Você está na página 1de 35

INTRODUÇÃO

Caro leitor

Prepare-se para o que está nas próximas páginas. São pensamentos que podem po-
dem chocar àqueles já anestesiados pela ditadura do “Politicamente Correto”: velhas
ideologias e conceitos embrulhados numa embalagem moderna e sedutora.

Vivemos em uma era do conformismo, onde ninguém pode se desviar do padrão


definido, pois as diferenças incomodam muito. Todos devem adotar a mesma car-
tilha “livre de preconceitos”. Até mesmo o Papai Noel já foi vítima desta obtusa men-
talidade, pois a obesidade é um problema de saúde preocupante no mundo. Um
dos culpados? Sim, o Papai Noel. Um médico australiano chegou a afirmar que Papai
Noel é um “pária da saúde pública”, e seria melhor se ele fosse retratado sem aquela
“pança”, sua marca registrada. Afinal, o bom velhinho é um ícone da garotada, e no
mundo atual não fica bem um barrigão daqueles influenciando as crianças. Papai
Noel “sarado”, eis um típico sinal dos tempos.

Chegamos ao limite da insanidade da onda do politicamente correto. Soube dia


desses que as crianças, nas creches e escolas, não cantam mais O cravo brigou com
a rosa. A explicação da professora do filho de um camarada foi comovente: a briga
entre o cravo — o homem, e a rosa — a mulher, estimula a violência entre os casais.
Na nova letra “o cravo encontrou a rosa/ debaixo de uma sacada/o cravo ficou feliz
/e a rosa ficou encantada”.

Nas aulas sobre o barroco mineiro, em breve não poderemos mais citar o Aleijadin-
ho. Diremos o seguinte: o escultor Antônio Francisco Lisboa tinha necessidades es-
peciais... Não dá. O “Politicamente Correto” também gera a morte do apelido, essa
tradição fabulosa do Brasil. Daqui a pouco só chamaremos o anão - o popular pintor
de roda-pé ou leão de chácara de baile infantil — de “deficiente vertical”. O crioulo
— vulgo picolé de asfalto ou bola sete (depende do peso) — só poderá ser chamado
de afrodescendente. O branquelo — o famoso branco azedo ou Omo total — pas-
sará a ser um cidadão caucasiano desprovido de pigmentação mais evidente. A mul-
her feia — aquela que nasceu pelo avesso, a soldado do quinto batalhão de artilhar-
ia pesada, também conhecida como o rascunho do mapa do inferno — tornar-se-á
dona de um “padrão divergente dos preceitos estéticos da contemporaneidade”. O
gordo — outrora conhecido como rolha de poço, chupeta do Vesúvio, Orca, baleia
assassina e bujão — é o cidadão que “está fora do peso ideal”. O magricela não pode
ser chamado de morto de fome, pau de virar tripa e Olívia Palito. O careca não é mais
o aeroporto de mosquito, tobogã de piolho, pouca telha.

Qualquer pessoa com mais de 30 anos deve recordar daqueles cigarros de chocolate
que as crianças adoravam no passado. Isso seria impensável hoje em dia. Chocolate,
e ainda por cima em forma de cigarro? Seria “politicamente incorreto” demais para o
mundo moderno. Diriam que as crianças vulneráveis seriam fumantes compulsivas,
tal como acusam os filmes e jogos violentos pela violência.

Pensar na possibilidade de que os próprios pais devem educar seus filhos, impondo
limites e dizendo “não”, parece algo estranho demais para os engenheiros sociais da
atualidade. As “crianças mimadas”, os adultos modernos, preferem delegar a função
ao governo, que será responsável pela “pureza” das propagandas. E é aí que mora o
perigo: quem precisa de liberdade de escolha quando se tem o governo para con-
trolar nossas vidas?!

Este trabalho não tem pretensão de limitar a dez os falsos deuses do “Politicamente
Correto”, infelizmente há outros mais. Porém, se o texto conseguir abrir os seus olhos
para o que se esconde por detrás desse falsos deuses, já estará ótimo.

Boa leitura!

