; e
atividades de natureza técnica, administrativa e II - desenvolver e operar máquinas, veículos,
de gestão relativas à obtenção, análise e aparelhos, dispositivos, instrumentos,
disseminação de conhecimentos. equipamentos e sistemas necessários à
Art. 6º É de quarenta horas semanais a carga atividade de inteligência.
horária de trabalho dos titulares dos cargos Art. 9º É atribuição do cargo de Agente de
integrantes do Plano de Carreiras e Cargos da Inteligência oferecer suporte especializado às
ABIN, ressalvadas as hipóteses amparadas atividades decorrentes das atribuições
em legislação específica. definidas no art. 8º.
§ 1º Aos titulares dos cargos integrantes das Art. 10. Os titulares dos cargos de Oficial de
Carreiras de que tratam as alíneas “a” dos Inteligência e de Agente de Inteligência
incisos I e II do art. 2º aplica-se o regime de poderão ser designados para prestar serviço
dedicação exclusiva, com o impedimento do no exterior, nos termos da Lei nº 5.809, de 10
exercício de outra atividade remunerada, de outubro de 1972, e legislação correlata,
pública ou privada. conforme dispuser ato do Poder Executivo.

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Art. 11. São atribuições do cargo de Oficial deixar de apresentar o correspondente
Técnico de Inteligência: documento comprobatório na forma da
I - planejar, executar, coordenar, legislação vigente.
supervisionar e controlar as atividades de Art. 14. O concurso público referido no inciso I
gestão técnico-administrativa e apoio do art. 13 poderá ser organizado em etapas,
logístico: conforme dispuser o edital de abertura do
a) produção de conhecimentos de certame, observado o seguinte:
inteligência; I - a primeira etapa, de caráter eliminatório e
b) ações de salvaguarda de assuntos classificatório, constituir-se-á de provas
sensíveis; objetivas e provas discursivas de
c) operações de inteligência; conhecimentos gerais e específicos;
d) atividades de pesquisa e desenvolvimento II - a segunda etapa, de caráter eliminatório,
científico ou tecnológico, direcionadas à observadas as exigências do cargo e conforme
obtenção e análise de dados e à segurança da definido em edital, poderá constituir-se de:
informação; e a) procedimento de investigação social e, se
e) atividades de construção e manutenção de necessário, funcional do candidato; b)
prédios e outras instalações; avaliação médica, inclusive com a exigência
de exames laboratoriais iniciais e, se
II - desenvolver recursos humanos para a
necessário, complementares;
gestão técnico-administrativa e apoio logístico
da atividade de inteligência; e c) avaliação psicológica; e
III - desenvolver e operar máquinas, veículos, d) prova de capacidade física; e
aparelhos, dispositivos, instrumentos, III - a terceira etapa, de caráter eliminatório e
equipamentos e sistemas necessários às classificatório, consistirá na realização de
atividades técnico-administrativas e de apoio curso de formação, com duração e regras
logístico da atividade de inteligência. gerais definidas em ato do Diretor-Geral da
ABIN.
Art. 12. É atribuição do cargo de Agente
Técnico de Inteligência dar suporte § 1º A avaliação de títulos, quando prevista,
especializado às atividades decorrentes das terá caráter classificatório.
atribuições definidas no art. 11. § 2º Caberá ao Diretor-Geral da ABIN,
Concurso Público observada a legislação pertinente, emitir os
atos normativos necessários para
Art. 13. São requisitos para ingresso na classe
regulamentar a execução do concurso referido
inicial dos cargos do Plano de Carreiras e
no inciso I do art. 13.
Cargos da ABIN:
§ 3º A investigação social e, se necessário,
I - aprovação em concurso público de provas
funcional, de que trata a alínea “a” do inciso
ou de provas e títulos; II, poderá ocorrer durante todo o processo
II - diploma de conclusão de ensino superior seletivo, incluído o período do curso de
em nível de graduação, em cursos formação previsto no inciso III.
reconhecidos pelo Ministério da Educação e,
§ 4º Durante a investigação a que se refere o
se for o caso, habilitação legal específica,
§ 3º, a ABIN poderá obter elementos
conforme definido no edital do concurso, para
informativos de quem os possa fornecer,
os cargos de nível superior; e
inclusive convocando o candidato para ser
III - certificado de conclusão de ensino médio ouvido ou entrevistado, assegurada a
ou equivalente e habilitação legal específica, se tramitação sigilosa e o direito de defesa.
for o caso, fornecido por instituição de
§ 5º Ato do Diretor-Geral da ABIN definirá
ensino oficialmente autorizada, conforme
regimento escolar aplicável ao curso de
definido no edital do concurso, para os cargos
formação de que trata o inciso III, contendo
de nível intermediário.
direitos e deveres do aluno, inclusive com
Parágrafo único. A comprovação do requisito normas e critérios sobre avaliação da
de escolaridade previsto neste artigo será aprendizagem, regime disciplinar e de
feita quando da convocação para a posse, conduta, freqüência às aulas e situações de
decorrente da aprovação em concurso
público, sendo eliminado o candidato que
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desligamento do curso e exclusão do processo § 3º Na contagem do interstício necessário à
seletivo. promoção e à progressão, será aproveitado o
§ 6º O Diretor-Geral da ABIN poderá designar o tempo computado até 4 de junho de 2008. Art.
servidor para ter lotação em qualquer parte do 18. São pré-requisitos mínimos para
território nacional. promoção às classes dos cargos de nível
Art. 15. A lotação ideal da ABIN será fixada superior de que tratam os incisos I e III do
periodicamente pelo seu Diretor-Geral, art. 2o:
inclusive para fins de remoção de pessoal. I - para a Segunda Classe, possuir certificação
Progressão e Promoções em eventos de capacitação, totalizando, no
mínimo, cento e sessenta horas, e qualificação
Art. 16. O desenvolvimento do servidor nas
profissional com experiência mínima de sete
carreiras e cargos que integram o Plano de
anos e meio, ambas no campo específico de
Carreiras e Cargos da ABIN ocorrerá mediante
atuação de cada cargo;
progressão funcional e promoção.
II - para a Primeira Classe, possuir certificação
§ 1º Para os fins do disposto no caput,
progressão é a passagem do servidor para o em eventos de capacitação, totalizando, no
padrão de vencimento imediatamente mínimo, duzentos e quarenta horas, e
superior dentro de uma mesma classe, e qualificação profissional com experiência
promoção, a passagem do servidor do último mínima de dezesseis anos e meio, ambas no
padrão de uma classe para o primeiro padrão campo específico de atuação de cada cargo; e
da classe imediatamente superior. III - para a Classe Especial, ser detentor de
§ 2º Ato do Poder Executivo regulamentará os certificado de conclusão de curso de
critérios de concessão de progressão funcional e especialização ou de formação específica
promoção de que trata o caput. equivalente a, no mínimo, trezentas e
sessenta horas, e qualificação profissional com
Art. 17. O desenvolvimento do servidor nas
experiência mínima de vinte e cinco anos e
carreiras e cargos que integram o Plano de
Carreiras e Cargos da ABIN obedecerá às meio, ambos no campo específico de atuação
seguintes regras: de cada cargo.
I - interstício mínimo de dezoito meses entre Art. 19. São pré-requisitos mínimos para
promoção às classes dos cargos de nível
cada progressão;
superior de que trata o inciso IV do art. 2o:
II - habilitação em avaliação de desempenho
I - para a Segunda Classe, possuir certificação
individual correspondente a, no mínimo,
em eventos de capacitação, totalizando, no
setenta por cento do limite máximo da
mínimo, oitenta horas, e qualificação
pontuação das avaliações realizadas no
profissional com experiência mínima de sete
interstício considerado para a progressão; e
anos e meio, ambas no campo específico de
III - competência e qualificação profissional. atuação de cada cargo;
§ 1º O interstício de dezoito meses de efetivo II - para a Primeira Classe, possuir certificação
exercício para a progressão funcional, em eventos de capacitação, totalizando, no
conforme estabelecido no inciso I do caput, mínimo, cento e vinte horas, e qualificação
será: profissional com experiência mínima de
I - computado em dias, descontados os dezesseis anos e meio, ambas no campo
afastamentos que não forem legalmente específico de atuação de cada cargo; e
considerados de efetivo exercício; e III - para a Classe Especial, ser detentor de
II - suspenso nos casos em que o servidor se certificado de conclusão de curso de
afastar sem remuneração, sendo retomado o especialização ou de formação específica
cômputo a partir do retorno à atividade. equivalente a, no mínimo, cento e oitenta
§ 2º Enquanto não forem regulamentadas, as horas, e qualificação profissional com
progressões e promoções dos titulares de experiência mínima de vinte e cinco anos e
cargos integrantes do Plano de Carreiras e meio, ambos no campo específico de atuação
Cargos da ABIN, as progressões funcionais e de cada cargo.
promoções de que trata o art. 16 serão Art. 20. São pré-requisitos mínimos para
concedidas observando-se as normas vigentes promoção às classes dos cargos de nível
em 4 de junho de 2008.

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intermediário de que tratam os incisos II e III profissionalização dos titulares dos cargos
do art. 2o: integrantes do seu Plano de Carreiras e
I - para a Segunda Classe, possuir certificação Cargos.
em eventos de capacitação, totalizando, no § 1º Os eventos de capacitação a que se
mínimo, cento e vinte horas, ou diploma de referem os incisos I, II e III dos arts. 18 a 21
conclusão de curso superior e qualificação poderão ser organizados e realizados no
profissional com experiência mínima de sete âmbito interno ou mediante treinamento
anos e meio, ambas no campo específico de externo, a serem disciplinados em ato do
atuação de cada cargo; Diretor-Geral da ABIN.
II - para a Primeira Classe, possuir certificação § 2º Quando realizado em âmbito externo, os
em eventos de capacitação, totalizando, no eventos de capacitação a que se refere o § 1º
mínimo, duzentas horas, ou diploma de deverão ser executados por instituição ou
conclusão de curso superior e qualificação estabelecimento de ensino devidamente
profissional com experiência mínima de reconhecido no âmbito da administração
dezesseis anos e meio, ambas no campo pública.
específico de atuação de cada cargo; e § 3º A capacitação a que se referem os incisos
III - para a Classe Especial, possuir I, II e III dos arts. 18 a 21 deverá ser
certificação em eventos de capacitação, orientada para o desempenho vinculado às
totalizando, no mínimo, duzentos e oitenta atribuições do cargo.
horas, ou diploma de conclusão de curso § 4º O programa dos cursos e dos demais
superior e qualificação profissional com eventos de capacitação, que integrarão o
experiência mínima de vinte e cinco anos e programa a que se refere o caput, quando
meio, ambas no campo específico de atuação ministrados pela ABIN, será definido em ato
de cada cargo. do Diretor-Geral e terá conformidade com as
Art. 21. São pré-requisitos mínimos para características e necessidades específicas de
promoção às classes dos cargos de nível cada carreira ou cargo do Plano de Carreiras e
intermediário de que trata o inciso IV do art. Cargos da ABIN, sem prejuízo da possibilidade
2o: de turmas mistas em disciplinas comuns.
I - para a Segunda Classe, possuir certificação § 5º Para fins de promoção, cada evento de
em eventos de capacitação, totalizando, no capacitação deverá ser computado uma única
mínimo, quarenta horas, ou diploma de vez. § 6º Ato do Diretor-Geral da ABIN
conclusão de curso superior e qualificação estabelecerá, quando necessário, as
profissional com experiência mínima de sete equivalências entre cursos realizados pela
anos e meio, ambas no campo específico de extinta Escola Nacional de Informações, pelo
atuação de cada cargo; extinto Centro de Formação e
II - para a Primeira Classe, possuir certificação Aperfeiçoamento de Recursos Humanos e pela
em eventos de capacitação, totalizando, no Escola de Inteligência, incluídos os novos
mínimo, oitenta horas, ou diploma de cursos que venham a integrar o programa
conclusão de curso superior e qualificação permanente de capacitação, treinamento e
profissional com experiência mínima de desenvolvimento referido no caput, tendo em
dezesseis anos e meio, ambas no campo vista as disposições desta Medida Provisória.
específico de atuação de cada cargo; e Art. 23. Os titulares de cargos integrantes do
III - para a Classe Especial, possuir Plano de Carreiras e Cargos da ABIN ficam
certificação em eventos de capacitação, obrigados a ressarcir ao Erário os custos
totalizando, no mínimo, cento e vinte horas, decorrentes da participação em cursos ou
ou diploma de conclusão de curso superior e estágios de capacitação realizados no Brasil
qualificação profissional com experiência ou no exterior, nas hipóteses de exoneração a
mínima de vinte e cinco anos e meio, ambas pedido ou demissão antes de decorrido
no campo específico de atuação de cada
período igual ao de duração do afastamento.
cargo.
§ 1º Ato do Ministro de Estado Chefe do
Art. 22. Cabe à ABIN implementar programa Gabinete de Segurança Institucional da
permanente de capacitação, treinamento e Presidência da República fixará os valores das
desenvolvimento, destinado a assegurar a indenizações referidas no caput, respeitado o

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limite de despesas realizadas pelo poder II - Gratificação de Atividade - GAE, de que
público. trata a Lei Delegada nº 13, de 27 de agosto
§ 2º Aplica-se o disposto neste artigo aos de 1992;
demais agentes públicos do Quadro de III - Gratificação de Desempenho de Atividade
Pessoal da ABIN, inclusive aos servidores Técnico-Administrativa - GDATA, de que trata a
titulares de cargos das Carreiras de Ciência e Lei nº 10.404, de 9 de janeiro de 2002;
Tecnologia, de que trata a Lei nº 8.691, de 28 IV - as referentes à conclusão do Curso de
de julho de 1993, integrantes do Quadro de Formação em Inteligência, do Curso de
Pessoal da ABIN, em exercício no Centro de Formação Básica em Inteligência I, do Curso
Pesquisa e Desenvolvimento para a de Formação Básica em Inteligência II, do
Segurança das Comunicações - Curso de Especialização em Inteligência, do
CEPESC/ABIN. Curso de Aperfeiçoamento em Inteligência e
Remuneração dos Servidores da ABIN do Curso Avançado de Inteligência, referidos
Art. 24. Os titulares dos cargos integrantes na Lei nº 10.862, de 2004; e
das carreiras a que se referem os incisos I e II V - Gratificação de Desempenho de Atividades
do art. 2º passam a ser remunerados de Informação e Inteligência - GDAIN e
exclusivamente por subsídio, fixado em Gratificação de Desempenho de Atividades
parcela única, Complementares na ABIN - GDACABIN de
vedado o acréscimo de qualquer que trata o art. 29, inciso II.
gratificação, adicional, abono, Art. 26. Além das parcelas e vantagens de
prêmio, verba de representação ou outra que trata o art. 25, não são devidas aos
espécie remuneratória. titulares dos cargos a que se referem os
Parágrafo único. Os valores do subsídio dos incisos I e II do art. 2º, a partir de 5 de junho
titulares dos cargos a que se refere o caput de 2008, as seguintes espécies
são os fixados no Anexo II, com efeitos remuneratórias:
financeiros a partir das datas nele I - vantagens pessoais e vantagens pessoais
especificadas. nominalmente identificadas - VPNI, de
Art. 25. Estão compreendidas no subsídio e qualquer origem e natureza;
não são mais devidas aos titulares dos cargos a II - diferenças individuais e resíduos, de
que se referem os incisos I e II do art. 2º, a qualquer origem e natureza;
partir de 5 de junho de 2008, as seguintes
parcelas remuneratórias: III - valores incorporados à remuneração
decorrentes do exercício de função de direção,
I - Vencimento Básico; chefia ou assessoramento ou de cargo de
II - Gratificação de Desempenho de Atividade provimento em comissão;
de Informações - GDAI, de que trata o art. 11 IV - valores incorporados à remuneração
da Lei nº 10.862, de 2004; referentes a quintos ou décimos;
III - Gratificação de Habilitação e Qualificação V - valores incorporados à remuneração a
- GHQ, de que trata o § 3º do art. 9º da Lei título de adicional por tempo de serviço;
nº 10.862, de 2004; e
VI - vantagens incorporadas aos proventos ou
IV - Vantagem Pecuniária Individual, de que pensões por força dos arts. 180 e 184 da Lei
trata a Lei nº 10.698, de 2 de julho de 2003. nº 1.711, de 28 de outubro de 1952, e dos
Parágrafo único. Considerando o disposto no arts. 190 e 192 da Lei nº 8.112, de 1990;
art. 24, aos titulares dos cargos a que se VII - abonos;
refere o caput não se aplica o disposto no art.
VIII - valores pagos a título de representação;
14 da Lei nº 8.162, de 8 de janeiro de 1991,
IX - adicional pelo exercício de atividades
além de não fazerem jus à percepção das
seguintes vantagens remuneratórias: insalubres, perigosas ou penosas;
I - Gratificação de Desempenho de Atividade X - adicional noturno;
de Informações Estratégicas - GDI, de que XI - adicional pela prestação de serviço
trata o art. 2º da Lei nº 9.651, de 27 de maio extraordinário; e
de 1998; XII - outras gratificações e adicionais, de
qualquer origem e natureza, que não estejam
explicitamente mencionados no art. 28.

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Art. 27. Os servidores integrantes das II - Gratificação de Habilitação e Qualificação -
carreiras de que tratam os incisos I e II do GHQ, de que trata o § 3º do art. 9º da Lei nº
art. 2º não poderão perceber 10.862, de 2004;
cumulativamente com o subsídio quaisquer III - Vantagem Pecuniária Individual, de que
valores ou vantagens incorporadas à trata a Lei nº 10.698, de 2003;
remuneração por decisão administrativa,
IV - Gratificação de Desempenho de Atividade
judicial ou extensão administrativa de decisão
de Informações Estratégicas - GDI, de que
judicial, de natureza geral ou individual, ainda
trata o art. 2º da Lei nº 9.651, de 1998;
que decorrentes de sentença judicial
transitada em julgado. V - Gratificação de Atividade - GAE, de que
trata a Lei Delegada no 13, de 1992;
Art. 28. O subsídio dos integrantes das
carreiras de que tratam os incisos I e II do VI - Gratificação de Desempenho de Atividade
art. 2º não exclui o direito à percepção, nos Técnico-Administrativa - GDATA, de que trata a
termos da legislação e regulamentação Lei nº 10.404, de 2002;
específica, das seguintes espécies VII - as referentes à conclusão do Curso de
remuneratórias: Formação em Inteligência, do Curso de
I - gratificação natalina; Formação Básica em Inteligência I, do Curso
de Formação Básica em Inteligência II, do
II - adicional de férias;
Curso de Especialização
III - abono de permanência de que tratam o § em Inteligência, do Curso de Aperfeiçoamento
19 do art. 40 da Constituição, o § 5º do art. em Inteligência e do Curso Avançado de
2º e o § 1º do art. 3º da Emenda Inteligência, referidos na Lei nº 10.862, de
Constitucional no 41, de 19 de dezembro de 2004; e
2003;
VIII - as referentes à aplicação do disposto no
IV - retribuição pelo exercício de função de art. 14 da Lei nº 8.162, de 1991.
direção, chefia e assessoramento; e
Art. 30. Os servidores titulares dos cargos de
V - parcelas indenizatórias previstas em lei. Art. níveis superior e intermediário do Grupo
29. A estrutura remuneratória dos Informações e os servidores titulares dos
titulares dos cargos de níveis superior e cargos de níveis superior, intermediário e
intermediário a que se refere o inciso III do auxiliar do Grupo Apoio do Quadro de Pessoal
art. 2º e dos titulares dos cargos de níveis da ABIN (art. 2º da Lei nº 10.862, de 2004)
superior, intermediário e auxiliar a que se serão enquadrados nos cargos do Plano de
refere o inciso IV do art. 2º, a partir de 5 de Carreiras e Cargos da ABIN, de acordo com as
junho de 2008, terá a seguinte composição: respectivas atribuições, os requisitos de
I - Vencimento Básico; e formação profissional e a posição relativa na
II - Gratificação de Desempenho de Atividades de Tabela, nos termos do Anexo VII.
Informações e Inteligência – GDAIN ou § 1º É vedada a mudança do nível do cargo
Gratificação de Desempenho de Atividades ocupado pelo servidor em decorrência do
Complementares na ABIN - GDACABIN, disposto no caput.
conforme o caso, observado o disposto nos § 2º O posicionamento dos aposentados e dos
arts. 34 a 41. pensionistas nas tabelas remuneratórias,
§ 1º Os padrões de vencimento básico dos constantes dos Anexos III, IV, V e VI, será
cargos referidos no caput são os constantes referenciado à situação em que o servidor se
dos Anexos III e IV, com efeitos financeiros a encontrava na data da aposentadoria ou em
partir das datas neles especificadas. que se originou a pensão, respeitadas as
§ 2º Os titulares dos cargos a que se refere o alterações relativas a posicionamentos
caput não farão jus, a partir de XXXXXX de decorrentes de legislação específica.
2008, à percepção das seguintes gratificações e Art. 31. A aplicação das disposições desta
vantagens: Medida Provisória aos servidores ativos, aos
I - Gratificação de Desempenho de Atividade inativos e aos pensionistas não poderá
de Informações - GDAI, de que trata o art. 11 implicar redução de remuneração, de
proventos e de pensões.
da Lei nº 10.862, de 2004;

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§ 1º Na hipótese de redução de remuneração, II - a Gratificação de Desempenho de
de provento ou de pensão, em decorrência da Atividades Complementares na ABIN -
aplicação do disposto nesta Medida Provisória, GDACABIN, devida exclusivamente aos
eventual diferença será paga: ocupantes dos cargos de níveis superior,
I - aos servidores integrantes das carreiras de intermediário e auxiliar do Grupo Apoio do
que tratam os incisos I e II do art. 2º, a título Plano Especial de Cargos, de que trata o inciso
de parcela complementar de subsídio, de IV do art. 2º, quando em exercício de
natureza provisória, que será gradativamente atividades nas unidades da ABIN.
absorvida por ocasião do desenvolvimento no Art. 34. A GDAIN e a GDACABIN serão
cargo ou na carreira por progressão ou atribuídas em função do alcance de metas de
promoção ordinária ou extraordinária, da desempenho individual do servidor e de
reorganização ou da reestruturação dos desempenho institucional da ABIN.
cargos e das carreiras ou das remunerações § 1º A avaliação de desempenho individual
previstas nesta Medida Provisória, da visa a aferir o desempenho do servidor no
concessão de reajuste ou vantagem de exercício das atribuições do cargo ou função,
qualquer natureza, bem como da implantação com foco na contribuição individual para o
dos valores constantes do Anexo II; e alcance dos objetivos organizacionais.
II - aos servidores de que tratam os incisos III e § 2º A avaliação de desempenho institucional
IV do art. 2º, a título de vantagem pessoal visa a aferir o desempenho coletivo no
nominalmente identificada, de natureza alcance dos objetivos organizacionais.
provisória, que será gradativamente absorvida
§ 3º A GDAIN e a GDACABIN serão pagas
por ocasião do desenvolvimento no cargo por
com observância dos seguintes limites:
progressão ou promoção ordinária ou
extraordinária, da reorganização ou da I - máximo, cem pontos por servidor; e
reestruturação dos cargos ou das II - mínimo, trinta pontos por servidor,
remunerações previstas nesta Medida correspondendo cada ponto ao valor
Provisória, da concessão de reajuste ou estabelecido no Anexo V, para a GDAIN, e no
vantagem de qualquer natureza, bem como Anexo VI, para a GDACABIN.
da implantação dos valores constantes dos § 4º Considerando o disposto nos §§ 1º e 2º,
Anexos III, IV, V e VI. a pontuação referente à GDAIN e à
§ 2º A parcela complementar de subsídio e a GDACABIN terá a seguinte distribuição:
vantagem pessoal nominalmente identificada I - até vinte pontos percentuais de seu limite
referidas nos incisos I e II do § 1º estarão máximo serão atribuídos em função dos
sujeitas exclusivamente à atualização resultados obtidos na avaliação de
decorrente de revisão geral da remuneração desempenho individual; e
dos servidores públicos federais. II - até oitenta pontos percentuais de seu
Art. 32. Aplica-se às aposentadorias limite máximo serão atribuídos em função dos
concedidas aos servidores integrantes do resultados obtidos na avaliação de
Plano de Carreiras e Cargos da ABIN de que desempenho institucional.
trata o art. 1º e às pensões, ressalvadas as § 5º Os critérios e procedimentos específicos
aposentadorias e pensões reguladas pelos de avaliação de desempenho individual e
arts. 1º e 2º da Lei nº 10.887, de 18 de junho institucional e de atribuição da GDAIN e da
de 2004, no que couber, o disposto nesta GDACABIN serão estabelecidos em ato do
Medida Provisória em relação aos servidores Diretor-Geral da ABIN, observada a legislação
que se encontram em atividade. vigente.
Art. 33. Ficam instituídas: Art. 35. Até que sejam processados os
I - a Gratificação de Desempenho de resultados da primeira avaliação individual e
Atividades de Informações e Inteligência - institucional, todos os servidores que a ela
GDAIN, devida exclusivamente aos servidores fizerem jus perceberão a GDAIN e a
de níveis superior e intermediário do Grupo GDACABIN em valor correspondente a oitenta
Informações, de que trata o inciso III do art. por cento de seu valor máximo, observada a
2º, quando em exercício de atividades nas classe e padrão do servidor, conforme
unidades da ABIN; e estabelecido nos Anexos V e VI.

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§ 1º O resultado da primeira avaliação gera DAS, níveis 6, 5, 4, ou equivalentes,
efeitos financeiros a partir do início do perceberão a respectiva gratificação de
primeiro período de avaliação, devendo ser desempenho calculada com base no resultado
compensadas eventuais diferenças pagas a da avaliação institucional do período.
maior ou a menor. Parágrafo único. A avaliação institucional dos
§ 2º A data de publicação do ato de fixação servidores referidos neste artigo será a da
das metas de desempenho institucional, tendo ABIN.
em vista o pagamento da GDAIN e da Art. 39. O servidor ativo beneficiário da
GDACABIN, constitui o marco temporal para o GDAIN ou da GDACABIN que obtiver
início do período de avaliação. pontuação inferior a cinqüenta por cento do
§ 3º O disposto neste artigo aplica-se aos seu valor máximo será imediatamente
ocupantes de cargos comissionados que submetido a processo de capacitação ou de
fazem jus à GDAIN e da GDACABIN. análise da adequação funcional, conforme o
Art. 36. A GDAIN e a GDACABIN não servirão caso, sob responsabilidade da ABIN.
de base de cálculo para quaisquer outros Parágrafo único. A análise de adequação
benefícios ou vantagens. funcional visa a identificar as causas dos
Art. 37. O titular de cargo efetivo de que resultados obtidos na avaliação do
tratam os incisos III e IV do art. 2º, em desempenho e servir de subsídio para a
exercício nas unidades da ABIN, quando adoção de medidas que possam propiciar a
investido em cargo em comissão ou função de melhoria do desempenho do servidor.
confiança fará jus à GDAIN ou à GDACABIN Art. 40. Ocorrendo exoneração do cargo em
da seguinte forma: comissão, com manutenção do cargo efetivo,
I - os investidos em função de confiança ou os servidores que façam jus à GDAIN ou à
cargos em comissão do Grupo-Direção e GDACABIN continuarão percebendo a
Assessoramento Superiores - DAS, níveis 3, respectiva gratificação de desempenho
2, 1, ou equivalentes, perceberão a respectiva correspondente ao último valor obtido, até
gratificação de desempenho calculada que seja processada a sua primeira avaliação
conforme disposto no art. 34; e após a exoneração.
II - os investidos em cargos em comissão do Art. 41. Em caso de afastamentos e licenças
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - considerados como de efetivo exercício, sem
DAS, níveis 6, 5, 4, ou equivalentes, prejuízo da remuneração e com direito à
perceberão a respectiva gratificação de percepção de gratificação de desempenho, o
desempenho calculada com base no valor servidor continuará percebendo a respectiva
máximo da parcela individual, somado ao gratificação correspondente ao último
resultado da avaliação institucional do percentual obtido, até que seja processada a
período. sua primeira avaliação após o retorno. Parágrafo
Art. 38. O titular de cargo efetivo de que único. O disposto no caput não se aplica aos
tratam os incisos III e IV do art. 2º, quando casos de cessão.
não se encontrar em exercício nas unidades Art. 42. Para fins de incorporação da GDAIN e
da ABIN, somente fará jus à GDAIN ou à da GDACABIN aos proventos de
GDACABIN, conforme o caso: aposentadoria ou às pensões, serão adotados
I - quando cedidos para a Presidência ou Vice- os seguintes critérios:
Presidência da República ou quando I - para as aposentadorias concedidas e
requisitados pela Justiça Eleitoral, situação na pensões instituídas até 19 de fevereiro de
qual perceberão a respectiva gratificação de 2004, a gratificação será correspondente a
desempenho calculada com base nas regras cinqüenta por cento do valor máximo do
aplicáveis como se estivesse em efetivo respectivo nível, classe e padrão; e
exercício na ABIN; e II - para as aposentadorias concedidas e
II - quando cedidos para órgãos ou entidades pensões instituídas após 19 de fevereiro de
do Governo Federal distintos dos indicados no 2004:
inciso I e investido em cargos de Natureza a) quando ao servidor que deu origem à
Especial, de provimento em comissão do aposentadoria ou à pensão se aplicar o
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - disposto nos arts. 3º e 6º da Emenda
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Constitucional no 41, de 2003, e no art. 3º da ABIN serão submetidos, periodicamente, a
Emenda Constitucional no 47, de 5 de julho avaliação de desempenho, conforme disposto
de 2005, aplicar-se-á o percentual constante na legislação em vigor aplicável aos servidores
no inciso I; e públicos federais e em normas específicas a
b) aos demais casos aplicar-se-á, para fins de serem estabelecidas em ato do Diretor-Geral
cálculo das aposentadorias e pensões, o da ABIN, que permitam avaliar a atuação do
disposto na Lei n° 10.887, de 2004. servidor no exercício do cargo e no âmbito de
Art. 43. Os valores devidos ao servidor em sua área de responsabilidade ou
razão da estrutura remuneratória proposta especialidade.
pela Lei nº 10.862, de 2004, quanto ao Propriedade Intelectual
vencimento básico, gratificação de Art. 46. A propriedade intelectual criada por
desempenho de qualquer natureza e qualquer agente público em decorrência do
gratificação de habilitação e qualificação, não exercício de suas atribuições ou na condição
podem ser percebidos cumulativamente com de representante da ABIN pertence
os valores de subsídio, vencimento básico e exclusivamente à União, a quem caberá
gratificação de desempenho de que tratam os exercer a eventual proteção ou a divulgação
arts. 24 e 29. do seu conteúdo, conforme disposto em ato
§ 1º Os valores percebidos pelos servidores do Diretor-Geral da ABIN.
de que tratam as alíneas “a” dos incisos I e II Parágrafo único. O disposto no caput aplica-
do art. 2º a título de remuneração de 1º de se aos alunos de cursos ministrados pela
abril até 4 de junho de 2008 deverão ser ABIN, inclusive aos do curso de formação
deduzidos do valor devido ao servidor a título integrante do concurso público para ingresso
de subsídio a partir 1º de abril de 2008, nos cargos de que tratam os incisos I e II do
devendo ser compensados eventuais valores art. 2o.
pagos a menor. Revogações
§ 2º Os valores percebidos pelos servidores Art. 47. Ficam revogados:
de que tratam os incisos III e IV do art. 2º a I - os arts. 2º e 16 da Lei nº 9.651, de 27 de
título de vencimento básico, gratificação de maio de 1998;
desempenho de qualquer natureza e
gratificação de habilitação e qualificação, de II - a Lei nº 10.862, de 20 de abril de 2004; III
1º de abril até 4 de junho de 2008, com base - os arts. 12 e 13 da Lei nº 11.233, de 22 de
na estrutura remuneratória constante da Lei dezembro de 2005;
nº 10.862, de 2004, deverão ser deduzidos IV - o art. 7º da Lei nº 11.292, de 26 de abril
do montante devido ao servidor a título de de 2006; e
vencimento básico e gratificação de V - a Lei nº 11.362, de 19 de outubro de
desempenho, conforme disposto no art. 29, a 2006.
partir de 1º de abril de 2008, devendo ser Vigência
compensados eventuais valores pagos a
Art. 48. Esta Medida Provisória entra em vigor
menor.
na data de sua publicação.
Cessão de Servidores
Brasília, 4 de junho de 2008; 187º da
Art. 44. Fica vedada a cessão dos titulares de Independência e 120o da República.
cargos integrantes do Quadro de Pessoal da
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
ABIN, exceto para os casos previstos em
legislação específica ou investidura em cargo Paulo Bernardo Silva
de Natureza Especial ou do Grupo-Direção e Jorge Armando Felix
Assessoramento Superiores - DAS,níveis 4, 5, Este texto não substitui o publicado no DOU
6 ou equivalentes. Parágrafo único. As de 5.6.2008.
cessões em desconformidade com o disposto
no caput serão regularizadas até 6 de
outubro de 2008.
Lei nº 6.634/79
Avaliação de Desempenho
Art. 45. Os titulares de cargos de provimento Presidência da República
efetivo integrantes do Quadro de Pessoal da Subchefia para Assuntos Jurídicos

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LEI Nº 6.634, DE 2 DE MAIO DE 1979. denegatório ou implicar modificação ou
Regulamento Dispõe sobre a Faixa de cassação de atos anteriores, da decisão
Fronteira, altera o Decreto-lei nº 1.135, de 3 caberá recurso ao Presidente da República.
de dezembro de 1970, e dá outras § 3º. - Os pedidos de assentimento prévio
providências. serão instituídos com o parecer do órgão
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber federal controlador da atividade, observada a
que o Congresso Nacional decreta e eu legislação pertinente em cada caso.
sanciono a seguinte Lei: Art. 3º. - Na faixa de Fronteira, as empresas
Art. 1º. - É considerada área indispensável à que se dedicarem às indústrias ou atividades
Segurança Nacional a faixa interna de 150 Km previstas nos itens III e IV do artigo 2º
(cento e cinqüenta quilômetros) de largura, deverão, obrigatoriamente, satisfazer às
paralela à linha divisória terrestre do território seguintes condições:
nacional, que será designada como Faixa de I - pelo menos 51% (cinqüenta e um por
Fronteira. cento) do capital pertencer a brasileiros;
Art. 2º. - Salvo com o assentimento prévio do II - pelo menos 2/3 (dois terços) de
Conselho de Segurança Nacional, será trabalhadores serem brasileiros; e
vedada, na Faixa de Fronteira, a prática dos III - caber a administração ou gerência a
atos referentes a: maioria de brasileiros, assegurados a estes os
I - alienação e concessão de terras públicas, poderes predominantes.
abertura de vias de transporte e instalação de Parágrafo único - No caso de pessoa física ou
meios de comunicação destinados à empresa individual, só a brasileiro será
exploração de serviços de radiodifusão de permitido o estabelecendo ou exploração das
sons ou radiodifusão de sons e imagens; indústrias ou das atividades referidas neste
II - Construção de pontes, estradas artigo.
internacionais e campos de pouso; Art. 4º. - As autoridades, entidades e
III - estabelecimento ou exploração de serventuários públicos exigirão prova do
indústrias que interessem à Segurança assentimento prévio do Conselho de
Nacional, assim relacionadas em decreto do Segurança Nacional para prática de qualquer
Poder Executivo. ato regulado por esta lei.
IV - instalação de empresas que se dedicarem às Parágrafo único - Os tabeliães e Oficiais do
seguintes atividades: Registro de Imóveis, bem como os servidores
a) pesquisa, lavra, exploração e das Juntas Comerciais, quando não derem fiel
aproveitamento de recursos minerais, salvo cumprimento ao disposto neste artigo,
aqueles de imediata aplicação na construção estarão sujeitos à multa de até 10% (dez por
civil, assim classificados no Código de cento) sobre o valor do negócio
Mineração; irregularmente realizado, independentemente
b) colonização e loteamento rurais; das sanções civis e penais cabíveis.
V - transações com imóvel rural, que Art. 5º. - As Juntas Comerciais não poderão
impliquem a obtenção, por estrangeiro, do arquivar ou registrar contrato social, estatuto
domínio, da posse ou de qualquer direito real ou ato constitutivo de sociedade, bem como
sobre o imóvel; suas eventuais alterações, quando
contrariarem o disposto nesta Lei.
VI - participação, a qualquer título, de
estrangeiro, pessoa natural ou jurídica, em Art. 6º. - Os atos previstos no artigo 2º.,
pessoa jurídica que seja titular de direito real quando praticados sem o prévio assentimento
sobre imóvel rural; do Conselho de Segurança Nacional, serão
nulos de pleno direito e sujeitarão os
§ 1º. - O assentimento prévio, a modificação
responsáveis à multa de até 20% (vinte por
ou a cassação das concessões ou autorizações
cento) do valor declarado do negócio
serão formalizados em ato da Secretaria-Geral
irregularmente realizado.
do Conselho de Segurança Nacional, em cada
caso. Art. 7º. - Competirá à Secretaria-Geral do
Conselho de Segurança Nacional solicitar, dos
§ 2º. - Se o ato da Secretaria-Geral do
órgãos competentes, a instauração de
Conselho de Segurança Nacional for

