Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
primeiro filho da mãe em que depois me tornei; eu, velha aluna dessa escola dos
suplícios, amazona do meu desejo; eu, cadela no cio do meu sonho vermelho: eu
reivindico o meu direito a ser um monstro. Nem homem, nem mulher, nem XXY ou
H2o. Eu, monstro do meu desejo, carne de cada uma das minhas pinceladas, tela azul do
meu corpo, pintora do meu caminho. Eu não quero mais títulos para carregar, eu não
quero mais cargos nem armários onde me encaixar, nem o justo nome que me reserve
nenhuma Ciência. Eu, borboleta alheia à modernidade, a pós-modernidade, à
normalidade, oblíqua, vesga, silvestre, artesanal. Poeta da barbárie com o húmus do
meu cantar, com o arco-íris do meu cantar, com o meu esvoaçar:
Reivindico o meu direito a ser um monstro! E que outros sejam o normal, o Vaticano
normal, o credo em Deus e virgíssima normal e os pastores e os rebanhos do normal, o
Honorável Congresso das Leis do Normal, o velho Larousse do Normal. Eu só trago a
luz dos meus fósforos, a face do meu olhar, o tacto do que é ouvido e o jeito vespal do
beijar. E terei uma teta da lua mais obscena na minha cintura e o pénis erecto das
cotovias galdérias e 7 sinais; 77 sinais; que raio estou eu a dizer…! 777 sinais da
endiabrada marca da minha Criação. A minha bela monstruosidade, o meu exercício de
inventora, de rameira dos pombos. O meu ser EU, entre tanto parecido, entre tanto
domesticado, entre tanto “até à ponta dos cabelos”. Um novo título para carregar. Casa
de banho: das senhoras? Ou dos homens? Ou novos cantos para inventar.
Eu: trans… pirada, molhada, nauseabunda, germe da aurora encantada, a que não pede
mais permissão e está raivosa de luzes maias, luzes épicas, luzes párias, Marias
Madalenas menstruadas, bizarras. Sem bíblias, sem tábuas, sem geografias, sem nada!
Só o meu direito vital a ser um monstro, ou como me chame, ou como me saia, como
me permita o desejo e a fuckin’ gana! O meu direito a explorar-me, a reinventar-me,
fazer da minha mutação o meu nobre exercício, veranear-me, outonar-me, invernar-me,
as hormonas, as ideias, o cú e toda a alma.
Amén.”
Amazona de mi deseo
Yo, perra en celo de mi sueño rojo
yo monstruo de mi deseo
carne de cada una de mis pinceladas
lienzo azul de mi cuerpo
pintora de mi andar
no quiero más títulos que cargar
no quiero más cargos ni casilleros a donde encajar
ni el nombre justo que me reserve ninguna Ciencia
Poeta de la barbarie
con el humus de mi cantar
con el arco iris de mi cantar
con mi aleteo:
mi bella monstruosidad
mi ejercicio de inventora
de ramera de las torcazas
mi ser yo entre tanto parecido
entre tanto domesticado
entre tanto metido “de los pelos” en algo
otro nuevo título que cargar
baño: de ¿Damas? o ¿Caballeros?
o nuevos rincones para inventar
Yo: trans…pirada
mojada nauseabunda germen de la aurora encantada
la que no pide más permiso
y está rabiosa de luces mayas
luces épicas
luces parias
Menstruales Marlenes bizarras
sin Biblias
sin tablas
sin geografías
sin nada
solo mi derecho vital a ser un monstruo
o como me llame
o como me salga
como me pueda el deseo y la fuckin ganas
mi derecho a explorarme
a reinventarme
hacer de mi mutar mi noble ejercicio
veranearme otoñarme invernarme:
las hormonas
las ideas
las cachas
y todo el alma!!!!!!… amén.
Susy Shock
¿Que soy? ¿Importa? siempre hay alguien que lo pregunta esas noches de arte luminoso
de la Casa Mutual A.G.U.A -Giribone a donde el limite del escenario se va haciendo tan
finito… “soy arte” digo mientras revoleo las caderas y me pierdo entre la gente y su
humo cigarro y su brillo sin estrellas y su hambre de ser... travesti outlet bizarría del
ángel o el cometa que viene a despabilarte el rato que estemos, el rato que nos toque en
suerte transitar, mientras "La Garnier" desgarra su canto a puro inglés narco-anarco-
arco… (pa´ que el imperio lo entienda en su propio idioma) hay maquinas-machines que
nos abruman , algunas hasta suplantan el hambre del amor, el olor del amor , el color del
amor, el dolor del amor, y yo no quiero eso Se me salió un taco… se me corrió el rimel
se me atascó la voz pero nunca el sueño pajarito de Vonnegut en Paternal cada Noches
Bizarras crecemos y no importa que somos, si alcanzamos a poder serlo… el resto es
máquina y yo no. Susy Shock Agosto de 2007