2
SUMÁRIO

Introdução

A Origem do “Politicamente Correto”


I - Diversidade
II - Racismo
III - Revanchismo
IV - História Crítica
V - Laicismo
VI - Cinema e Televisão
VII - Antiamericanismo
VIII - Ecossocialismo
IX - Liberação das Drogas
X - Indigenismo

Conclusão

Anexo: Cartilha do “Politicamente Correto”

3
AS ORIGENS DO “POLITICAMENTE CORRETO”


Os modelos filosóficos que inspiraram o “Politicamente Cor-
reto” são numerosos: a República de Platão, Shangri-lá,
Xanadu, a Utopia de More, a Cidade do Sol de Campanella
são alguns exemplos. Jean Jacques Rousseau, o filósofo ilu-
minista (que, na verdade, não passava de um doente men-
tal crente na existência de uma operação continental para
destruí-lo) sonhava com um Estado não apenas autoritário,
mas também totalitário, regulando todos os aspectos da
atividade humana, inclusive o pensamento. Submetido ao
contrato social, o indivíduo seria obrigado a “alienar-se de si,
juntamente com todos os seus direitos, em prol do conjunto
da comunidade” .

Mesmo se fosse preciso “forçar o indivíduo a ser livre”, como


defendia Rousseau, esse parecia um preço aceitável a se
pagar pelo sonhado “progresso”. Foi com base nesta men-
talidade que milhões de inocentes foram sacrificados no
altar das ideologias coletivistas, nos séculos seguintes. Com No mundo das idéias: Rousseau e a
necessidade de “forçar” o indivíduo a
a decomposição dos regimes totalitários, os “progressistas” ser livre
buscaram refúgio em um novo e influente conceito: o “Po-
liticamente Correto”. Estavam munidos de suas velhas idéias,
mas com o mesmo objetivo: “purificar” a humanidade e criar
um paraíso terrestre onde todos serão igualmente “felizes” e
“saudáveis”.
O “Politicamente Correto” não é uma seita, filosofia ou
doutrina. É amorfo. Inodoro. Você jamais encontrará o
“Politicamente Correto” indentificado por uma placa.
Trata-se de um conjunto de idéias e mecanismos que
se estende pela cultura, educação, política e costumes.
Suas fronteiras são indefinidas. Reside exatamente
nessa indefinição, a originalidade do artigo do norte-
americano Willian S. Lind, Diretor do Centro de Con-
servadorismo Cultural, sobre o “Politicamente Correto”,
onde o autor disseca sua fisiologia difusa com maes-
tria.

“Diversidade” é um dos falsos deuses do “Politicamente


Correto”. Mas o que é exatamente o “Politicamente
Correto”? Politicamente Correto, ou Correção Política,
é o marxismo cultural. Um marxismo transposto do
campo econômico para o cultural. Sua origem não re-
monta aos anos 60, mas à I Guerra Mundial.

Antes de 1914, a teoria marxista profetizava que se


uma grande guerra eclodisse na Europa, os trabalha-
dores de cada país se uniriam numa revolução que
“varreria” o capitalismo, substituindo-o pelo socialismo
Propaganda da Revolução Bolchevique na Europa:
internacional. Mas quando veio a guerra, nada disso
planos frustrados
aconteceu. O que deu errado?

4
OS TEÓRICOS
Dois teóricos Marxistas, Antonio Gramsci, na Itália, e Georg
Lukacs, na Hungria, chegaram a uma mesma resposta, de
forma independente. Eles afirmavam que na cultura oci-
dental, a religião Cristã havia “cegado” os trabalhadores
para os verdadeiros interesses da classe (o marxismo), e
que era impossível o estabelecimento do Comunismo no
Ocidente antes que a cultura tradicional e o Cristianismo
fossem destruídos. Isso mesmo, Osama Bin Laden não foi o
pioneiro em sua causa.

Quando Lukacs tornou-se vice-comissário da cultura do


governo húngaro, em 1919, um dos seus primeiros atos foi
a introdução da educação sexual nas escolas. Ele sabia que
a destruição da moral sexual vigente seria um grande passo
adiante para a destruição da cultura ocidental. Já Antonio
Gramsci escreveu os “Cadernos do Cárcere”: livro de cabe-
ceira de 10 entre 10 pensadores esquerdistas.