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inquérito destinado a apurar as infrações às ....................
disposições desta Lei. ..................................................................
Art. 8º. - A alienação e a concessão de terras .................................
públicas, na faixa de Fronteira, não poderão § 3º. Caberá recurso ao Presidente da
exceder de 3000 ha (três mil hectares), sendo República dos atos de que trata o parágrafo
consideradas como uma só unidade as anterior, quando forem denegatórios ou
alienações e concessões feitas a pessoas implicarem a modificação ou cassação de atos
jurídicas que tenham administradores, ou já praticados."
detentores da maioria do capital comuns. Art. 12 - Esta Lei entrará em vigor na data de
§ 1º. - O Presidente da República, ouvido o sua publicação, revogadas a Lei nº 2.597, de
Conselho de Segurança Nacional e mediante 12 de setembro de 1955, e demais
prévia autorização do Senado Federal, poderá disposições em contrário.
autorizar a alienação e a concessão de terras
Brasília, 2 de maio de 1979; 158º da
públicas acima do limite estabelecido neste
Independência e 91º da República.
artigo, desde que haja manifesto interesse
JOÃO B. DE FIGUEIREDO
para a economia regional.
Petrônio Portela
§ 2º. - A alienação e a concessão de terrenos
urbanos reger-se-ão por legislação específica. Danilo Venturini
Art. 9º. - Toda vez que existir interesse para a Este texto não substitui o publicado no D.O.U.
Segurança Nacional, a união poderá concorrer de 3.5.1979.
com o custo, ou parte deste, para a
construção de obras públicas a cargo dos
Municípios total ou parcialmente abrangidos Decreto nº 85.064/80
pela Faixa de Fronteira.
§ 1º. - A Lei Orçamentaria Anual da União DECRETO No 85.064, DE 26 DE AGOSTO
consignará, para a Secretaria-Geral do DE 1980.
Conselho de Segurança Nacional, recursos Regulamenta a Lei nº 6.634, de 2 de maio de
adequados ao cumprimento do disposto neste 1979, que dispõe sobre a Faixa de Fronteira.
artigo. (Revogado pela Medida Provisória nº
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da
2.216-37, de 31.8.2001) atribuição que lhe confere o art. 81, item III,
§ 2º. - Os recursos serão repassados da Constituição,
diretamente às Prefeituras Municipais,
DECRETA:
mediante a apresentação de projetos
específicos. CAPÍTULO I
Art. 10. - Anualmente, o Desembargador - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Corregedor da Justiça Estadual, ou magistrado Art 1º - Este regulamento estabelece
por ele indicado, realizará correção nos livros procedimentos a serem seguidos para a
dos Tabeliães e Oficiais do Registro de prática de atos que necessitem de
Imóveis, nas comarcas dos respectivos assentimento prévio do Conselho de
Estados que possuírem municípios abrangidos Segurança Nacional (CSN), na Faixa de
pelo Faixa de Fronteira, para verificar o Fronteira, considerada área indispensável à
cumprimento desta Lei, determinando, de segurança nacional e definida pela Lei nº
imediato, as providências que forem 6.634, de 2 de maio de 1979, como a faixa
necessárias. interna de cento e cinqüenta (150)
Parágrafo único - Nos Territórios Federais, a quilômetros de largura, paralela à linha
correção prevista neste artigo será realizada divisória terrestre do território nacional.
pelo Desembargador - Corregedor da Justiça Art 2º - O assentimento prévio será
do Distrito Federal e dos Territórios. formalizado, em cada caso, em ato da
Art. 11 - O § 3º do artigo 6º do Decreto-lei nº Secretaria-Geral do Conselho de Segurança
1.135, de 3 de dezembro de 1970, passa a Nacional (SG/CSN), publicado no, Diário
Oficial da União e comunicado ao órgão
vigorar com a seguinte redação:
federal interessado.
"Art. 6º -
Parágrafo único - A modificação ou a cassação
..................................................................
das concessões ou autorizações já efetuadas
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também serão formalizadas, em cada caso, Art. 8º - Para a execução dos serviços de
através de ato da SG/CSN, publicado no radiodifusão de sons e radiodifusão de sons e
Diário Oficial da União. imagens, na Faixa de Fronteira, serão
Art 3º - Somente serão examinados pela observadas as prescrições gerais da legislação
SG/CSN os pedidos de assentimento prévio específica de radiodifusão e o processo terá
instruídos na forma deste regulamento. início no Departamento Nacional de
Parágrafo único - Os pedidos serão Telecomunicações (DENTEL).
apresentados aos órgãos federais indicados Art. 9º - O assentimento prévio do CSN, para a
neste regulamento aos quais incumbirá: instalação de meios de comunicação
destinados à exploração de serviços de
I - exigir do interessado a documentação
radiodifusão de sons ou radiodifusão de sons e
prevista neste regulamento relativa ao objeto
imagens, será necessário apenas na
do pedido;
hipótese de as estações geradoras se
II - emitir parecer conclusivo sobre o pedido, à localizarem dentro da Faixa de Fronteira.
luz da legislação específica;
Art. 10. - Na hipótese do artigo anterior, as
III - encaminhar o pedido à SG/CSN; e empresas deverão fazer constar
IV - adotar, após a decisão da SG/CSN, todas expressamente de seus estatutos ou
as providências cabíveis, inclusive as relativas à contratos sociais que:
entrega, ao requerente, da documentação I - O capital social, na sua totalidade,
expedida por aquela Secretaria-Geral. pertencerá sempre a pessoas físicas
Art 4º - Das decisões denegatórias ou que brasileiras;
implicarem modificação ou cassação de II - O quadro do pessoal será sempre
autorizações já concedidas, caberá recurso ao constituído, ao menos, de dois terços (2/3) de
Presidente da República, no prazo de cento e trabalhadores brasileiros;
vinte (120) dias, contados da sua publicação
III - a responsabilidade e a orientação
no Diário Oficial da União.
intelectual e administrativa da empresa
§ 1º - O recurso não terá efeito suspensivo caberão somente a brasileiros natos;
salvo se o Presidente da República
IV - as cotas ou ações representativas do
expressamente o determinar.
capital social serão inalienáveis e
§ 2º - O recurso será apresentado à SG/CSN incaucionáveis a estrangeiros ou a pessoas
que a submeterá, nos sessenta (60) dias jurídicas; e
seguintes ao seu recebimento, ao Presidente
V - a empresa não poderá efetuar nenhuma
da República.
alteração do seu instrumento social sem
CAPÍTULO II prévia autorização dos órgãos competentes.
DA ALIENAÇÃO E CONCESSÃO DE TERRAS Parágrafo único - As empresas constituídas
PÚBLICAS sob a forma de sociedade anônima deverão,
Art. 5º - Para a alienação e a concessão de ainda, fazer constar em seu estatuto social,
terras públicas na Faixa de Fronteira, o que as ações representativas do capital social
processo terá início no instituto Nacional de serão sempre nominativas.
Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Art. 11. - As empresas pretendentes à
Art. 6º - As empresas que desejarem adquirir execução dos serviços de radiodifusão, na
terras públicas na Faixa de Fronteira deverão Faixa de Fronteira, deverão instruir suas
instruir seus pedidos com a cópia do estatuto propostas com os seguintes documentos,
ao contrato social e respectivas alterações além dos exigidos pela legislação específica de
além de outros documentos exigidos pela radiodifusão:
legislação agrária específica.
I - cópia dos atos constitutivos (se ainda em
Art. 7º - Os processos para a alienação ou formação) ou cópia do estatuto, contrato
concessão de terras públicas na Faixa de social e respectivas alterações (se empresa já
Fronteira serão remetidos pelo INCRA à constituída), em que constem as cláusulas
SG/CSN, com o respectivo parecer, sendo mencionadas no artigo anterior;
restituídos aquela autarquia após apreciados. II - prova de nacionalidade de todos os
CAPÍTULO III administradores ou sócios-cotistas (cópia da
DOS SERVIÇOS DE RADIODIFUSÃO
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Certidão de Nascimento para os solteiros; instrumentos sociais e respectivas alterações
cópia da Certidão de Casamento para os estatutárias e contratuais à empresa
casados; cópia da Certidão de Casamento, requerente, para posterior registro nas Juntas
com respectiva averbação, para os Comerciais dos Estados e Territórios Federais.
desquitados ou separados judicialmente ou Art. 13 - Às Universidades e Fundações que
divorciados e cópia da Certidão de Casamento e desejarem executar os serviços de
de Óbito do cônjuge, para os viúvos); radiodifusão na Faixa de Fronteira, serão
III - prova de estarem em dia com as suas aplicadas, no que couber, as disposições deste
obrigações referentes ao Serviço Militar de regulamento.
todos os administradores ou sócios-cotistas; e IV CAPÍTULO IV
- prova de estarem em dia com as suas DAS ATIVIDADES DE MINERAÇÃO
obrigações relacionadas com a Justiça
Art. 14 - Para a execução das atividades de
Eleitoral de todos os administradores ou
pesquisa, lavra, exploração e aproveitamento
sócios-cotistas. de recursos minerais, salvo aqueles de
Parágrafo único - As empresas constituídas imediata aplicação na construção civil, na
sob a forma de sociedade anônima deverão, Faixa de Fronteira, serão obedecidas as
ainda, apresentar relação nominal dos prescrições gerais da legislação específica de
acionistas, com os respectivos números de mineração e o processo terá início no
ações. Departamento Nacional de Produção Mineral
Art. 12 - O procedimento para a obtenção do (DNPM).
assentimento prévio do CSN, pelas empresas Art. 15 - Entende-se por empresa de
de radiodifusão, será o seguinte: mineração, para os efeitos deste regulamento, a
I - para empresas em formação ou para firma ou sociedade constituída e domiciliada no
aquelas que desejarem, pela primeira vez, País, qualquer que seja a sua forma
executar o serviço na Faixa de Fronteira - jurídica e entre cujos objetivos esteja o de
requerimento instruído com os documentos realizar a pesquisa, lavra, exploração e
exigidos pela legislação específica de aproveitamento dos recursos minerais no
radiodifusão e os mencionados no artigo território nacional.
anterior, dirigido ao DENTEL que, após emitir § 1º - Os componentes da firma ou sociedade a
parecer, encaminhará o respectivo processo à que se refere o presente artigo podem ser
SG/CSN, para apreciação e posterior pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou
restituição àquele Departamento; e estrangeiras, mas nominalmente,
II - para empresas que já possuem o representadas no ato, constitutivo da
assentimento prévio para executar o serviço empresa.
na Faixa de Fronteira e que desejem efetuar § 2º - No caso de pessoa física ou empresa
alteração em seu instrumento social, para individual, só a brasileiro será permitido o
posterior registro, referente a alteração do estabelecimento ou exploração das atividades
objeto social; mudança do nome comercial ou previstas neste capítulo.
endereço da sede; eleição de novo
§ 3º - É vedada a delegação de poderes ou
administrador; admissão de novo sócio-
gerência a estrangeiro, ainda que por
cotista; transformação, incorporação, fusão e
procuração outorgada pela sociedade ou
cisão; ou reforma total dos estatutos ou
empresa individual.
contrato social - requerimento instruído com
os documentos exigidos pela legislação Art. 16 - O assentimento prévio do CSN, para a
específica de radiodifusão, a proposta de execução das atividades de pesquisa, lavra,
alteração estatutária ou contratual e as cópias exploração e aproveitamento de recursos
dos documentos pessoais, mencionados no minerais, será necessário:
art. 11, dos novos administradores ou sócios- I - para as empresas que se estabelecerem na
cotistas, quando for o caso, dirigido ao Faixa de Fronteira; e
DENTEL, seguindo-se o processamento II - para as empresas que irão operar dentro
descrito no item I. da Faixa de Fronteira.
Parágrafo único - Caberá ao DENTEL o Art. 17 - Nas hipóteses do artigo anterior, as
encaminhamento dos atos constitutivos, empresas deverão fazer constar

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expressamente de seus estatutos ou nacionalidade e número de ações de todos os
contratos sociais que: acionistas.
I - pelo menos 51% (cinqüenta e um por Art. 20 - As pessoas físicas ou empresas
cento) do capital pertencerá sempre a individuais deverão instruir seus pedidos com
brasileiros; os seguintes documentos, além dos exigidos
II - o quadro de pessoal será sempre pela legislação específica de mineração:
constituído de, pelo menos, 2/3 (dois terços) I - cópia da declaração de firma, em que
de trabalhadores brasileiros; e constem as cláusula mencionadas no art. 18,
III - a administração ou gerência caberá quando empresa, individual;
sempre a maioria de brasileiros, assegurados a II - cópia da Certidão de Nascimento ou de
estes poderes predominantes. Casamento, conforme o caso;
Parágrafo único - As empresas constituídas III - prova de estarem em dia com as suas
sob a forma de sociedade anônima deverão, obrigações referentes ao Serviço Militar; e
ainda, fazer constar em seu estatuto social IV - prova de estarem em dia com as suas
que as ações representativas do capital social obrigações relacionadas com a Justiça
revestirão sempre a forma nominativa. Eleitoral.
Art. 18. - As empresas individuais deverão Art. 21 - O procedimento para a obtenção do
fazer constar em suas declarações de firmas assentimento prévio do CSN, pelas empresas
que: de mineração, será o seguinte:
I - o quadro de pessoal será sempre I - para empresas em formação ou para
constituído de, pelo menos, 2/3 (dois terços) aquelas que desejarem, pela primeira vez,
de trabalhadores brasileiros; e executar as atividades na Faixa de Fronteira -
II - a administração ou a gerência caberá requerimento instruído com os documentos
sempre a brasileiros. exigidos pela legislação específica de
Art. 19. - As sociedades enquadradas no art. mineração e os mencionados nos artigos 19
16 deverão instruir seus pedidos com os ou 20, conforme o caso, dirigido ao DNPM
seguintes documentos, além dos exigidos pela que, após emitir parecer, encaminhará o
legislação específica de mineração: respectivo processo à SG/CSN, para
I - cópia dos atos constitutivos (se ainda em apreciação e posterior restituição àquele
formação) ou cópia do estatuto, contrato Departamento; e
social e respectivas alterações (se empresa já II - para empresas que já possuem o
constituída), em que constem as cláusulas assentimento prévio para executar as
mencionadas no art. 17; atividades na Faixa de Fronteira e que
II - prova de nacionalidade de todos os desejem efetuar alteração em seu
administradores ou sócios-cotístas (cópia da instrumento social, para posterior registro,
Certidão de Nascimento para os solteiros; referente a alteração do objeto social;
cópia da Certidão de Casamento para os mudança do nome comercial ou endereço da
casados; cópia da Certidão de Casamento, sede; eleição ou substituição de diretores na
com respectiva averbação, para os administração ou gerência; alteração nas
desquitados ou separados judicialmente ou atribuições e competências de
divorciados e cópia da Certidão de Casamento e administradores; modificação na participação
de Óbito do cônjuge, para os viúvos); do capital social; aumento de capital social
nos casos de emissão e/ou subscrição pública
III - prova de estarem em dia com as suas
ou particular de ações; mudança na forma
obrigações referentes ao Serviço Militar de das ações; entrada ou retirada de novos
todos os administradores ou sócios-cotístas; e IV acionistas; transformação, incorporação,
- prova de estarem em dia com as suas fusão e cisão; retirada e/ou admissão de
obrigações relacionadas com a Justiça sócios-cotistas; ou reforma total dos estatutos
Eleitoral de todos os administradores ou ou contrato social - requerimento instruído
sócios-cotistas. com os documentos exigidos pela legislação
Parágrafo único - As empresas constituídas específica de mineração a proposta de
sob a forma de sociedade anônima deverão, alteração estatutária ou contratual e as cópias
ainda, apresentar relação nominal, contendo a dos documentos pessoais mencionados no

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art. 19 dos novos administradores ou sócios- Art. 27 - As empresas de colonização e
cotistas, quando for o caso, dirigido ao DNPM, loteamento rurais que já possuem autorização
seguindo-se o processamento descrito no para operar na Faixa de Fronteira necessitarão
Item I. do assentimento prévio do CSN para
Parágrafo único - Caberá ao DNPM o efetuarem alterações em seu instrumento
encaminhamento dos atos constitutivos, social, para posterior registro nos casos
instrumentos sociais e respectivas alterações previstos no item II do art. 21.
estatutárias e contratuais à empresa Art. 28 - Após instruídos pelo INCRA, os
requerente, para posterior registro nas Juntas processos de colonização e loteamentos
Comerciais dos Estados e Territórios Federais. rurais, na Faixa de Fronteira, serão
Capítulo V encaminhados a SG/CSN para apreciação e
DA COLONIZAÇÃO E LOTEAMENTOS RURAIS posterior restituição àquela autarquia. Parágrafo
Art. 22 - Para a execução das atividades de único - Caberá ao INCRA o
colonização e loteamentos rurais, na Faixa de encaminhamento dos atos constitutivos,
Fronteira, serão observadas as prescrições instrumentos sociais e respectivas alterações
gerais da legislação agrária específica e o estatutárias e contratuais à empresa
processo terá início no Instituto Nacional de requerente, para posterior registro nas Juntas
Colonização e Reforme Agrária (INCRA). Comerciais dos Estados e Territórios Federais.
Art. 23 - Entende-se por empresa particular Capítulo VI
de colonização, para os efeitos deste DAS TRANSAÇÕES COM IMÓVEIS RURAIS,
regulamento, as pessoas físicas ou jurídicas, ENVOLVENDO ESTRANGEIROS
estas constituídas e domiciliadas no País, que Art. 29. - Os negócios jurídicos que, direta ou
tiverem por finalidade executar programa de indiretamente, implicarem obtenção da posse,
valorização de área ou distribuição, de terras. do domínio ou de qualquer outro direito real
§ 1º - No caso de pessoa física ou empresa sobre imóvel rural situado na Faixa de
individual, só a brasileiro será permitido Fronteira, dependerão do assentimento prévio
executar as atividades previstas neste artigo. do CSN e o processo terá início no Instituto
§ 2º - É vedada a delegação de poderes de Nacional de Colonização e Reforma Agrária
direção ou gerência a estrangeiro, ainda que (INCRA), quando adquirente de titularidade
por procuração outorgada pela sociedade ou daqueles direitos:
empresa individual. I - pessoa física estrangeira residente no
Art. 24 - O assentimento prévio do CSN para a Brasil;
execução das atividades de colonização e II - pessoa jurídica estrangeira autorizada a
loteamentos rurais, na Faixa de Fronteira, funcionar no País; ou
será necessário: III - pessoa jurídica brasileira da qual
I - na alienação de terras públicas, para a participe, a qualquer título, detendo a maioria
empresa vencedora de licitação publicada no de seu capital social, pessoa física estrangeira
Diário Oficial da União; e aqui não residente ou pessoa jurídica
II - na alienação de terras particulares, para estrangeira sediada no exterior.
as empresas que as desejarem adquirir, Art. 30. - As pessoas jurídicas referidas nos
quando da apresentação dos respectivos itens II e III do artigo anterior somente
projetos. poderão obter o assentimento prévio quando o
Art. 25 - Nas hipóteses do artigo anterior, as imóvel rural pretendido se destinar a
empresas deverão fazer constar de seus implantação de projeto agrícola, pecuário,
estatutos ou contratos sociais as cláusulas industrial ou de colonização, vinculado aos
mencionadas nos artigos 17 ou 18, conforme o seus objetivos estatutários.
caso. Art. 31. - As pessoas físicas estrangeiras que
Art. 26 - As empresas enquadradas no art. 24 desejarem adquirir imóvel rural, na Faixa de
deverão instruir seus processos com os Fronteira, deverão instruir seus pedidos com
documentos discriminados nos artigos 19 ou os seguintes documentos, além dos exigidos
20, conforme o caso. pela legislação agrária específica:

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I - cópia da Carteira de Identidade para § 1º - São direitos reais, assim definidos no
Estrangeiro; Código Civil Brasileiro, além da propriedade e
II - declaração do interessado, de que não da posse, a enfiteuse ou aforamento, as
está respondendo a inquérito ou ação penal, servidões, o usufruto, o uso, a habitação, as
nem foi condenado pela justiça de seu País ou rendas expressamente constituídas sobre
do Brasil; imóveis, a anticrese e a hipoteca.
III - prova de propriedade do imóvel § 2º - A pessoa jurídica que desrespeitar a
pretendido, incluindo sua cadeia dominial; e exigência deste artigo sujeitar-se-á à
IV - cópia do Certificado de Cadastro do dissolução, na forma da legislação pertinente.
INCRA, referente ao exercício em vigor. Art. 35 - Para a lavratura e o registro de
Parágrafo único - No texto do requerimento escritura de alienação ou de constituição de
para a aquisição do imóvel rural, o direito real, que tiver por objeto imóvel rural
interessado deverá declarar sua residência e o situado na Faixa de Fronteira, em que o
endereço para correspondência. outorgado for pessoa jurídica, será
indispensável verificar se dela participa, como
Art. 32 - As pessoas jurídicas estrangeiras
referidas nos itens II e III do art. 29 que sócio ou acionista, pessoa física ou jurídica
desejarem adquirir imóvel rural, na Faixa de estrangeira.
Fronteira, deverão instruir seus pedidos com Parágrafo único - A verificação de que trata
os seguintes documentos, além dos exigidos este artigo far-se-á da seguinte maneira:
pela legislação agrária específica: I - em se tratando de sociedade anônima - à
I - cópia do estatuto ou contrato social da vista da relação nominal dos acionistas,
empresa; contendo a nacionalidade, o número de ações
II - autorização para a peticionária funcionar com direito a voto e a soma das participações, a
no Brasil, em se tratando de empresa qual deverá coincidir com o capital
declarado no estatuto social da empresa; a
estrangeira;
relação será firmada pelos diretores da
III - cópias dos atos de eleição da diretoria e empresa, responsáveis pela exação da
da alteração do nome comercial da empresa, se informação, com a declaração de que foi feita
for o caso; de conformidade com os dados existentes no
IV - relação nominal, contendo a Livro de Registro de Ações da sociedade; e
nacionalidade e número de ações dos II - em se tratando de sociedade de outro tipo
acionistas da empresa, quando se tratar de - à vista do contrato social e de suas
sociedade anônima, em se tratando de alterações.
empresa brasileira;
Art. 36 - O assentimento prévio para os atos
V - prova de propriedade do imóvel previstos neste capítulo será dado mediante
pretendido, incluindo sua cadeia dominial; e solicitação do interessado à SG/CSN.
VI - cópia do Certificado de Cadastro do Capítulo VIII
INCRA, referente ao exercício em vigor.
DO AUXÍLIO FINANCEIRO AOS MUNICÍPIOS
Art. 33 - Os processos para transação de DA FAIXA DE FRONTEIRA
imóveis rurais com estrangeiros, na Faixa de
Art. 37 - Para habilitar-se ao auxílio financeiro
Fronteira, serão remetidos pelo INCRA à
destinado à execução de obras públicas,
SG/CSN, com o respectivo parecer, sendo
previsto no art. 9º da Lei nº 6.634, de 2 de
restituídos àquela autarquia após apreciados. maio de 1979, os municípios total ou
Capítulo VII parcialmente localizados na Faixa de Fronteira
DA PARTICIPAÇÃO DE ESTRANGEIROS EM deverão, até 31 de julho do ano anterior ao
PESSOA JORÍDICA BRASILEIRA da concessão, encaminhar à SG/CSN dados
Art. 34 - A participação, a qualquer título, de sucintos sobre a obra que pretendem realizar e
estrangeiro, pessoa natural ou jurídica, em seu orçamento estimado.
pessoa jurídica brasileira que seja titular de Parágrafo único - Em casos especiais,
direito real sobre imóvel rural localizado na devidamente justificados, poderá ser
Faixa de Fronteira, dependerá do concedido auxílio para aquisição de máquinas e
assentimento prévio do CSN. equipamentos.

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Art. 38 - A SG/CSN estudará os pedidos de Art. 43 - A abertura de filiais, agências,
auxílio e, a partir de 1º de setembro, sucursais, postos ou quaisquer outros
informará às Prefeituras Municipais da estabelecimentos com poder de representação
concessão ou não do auxílio solicitado. ou mandato da matriz, na Faixa de Fronteira,
Art. 39 - Os recursos serão repassados relacionados com a prática de atos que
diretamente às Prefeituras Municipais por necessitam do assentimento prévio, implicará o
intermédio da agência do Banco do Brasil S.A. cumprimento das prescrições deste
Art. 40 - A aplicação dos recursos está sujeita a regulamento.
comprovação perante o Tribunal de Contas da Art. 44 - Será dispensado ato formal da
União, por Intermédio da SG/CSN. SG/CSN, nos casos de dissolução, liquidação
§ 1º - O emprego dos recursos limitar-se-á no ou extinção das empresas que obtiveram o
exercício financeiro em que foram concedidos, assentimento prévio para exercerem
podendo ser aproveitados no exercício atividades na Faixa de Fronteira, na forma
imediato, como Restos a Pagar, desde que deste regulamento, cabendo ao
devidamente empenhados no exercício do Departamento Nacional de Registro do
recebimento. Comércio (DNRC) comunicar tais ocorrências
§ 2º - Enquanto as prestações de contas não àquela Secretaria-Geral, para fins de controle.
forem apresentadas, as Prefeituras Municipais Capítulo X
não estarão habilitadas ao recebimento de DISPOSIÇÕES GERAIS
auxílios posteriores. Art. 45 - As entidades da administração
Art. 41 - A SG/CSN baixará instruções indireta, da União, dos Estados e dos
detalhadas, visando a orientar as Prefeituras Municípios, aplicam-se, no que couber, as
Municipais quanto à habilitação e repasse dos disposições deste regulamento, não lhes
auxílios, aplicação dos recursos e prestação de sendo exigível, porém, que adotem para suas
contas. ações a forma nominativa.
Capítulo IX Art. 46 - Os Cartórios de Notas e de Registro
DA INSCRIÇÃO NOS ÓRGÃOS DO REGISTRO de Imóveis exigirão prova do assentimento
DO COMÉRCIO prévio do CSN para as transações com
Art. 42 - As Juntas Comerciais dos Estados e imóveis rurais, envolvendo estrangeiros, de
dos Territórios Federais exigirão prova do que trata o Capítulo VI e obedecidas as
assentimento prévio de CSN nos seguintes prescrições da legislação que regula a
casos: aquisição de imóvel rural por estrangeiro
I - execução dos serviços de radiodifusão, de residente no País ou pessoa jurídica
que trata o Capítulo III: estrangeira autorizada a funcionar no Brasil. Art.
a) para inscrição dos atos constitutivos, 47 - Trimestralmente, os Cartórios de
estatutos ou contratos sociais das empresas Registro de Imóveis remeterão à Corregedoria
que desejarem, pela primeira vez, executar o da Justiça Estadual a que estiverem
serviço na Faixa de Fronteira; e subordinados ou à Corregedoria da Justiça do
Distrito Federal e dos Territórios, à repartição
b) para inscrição das alterações nos
instrumentos sociais, listadas no Item II do estadual do INCRA e à SG/CSN, relação das
art. 12; e aquisições de imóveis rurais por pessoas
físicas ou jurídicas estrangeiras, situados na
II - execução das atividades de mineração, de
Faixa de Fronteira, do qual constarão os
que trata o Capítulo IV e de colonização e
seguintes dados:
loteamentos rurais, de que trata o Capítulo V:
a).para inscrição dos atos constitutivos, I - menção do documento de identidade das
declarações de firma, estatutos ou contratos partes contratantes ou dos respectivos atos
sociais das empresas que desejarem, pela constitutivos, se pessoas jurídicas;
primeira vez, executar as atividades na Faixa II - memorial descritivo do imóvel, com área,
de Fronteira; e características, limites e confrontações; e
b) para inscrição das alterações nos III - transcrição da autorização do órgão
instrumentos sociais, listadas no item II do competente.
art. 21. Art. 48 - A SG/CSN solicitará, das autoridades e
órgãos competentes, a instauração de
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inquérito destinado a apurar as infrações ao houver expressa previsão e cominação
disposto neste regulamento. específica para a figura tentada.
Art. 49 - Os atos previstos neste regulamento, se Parágrafo único - O agente que,
praticados sem o assentimento prévio do CSN, voluntariamente, desiste de prosseguir na
serão nulos de pleno direito e sujeitarão os execução, ou impede que o resultado se
responsáveis à multa de até vinte por cento produza, só responde pelos atos já praticados.
(20%) do valor declarado do negócio Art. 4º - São circunstâncias que sempre
irregularmente realizado. agravam a pena, quando não elementares do
Art. 50 - Este Decreto entra em vigor na data crime:
de sua publicação, revogadas as disposições I - ser o agente reincidente;
em contrário. II - ter o agente:
Brasília, 26 de agosto de 1980; 159º da a) praticado o crime com o auxílio, de
Independência e 92º da República. qualquer espécie, de governo, organização
JOÃO FIGUEIREDO internacional ou grupos estrangeiros;
Danilo Venturini b) promovido, organizado ou dirigido a
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. atividade dos demais, no caso do concurso de
de 27.8.1980. agentes.
Art. 5º - Em tempo de paz, a execução da
pena privativa da liberdade, não superior a
Lei nº 7.170/83 dois anos,
pode ser suspensa, por dois a seis anos,
LEI Nº 7.170, DE 14 DE DEZEMBRO DE desde que:
1983. I - o condenado não seja reincidente em
Define os crimes contra a segurança nacional, a crime doloso, salvo o disposto no § 1º do art.
ordem política e social, estabelece seu 71 do Código Penal Militar;
processo e julgamento e dá outras II - os seus antecedentes e personalidade, os
providências. motivos e as circunstâncias do crime, bem
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber como sua
que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu conduta posterior, autorizem a presunção de
sanciono a seguinte Lei: que não tornará a delinqüir.
TÍTULO I Parágrafo único - A sentença especificará as
Disposições Gerais condições a que fica subordinada a
Art. 1º - Esta Lei prevê os crimes que lesam suspensão.
ou expõem a perigo de lesão: Art. 6º - Extingue-se a punibilidade dos
I - a integridade territorial e a soberania crimes previstos nesta Lei:
nacional; I - pela morte do agente; Il
II - o regime representativo e democrático, a - pela anistia ou indulto;
Federação e o Estado de Direito; III - pela retroatividade da lei que não mais
III - a pessoa dos chefes dos Poderes da considera o fato como criminoso;
União. IV - pela prescrição.
Art. 2º - Quando o fato estiver também Art. 7º - Na aplicação desta Lei, observar-se-
previsto como crime no Código Penal, no á, no que couber, a Parte Geral do Código
Código Penal Militar ou em leis especiais, Penal Militar e, subsidiariamente, a sua Parte
levar-se-ão em conta, para a aplicação desta Especial.
Lei: Parágrafo único - Os menores de dezoito anos
I - a motivação e os objetivos do agente; são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos
II - a lesão real ou potencial aos bens jurídicos às normas estabelecidas na legislação
mencionados no artigo anterior. especial.
Art. 3º - Pune-se a tentativa com a pena Título II
correspondente ao crime consumado, Dos Crimes e das Penas
reduzida de um a dois terços, quando não

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Art. 8º - Entrar em entendimento ou II - com o mesmo objetivo, realiza atividade
negociação com governo ou grupo aerofotográfica ou de sensoreamento remoto,
estrangeiro, ou seus agentes, para provocar em qualquer parte do território nacional;
guerra ou atos de hostilidade contra o Brasil. Pena:III - oculta ou presta auxílio a espião,
reclusão, de 3 a 15 anos. sabendo-o tal, para subtraí-lo à ação da
Parágrafo único - Ocorrendo a guerra ou autoridade pública;
sendo desencadeados os atos de hostilidade, a IV - obtém ou revela, para fim de
pena aumenta-se até o dobro. espionagem, desenhos, projetos, fotografias,
Art. 9º - Tentar submeter o território nacional, notícias ou informações a respeito de técnicas,
ou parte dele, ao domínio ou à soberania de de tecnologias, de componentes, de
outro país. equipamentos, de instalações ou de sistemas
Pena: reclusão, de 4 a 20 anos. de processamento automatizado de dados,
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão em uso ou em desenvolvimento no País, que,
corporal grave, a pena aumenta-se até um reputados essenciais para a sua defesa,
terço; se resulta morte aumenta-se até a segurança ou economia, devem permanecer
metade. em segredo.
Art. 10 - Aliciar indivíduos de outro país para Art. 14 - Facilitar, culposamente, a prática de
invasão do território nacional. qualquer dos crimes previstos nos arts. 12 e
13, e seus parágrafos.
Pena: reclusão, de 3 a 10 anos.
Pena: detenção, de 1 a 5 anos.
Parágrafo único - Ocorrendo a invasão, a pena
aumenta-se até o dobro. Art. 15 - Praticar sabotagem contra
instalações militares, meios de comunicações,
Art. 11 - Tentar desmembrar parte do
meios e vias de transporte, estaleiros, portos,
território nacional para constituir país
aeroportos, fábricas, usinas, barragem,
independente.
depósitos e outras instalações congêneres.
Pena: reclusão, de 4 a 12 anos. Pena: reclusão, de 3 a 10 anos.
Art. 12 - Importar ou introduzir, no território § 1º - Se do fato resulta:
nacional, por qualquer forma, sem autorização
a) lesão corporal grave, a pena aumenta-se
da autoridade federal competente,
até a metade;
armamento ou material militar privativo das
Forças Armadas. b) dano, destruição ou neutralização de meios
de defesa ou de segurança; paralisação, total
Pena: reclusão, de 3 a 10 anos.
ou parcial, de atividade ou serviços públicos
Parágrafo único - Na mesma pena incorre reputados essenciais para a defesa, a
quem, sem autorização legal, fabrica, vende, segurança ou a economia do País, a pena
transporta, aumenta-se até o dobro;
recebe, oculta, mantém em depósito ou
c) morte, a pena aumenta-se até o triplo.
distribui o armamento ou material militar de
§ 2º - Punem-se os atos preparatórios de
que trata este artigo.
sabotagem com a pena deste artigo reduzida
Art. 13 - Comunicar, entregar ou permitir a de dois terços, se o fato não constitui crime
comunicação ou a entrega, a governo ou mais grave.
grupo estrangeiro, ou a organização ou grupo Art. 16 - Integrar ou manter associação,
de existência ilegal, de dados, documentos ou partido, comitê, entidade de classe ou
cópias de documentos, planos, códigos, cifras grupamento que tenha por objetivo a
ou assuntos que, no interesse do Estado mudança do regime vigente ou do Estado de
brasileiro, são classificados como sigilosos. Pena: Direito, por meios violentos ou com o
reclusão, de 3 a 15 anos. emprego de grave ameaça.
Parágrafo único - Incorre na mesma pena Pena: reclusão, de 1 a 5 anos.
quem: Art. 17 - Tentar mudar, com emprego de
I - com o objetivo de realizar os atos previstos violência ou grave ameaça, a ordem, o regime
neste artigo, mantém serviço de espionagem vigente ou o Estado de Direito.
ou dele participa; Pena: reclusão, de 3 a 15 anos.

