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GUSTAVO PRATES MEZZOMO

VERIFICAÇÃO NUMÉRICA E EXPERIMENTAL DAS FREQUÊNCIAS NA-


TURAIS DE VIBRAÇÃO DE TELHAS TRAPEZOIDAIS DE AÇO FORMADAS
A FRIO

PROMEC – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica


MEC081 – Vibrações Mecânicas
Professor: Dr. Ignacio Iturrioz

Porto Alegre
2005
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 3

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3

3. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA 3

4. METODOLOGIA 4

4.1 Procedimento Experimental 4

4.2 Modelagem pelo Método dos Elementos Finitos 5

5. ANÁLISES E RESULTADOS 6

5.1 Procedimento Experimental 6

5.1.1 Ensaio 1: telha com bordas longitudinais livres 6

5.1.2 Ensaio 2: telha com bordas longitudinais trespassadas 6

5.1.3 Ensaio 3: telha com bordas longitudinais vinculadas 6

5.2 Análise pelo Método dos Elementos Finitos 6

5.3 Comparação com Modelos Analíticos 6

5.4 Análise Comparativa 6

6. CONCLUSÕES 7

7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 8
3

1. INTRODUÇÃO
As estruturas metálicas compostas por perfis de aço formados a frio (de chapa dobrada)
têm sido cada vez mais empregadas na Engenharia. Fabricados com aços de alta resistência
mecânica, os perfis de chapa dobrada podem ter paredes esbeltas. Uma de suas aplicações é o
uso para fechamento em coberturas e fachadas sob forma de telhas. Um tipo de perfil de telha
de aço formada a frio muito utilizado é o trapezoidal.
O objetivo deste trabalho é a obtenção das freqüências naturais de vibração de telhas
trapezoidais de aço formadas a frio, comparando resultados teóricos e experimentais, e o estu-
de seu comportamento modal, considerando diferentes tipos de vinculação. Os resultados ex-
perimentais servirão para calibrar modelos de elementos finitos, com motivação em um prévio
estudo sobre as cargas de flambagem elástica e de colapso das mesmas telhas.
A Figura 1.1 ilustra o desenho esquemático do perfil utilizado no trabalho.

Figura 1.1 - Desenho esquemático do tipo de telha utilizada no trabalho, com dimensões do perfil em mm.

2. FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA

3. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA
As primeiras freqüências naturais de vibração de telhas de aço trapezoidais formadas a
frio serão obtidas experimentalmente. Posteriormente, será feito um estudo do comportamento
modal das telhas através de modelos de elementos finitos, levando em conta os resultados
obtidos nos ensaios experimentais. O perfil de telha analisado está mostrado na Figura 1.1,
cujo material correspondente é aço zincado, com tensão de escoamento de 350MPa.
Para a obtenção das freqüências naturais, serão realizados ensaios de impacto em telhas
fixadas em terças, simulando uma situação prática. Em coberturas, as telhas de aço trapezoi-
dais são presas às terças através de hastes de fixação através de suas ondas altas (ver Figura
1.1), como mostra a Figura 2.1. Para concluir o fechamento de uma cobertura, diversas telhas
são trespassadas como na Figura 2.1. Alguns fabricantes aconselham a união das telhas atra-
vés de rebites ao longo das abas incompletas.
O objetivo prático deste trabalho é estudar a interação das telhas através de suas fre-
qüências de vibração. Como a vinculação das telhas com as terças é complexa, os resultados
experimentais servirão para calibrar os modelos numéricos de elementos finitos.
4

Figura 2.1 – Detalhe da haste de fixação e do trespasse das telhas.

4. METODOLOGIA
4.1 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Foram realizados ensaios de impacto para obtenção das freqüências naturais de vibração
em três configurações de telhas de 2200mm de comprimento, com 2000mm de vão livre. Pri-
meiramente, ensaiou-se uma telha isolada com suas bordas livres (Ensaio 1), seguida do en-
saio com uma telha com suas bordas trespassadas com ondas de outras duas telhas (Ensaio 2).
Finalmente, ensaiou-se uma telha com bordas vinculadas (Ensaio 3), a qual teve suas bordas
fixadas em um estrado fabricado com tubos de aço quadrados de 70 x 70 x 3mm. Esta telha
precisou ter sua aba incompleta cortada para possibilitar a fixação no plano e garantir a sime-
tria. A Figura 4.1 mostra as três configurações de ensaio.

Figura 4.1 - Configurações dos três ensaios realizados (dimensões em mm).