A ESCOLA DE FRANKFURT
Lukacs tornou-se uma proeminente influência do pensa-
mento marxista estabelecido na Universidade alemã de
Frankfurt: o Instituto de Pesquisa Social, mais conhecido
como Escola de Frankfurt. Quando Max Horkheimer tor-
nou-se o diretor da Escola de Frankfurt, em 1930, contratou
os serviços de Lukacs para transpor os conceitos da teoria
marxista da economia para a cultura.

Outros membros da Escola também empreenderam esfor-


ços nessa difícil tarefa: Theodor Adorno, Eric Fromm, Wil-
Georg Lukacs e Osama Bin Laden : o terrorista não foi helm Reich e Herbert Marcuse. Eles não faziam isso pelo
o primeiro a tramar contra a civilização ocidental e o marxismo soviético — que os considerava heréticos — mas
Cristianismo
por convicção pessoal.

“A revolução triunfará através da estratégia de Guerra de


Posição, mediante a qual se desgasta o inimigo penetrando
nas casamatas e fortificações da Sociedade Civil”
Membros da Escola de Frankfurt: a transposição do
Antonio Gramsci - Cadernos de Cárcere marxismo para a cultura como objetivo

5
Para a Escola de Frankfurt, a chave do Em 1933, com a ascensão do partido
sucesso desse trabalho estava no cru- nazista, os teóricos da Escola de Frank-
zamento da teoria marxista com Freud. furt trataram de salvar a própria pele.
Postularam que se sob o capitalismo to- Fugiram deixando o povo alemão
dos vivem sob um estado de opressão, largado à própria sorte, mudando-se
então toda a cultura ocidental também para a cidade de Nova York. Tal qual os
vive sob repressão psicológica. terroristas do 11/09, se aproveitaram
das benesses da “opressora sociedade
Utilizando a psicologia, eles desenvolv- ocidental” para tramarem seus planos
eram técnicas de condicionamento, de destruição. Lá publicaram a chama-
destinadas “libertar” o ser humano dos da “Teoria Crítica”, em 1937, preconi-
limites éticos e morais impostos pela zando a crítica constante e destrutiva
sociedade. Foram técnicas eficazes e das instituições sociais tradicionais,
inovadoras, continuamente aperfeiçoa- começando com a família.
das ao longo do tempo, hoje perfeita- Programação da TV:
peça-chave na “reeducação”
mente adaptadas às novas mídias. Quer O influente livro de Theodor W. Ador- moral da sociedade
tornar o homossexualismo algo “nor- no. “A personalidade Autoritária” (Au-
mal” para a sociedade? Então vamos thoritarian Personality - Studies in Prej-
“reeducá-la”, coloquem na programação udice), de 1950, rotulava os defensores
televisiva cada vez mais personagens da cultura tradicional como “fascistas”
homossexuais. e “mentalmente doentes”.

“Quem defende a cultura tradicional deve ser considerado um


fascista e mentalmente doente”

Theodor Adorno : “A Personalidade Autoritária”

Nos anos 50 e 60, Herbert Marcuse


traduziu o pensamento da Escola de
Frankfurt para os livros escolares, com
Eros e Civilization, obra que se tornou
a “Bíblia” da nova esquerda dos anos
60, inspirando o movimento da con-
tracultura. Marcuse inoculou o vírus do
marxismo cultural da Escola de Frank-
furt na geração Baby boom. Foi bem-
sucedido. Suas idéias modificaram o
“senso comum” que hoje reverencia o
“Multiculturalismo”, a “Diversidade” e o
“Politicamente Correto”.

Este é o pequeno segredo sujo do “Po-


liticamente Correto”. Obviamente, há
muito mais sobre a Escola de Frankfurt
e que pode ser visto no website of the
Free Congress Foundation e no peque-
no vídeo documentário sobre a criação
É Proibido Proibir: slogan da contracultura nos anos 60, da Escola de Frankfurt, no Youtube.
sexo, drogas, rock’n roll e a alienação como estilo de vida