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Parágrafo único.- Se do fato resulta lesão § 2º - Sujeita-se à mesma pena quem
corporal grave, a pena aumenta-se até a distribui ou redistribui:
metade; se resulta morte, aumenta-se até o a) fundos destinados a realizar a propaganda
dobro. de que trata este artigo;
Art. 18 - Tentar impedir, com emprego de b) ostensiva ou clandestinamente boletins ou
violência ou grave ameaça, o livre exercício de panfletos contendo a mesma propaganda.
qualquer dos Poderes da União ou dos
§ 3º - Não constitui propaganda criminosa a
Estados.
exposição, a crítica ou o debate de quaisquer
Pena: reclusão, de 2 a 6 anos. doutrinas.
Art. 19 - Apoderar-se ou exercer o controle de Art. 23 - Incitar:
aeronave, embarcação ou veículo de
transporte coletivo, com emprego de violência I - à subversão da ordem política ou social;
ou grave ameaça à tripulação ou a II - à animosidade entre as Forças Armadas
passageiros. ou entre estas e as classes sociais ou as
Pena: reclusão, de 2 a 10 anos. instituições civis;
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão III - à luta com violência entre as classes
corporal grave, a pena aumenta-se até o sociais;
dobro; se resulta morte, aumenta-se até o IV - à prática de qualquer dos crimes
triplo. previstos nesta Lei.
Art. 20 - Devastar, saquear, extorquir, roubar, Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.
seqüestrar, manter em cárcere privado, Art. 24 - Constituir, integrar ou manter
incendiar, depredar, provocar explosão, organização ilegal de tipo militar, de qualquer
praticar atentado pessoal ou atos de forma ou natureza armada ou não, com ou
terrorismo, por inconformismo político ou para sem fardamento, com finalidade combativa.
obtenção de fundos destinados à manutenção Pena: reclusão, de 2 a 8 anos.
de organizações políticas clandestinas ou Art. 25 - Fazer funcionar, de fato, ainda que
subversivas. sob falso nome ou forma simulada, partido
Pena: reclusão, de 3 a 10 anos. político ou associação dissolvidos por força de
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão disposição legal ou de decisão judicial.
corporal grave, a pena aumenta-se até o Pena: reclusão, de 1 a 5 anos.
dobro; se resulta morte, aumenta-se até o Art. 26 - Caluniar ou difamar o Presidente da
triplo. República, o do Senado Federal, o da Câmara
Art. 21 - Revelar segredo obtido em razão de dos Deputados ou o do Supremo Tribunal
cargo, emprego ou função pública, Federal, imputando-lhes fato definido como
relativamente a planos, ações ou operações crime ou fato ofensivo à reputação.
militares ou policiais contra rebeldes, Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.
insurretos ou revolucionários.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre
Pena: reclusão, de 2 a 10 anos. quem, conhecendo o caráter ilícito da
Art. 22 - Fazer, em público, propaganda: imputação, a propala ou divulga.
I - de processos violentos ou ilegais para Art. 27 - Ofender a integridade corporal ou a
alteração da ordem política ou social; saúde de qualquer das autoridades
II - de discriminação racial, de luta pela mencionadas no artigo anterior.
violência entre as classes sociais, de Pena: reclusão, de 1 a 3 anos.
perseguição religiosa; § 1º - Se a lesão é grave, aplica-se a pena de
III - de guerra; reclusão de 3 a 15 anos.
IV - de qualquer dos crimes previstos nesta § 2º - Se da lesão resulta a morte e as
Lei. circunstâncias evidenciam que este resultado
Pena: detenção, de 1 a 4 anos. pode ser atribuído a título de culpa ao agente, a
§ 1º - A pena é aumentada de um terço pena é aumentada até terço.
quando a propaganda for feita em local de Art. 28 - Atentar contra a liberdade pessoal de
trabalho ou por meio de rádio ou televisão. qualquer das autoridades referidas no art. 26.
Pena: reclusão, de 4 a 12 anos.

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Art. 29 - Matar qualquer das autoridades permitida pelo prazo improrrogável de, no
referidas no art. 26. máximo, cinco dias.
Pena: reclusão, de 15 a 30 anos. § 3º - O preso ou custodiado deverá ser
Título III recolhido e mantido em lugar diverso do
Da Competência, do Processo e das normas destinado aos presos por crimes comuns, com
Especiais de Procedimentos estrita observância do disposto nos arts. 237 a
242 do Código de Processo Penal Militar.
Art. 30 - Compete à Justiça Militar processar e
§ 4º - Em qualquer fase do inquérito, a
julgar os crimes previstos nesta Lei, com
requerimento da defesa, do indiciado, de seu
observância das normas estabelecidas no
cônjuge, descendente ou ascendente, será
Código de Processo Penal Militar, no que não
realizado exame na pessoa do indiciado para
colidirem com disposição desta Lei, ressalvada a
verificação de sua integridade física e mental;
competência originária do Supremo Tribunal uma via do laudo, elaborado por dois peritos
Federal nos casos previstos na Constituição. médicos e instruída com fotografias, será
Parágrafo único - A ação penal é pública, juntada aos autos do inquérito.
promovendo-a o Ministério Público.
§ 5º - Esgotado o prazo de quinze dias de
Art. 31 - Para apuração de fato que configure prisão ou custódia ou de sua eventual
crime previsto nesta Lei, instaurar-se-á prorrogação, o indiciado será imediatamente
inquérito policial, pela Polícia Federal: libertado, salvo se decretadas prisão
I - de ofício; preventiva, a requerimento do encarregado
II - mediante requisição do Ministério Público; III do inquérito ou do órgão do Ministério Público.
- mediante requisição de autoridade militar § 6º - O tempo de prisão ou custódia será
responsável pela segurança interna; computado no de execução da pena privativa
IV - mediante requisição do Ministro da de liberdade.
Justiça. Art. 34 - Esta Lei entra em vigor na data de
Parágrafo único - Poderá a União delegar, sua publicação.
mediante convênio, a Estado, ao Distrito Art. 35 - Revogam-se a Lei nº 6.620, de 17
Federal ou a Território, atribuições para a de dezembro de 1978, e demais disposições
realização do inquérito referido neste artigo. Art. em contrário.
32 - Será instaurado inquérito Policial Militar Brasília, em 14 de dezembro de 1983; 162º
se o agente for militar ou assemelhado, ou da Independência e 95º da República.
quando o crime: JOãO FIGUEIREDO
I - lesar patrimônio sob administração militar; II Ibrahim Abi-Ackel
- for praticado em lugar diretamente sujeito à Danilo Venturini
administração militar ou contra militar ou Este texto não substitui o publicado no D.O.U.
assemelhado em serviço; de 15.12.1983.
III - for praticado nas regiões alcançadas pela
decretação do estado de emergência ou do
estado de sítio.
Decreto nº 5.484/2005
Art. 33 - Durante as investigações, a
autoridade de que presidir o inquérito poderá
DECRETO Nº 5.484, DE 30 DE JUNHO DE
manter o indiciado preso ou sob custódia, pelo
2005.
prazo de quinze dias, comunicando
imediatamente o fato ao juízo competente. Aprova a Política de Defesa Nacional, e dá
outras providências.
§ 1º - Em caso de justificada necessidade,
esse prazo poderá ser dilatado por mais O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da
quinze dias, por decisão do juiz, a pedido do atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI,
encarregado do inquérito, ouvido o Ministério alínea "a", da Constituição,
Público. DECRETA:
§ 2º - A incomunicabilidade do indiciado, no Art. 1º Fica aprovada a Política de Defesa
período inicial das investigações, será Nacional anexa a este Decreto.
Art. 2º Os órgãos e entidades da
administração pública federal deverão

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considerar, em seus planejamentos, ações 1.1 O Estado tem como pressupostos básicos o
que concorram para fortalecer a Defesa território, o povo, leis e governo próprios e
Nacional. independência nas relações externas. Ele
Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data detém o monopólio legítimo dos meios de
de sua publicação. coerção para fazer valer a lei e a ordem,
estabelecidas democraticamente, provendo-
Brasília, 30 de junho de 2005; 184º da
lhes, também, a segurança.
Independência e 117º da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 1.2 Nos primórdios, a segurança era vista
somente pelo ângulo da confrontação entre
José Alencar Gomes da Silva Estados, ou seja, da necessidade básica de
Jorge Armando Felix defesa externa. À medida que as sociedades
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. se desenvolveram, novas exigências foram
de 1º.7.2005 agregadas, além da ameaça de ataques
POLÍTICA DE DEFESA NACIONAL externos.
INTRODUÇÃO 1.3 Gradualmente, o conceito de segurança
A Política de Defesa Nacional voltada, foi ampliado, abrangendo os campos político,
preponderantemente, para ameaças externas, é militar, econômico, social, ambiental e outros.
o documento condicionante de mais alto nível Entretanto, a defesa externa permanece como
do planejamento de defesa e tem por papel primordial das Forças Armadas no
finalidade estabelecer objetivos e diretrizes âmbito interestatal.
para o preparo e o emprego da capacitação As medidas que visam à segurança são de
nacional, com o envolvimento dos setores largo espectro, envolvendo, além da defesa
militar e civil, em todas as esferas do Poder externa: defesa civil; segurança pública;
Nacional. O Ministério da Defesa coordena as políticas econômicas, de saúde, educacionais,
ações necessárias à Defesa Nacional. ambientais e outras áreas, muitas das quais
Esta publicação é composta por uma parte não são tratadas por meio dos instrumentos
política, que contempla os conceitos, os político-militares.
ambientes internacional e nacional e os Cabe considerar que a segurança pode ser
objetivos da defesa. Outra parte, de enfocada a partir do indivíduo, da sociedade e
estratégia, engloba as orientações e diretrizes. A do Estado, do que resultam definições com
Política de Defesa Nacional, tema de diferentes perspectivas.
interesse de todos os segmentos da sociedade A segurança, em linhas gerais, é a condição
brasileira, tem como premissas os em que o Estado, a sociedade ou os
fundamentos, objetivos e princípios dispostos indivíduos não se sentem expostos a riscos ou
na Constituição Federal e encontra-se em ameaças, enquanto que defesa é ação efetiva
consonância com as orientações para se obter ou manter o grau de segurança
governamentais e a política externa do País, a desejado.
qual se fundamenta na busca da solução Especialistas convocados pela Organização
pacífica das controvérsias e no fortalecimento das Nações Unidas (ONU) em Tashkent, no
da paz e da segurança internacionais. ano de 1990, definiram a segurança como
"uma condição pela qual os Estados
Após um longo período sem que o Brasil
consideram que não existe perigo de uma
participe de conflitos que afetem diretamente o
agressão militar, pressões políticas ou coerção
território nacional, a percepção das ameaças está
econômica, de maneira que podem dedicar-se
desvanecida para muitos brasileiros.
livremente a seu próprio desenvolvimento e
Porém, é imprudente imaginar que um país
progresso".
com o potencial do Brasil não tenha disputas
ou antagonismos ao buscar alcançar seus 1.4 Para efeito da Política de Defesa Nacional,
legítimos interesses. Um dos propósitos da são adotados os seguintes conceitos:
Política de Defesa Nacional é conscientizar I - Segurança é a condição que permite ao
todos os segmentos da sociedade brasileira de País a preservação da soberania e da
que a defesa da Nação é um dever de todos integridade territorial, a realização dos seus
os brasileiros. interesses nacionais, livre de pressões e
1. O ESTADO, A SEGURANÇA E A DEFESA ameaças de qualquer natureza, e a garantia

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aos cidadãos do exercício dos direitos e tensões e instabilidades indesejáveis para a
deveres constitucionais; paz.
II - Defesa Nacional é o conjunto de medidas e A prevalência do multilateralismo e o
ações do Estado, com ênfase na expressão fortalecimento dos princípios consagrados pelo
militar, para a defesa do território, da direito internacional como a soberania, a não-
soberania e dos interesses nacionais contra intervenção e a igualdade entre os Estados,
ameaças preponderantemente externas, são promotores de um mundo mais estável,
potenciais ou manifestas. voltado para o desenvolvimento e bem estar
2. O AMBIENTE INTERNACIONAL da humanidade.
2.1 O mundo vive desafios mais complexos do 2.4 A questão ambiental permanece como
que os enfrentados durante o período passado uma das preocupações da humanidade.
de confrontação ideológica bipolar. O fim da Países detentores de grande biodiversidade,
Guerra Fria reduziu o grau de previsibilidade enormes reservas de recursos naturais e
das relações internacionais vigentes desde a imensas áreas para serem incorporadas ao
2ª Guerra Mundial. sistema produtivo podem tornar-se objeto de
Nesse ambiente, é pouco provável um conflito interesse internacional.
generalizado entre Estados. Entretanto, 2.5 Os avanços da tecnologia da informação, a
renovaram-se no mundo conflitos de caráter utilização de satélites, o sensoriamento
étnico e religioso, a exacerbação de eletrônico e inúmeros outros
nacionalismos e a fragmentação de Estados, aperfeiçoamentos tecnológicos trouxeram
maior eficiência aos sistemas administrativos e
com um vigor que ameaça a ordem mundial.
militares, sobretudo nos países que dedicam
Neste século, poderão ser intensificadas
maiores recursos financeiros à Defesa. Em
disputas por áreas marítimas, pelo domínio
conseqüência, criaram-se vulnerabilidades
aeroespacial e por fontes de água doce e de
que poderão ser exploradas, com o objetivo
energia, cada vez mais escassas. Tais de inviabilizar o uso dos nossos sistemas ou
questões poderão levar a ingerências em facilitar a interferência à distância.
assuntos internos, configurando quadros de
2.6 Atualmente, atores não-estatais, novas
conflito.
ameaças e a contraposição entre o
Com a ocupação dos últimos espaços nacionalismo e o transnacionalismo permeiam
terrestres, as fronteiras continuarão a ser as relações internacionais e os arranjos de
motivo de litígios internacionais. segurança dos Estados. Os delitos
2.2 O fenômeno da globalização, transnacionais de natureza variada e o
caracterizado pela interdependência crescente terrorismo internacional são ameaças à paz, à
dos países, pela revolução tecnológica e pela segurança e à ordem democrática,
expansão do comércio internacional e dos normalmente, enfrentadas com os
fluxos de capitais, resultou em avanços para instrumentos de inteligência e de segurança
uma parte da humanidade. Paralelamente, a dos Estados.
criação de blocos econômicos tem resultado 3. O AMBIENTE REGIONAL E O ENTORNO
em arranjos competitivos. Para os países em ESTRATÉGICO
desenvolvimento, o desafio é o de uma
3.1 O subcontinente da América do Sul é o
inserção positiva no mercado mundial.
ambiente regional no qual o Brasil se insere.
Nesse processo, as economias nacionais Buscando aprofundar seus laços de
tornaram-se mais vulneráveis às crises cooperação, o País visualiza um entorno
ocasionadas pela instabilidade econômica e estratégico que extrapola a massa do
financeira em todo o mundo. A crescente subcontinente e incluiu a projeção pela
exclusão de parcela significativa da população fronteira do Atlântico Sul e os países lindeiros
mundial dos processos de produção, consumo e da África.
acesso à informação constitui fonte
3.2 A América do Sul, distante dos principais
potencial de conflitos.
focos mundiais de tensão e livre de armas
2.3 A configuração da ordem internacional nucleares, é considerada uma região
baseada na unipolaridade no campo militar relativamente pacífica. Além disso, processos
associada às assimetrias de poder produz de consolidação democrática e de integração

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regional tendem a aumentar a confiabilidade diversificada fisiografia nacional conforma
regional e a solução negociada dos conflitos. cenários diferenciados que, em termos de
3.3 Entre os processos que contribuem para defesa, demandam, ao mesmo tempo, política
reduzir a possibilidade de conflitos no entorno geral e abordagem específica para cada caso.
estratégico, destacam-se: o fortalecimento do 4.2 A vertente continental brasileira
processo de integração, a partir do Mercosul, contempla complexa variedade fisiográfica,
da Comunidade Andina de Nações e da que pode ser sintetizada em cinco macro-
Comunidade Sul-Americana de Nações; o regiões.
estreito relacionamento entre os países 4.3 O planejamento da defesa inclui todas as
amazônicos, no âmbito da Organização do regiões e, em particular, as áreas vitais onde
Tratado de Cooperação Amazônica; a se encontra maior concentração de poder
intensificação da cooperação e do comércio político e econômico. Complementarmente,
com países africanos, facilitada pelos laços prioriza a Amazônia e o Atlântico Sul pela
étnicos e culturais; e a consolidação da Zona riqueza de recursos e vulnerabilidade de
de Paz e de Cooperação do Atlântico Sul . acesso pelas fronteiras terrestre e marítima.
A ampliação e a modernização da infra- 4.4 A Amazônia brasileira, com seu grande
estrutura da América do Sul podem potencial de riquezas minerais e de
concretizar a ligação entre seus centros biodiversidade, é foco da atenção
produtivos e os dois oceanos, facilitando o internacional. A garantia da presença do
desenvolvimento e a integração. Estado e a vivificação da faixa de fronteira são
3.4 A segurança de um país é afetada pelo dificultadas pela baixa densidade demográfica e
grau de instabilidade da região onde está pelas longas distâncias, associadas à
inserido. Assim, é desejável que ocorram: o precariedade do sistema de transportes
consenso; a harmonia política; e a terrestre, o que condiciona o uso das
convergência de ações entre os países hidrovias e do transporte aéreo como
vizinhos, visando lograr a redução da principais alternativas de acesso. Estas
criminalidade transnacional, na busca de características facilitam a prática de ilícitos
melhores condições para o desenvolvimento transnacionais e crimes conexos, além de
econômico e social que tornarão a região mais possibilitar a presença de grupos com
coesa e mais forte. objetivos contrários aos interesses nacionais.
3.5 A existência de zonas de instabilidade e de A vivificação, política indigenista adequada, a
ilícitos transnacionais pode provocar o exploração sustentável dos recursos naturais e
transbordamento de conflitos para outros a proteção ao meio-ambiente são aspectos
países da América do Sul. A persistência essenciais para o desenvolvimento e a
desses focos de incertezas impõe que a integração da região. O adensamento da
defesa do Estado seja vista com prioridade, presença do Estado, e em particular das
para preservar os interesses nacionais, a Forças Armadas, ao longo das nossas
soberania e a independência. fronteiras, é condição necessária para
3.6 Como conseqüência de sua situação conquista dos objetivos de estabilização e
geopolítica, é importante para o Brasil que se desenvolvimento integrado da Amazônia.
aprofunde o processo de desenvolvimento 4.5 O mar sempre esteve relacionado com o
integrado e harmônico da América do Sul, o progresso do Brasil, desde o seu
que se estende, naturalmente, à área de descobrimento. A natural vocação marítima
defesa e segurança regionais. brasileira é respaldada pelo seu extenso litoral e
4. O BRASIL pela importância estratégica que representa o
4.1 O perfil brasileiro – ao mesmo tempo Atlântico Sul.
continental e marítimo, equatorial, tropical e A Convenção das Nações Unidas sobre Direito
subtropical, de longa fronteira terrestre com a do Mar permitiu ao Brasil estender os limites
quase totalidade dos países sul-americanos e da sua Plataforma Continental e exercer o
de extenso litoral e águas jurisdicionais – direito de jurisdição sobre os recursos
confere ao País profundidade geoestratégica e econômicos em uma área de cerca de 4,5
torna complexa a tarefa do planejamento milhões de quilômetros quadrados, região de
geral de defesa. Dessa maneira, a

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vital importância para o País, uma verdadeira por quatro continentes e unidos pelos
"Amazônia Azul". denominadores comuns da história, da cultura e
Nessa imensa área estão as maiores reservas da língua, constitui outro fator relevante das
de petróleo e gás, fontes de energia nossas relações exteriores.
imprescindíveis para o desenvolvimento do 4.11 O Brasil tem laços de cooperação com
País, além da existência de potencial países e blocos tradicionalmente aliados que
pesqueiro. possibilitam a troca de conhecimento em
A globalização aumentou a interdependência diversos campos. Concomitantemente, busca
econômica dos países e, conseqüentemente, o novas parcerias estratégicas com nações
fluxo de cargas. No Brasil, o transporte desenvolvidas ou emergentes para ampliar
marítimo é responsável por movimentar a esses intercâmbios.
quase totalidade do comércio exterior. 4.12 O Brasil atua na comunidade
4.6 Às vertentes continental e marítima internacional respeitando os princípios
sobrepõe-se dimensão aeroespacial, de suma constitucionais de autodeterminação, não-
importância para a Defesa Nacional. O intervenção e igualdade entre os Estados.
controle do espaço aéreo e a sua boa Nessas condições, sob a égide de organismos
articulação com os países vizinhos, assim multilaterais, participa de operações de paz,
como o desenvolvimento de nossa visando a contribuir para a paz e a segurança
capacitação aeroespacial, constituem internacionais.
objetivos setoriais prioritários. 4.13 A persistência de entraves à paz mundial
4.7 O Brasil propugna uma ordem requer a atualização permanente e o
internacional baseada na democracia, no reaparelhamento progressivo das nossas
multilateralismo, na cooperação, na proscrição Forças Armadas, com ênfase no
das armas químicas, biológicas e nucleares e desenvolvimento da indústria de defesa,
na busca da paz entre as nações. Nessa visando à redução da dependência tecnológica e
direção, defende a reformulação e a à superação das restrições unilaterais de
democratização das instâncias decisórias dos acesso a tecnologias sensíveis.
organismos internacionais, como forma de 4.14 Em consonância com a busca da paz e
reforçar a solução pacífica de controvérsias e da segurança internacionais, o País é
sua confiança nos princípios e normas do signatário do Tratado de Não-Proliferação de
Direito Internacional. No entanto, não é Armas Nucleares e destaca a necessidade do
prudente conceber um país sem capacidade cumprimento do Artigo VI, que prevê a
de defesa compatível com sua estatura e negociação para a eliminação total das armas
aspirações políticas. nucleares por parte das potências nucleares,
4.8 A Constituição Federal de 1988 tem como ressalvando o uso da tecnologia nuclear como
um de seus princípios, nas relações bem econômico para fins pacíficos.
internacionais, o repúdio ao terrorismo. 4.15 O contínuo desenvolvimento brasileiro
O Brasil considera que o terrorismo traz implicações crescentes para o campo
internacional constitui risco à paz e à energético com reflexos em sua segurança.
segurança mundiais. Condena enfaticamente Cabe ao País assegurar matriz energética
suas ações e apóia as resoluções emanadas diversificada que explore as potencialidades
pela ONU, reconhecendo a necessidade de de todos os recursos naturais disponíveis.
que as nações trabalhem em conjunto no 5. OBJETIVOS DA DEFESA NACIONAL
sentido de prevenir e combater as ameaças As relações internacionais são pautadas por
terroristas. complexo jogo de atores, interesses e normas
4.9 O Brasil atribui prioridade aos países da que estimulam ou limitam o poder e o
América do Sul e da África, em especial aos prestígio das Nações. Nesse contexto de
da África Austral e aos de língua portuguesa, múltiplas influências e de interdependência, os
buscando aprofundar seus laços com esses países buscam realizar seus interesses
países. nacionais, podendo gerar associações ou
4.10 A intensificação da cooperação com a conflitos de variadas intensidades.
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa Dessa forma, torna-se essencial estruturar a
(CPLP), integrada por oito países distribuídos Defesa Nacional de modo compatível com a

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estatura político-estratégica para preservar a 6.4 Em conflito de maior extensão, de forma
soberania e os interesses nacionais em coerente com sua história e o cenário
compatibilidade com os interesses da nossa vislumbrado, o Brasil poderá participar de
região. Assim, da avaliação dos ambientes arranjo de defesa coletiva autorizado pelo
descritos, emergem objetivos da Defesa Conselho de Segurança da ONU.
Nacional: 6.5 No gerenciamento de crises internacionais
I - a garantia da soberania, do patrimônio de natureza político-estratégica, o Governo
nacional e da integridade territorial; determinará a articulação dos diversos setores
II - a defesa dos interesses nacionais e das envolvidos. O emprego das Forças Armadas
pessoas, dos bens e dos recursos brasileiros poderá ocorrer de diferentes formas, de
no exterior; acordo com os interesses nacionais.
III - a contribuição para a preservação da 6.6 A expressão militar do País fundamenta-
coesão e unidade nacionais; se na capacidade das Forças Armadas e no
potencial dos recursos nacionais mobilizáveis.
IV - a promoção da estabilidade regional;
6.7 As Forças Armadas devem estar ajustadas à
V - a contribuição para a manutenção da paz e
estatura político-estratégica do País,
da segurança internacionais; e
considerando-se, dentre outros fatores, a
VI - a projeção do Brasil no concerto das dimensão geográfica, a capacidade econômica e
nações e sua maior inserção em processos a população existente.
decisórios internacionais. 6.8 A ausência de litígios bélicos manifestos, a
6. ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS natureza difusa das atuais ameaças e o
6.1 A atuação do Estado brasileiro em relação à elevado grau de incertezas, produto da
defesa tem como fundamento a obrigação de velocidade com que as mudanças ocorrem,
contribuir para a elevação do nível de exigem ênfase na atividade de inteligência e
segurança do País, tanto em tempo de paz, na capacidade de pronta resposta das Forças
quanto em situação de conflito. Armadas, às quais estão subjacentes
6.2 A vertente preventiva da Defesa Nacional características, tais como versatilidade,
reside na valorização da ação diplomática interoperabilidade, sustentabilidade e
como instrumento primeiro de solução de mobilidade estratégica, por meio de forças
conflitos e em postura estratégica baseada na leves e flexíveis, aptas a atuarem de modo
existência de capacidade militar com combinado e a cumprirem diferentes tipos de
credibilidade, apta a gerar efeito dissuasório. missões.
Baseia-se, para tanto, nos seguintes 6.9 O fortalecimento da capacitação do País
pressupostos básicos: no campo da defesa é essencial e deve ser
obtido com o envolvimento permanente dos
I - fronteiras e limites perfeitamente definidos e
setores governamental, industrial e
reconhecidos internacionalmente;
acadêmico, voltados à produção científica e
II - estreito relacionamento com os países tecnológica e para a inovação. O
vizinhos e com a comunidade internacional desenvolvimento da indústria de defesa,
baseado na confiança e no respeito mútuos; III - incluindo o domínio de tecnologias de uso
rejeição à guerra de conquista; dual, é fundamental para alcançar o
IV - busca da solução pacífica de abastecimento seguro e previsível de
controvérsias; materiais e serviços de defesa.
V - valorização dos foros multilaterais; 6.10 A integração regional da indústria de
VI - existência de forças armadas modernas, defesa, a exemplo do Mercosul, deve ser
balanceadas e aprestadas; e objeto de medidas que propiciem o
desenvolvimento mútuo, a ampliação dos
VII - capacidade de mobilização nacional.
mercados e a obtenção de autonomia
6.3 A vertente reativa da defesa, no caso de estratégica.
ocorrer agressão ao País, empregará todo o
6.11 Além dos países e blocos
poder nacional, com ênfase na expressão
tradicionalmente aliados, o Brasil deverá
militar, exercendo o direito de legítima defesa
buscar outras parcerias estratégicas, visando
previsto na Carta da ONU.

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a ampliar as oportunidades de intercâmbio e a 6.20 O desenvolvimento de mentalidade de
geração de confiança na área de defesa. defesa no seio da sociedade brasileira é
6.12 Em virtude da importância estratégica e fundamental para sensibilizá-la acerca da
da riqueza que abrigam, a Amazônia brasileira e importância das questões que envolvam
o Atlântico Sul são áreas prioritárias para a ameaças à soberania, aos interesses nacionais e
Defesa Nacional. à integridade territorial do País.
6.13 Para contrapor-se às ameaças à 6.21 É prioritário assegurar a previsibilidade
Amazônia, é imprescindível executar uma na alocação de recursos, em quantidade
série de ações estratégicas voltadas para o suficiente, para permitir o preparo adequado
fortalecimento da presença militar, efetiva das Forças Armadas.
ação do Estado no desenvolvimento sócio- 6.22 O emprego das Forças Armadas na
econômico e ampliação da cooperação com os garantia da lei e da ordem não se insere no
países vizinhos, visando à defesa das riquezas contexto deste documento e ocorre de acordo
naturais e do meio ambiente. com legislação específica.
6.14 No Atlântico Sul, é necessário que o País 7. DIRETRIZES
disponha de meios com capacidade de 7.1 As políticas e ações definidas pelos
exercer a vigilância e a defesa das águas diversos setores do Estado brasileiro deverão
jurisdicionais brasileiras, bem como manter a contribuir para a consecução dos objetivos da
segurança das linhas de comunicações Defesa Nacional. Para alcançá-los, devem-se
marítimas. observar as seguintes diretrizes estratégicas:
6.15 O Brasil precisa dispor de meios e I - manter forças estratégicas em condições
capacidade de exercer a vigilância, o controle e de emprego imediato, para a solução de
a defesa do seu espaço aéreo, aí incluídas as conflitos;
áreas continental e marítima, bem como II - dispor de meios militares com capacidade
manter a segurança das linhas de navegação de salvaguardar as pessoas, os bens e os
aéreas. recursos brasileiros no exterior;
6.16 Com base na Constituição Federal e em III - aperfeiçoar a capacidade de comando e
prol da Defesa Nacional, as Forças Armadas controle e do sistema de inteligência dos
poderão ser empregadas contra ameaças órgãos envolvidos na Defesa Nacional;
internas, visando à preservação do exercício
IV - incrementar a interoperabilidade entre as
da soberania do Estado e à indissolubilidade
da unidade federativa. Forças Armadas, ampliando o emprego
combinado;
6.17 Para ampliar a projeção do País no
concerto mundial e reafirmar seu V - aprimorar a vigilância, o controle e a
compromisso com a defesa da paz e com a defesa das fronteiras, das águas jurisdicionais e
cooperação entre os povos, o Brasil deverá do espaço aéreo do Brasil;
intensificar sua participação em ações VI - aumentar a presença militar nas áreas
humanitárias e em missões de paz sob a estratégicas do Atlântico Sul e da Amazônia
égide de organismos multilaterais. brasileira;
6.18 Com base na Constituição Federal e nos VII - garantir recursos suficientes e contínuos
atos internacionais ratificados, que repudiam e que proporcionem condições efetivas de
condenam o terrorismo, é imprescindível que preparo e emprego das Forças Armadas e
o País disponha de estrutura ágil, capaz de demais órgãos envolvidos na Defesa Nacional,
prevenir ações terroristas e de conduzir em consonância com a estatura político-
operações de contraterrorismo. estratégica do País;
6.19 Para minimizar os danos de possível VIII - aperfeiçoar processos para o
ataque cibernético, é essencial a busca gerenciamento de crises de natureza político-
permanente do aperfeiçoamento dos estratégica;
dispositivos de segurança e a adoção de IX - implantar o Sistema Nacional de
procedimentos que reduzam a vulnerabilidade Mobilização e aprimorar a logística militar;
dos sistemas e permitam seu pronto X - proteger as linhas de comunicações
restabelecimento. marítimas de importância vital para o País;

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XI - dispor de estrutura capaz de contribuir XXV - participar de missões de paz e ações
para a prevenção de atos terroristas e de humanitárias, de acordo com os interesses
conduzir operações de contraterrorismo; nacionais; e
XII - aperfeiçoar os dispositivos e XXVI - participar crescentemente dos
procedimentos de segurança que reduzam a processos internacionais relevantes de
vulnerabilidade dos sistemas relacionados à tomada de decisão, aprimorando e
Defesa Nacional contra ataques cibernéticos e, se aumentando a capacidade de negociação do
for o caso, permitam seu pronto Brasil.
restabelecimento;
XIII - fortalecer a infra-estrutura de valor
estratégico para a Defesa Nacional, Decreto-lei nº 2.848/40 (CÓDIGO
prioritariamente a de transporte, energia e PENAL)
comunicações;
XIV - promover a interação das demais Código Penal Brasileiro
políticas governamentais com a Política de
(...)
Defesa Nacional;
SEÇÃO IV
XV - implementar ações para desenvolver e
integrar a região amazônica, com apoio da DOS CRIMES CONTRA A
sociedade, visando, em especial, ao INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS
desenvolvimento e à vivificação da faixa de Divulgação de segredo
fronteira; Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa,
XVI - incentivar a conscientização da conteúdo de documento particular ou de
sociedade para os assuntos de Defesa correspondência confidencial, de que é
Nacional; destinatário ou detentor, e cuja divulgação
XVII - estimular a pesquisa científica, o possa produzir dano a outrem:
desenvolvimento tecnológico e a capacidade Pena - detenção, de um a seis meses, ou
de produção de materiais e serviços de multa.
interesse para a defesa; § 1º Somente se procede mediante
XVIII - intensificar o intercâmbio das Forças representação. (Parágrafo único renumerado
Armadas entre si e com as universidades, pela Lei nº 9.983, de 2000)
instituições de pesquisa e indústrias, nas § 1o-A. Divulgar, sem justa causa,
áreas de interesse de defesa; informações sigilosas ou reservadas, assim
XIX - atuar para a manutenção de clima de definidas em lei, contidas ou não nos sistemas
paz e cooperação nas áreas de fronteira; de informações ou banco de dados da
XX - intensificar o intercâmbio com as Forças Administração Pública: (Incluído pela Lei nº
Armadas das nações amigas, particularmente 9.983, de 2000)
com as da América do Sul e as da África, Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro)
lindeiras ao Atlântico Sul; anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
XXI - contribuir ativamente para o 2000)
fortalecimento, a expansão e a consolidação § 2º Quando resultar prejuízo para a
da integração regional com ênfase no Administração Pública, a ação penal será
desenvolvimento de base industrial de defesa; incondicionada. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
XXII - participar ativamente nos processos de 2000)
decisão do destino da região Antártica; Violação do segredo profissional
XXIII - dispor de capacidade de projeção de Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa,
poder, visando à eventual participação em segredo, de que tem ciência em razão de
operações estabelecidas ou autorizadas pelo função, ministério, ofício ou profissão, e cuja
Conselho de Segurança da ONU; revelação possa produzir dano a outrem:
XXIV - criar novas parcerias com países que Pena - detenção, de três meses a um ano, ou
possam contribuir para o desenvolvimento de multa.
tecnologias de interesse da defesa; Parágrafo único - Somente se procede
mediante representação.
(...)