Para a realização dos ensaios, as telhas foram montadas em um pórtico suficientemente


rígido, de modo que suas freqüências de vibração sejam muito maiores do que as medidas nas
telhas. Suas vigas superiores simulam as terças, conforme está representado na Figura 4.2.
5

Figura 4.2 - Pórtico de ensaio (ensaio 2 sendo realizado).

As telhas foram fixadas por cima das terças com o uso de hastes galvanizadas com por-
ca, arruela e anel de borracha em cada onda alta (Figura 2.1). Para o ensaio da telha com bor-
das vinculadas, apoiou-se o estrado sobre o pórtico. A fixação da telha ao estrado se deu pelo
mesmo método, com o acréscimo de seis rebites em cada borda longitudinal, conforme indi-
cado na Figura 4.1.
O impacto foi aplicado com a utilização de um martelo de aço, com o cuidado de se
obter uma excitação a mais curta possível. As freqüências naturais foram medidas com o uso
de um acelerômetro, e a aquisição dos dados foi feita através do software HPVee 4.0.
Para cada configuração de ensaio, foram atribuídos certos pontos de medição, conforme
esquematizado na Figura 4.3. Todos os pontos localizam-se a 250mm do meio do vão, com o
intuito de não coincidirem com algum eventual nó no meio do vão correspondente a um pos-
sível modo de vibração e, ao mesmo tempo, captarem a influência de amplitudes máximas de
alguns modos no mesmo local. Para todos os ensaios, os pontos 1, 3 e 5 estão dispostos nas
ondas altas e os pontos 2 e 4 nas ondas baixas; para os ensaios 1 e 2, o ponto 1 está na aba
incompleta, sendo que no ensaio 2, o ponto 5 está localizado na aba incompleta de outra telha,
na região de trespasse; os pontos A e B do ensaio 2 encontram-se imediatamente nas ondas
baixas referentes às duas outras telhas. O ponto de aplicação do impacto variou para a medi-
ção em cada ponto: cuidou-se para que o ponto estivesse em alguma onda adjacente à do pon-
to de colagem do acelerômetro.

Figura 4.3 - Layout dos pontos de medição com acelerômetros.

4.2 MODELAGEM PELO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS


Foi utilizado o software ANSYS 9.0, com o qual discretizou-se a telha com elementos
de casca do tipo SHELL181 (ANSYS, Inc, 2003). Este é um elemento estrutural com rigidez
de membrana e de flexão, possuindo quatro nós com seis graus de liberdade em cada. Suporta
grandes deformações e rotações, características de análises não-lineares.
Modelaram-se três configurações de telhas: telha com bordas livres, telha com bordas
trespassadas e telha com bordas vinculadas. As hastes de fixação foram modeladas como vín-
culos translacionais aplicados nas ondas altas, exceto para o caso das hastes da aba incompleta
correspondente à telha com bordas livres, a qual foi modelada com uma vinculação transla-
cional elástica, ao invés de rígida. As bordas trespassadas também foram modeladas com vin-
culações elásticas. Finalmente, os rebites foram considerados como apoios translacionais rígi-
6

dos. Os modelos construídos estão mostrados nas Figuras 4.4 e 4.5 (convém notar que estas
são vistas inferiores do perfil mostrado na Figura 1.1 e das telhas da Figura 4.1).

Figura 4.4 - Modelo via MEF para: (a) telha com bordas livres; (b) telha com bordas trespassadas.

Figura 4.5 – Modelo via MEF para telha com bordas vinculadas.

A análise realizada foi a Análise Modal, que consiste em resolver um problema de auto-
valores, que resulta nas freqüências naturais de vibração da estrutura e em seus respectivos
modos de vibração.
5. RESULTADOS E ANÁLISES
5.1 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
5.1.1 Ensaio 1: telha com bordas longitudinais livres
Foram realizadas medições de freqüências em pontos distintos numerados de 1 a 5 con-
forme a Figura 4.3. A medição do ponto 2 foi repetida mais duas vezes, variando o aperto das
porcas das hastes de fixação: adquiriram-se as freqüências naturais para a telha com as hastes
frouxas e com as hastes fortemente apertadas. A Tabela 5.1 lista os primeiros picos do gráfico
de magnitude da resposta do acelerômetro no domínio da freqüência obtidos com o uso do
HPVee para cada ponto de medição; a Figura 5.1 mostra o gráfico correspondente à medição
do ponto 5.
Tabela 5.1 – Primeiras Freqüências Naturais obtidas para telha com borda livres.
Ponto Freqüências Naturais
1 15 – 28 – 35
2 23,5 – 25 –28 –34 – 41,5 – 45,5 - 48
3 23,5 – 25 – 32 – 35,5 – 40,5 – 42,5
4 23,5 – 25 – 28 – 35 – 41,5 – 48,5
5 23,5 – 25,5 – 28 – 37 – 40,5
2 – Aperto Frouxo 20,5 – 24,5 – 31 – 37,5 – 39,5
7

2 – Aperto Forte 23 – 24,5 – 29 – 33,5 –37,5

Figura 5.1 – Gráfico da resposta no domínio freqüência para o ponto 5.