6
I - DIVERSIDADE

E nquanto o processo do “mensalão”


se arrasta por quatro longos anos,
já muito próximo da prescrição dos
De forma contraditória, o Supremo não
viu dificuldade em atropelar o Código Civil
e rasgar a mesma Constituição Federal, ao
crimes cometidos, o Supremo Tribunal estender o regime jurídico da união es-
Federal (STF) decidiu pela não aplica- tável aos homossexuais. A votação do STF
ção da chamada “Lei da Ficha Limpa” às contou com o silêncio acobertador da mí-
eleições gerais do ano passado. O STF dia, que logo depois comemorou estrepi-
entendeu que a Constituição Federal, tosamente o resultado. Tudo em apenas
que estabelece a anterioridade de um 5 horas: um prodígio de rapidez em sua
ano para lei que altere o processo eleito- contumaz morosidade. A ação populista,
ral, é uma cláusula pétrea eleitoral que movida pelo governador Sérgio Cabral,
não pode ser mudada, nem mesmo por teve como base um argumento surreal:
lei complementar ou emenda constitu- “A Constituição Brasileira é inconstitucio-
cional. O decisão permitiu, dessa forma, nal, pois define a família apenas como a
que políticos notoriamente corruptos relação entre um homem e uma mulher.”
assumissem seus cargos. mulher”, diz a ação.

Não foram poucos os juízes do Supremo que justificaram o seus votos a favor da ação, afirmando
que a união homossexual já era um fato na sociedade. Estavam eles apenas formalizando a sua
existência — como se todos os vícios e práticas criminosas milenares da espécie humana fossem
também merecedoras do amparo do Estado, pelo simples fato de existirem.

Na mídia, um ativista homossexual declarou que a “decisão unânime do STF era o reconhecimento
oficial da diversidade”. Paradoxalmente, ninguém insiste tanto na conformidade como aqueles que
advogam “Diversidade” e a “modernidade”. Sob o manto de um discurso progressista, jaz muitas
vezes um autoritarismo típico de pessoas que gostariam, no fundo, de um mundo uniforme, onde
todos rezam o mesmo credo. Mas o que é exatamente a Diversidade ?

“A Constituição brasileira é
inconstitucional”

Argumentação surreal apresentada pelo


governador Sérgio Cabral e aceita pelo STF

7
A promoção da Diversidade tornou-se uma obsessão no
mundo ocidental. Não importa onde você estiver, a “Diver-
sidade” influencia o seu modo de pensar e agir.

Nos EUA, o comandante de uma Academia Naval, que tem


em seus quadros de formação militares estrangeiros, de-
cidiu trocar os integrantes de uma guarda de honra pouco
antes de uma formatura pública. Qual foi a culpa deles?
Havia “brancos e homens” demais no grupamento. Não
estavam dentro dos padrões da Diversidade como era de
se esperar. Dois dos membros da guarda foram retirados
e trocados por um paquistanês e uma mulher, para se al-
cançar a esperada Diversidade. O paquistanês, convidado
Diversidade: políticas repletas de “boas intenções”
às pressas, estava sem várias partes do uniforme e teve de
ser trocado, no último minuto, por um dos que haviam
sido removidos anteriormente. Todos receberam ordens A CIÊNCIA DA “DIVERSIDADE SEXUAL”
de não comentar sobre esses eventos.
As teorias da doutrina da Escola de Frankfurt, material-
Também nos EUA, um médico militar norte-americano, izadas e popularizadas pelo movimento da contracultura,
convertido ao islamismo, assassinou de 13 dos seus pares foram determinante para que, em 1973, a Associação
em Forte Hood — incluindo uma mulher grávida e seu Americana de Psiquiatria deixasse de considerar o homos-
bebê. Dias depois, o presidente Barack Obama mencionou sexualismo como doença, logo seguido pela Associação
o ocorrido em seu discurso, no Dia dos Veteranos. Obama Americana de Psicologia, em 1975. A Organização Mundial
declarou que a composição multiétnica e multirracial das de Saúde (sigla OMS) retirou a homossexualidade da sua
Forças Armadas “revelava a diversidade que fez a Ameri- lista de doenças mentais: a Classificação Internacional de
ca”: um dos pontos favoritos da sua campanha eleitoral. O Doenças (CID), em maio de 1990.
massacre e o discurso presidencial foram comentados por
vários oficiais de alta patente do Exército Americano, que A última classificação americana dos transtornos mentais
manifestaram seus temores, não do Islã, mas da ameça da (DSM-IV-TR) retirou dos seus diagnósticos os termos tran-
Diversidade. sexualismo, travestismo e homossexualismo. Ao invés
disso, adotou-se o termo “Transtornos da Identidade de
A Diversidade está em todos os lugares: na televisão, nas Gênero”, considerado menos “preconceituoso ou discrimi-
revistas e outdoors. Já se tornou parte da paisagem. Ai de natório”. As denominações anteriores são bastante con-
quem contestá-la. A Diversidade origina-se das políticas hecidas popularmente, e ainda utilizadas na Classificação
raciais e anti-discriminatórias nos EUA, onde em alguns Internacional de Doenças (CID 10).
estados a lei proibia um negro dirigir-se a um branco.
Também graças a essas políticas, a mulher pôde ter acesso Ao contrário do que costuma a ser divulgado na mídia, de
a profissões até então restritas ao sexo masculino. Até aí modo algum a comunidade científica mudou seu entendi-
tudo muito justo e louvável. mento acerca dos transtornos sexuais, ou mesmo aceitou
a existência de um terceiro gênero sexual, além do mas-
Entretanto, as políticas anti-discriminatórias foram substi- culino e feminino. Apenas caiu de joelhos ante o “Politica-
tuídas por um novo, atraente e sugestivo termo: a Diversi- mente Correto”.
dade. De imediato, o guarda-chuva generoso da Diversi-
dade passou a acolher não só as ações legítimas em prol
da igualdade racial, religiosa e de defesa da mulher, mas
também uma série de transtornos de gênero, conhecidos
pela sigla LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Tran-
sexuais e Transgêneros): uma sopa de letras que aumenta
a cada ano com a adição de bizarras denominações.