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CAPÍTULO I pena é de detenção, de seis meses a dois
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM anos; nos demais casos, é de detenção, de
Incêndio três meses a um ano.
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a Uso de gás tóxico ou asfixiante
vida, a integridade física ou o patrimônio de Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade
outrem: física ou o patrimônio de outrem, usando de
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. gás tóxico ou asfixiante:
Aumento de pena Pena - reclusão, de um a quatro anos, e
§ 1º - As penas aumentam-se de um terço: multa.
I - se o crime é cometido com intuito de obter Modalidade Culposa
vantagem pecuniária em proveito próprio ou Parágrafo único - Se o crime é culposo:
alheio; Pena - detenção, de três meses a um ano.
II - se o incêndio é: Fabrico, fornecimento, aquisição posse
a) em casa habitada ou destinada a ou transporte de explosivos ou gás
habitação; tóxico, ou asfixiante
b) em edifício público ou destinado a uso Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir
público ou a obra de assistência social ou de ou transportar, sem licença da autoridade,
cultura; substância ou engenho explosivo, gás tóxico
c) em embarcação, aeronave, comboio ou ou asfixiante, ou material destinado à sua
veículo de transporte coletivo; fabricação:
d) em estação ferroviária ou aeródromo; Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e
multa.
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
Inundação
f) em depósito de explosivo, combustível ou
inflamável; Art. 254 - Causar inundação, expondo a
perigo a vida, a integridade física ou o
g) em poço petrolífico ou galeria de
mineração; patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa,
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a
Incêndio culposo
dois anos, no caso de culpa.
§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de
Perigo de inundação
detenção, de seis meses a dois anos. Explosão
Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em
Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a
física ou o patrimônio de outrem, mediante vida, a integridade física ou o patrimônio de
explosão, arremesso ou simples colocação de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a
engenho de dinamite ou de substância de impedir inundação:
efeitos análogos:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
Desabamento ou desmoronamento
§ 1º - Se a substância utilizada não é
Art. 256 - Causar desabamento ou
dinamite ou explosivo de efeitos análogos: Pena
desmoronamento, expondo a perigo a vida, a
- reclusão, de um a quatro anos, e multa.
integridade física ou o patrimônio de outrem:
Aumento de pena Pena - reclusão, de um a quatro anos, e
§ 2º - As pena aumentam-se de um terço, se multa.
ocorre qualquer das hipóteses previstas no §
Modalidade culposa
1º, I, do artigo anterior, ou é visada ou
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
atingida qualquer das coisas enumeradas no
nº II do mesmo parágrafo. Pena - detenção, de seis meses a um ano.
Modalidade culposa Subtração, ocultação ou inutilização de
material de salvamento
§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de
dinamite ou substância de efeitos análogos, a Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por
ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou
outro desastre ou calamidade, aparelho,
material ou qualquer meio destinado a serviço
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de combate ao perigo, de socorro ou § 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se
salvamento; ou impedir ou dificultar serviço por estrada de ferro qualquer via de
de tal natureza: comunicação em que circulem veículos de
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. tração mecânica, em trilhos ou por meio de
Formas qualificadas de crime de perigo cabo aéreo.
comum Atentado contra a segurança de
Art. 258 - Se do crime doloso de perigo transporte marítimo, fluvial ou aéreo
comum resulta lesão corporal de natureza Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou
grave, a pena privativa de liberdade é aeronave, própria ou alheia, ou praticar
aumentada de metade; se resulta morte, é qualquer ato tendente a impedir ou dificultar
aplicada em dobro. No caso de culpa, se do navegação marítima, fluvial ou aérea:
fato resulta lesão corporal, a pena aumenta- Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
se de metade; se resulta morte, aplica-se a Sinistro em transporte marítimo, fluvial
pena cominada ao homicídio culposo, ou aéreo
aumentada de um terço. § 1º - Se do fato resulta naufrágio,
Difusão de doença ou praga submersão ou encalhe de embarcação ou a
Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa queda ou destruição de aeronave:
causar dano a floresta, plantação ou animais Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
de utilidade econômica:
Prática do crime com o fim de lucro
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. § 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o
Modalidade culposa agente pratica o crime com intuito de obter
Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é vantagem econômica, para si ou para outrem.
de detenção, de um a seis meses, ou multa. Modalidade culposa
CAPÍTULO II § 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro:
DOS CRIMES CONTRA A Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
SEGURANÇA DOS MEIOS DE Atentado contra a segurança de outro
COMUNICAÇÃO meio de transporte
E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS Art. 262 - Expor a perigo outro meio de
PÚBLICOS transporte público, impedir-lhe ou dificultar-
Perigo de desastre ferroviário lhe o funcionamento:
Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de Pena - detenção, de um a dois anos.
estrada de ferro: § 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de
I - destruindo, danificando ou desarranjando, reclusão, de dois a cinco anos.
total ou parcialmente, linha férrea, material § 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre:
rodante ou de tração, obra-de-arte ou
Pena - detenção, de três meses a um ano.
instalação;
Forma qualificada
II - colocando obstáculo na linha;
Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos
III - transmitindo falso aviso acerca do
nos arts. 260 a 262, no caso de desastre ou
movimento dos veículos ou interrompendo ou
sinistro, resulta lesão corporal ou morte,
embaraçando o funcionamento de telégrafo,
aplica-se o disposto no art. 258.
telefone ou radiotelegrafia;
Arremesso de projétil
IV - praticando outro ato de que possa
resultar desastre: Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo,
em movimento, destinado ao transporte
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
público por terra, por água ou pelo ar:
Desastre ferroviário
Pena - detenção, de um a seis meses. Parágrafo
§ 1º - Se do fato resulta desastre: único - Se do fato resulta lesão corporal, a
Pena - reclusão, de quatro a doze anos e pena é de detenção, de seis meses a dois anos;
multa. se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º,
§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre: aumentada de um terço.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

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Atentado contra a segurança de serviço § 1º - Se o agente é funcionário público, e
de utilidade pública comete o crime prevalecendo-se do cargo,
Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o aumenta-se a pena de sexta parte.
funcionamento de serviço de água, luz, força § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a
ou calor, ou qualquer outro de utilidade documento público o emanado de entidade
pública: paraestatal, o título ao portador ou
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. transmissível por endosso, as ações de
Parágrafo único - Aumentar-se-á a pena de sociedade comercial, os livros mercantis e o
1/3 (um terço) até a metade, se o dano testamento particular.
ocorrer em virtude de subtração de material § 3º Nas mesmas penas incorre quem insere
essencial ao funcionamento dos serviços. ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
(Incluído pela Lei nº 5.346, de 3.11.1967) 2000)
Interrupção ou perturbação de serviço I – na folha de pagamento ou em documento
telegráfico ou telefônico de informações que seja destinado a fazer
Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço prova perante a previdência social, pessoa
que não possua a qualidade de segurado
telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico,
obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de
impedir ou dificultar-lhe o restabelecimento:
2000)
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
II – na Carteira de Trabalho e Previdência
Parágrafo único - Aplicam-se as penas em
Social do empregado ou em documento que
dobro, se o crime é cometido por ocasião de
deva produzir efeito perante a previdência
calamidade pública. social, declaração falsa ou diversa da que
(...) deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº
CAPÍTULO III 9.983, de 2000)
DA FALSIDADE DOCUMENTAL III – em documento contábil ou em qualquer
Falsificação do selo ou sinal público outro documento relacionado com as
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou obrigações da empresa perante a previdência
alterando-os: social, declaração falsa ou diversa da que
deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº
I - selo público destinado a autenticar atos
9.983, de 2000)
oficiais da União, de Estado ou de Município;
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omite,
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade
nos documentos mencionados no § 3º, nome
de direito público, ou a autoridade, ou sinal
do segurado e seus dados pessoais, a
público de tabelião:
remuneração, a vigência do contrato de
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. trabalho ou de prestação de serviços.(Incluído
§ 1º - Incorre nas mesmas penas: pela Lei nº 9.983, de 2000)
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; Falsificação de documento particular
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte,
verdadeiro em prejuízo de outrem ou em documento particular ou alterar documento
proveito próprio ou alheio. particular verdadeiro:
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer Falsidade ideológica
outros símbolos utilizados ou identificadores
Art. 299 - Omitir, em documento público ou
de órgãos ou entidades da Administração
particular, declaração que dele devia constar,
Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa
§ 2º - Se o agente é funcionário público, e ou diversa da que devia ser escrita, com o fim
comete o crime prevalecendo-se do cargo, de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a
aumenta-se a pena de sexta parte. Falsificação verdade sobre fato juridicamente relevante:
de documento público Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa,
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, se o documento é público, e reclusão de um a
documento público, ou alterar documento três anos, e multa, se o documento é
público verdadeiro: particular.
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
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Parágrafo único - Se o agente é funcionário Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis
público, e comete o crime prevalecendo-se do falsificados ou alterados, a que se referem os
cargo, ou se a falsificação ou alteração é de arts. 297 a 302:
assentamento de registro civil, aumenta-se a Pena - a cominada à falsificação ou à
pena de sexta parte. alteração.
Falso reconhecimento de firma ou letra Art. Supressão de documento
300 - Reconhecer, como verdadeira, no Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em
exercício de função pública, firma ou letra que o benefício próprio ou de outrem, ou em
não seja: prejuízo alheio, documento público ou
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, particular verdadeiro, de que não podia
se o documento é público; e de um a três dispor:
anos, e multa, se o documento é particular. Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa,
Certidão ou atestado ideologicamente se o documento é público, e reclusão, de um a
falso cinco anos, e multa, se o documento é
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em particular.
razão de função pública, fato ou circunstância CAPÍTULO IV
que habilite alguém a obter cargo público, DE OUTRAS FALSIDADES
isenção de ônus ou de serviço de caráter Falsificação do sinal empregado no
público, ou qualquer outra vantagem: contraste de metal precioso ou na
Pena - detenção, de dois meses a um ano. fiscalização alfandegária, ou para outros
Falsidade material de atestado ou fins
certidão Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou
§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, alterando-o, marca ou sinal empregado pelo
atestado ou certidão, ou alterar o teor de poder público no contraste de metal precioso
certidão ou de atestado verdadeiro, para ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca
prova de fato ou circunstância que habilite ou sinal dessa natureza, falsificado por
alguém a obter cargo público, isenção de ônus outrem:
ou de serviço de caráter público, ou qualquer Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
outra vantagem: Parágrafo único - Se a marca ou sinal
Pena - detenção, de três meses a dois anos. falsificado é o que usa a autoridade pública
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de para o fim de fiscalização sanitária, ou para
lucro, aplica-se, além da pena privativa de autenticar ou encerrar determinados objetos,
liberdade, a de multa. ou comprovar o cumprimento de formalidade
Falsidade de atestado médico legal:
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua Pena - reclusão ou detenção, de um a três
profissão, atestado falso: anos, e multa.
Pena - detenção, de um mês a um ano. Falsa identidade
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro
fim de lucro, aplica-se também multa. falsa identidade para obter vantagem, em
Reprodução ou adulteração de selo ou proveito próprio ou alheio, ou para causar
peça filatélica dano a outrem:
Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça Pena - detenção, de três meses a um ano, ou
filatélica que tenha valor para coleção, salvo multa, se o fato não constitui elemento de
quando a reprodução ou a alteração está crime mais grave.
visivelmente anotada na face ou no verso do Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte,
selo ou peça: título de eleitor, caderneta de reservista ou
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. qualquer documento de identidade alheia ou
Parágrafo único - Na mesma pena incorre ceder a outrem, para que dele se utilize,
quem, para fins de comércio, faz uso do selo documento dessa natureza, próprio ou de
ou peça filatélica. terceiro:
Uso de documento falso

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Pena - detenção, de quatro meses a dois Peculato
anos, e multa, se o fato não constitui Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público
elemento de crime mais grave. de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
Fraude de lei sobre estrangeiro móvel, público ou particular, de que tem a
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
permanecer no território nacional, nome que proveito próprio ou alheio:
não é o seu: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o
Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa funcionário público, embora não tendo a
qualidade para promover-lhe a entrada em posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou
território nacional: (Incluído pela Lei nº 9.426, concorre para que seja subtraído, em proveito
de 1996) próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e lhe proporciona a qualidade de funcionário.
multa. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) Peculato culposo
Art. 310 - Prestar-se a figurar como § 2º - Se o funcionário concorre culposamente
proprietário ou possuidor de ação, título ou para o crime de outrem:
valor pertencente a estrangeiro, nos casos em Pena - detenção, de três meses a um ano.
que a este é vedada por lei a propriedade ou a § 3º - No caso do parágrafo anterior, a
posse de tais bens: (Redação dada pela Lei nº reparação do dano, se precede à sentença
9.426, de 1996) irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e posterior, reduz de metade a pena imposta.
multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de Peculato mediante erro de outrem
1996) Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou
Adulteração de sinal identificador de qualquer utilidade que, no exercício do cargo,
veículo automotor (Redação dada pela Lei recebeu por erro de outrem:
nº 9.426, de 1996) Pena - reclusão, de um a quatro anos, e
Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de multa.
chassi ou qualquer sinal identificador de Inserção de dados falsos em sistema de
veículo automotor, de seu componente ou informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de
equipamento: (Redação dada pela Lei nº 2000)
9.426, de 1996)) Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. autorizado, a inserção de dados falsos, alterar
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) ou excluir indevidamente dados corretos nos
§ 1º - Se o agente comete o crime no sistemas informatizados ou bancos de dados
exercício da função pública ou em razão dela, a da Administração Pública com o fim de obter
pena é aumentada de um terço. (Incluído vantagem indevida para si ou para outrem ou
pela Lei nº 9.426, de 1996) para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983,
§ 2º - Incorre nas mesmas penas o de 2000))
funcionário público que contribui para o Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
licenciamento ou registro do veículo multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
remarcado ou adulterado, fornecendo Modificação ou alteração não autorizada
indevidamente material ou informação oficial. de sistema de informações (Incluído pela
(Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) Lei nº 9.983, de 2000)
(...) Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário,
TÍTULO XI sistema de informações ou programa de
DOS CRIMES CONTRA A informática sem autorização ou solicitação de
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA autoridade competente: (Incluído pela Lei nº
CAPÍTULO I 9.983, de 2000)
DOS CRIMES PRATICADOS Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois)
anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
2000)
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

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Parágrafo único. As penas são aumentadas de o funcionário retarda ou deixa de praticar
um terço até a metade se da modificação ou qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo
alteração resulta dano para a Administração dever funcional.
Pública ou para o administrado.(Incluído pela § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de
Lei nº 9.983, de 2000) praticar ou retarda ato de ofício, com infração
Extravio, sonegação ou inutilização de de dever funcional, cedendo a pedido ou
livro ou documento influência de outrem:
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer Pena - detenção, de três meses a um ano, ou
documento, de que tem a guarda em razão multa.
do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou Facilitação de contrabando ou
parcialmente: descaminho
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o Art. 318 - Facilitar, com infração de dever
fato não constitui crime mais grave. funcional, a prática de contrabando ou
Emprego irregular de verbas ou rendas descaminho (art. 334):
públicas Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
aplicação diversa da estabelecida em lei: 27.12.1990)
Pena - detenção, de um a três meses, ou Prevaricação
multa. Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar,
Concussão indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, contra disposição expressa de lei, para
direta ou indiretamente, ainda que fora da satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena
função ou antes de assumi-la, mas em razão - detenção, de três meses a um ano, e multa.
dela, vantagem indevida: Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. e/ou agente público, de cumprir seu dever de
Excesso de exação vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico,
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou de rádio ou similar, que permita a
contribuição social que sabe ou deveria saber comunicação com outros presos ou com o
indevido, ou, quando devido, emprega na ambiente externo: (Incluído pela Lei nº
cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei 11.466, de 2007).
não autoriza: (Redação dada pela Lei nº Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
8.137, de 27.12.1990) ano.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e Condescendência criminosa
multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de Art. 320 - Deixar o funcionário, por
27.12.1990) indulgência, de responsabilizar subordinado
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito que cometeu infração no exercício do cargo
próprio ou de outrem, o que recebeu ou, quando lhe falte competência, não levar o
indevidamente para recolher aos cofres fato ao conhecimento da autoridade
públicos: competente:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou
Corrupção passiva multa.
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para Advocacia administrativa
outrem, direta ou indiretamente, ainda que Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente,
fora da função ou antes de assumi-la, mas em interesse privado perante a administração
razão dela, vantagem indevida, ou aceitar pública, valendo-se da qualidade de
promessa de tal vantagem: funcionário:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e Pena - detenção, de um a três meses, ou
multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, multa.
de 12.11.2003) Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se,
em conseqüência da vantagem ou promessa,

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Pena - detenção, de três meses a um ano, Violação do sigilo de proposta de
além da multa. concorrência
Violência arbitrária Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de concorrência pública, ou proporcionar a
função ou a pretexto de exercê-la: terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, Pena - Detenção, de três meses a um ano, e
além da pena correspondente à violência. multa.
Abandono de função Funcionário público
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos Art. 327 - Considera-se funcionário público,
casos permitidos em lei: para os efeitos penais, quem, embora
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou transitoriamente ou sem remuneração, exerce
multa. cargo, emprego ou função pública.
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: § 1º - Equipara-se a funcionário público quem
exerce cargo, emprego ou função em
Pena - detenção, de três meses a um ano, e
entidade paraestatal, e quem trabalha para
multa.
empresa prestadora de serviço contratada ou
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar conveniada para a execução de atividade
compreendido na faixa de fronteira: típica da Administração Pública. (Incluído pela
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Lei nº 9.983, de 2000)
Exercício funcional ilegalmente § 2º - A pena será aumentada da terça parte
antecipado ou prolongado quando os autores dos crimes previstos neste
Art. 324 - Entrar no exercício de função Capítulo forem ocupantes de cargos em
pública antes de satisfeitas as exigências comissão ou de função de direção ou
legais, ou continuar a exercê-la, sem assessoramento de órgão da administração
autorização, depois de saber oficialmente que direta, sociedade de economia mista, empresa
foi exonerado, removido, substituído ou pública ou fundação instituída pelo poder
suspenso: público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980).
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou
multa.
Violação de sigilo funcional Lei nº 6.815/80
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em
razão do cargo e que deva permanecer em LEI Nº 6.815, DE 19 DE AGOSTO DE
segredo, ou facilitar-lhe a revelação: 1980.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, Define a situação jurídica do estrangeiro no
ou multa, se o fato não constitui crime mais Brasil, cria o Conselho Nacional de Imigração.
grave. ESTA LEI FOI REPUBLICADA PELA
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre DETERMINAÇÃO DO ARTIGO 11, DA LEI
quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Nº 6.964, DE 09.12.1981.
I – permite ou facilita, mediante atribuição, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber
fornecimento e empréstimo de senha ou que o Congresso Nacional decreta e eu
qualquer outra forma, o acesso de pessoas sanciono a seguinte Lei:
não autorizadas a sistemas de informações ou Art. 1° Em tempo de paz, qualquer
banco de dados da Administração Pública; estrangeiro poderá, satisfeitas as condições
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) desta Lei, entrar e permanecer no Brasil e
II – se utiliza, indevidamente, do acesso dele sair, resguardados os interesses
restrito. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) nacionais.
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à TÍTULO I
Administração Pública ou a outrem: (Incluído Da Aplicação
pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 2º Na aplicação desta Lei atender-se-á
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e precipuamente à segurança nacional, à
multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) organização institucional, aos interesses
políticos, sócio-econômicos e culturais do

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Brasil, bem assim à defesa do trabalhador § 2° Não se exigirá visto de trânsito ao
nacional. estrangeiro em viagem contínua, que só se
Art. 3º A concessão do visto, a sua interrompa para as escalas obrigatórias do
prorrogação ou transformação ficarão sempre meio de transporte utilizado.
condicionadas aos interesses nacionais. Art. 9º O visto de turista poderá ser concedido
TÍTULO II ao estrangeiro que venha ao Brasil em caráter
recreativo ou de visita, assim considerado
Da Admissão, Entrada e Impedimento
aquele que não tenha finalidade imigratória,
CAPÍTULO I nem intuito de exercício de atividade
Da Admissão remunerada.
Art. 4º Ao estrangeiro que pretenda entrar no Art. 10. Poderá ser dispensada a exigência de
território nacional poderá ser concedido visto: visto, prevista no artigo anterior, ao turista
I - de trânsito; nacional de país que dispense ao brasileiro
II - de turista; idêntico tratamento.
III - temporário; Parágrafo único. A reciprocidade prevista
IV - permanente; neste artigo será, em todos os casos,
estabelecida mediante acordo internacional,
V - de cortesia; VI
que observará o prazo de estada do turista
- oficial; e fixado nesta Lei.
VII - diplomático. Art. 11. A empresa transportadora deverá
Parágrafo único. O visto é individual e sua verificar, por ocasião do embarque, no
concessão poderá estender-se a dependentes exterior, a documentação exigida, sendo
legais, observado o disposto no artigo 7º. responsável, no caso de irregularidade
Art. 5º Serão fixados em regulamento os apurada no momento da entrada, pela saída
requisitos para a obtenção dos vistos de do estrangeiro, sem prejuízo do disposto no
entrada previstos nesta Lei. artigo 125, item VI.
Art. 6º A posse ou a propriedade de bens no Art 12. O prazo de estada do turista será de
Brasil não confere ao estrangeiro o direito de até noventa dias.
obter visto de qualquer natureza, ou Parágrafo único. O prazo poderá ser reduzido,
autorização de permanência no território em cada caso, a critério do Ministério da
nacional. Justiça.
Art. 7º Não se concederá visto ao estrangeiro: I Art. 12. O prazo de validade do visto de
- menor de 18 (dezoito) anos, turista será de até cinco anos, fixado pelo
desacompanhado do responsável legal ou Ministério das Relações Exteriores, dentro de
sem a sua autorização expressa; critérios de reciprocidade, e proporcionará
II - considerado nocivo à ordem pública ou múltiplas entradas no País, com estadas não
aos interesses nacionais; excedentes a noventa dias, prorrogáveis por
igual período, totalizando o máximo de cento e
III - anteriormente expulso do País, salvo se a
oitenta dias por ano. (Redação dada pela Lei nº
expulsão tiver sido revogada; 9.076, de 10/07/95)
IV - condenado ou processado em outro país Art. 13. O visto temporário poderá ser
por crime doloso, passível de extradição concedido ao estrangeiro que pretenda vir ao
segundo a lei brasileira; ou Brasil:
V - que não satisfaça às condições de saúde I - em viagem cultural ou em missão de
estabelecidas pelo Ministério da Saúde. estudos;
Art. 8º O visto de trânsito poderá ser
II - em viagem de negócios;
concedido ao estrangeiro que, para atingir o
III - na condição de artista ou desportista;
país de destino, tenha de entrar em território
nacional. IV - na condição de estudante;
§ 1º O visto de trânsito é válido para uma V - na condição de cientista, professor, técnico
estada de até 10 (dez) dias improrrogáveis e ou profissional de outra categoria, sob regime
uma só entrada. de contrato ou a serviço do Governo
brasileiro;

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VI - na condição de correspondente de jornal, Desenvolvimento em todos os aspectos e, em
revista, rádio, televisão ou agência noticiosa especial, ao aumento da produtividade, à
estrangeira. assimilação de tecnologia e à captação de
VII - na condição de ministro de confissão recursos para setores específicos. (Redação
religiosa ou membro de instituto de vida dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
consagrada e de congregação ou ordem Art. 17. Para obter visto permanente o
religiosa. (Incluído pela Lei nº 6.964, de estrangeiro deverá satisfazer, além dos
09/12/81) requisitos referidos no artigo 5º, as exigências
Art 14. O prazo de estada no Brasil, nos casos de caráter especial previstas nas normas de
dos itens II e III do artigo 13, será de até seleção de imigrantes estabelecidas pelo
noventa dias, e, nos demais, salvo o disposto Conselho Nacional de Imigração.
no parágrafo único deste artigo, o Art. 18. A concessão do visto permanente
c orrespondente à duração da missão, do poderá ficar condicionada, por prazo não-
contrato, ou da prestação de serviços, superior a 5 (cinco) anos, ao exercício de
comprovada perante a autoridade consular, atividade certa e à fixação em região
observado o disposto na legislação trabalhista. determinada do território nacional.
Art. 14. O prazo de estada no Brasil, nos Art. 19. O Ministério das Relações Exteriores
casos dos incisos II e III do art. 13, será de definirá os casos de concessão, prorrogação
até noventa dias; no caso do inciso VII, de até ou dispensa dos vistos diplomáticos, oficial e
um ano; e nos demais, salvo o disposto no de cortesia.
parágrafo único deste artigo, o Art. 20. Pela concessão de visto cobrar-se-ão
correspondente à duração da missão, do emolumentos consulares, ressalvados:
contrato, ou da prestação de serviços, I - os regulados por acordos que concedam
comprovada perante a autoridade consular, gratuidade;
observado o disposto na legislação trabalhista. II - os vistos de cortesia, oficial ou
(Redação dada pela Lei nº 6.964, de diplomático;
09/12/81)
III - os vistos de trânsito, temporário ou de
Parágrafo único. No caso do item IV do artigo turista, se concedidos a titulares de
13 o prazo será de até 1 (um) ano, passaporte diplomático ou de serviço. Parágrafo
prorrogável, quando for o caso, mediante único. A validade para a utilização de qualquer
prova do aproveitamento escolar e da dos vistos é de 90 (noventa) dias, contados da
matrícula.
data de sua concessão, podendo ser
Art. 15. Ao estrangeiro referido no item III ou V prorrogada pela autoridade consular uma só
do artigo 13 só se concederá o visto se vez, por igual prazo, cobrando-se os
satisfizer às exigências especiais estabelecidas emolumentos devidos.
pelo Conselho Nacional de Imigração e for
Art. 21. Ao natural de país limítrofe,
parte em contrato de trabalho, visado pelo
domiciliado em cidade contígua ao território
Ministério do Trabalho, salvo no caso de
nacional, respeitados os interesses da
comprovada prestação de serviço ao Governo
segurança nacional, poder-se-á permitir a
brasileiro.
entrada nos municípios fronteiriços a seu
Art. 16. O visto permanente poderá ser respectivo país, desde que apresente prova de
concedido ao estrangeiro que pretenda se identidade.
fixar definitivamente no Brasil.
§ 1º Ao estrangeiro, referido neste artigo, que
Parágrafo único. A imigração objetivará, pretenda exercer atividade remunerada ou
primordialmente, propiciar mão-de-obra freqüentar estabelecimento de ensino
especializada aos vários setores da economia naqueles municípios, será fornecido
nacional, visando ao aumento da documento especial que o identifique e
produtividade, à assimilação de tecnologia e à caracterize a sua condição, e, ainda, Carteira
captação de recursos para setores específicos. de Trabalho e Previdência Social, quando for o
Parágrafo único. A imigração objetivará, caso.
primordialmente, propiciar mão-de-obra § 2º Os documentos referidos no parágrafo
especializada aos vários setores da economia anterior não conferem o direito de residência
nacional, visando à Política Nacional de

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no Brasil, nem autorizam o afastamento dos Parágrafo único. Na impossibilidade da saída
limites territoriais daqueles municípios. imediata do impedido ou do clandestino, o
CAPÍTULO II Ministério da Justiça poderá permitir a sua
Da Entrada entrada condicional, mediante termo de
responsabilidade firmado pelo representante
Art. 22. A entrada no território nacional far-
da empresa transportadora, que lhe assegure a
se-á somente pelos locais onde houver manutenção, fixados o prazo de estada e o
fiscalização dos órgãos competentes dos local em que deva permanecer o impedido,
Ministérios da Saúde, da Justiça e da Fazenda. ficando o clandestino custodiado pelo prazo
Art. 23. O transportador ou seu agente máximo de 30 (trinta) dias, prorrogável por
responderá, a qualquer tempo, pela igual período.
manutenção e demais despesas do passageiro TÍTULO III
em viagem contínua ou do tripulante que não
Da Condição de Asilado
estiver presente por ocasião da saída do meio
de transporte, bem como pela retirada dos Art. 28. O estrangeiro admitido no território
mesmos do território nacional. nacional na condição de asilado político ficará
sujeito, além dos deveres que lhe forem
Art 24. Nenhum estrangeiro procedente do impostos pelo Direito Internacional, a cumprir
exterior poderá afastar-se do local de entrada as disposições da legislação vigente e as que o
e inspeção sem que o seu documento de Governo brasileiro lhe fixar.
viagem e o cartão de entrada e saída hajam
Art. 29. O asilado não poderá sair do País sem
sido visados.
prévia autorização do Governo brasileiro.
Art. 24. Nenhum estrangeiro procedente do Parágrafo único. A inobservância do disposto
exterior poderá afastar-se do local de entrada e
neste artigo importará na renúncia ao asilo e
inspeção, sem que o seu documento de
impedirá o reingresso nessa condição.
viagem e o cartão de entrada e saída hajam
sido visados pelo órgão competente do TÍTULO IV
Ministério da Justiça. (Redação dada pela Lei Do Registro e suas Alterações
nº 6.964, de 09/12/81) CAPÍTULO I
Art. 25. Não poderá ser resgatado no Brasil, Do Registro
sem prévia autorização do Ministério da Art 30. O estrangeiro admitido na condição de
Justiça, o bilhete de viagem do estrangeiro permanente, de temporário (art. 13, itens l, e
que tenha entrado no território nacional na de IV a VI), ou de asilado, é obrigado a
condição de turista ou em trânsito. registrar-se no Ministério da Justiça, dentro
CAPÍTULO III Do dos trinta dias seguintes à entrada ou à
Impedimento concessão do asilo e a identificar-se pelo
Art. 26. O visto concedido pela autoridade sistema datiloscópico, observadas as
consular configura mera expectativa de disposições regulamentares.
direito, podendo a entrada, a estada ou o Art. 30. O estrangeiro admitido na condição
registro do estrangeiro ser obstado ocorrendo de permanente, de temporário (incisos I e de
qualquer dos casos do artigo 7º, ou a IV a VI do art. 13) ou de asilado é obrigado a
inconveniência de sua presença no território registrar-se no Ministério da Justiça, dentro
nacional, a critério do Ministério da Justiça. dos trinta dias seguintes à entrada ou à
§ 1º O estrangeiro que se tiver retirado do concessão do asilo, e a identificar-se pelo
País sem recolher a multa devida em virtude sistema datiloscópico, observadas as
desta Lei, não poderá reentrar sem efetuar o disposições regulamentares. (Redação dada
seu pagamento, acrescido de correção pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
monetária. Art. 31. O nome e a nacionalidade do
§ 2º O impedimento de qualquer dos estrangeiro, para o efeito de registro, serão os
integrantes da família poderá estender-se a constantes do documento de viagem.
todo o grupo familiar. Art. 32. O titular de visto diplomático, oficial
Art. 27. A empresa transportadora responde, a ou de cortesia, acreditado junto ao Governo
qualquer tempo, pela saída do clandestino e do brasileiro ou cujo prazo previsto de estada no
impedido. País seja superior a 90 (noventa) dias, deverá

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providenciar seu registro no Ministério das dois anos de residência no País. (Incluído pela
Relações Exteriores. Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. O estrangeiro titular de § 2º. Na transformação do visto poder-se-á
passaporte de serviço, oficial ou diplomático, aplicar o disposto no artigo 18 desta Lei.
que haja entrado no Brasil ao amparo de (Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
acordo de dispensa de visto, deverá, Art. 38. É vedada a legalização da estada de
igualmente, proceder ao registro mencionado clandestino e de irregular, e a transformação
neste artigo sempre que sua estada no Brasil em permanente, dos vistos de trânsito, de
deva ser superior a 90 (noventa) dias. turista, temporário (artigo 13, itens I a IV e
Art. 33. Ao estrangeiro registrado será VI) e de cortesia. (Renumerado pela Lei nº
fornecido documento de identidade. 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. A emissão de documento de Art. 39. O titular de visto diplomático ou oficial
identidade, salvo nos casos de asilado ou de poderá obter transformação desses vistos
titular de visto de cortesia, oficial ou para temporário (artigo 13, itens I a VI) ou
diplomático, está sujeita ao pagamento da para permanente (artigo 16), ouvido o
taxa prevista na Tabela de que trata o artigo Ministério das Relações Exteriores, e
130. satisfeitas as exigências previstas nesta Lei e
CAPÍTULO II no seu Regulamento. (Renumerado pela Lei
Da Prorrogação do Prazo de Estada nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 34. Ao estrangeiro que tenha entrado na Parágrafo único. A transformação do visto
condição de turista, temporário ou asilado e oficial ou diplomático em temporário ou
aos titulares de visto de cortesia, oficial ou permanente importará na cessação de todas
diplomático, poderá ser concedida a as prerrogativas, privilégios e imunidades
prorrogação do prazo de estada no Brasil. decorrentes daqueles vistos.
Art. 35. A prorrogação do prazo de estada do Art. 40. A solicitação da transformação de
turista não excederá a 90 (noventa) dias, visto não impede a aplicação do disposto no
podendo ser cancelada a critério do Ministério artigo 57, se o estrangeiro ultrapassar o prazo
da Justiça. legal de estada no território nacional.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 36. A prorrogação do prazo de estada do
titular do visto temporário, de que trata o Parágrafo único. Do despacho que denegar a
item VII, do artigo 13, não excederá a um transformação do visto, caberá pedido de
ano. (Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) reconsideração na forma definida em
Regulamento.
CAPÍTULO III
Art. 41. A transformação de vistos de que
Da Transformação dos Vistos
tratam os artigos 37 e 39 ficará sem efeito, se
Art 36. O titular do visto de que trata o artigo não for efetuado o registro no prazo de
13, item V, poderá obter transformação do noventa dias, contados da publicação, no
mesmo para permanente (art. 16), satisfeitas Diário Oficial, do deferimento do pedido.
as condições previstas nesta Lei e no seu (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Regulamento. Art. 42. O titular de quaisquer dos vistos
Parágrafo único. Na transformação do visto definidos nos artigos 8°, 9°, 10, 13 e 16,
poderá aplicar-se o disposto no artigo 18. poderá ter os mesmos transformados para
Art. 37. O titular do visto de que trata o artigo oficial ou diplomático. (Renumerado pela Lei
13, incisos V e VII, poderá obter nº 6.964, de 09/12/81)
transformação do mesmo para permanente CAPÍTULO IV
(art. 16), satisfeitas às condições previstas Da Alteração de Assentamentos
nesta Lei e no seu Regulamento.
Art. 43. O nome do estrangeiro, constante do
(Renumerado e alterado pela Lei nº 6.964, de
registro (art. 30), poderá ser alterado:
09/12/81)
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 1º. Ao titular do visto temporário previsto
I - se estiver comprovadamente errado;
no inciso VII do art. 13 só poderá ser
concedida a transformação após o prazo de II - se tiver sentido pejorativo ou expuser o
titular ao ridículo; ou

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III - se for de pronunciação e compreensão quando requisitados, os dados de identificação
difíceis e puder ser traduzido ou adaptado à do estrangeiro admitido na condição de
prosódia da língua portuguesa. hóspede, locatário, sublocatário ou morador.
§ 1° O pedido de alteração de nome deverá (Renumerado e alterado pela Lei nº 6.964, de
ser instruído com a documentação prevista 09/12/81)
em Regulamento e será sempre objeto de Art. 48. Salvo o disposto no § 1° do artigo 21, a
investigação sobre o comportamento do admissão de estrangeiro a serviço de
requerente. entidade pública ou privada, ou a matrícula
§ 2° Os erros materiais no registro serão em estabelecimento de ensino de qualquer
corrigidos de ofício. grau, só se efetivará se o mesmo estiver
§ 3° A alteração decorrente de desquite ou devidamente registrado (art. 30).
divórcio obtido em país estrangeiro dependerá (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
de homologação, no Brasil, da sentença Parágrafo único. As entidades, a que se refere
respectiva. este artigo remeterão ao Ministério da Justiça,
§ 4° Poderá ser averbado no registro o nome que dará conhecimento ao Ministério do
abreviado usado pelo estrangeiro como firma Trabalho, quando for o caso, os dados de
comercial registrada ou em qualquer atividade identificação do estrangeiro admitido ou
profissional. matriculado e comunicarão, à medida que
ocorrer, o término do contrato de trabalho,
Art. 44. Compete ao Ministro da Justiça
sua rescisão ou prorrogação, bem como a
autorizar a alteração de assentamentos
suspensão ou cancelamento da matrícula e a
constantes do registro de estrangeiro.
conclusão do curso.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO V
Do Cancelamento e do Restabelecimento do
Da Atualização do Registro
Registro
Art. 45. A Junta Comercial, ao registrar firma
Art. 49. O estrangeiro terá o registro
de que participe estrangeiro, remeterá ao
cancelado: (Renumerado pela Lei nº 6.964,
Ministério da Justiça os dados de identificação
de 09/12/81)
do estrangeiro e os do seu documento de
identidade emitido no Brasil. (Renumerado I - se obtiver naturalização brasileira;
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) II - se tiver decretada sua expulsão;
Parágrafo único. Tratando-se de sociedade III - se requerer a saída do território nacional
anônima, a providência é obrigatória em em caráter definitivo, renunciando,
relação ao estrangeiro que figure na condição expressamente, ao direito de retorno previsto
de administrador, gerente, diretor ou acionista no artigo 51;
controlador. (Incluído pela Lei nº 6.964, de IV - se permanecer ausente do Brasil por
09/12/81) prazo superior ao previsto no artigo 51;
Art. 46. Os Cartórios de Registro Civil V - se ocorrer a transformação de visto de que
remeterão, mensalmente, ao Ministério da trata o artigo 42;
Justiça cópia dos registros de casamento e de VI - se houver transgressão do artigo 18,
óbito de estrangeiro. (Renumerado pela Lei nº artigo 37, § 2º, ou 99 a 101; e
6.964, de 09/12/81) VII - se temporário ou asilado, no término do
Art 46. O estabelecimento hoteleiro, a prazo de sua estada no território nacional.
empresa imobiliária, o proprietário, locador, § 1° O registro poderá ser restabelecido, nos
sublocador ou locatário de imóvel e o síndico casos do item I ou II, se cessada a causa do
de edifício remeterão ao Ministério da Justiça cancelamento, e, nos demais casos, se o
os dados de identificação do estrange i ro estrangeiro retornar ao território nacional com
admitido na condição de hóspede, locatário, visto de que trata o artigo 13 ou 16, ou
sublocatário ou morador obtiver a transformação prevista no artigo 39.
Art. 47. O estabelecimento hoteleiro, a § 2° Ocorrendo a hipótese prevista no item III
empresa imobiliária, o proprietário, locador, deste artigo, o estrangeiro deverá proceder à
sublocador ou locatário de imóvel e o síndico entrega do documento de identidade para
de edifício remeterão ao Ministério da Justiça,