Foram observados os seguintes itens:


- A freqüência natural de 15Hz só foi medida com o acelerômetro colado no ponto 1 (a-
ba incompleta). Sua magnitude foi a maior para este ponto. A magnitude da freqüência
de 35Hz foi igualmente grande para este ponto.
- A magnitude da freqüência de 28Hz foi a maior para os ponto 2 e 4 e foi grande para o
ponto 5.
- A magnitude das freqüências de 23,5Hz e de 25Hz foi grande para os pontos de 2 a 5.
- Apareceram freqüência diferentes para as medições do ponto 2 com variação do aperto
das porcas da haste de fixação, entre elas um valor de 20,5Hz para aperto fraco.
Assim, as quatro primeiras freqüências naturais de vibração valem 15, 23,5, 25 e 28Hz; a
freqüência de 35Hz corresponde a um modo de vibração que pode ou não ser o quinto.
5.1.2 Ensaio 2: telha com bordas longitudinais trespassadas
A mesma telha do ensaio 1 foi ensaiada com suas bordas trespassadas com as de outras
duas telhas, igualmente fixadas às terças. As medições foram realizadas nos pontos 1 a 5 e
também nos pontos A e B, conforme Figura 4.3. O ponto 5 está localizado na aba incompleta
da telha adjacente, na região de trespasse; os pontos A e B estão situados imediatamente nas
ondas baixas das telhas adjacentes. A Tabela 5.2 lista os primeiros picos do gráfico de magni-
tude da resposta do acelerômetro no domínio da freqüência obtidos com o uso do HPVee para
cada ponto de medição; a Figura 5.2 mostra o gráfico correspondente à medição do ponto 2.
Tabela 5.2 – Primeiras freqüências naturais obtidas para telha com bordas trespassadas.
Ponto Freqüências Naturais
1 21,5 – 24 – 27,5 – 30,5 – 34,5 – 36
2 21,5 – 24 – 28 – 31,5 – 34,5 – 38 – 40
3 21,5 – 24 – 28 – 31,5 – 35,5 – 39 – 43,5
4 21,5 – 24 – 28 – 32 – 37,5 – 40
5 22 – 25,5 –29 – 33,5 – 35 – 38 – 44
A 21,5 – 24 – 26 –31 – 32,5 – 37,5
B 21,5 – 25,5 – 30,5 – 39

Figura 5.2 – Gráfico da resposta no domínio freqüência para o ponto 2.


8

Observaram-se os seguintes itens:


- A freqüência mais baixa, de 21,5Hz (ou 22Hz) apareceu em todos em todos os pontos
de medição, tendo esta magnitude maior nos pontos 1 e 5.
- A freqüência de 24Hz tem a maior magnitude no ponto 1 e a de 25,5Hz tem a maior
magnitude no ponto 5.
- A freqüência de 28Hz é a que tem maior magnitude nos ponto 2, 3 e 4.
- As freqüências de 21,5Hz e 24Hz apareceram igualmente para os pontos 1 e A, sendo
a de 24Hz a de maior magnitude para ambos os pontos de medição. No ponto B, apa-
recem as freqüências de 21,5Hz e de 25,5Hz (sendo a segunda a de maior magnitude),
semelhante ao medido no ponto 5.
Assim, as cinco primeiras freqüências naturais de vibração valem 21,5, 24, 28, 31,5 e
35,5Hz, sendo que as três primeiras se repetiram mais vezes com o mesmo valor.
5.1.3 Ensaio 3: telha com bordas longitudinais vinculadas
A telha vinculada é simétrica e possui pontos de medição que diferem um pouco dos
pontos dos Ensaios 1, 2, conforme ilustra a Figura 4.3. A Tabela 5.3 lista os primeiros picos
do gráfico de magnitude da resposta do acelerômetro no domínio da freqüência obtidos com o
uso do HPVee para cada ponto de medição; a Figura 5.3 mostra o gráfico correspondente à
medição do ponto 3.
Tabela 5.3 – Primeiras freqüências naturais obtidas para telha com bordas vinculadas.
Ponto Freqüências Naturais
1 28 – 29 –32,5 – 37 – 38,5
2 28 – 29 – 36,5
3 28 – 29 – 36,5 – 38,5
4 29 – 36,5
5 28 – 29 – 33 – 35,5 – 36,5 – 38,5

Figura 5.3 – Gráfico da resposta no domínio freqüência para o ponto 3.