O fundamento da Diversidade é nobre, celebra a individu-


alidade humana, a pluraridade de raças, crenças e corren-
tes ideológicas. O problema começa quando ela extrapola
o limite do razoável. A tal “Diversidade Sexual”, por exem-
plo, é um engôdo. Uma vez aceita a homossexualidade, no
rol da Diversidade, logo as demais doenças e transtornos Forças Armadas dos EUA: obsessão pelo “Politicamente
da sexualidade como o travestismo, o transexualismo, a Correto”
pedofilia e a necrofilia entrarão no mesmo barco.
8
A IMPOSIÇÃO DA DIVERSIDADE
Não pense que os ativistas da “Diversidade Sexual”
desejam que você apenas aceite, como perfeita-
mente “normais”, os transtornos de sexualidade.
Seus objetivos são bem mais ambiciosos.

O “Politicamente Correto” é ousado. Ele quer que


os seus filhos aprendam e partilhem as benesses
do seu “Admirável Mundo Novo”, desprovido da
velha e ultrapassada moral cristã. Para tanto, a Di-
versidade conta com aliados poderosos. O Ministé-
rio da Cultura, por exemplo, financiou a produção e
distribuição de um conjunto de vídeos e revistas: o
chamado “Kit Gay”.

A adolescência é uma fase crítica, onde o jovem


completa a sua maturidade sexual. Não foi por aca-
so que os ideólogos da “Diversidade” a escolheram
como alvo principal. O “Kit Gay” foi feito sob medida
para o adolescente, conténdo revistas ilustrativas e
um DVD com diversos filmetes. Entre eles, a história
de um menino que vai ao banheiro e, quando vê o
órgão sexual do colega, urinando, se diz apaixonado
pelo mesmo e “assume” a sua homossexualidade.

Acha pouco? É porque você não sabe o que os ativ-


istas da “Política de Afirmação da Diversidade” tra-
mam no Congresso (foto ao lado). De acordo com
o PL 122/06, conhecida como a “Lei Mordaça Gay”,
quem se manifestar contra as “ações afirmativas” do
Material distribuído pelo Deputado Federal Jair Bolsonaro Governo Federal será processado por “crime de ho-
denunciando os articuladores do “Kit Gay” mofobia”.

Os defensores da “Diversidade Sexual” não se preo-


cupam se a religião e a moral condenam seus atos.
Nem mesmo se incomodam quando a ciência os di-
agnostica como transtornados. Eles querem apenas
que você fique como está. Imóvel. Observando o
mundo à sua volta com indiferença, sentado confor-
tavelmente na poltrona da sala, enquanto o esgoto
do banheiro transborda e inunda a casa.