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estrangeiro e deixar o território nacional passer. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
dentro de 30 (trinta) dias. 09/12/81)
§ 3° Se da solicitação de que trata o item III Parágrafo único. Os documentos de que trata
deste artigo resultar isenção de ônus fiscal ou este artigo são de propriedade da União,
financeiro, o restabelecimento do registro cabendo a seus titulares a posse direta e o
dependerá, sempre, da satisfação prévia dos uso regular.
referidos encargos. Art. 55. Poderá ser concedido passaporte para
TÍTULO V estrangeiro: (Renumerado pela Lei nº 6.964,
Da Saída e do Retorno de 09/12/81)
Art. 50. Não se exigirá visto de saída do I - no Brasil:
estrangeiro que pretender sair do território a) ao apátrida e ao de nacionalidade
nacional. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de indefinida;
09/12/81) b) a nacional de país que não tenha
§ 1° O Ministro da Justiça poderá, a qualquer representação diplomática ou consular no
tempo, estabelecer a exigência de visto de Brasil, nem representante de outro país
saída, quando razões de segurança interna encarregado de protegê-lo;
aconselharem a medida. c) a asilado ou a refugiado, como tal admitido
§ 2° Na hipótese do parágrafo anterior, o ato no Brasil.
que estabelecer a exigência disporá sobre o II - no Brasil e no exterior, ao cônjuge ou à
prazo de validade do visto e as condições para a viúva de brasileiro que haja perdido a
sua concessão. nacionalidade originária em virtude do
§ 3º O asilado deverá observar o disposto no casamento.
artigo 29. Parágrafo único. A concessão de passaporte,
Art. 51. O estrangeiro registrado como no caso da letra b, do item I, deste artigo,
permanente, que se ausentar do Brasil, dependerá de prévia consulta ao Ministério
poderá regressar independentemente de visto se das Relações Exteriores.
o fizer dentro de dois anos. (Renumerado Art. 56. O laissez-passer poderá ser
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) concedido, no Brasil ou no exterior, ao
Parágrafo único. A prova da data da saída, estrangeiro portador de documento de viagem
para os fins deste artigo, far-se-á pela emitido por governo não reconhecido pelo
anotação aposta, pelo órgão competente do Governo brasileiro, ou não válido para o
Ministério da Justiça, no documento de Brasil. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
viagem do estrangeiro, no momento em que o 09/12/81)
mesmo deixar o território nacional. Parágrafo único. A concessão, no exterior, de
Art. 52. O estrangeiro registrado como laissez-passer a estrangeiro registrado no
temporário, que se ausentar do Brasil, poderá Brasil como permanente, temporário ou
regressar independentemente de novo visto, se asilado, dependerá de audiência prévia do
o fizer dentro do prazo de validade de sua Ministério da Justiça.
estada no território nacional. (Renumerado TÍTULO VII
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Da Deportação
Art. 53. O estrangeiro titular de visto consular Art. 57. Nos casos de entrada ou estada
de turista, que se ausentar do Brasil, poderá irregular de estrangeiro, se este não se retirar
regressar independentemente de novo visto, voluntariamente do território nacional no
se o fizer dentro do prazo de estada, no prazo fixado em Regulamento, será
território nacional, fixado no visto. promovida sua deportação. (Renumerado pela
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de Lei nº 6.964, de 09/12/81)
09/12/81)) (Suprimido pela Lei nº 9.076, de § 1º Será igualmente deportado o estrangeiro
10/07/95) que infringir o disposto nos artigos 21, § 2º,
TÍTULO VI 24, 37, § 2º, 98 a 101, §§ 1º ou 2º do artigo
Do Documento de Viagem para Estrangeiro Art. 104 ou artigo 105.
54. São documentos de viagem o § 2º Desde que conveniente aos interesses
passaporte para estrangeiro e o laissez- nacionais, a deportação far-se-á

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independentemente da fixação do prazo de Da Expulsão
que trata o caput deste artigo. Art. 65. É passível de expulsão o estrangeiro
Art. 58. A deportação consistirá na saída que, de qualquer forma, atentar contra a
compulsória do estrangeiro. (Renumerado segurança nacional, a ordem política ou social, a
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) tranqüilidade ou moralidade pública e a
Parágrafo único. A deportação far-se-á para o economia popular, ou cujo procedimento o
país da nacionalidade ou de procedência do torne nocivo à conveniência e aos interesses
estrangeiro, ou para outro que consinta em nacionais. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
recebê-lo. 09/12/81)
Art. 59. Não sendo apurada a Parágrafo único. É passível, também, de
responsabilidade do transportador pelas expulsão o estrangeiro que:
despesas com a retirada do estrangeiro, nem a) praticar fraude a fim de obter a sua
podendo este ou terceiro por ela responder, entrada ou permanência no Brasil;
serão as mesmas custeadas pelo Tesouro b) havendo entrado no território nacional com
Nacional. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de infração à lei, dele não se retirar no prazo que
09/12/81) lhe for determinado para fazê-lo, não sendo
Art. 60. O estrangeiro poderá ser dispensado aconselhável a deportação;
de quaisquer penalidades relativas à entrada c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância;
ou estada irregular no Brasil ou formalidade ou
cujo cumprimento possa dificultar a d) desrespeitar proibição especialmente
deportação. (Renumerado pela Lei nº 6.964, prevista em lei para estrangeiro.
de 09/12/81)
Art. 66. Caberá exclusivamente ao Presidente
Art. 61. O estrangeiro, enquanto não se da República resolver sobre a conveniência e
efetivar a deportação, poderá ser recolhido à a oportunidade da expulsão ou de sua
prisão por ordem do Ministro da Justiça, pelo revogação. (Renumerado pela Lei nº 6.964,
prazo de sessenta dias. (Renumerado pela Lei
de 09/12/81)
nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. A medida expulsória ou a sua
Parágrafo único. Sempre que não for possível, revogação far-se-á por decreto.
dentro do prazo previsto neste artigo,
determinar-se a identidade do deportando ou Art. 67. Desde que conveniente ao interesse
obter-se documento de viagem para nacional, a expulsão do estrangeiro poderá
promover a sua retirada, a prisão poderá ser efetivar-se, ainda que haja processo ou tenha
prorrogada por igual período, findo o qual será ocorrido condenação. (Renumerado pela Lei
ele posto em liberdade, aplicando-se o nº 6.964, de 09/12/81)
disposto no artigo 73. Art. 68. Os órgãos do Ministério Público
Art. 62. Não sendo exeqüível a deportação ou remeterão ao Ministério da Justiça, de ofício,
quando existirem indícios sérios de até trinta dias após o trânsito em julgado,
periculosidade ou indesejabilidade do cópia da sentença condenatória de estrangeiro
estrangeiro, proceder-se-á à sua expulsão. autor de crime doloso ou de qualquer crime
contra a segurança nacional, a ordem política ou
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
social, a economia popular, a moralidade ou a
Art. 63. Não se procederá à deportação se saúde pública, assim como da folha de
implicar em extradição inadmitida pela lei antecedentes penais constantes dos autos.
brasileira. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
09/12/81)
Parágrafo único. O Ministro da Justiça,
Art. 64. O deportado só poderá reingressar no recebidos os documentos mencionados neste
território nacional se ressarcir o Tesouro artigo, determinará a instauração de inquérito
Nacional, com correção monetária, das para a expulsão do estrangeiro.
despesas com a sua deportação e efetuar, se
for o caso, o pagamento da multa devida à Art. 69. O Ministro da Justiça, a qualquer
época, também corrigida. (Renumerado pela tempo, poderá determinar a prisão, por 90
(noventa) dias, do estrangeiro submetido a
Lei nº 6.964, de 09/12/81)
processo de expulsão e, para concluir o
TÍTULO VIII inquérito ou assegurar a execução da medida,

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prorrogá-la por igual prazo. (Renumerado Art 74. Não se procederá à expulsão se
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) implicar em extradição inadmitida pela lei
Parágrafo único. Em caso de medida brasileira.
interposta junto ao Poder Judiciário que Art. 75. Não se procederá à expulsão:
suspenda, provisoriamente, a efetivação do (Renumerado e alterado pela Lei nº 6.964, de
ato expulsório, o prazo de prisão de que trata a 09/12/81)
parte final do caput deste artigo ficará I - se implicar extradição inadmitida pela lei
interrompido, até a decisão definitiva do brasileira; ou (Incluído incisos, alíneas e §§
Tribunal a que estiver submetido o feito. pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 70. Compete ao Ministro da Justiça, de II - quando o estrangeiro tiver:
ofício ou acolhendo solicitação fundamentada,
a) Cônjuge brasileiro do qual não esteja
determinar a instauração de inquérito para a
divorciado ou separado, de fato ou de direito, e
expulsão do estrangeiro. (Renumerado pela
desde que o casamento tenha sido
Lei nº 6.964, de 09/12/81)
celebrado há mais de 5 (cinco) anos; ou
Art. 71. Nos casos de infração contra a
b) filho brasileiro que, comprovadamente,
segurança nacional, a ordem política ou social e
esteja sob sua guarda e dele dependa
a economia popular, assim como nos casos de
economicamente.
comércio, posse ou facilitação de uso
indevido de substância entorpecente ou que § 1º. não constituem impedimento à expulsão a
determine dependência física ou psíquica, ou adoção ou o reconhecimento de filho
de desrespeito à proibição especialmente brasileiro supervenientes ao fato que o
prevista em lei para estrangeiro, o inquérito motivar.
será sumário e não excederá o prazo de § 2º. Verificados o abandono do filho, o
quinze dias, dentro do qual fica assegurado ao divórcio ou a separação, de fato ou de direito, a
expulsando o direito de defesa. (Renumerado expulsão poderá efetivar-se a qualquer
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) tempo.
Art. 72. Salvo as hipóteses previstas no artigo TÍTULO IX
anterior, caberá pedido de reconsideração no Da Extradição
prazo de 10 (dez) dias, a contar da publicação Art 75. A extradição poderá ser concedida
do decreto de expulsão, no Diário Oficial da quando o governo requerente se fundamentar
União. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de em convenção, tratado ou quando prometer
09/12/81) ao Brasil a reciprocidade.
Art. 73. O estrangeiro, cuja prisão não se Art. 76. A extradição poderá ser concedida
torne necessária, ou que tenha o prazo desta quando o governo requerente se fundamentar
vencido, permanecerá em liberdade vigiada, em tratado, ou quando prometer ao Brasil a
em lugar designado pelo Ministério da Justiça, e reciprocidade. (Renumerado e alterado pela
guardará as normas de comportamento que lhe Lei nº 6.964, de 09/12/81)
forem estabelecidas. (Renumerado pela
Art. 77. Não se concederá a extradição
Lei nº 6.964, de 09/12/81) quando: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
Parágrafo único. Descumprida qualquer das 09/12/81)
normas fixadas de conformidade com o
I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição
disposto neste artigo ou no seguinte, o
dessa nacionalidade verificar-se após o fato
Ministro da Justiça, a qualquer tempo, poderá
que motivar o pedido;
determinar a prisão administrativa do
estrangeiro, cujo prazo não excederá a 90 II - o fato que motivar o pedido não for
(noventa) dias. considerado crime no Brasil ou no Estado
requerente;
Art. 74. O Ministro da Justiça poderá
modificar, de ofício ou a pedido, as normas de III - o Brasil for competente, segundo suas
conduta impostas ao estrangeiro e designar leis, para julgar o crime imputado ao
outro lugar para a sua residência. extraditando;
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena
de prisão igual ou inferior a 1 (um) ano;
V - o extraditando estiver a responder a
processo ou já houver sido condenado ou
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absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que III - o Estado de origem, ou, na sua falta, o
se fundar o pedido; domiciliar do extraditando, se os pedidos
VI - estiver extinta a punibilidade pela forem simultâneos.
prescrição segundo a lei brasileira ou a do § 2º Nos casos não previstos decidirá sobre a
Estado requerente; preferência o Governo brasileiro.
VII - o fato constituir crime político; e § 3º Havendo tratado ou convenção com
VIII - o extraditando houver de responder, no algum dos Estados requerentes, prevalecerão
Estado requerente, perante Tribunal ou Juízo suas normas no que disserem respeito à
de exceção. preferência de que trata este artigo.
§ 1° A exceção do item VII não impedirá a § 3º Havendo tratado ou convenção com
extradição quando o fato constituir, algum dos Estados requerentes, prevalecerão
principalmente, infração da lei penal comum, suas normas no que disserem respeito à
ou quando o crime comum, conexo ao delito preferência de que trata este artigo. (Redação
político, constituir o fato principal. dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 2º Caberá, exclusivamente, ao Supremo Art. 80. A extradição será requerida por via
Tribunal Federal, a apreciação do caráter da diplomática ou, na falta de agente diplomático
infração. do Estado que a requerer, diretamente de
§ 3° O Supremo Tribunal Federal poderá Governo a Governo, devendo o pedido ser
deixar de considerar crimes políticos os instruído com a cópia autêntica ou a certidão
atentados contra Chefes de Estado ou da sentença condenatória, da de pronúncia ou
quaisquer autoridades, bem assim os atos de da que decretar a prisão preventiva, proferida
anarquismo, terrorismo, sabotagem, por Juiz ou autoridade competente. Esse
seqüestro de pessoa, ou que importem documento ou qualquer outro que se juntar
propaganda de guerra ou de processos ao pedido conterá indicações precisas sobre o
violentos para subverter a ordem política ou local, data, natureza e circunstâncias do fato
social. criminoso, identidade do extraditando, e,
ainda, cópia dos textos legais sobre o crime, a
Art. 78. São condições para concessão da
pena e sua prescrição. (Renumerado pela Lei
extradição: (Renumerado pela Lei nº 6.964,
nº 6.964, de 09/12/81)
de 09/12/81)
§ 1º O encaminhamento do pedido por via
I - ter sido o crime cometido no território do
diplomática confere autenticidade aos
Estado requerente ou serem aplicáveis ao
documentos.
extraditando as leis penais desse Estado; e
§ 2º Não havendo tratado ou convenção que
II - existir sentença final de privação de
disponha em contrário, os documentos
liberdade, ou estar a prisão do extraditando
indicados neste artigo serão acompanhados
autorizada por Juiz, Tribunal ou autoridade
competente do Estado requerente, salvo o de versão oficialmente feita para o idioma
disposto no artigo 82. português no Estado requerente.
Art. 79. Quando mais de um Estado requerer a § 2º Não havendo tratado que disponha em
extradição da mesma pessoa, pelo mesmo contrário, os documentos indicados neste
fato, terá preferência o pedido daquele em artigo serão acompanhados de versão
cujo território a infração foi cometida. oficialmente feita para o idioma português no
Estado requerente. (Redação dada pela Lei nº
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
6.964, de 09/12/81)
§ 1º Tratando-se de crimes diversos, terão
Art. 81. O Ministério das Relações Exteriores
preferência, sucessivamente:
remeterá o pedido ao Ministério da Justiça,
I - o Estado requerente em cujo território haja que ordenará a prisão do extraditando
sido cometido o crime mais grave, segundo a colocando-o à disposição do Supremo Tribunal
lei brasileira; Federal. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
II - o que em primeiro lugar houver pedido a 09/12/81)
entrega do extraditando, se a gravidade dos Art. 82. Em caso de urgência, poderá ser
crimes for idêntica; e ordenada a prisão preventiva do extraditando
desde que pedida, em termos hábeis,
qualquer que seja o meio de comunicação,

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por autoridade competente, agente Art. 86. Concedida a extradição, será o fato
diplomático ou consular do Estado requerente. comunicado através do Ministério das
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Relações Exteriores à Missão Diplomática do
§ 1º O pedido, que noticiará o crime Estado requerente que, no prazo de sessenta
cometido, deverá fundamentar-se em dias da comunicação, deverá retirar o
sentença condenatória, auto de prisão em extraditando do território nacional.
flagrante, mandado de prisão, ou, ainda, em (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
fuga do indiciado. Art. 87. Se o Estado requerente não retirar o
§ 2º Efetivada a prisão, o Estado requerente extraditando do território nacional no prazo do
deverá formalizar o pedido em noventa dias, artigo anterior, será ele posto em liberdade,
na conformidade do artigo 80. sem prejuízo de responder a processo de
expulsão, se o motivo da extradição o
§ 3º A prisão com base neste artigo não será
recomendar. (Renumerado pela Lei nº 6.964,
mantida além do prazo referido no parágrafo
anterior, nem se admitirá novo pedido pelo de 09/12/81)
mesmo fato sem que a extradição haja sido Art. 88. Negada a extradição, não se admitirá
formalmente requerida. novo pedido baseado no mesmo fato.
Art. 83. Nenhuma extradição será concedida (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
sem prévio pronunciamento do Plenário do Art. 89. Quando o extraditando estiver sendo
Supremo Tribunal Federal sobre sua processado, ou tiver sido condenado, no
legalidade e procedência, não cabendo Brasil, por crime punível com pena privativa
recurso da decisão. (Renumerado pela Lei nº de liberdade, a extradição será executada
6.964, de 09/12/81) somente depois da conclusão do processo ou
do cumprimento da pena, ressalvado,
Art. 84. Efetivada a prisão do extraditando
entretanto, o disposto no artigo 67.
(artigo 81), o pedido será encaminhado ao
Supremo Tribunal Federal. (Renumerado pela (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Lei nº 6.964, de 09/12/81) Parágrafo único. A entrega do extraditando
ficará igualmente adiada se a efetivação da
Parágrafo único. A prisão perdurará até o
medida puser em risco a sua vida por causa
julgamento final do Supremo Tribunal Federal,
de enfermidade grave comprovada por laudo
não sendo admitidas a liberdade vigiada, a
médico oficial.
prisão domiciliar, nem a prisão albergue.
Art. 90. O Governo poderá entregar o
Art. 85. Ao receber o pedido, o Relator
extraditando ainda que responda a processo
designará dia e hora para o interrogatório do
ou esteja condenado por contravenção.
extraditando e, conforme o caso, dar-lhe-á
curador ou advogado, se não o tiver, correndo (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
do interrogatório o prazo de dez dias para a Art. 91. Não será efetivada a entrega sem que o
defesa. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de Estado requerente assuma o compromisso:
09/12/81) (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 1º A defesa versará sobre a identidade da I - de não ser o extraditando preso nem
pessoa reclamada, defeito de forma dos processado por fatos anteriores ao pedido;
documentos apresentados ou ilegalidade da II - de computar o tempo de prisão que, no
extradição. Brasil, foi imposta por força da extradição;
§ 2º Não estando o processo devidamente III - de comutar em pena privativa de
instruído, o Tribunal, a requerimento do liberdade a pena corporal ou de morte,
Procurador-Geral da República, poderá ressalvados, quanto à última, os casos em
converter o julgamento em diligência para que a lei brasileira permitir a sua aplicação;
suprir a falta no prazo improrrogável de 60 IV - de não ser o extraditando entregue, sem
(sessenta) dias, decorridos os quais o pedido consentimento do Brasil, a outro Estado que o
será julgado independentemente da reclame; e
diligência. V - de não considerar qualquer motivo
§ 3º O prazo referido no parágrafo anterior político, para agravar a pena.
correrá da data da notificação que o Ministério Art. 92. A entrega do extraditando, de acordo
das Relações Exteriores fizer à Missão com as leis brasileiras e respeitado o direito
Diplomática do Estado requerente.
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de terceiro, será feita com os objetos e atividade remunerada por fonte brasileira.
instrumentos do crime encontrados em seu (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
poder. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de Art. 99. Ao estrangeiro titular de visto
09/12/81) temporário e ao que se encontre no Brasil na
Parágrafo único. Os objetos e instrumentos condição do artigo 21, § 1°, é vedado
referidos neste artigo poderão ser entregues estabelecer-se com firma individual, ou
independentemente da entrega do exercer cargo ou função de administrador,
extraditando. gerente ou diretor de sociedade comercial ou
Art. 93. O extraditando que, depois de civil, bem como inscrever-se em entidade
entregue ao Estado requerente, escapar à fiscalizadora do exercício de profissão
ação da Justiça e homiziar-se no Brasil, ou por regulamentada. (Renumerado pela Lei nº
ele transitar, será detido mediante pedido 6.964, de 09/12/81)
feito diretamente por via diplomática, e de Parágrafo único. Aos estrangeiros portadores
novo entregue sem outras formalidades. do visto de que trata o inciso V do art. 13 é
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) permitida a inscrição temporária em entidade
Art. 94. Salvo motivo de ordem pública, fiscalizadora do exercício de profissão
poderá ser permitido, pelo Ministro da Justiça, o regulamentada. (Incluído pela Lei nº 6.964,
trânsito, no território nacional, de pessoas de 09/12/81)
extraditadas por Estados estrangeiros, bem Art. 100. O estrangeiro admitido na condição
assim o da respectiva guarda, mediante de temporário, sob regime de contrato, só
apresentação de documentos comprobatórios poderá exercer atividade junto à entidade pela
de concessão da medida. (Renumerado pela qual foi contratado, na oportunidade da
Lei nº 6.964, de 09/12/81) concessão do visto, salvo autorização
TÍTULO X expressa do Ministério da Justiça, ouvido o
Dos Direitos e Deveres do Estrangeiro Ministério do Trabalho. ((Renumerado pela Lei
nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 95. O estrangeiro residente no Brasil goza
de todos os direitos reconhecidos aos Art. 101. O estrangeiro admitido na forma do
brasileiros, nos termos da Constituição e das artigo 18, ou do artigo 37, § 2º, para o
leis. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de desempenho de atividade profissional certa, e a
09/12/81) fixação em região determinada, não poderá,
dentro do prazo que lhe for fixado na
Art. 96. Sempre que lhe for exigido por
oportunidade da concessão ou da
qualquer autoridade ou seu agente, o
transformação do visto, mudar de domicílio
estrangeiro deverá exibir documento
nem de atividade profissional, ou exercê-la
comprobatório de sua estada legal no
fora daquela região, salvo em caso
território nacional. (Renumerado pela Lei nº
excepcional, mediante autorização prévia do
6.964, de 09/12/81) Ministério da Justiça, ouvido o Ministério do
Parágrafo único. Para os fins deste artigo e Trabalho, quando necessário. (Renumerado
dos artigos 43, 45, 47 e 48, o documento pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
deverá ser apresentado no original. Art. 102. O estrangeiro registrado é obrigado a
Art. 97. O exercício de atividade remunerada e comunicar ao Ministério da Justiça a
a matrícula em estabelecimento de ensino são mudança do seu domicílio ou residência,
permitidos ao estrangeiro com as devendo fazê-lo nos 30 (trinta) dias
restrições estabelecidas nesta Lei e no seu imediatamente seguintes à sua efetivação.
Regulamento. (Renumerado pela Lei nº (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
6.964, de 09/12/81) Art. 103. O estrangeiro que adquirir
Art. 98. Ao estrangeiro que se encontra no nacionalidade diversa da constante do registro
Brasil ao amparo de visto de turista, de (art. 30), deverá, nos noventa dias seguintes,
trânsito ou temporário de que trata o artigo requerer a averbação da nova nacionalidade
13, item IV, bem como aos dependentes de em seus assentamentos. (Renumerado pela
titulares de quaisquer vistos temporários é Lei nº 6.964, de 09/12/81)
vedado o exercício de atividade remunerada.
Art. 104. O portador de visto de cortesia,
Ao titular de visto temporário de que trata o
oficial ou diplomático só poderá exercer
artigo 13, item VI, é vedado o exercício de
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atividade remunerada em favor do Estado VI - ser corretor de navios, de fundos
estrangeiro, organização ou agência públicos, leiloeiro e despachante aduaneiro; VII
internacional de caráter intergovernamental a - participar da administração ou
cujo serviço se encontre no País, ou do representação de sindicato ou associação
Governo ou de entidade brasileiros, mediante profissional, bem como de entidade
instrumento internacional firmado com outro fiscalizadora do exercício de profissão
Governo que encerre cláusula específica sobre o regulamentada;
assunto. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de VIII - ser prático de barras, portos, rios, lagos e
09/12/81) canais;
§ 1º O serviçal com visto de cortesia só IX - possuir, manter ou operar, mesmo como
poderá exercer atividade remunerada a amador, aparelho de radiodifusão, de
serviço particular de titular de visto de radiotelegrafia e similar, salvo reciprocidade
cortesia, oficial ou diplomático. de tratamento; e
§ 2º A missão, organização ou pessoa, a cujo X - prestar assistência religiosa às Forças
serviço se encontra o serviçal, fica
Armadas e auxiliares, e também aos
responsável pela sua saída do território
estabelecimentos de internação coletiva.
nacional, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar
da data em que cessar o vínculo empregatício, § 1º O disposto no item I deste artigo não se
sob pena de deportação do mesmo. aplica aos navios nacionais de pesca.
§ 3º Ao titular de quaisquer dos vistos § 2º Ao português, no gozo dos direitos e
referidos neste artigo não se aplica o disposto obrigações previstos no Estatuto da
na legislação trabalhista brasileira. Igualdade, apenas lhe é defeso:
Art. 105. Ao estrangeiro que tenha entrado no a) assumir a responsabilidade e a orientação
Brasil na condição de turista ou em trânsito é intelectual e administrativa das empresas
proibido o engajamento como tripulante em mencionadas no item II deste artigo;
porto brasileiro, salvo em navio de bandeira b) ser proprietário, armador ou comandante
de seu país, por viagem não redonda, a de navio nacional, inclusive de navegação
requerimento do transportador ou do seu fluvial e lacustre, ressalvado o disposto no
agente, mediante autorização do Ministério da parágrafo anterior; e
Justiça. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de c) prestar assistência religiosa às Forças
09/12/81) Armadas e auxiliares.
Art. 106. É vedado ao estrangeiro: Art. 107. O estrangeiro admitido no território
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) nacional não pode exercer atividade de
I - ser proprietário, armador ou comandante natureza política, nem se imiscuir, direta ou
de navio nacional, inclusive nos serviços de indiretamente, nos negócios públicos do
navegação fluvial e lacustre; Brasil, sendo-lhe especialmente vedado:
II - ser proprietário de empresa jornalística de (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
qualquer espécie, e de empresas de televisão e I - organizar, criar ou manter sociedade ou
de radiodifusão, sócio ou acionista de quaisquer entidades de caráter político, ainda
sociedade proprietária dessas empresas; que tenham por fim apenas a propaganda ou a
III - ser responsável, orientador intelectual ou difusão, exclusivamente entre compatriotas, de
administrativo das empresas mencionadas no idéias, programas ou normas de ação de
item anterior; partidos políticos do país de origem;
IV - obter concessão ou autorização para a II - exercer ação individual, junto a
pesquisa, prospecção, exploração e compatriotas ou não, no sentido de obter,
aproveitamento das jazidas, minas e demais mediante coação ou constrangimento de
recursos minerais e dos potenciais de energia qualquer natureza, adesão a idéias,
hidráulica; programas ou normas de ação de partidos ou
facções políticas de qualquer país;
V - ser proprietário ou explorador de aeronave
brasileira, ressalvado o disposto na legislação III - organizar desfiles, passeatas, comícios e
reuniões de qualquer natureza, ou deles
específica;
participar, com os fins a que se referem os
itens I e II deste artigo.

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Parágrafo único. O disposto no caput deste Art. 112. São condições para a concessão da
artigo não se aplica ao português beneficiário naturalização: (Renumerado pela Lei nº
do Estatuto da Igualdade ao qual tiver sido 6.964, de 09/12/81)
reconhecido o gozo de direitos políticos. I - capacidade civil, segundo a lei brasileira;
Art. 108. É lícito aos estrangeiros associarem- II - ser registrado como permanente no
se para fins culturais, religiosos, recreativos, Brasil;
beneficentes ou de assistência, filiarem-se a
III - residência contínua no território nacional,
clubes sociais e desportivos, e a quaisquer
pelo prazo mínimo de quatro anos,
outras entidades com iguais fins, bem como
imediatamente anteriores ao pedido de
participarem de reunião comemorativa de
naturalização;
datas nacionais ou acontecimentos de
significação patriótica. (Renumerado pela Lei IV - ler e escrever a língua portuguesa,
consideradas as condições do naturalizando;
nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. As entidades mencionadas V - exercício de profissão ou posse de bens
neste artigo, se constituídas de mais da suficientes à manutenção própria e da família;
metade de associados estrangeiros, somente VI - bom procedimento;
poderão funcionar mediante autorização do VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou
Ministro da Justiça. condenação no Brasil ou no exterior por crime
Art 108. A entidade que houver obtido doloso a que seja cominada pena mínima de
registro mediante falsa declaração de seus prisão, abstratamente considerada, superior a
fins, ou que passar, depois de registrada, a 1 (um) ano; e
exercer atividades proibidas, terá VIII - boa saúde.
sumariamente cancelado o seu registro pelo § 1º não se exigirá a prova de boa saúde a
Ministro da Justiça, e seu funcionamento será nenhum estrangeiro que residir no País há
suspenso até que seja judi cialmente mais de dois anos. (Incluído pela Lei nº 6.964,
dissolvida. de 09/12/81)
Art. 109. A entidade que houver obtido § 1º Verificada, a qualquer tempo, a falsidade
registro mediante falsa declaração de seus ideológica ou material de quaisquer dos
fins ou que, depois de registrada, passar a requisitos exigidos neste artigo ou nos artigos
exercer atividades proibidas ilícitas, terá 112 e 113 desta Lei, será declarado nulo o ato
sumariamente cassada a autorização a que se de naturalização sem prejuízo da ação penal
refere o parágrafo único do artigo anterior e o cabível pela infração cometida.
seu funcionamento será suspenso por ato do § 2º verificada, a qualquer tempo, a falsidade
Ministro da Justiça, até final julgamento do ideológica ou material de qualquer dos
processo de dissolução, a ser instaurado requisitos exigidos neste artigo ou nos arts.
imediatamente. (Renumerado e alterado pela 113 e 114 desta Lei, será declarado nulo o ato
Lei nº 6.964, de 09/12/81) de naturalização sem prejuízo da ação penal
Art. 110. O Ministro da Justiça poderá, sempre cabível pela infração cometida. (Renumerado
que considerar conveniente aos interesses e alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
nacionais, impedir a realização, por § 3º A declaração de nulidade a que se refere o
estrangeiros, de conferências, congressos e parágrafo anterior processar-se-á
exibições artísticas ou folclóricas. administrativamente, no Ministério da Justiça,
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) de ofício ou mediante representação
TÍTULO XI fundamentada, concedido ao naturalizado,
Da Naturalização para defesa, o prazo de quinze dias, contados
CAPÍTULO I Das da notificação. (Renumerado pela Lei nº
Condições 6.964, de 09/12/81)
Art. 111. A concessão da naturalização nos Art. 113. O prazo de residência fixado no
casos previstos no artigo 145, item II, alínea b, artigo 112, item III, poderá ser reduzido se o
da Constituição, é faculdade exclusiva do naturalizando preencher quaisquer das
Poder Executivo e far-se-á mediante portaria seguintes condições: (Renumerado pela Lei nº
do Ministro da Justiça. (Renumerado pela Lei 6.964, de 09/12/81)
nº 6.964, de 09/12/81) I - ter filho ou cônjuge brasileiro;

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II - ser filho de brasileiro; I - estrangeiro admitido no Brasil até a idade
III - haver prestado ou poder prestar serviços de 5 (cinco) anos, radicado definitivamente no
relevantes ao Brasil, a juízo do Ministro da território nacional, desde que requeira a
Justiça; naturalização até 2 (dois) anos após atingir a
maioridade;
IV - recomendar-se por sua capacidade
profissional, científica ou artística; ou II - estrangeiro que tenha vindo residir no
Brasil antes de atingida a maioridade e haja
V - ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel,
feito curso superior em estabelecimento
cujo valor seja igual, pelo menos, a mil vezes o
nacional de ensino, se requerida a
Maior Valor de Referência; ou ser industrial que
naturalização até 1 (um) ano depois da
disponha de fundos de igual valor; ou possuir
formatura.
cota ou ações integralizadas de
montante, no mínimo, idêntico, em sociedade § 3º. Qualquer mudança de nome ou de
comercial ou civil, destinada, principal e prenome, posteriormente à naturalização, só
permanentemente, à exploração de atividade por exceção e motivadamente será permitida,
industrial ou agrícola. mediante autorização do Ministro da Justiça.
(Parágrafo único transformado em § 3º pela
Parágrafo único. A residência será, no
mínimo, de um ano, nos casos dos itens I a Lei nº 6.964, de 09/12/81)
III; de dois anos, no do item IV; e de três Art. 116. O estrangeiro admitido no Brasil
anos, no do item V. durante os primeiros 5 (cinco) anos de vida,
Art. 114. Dispensar-se-á o requisito da estabelecido definitivamente no território
residência, exigindo-se apenas a estada no nacional, poderá, enquanto menor, requerer
Brasil por trinta dias, quando se tratar: ao Ministro da Justiça, por intermédio de seu
representante legal, a emissão de certificado
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
provisório de naturalização, que valerá como
I - de cônjuge estrangeiro casado há mais de prova de nacionalidade brasileira até dois
cinco anos com diplomata brasileiro em anos depois de atingida a maioridade.
atividade; ou
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
II - de estrangeiro que, empregado em Missão Parágrafo único. A naturalização se tornará
Diplomática ou em Repartição Consular do definitiva se o titular do certificado provisório,
Brasil, contar mais de 10 (dez) anos de até dois anos após atingir a maioridade,
serviços ininterruptos. confirmar expressamente a intenção de
Art. 115. O estrangeiro que pretender a continuar brasileiro, em requerimento dirigido
naturalização deverá requerê-la ao Ministro da ao Ministro da Justiça.
Justiça, declarando: nome por extenso,
Art. 117. O requerimento de que trata o artigo
naturalidade, nacionalidade, filiação, sexo,
115, dirigido ao Ministro da Justiça, será
estado civil, dia, mês e ano de nascimento,
apresentado, no Distrito Federal, Estados e
profissão, lugares onde haja residido
Territórios, ao órgão competente do Ministério
anteriormente no Brasil e no exterior, se
da Justiça, que procederá à sindicância sobre a
satisfaz ao requisito a que alude o artigo 112,
vida pregressa do naturalizando e opinará
item VII e se deseja ou não traduzir ou
quanto à conveniência da naturalização.
adaptar o seu nome à língua portuguesa.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 118. Recebido o processo pelo dirigente
§ 1º. A petição será assinada pelo
do órgão competente do Ministério da Justiça,
naturalizando e instruída com os documentos a
poderá ele determinar, se necessário, outras
serem especificados em regulamento.
diligências. Em qualquer hipótese, o processo
(Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) deverá ser submetido, com parecer, ao
§ 2º. Exigir-se-á a apresentação apenas de Ministro da Justiça. (Renumerado pela Lei nº
documento de identidade para estrangeiro, 6.964, de 09/12/81)
atestado policial de residência contínua no
Parágrafo único. O dirigente do órgão
Brasil e atestado policial de antecedentes,
competente do Ministério da Justiça
passado pelo serviço competente do lugar de
determinará o arquivamento do pedido, se o
residência no Brasil, quando se tratar de:
naturalizando não satisfizer, conforme o caso, a
(Incluído § e incisos pela Lei nº 6.964, de qualquer das condições previstas no artigo
09/12/81)
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112 ou 116, cabendo reconsideração desse CAPÍTULO II
despacho; se o arquivamento for mantido, Dos Efeitos da Naturalização
poderá o naturalizando recorrer ao Ministro da Art. 122. A naturalização, salvo a hipótese do
Justiça; em ambos os casos, o prazo é de artigo 116, só produzirá efeitos após a
trinta dias contados da publicação do ato. entrega do certificado e confere ao
Art 118. Publicada no Diário Oficial a Portaria naturalizado o gozo de todos os direitos civis e
de naturalização, será ela arquivada no órgão políticos, excetuados os que a Constituição
competente do Ministério da Justiça, o qu al Federal atribui exclusivamente ao brasileiro
emitirá certificado relativo a cada nato. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
naturalizando, que será entregue na forma 09/12/81)
fixada em Regulamento. Art. 123. A naturalização não importa
Parágrafo único. A naturalização ficará sem aquisição da nacionalidade brasileira pelo
efeito se o certificado não for solicitado pelo cônjuge e filhos do naturalizado, nem autoriza
naturalizando, no prazo de doze meses, que estes entrem ou se radiquem no Brasil
contados da data da publicação do ato, salvo sem que satisfaçam às exigências desta Lei.
motivo de força maior devidamente (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
comprovado. Art. 124. A naturalização não extingue a
Art. 119. Publicada no Diário Oficial a portaria responsabilidade civil ou penal a que o
de naturalização, será ela arquivada no órgão naturalizando estava anteriormente sujeito
competente do Ministério da Justiça, que em qualquer outro país. (Renumerado pela Lei
emitirá certificado relativo a cada nº 6.964, de 09/12/81)
naturalizando, o qual será solenemente TÍTULO XII
entregue, na forma fixada em Regulamento, Das Infrações, Penalidades e seu
pelo juiz federal da cidade onde tenha
Procedimento
domicílio o interessado. (Renumerado o art.
CAPÍTULO I
118 para art. 119 e alterado pela Lei nº
6.964, de 09/12/81) Das Infrações e Penalidades
§ 1º. Onde houver mais de um juiz federal, a Art. 125. Constitui infração, sujeitando o
entrega será feita pelo da Primeira Vara. infrator às penas aqui cominadas:
(Incluído alterado pela Lei nº 6.964, de (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
09/12/81) I - entrar no território nacional sem estar
§ 2º. Quando não houver juiz federal na autorizado (clandestino):
cidade em que tiverem domicílio os Pena: deportação.
interessados, a entrega será feita através do II - demorar-se no território nacional após
juiz ordinário da comarca e, na sua falta, pelo esgotado o prazo legal de estada:
da comarca mais próxima. (Incluído alterado Pena: multa de um décimo do Maior Valor de
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Referência, por dia de excesso, até o máximo
§ 3º. A naturalização ficará sem efeito se o de 10 (dez) vezes o Maior Valor de
certificado não for solicitado pelo Referência, e deportação, caso não saia no
naturalizando no prazo de doze meses prazo fixado.
contados da data de publicação do ato, salvo III - deixar de registrar-se no órgão
motivo de força maior, devidamente competente, dentro do prazo estabelecido
comprovado. (Parágrafo único transformado nesta Lei (artigo 30):
em §3º pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Pena: multa de um décimo do Maior Valor de
Art. 120. No curso do processo de Referência, por dia de excesso, até o máximo
naturalização, poderá qualquer do povo de 10 (dez) vezes o Maior Valor de
impugná-la, desde que o faça Referência.
fundamentadamente. (Renumerado pela Lei IV - deixar de cumprir o disposto nos artigos
nº 6.964, de 09/12/81) 96, 102 e 103:
Art. 121. A satisfação das condições previstas
Pena: multa de duas a dez vezes o Maior
nesta Lei não assegura ao estrangeiro direito à
Valor de Referência.
naturalização. (Renumerado pela Lei nº
6.964, de 09/12/81)