Constatou-se o seguinte:
- As freqüências de 28Hz e de 29Hz apareceram com maior magnitude nos pontos 2, 3 e
4, sendo a de 29Hz maior.
- As freqüências de 36,5Hz e de 38,5Hz apareceram para todos os pontos de medição,
sendo que a de 38,5Hz é a de maior magnitude nos pontos 1 e 5. Adicionalmente, a
freqüência de 38,5Hz não apareceu nos pontos 2 e 4.
5.2 ANÁLISE PELO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
Através da Análise Modal, executada com o ANSYS 9.0, foi feito um estudo da influ-
ência da vinculação das telhas, tanto referente às hastes de fixação quanto às borda longitudi-
nais, nas freqüências naturais de vibração e em suas respectivas formas modais. Comparando
os resultados numéricos com os experimentais, tentou-se chegar às condições de contorno que
melhor representassem o problema real.
9

5.2.1 Modelo de telha com bordas livres


Todas as vinculações da telha com bordas livres referem-se às hastes de fixação. Elas
foram modeladas como restrições translacionais em todas as direções, exceto as que restrin-
gem a aba incompleta, que foram modeladas como apoios elásticos translacionais em todas as
direções. Variou-se o valor da constante elástica destes apoios (assumidos como iguais nas
três direções) e verificou-se o comportamento dos modos de vibração. A Figura 5.4 ilustra a
variação da freqüência natural dos quatro primeiros modos de vibração da telha e do modo
correspondente à torção em sua borda incompleta.
Telha com Bordas Livres - Variação da Freqüência
33,5913

31,5913

29,5913

27,5913

25,5913

23,5913
f [Hz]

21,5913

19,5913

17,5913

15,5913 Borda Completa


13,5913 Transversal 1
Transversal 2
11,5913
Torção
9,5913 Borda Incompleta
kx=ky=kz [N/m]
k=3e4 [N/m]
7,5913
1,00E+03 1,00E+04 1,00E+05 1,00E+06 1,00E+07 1,00E+08 1,00E+09

Figura 5.4 – Variação das primeiras freqüências naturais para a telha com bordas livres.

Nota-se que variando a rigidez dos vínculos elásticos, alguns dos modos de vibração
mostram-se mais sensíveis à mudança. Para a escolha do valor mais adequado levou-se em
consideração que:
- Os valores obtidos com o modelo numérico podem diferir dos resultados experimen-
tais.
- A freqüência experimental de 15Hz só foi medida no ponto 1, correspondendo a um
modo de vibração local.
- A quarta freqüência experimental (28Hz) teve magnitude grande nos pontos 2, 4 e 5.
Assim, a quarta freqüência de vibração do modelo numérico não pode ser referente ao
modo de torção na aba incompleta (curva rosa da Figura 5.4).
- A freqüência experimental de 35Hz teve magnitude máxima no ponto 1, devendo cor-
responder a um modo local.
Assim, adotou-se um valor de constante elástica de 3e4 N/m. Os valores das freqüências
naturais de alguns modos de vibração obtidos com este modelo estão mostrados na Tabela
5.4, postos ao lado das supostas freqüências naturais experimentais correspondentes. A Figura
5.5 ilustra estes modos.
Tabela 5.4 – Freqüências Naturais e modos de vibração obtidos com o modelo.
Modo Freqüência do Modelo Freqüência Experimental Correspondente
1 15,2 16
2 24,3 23,5
3 25,6 25
4 27,9 28
8 35,7 35
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Figura 5.5 – Modos de Vibração para o modelo de elementos finitos da telha com bordas livres.

Deve-se observar que a freqüência experimental de 23,5Hz foi medida nos pontos 2 a 5,
enquanto que sua freqüência correspondente no modelo numérico tem um modo de vibração
local na borda completa.
5.2.2 Modelo de telha com bordas trespassadas
As vinculações correspondentes às hastes de fixação foram modeladas como restrições
translacionais em todas as direções, inclusive as hastes que prendem a borda incompleta. Para
simular a interação do trespasse com as outras telhas, foram colocados apoios elásticos nas
direções y e z ao longo de 7 nós das ondas altas externas (completa e incompleta), conforme
ilustra a Figura 4.3. Variou-se o valor da constante elástica destes apoios (assumidos como
iguais nas duas direções) e verificou-se o comportamento dos modos de vibração. A Figura
5.6 ilustra a variação da freqüência natural dos quatro primeiros modos de vibração da telha.
Telha Trespassada - Variação da Freqüência
31,917