Não se iluda com o doce canto da Diversidade, nem


pense que a educação doméstica colocará sua famí-
lia imune a ela. No futuro, quando seu filho voltar
da escola usando batom, ou a sua filha adolescente
resolver namorar a amiga de sala — pois aprendeu
na classe que isso é “natural” —, você protestará na
escola. Mas aí já será tarde demais. Você será de-
nunciado como homofóbico, tendo como destino
a cadeia onde será “reeducado”. Georg Lukacs não
Apologia do homossexualismo: cena de vídeo “educativo” a ser exi-
bido para crianças do Ensino Fundamental faria melhor.

9
II - RACISMO

U m dos principais fundamentos do “Politicamente Correto”, em seu afã de


“libertar” o ser humano da “opressão moralista e religiosa”, é a materializa-
ção de políticas que permitam ao indivíduo exercer o poder ilimitado sobre a
sua própria natureza. Nessa cantilena libertária, o indivíduo poderia “optar” até
mesmo sobre a cor da pele e o gênero sexual.

Para tanto, faltava aparecer um inimigo a ser combatido, de preferência nítido


e já execrado pelo senso comum da sociedade: o racismo. Mas havia um prob-
lema: desde a Proclamação da República, não há uma única lei que permita
classificar o Brasil como um país racista, como ocorreu nos EUA ou na África do
Sul, por exemplo. Até porque, não faz sentido discursar sobre “raça pura” por es-
sas bandas. Um trabalho de mapeamento genético realizado por Sérgio Danilo
Pena, da UFMG, indicou que apesar das diferenças regionais, a ancestralidade
dos brasileiros acaba sendo relativamente uniforme. De Belém a Porto Alegre, a
A Promessa da Utopia:
ancestralidade européia nunca é inferior a 60%, nem ultrapassa 80%. Há doses
livro que influenciou o
mais ou menos generosas de sangue africano, com traços menores da contri- movimento da contracultura
buição indígena, que só ultrapassa 10% na região Norte do Brasil.

Mas as políticas de afirmação da cultura negra, promovidos por ONG racialistas,


comprometidas com o “Politicamente Correto”, dizem justamente o contrário.
Faz sentido. Assim podem justificar o repasse de generosas verbas públicas.
O Governo Federal, óbvio, mergulhou de cabeça no tema. Criou a Secretaria
Especial de Promoção da Igualdade Racial e promulgou o Estatuto da Igual-
dade Racial que, entre outros absurdos, impõe ao servidor público de escolas e
hospitais a obrigatoriedade de incluir nas informações de cadastro do cidadão
atendido a sua raça. “Com base em quê?”, pergunta-se. “Ora, com base na opin-
ião pessoal do indivíduo”, respondem os racialistas.

Antes mesmo do Estatuto, surgiu nas Universidades a inconstitucional reserva


de cotas nas universidades, destinada a “fazer justiça social”. Supostamente
um local de exaltação e valorização do conhecimento, a Universidade deixou
em segundo plano o mérito intelectual para aceitar alunos cotistas, ferindo o
princípio constitucional de que todos são uguais perante a lei. Para ingressar
no sistema de cotas, bastava que o estudante se declarasse negro, mesmo pos-
Alex e Alan, gêmeos univiteli-
suindo a pele alva. nos: para os racialistas da UNB,
um é negro e o outro branco
A Universidade Nacional de Brasília (UnB) tentou amenizar tal disparate, nome-
ando uma “comissão de notáveis” , encarregada de analisar o look de cada can-
didato e decidindo quem era negro, pardo ou branco (só faltou usarem uma
braçadeira com a suástica no trabalho). Resultado: a “comissão de notáveis”
aceitou o ingresso de um estudante como cotista e rejeitou o do seu irmão
gêmeo univitelino.

Até o momento, o grande feito do sistema de cotas na UNB foi provocar o efeito
oposto ao desejado: a discriminação racial , pois termina por discriminar os es-
tudantes “negros” que ingressaram pelos próprios méritos e os “brancos” que
ficaram de fora, mesmo com avaliação melhor no processo seletivo.