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V - deixar a empresa transportadora de Pena: deportação e na reincidência, expulsão.
atender à manutenção ou promover a saída XVI - infringir ou deixar de observar qualquer
do território nacional do clandestino ou do disposição desta Lei ou de seu Regulamento
impedido (artigo 27): para a qual não seja cominada sanção
Pena: multa de 30 (trinta) vezes o Maior Valor especial:
de Referência, por estrangeiro. Pena: multa de 2 (duas) a 5 (cinco) vezes o
VI - transportar para o Brasil estrangeiro que Maior Valor de Referência.
esteja sem a documentação em ordem: Parágrafo único. As penalidades previstas no
Pena: multa de dez vezes o maior valor de item XI, aplicam-se também aos diretores das
referência, por estrangeiro, e sua retirada do entidades referidas no item I do artigo 107. Art.
território brasileiro. 126. As multas previstas neste Capítulo, nos
Pena: multa de dez vezes o Maior Valor de casos de reincidência, poderão ter os
Referência, por estrangeiro, além da respectivos valores aumentados do dobro ao
responsabilidade pelas despesas com a quíntuplo. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
retirada deste do território nacional. (Redação 09/12/81)
dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) CAPÍTULO II
VII - empregar ou manter a seu serviço Do Procedimento para Apuração das Infrações
estrangeiro em situação irregular ou impedido Art. 127. A infração punida com multa será
de exercer atividade remunerada: apurada em processo administrativo, que terá
Pena: multa de 30 (trinta) vezes o Maior Valor por base o respectivo auto, conforme se
de Referência, por estrangeiro. dispuser em Regulamento. (Renumerado pela
VIII - infringir o disposto nos artigos 21, § 2º, Lei nº 6.964, de 09/12/81)
24, 98, 104, §§ 1º ou 2º e 105: Art. 128. No caso do artigo 125, itens XI a
Pena: deportação. XIII, observar-se-á o Código de Processo
IX - infringir o disposto no artigo 25: Penal e, nos casos de deportação e expulsão, o
Pena: multa de 5 (cinco) vezes o Maior Valor disposto nos Títulos VII e VIII desta Lei,
de Referência para o resgatador e deportação respectivamente. (Renumerado pela Lei nº
para o estrangeiro. 6.964, de 09/12/81)
X - infringir o disposto nos artigos 18, 37, § TÍTULO XIII
2º, ou 99 a 101: Disposições Gerais e Transitórias
Pena: cancelamento do registro e deportação. XI Art 128. Fica criado o Conselho Nacional de
- infringir o disposto no artigo 106 ou 107: Pena: Imigração, vinculado ao Ministério do
detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e Trabalho, a quem caberá, além das
expulsão. atribuições constantes desta Lei , orientar,
coordenar e fiscalizar as atividades de
XII - introduzir estrangeiro clandestinamente
imigração.
ou ocultar clandestino ou irregular:
§ 1º O Conselho Nacional de Im igração será
Pena: detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e,
integrado por um representante do Ministério
se o infrator for estrangeiro, expulsão.
do Trabalho, que o presidirá, um do Ministério
XIII - fazer declaração falsa em processo de da Justiça, um do Ministério das Relações
transformação de visto, de registro, de
Exteriores, um do Ministério da Agricultura e
alteração de assentamentos, de naturalização,
um do Ministério da Saúde, nomeado pelo
ou para a obtenção de passaporte para
Presidente da República, por indicação dos
estrangeiro, laissez-passer, ou, quando
respectivos Ministros de Estado.
exigido, visto de saída:
§ 2º A Secretaria Geral do Conselho de
Pena: reclusão de 1 (um) a 5 (cinco) anos e,
Segurança Nacional manterá um observad or
se o infrator for estrangeiro, expulsão.
junto ao Conselho Nacional de Imigração.
XIV - infringir o disposto nos artigos 45 a 48:
§ 3º O Poder Executivo disporá sobre a
Pena: multa de 5 (cinco) a 10 (dez) vezes o
estrutura e o funcionamento do Conselho
Maior Valor de Referência.
Nacional de Imigração.
XV - infringir o disposto no artigo 26, § 1º ou Art. 129. Fica criado o Conselho Nacional de
64: Imigração, vinculado ao Ministério do

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Trabalho, ao qu al caberá, além das demais temporário ou permanente, a qual terá
atribuições constantes desta Lei, orientar e validade em todo o território nacional e
coordenar e fiscalizar as atividades de substituirá as carteiras de identidade em
imigração. (Renumerado e alterado pela Lei vigor. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
nº 6.964, de 09/12/81) 09/12/81)
§ 1º O Conselho Nacional de Imigração será Parágrafo único. Enquanto não for criada a
integrado por um representante do Ministério cédula de que trata este artigo, continuarão
do Trabalho, que o presidirá, um do Ministério válidas:
da Justiça, um do Ministério das Relações I - as Carteiras de Identidade emitidas com
Exteriores, um do Ministério da Agricultura, base no artigo 135 do Decreto n. 3.010, de 20
um do Ministério da Saúde, um do Ministério de agosto de 1938, bem como as certidões de
da Indústria e do Comércio e um do Conselho que trata o § 2º, do artigo 149, do mesmo
Nacional de Desenvolvimento Científico e Decreto; e
Tecnológico, todo s nomeados pelo Presidente II - as emitidas e as que o sejam, com base
da República, por indicação dos respectivos no Decreto-Lei n. 670, de 3 de julho de 1969, e
Ministros de Estado. (Alterado pela Lei nº nos artigos 57, § 1º, e 60, § 2°, do Decreto n.
6.964, de 09/12/81) 66.689, de 11 de junho de 1970.
§ 2º A Secretaria Geral do Conselho de Art. 133. Fica o Poder Executivo autorizado a
Segurança Nacional manterá um observad or firmar, com os Estados de que sejam
junto ao Conselho Nacional de Imigração. nacionais os estrangeiros que estejam em
(Alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) situação ilegal no Brasil, acordos bilaterais por
§ 3º O Poder Executivo disporá sobre a força dos quais tal situação seja regularizada,
estrutura e o funcionamento do Conselho desde que: ((Renumerado pela Lei nº 6.964,
Nacional de Imigração. (Alterado pela Lei nº de 09/12/81) (Revogado pela Lei nº 7.180, de
6.964, de 09/12/81) (Revogado pela Lei nº 20.12.1983)
8.422, de 13/05/92) I - a regularização se ajuste às condições
Art. 130. O Poder Executivo fica autorizado a enumeradas no artigo 18; e
firmar acordos internacionais pelos quais, II - os estrangeiros beneficiados:
observado o princípio da reciprocidade de a) hajam entrado no Bras il antes de 31 de
tratamento a brasileiros e respeitados a dezembro de 1978;
conveniência e os interesses nacionais, a) hajam entrado no Bras il antes de 20 de
estabeleçam-se as condições para a agosto de 1980; (Redação dada pela Lei nº
concessão, gratuidade, isenção ou dispensa
6.964, de 09/12/81)
dos vistos estatuídos nesta Lei. (Renumerado
b) satisfaçam às condições en umeradas no
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
artigo 7º; e
Art. 131. Fica aprovada a Tabela de
Emolumentos Consulares e Taxas que integra c) requeiram a regularização de sua situação
esta Lei. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de no prazo improrrogável de 90 (noventa) dias
09/12/81) - (Vide Decreto-Lei nº 2.236, de a contar da entrada em vigor do acordo.
23.01.1985) Parágrafo único. Nos acordos a que se refere
este artigo deverá constar necessariamente
§ 1º Os valores das taxas incluídas na tabela
terão reajustamento anual na mesma contrapartida pela qual o Estado de que sejam
proporção do coeficiente do valor de nacionais os estrangeiros beneficiados se
referências. comprometa a:
§ 2º O Ministro das Relações Exteriores fica I - controlar estritamente a emigração para o
autorizado a aprovar, mediante Portaria, a Brasil;
revisão dos valores dos emolumentos II - arcar, em condições a serem ajustadas,
consulares, tendo em conta a taxa de câmbio com os custos de transporte oriundos da
do cruzeiro-ouro com as principais moedas de deportação de seus nacionais;
livre convertibilidade. III - prestar cooperação financeira e técnica
Art. 132. Fica o Ministro da Justiça autorizado a ao assentamento, na forma do artigo 18, dos
instituir modelo único de Cédula de seus nacionais que, em virtude do ac ordo,
Identidade para estrangeiro, portador de visto

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tenham regularizado sua permanência no permanência ao órgão competente do
Brasil. Ministério da Justiça dentro do prazo de 90
Art. 134. Poderá ser regularizada, (noventa) dias improrrogáveis, a contar da
provisoriamente, a situação dos estrangeiros data da entrada em vigor desta Lei.
de que trata o artigo anterior. (Incluído pela (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Lei nº 6.964, de 09/12/81) Parágrafo único. Independerá da satisfação
§ 1º. Para os fins deste artigo, fica instituído das exigências de caráter especial referidas no
no Ministério da Justiça o registro provisório artigo 17 desta Lei a autorização a que alude
de estrangeiro. este artigo.
§ 2º. O registro de que trata o parágrafo Art. 136. Se o estrangeiro tiver ingressado no
anterior implicará na expedição de cédula de Brasil até 20 de agosto de 1938, data da
identidade, que permitirá ao estrangeiro em entrada em vigor do Decreto n. 3.010, desde
situação ilegal o exercício de atividade que tenha mantido residência contínua no
remunerada e a livre locomoção no território território nacional, a partir daquela data, e
nacional. prove a qualificação, inclusive a nacionalidade,
§ 3º. O pedido de registro provisório deverá poderá requerer permanência ao órgão
ser feito no prazo de 120 (cento e vinte) dias, a competente do Ministério da Justiça,
contar da data de publicação desta Lei. observado o disposto no parágrafo único do
artigo anterior. (Renumerado pela Lei nº
§ 4º. A petição, em formulário próprio, será
6.964, de 09/12/81)
dirigida ao órgão do Departamento de Polícia
mais próximo do domicílio do interessado e Art 135. Aplica-se o disposto nesta Lei aos
instruída com um dos seguintes documentos: I requerimentos de naturalização em curso no
- cópia autêntica do passaporte ou Ministério da Justiça.
documento equivalente; Parágrafo único. Os certificados de
II - certidão fornecida pela representação naturalização emitidos até a data da
diplomática ou consular do país de que seja publicação desta Lei serão entregues na forma
nacional o estrangeiro, atestando a sua prevista no Decreto-Lei nº 941, de 13 de
nacionalidade; outubro de 1969, e no seu Regulamento, no
III - certidão do registro de nascimento ou Decreto nº 66.689, de 11 de julho de 1970,
casamento; com as alterações introduzidas pela Lei nº
6.282, de 18 de novembro de 1975.
IV - qualquer outro documento idôneo que
permita à Administração conferir os dados de Art. 137. Aos processos em curso no
Ministério da Justiça, na data de publicação
qualificação do estrangeiro.
desta Lei, aplicar-se-á o disposto no Decreto-
§ 5º. O registro provisório e a cédula de lei nº. 941, de 13 de outubro de 1969, e no
identidade, de que trata este artigo, terão seu Regulamento, Decreto nº 66.689, de 11
prazo de validade de dois anos de junho de 1970. (Renumerado o art. 135
improrrogáveis, ressalvado o disposto no para art. 137e alterado pela Lei nº 6.964, de
parágrafo seguinte.
09/12/81)
§ 6º. Firmados, antes de esgotar o prazo Parágrafo único. O disposto neste artigo não
previsto no § 5º. os acordos bilaterais, se aplica aos processos de naturalização,
referidos no artigo anterior, os nacionais dos sobre os quais incidirão, desde logo, as
países respectivos deverão requerer a normas desta Lei. (Alterado pela Lei nº 6.964,
regularização de sua situação, no prazo
de 09/12/81)
previsto na alínea c, do item II do art. 133.
Art. 138. Aplica-se o disposto nesta Lei às
§ 7º. O Ministro da Justiça instituirá modelo
pessoas de nacionalidade portuguesa, sob
especial da cédula de identidade de que trata
reserva de disposições especiais expressas na
este artigo.
Constituição Federal ou nos tratados em
Art. 135. O estrangeiro que se encontre vigor. (Incluído pela Lei nº 6.964, de
residindo no Brasil na condição prevista no 09/12/81)
artigo 26 do Decreto-Lei n. 941, de 13 de
Art. 139. Fica o Ministro da Justiça autorizado
outubro de 1969, deverá, para continuar a
a delegar a competência, que esta lei lhe
residir no território nacional, requerer
atribui, para determinar a prisão do

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estrangeiro, em caso de deportação, expulsão e CAPÍTULO I
extradição. (Incluído pela Lei nº 6.964, de DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
09/12/81) Art. 1º Esta Medida Provisória dispõe sobre os
Art. 140. Esta Lei entrará em vigor na data de bens, os direitos e as obrigações relativos:
sua publicação. (Desmembrado pela Lei nº I - ao acesso a componente do patrimônio
6.964, de 09/12/81) genético existente no território nacional, na
Art. 141. Revogadas as disposições em plataforma continental e na zona econômica
contrário, especialmente o Decreto-Lei nº exclusiva para fins de pesquisa científica,
406, de 4 de maio de 1938; artigo 69 do desenvolvimento tecnológico ou
Decreto-Lei nº 3.688, de 3 de outubro de bioprospecção;
1941; Decreto-Lei nº 5.101, de 17 de II - ao acesso ao conhecimento tradicional
dezembro de 1942; Decreto-Lei nº 7.967, de associado ao patrimônio genético, relevante à
18 de setembro de 1945; Lei nº 5.333, de 11 conservação da diversidade biológica, à
de outubro de 1967; Decreto-Lei nº 417, de integridade do patrimônio genético do País e à
10 de janeiro de 1969; Decreto-Lei nº 941, de utilização de seus componentes;
13 de outubro de 1969; artigo 2° da Lei nº III - à repartição justa e eqüitativa dos
5.709, de 7 de outubro de 1971, e Lei nº benefícios derivados da exploração de
6.262, de 18 de novembro de 1975. componente do patrimônio genético e do
(Desmembrado pela Lei nº 6.964, de conhecimento tradicional associado; e
09/12/81) IV - ao acesso à tecnologia e transferência de
Brasília, 19 de agosto de 1980; 159º da tecnologia para a conservação e a utilização
Independência e 92º da República. da diversidade biológica.
JOÃO FIGUEIREDO § 1º O acesso a componente do patrimônio
Ibrahim Abi-Ackel genético para fins de pesquisa científica,
R. S. Guerreiro desenvolvimento tecnológico ou
Angelo Amaury Stábile bioprospecção far-se-á na forma desta Medida
Provisória, sem prejuízo dos direitos de
Murilo Macêdo
propriedade material ou imaterial que incidam
Waldyr Mendes Arcoverde sobre o componente do patrimônio genético
Danilo Venturini acessado ou sobre o local de sua ocorrência.
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. § 2º O acesso a componente do patrimônio
de 21.8.1980. genético existente na plataforma continental
observará o disposto na Lei nº 8.617, de 4 de
janeiro de 1993.
Medida Provisória nº 2.186-16/2001 Art. 2º O acesso ao patrimônio genético
existente no País somente será feito mediante
MEDIDA PROVISÓRIA No 2.186-16, DE autorização da União e terá o seu uso,
23 DE AGOSTO DE 2001. comercialização e aproveitamento para
quaisquer fins submetidos à fiscalização,
Regulamenta o inciso II do § 1º e o § 4º do
restrições e repartição de benefícios nos
art. 225 da Constituição, os arts. 1º, 8º,
termos e nas condições estabelecidos nesta
alínea "j", 10, alínea "c", 15 e 16, alíneas 3 e
Medida Provisória e no seu regulamento.
4 da Convenção sobre Diversidade Biológica,
dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético, a Art. 3º Esta Medida Provisória não se aplica ao
proteção e o acesso ao conhecimento patrimônio genético humano.
tradicional associado, a repartição de Art. 4º É preservado o intercâmbio e a difusão
benefícios e o acesso à tecnologia e de componente do patrimônio genético e do
transferência de tecnologia para sua conhecimento tradicional associado praticado
conservação e utilização, e dá outras entre si por comunidades indígenas e
providências. comunidades locais para seu próprio benefício e
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da baseados em prática costumeira.
atribuição que lhe confere o art. 62 da Art. 5º É vedado o acesso ao patrimônio
Constituição, adota a seguinte Medida genético para práticas nocivas ao meio
Provisória, com força de lei:

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ambiente e à saúde humana e para o V - acesso ao conhecimento tradicional
desenvolvimento de armas biológicas e associado: obtenção de informação sobre
químicas. conhecimento ou prática individual ou
Art. 6º A qualquer tempo, existindo evidência coletiva, associada ao patrimônio genético, de
científica consistente de perigo de dano grave e comunidade indígena ou de comunidade local,
irreversível à diversidade biológica, para fins de pesquisa científica,
decorrente de atividades praticadas na forma desenvolvimento tecnológico ou
desta Medida Provisória, o Poder Público, por bioprospecção, visando sua aplicação
intermédio do Conselho de Gestão do industrial ou de outra natureza;
Patrimônio Genético, previsto no art. 10, com VI - acesso à tecnologia e transferência de
base em critérios e parecer técnico, tecnologia: ação que tenha por objetivo o
determinará medidas destinadas a impedir o acesso, o desenvolvimento e a transferência
dano, podendo, inclusive, sustar a atividade, de tecnologia para a conservação e a
respeitada a competência do órgão utilização da diversidade biológica ou
responsável pela biossegurança de tecnologia desenvolvida a partir de amostra
organismos geneticamente modificados. de componente do patrimônio genético ou do
CAPÍTULO II conhecimento tradicional associado;
DAS DEFINIÇÕES VII - bioprospecção: atividade exploratória
Art. 7º Além dos conceitos e das definições que visa identificar componente do patrimônio
constantes da Convenção sobre Diversidade genético e informação sobre conhecimento
Biológica, considera-se para os fins desta tradicional associado, com potencial de uso
Medida Provisória: comercial;
I - patrimônio genético: informação de origem VIII - espécie ameaçada de extinção: espécie
genética, contida em amostras do todo ou de com alto risco de desaparecimento na
parte de espécime vegetal, fúngico, natureza em futuro próximo, assim
microbiano ou animal, na forma de moléculas e reconhecida pela autoridade competente;
substâncias provenientes do metabolismo IX - espécie domesticada: aquela em cujo
destes seres vivos e de extratos obtidos processo de evolução influiu o ser humano
destes organismos vivos ou mortos, para atender às suas necessidades;
encontrados em condições in situ, inclusive X - Autorização de Acesso e de Remessa:
domesticados, ou mantidos em coleções ex documento que permite, sob condições
situ, desde que coletados em condições in específicas, o acesso a amostra de
situ no território nacional, na plataforma componente do patrimônio genético e sua
continental ou na zona econômica exclusiva; remessa à instituição destinatária e o acesso a
II - conhecimento tradicional associado: conhecimento tradicional associado;
informação ou prática individual ou coletiva de XI - Autorização Especial de Acesso e de
comunidade indígena ou de comunidade local, Remessa: documento que permite, sob
com valor real ou potencial, associada ao condições específicas, o acesso a amostra de
patrimônio genético; componente do patrimônio genético e sua
III - comunidade local: grupo humano, remessa à instituição destinatária e o acesso a
incluindo remanescentes de comunidades de conhecimento tradicional associado, com
quilombos, distinto por suas condições prazo de duração de até dois anos, renovável
culturais, que se organiza, tradicionalmente, por iguais períodos;
por gerações sucessivas e costumes próprios, e XII - Termo de Transferência de Material:
que conserva suas instituições sociais e instrumento de adesão a ser firmado pela
econômicas; instituição destinatária antes da remessa de
IV - acesso ao patrimônio genético: obtenção qualquer amostra de componente do
de amostra de componente do patrimônio patrimônio genético, indicando, quando for o
genético para fins de pesquisa científica, caso, se houve acesso a conhecimento
desenvolvimento tecnológico ou tradicional associado;
bioprospecção, visando a sua aplicação XIII - Contrato de Utilização do Patrimônio
industrial ou de outra natureza; Genético e de Repartição de Benefícios:
instrumento jurídico multilateral, que qualifica

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as partes, o objeto e as condições de acesso e a) utilizar, realizar testes, pesquisas ou
de remessa de componente do patrimônio exploração, relacionados ao conhecimento
genético e de conhecimento tradicional tradicional associado;
associado, bem como as condições para b) divulgar, transmitir ou retransmitir dados
repartição de benefícios; ou informações que integram ou constituem
XIV - condição ex situ: manutenção de conhecimento tradicional associado;
amostra de componente do patrimônio III - perceber benefícios pela exploração
genético fora de seu habitat natural, em econômica por terceiros, direta ou
coleções vivas ou mortas. indiretamente, de conhecimento tradicional
CAPÍTULO III associado, cujos direitos são de sua
DA PROTEÇÃO AO CONHECIMENTO titularidade, nos termos desta Medida
TRADICIONAL ASSOCIADO Provisória.
Art. 8º Fica protegido por esta Medida Parágrafo único. Para efeito desta Medida
Provisória o conhecimento tradicional das Provisória, qualquer conhecimento tradicional
comunidades indígenas e das comunidades associado ao patrimônio genético poderá ser
locais, associado ao patrimônio genético, de titularidade da comunidade, ainda que
contra a utilização e exploração ilícita e outras apenas um indivíduo, membro dessa
ações lesivas ou não autorizadas pelo comunidade, detenha esse conhecimento.
Conselho de Gestão de que trata o art. 10, ou CAPÍTULO IV
por instituição credenciada. DAS COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES
§ 1º O Estado reconhece o direito das INSTITUCIONAIS
comunidades indígenas e das comunidades Art. 10. Fica criado, no âmbito do Ministério
locais para decidir sobre o uso de seus do Meio Ambiente, o Conselho de Gestão do
conhecimentos tradicionais associados ao Patrimônio Genético, de caráter deliberativo e
patrimônio genético do País, nos termos desta normativo, composto de representantes de
Medida Provisória e do seu regulamento. órgãos e de entidades da Administração
§ 2º O conhecimento tradicional associado ao Pública Federal que detêm competência sobre
patrimônio genético de que trata esta Medida as diversas ações de que trata esta Medida
Provisória integra o patrimônio cultural Provisória.
brasileiro e poderá ser objeto de cadastro, § 1º O Conselho de Gestão será presidido pelo
conforme dispuser o Conselho de Gestão ou representante do Ministério do Meio
legislação específica. Ambiente.
§ 3º A proteção outorgada por esta Medida § 2º O Conselho de Gestão terá sua
Provisória não poderá ser interpretada de composição e seu funcionamento dispostos no
modo a obstar a preservação, a utilização e o regulamento.
desenvolvimento de conhecimento tradicional
de comunidade indígena ou comunidade local. Art. 11. Compete ao Conselho de Gestão:
§ 4º A proteção ora instituída não afetará, I - coordenar a implementação de políticas
prejudicará ou limitará direitos relativos à para a gestão do patrimônio genético;
propriedade intelectual. II - estabelecer:
Art. 9º À comunidade indígena e à a) normas técnicas;
comunidade local que criam, desenvolvem, b) critérios para as autorizações de acesso e
detêm ou conservam conhecimento de remessa;
tradicional associado ao patrimônio genético, é c) diretrizes para elaboração do Contrato de
garantido o direito de: Utilização do Patrimônio Genético e de
I - ter indicada a origem do acesso ao Repartição de Benefícios;
conhecimento tradicional em todas as d) critérios para a criação de base de dados
publicações, utilizações, explorações e para o registro de informação sobre
divulgações; conhecimento tradicional associado;
II - impedir terceiros não autorizados de: III - acompanhar, em articulação com órgãos
federais, ou mediante convênio com outras
instituições, as atividades de acesso e de
remessa de amostra de componente do
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patrimônio genético e de acesso a VII - funcionar como instância superior de
conhecimento tradicional associado; recurso em relação a decisão de instituição
IV - deliberar sobre: credenciada e dos atos decorrentes da
a) autorização de acesso e de remessa de aplicação desta Medida Provisória;
amostra de componente do patrimônio VIII - aprovar seu regimento interno.
genético, mediante anuência prévia de seu § 1º Das decisões do Conselho de Gestão
titular; caberá recurso ao plenário, na forma do
b) autorização de acesso a conhecimento regulamento.
tradicional associado, mediante anuência § 2º O Conselho de Gestão poderá organizar-
prévia de seu titular; se em câmaras temáticas, para subsidiar
c) autorização especial de acesso e decisões do plenário.
de remessa de amostra de Art. 12. A atividade de coleta de componente
componente do patrimônio genético à do patrimônio genético e de acesso a
instituição nacional, pública ou privada, que conhecimento tradicional associado, que
exerça atividade de pesquisa e contribua para o avanço do conhecimento e
desenvolvimento nas áreas biológicas e que não esteja associada à bioprospecção,
afins, e à universidade nacional, pública ou quando envolver a participação de pessoa
privada, com prazo de duração de até dois jurídica estrangeira, será autorizada pelo
anos, renovável por iguais períodos, nos termos órgão responsável pela política nacional de
do regulamento; pesquisa científica e tecnológica, observadas
d) autorização especial de acesso a as determinações desta Medida Provisória e a
conhecimento tradicional associado à legislação vigente.
instituição nacional, pública ou privada, que Parágrafo único. A autorização prevista no
exerça atividade de pesquisa e caput deste artigo observará as normas
desenvolvimento nas áreas biológicas e afins, e técnicas definidas pelo Conselho de Gestão, o
à universidade nacional, pública ou privada, qual exercerá supervisão dessas atividades. Art.
com prazo de duração de até dois anos, 13. Compete ao Presidente do Conselho de
renovável por iguais períodos, nos termos do Gestão firmar, em nome da União,
regulamento; Contrato de Utilização do Patrimônio Genético e
e) credenciamento de instituição pública de Repartição de Benefícios.
nacional de pesquisa e desenvolvimento ou de § 1º Mantida a competência de que trata o
instituição pública federal de gestão para caput deste artigo, o Presidente do Conselho
autorizar outra instituição nacional, pública ou de Gestão subdelegará ao titular de instituição
privada, que exerça atividade de pesquisa e pública federal de pesquisa e desenvolvimento
desenvolvimento nas áreas biológicas e afins: ou instituição pública federal de gestão a
1. a acessar amostra de componente do competência prevista no caput deste artigo,
patrimônio genético e de conhecimento conforme sua respectiva área de atuação.
tradicional associado; § 2º Quando a instituição prevista no
2. a remeter amostra de componente do parágrafo anterior for parte interessada no
patrimônio genético para instituição nacional, contrato, este será firmado pelo Presidente do
pública ou privada, ou para instituição sediada Conselho de Gestão.
no exterior; Art. 14. Caberá à instituição credenciada de
f) credenciamento de instituição pública que tratam os números 1 e 2 da alínea "e" do
nacional para ser fiel depositária de amostra inciso IV do art. 11 desta Medida Provisória
de componente do patrimônio genético; uma ou mais das seguintes atribuições,
V - dar anuência aos Contratos de Utilização observadas as diretrizes do Conselho de
do Patrimônio Genético e de Repartição de Gestão:
Benefícios quanto ao atendimento dos I - analisar requerimento e emitir, a terceiros,
requisitos previstos nesta Medida Provisória e autorização:
no seu regulamento; a) de acesso a amostra de componente do
VI - promover debates e consultas públicas patrimônio genético existente em condições in
sobre os temas de que trata esta Medida situ no território nacional, na plataforma
Provisória;

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continental e na zona econômica exclusiva, Art. 15. Fica autorizada a criação, no âmbito
mediante anuência prévia de seus titulares; do Ministério do Meio Ambiente, de unidade
b) de acesso a conhecimento tradicional executora que exercerá a função de secretaria
associado, mediante anuência prévia dos executiva do Conselho de Gestão, de que
titulares da área; trata o art. 10 desta Medida Provisória, com
as seguintes atribuições, dentre outras:
c) de remessa de amostra de componente do
patrimônio genético para instituição nacional, I - implementar as deliberações do Conselho
pública ou privada, ou para instituição sediada de Gestão;
no exterior; II - dar suporte às instituições credenciadas; III
II - acompanhar, em articulação com órgãos - emitir, de acordo com deliberação do
federais, ou mediante convênio com outras Conselho de Gestão e em seu nome:
instituições, as atividades de acesso e de a) Autorização de Acesso e de Remessa;
remessa de amostra de componente do b) Autorização Especial de Acesso e de
patrimônio genético e de acesso a Remessa;
conhecimento tradicional associado;
IV - acompanhar, em articulação com os
III - criar e manter: demais órgãos federais, as atividades de
a) cadastro de coleções ex situ, conforme acesso e de remessa de amostra de
previsto no art. 18 desta Medida Provisória; componente do patrimônio genético e de
b) base de dados para registro de informações acesso a conhecimento tradicional associado; V
obtidas durante a coleta de amostra de - credenciar, de acordo com deliberação do
componente do patrimônio genético; Conselho de Gestão e em seu nome,
c) base de dados relativos às Autorizações de instituição pública nacional de pesquisa e
Acesso e de Remessa, aos Termos desenvolvimento ou instituição pública federal
de Transferência de Material e de gestão para autorizar instituição nacional,
aos Contratos de Utilização do Patrimônio pública ou privada:
Genético e de Repartição de Benefícios, a) a acessar amostra de componente do
na forma do regulamento; patrimônio genético e de conhecimento
IV - divulgar, periodicamente, lista das tradicional associado;
Autorizações de Acesso e de Remessa, dos b) a enviar amostra de componente do
Termos de Transferência de Material e dos patrimônio genético para instituição nacional,
Contratos de Utilização do Patrimônio pública ou privada, ou para instituição sediada
Genético e de Repartição de Benefícios; no exterior, respeitadas as exigências do art.
V - acompanhar a implementação dos Termos 19 desta Medida Provisória;
de Transferência de Material e dos Contratos VI - credenciar, de acordo com deliberação do
de Utilização do Patrimônio Genético e de Conselho de Gestão e em seu nome,
Repartição de Benefícios referente aos instituição pública nacional para ser fiel
processos por ela autorizados. depositária de amostra de componente do
§ 1º A instituição credenciada deverá, patrimônio genético;
anualmente, mediante relatório, dar VII - registrar os Contratos de Utilização do
conhecimento pleno ao Conselho de Gestão Patrimônio Genético e de Repartição de
sobre a atividade realizada e repassar cópia Benefícios, após anuência do Conselho de
das bases de dados à unidade executora Gestão;
prevista no art. 15.
VIII - divulgar lista de espécies de intercâmbio
§ 2º A instituição credenciada, na forma do facilitado constantes de acordos
art. 11, deverá observar o cumprimento das internacionais, inclusive sobre segurança
disposições desta Medida Provisória, do seu alimentar, dos quais o País seja signatário, de
regulamento e das decisões do Conselho de acordo com o § 2º do art. 19 desta Medida
Gestão, sob pena de seu descredenciamento, Provisória;
ficando, ainda, sujeita à aplicação, no que
couber, das penalidades previstas no art. 30 e IX - criar e manter:
na legislação vigente. a) cadastro de coleções ex situ, conforme
previsto no art. 18;

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b) base de dados para registro de informações de Utilização do Patrimônio Genético e de
obtidas durante a coleta de amostra de Repartição de Benefícios.
componente do patrimônio genético; § 5º Caso seja identificado potencial de uso
c) base de dados relativos às Autorizações de econômico, de produto ou processo, passível
Acesso e de Remessa, aos Termos ou não de proteção intelectual, originado de
de Transferência de Material e amostra de componente do patrimônio
aos Contratos de Utilização do Patrimônio genético e de informaçãooriunda de
Genético e de Repartição de Benefícios; conhecimento tradicional associado, acessado
X - divulgar, periodicamente, lista das com base em autorização que não
Autorizações de Acesso e de Remessa, dos estabeleceu esta hipótese, a instituição
Termos de Transferência de Material e dos beneficiária obriga-se a comunicar ao
Contratos de Utilização do Patrimônio Conselho de Gestão ou a instituição onde se
Genético e de Repartição de Benefícios. originou o processo de acesso e de remessa,
para a formalização de Contrato de Utilização
CAPÍTULO V
do Patrimônio Genético e de Repartição de
DO ACESSO E DA REMESSA Benefícios.
Art. 16. O acesso a componente do § 6º A participação de pessoa jurídica
patrimônio genético existente em condições in estrangeira em expedição para coleta de
situ no território nacional, na plataforma amostra de componente do patrimônio
continental e na zona econômica exclusiva, e genético in situ e para acesso de
ao conhecimento tradicional associado far-se- á conhecimento tradicional associado somente
mediante a coleta de amostra e de será autorizada quando em conjunto com
informação, respectivamente, e somente será instituição pública nacional, ficando a
autorizado a instituição nacional, pública ou coordenação das atividades obrigatoriamente a
privada, que exerça atividades de pesquisa e cargo desta última e desde que todas as
desenvolvimento nas áreas biológicas e afins, instituições envolvidas exerçam atividades de
mediante prévia autorização, na forma desta pesquisa e desenvolvimento nas áreas
Medida Provisória. biológicas e afins.
§ 1º O responsável pela expedição de coleta § 7º A pesquisa sobre componentes do
deverá, ao término de suas atividades em patrimônio genético deve ser realizada
cada área acessada, assinar com o seu titular preferencialmente no território nacional.
ou representante declaração contendo
listagem do material acessado, na forma do § 8º A Autorização de Acesso e de Remessa
regulamento. de amostra de componente do patrimônio
genético de espécie de endemismo estrito ou
§ 2º Excepcionalmente, nos casos em que o ameaçada de extinção dependerá da anuência
titular da área ou seu representante não for prévia do órgão competente.
identificado ou localizado por ocasião da
expedição de coleta, a declaração contendo § 9º A Autorização de Acesso e de Remessa
listagem do material acessado deverá ser dar-se-á após a anuência prévia:
assinada pelo responsável pela expedição e I - da comunidade indígena envolvida, ouvido
encaminhada ao Conselho de Gestão. o órgão indigenista oficial, quando o acesso
§ 3º Sub-amostra representativa de cada ocorrer em terra indígena;
população componente do patrimônio II - do órgão competente, quando o acesso
genético acessada deve ser depositada em ocorrer em área protegida;
condição ex situ em instituição credenciada III - do titular de área privada, quando o
como fiel depositária, de que trata a alínea "f" acesso nela ocorrer;
do inciso IV do art. 11 desta Medida IV - do Conselho de Defesa Nacional, quando o
Provisória, na forma do regulamento. acesso se der em área indispensável à
§ 4º Quando houver perspectiva de uso segurança nacional;
comercial, o acesso a amostra de componente V - da autoridade marítima, quando o acesso
do patrimônio genético, em condições in situ, e se der em águas jurisdicionais brasileiras, na
ao conhecimento tradicional associado só plataforma continental e na zona econômica
poderá ocorrer após assinatura de Contrato exclusiva.