30,917

29,917

28,917

27,917

26,917
f [Hz]

25,917

24,917

23,917

22,917 Borda Completa

21,917 Transversal 1/Borda


Incompleta
20,917 Transversal 2

19,917 Torção Borda Completa

18,917 k=5e2 [N/m]


ky=kz [N/m]
17,917
1,00E+01 1,00E+02 1,00E+03 1,00E+04 1,00E+05 1,00E+06 1,00E+07 1,00E+08 1,00E+09

Figura 5.6 – Variação das primeiras freqüências naturais para a telha com bordas trespassadas.
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Nota-se que variando a rigidez dos vínculos elásticos, alguns dos modos de vibração
mostram-se mais sensíveis à mudança. Para a escolha do valor mais adequado levou-se em
consideração que:
- A primeira freqüência experimental (21,5Hz) apareceu em todos os pontos de medi-
ção, inclusive nos pontos localizados nas telhas adjacentes (A e B).
- As freqüências experimentais de 21,5Hz, 24Hz e 25,5Hz tiveram maior magnitude nos
pontos 1, 5, A e B.
- Como a rigidez das telhas adjacentes é a mesma, é provável que a medição tenha cap-
tado alguma freqüência de vibração destas. Então os primeiros modos podem corres-
ponder a modos locais das abas incompleta e completa.
- Quando a rigidez vai decrescendo e atinge 1e3 N/m, o primeiro modo de vibração
transversal se torna um modo de vibração da aba incompleta.
- A terceira freqüência natural de vibração (28Hz) teve magnitude máxima nos pontos
2, 3 e 4. Assim, mesmo considerando a interação das telhas, o terceiro modo de vibra-
ção numérico não pode ser local de alguma das bordas.
Assim, adotou-se um valor de constante elástica de 5e2 N/m. Os valores das freqüências
naturais de alguns modos de vibração obtidos com este modelo estão mostrados na Tabela
5.5, postos ao lado das supostas freqüências experimentais correspondentes. A Figura 5.7 ilus-
tra estes modos.
Tabela 5.5 – Freqüências Naturais e modos de vibração obtidos com o modelo.
Modo Freqüência do Modelo Freqüência Experimental Correspondente
1 21,6 21,5
2 24,6 24
3 27,9 28
4 28,5 31,5
5 28,8 35

Figura 5.7 – Modos de Vibração para o modelo de elementos finitos da telha com bordas trespassadas.

Deve-se observar que os resultados do modelo divergem para as freqüências naturais


maiores do que as do terceiro modo de vibração.
5.2.3 Modelo de telha com bordas vinculadas
12

Todas as vinculações correspondentes às hastes de fixação foram modeladas como res-


trições translacionais em todos as direções, lembrando que a telha vinculada utilizada no en-
saio não possui a aba incompleta. Os rebites foram modelados identicamente. Os valores das
freqüências naturais de alguns modos de vibração obtidos com este modelo estão mostrados
na Tabela 5.6, postos ao lado das supostas freqüências experimentais correspondentes. A Fi-
gura 5.8 ilustra estes modos.
Tabela 5.6 - Freqüências Naturais e modos de vibração obtidos com o modelo
Modo Freqüência do Modelo Freqüência Experimental Correspondente
1 28,2 28
2 30,7 29
3 36,9 32,5
4 45 36,5
5 52,3 38,5

Figura 5.8 – Modos de Vibração para o modelo de elementos finitos da telha com bordas vinculadas.

Deve-se observar que os resultados do modelo divergem para as freqüências naturais


maiores do que as do segundo modo de vibração. Segundo o modelo, o primeiro modo de
vibração longitudinal é o sexto, de freqüência natural de 54,5Hz.
5.3 COMPARAÇÃO COM MODELOS ANALÍTICOS

5.4 ANÁLISE COMPARATIVA

6. CONCLUSÕES
13

7. REFERÊNCIAS

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14762: Dimensio-


namento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio - Procedimento. Rio de
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ANSYS, Inc. ANSYS 8.0 Documentation. 2003.

CARVALHO, P. R. M. de.; GRIGOLETTI, G.; TAMAGNA, A.; ITURRIOZ, I. Curso bási-


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CHODRAUI, G. M. de B. Flambagem por distorção da seção transversal em perfis de aço


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FONSECA, N. D. R. da. Avaliação do comportamento teórico e experimental em espéci-


mes de telhas metálicas autoportantes submetidas à flexão. Dissertação de Mestrado.
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SCHAFER, B. W. AISI - American Iron and Steel Institute - Direct strength method of
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9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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