Seguindo a sua linha “Politicamente Correta”, o STF negou uma liminar impe-
trada pelo DEM contra o sistema de cotas da UnB, alegando que o sistema é Seminário sobre racismo na UnB: a uni-
aplicada em outras 31 instituições de ensino superior públicas no Brasil. Como versidade como agente da “Justiça So-
na aprovação da união estável dos homossexuais, uma vez mais o STF lançou cial”
mão do mesmo argumento: ” Se tanta gente faz, é porque deve ser bom”.

10
No Brasil republicano não há racismo. Nunca houve. Basta
observar os instantâneos de alunos e professoras negras
do final do começa da República (quando a profissão de
professora era valorizada) presentes no álbum “A Cor da
Escola”, da pedagoga Maria Lúcia Rodrigues. Depois disso,
pelas fotos da Força Expedicionária Brasileira, na II Guerra
Mundial. Enquanto os demais exércitos segregavam as
diferentes raças e etnias, em regimentos separados, o
Exército Brasileiro, miscigenado, dava o exemplo para o
mundo.

Falar em “discriminação racial” também configura um ex-
agero. No Brasil, o maior discriminado sempre foi o pobre,
Professora carioca em sala de aula, no tenha ele olhos azuis ou cabelo encarapinhado.
começo do século
Além do quê, se discriminar alguém significa ressaltar
pejorativamente uma características pessoal, teríamos
um grande problema. Seriam rotuladas como discrimi-
natórias, por exemplo, as piadas sobre todo aquele cuja
aparência esteja fora dos padrões ditados pela moda:
obesos, baixinhos, carecas, idosos ou feios, por exemplo.
Um programa humorístico como “Os Trapalhões”, exibido
na TV nas décadas de 70/80, onde seus protagonistas usa-
Alunos e professores da Escola Rodrigues Alves, vam expressões como: “crioulo”, “urubu”, “azulão”, “ceará”,
RJ , em1914: miscigenação incômoda para os “paraíba”, “rapaz alegre”, seria hoje retirado imediatamente
racialistas
do ar pelas hostes da correção política.

Hoje estamos à mercê dos eufemismos, com a linguagem
sendo obliterada para proteger os mais “sensíveis”. To-
dos são “especiais”, o mesmo que dizer que ninguém o é.
Chamar um velho amigo de “negão” na pelada de final de
semana — ao invés de afrodescendente — pode nos cu-
star a liberdade, com direito à prisão sem direito a fiança,
se um terceiro se sentir incomodado. E quando os “bran-
quelos” exigirem serem chamados de “caucasianos”? Da
mesma forma, os gorduchos, magrelos, baixinhos, carecas
e cabeludos vão logo entrar no rol “Politicamente Correto”.
Pelotão do Exército Brasileiro na IIGM: exemplo Que digam aqueles de idade avançada, que passaram a
ínédito de miscigenação racial no campo de ser tratados de velhos para idosos, de idosos para a “ter-
batalha ceira idade”, e de “terceira idade” para “melhor idade”.

Se depender dos ideólogos do “Politicamente Correto”


só comeremos soylent green. Não seremos concebidos
da mesma forma que os nossos antepassados, mas nos
laboratórios de inseminação artificial do governo, onde
cada ser humano é a cópia fiel do seu vizinho: uma série
de clones do “Grande Irmão”.

A utopia de reduzir a zero todos os “preconceitos” do ser


humano significa despi-lo da sua própria individualidade,
em prol da “felicidade geral”. O mundo idealizado pelo
“Politicamente Correto” é planificado. Insosso. Tão sur-
Os Trapalhões: humor “politicamente inacei- preendente e divertido quanto uma troca de guarda no
tável” para os padrões atuais
Palácio de Buckingham. 11
III - REVANCHISMO

S érgio Buarque de Holanda classificou o brasileiro como


“Homem Cordial”. Quem leu a sua obra, sabe que ele
não fez nenhum elogio. Muito menos considerava a cordiali-
dade uma bênção. Segundo ele, a excessiva cordialidade do
brasileiro teria levado a uma falta de combatividade crônica,
responsável em último grau pelo atraso no desenvolvimento
social do país.
Insurretos do III RI são conduzidos presos,
O fato é que o brasileiro rejeita o conflito e as disputas em após o fracasso da Intentona Comunista de
geral, quaisquer que sejam as suas naturezas. Nossas con- 1935. Onze anos mais tarde, Júlio Prestes já
vulsões sociais foram resolvidas com mínimo derramamento era senador da República
de sangue. A queda da Monarquia, revoluções e revoltas ti-
veram um custo humano ínfimo se comparadas às ocorridas
em países de porte semelhante ao brasileiro, como a Guerra
de Secessão dos EUA, a Guerra Civil na Espanha, a Revolução
Francesa, a Revolução Russa ou na Revolução Cultural na Chi-
na.