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§ 10. O detentor de Autorização de Acesso e cumulativo das seguintes condições, além de
de Remessa de que tratam os incisos I a V do outras que o Conselho de Gestão venha a
§ 9º deste artigo fica responsável a ressarcir o estabelecer:
titular da área por eventuais danos ou I - depósito de sub-amostra representativa de
prejuízos, desde que devidamente componente do patrimônio genético em
comprovados. coleção mantida por instituição credenciada,
§ 11. A instituição detentora de Autorização caso ainda não tenha sido cumprido o
Especial de Acesso e de Remessa disposto no § 3º do art. 16 desta Medida
encaminhará ao Conselho de Gestão as Provisória;
anuências de que tratam os §§ 8º e 9º deste II - nos casos de amostra de componente do
artigo antes ou por ocasião das expedições de patrimônio genético acessado em condições
coleta a serem efetuadas durante o período in situ, antes da edição desta Medida
de vigência da Autorização, cujo Provisória, o depósito de que trata o inciso
descumprimento acarretará o seu anterior será feito na forma acessada, se
cancelamento.
ainda disponível, nos termos do regulamento;
Art. 17. Em caso de relevante interesse III - fornecimento de informação obtida
público, assim caracterizado pelo Conselho de durante a coleta de amostra de componente
Gestão, o ingresso em área pública ou privada do patrimônio genético para registro em base
para acesso a amostra de componente do de dados mencionada na alínea "b" do inciso
patrimônio genético dispensará anuência
III do art. 14 e alínea "b" do inciso IX do art.
prévia dos seus titulares, garantido a estes o
15 desta Medida Provisória;
disposto nos arts. 24 e 25 desta Medida
Provisória. IV - prévia assinatura de Termo de
Transferência de Material.
§ 1º No caso previsto no caput deste artigo, a
comunidade indígena, a comunidade local ou § 1º Sempre que houver perspectiva de uso
o proprietário deverá ser previamente comercial de produto ou processo resultante
informado. da utilização de componente do patrimônio
genético será necessária a prévia assinatura
§ 2º Em se tratando de terra indígena,
de Contrato de Utilização do Patrimônio
observar-se-á o disposto no § 6º do art. 231
Genético e de Repartição de Benefícios.
da Constituição Federal.
§ 2º A remessa de amostra de componente
Art. 18. A conservação ex situ de amostra de
do patrimônio genético de espécies
componente do patrimônio genético deve ser
consideradas de intercâmbio facilitado em
realizada no território nacional, podendo,
acordos internacionais, inclusive sobre
suplementarmente, a critério do Conselho de
segurança alimentar, dos quais o País seja
Gestão, ser realizada no exterior.
signatário, deverá ser efetuada em
§ 1º As coleções ex situ de amostra de conformidade com as condições neles
componente do patrimônio genético deverão definidas, mantidas as exigências deles
ser cadastradas junto à unidade executora do constantes.
Conselho de Gestão, conforme dispuser o
§ 3º A remessa de qualquer amostra de
regulamento.
componente do patrimônio genético de
§ 2º O Conselho de Gestão poderá delegar o instituição nacional, pública ou privada, para
cadastramento de que trata o § 1º deste instituição sediada no exterior, será efetuada a
artigo a uma ou mais instituições partir de material em condições ex situ,
credenciadas na forma das alíneas "d" e "e" mediante a informação do uso pretendido e a
do inciso IV do art. 11 desta Medida prévia autorização do Conselho de Gestão ou
Provisória. de instituição credenciada, observado o
Art. 19. A remessa de amostra de cumprimento cumulativo das condições
componente do patrimônio genético de estabelecidas nos incisos I a IV e §§ 1º e 2º
instituição nacional, pública ou privada, para deste artigo.
outra instituição nacional, pública ou privada, Art. 20. O Termo de Transferência de Material
será efetuada a partir de material em terá seu modelo aprovado pelo Conselho de
condições ex situ, mediante a informação do Gestão.
uso pretendido, observado o cumprimento
CAPÍTULO VI
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DO ACESSO À TECNOLOGIA E por instituição nacional ou instituição sediada
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA no exterior, serão repartidos, de forma justa e
Art. 21. A instituição que receber amostra de eqüitativa, entre as partes contratantes,
componente do patrimônio genético ou conforme dispuser o regulamento e a
conhecimento tradicional associado facilitará o legislação pertinente.
acesso à tecnologia e transferência de Parágrafo único. À União, quando não for
tecnologia para a conservação e utilização parte no Contrato de Utilização do Patrimônio
desse patrimônio ou desse conhecimento à Genético e de Repartição de Benefícios, será
instituição nacional responsável pelo acesso e assegurada, no que couber, a participação nos
remessa da amostra e da informação sobre o benefícios a que se refere o caput deste
conhecimento, ou instituição por ela indicada. artigo, na forma do regulamento.
Art. 22. O acesso à tecnologia e transferência Art. 25. Os benefícios decorrentes da
de tecnologia entre instituição nacional de exploração econômica de produto ou
pesquisa e desenvolvimento, pública ou processo, desenvolvido a partir de amostra do
privada, e instituição sediada no exterior, patrimônio genético ou de conhecimento
poderá realizar-se, dentre outras atividades, tradicional associado, poderão constituir-se,
mediante: dentre outros, de:
I - pesquisa científica e desenvolvimento I - divisão de lucros;
tecnológico; II - pagamento de royalties;
II - formação e capacitação de recursos III - acesso e transferência de tecnologias;
humanos; IV - licenciamento, livre de ônus, de produtos e
III - intercâmbio de informações; processos; e
IV - intercâmbio entre instituição nacional de V - capacitação de recursos humanos.
pesquisa e instituição de pesquisa sediada no Art. 26. A exploração econômica de produto
exterior; ou processo desenvolvido a partir de amostra
V - consolidação de infra-estrutura de de componente do patrimônio genético ou de
pesquisa científica e de desenvolvimento conhecimento tradicional associado, acessada
tecnológico; em desacordo com as disposições desta
Medida Provisória, sujeitará o infrator ao
VI - exploração econômica, em parceria, de
pagamento de indenização correspondente a,
processo e produto derivado do uso de
no mínimo, vinte por cento do faturamento
componente do patrimônio genético; e
bruto obtido na comercialização de produto ou
VII - estabelecimento de empreendimento de royalties obtidos de terceiros pelo infrator,
conjunto de base tecnológica. em decorrência de licenciamento de produto
Art. 23. A empresa que, no processo de ou processo ou do uso da tecnologia,
garantir o acesso à tecnologia e transferência protegidos ou não por propriedade intelectual,
de tecnologia à instituição nacional, pública ou sem prejuízo das sanções administrativas e
privada, responsável pelo acesso e remessa penais cabíveis.
de amostra de componente do patrimônio Art. 27. O Contrato de Utilização do
genético e pelo acesso à informação sobre Patrimônio Genético e de Repartição de
conhecimento tradicional associado, investir Benefícios deverá indicar e qualificar com
em atividade de pesquisa e desenvolvimento clareza as partes contratantes, sendo, de um
no País, fará jus a incentivo fiscal para a lado, o proprietário da área pública ou
capacitação tecnológica da indústria e da privada, ou o representante da comunidade
agropecuária, e a outros instrumentos de indígena e do órgão indigenista oficial, ou o
estímulo, na forma da legislação pertinente. representante da comunidade local e, de
CAPÍTULO VII outro, a instituição nacional autorizada a
DA REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS efetuar o acesso e a instituição destinatária. Art.
Art. 24. Os benefícios resultantes da 28. São cláusulas essenciais do Contrato de
exploração econômica de produto ou processo Utilização do Patrimônio Genético e de
desenvolvido a partir de amostra de Repartição de Benefícios, na forma do
componente do patrimônio genético e de regulamento, sem prejuízo de outras, as que
conhecimento tradicional associado, obtidos disponham sobre:

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I - objeto, seus elementos, quantificação da genético ou do conhecimento tradicional
amostra e uso pretendido; associado e sua apreensão;
II - prazo de duração; VI - embargo da atividade;
III - forma de repartição justa e eqüitativa de VII - interdição parcial ou total do
benefícios e, quando for o caso, acesso à estabelecimento, atividade ou
tecnologia e transferência de tecnologia; empreendimento;
IV - direitos e responsabilidades das partes; V VIII - suspensão de registro, patente, licença
- direito de propriedade intelectual; ou autorização;
VI - rescisão; IX - cancelamento de registro, patente,
VII - penalidades; licença ou autorização;
VIII - foro no Brasil. X - perda ou restrição de incentivo e benefício
fiscal concedidos pelo governo;
Parágrafo único. Quando a União for parte, o
contrato referido no caput deste artigo reger- XI - perda ou suspensão da participação em
se-á pelo regime jurídico de direito público. Art. linha de financiamento em estabelecimento
29. Os Contratos de Utilização do oficial de crédito;
Patrimônio Genético e de Repartição de XII - intervenção no estabelecimento;
Benefícios serão submetidos para registro no XIII - proibição de contratar com a
Conselho de Gestão e só terão eficácia após Administração Pública, por período de até
sua anuência. cinco anos.
Parágrafo único. Serão nulos, não gerando § 2º As amostras, os produtos e os
qualquer efeito jurídico, os Contratos de instrumentos de que tratam os incisos III, IV e
Utilização do Patrimônio Genético e de V do § 1º deste artigo, terão sua destinação
Repartição de Benefícios firmados em definida pelo Conselho de Gestão.
desacordo com os dispositivos desta Medida § 3º As sanções estabelecidas neste artigo
Provisória e de seu regulamento. serão aplicadas na forma processual
CAPÍTULO VIII estabelecida no regulamento desta Medida
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS Provisória, sem prejuízo das sanções civis ou
penais cabíveis.
Art. 30. Considera-se infração administrativa
contra o patrimônio genético ou ao § 4º A multa de que trata o inciso II do § 1º
conhecimento tradicional associado toda ação deste artigo será arbitrada pela autoridade
ou omissão que viole as normas desta Medida competente, de acordo com a gravidade da
Provisória e demais disposições legais infração e na forma do regulamento, podendo
pertinentes. (Vide Decreto nº 5.459, de 2005) variar de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$
100.000,00 (cem mil reais), quando se tratar
§ 1º As infrações administrativas serão
de pessoa física.
punidas na forma estabelecida no
regulamento desta Medida Provisória, com as § 5º Se a infração for cometida por pessoa
seguintes sanções: jurídica, ou com seu concurso, a multa será
de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$
I - advertência;
50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais),
II - multa; arbitrada pela autoridade competente, de
III - apreensão das amostras de componentes acordo com a gravidade da infração, na forma
do patrimônio genético e dos instrumentos do regulamento.
utilizados na coleta ou no processamento ou § 6º Em caso de reincidência, a multa será
dos produtos obtidos a partir de informação aplicada em dobro.
sobre conhecimento tradicional associado;
CAPÍTULO IX
IV - apreensão dos produtos derivados de
amostra de componente do patrimônio DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
genético ou do conhecimento tradicional Art. 31. A concessão de direito de propriedade
associado; industrial pelos órgãos competentes, sobre
processo ou produto obtido a partir de
V - suspensão da venda do produto derivado
de amostra de componente do patrimônio amostra de componente do patrimônio
genético, fica condicionada à observância
desta Medida Provisória, devendo o
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requerente informar a origem do material Art. 37. Ficam convalidados os atos praticados
genético e do conhecimento tradicional com base na Medida Provisória no 2.186-15,
associado, quando for o caso. de 26 de julho de 2001.
Art. 32. Os órgãos federais competentes Art. 38. Esta Medida Provisória entra em vigor
exercerão a fiscalização, a interceptação e a na data de sua publicação.
apreensão de amostra de componente do Brasília, 23 de agosto de 2001; 180o da
patrimônio genético ou de produto obtido a Independência e 113º da República. FERNANDO
partir de informação sobre conhecimento
HENRIQUE CARDOSO
tradicional associado, acessados em
desacordo com as disposições desta Medida José Gregori
Provisória, podendo, ainda, tais atividades José Serra
serem descentralizadas, mediante convênios, Ronaldo Mota Sardenberg
de acordo com o regulamento. José Sarney Filho
Art. 33. A parcela dos lucros e dos royalties Este texto não substitui o publicado no D.O.U.
devidos à União, resultantes da exploração de 24.8.2001.
econômica de processo ou produto
desenvolvido a partir de amostra de
componente do patrimônio genético, bem
como o valor das multas e indenizações de Lei nº 8.159/1991
que trata esta Medida Provisória serão
destinados ao Fundo Nacional do Meio Lei nº 8.159, DE 8 DE JANEIRO DE 1991.
Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de Dispõe sobre a política nacional de arquivos
julho de 1989, ao Fundo Naval, criado pelo públicos e privados e dá outras providências.
Decreto no 20.923, de 8 de janeiro de 1932, e Decreto nº 2.94 2, de 18.1.99, Regulamenta
ao Fundo Nacional de Desenvolvimento os arts. 7º, 11 e 16 (revogado)
Científico e Tecnológico, criado pelo Decreto- Decreto nº 4.553, de 27.12.02
Lei nº 719, de 31 de julho de 1969, e O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber
restabelecido pela Lei nº 8.172, de 18 de que o Congresso Nacional decreta e eu
janeiro de 1991, na forma do regulamento. sanciono a seguinte lei:
Parágrafo único. Os recursos de que trata este CAPÍTULO I
artigo serão utilizados exclusivamente na Disposições Gerais
conservação da diversidade biológica,
Art. 1º É dever do Poder Público a gestão
incluindo a recuperação, criação e
documental e a de proteção especial a
manutenção de bancos depositários, no
documentos de arquivos, como instrumento
fomento à pesquisa científica, no
de apoio à administração, à cultura, ao
desenvolvimento tecnológico associado ao
desenvolvimento científico e como elementos
patrimônio genético e na capacitação de de prova e informação.
recursos humanos associados ao
Art. 2º Consideram-se arquivos, para os fins
desenvolvimento das atividades relacionadas
desta lei, os conjuntos de documentos
ao uso e à conservação do patrimônio
produzidos e recebidos por órgãos públicos,
genético.
instituições de caráter público e entidades
Art. 34. A pessoa que utiliza ou explora
privadas, em decorrência do exercício de
economicamente componentes do patrimônio
atividades específicas, bem como por pessoa
genético e conhecimento tradicional associado
física, qualquer que seja o suporte da
deverá adequar suas atividades às normas
informação ou a natureza dos documentos. Art.
desta Medida Provisória e do seu
regulamento. 3º Considera-se gestão de documentos o
conjunto de procedimentos e operações
Art. 35. O Poder Executivo regulamentará
técnicas à sua produção, tramitação, uso,
esta Medida Provisória até 30 de dezembro de
avaliação e arquivamento em fase corrente e
2001.
intermediária, visando a sua eliminação ou
Art. 36. As disposições desta Medida recolhimento para guarda permanente.
Provisória não se aplicam à matéria regulada
Art. 4º Todos têm direito a receber dos órgãos
pela
públicos informações de seu interesse

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particular ou de interesse coletivo ou geral, Art. 9º Aeliminação de documentos
contidas em documentos de arquivos, que produzidos por instituições públicas e de
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de caráter público será realizada mediante
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujos autorização da instituição arquivística pública,
sigilo seja imprescindível à segurança da na sua específica esfera de competência.
sociedade e do Estado, bem como à Art. 10º Os documentos de valor permanente
inviolabilidade da intimidade, da vida privada, são inalienáveis e imprescritíveis.
da honra e da imagem das pessoas. CAPÍTULO III
Art. 5º A Administração Pública franqueará a Dos Arquivos Privados
consulta aos documentos públicos na forma
Art. 11. Consideram-se arquivos privados os
desta lei.
conjuntos de documentos produzidos ou
Art. 6º Fica resguardado o direito de recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em
indenização pelo dano material ou moral decorrência de suas atividades.
decorrente da violação do sigilo, sem prejuízo
Art. 12. Os arquivos privados podem ser
das ações penal, civil e administrativa.
identificados pelo Poder Público como de
CAPÍTULO II interesse público e social, desde que sejam
Dos Arquivos Públicos considerados como conjuntos de fontes
Art. 7º Os arquivos públicos são os conjuntos relevantes para a história e desenvolvimento
de documentos produzidos e recebidos, no científico nacional.
exercício de suas atividades, por órgãos Art. 13. Os arquivos privados identificados
públicos de âmbito federal, estadual, do como de interesse público e social não
Distrito Federal e municipal em decorrência de poderão ser alienados com dispersão ou perda
suas funções administrativas, legislativas e da unidade documental, nem transferidos
judiciárias. para o exterior.
§ 1º São também públicos os conjuntos de Parágrafo único. Na alienação desses arquivos o
documentos produzidos e recebidos por Poder Público exercerá preferência na
instituições de caráter público, por entidades aquisição.
privadas encarregadas da gestão de serviços Art. 14. O acesso aos documentos de arquivos
públicos no exercício de suas atividades. privados identificados como de interesse
§ 2º A cessação de atividades de instituições público e social poderá ser franqueado
públicas e de caráter público implica o mediante autorização de seu proprietário ou
recolhimento de sua documentação à possuidor.
instituição arquivística pública ou a sua Art. 15. Os arquivos privados identificados
transferência à instituição sucessora. como de interesse público e social poderão ser
Art. 8º Os documentos públicos são depositados a título revogável, ou doados a
identificados como correntes, intermediários e instituições arquivísticas públicas.
permanentes. Art. 16. Os registros civis de arquivos de
§ 1º Consideram-se documentos correntes entidades religiosas produzidos anteriormente à
aqueles em curso ou que, mesmo sem vigência do Código Civil ficam identificados
movimentação, constituam de consultas como de interesse público e social.
freqüentes. CAPÍTULO IV
§ 2º Consideram-se documentos Da Organização e Administração de
intermediários aqueles que, não sendo de uso Instituições Arquivísticas Públicas
corrente nos órgãos produtores, por razões de
Art. 17. A administração da documentação
interesse administrativo, aguardam a sua
pública ou de caráter público compete às
eliminação ou recolhimento para guarda
instituições arquivísticas federais, estaduais,
permanente.
do Distrito Federal e municipais.
§ 3º Consideram-se permanentes os
§ 1º São Arquivos Federais o Arquivo Nacional
conjuntos de documentos de valor histórico,
do Poder Executivo, e os arquivos do Poder
probatório e informativo que devem ser
Legislativo e do Poder Judiciário. São
definitivamente preservados.
considerados, também, do Poder Executivo os
arquivos do Ministério da Marinha, do

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Ministério das Relações Exteriores, do Art. 23. Decreto fixará as categorias de sigilo
Ministério do Exército e do Ministério da que deverão ser obedecidas pelos órgãos
Aeronáutica. públicos na classificação dos documentos por
§ 2º São Arquivos Estaduais o arquivo do eles produzidos.
Poder Executivo, o arquivo do Poder § 1º Os documentos cuja divulgação ponha
Legislativo e o arquivo do Poder Judiciário. em risco a segurança da sociedade e do
§ 3º São Arquivos do Distrito Federal o Estado, bem como aqueles necessários ao
arquivo do Poder Executivo, o Arquivo do resguardo da inviolabilidade da intimidade, da
Poder Legislativo e o arquivo do Poder vida privada, da honra e da imagem das
Judiciário. pessoas são originariamente sigilosos.
§ 4º São Arquivos Municipais o arquivo do § 2º O acesso aos documentos sigilosos
Poder Executivo e o arquivo do Poder referentes à segurança da sociedade e do
Legislativo. Estado será restrito por um prazo máximo de
30 (trinta) anos, a contar da data de sua
§ 5º Os arquivos públicos dos Territórios são
produção, podendo esse prazo ser
organizados de acordo com sua estrutura prorrogado, por uma única vez, por igual
político-jurídica. período.
Art. 18. Compete ao Arquivo Nacional a § 3º O acesso aos documentos sigilosos
gestão e o recolhimento dos documentos referente à honra e à imagem das pessoas
produzidos e recebidos pelo Poder Executivo será restrito por um prazo máximo de 100
Federal, bem como preservar e facultar o (cem) anos, a contar da sua data de
acesso aos documentos sob sua guarda, e
produção.
acompanhar e implementar a política nacional
de arquivos. Art. 24. Poderá o Poder Judiciário, em
qualquer instância, determinar a exibição
Parágrafo único. Para o pleno exercício de
reservada de qualquer documento sigiloso,
suas funções, o Arquivo Nacional poderá criar
sempre que indispensável à defesa de direito
unidades regionais.
próprio ou esclarecimento de situação pessoal
Art. 19. Competem aos arquivos do Poder da parte.
Legislativo Federal a gestão e o recolhimento
Parágrafo único. Nenhuma norma de
dos documentos produzidos e recebidos pelo
organização administrativa será interpretada
Poder Legislativo Federal no exercício das
de modo a, por qualquer forma, restringir o
suas funções, bem como preservar e facultar o
disposto neste artigo.
acesso aos documentos sob sua guarda.
Disposições Finais
Art. 20. Competem aos arquivos do Poder
Judiciário Federal a gestão e o recolhimento Art. 25. Ficará sujeito à responsabilidade
dos documentos produzidos e recebidos pelo penal, civil e administrativa, na forma da
Poder Judiciário Federal no exercício de suas legislação em vigor, aquele que desfigurar ou
funções, tramitados em juízo e oriundos de destruir documentos de valor permanente ou
cartórios e secretarias, bem como preservar e considerado como de interesse público e
facultar o acesso aos documentos sob sua social.
guarda. Art. 26. Fica criado o Conselho Nacional de
Art. 21. Legislação estadual, do Distrito Arquivos (Conarq), órgão vinculado ao
Arquivo Nacional, que definirá a política
Federal e municipal definirá os critérios de
nacional de arquivos, como órgão central de
organização e vinculação dos arquivos
um Sistema Nacional de Arquivos (Sinar).
estaduais e municipais, bem como a gestão e o
acesso aos documentos, observado o § 1º O Conselho Nacional de Arquivos será
presidido pelo Diretor-Geral do Arquivo
disposto na Constituição Federal e nesta lei.
Nacional e integrado por representantes de
CAPÍTULO V
instituições arquivísticas e acadêmicas,
Do Acesso e do Sigilo dos Documentos públicas e privadas.
Públicos
§ 2º A estrutura e funcionamento do conselho
Art. 22. É assegurado o direito de acesso criado neste artigo serão estabelecidos em
pleno aos documentos públicos. regulamento.

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Art. 27. Esta lei entra em vigor na data de sua Art. 2º Para efeitos da Política de Segurança
publicação. da Informação, ficam estabelecidas as
Art. 28. Revogam-se as disposições em seguintes conceituações:
contrário. I - Certificado de Conformidade: garantia
Brasília, 8 de janeiro de 1991; 170º da formal de que um produto ou serviço,
Independência e 103º da República. FERNANDO devidamente identificado, está em
COLLOR conformidade com uma norma legal;
Jarbas Passarinho II - Segurança da Informação: proteção dos
sistemas de informação contra a negação de
Este texto não substitui o publicado no D.O.U.
serviço a usuários autorizados, assim como
de 9.1.1991.
contra a intrusão, e a modificação
desautorizada de dados ou informações,
armazenados, em processamento ou em
Decreto nº 3.505/2000 trânsito, abrangendo, inclusive, a segurança
dos recursos humanos, da documentação e
DECRETO No 3.505, DE 13 DE JUNHO DE do material, das áreas e instalações das
2000. comunicações e computacional, assim como
Institui a Política de Segurança da Informação as destinadas a prevenir, detectar, deter e
nos órgãos e entidades da Administração documentar eventuais ameaças a seu
Pública Federal. desenvolvimento.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da Art. 3º São objetivos da Política da
atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, Informação:
da Constituição, e tendo em vista o disposto I - dotar os órgãos e as entidades da
na Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, e no Administração Pública Federal de
Decreto no 2.910, de 29 de dezembro de instrumentos jurídicos, normativos e
1998, organizacionais que os capacitem científica,
tecnológica e administrativamente a
DECRETA:
assegurar a confidencialidade, a integridade, a
Art. 1º Fica instituída a Política de Segurança autenticidade, o não-repúdio e a
da Informação nos órgãos e nas entidades da disponibilidade dos dados e das informações
Administração Pública Federal, que tem como tratadas, classificadas e sensíveis;
pressupostos básicos:
II - eliminar a dependência externa em
I - assegurar a garantia ao direito individual e relação a sistemas, equipamentos,
coletivo das pessoas, à inviolabilidade da sua dispositivos e atividades vinculadas à
intimidade e ao sigilo da correspondência e segurança dos sistemas de informação;
das comunicações, nos termos previstos na
Constituição; III - promover a capacitação de recursos
humanos para o desenvolvimento de
II - proteção de assuntos que mereçam competência científico-tecnológica em
tratamento especial; segurança da informação;
III - capacitação dos segmentos das IV - estabelecer normas jurídicas necessárias à
tecnologias sensíveis; efetiva implementação da segurança da
IV - uso soberano de mecanismos de informação;
segurança da informação, com o domínio de V - promover as ações necessárias à
tecnologias sensíveis e duais; implementação e manutenção da segurança
V - criação, desenvolvimento e manutenção da informação;
de mentalidade de segurança da informação; VI VI - promover o intercâmbio científico-
- capacitação científico-tecnológica do País para tecnológico entre os órgãos e as entidades da
uso da criptografia na segurança e Administração Pública Federal e as instituições
defesa do Estado; e públicas e privadas, sobre as atividades de
VII - conscientização dos órgãos e das segurança da informação;
entidades da Administração Pública Federal VII - promover a capacitação industrial do
sobre a importância das informações País com vistas à sua autonomia no
processadas e sobre o risco da sua desenvolvimento e na fabricação de produtos
vulnerabilidade.
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que incorporem recursos criptográficos, assim emprego dos produtos que incorporem
como estimular o setor produtivo a participar recursos critptográficos, de modo a assegurar a
competitivamente do mercado de bens e de confidencialidade, a autenticidade, a
serviços relacionados com a segurança da integridade e o não-repúdio, assim como a
informação; e interoperabilidade entre os Sistemas de
VIII - assegurar a interoperabilidade entre os Segurança da Informação;
sistemas de segurança da informação. IX - estabelecer as normas gerais para o uso
Art. 4º Para os fins deste Decreto, cabe à e a comercialização dos recursos
Secretaria-Executiva do Conselho de Defesa criptográficos pelos órgãos e pelas entidades
Nacional, assessorada pelo Comitê Gestor da da Administração Pública Federal, dando-se
Segurança da Informação de que trata o art. preferência, em princípio, no emprego de tais
6º, adotar as seguintes diretrizes: recursos, a produtos de origem nacional;
I - elaborar e implementar programas X - estabelecer normas, padrões e demais
destinados à conscientização e à capacitação aspectos necessários para assegurar a
dos recursos humanos que serão utilizados na confidencialidade dos dados e das
consecução dos objetivos de que trata o artigo informações, em vista da possibilidade de
anterior, visando garantir a adequada detecção de emanações eletromagnéticas,
articulação entre os órgãos e as entidades da inclusive as provenientes de recursos
Administração Pública Federal; computacionais;
II - estabelecer programas destinados à XI - estabelecer as normas inerentes à
formação e ao aprimoramento dos recursos implantação dos instrumentos e mecanismos
humanos, com vistas à definição e à necessários à emissão de certificados de
implementação de mecanismos capazes de conformidade no tocante aos produtos que
fixar e fortalecer as equipes de pesquisa e incorporem recursos criptográficos;
desenvolvimento, especializadas em todos os XII - desenvolver sistema de classificação de
campos da segurança da informação; dados e informações, com vistas à garantia
III - propor regulamentação sobre matérias dos níveis de segurança desejados, assim
afetas à segurança da informação nos órgãos e como à normatização do acesso às
nas entidades da Administração Pública informações;
Federal; XIII - estabelecer as normas relativas à
IV - estabelecer normas relativas à implementação dos Sistemas de Segurança
implementação da Política Nacional de da Informação, com vistas a garantir a sua
Telecomunicações, inclusive sobre os serviços interoperabilidade e a obtenção dos níveis de
prestados em telecomunicações, para segurança desejados, assim como assegurar a
assegurar, de modo alternativo, a permanente disponibilização dos dados e das
permanente disponibilização dos dados e das informações de interesse para a defesa
informações de interesse para a defesa nacional; e
nacional; XIV - conceber, especificar e coordenar a
V - acompanhar, em âmbito nacional e implementação da infra-estrutura de chaves
internacional, a evolução doutrinária e públicas a serem utilizadas pelos órgãos e
tecnológica das atividades inerentes à pelas entidades da Administração Pública
segurança da informação; Federal.
VI - orientar a condução da Política de Art. 5º À Agência Brasileira de Inteligência -
Segurança da Informação já existente ou a ABIN, por intermédio do Centro de Pesquisa e
ser implementada; Desenvolvimento para a Segurança das
VII - realizar auditoria nos órgãos e nas Comunicações - CEPESC, competirá:
entidades da Administração Pública Federal, I - apoiar a Secretaria-Executiva do Conselho
envolvidas com a política de segurança da de Defesa Nacional no tocante a atividades de
informação, no intuito de aferir o nível de caráter científico e tecnológico relacionadas à
segurança dos respectivos sistemas de segurança da informação; e
informação; II - integrar comitês, câmaras técnicas,
VIII - estabelecer normas, padrões, níveis, permanentes ou não, assim como equipes e
tipos e demais aspectos relacionados ao grupos de estudo relacionados ao

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desenvolvimento das suas atribuições de aprovação pelo Gabinete de Segurança
assessoramento. Institucional da Presidência da República.
Art. 6º Fica instituído o Comitê Gestor da § 3º A participação no Comitê não enseja
Segurança da Informação, com atribuição de remuneração de qualquer espécie, sendo
assessorar a Secretaria-Executiva do considerada serviço público relevante.
Conselho de Defesa Nacional na consecução § 4º A organização e o funcionamento do
das diretrizes da Política de Segurança da Comitê serão dispostos em regimento interno
Informação nos órgãos e nas entidades da por ele aprovado.
Administração Pública Federal, bem como na
§ 5º Caso necessário, o Comitê Gestor poderá
avaliação e análise de assuntos relativos aos
propor a alteração de sua composição.
objetivos estabelecidos neste Decreto.
Art. 8º Este Decreto entra em vigor na data
Art. 7º O Comitê será integrado por um
de sua publicação.
representante de cada Ministério e órgãos a
seguir indicados: Brasília, 13 de junho de 2000; 179º da
Independência e 112º da República. FERNANDO
I - Ministério da Justiça; II
HENRIQUE CARDOSO
- Ministério da Defesa;
José Gregori
III - Ministério das Relações Exteriores;
Geraldo Magela da Cruz Quintão
IV - Ministério da Fazenda;
Luiz Felipe Lampreia
V - Ministério da Previdência e Assistência
Pedro Malan Waldeck
Social;
Ornélas José Serra
VI - Ministério da Saúde;
Alcides Lopes Tápias
VII - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior; Martus Tavares
VIII - Ministério do Planejamento, Orçamento e Pimenta da Veiga
Gestão; Ronaldo Mota Sardenberg
IX - Ministério das Comunicações; Pedro Parente
X - Ministério da Ciência e Tecnologia; Alberto Mendes Cardoso
XI - Casa Civil da Presidência da República; e XII Este texto não substitui o publicado no DOU
- Gabinete de Segurança Institucional da de 14.6.2000.
Presidência da República, que o coordenará. XIII
- Secretaria de Comunicação de Governo e
Gestão Estratégica da Presidência da Decreto nº 4.553/2002
República. (Incluído pelo Decreto nº 5.110, de
2004) DECRETO Nº 4.553, DE 27 DE DEZEMBRO
XIV - Ministério de Minas e Energia; (Incluído DE 2002.
pelo Decreto nº 5.495, de 2005) Dispõe sobre a salvaguarda de dados,
XV - Controladoria-Geral da União; e (Incluído informações, documentos e materiais sigilosos
pelo Decreto nº 5.495, de 2005) de interesse da segurança da sociedade e do
Estado, no âmbito da Administração Pública
XVI - Advocacia-Geral da União. (Incluído pelo
Federal, e dá outras providências.
Decreto nº 5.495, de 2005)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da
§ 1º Os membros do Comitê Gestor serão
atribuição que lhe confere o art. 84, incisos IV e
designados pelo Chefe do Gabinete de
VI, alínea "a", da Constituição, e tendo em
Segurança Institucional da Presidência da
vista o disposto no art. 23 da Lei nº 8.159, de
República, mediante indicação dos titulares
dos Ministérios e órgãos representados. 8 de janeiro de 1991,
§ 2º Os membros do Comitê Gestor não DECRETA:
poderão participar de processos similares de CAPÍTULO I
iniciativa do setor privado, exceto nos casos DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
por ele julgados imprescindíveis para atender Art. 1º Este Decreto disciplina a salvaguarda
aos interesses da defesa nacional e após de dados, informações, documentos e

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materiais sigilosos, bem como das áreas e VIII - integridade: incolumidade de dados ou
instalações onde tramitam. informações na origem, no trânsito ou no
Art. 2º São considerados originariamente destino;
sigilosos, e serão como tal classificados, dados IX - investigação para credenciamento:
ou informações cujo conhecimento irrestrito averiguação sobre a existência dos requisitos
ou divulgação possa acarretar qualquer risco à indispensáveis para concessão de credencial
segurança da sociedade e do Estado, bem de segurança;
como aqueles necessários ao resguardo da X - legitimidade: asseveração de que o
inviolabilidade da intimidade da vida privada, emissor e o receptor de dados ou informações
da honra e da imagem das pessoas. são legítimos e fidedignos tanto na origem
Parágrafo único. O acesso a dados ou quanto no destino;
informações sigilosos é restrito e condicionado à XI - marcação: aposição de marca
necessidade de conhecer. assinalando o grau de sigilo;
Art. 3º A produção, manuseio, consulta, XII - medidas especiais de segurança:
transmissão, manutenção e guarda de dados medidas destinadas a garantir sigilo,
ou informações sigilosos observarão medidas inviolabilidade, integridade, autenticidade,
especiais de segurança. legitimidade e disponibilidade de dados e
Parágrafo único. Toda autoridade responsável informações sigilosos. Também objetivam
pelo trato de dados ou informações sigilosos prevenir, detectar, anular e registrar ameaças
providenciará para que o pessoal sob suas reais ou potenciais a esses dados e
ordens conheça integralmente as medidas de informações;
segurança estabelecidas, zelando pelo seu fiel XIII - necessidade de conhecer: condição
cumprimento. pessoal, inerente ao efetivo exercício de
Art. 4º Para os efeitos deste Decreto, são cargo, função, emprego ou atividade,
estabelecidos os seguintes conceitos e indispensável para que uma pessoa
definições: possuidora de credencial de segurança, tenha
I - autenticidade: asseveração de que o dado acesso a dados ou informações sigilosos;
ou informação são verdadeiros e fidedignos XIV - ostensivo: sem classificação, cujo
tanto na origem quanto no destino; acesso pode ser franqueado;
II - classificação: atribuição, pela autoridade XV - reclassificação: alteração, pela
competente, de grau de sigilo a dado, autoridade competente, da classificação de
informação, documento, material, área ou dado, informação, área ou instalação
instalação; sigilosos;
III - comprometimento: perda de segurança XVI - sigilo: segredo; de conhecimento
resultante do acesso não-autorizado; restrito a pessoas credenciadas; proteção
IV - credencial de segurança: certificado, contra revelação não-autorizada; e
concedido por autoridade competente, que XVII - visita: pessoa cuja entrada foi admitida,
habilita determinada pessoa a ter acesso a em caráter excepcional, em área sigilosa.
dados ou informações em diferentes graus de CAPÍTULO II
sigilo; DO SIGILO E DA SEGURANÇA
V - desclassificação: cancelamento, pela Seção I
autoridade competente ou pelo transcurso de
Da Classificação Segundo o Grau de
prazo, da classificação, tornando ostensivos
Sigilo
dados ou informações;
Art. 5º Os dados ou informações sigilosos
VI - disponibilidade: facilidade de recuperação
serão classificados em ultra-secretos,
ou acessibilidade de dados e informações;
secretos, confidenciais e reservados, em razão
VII - grau de sigilo: gradação atribuída a do seu teor ou dos seus elementos
dados, informações, área ou instalação intrínsecos.
considerados sigilosos em decorrência de sua
§ 1º São passíveis de classificação como ultra-
natureza ou conteúdo;
secretos, dentre outros, dados ou informações
referentes à soberania e à integridade
territorial nacionais, a planos e operações

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militares, às relações internacionais do País, a (Renumerado do parágrafo único pelo Decreto
projetos de pesquisa e desenvolvimento nº 5.301, de 2004)
científico e tecnológico de interesse da defesa I - secreto: as autoridades que exerçam
nacional e a programas econômicos, cujo funções de direção, comando, chefia ou
conhecimento não-autorizado possa acarretar assessoramento, de acordo com
dano excepcionalmente grave à segurança da regulamentação específica de cada órgão ou
sociedade e do Estado. entidade da Administração Pública Federal; e
§ 2º São passíveis de classificação como (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de
secretos, dentre outros, dados ou informações 2004)
referentes a sistemas, instalações, II - confidencial e reservado: os servidores
programas, projetos, planos ou operações de civis e militares, de acordo com
interesse da defesa nacional, a assuntos regulamentação específica de cada órgão ou
diplomáticos e de inteligência e a planos ou entidade da Administração Pública Federal.
detalhes, programas ou instalações (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de
estratégicos, cujo conhecimento não- 2004)
autorizado possa acarretar dano grave à
Art. 7º Os prazos de duração da classificação a
segurança da sociedade e do Estado.
que se refere este Decreto vigoram a partir da
§ 3º São passíveis de classificação como data de produção do dado ou informação e são
confidenciais dados ou informações que, no os seguintes: (Redação dada pelo Decreto
interesse do Poder Executivo e das partes, nº 5.301, de 2004)
devam ser de conhecimento restrito e cuja
I - ultra-secreto: máximo de trinta anos;
revelação não-autorizada possa frustrar seus
objetivos ou acarretar dano à segurança da (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de
sociedade e do Estado. 2004)
§ 4º São passíveis de classificação como II - secreto: máximo de vinte anos;(Redação
reservados dados ou informações cuja dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
revelação não-autorizada possa comprometer III - confidencial: máximo de dez anos; e
planos, operações ou objetivos neles previstos (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de
ou referidos. 2004)
Art. 6º A classificação no grau ultra-secreto é IV - reservado: máximo de cinco anos.
de competência das seguintes autoridades: (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de
I - Presidente da República; (Redação dada 2004)
pelo Decreto nº 5.301, de 2004) Parágrafo único. Os prazos de classificação
II - Vice-Presidente da República; (Redação poderão ser prorrogados uma vez, por igual
dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004) período, pela autoridade responsável pela
classificação ou autoridade hierarquicamente
III - Ministros de Estado e autoridades com as
superior competente para dispor sobre a
mesmas prerrogativas; (Redação dada pelo
matéria. (Incluído pelo Decreto nº 5.301, de
Decreto nº 5.301, de 2004)
2004)
IV - Comandantes da Marinha, do Exército e
Seção II
da Aeronáutica; e (Redação dada pelo
Decreto nº 5.301, de 2004) Da Reclassificação e da Desclassificação
Art. 8º Dados ou informações classificados no
V - Chefes de Missões Diplomáticas e
grau de sigilo ultra-secreto somente poderão
Consulares permanentes no exterior. (Incluído
ser reclassificados ou desclassificados,
pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
mediante decisão da autoridade responsável
§ 1º Excepcionalmente, a competência
pela sua classificação.
prevista no caput pode ser delegada pela
autoridade responsável a agente público em Art. 9º Para os graus secreto, confidencial e
missão no exterior. (Incluído pelo Decreto nº reservado, poderá a autoridade responsável
pela classificação ou autoridade
5.301, de 2004)
hierarquicamente superior competente para
§ 2º Além das autoridades estabelecidas no dispor sobre o assunto, respeitados os
caput, podem atribuir grau de sigilo: interesses da segurança da sociedade e do
Estado, alterá-la ou cancelá-la, por meio de

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expediente hábil de reclassificação ou Art. 16. Os mapas, planos-relevo, cartas e
desclassificação dirigido ao detentor da fotocartas baseados em fotografias aéreas ou
custódia do dado ou informação sigilosos. em seus negativos serão classificados em
Parágrafo único. Na reclassificação, o novo razão dos detalhes que revelem e não da
prazo de duração conta-se a partir da data de classificação atribuída às fotografias ou
produção do dado ou informação. (Redação negativos que lhes deram origem ou das
dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004) diretrizes baixadas para obtê-las.
Art. 10. A desclassificação de dados ou Art. 17. Poderão ser elaborados extratos de
informações nos graus ultra-secreto, documentos sigilosos, para sua divulgação ou
confidencial e reservado será automática após execução, mediante consentimento expresso: I
transcorridos os prazos previstos nos incisos I, - da autoridade classificadora, para
II, III e IV do art. 7º, salvo no caso de sua documentos ultra-secretos;
prorrogação, quando então a desclassificação II - da autoridade classificadora ou autoridade
ocorrerá ao final de seu termo. (Redação dada hierarquicamente superior competente para
pelo Decreto nº 5.301, de 2004) dispor sobre o assunto, para documentos
Art. 11. Dados ou informações sigilosos de secretos; e
guarda permanente que forem objeto de III - da autoridade classificadora, destinatária
desclassificação serão encaminhados à ou autoridade hierarquicamente superior
instituição arquivística pública competente, ou ao competente para dispor sobre o assunto, para
arquivo permanente do órgão público, documentos confidenciais e reservados,
entidade pública ou instituição de caráter exceto quando expressamente vedado no
público, para fins de organização, preservação e próprio documento.
acesso. Parágrafo único. Aos extratos de que trata
Parágrafo único. Consideram-se de guarda este artigo serão atribuídos graus de sigilo
permanente os dados ou informações de valor iguais ou inferiores àqueles atribuídos aos
histórico, probatório e informativo que devam documentos que lhes deram origem, salvo
ser definitivamente preservados. quando elaborados para fins de divulgação.
Art. 12. A indicação da reclassificação ou da Seção II
desclassificação de dados ou informações Do Documento Sigiloso Controlado
sigilosos deverá constar das capas, se houver, e
Art. 18. Documento Sigiloso Controlado (DSC) é
da primeira página.
aquele que, por sua importância, requer
CAPÍTULO III medidas adicionais de controle, incluindo:
DA GESTÃO DE DADOS OU INFORMAÇÕES I - identificação dos destinatários em
SIGILOSOS protocolo e recibo próprios, quando da
Seção I difusão;
Dos Procedimentos para Classificação de II - lavratura de termo de custódia e registro
Documentos em protocolo específico;
Art. 13. As páginas, os parágrafos, as seções, as III - lavratura anual de termo de inventário,
partes componentes ou os anexos de um pelo órgão ou entidade expedidores e pelo
documento sigiloso podem merecer diferentes órgão ou entidade receptores; e
classificações, mas ao documento, no seu IV - lavratura de termo de transferência,
todo, será atribuído o grau de sigilo mais sempre que se proceder à transferência de
elevado, conferido a quaisquer de suas partes. sua custódia ou guarda.
Art. 14. A classificação de um grupo de Parágrafo único. O termo de inventário e o
documentos que formem um conjunto deve termo de transferência serão elaborados de
ser a mesma atribuída ao documento acordo com os modelos constantes dos
classificado com o mais alto grau de sigilo. Anexos I e II deste Decreto e ficarão sob a
Art. 15. A publicação dos atos sigilosos, se for o guarda de um órgão de controle.
caso, limitar-se-á aos seus respectivos Art. 19. O documento ultra-secreto é, por sua
números, datas de expedição e ementas, natureza, considerado DSC, desde sua
redigidas de modo a não comprometer o classificação ou reclassificação.
sigilo.

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Parágrafo único. A critério da autoridade necessariamente, remetente, destinatário e
classificadora ou autoridade hierarquicamente número ou outro indicativo que identifique o
superior competente para dispor sobre o documento; e
assunto, o disposto no caput pode-se aplicar V - sempre que o assunto for considerado de
aos demais graus de sigilo. interesse exclusivo do destinatário, será
Seção III inscrita a palavra pessoal no envelope
Da Marcação contendo o documento sigiloso.
Art. 20. A marcação, ou indicação do grau de Art. 25. A expedição, condução e entrega de
sigilo, deverá ser feita em todas as páginas do documento ultra-secreto, em princípio, será
documento e nas capas, se houver. efetuada pessoalmente, por agente público
§ 1º As páginas serão numeradas autorizado, sendo vedada a sua postagem.
seguidamente, devendo cada uma conter, Parágrafo único. A comunicação de assunto
também, indicação do total de páginas que ultra-secreto de outra forma que não a
compõem o documento. prescrita no caput só será permitida
§ 2º O DSC também expressará, nas capas, excepcionalmente e em casos extremos, que
se houver, e em todas as suas páginas, a requeiram tramitação e solução imediatas, em
expressão "Documento Sigiloso Controlado atendimento ao princípio da oportunidade e
(DSC)" e o respectivo número de controle. considerados os interesses da segurança da
Art. 21. A marcação em extratos de sociedade e do Estado.
documentos, rascunhos, esboços e desenhos Art. 26. A expedição de documento secreto,
sigilosos obedecerá ao prescrito no art. 20. confidencial ou reservado poderá ser feita
Art. 22. A indicação do grau de sigilo em mediante serviço postal, com opção de
mapas, fotocartas, cartas, fotografias, ou em registro, mensageiro oficialmente designado,
quaisquer outras imagens sigilosas obedecerá às sistema de encomendas ou, se for o caso,
normas complementares adotadas pelos mala diplomática.
órgãos e entidades da Administração Pública. Art. Parágrafo único. A comunicação dos assuntos
23. Os meios de armazenamento de dados de que trata este artigo poderá ser feita por
ou informações sigilosos serão outros meios, desde que sejam usados
marcados com a classificação devida em local recursos de criptografia compatíveis com o
adequado. grau de sigilo do documento, conforme
previsto no art. 42.
Parágrafo único. Consideram-se meios de
armazenamento documentos tradicionais, Seção V
discos e fitas sonoros, magnéticos ou ópticos e Do Registro, da Tramitação e da Guarda
qualquer outro meio capaz de armazenar Art. 27. Cabe aos responsáveis pelo
dados e informações. recebimento de documentos sigilosos:
Seção IV I - verificar a integridade e registrar, se for o
Da Expedição e da Comunicação de caso, indícios de violação ou de qualquer
Documentos Sigilosos irregularidade na correspondência recebida,
Art. 24. Os documentos sigilosos em suas dando ciência do fato ao seu superior
hierárquico e ao destinatário, o qual informará
expedição e tramitação obedecerão às
imediatamente ao remetente; e
seguintes prescrições:
II - proceder ao registro do documento e ao
I - serão acondicionados em envelopes
controle de sua tramitação.
duplos;
Art. 28. O envelope interno só será aberto
II - no envelope externo não constará
pelo destinatário, seu representante
qualquer indicação do grau de sigilo ou do
autorizado ou autoridade competente
teor do documento;
hierarquicamente superior.
III - no envelope interno serão apostos o
Parágrafo único. Envelopes contendo a marca
destinatário e o grau de sigilo do documento,
pessoal só poderão ser abertos pelo próprio
de modo a serem identificados logo que
removido o envelope externo; destinatário.
IV - o envelope interno será fechado, lacrado e Art. 29. O destinatário de documento sigiloso
expedido mediante recibo, que indicará, comunicará imediatamente ao remetente

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qualquer indício de violação ou adulteração do Art. 34. Sempre que a preparação, impressão
documento. ou, se for o caso, reprodução de documento
Art. 30. Os documentos sigilosos serão sigiloso for efetuada em tipografias,
mantidos ou guardados em condições impressoras, oficinas gráficas ou similar, essa
especiais de segurança, conforme operação deverá ser acompanhada por
regulamento. pessoa oficialmente designada, que será
§ 1º Para a guarda de documentos ultra- responsável pela garantia do sigilo durante a
secretos e secretos é obrigatório o uso de confecção do documento, observado o
cofre forte ou estrutura que ofereça segurança disposto no art. 33.
equivalente ou superior. Seção VII
§ 2º Na impossibilidade de se adotar o Da Avaliação, da Preservação e da
disposto no § 1º, os documentos ultra- Eliminação
secretos deverão ser mantidos sob guarda Art. 35. As entidades e órgãos públicos
armada. constituirão Comissão Permanente de
Art. 31. Os agentes responsáveis pela guarda Avaliação de Documentos Sigilosos (CPADS),
ou custódia de documentos sigilosos os com as seguintes atribuições:
transmitirão a seus substitutos, devidamente I - analisar e avaliar periodicamente a
conferidos, quando da passagem ou documentação sigilosa produzida e acumulada
transferência de responsabilidade. no âmbito de sua atuação;
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste II - propor, à autoridade responsável pela
artigo aos responsáveis pela guarda ou classificação ou autoridade hierarquicamente
custódia de material sigiloso. superior competente para dispor sobre o
Seção VI assunto, renovação dos prazos a que se refere o
art. 7º;
Da Reprodução
III - propor, à autoridade responsável pela
Art. 32. A reprodução do todo ou de parte de
classificação ou autoridade hierarquicamente
documento sigiloso terá o mesmo grau de
superior competente para dispor sobre o
sigilo do documento original.
assunto, alteração ou cancelamento da
§ 1º A reprodução total ou parcial de classificação sigilosa, em conformidade com o
documentos sigilosos controlados condiciona- disposto no art. 9º deste Decreto;
se à autorização expressa da autoridade
IV - determinar o destino final da
classificadora ou autoridade hierarquicamente
documentação tornada ostensiva,
superior competente para dispor sobre o
selecionando os documentos para guarda
assunto.
permanente; e
§ 2º Eventuais cópias decorrentes de
V - autorizar o acesso a documentos sigilosos,
documentos sigilosos serão autenticadas pelo
em atendimento ao disposto no art. 39.
chefe da Comissão a que se refere o art. 35
Parágrafo único. Para o perfeito cumprimento
deste Decreto, no âmbito dos órgãos e
entidades públicas ou instituições de caráter de suas atribuições e responsabilidades, a
público. CPADS poderá ser subdividida em
subcomissões.
§ 3º Serão fornecidas certidões de
documentos sigilosos que não puderem ser Art. 36. Os documentos permanentes de valor
reproduzidos devido a seu estado de histórico, probatório e informativo não podem
conservação, desde que necessário como ser desfigurados ou destruídos, sob pena de
prova em juízo. responsabilidade penal, civil e administrativa,
nos termos da legislação em vigor.
Art. 33. O responsável pela produção ou
reprodução de documentos sigilosos deverá CAPÍTULO IV
providenciar a eliminação de notas DO ACESSO
manuscritas, tipos, clichês, carbonos, provas Art. 37. O acesso a dados ou informações
ou qualquer outro recurso, que possam dar sigilosos em órgãos e entidades públicos e
origem a cópia não-autorizada do todo ou instituições de caráter público é admitido:
parte.

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I - ao agente público, no exercício de cargo, Art. 43. Entende-se como oficial o uso de
função, emprego ou atividade pública, que código, cifra ou sistema de criptografia no
tenham necessidade de conhecê-los; e âmbito de órgãos e entidades públicos e
II - ao cidadão, naquilo que diga respeito à instituições de caráter público.
sua pessoa, ao seu interesse particular ou do Parágrafo único. É vedada a utilização para
interesse coletivo ou geral, mediante outro fim que não seja em razão do serviço. Art.
requerimento ao órgão ou entidade 44. Aplicam-se aos programas,
competente. aplicativos, sistemas e equipamentos de
§ 1º Todo aquele que tiver conhecimento, nos criptografia todas as medidas de segurança
termos deste Decreto, de assuntos sigilosos previstas neste Decreto para os documentos
fica sujeito às sanções administrativas, civis e sigilosos controlados e os seguintes
penais decorrentes da eventual divulgação procedimentos:
dos mesmos. I - realização de vistorias periódicas, com a
§ 2º Os dados ou informações sigilosos finalidade de assegurar uma perfeita execução
exigem que os procedimentos ou processos das operações criptográficas;
que vierem a instruir também passem a ter II - manutenção de inventários completos e
grau de sigilo idêntico. atualizados do material de criptografia
§ 3º Serão liberados à consulta pública os existente;
documentos que contenham informações III - designação de sistemas criptográficos
pessoais, desde que previamente autorizada adequados a cada destinatário;
pelo titular ou por seus herdeiros. IV - comunicação, ao superior hierárquico ou à
Art. 38. O acesso a dados ou informações autoridade competente, de qualquer
sigilosos, ressalvado o previsto no inciso II do anormalidade relativa ao sigilo, à
artigo anterior, é condicionado à emissão de inviolabilidade, à integridade, à autenticidade, à
credencial de segurança no correspondente legitimidade e à disponibilidade de dados ou
grau de sigilo, que pode ser limitada no informações criptografados; e
tempo. V - identificação de indícios de violação ou
Parágrafo único. A credencial de segurança de interceptação ou de irregularidades na
que trata o caput deste artigo classifica-se transmissão ou recebimento de dados e
nas categorias de ultra-secreto, secreto, informações criptografados.
confidencial e reservado. Parágrafo único. Os dados e informações
Art. 39. O acesso a qualquer documento sigilosos, constantes de documento produzido
sigiloso resultante de acordos ou contratos em meio eletrônico, serão assinados e
com outros países atenderá às normas e criptografados mediante o uso de certificados
recomendações de sigilo constantes destes digitais emitidos pela Infra-Estrutura de
instrumentos. Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).
Art. 40. A negativa de autorização de acesso Art. 45. Os equipamentos e sistemas
deverá ser justificada. utilizados para a produção de documentos
CAPÍTULO V com grau de sigilo ultra-secreto só poderão
DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO estar ligados a redes de computadores
seguras, e que sejam física e logicamente
Art. 41. A comunicação de dados e
isoladas de qualquer outra.
informações sigilosos por meio de sistemas de
informação será feita em conformidade com o Art. 46. A destruição de dados sigilosos deve
disposto nos arts. 25 e 26. ser feita por método que sobrescreva as
informações armazenadas. Se não estiver ao
Art. 42. Ressalvado o disposto no parágrafo
alcance do órgão a destruição lógica, deverá
único do art. 44, os programas, aplicativos,
ser providenciada a destruição física por
sistemas e equipamentos de criptografia para
incineração dos dispositivos de
uso oficial no âmbito da União são
armazenamento.
considerados sigilosos e deverão,
antecipadamente, ser submetidos à Art. 47. Os equipamentos e sistemas
certificação de conformidade da Secretaria utilizados para a produção de documentos
Executiva do Conselho de Defesa Nacional. com grau de sigilo secreto, confidencial e

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reservado só poderão integrar redes de Art. 53. Os titulares de órgãos ou entidades
computadores que possuam sistemas de públicos encarregados da preparação de
criptografia e segurança adequados a planos, pesquisas e trabalhos de
proteção dos documentos. aperfeiçoamento ou de novo projeto, prova,
Art. 48. O armazenamento de documentos produção, aquisição, armazenagem ou
sigilosos, sempre que possível, deve ser feito emprego de material sigiloso são responsáveis
em mídias removíveis que podem ser pela expedição das instruções adicionais que
guardadas com maior facilidade. se tornarem necessárias à salvaguarda dos
CAPÍTULO VI assuntos com eles relacionados.
DAS ÁREAS E INSTALAÇÕES SIGILOSAS Art. Art. 54. Todos os modelos, protótipos,
moldes, máquinas e outros materiais similares
49. A classificação de áreas e instalações será
considerados sigilosos e que sejam objeto de
feita em razão dos dados ou informações
contrato de qualquer natureza, como
sigilosos que contenham ou que no seu
empréstimo, cessão, arrendamento ou
interior sejam produzidos ou tratados, em
locação, serão adequadamente marcados
conformidade com o art. 5º. para indicar o seu grau de sigilo.
Art. 50. Aos titulares dos órgãos e entidades
Art. 55. Dados ou informações sigilosos
públicos e das instituições de caráter público
concernentes a programas técnicos ou
caberá a adoção de medidas que visem à
aperfeiçoamento de material somente serão
definição, demarcação, sinalização, segurança e
autorização de acesso às áreas sigilosas sob sua fornecidos aos que, por suas funções oficiais
responsabilidade. ou contratuais, a eles devam ter acesso.
Parágrafo único. Os órgãos eentidades
Art. 51. O acesso de visitas a áreas e
públicos controlarão e coordenarão o
instalações sigilosas será disciplinado por meio
fornecimento às pessoas físicas e jurídicas
de instruções especiais dos órgãos, entidades
ou instituições interessados. interessadas os dados e informações
necessários ao desenvolvimento de
Parágrafo único. Para efeito deste artigo, não é
programas.
considerado visita o agente público ou o
particular que oficialmente execute atividade Seção II
pública diretamente vinculada à elaboração de Do Transporte
estudo ou trabalho considerado sigiloso no Art. 56. A definição do meio de transporte a
interesse da segurança da sociedade e do ser utilizado para deslocamento de material
Estado. sigiloso é responsabilidade do detentor da
CAPÍTULO VII custódia e deverá considerar o respectivo
DO MATERIAL SIGILOSO grau de sigilo.
Seção I § 1º O material sigiloso poderá ser
transportado por empresas para tal fim
Das Generalidades
contratadas.
Art. 52. O titular de órgão ou entidade
§ 2º As medidas necessárias para a
pública, responsável por projeto ou programa
segurança do material transportado serão
de pesquisa, que julgar conveniente manter
estabelecidas em entendimentos prévios, por
sigilo sobre determinado material ou suas
meio de cláusulas contratuais específicas, e
partes, em decorrência de aperfeiçoamento,
serão de responsabilidade da empresa
prova, produção ou aquisição, deverá
contratada.
providenciar para que lhe seja atribuído o
grau de sigilo adequado. Art. 57. Sempre que possível, os materiais
sigilosos serão tratados segundo os critérios
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste
indicados para a expedição de documentos
artigo ao titular de órgão ou entidade públicos
sigilosos.
ou de instituições de caráter público
encarregada da fiscalização e do controle de Art. 58. A critério da autoridade competente,
atividades de entidade privada, para fins de poderão ser empregados guardas armados,
produção ou exportação de material de civis ou militares, para o transporte de
interesse da Defesa Nacional. material sigiloso.
CAPÍTULO VIII

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DOS CONTRATOS Parágrafo único. Os agentes de que trata o
Art. 59. A celebração de contrato cujo objeto caput deste artigo comprometem-se a, após o
seja sigiloso, ou que sua execução implique a desligamento, não revelar ou divulgar dados ou
divulgação de desenhos, plantas, materiais, informações sigilosos dos quais tiverem
dados ou informações de natureza sigilosa, conhecimento no exercício de cargo, função
obedecerá aos seguintes requisitos: ou emprego público.
I - o conhecimento da minuta de contrato Art. 63. Os agentes responsáveis pela
estará condicionado à assinatura de termo de custódia de documentos e materiais e pela
compromisso de manutenção de sigilo pelos segurança de áreas, instalações ou sistemas
interessados na contratação; e de informação de natureza sigilosa sujeitam-
II - o estabelecimento de cláusulas prevendo a: se às normas referentes ao sigilo profissional,
a) possibilidade de alteração do contrato para em razão do ofício, e ao seu código de ética
inclusão de cláusula de segurança não específico, sem prejuízo de sanções penais. Art.
estipulada por ocasião da sua assinatura; 64. Os órgãos e entidades públicos e
instituições de caráter público promoverão o
b) obrigação de o contratado manter o sigilo
treinamento, a capacitação, a reciclagem e o
relativo ao objeto contratado, bem como à
aperfeiçoamento de pessoal que desempenhe
sua execução;
atividades inerentes à salvaguarda de
c) obrigação de o contratado adotar as
documentos, materiais, áreas, instalações e
medidas de segurança adequadas, no âmbito
sistemas de informação de natureza sigilosa.
das atividades sob seu controle, para a
Art. 65. Toda e qualquer pessoa que tome
manutenção do sigilo relativo ao objeto
conhecimento de documento sigiloso, nos
contratado;
termos deste Decreto fica, automaticamente,
d) identificação, para fins de concessão de
responsável pela preservação do seu sigilo. Art.
credencial de segurança, das pessoas que, em
66. Na classificação dos documentos será
nome do contratado, terão acesso a material,
utilizado, sempre que possível, o critério
dados e informações sigilosos; e
menos restritivo possível.
e) responsabilidade do contratado pela
Art. 67. A critério dos órgãos e entidades do
segurança do objeto subcontratado, no todo
Poder Executivo Federal serão expedidas
ou em parte.
instruções complementares, que detalharão
Art. 60. Aos órgãos e entidades públicos, bem os procedimentos necessários à plena
como às instituições de caráter público, a que execução deste Decreto.
os contratantes estejam vinculados, cabe
Art. 68. Este Decreto entra em vigor após
providenciar para que seus fiscais ou
representantes adotem as medidas quarenta e cinco dias da data de sua
necessárias para a segurança dos documentos publicação.
ou materiais sigilosos em poder dos Art. 69. Ficam revogados os Decretos nºs
contratados ou subcontratados, ou em curso 2.134, de 24 de janeiro de 1997, 2.910, de 29
de fabricação em suas instalações. de dezembro de 1998, e 4.497, de 4 de
CAPÍTULO IX dezembro de 2002.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Brasília, 27 de dezembro de 2002; 181º da
Art. 61. O disposto neste Decreto aplica-se a Independência e 114º da República. FERNANDO
material, área, instalação e sistema de HENRIQUE CARDOSO
informação cujo sigilo seja imprescindível à Pedro Parente
segurança da sociedade e do Estado. Alberto Mendes Cardoso
Art. 62. Os órgãos e entidades públicos e Este texto não substitui o publicado no D.O.U.
instituições de caráter público exigirão termo de 30.12.2002.
de compromisso de manutenção de sigilo dos
seus servidores, funcionários e empregados
que direta ou indiretamente tenham acesso a
dados ou informações sigilosos. Decreto nº 5.301/2004

DECRETO Nº 5.301 DE 9 DE DEZEMBRO


DE 2004.

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Regulamenta o disposto na Medida Provisória no V - Ministro de Estado das Relações
228, de 9 de dezembro de 2004, que Exteriores;
dispõe sobre a ressalva prevista na parte final VI - Advogado-Geral da União; e
do disposto no inciso XXXIII do art. 5º da
VII - Secretário Especial dos Direitos
Constituição, e dá outras providências.
Humanos da Presidência da República.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da
§ 2º Para o exercício de suas atribuições, a
atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, Comissão de Averiguação e Análise de
da Constituição, e tendo em vista o disposto
Informações Sigilosas poderá convocar
na Medida Provisória no 228, de 9 dezembro
técnicos e especialistas de áreas relacionadas
de 2004, com a informação contida em documento
DECRETA: público classificado no mais alto grau de sigilo,
Art. 1º Este Decreto regulamenta a Medida para sobre ele prestarem esclarecimentos,
Provisória no 228, de 9 de dezembro de 2004, e desde que assinem termo de manutenção de
institui a Comissão de Averiguação e Análise de sigilo.
Informações Sigilosas. § 3º As decisões da Comissão de Averiguação e
Art. 2º Nos termos da parte final do inciso Análise de Informações Sigilosas serão
XXXIII do art. 5º da Constituição, o direito de aprovadas pela maioria absoluta de seus
receber dos órgãos públicos informações de membros.
interesse particular, ou de interesse coletivo § 4º A Casa Civil da Presidência da República
ou geral, só pode ser ressalvado no caso em expedirá normas complementares necessárias
que a atribuição de sigilo seja imprescindível à ao funcionamento da Comissão de
segurança da sociedade e do Estado. Averiguação e Análise de Informações
Art. 3º Os documentos públicos que Sigilosas e assegurará o apoio técnico e
contenham informações imprescindíveis à administrativo indispensável ao seu
segurança da sociedade e do Estado poderão funcionamento.
ser classificados no mais alto grau de sigilo. Art. 5º A autoridade competente para
Parágrafo único. Para os fins deste Decreto, classificar o documento público no mais alto
entende-se por documentos públicos qualquer grau de sigilo poderá, após vencido o prazo ou
base de conhecimento, pertencente à sua prorrogação, previstos no § 2º do art. 23
administração pública e às entidades privadas da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991,
prestadoras de serviços públicos, fixada provocar, de modo justificado, a manifestação
materialmente e disposta de modo que se da Comissão de Averiguação e Análise de
possa utilizar para informação, consulta, Informações Sigilosas para que avalie,
estudo ou prova, incluindo áreas, bens e previamente a qualquer divulgação, se o
dados. acesso ao documento acarretará dano à
segurança da sociedade e do Estado.
Art. 4º Fica instituída, no âmbito da Casa Civil
da Presidência da República, a Comissão de § 1º A decisão de ressalva de acesso a
Averiguação e Análise de Informações documento público classificado no mais alto
Sigilosas, com a finalidade de decidir pela grau de sigilo poderá ser revista, a qualquer
aplicação da ressalva prevista na parte final tempo, pela Comissão de Averiguação e
do inciso XXXIII do art. 5º da Constituição. Análise de Informações Sigilosas, após
§ 1º A Comissão de Averiguação e Análise de provocação de pessoa que demonstre possuir
efetivo interesse no acesso à informação nele
Informações Sigilosas é composta pelos
contida.
seguintes membros:
§ 2º O interessado deverá especificar, de
I - Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da
modo claro e objetivo, que informação
Presidência da República, que a coordenará;
pretende conhecer e qual forma de acesso
II - Ministro de Estado Chefe do Gabinete de requer, dentre as seguintes:
Segurança Institucional da Presidência da
I - vista de documentos;
República;
II - reprodução de documentos por qualquer
III - Ministro de Estado da Justiça;
meio para tanto adequado; ou
IV - Ministro de Estado da Defesa;

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III - pedido de certidão, a ser expedida pelo IV - Comandantes da Marinha,
órgão consultado. do Exército e da Aeronáutica; e V
§ 3º O interessado não é obrigado a aduzir - Chefes de Missões
razões no requerimento de informações, salvo a Diplomáticas e Consulares
comprovação de seu efetivo interesse na permanentes no exterior.
obtenção da informação. § 1o Excepcionalmente, a
Art. 6º Provocada na forma do art. 5º, a competência prevista no caput
Comissão de Averiguação e Análise de pode ser delegada pela
Informações Sigilosas decidirá pela: autoridade responsável a agente
I - autorização de acesso livre ou público em missão no exterior.
condicionado ao documento; ou § 2o Além das autoridades
II - permanência da ressalva ao seu acesso, estabelecidas no caput, podem
enquanto for imprescindível à segurança da atribuir grau de sigilo:
sociedade e do Estado. I - secreto: as autoridades que
Art. 7º O art. 7º do Decreto no 4.553, de 27 exerçam funções de direção,
de dezembro de 2002, em conformidade com o comando, chefia ou
disposto no § 2º do art. 23 da Lei nº 8.159, assessoramento, de acordo com
de 1991, passa a vigorar com a seguinte regulamentação específica de
redação: cada órgão ou entidade da
"Art. 7o Os prazos de duração Administração Pública Federal; e
da classificação a que se refere II - confidencial e reservado: os
este Decreto vigoram a partir da servidores civis e militares, de
data de produção do dado ou acordo com regulamentação
informação e são os seguintes: específica de cada órgão ou
I - ultra-secreto: máximo de entidade da Administração
trinta anos; Pública Federal." (NR)
II - secreto: máximo de vinte "Art. 9o
anos; ..............................................
III - confidencial: máximo de .....................................
dez anos; e Parágrafo único. Na
reclassificação, o novo prazo de
IV - reservado: máximo de
duração conta-se a partir da
cinco anos.
data de produção do dado ou
Parágrafo único. Os prazos de informação." (NR)
classificação poderão ser
"Art. 10. A desclassificação de
prorrogados uma vez, por igual
dados ou informações nos graus
período, pela autoridade
ultra-secreto, confidencial e
responsável pela classificação
reservado será automática após
ou autoridade hierarquicamente
transcorridos os prazos
superior competente para dispor
previstos nos incisos I, II, III e
sobre a matéria." (NR)
IV do art. 7º, salvo no caso de
Art. 8º O art. 6º, o parágrafo único do art. 9º e sua prorrogação, quando então
o art. 10 do Decreto no 4.553, de 2002, a desclassificação ocorrerá ao
passam a vigorar com a seguinte redação: final de seu termo." (NR)
"Art. 6º Art. 9º Este Decreto entra em vigor na data
.............................................. de sua publicação.
.......................
Brasília, 9 de dezembro de 2004; 183º da
I - Presidente da República; Independência e 116º da República.
II - Vice-Presidente da LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
República; Márcio Thomaz Bastos
III - Ministros de Estado e
José Dirceu de Oliveira e Silva
autoridades com as mesmas
Jorge Armando Felix
prerrogativas;
Prof. Róger
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 119
Álvaro Augusto Ribeiro Costa § 1º Vencido o prazo ou sua prorrogação de
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. que trata o caput deste artigo, os documentos
de 10.12.2004. classificados no mais alto grau de sigilo
tornar-se-ão de acesso público.
§ 2º Antes de expirada a prorrogação do
prazo de que trata o caput deste artigo, a
Lei nº 11.111/2005 autoridade competente para a classificação do
documento no mais alto grau de sigilo poderá
LEI Nº 11.111, DE 5 DE MAIO DE 2005. provocar, de modo justificado, a manifestação
Regulamenta a parte final do disposto no da Comissão de Averiguação e Análise de
inciso XXXIII do caput do art. 5º da Informações Sigilosas para que avalie se o
Constituição Federal e dá outras providências. O acesso ao documento ameaçará a soberania, a
PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que integridade territorial nacional ou as
o Congresso Nacional decreta e eu relações internacionais do País, caso em que a
sanciono a seguinte Lei: Comissão poderá manter a permanência da
Art. 1º Esta Lei regulamenta a parte final do ressalva ao acesso do documento pelo tempo
disposto no inciso XXXIII do caput do art. 5º que estipular.
da Constituição Federal. § 3º Qualquer pessoa que demonstre possuir
Art. 2º O acesso aos documentos públicos de efetivo interesse poderá provocar, no
interesse particular ou de interesse coletivo ou momento que lhe convier, a manifestação da
geral será ressalvado exclusivamente nas Comissão de Averiguação e Análise de
hipóteses em que o sigilo seja ou permaneça Informações Sigilosas para que reveja a
imprescindível à segurança da sociedade e do decisão de ressalva a acesso de documento
Estado, nos termos do disposto na parte final público classificado no mais alto grau de sigilo.
do inciso XXXIII do caput do art. 5º da § 4º Na hipótese a que se refere o § 3º deste
Constituição Federal. artigo, a Comissão de Averiguação e Análise
Art. 3º Os documentos públicos que de Informações Sigilosas decidirá pela:
contenham informações cujo sigilo seja I - autorização de acesso livre ou
imprescindível à segurança da sociedade e do condicionado ao documento; ou
Estado poderão ser classificados no mais alto II - permanência da ressalva ao seu acesso. Art.
grau de sigilo, conforme regulamento. 7º Os documentos públicos que
Art. 4º O Poder Executivo instituirá, no âmbito contenham informações relacionadas à
da Casa Civil da Presidência da República, intimidade, vida privada, honra e imagem de
Comissão de Averiguação e Análise de pessoas, e que sejam ou venham a ser de
Informações Sigilosas, com a finalidade de livre acesso poderão ser franqueados por
decidir sobre a aplicação da ressalva ao meio de certidão ou cópia do documento, que
acesso de documentos, em conformidade com o expurgue ou oculte a parte sobre a qual recai o
disposto nos parágrafos do art. 6º desta Lei. Art. disposto no inciso X do caput do art. 5º da
5º Os Poderes Legislativo e Judiciário, o Constituição Federal.
Ministério Público da União e o Tribunal de Parágrafo único. As informações sobre as
Contas da União disciplinarão internamente quais recai o disposto no inciso X do caput do
sobre a necessidade de manutenção da art. 5º da Constituição Federal terão o seu
proteção das informações por eles produzidas, acesso restrito à pessoa diretamente
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da interessada ou, em se tratando de morto ou
sociedade e do Estado, bem como a ausente, ao seu cônjuge, ascendentes ou
possibilidade de seu acesso quando cessar descendentes, no prazo de que trata o § 3º
essa necessidade, observada a Lei nº 8.159, do art. 23 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de
de 8 de janeiro de 1991, e o disposto nesta 1991.
Lei. Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua
Art. 6º O acesso aos documentos públicos publicação.
classificados no mais alto grau de sigilo Brasília, 5 de maio de 2005; 184º da
poderá ser restringido pelo prazo e Independência e 117º da República.
prorrogação previstos no § 2º do art . 23 da LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991.
Prof. Róger
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 120
Marcio Thomaz Bastos
José Dirceu de Oliveira e Silva
Jorge Armando Felix
Álvaro Augusto Ribeiro Costa
Este texto não substitui o publicado no D.O.U.
de 6.5.2005.

Prof. Róger

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