Essa cordialidade do brasileiro é o pesadelo permanente da
esquerdopatia nacional. Os vermelhos são frustrados porque
nunca, jamais, farão com que a sociedade pegue em armas
contra um governo. E, sabe-se, nenhum regime socialista (e Revolução “à brasileira”: vitória sem o dispa-
comunista) pode ser construído sem que haja um estopim ro de um único tiro, em 1964

de revolta armada, terminando com um bando de burocratas


partidários marchando sobre uma montanha de cadáveres.
Puseram à prova a cordialidade brasileira na Guerrilha do Ara-
guaia, e foram esmagados.

Mesmo as tentativas sangrentas de tomada do poder no Bra-
sil, pelos marxistas, contaram com o perdão oficial. Todas elas,
sem exceção. Júlio Prestes, líder da Intentona Comunista de
1935, e responsável pela morte de dezenas no Rio de Janeiro,
Recife e Natal — alguns dormindo — , em 1946 já sentava na
cadeira de Senador da República.
Leonel Brizola: de volta à ativa, em 1979
Em 1964, os líderes civis e militares que depuseram João
Goulart não precisaram dispararam um tiro sequer contra os
opositores. Nos anos seguintes, alguns dos que pegaram em agressivos, como o ditador Pol Pot do Camboja, assistiría-
armas contra o Regime morreram por força delas. Quinze anos mos ao maior genocídio do século XX, com 22 milhões de
depois, em 1979, todos estavam anistiados, no gozo dos seus mortos.”
direitos políticos. Em 1983, Leonel Brizola: o principal articu-
lador do golpe de estado janguista, já governava o Estado do É tolice esperar o perdão reciproco do “Politicamente Corre-
Rio de Janeiro, ainda durante o Regime Militar. Tal façanha se- to”. Perdão não faz parte do seu vocabulário. Revanchismo
ria possível numa situação inversa, sob um governo marxista? sim. Desse modo, sucessivas tentativas de derrubar a Lei de
Pouco provável. Stalin e Mao Tsé-Tung que o digam. Anistia são engendrados de tempos em tempos. Militares
da reserva ex-integrantes dos órgãos de repressão ao ter-
Segundo Leandro Narloch: “Se o Brasil vivesse um regime cu- rorismo têm suas residências invadidas pela Polícia Federal
bano ou chinês, como sonhavam os guerrilheiros de esquer- em busca de “provas”. A Ministra dos Direitos Humanos ten-
da, pelo menos 88 mil pessoas seriam mortas. Se a ditadura ta, a todo o custo, criar a “Comissão da Verdade”, composta
socialista brasileira matasse 90% menos que a cubana, have- por ex-guerrilheiros e destinada a identificar e punir “os
ria vinte vezes mais mortos que as vítimas dos militares. Por torturadores”. Segundo ela, a “verdade” precisa vir à tona: a
fim, se déssemos o azar de sermos governados por socialistas verdade “Politicamente Correta” que lhe convém.
mais 12
IV - A HISTÓRIA “CRÍTICA”

N ão existe melhor lugar para a doutrinação do “Politica-


mente Correto” do que na educação básica, quando o prato
principal do festim são as mentes juvenis, ainda em formação,
A partir da década de 80, exaltar os feitos do Brasil como
Nação tornou-se algo “Politicamente Incorreto”. Por isso,
reformas curriculares ideologizadas foram encarregadas
incapazes de se contrapor à dialética marxista. Não é por acaso de extinguir o ensino da Educação Moral e Cívica, que es-
que a literatura escolar de história constitui um dos seus alvos timulavam o patriotismo, varrendo o “entulho autoritário
prediletos. Afinal, se você pretende mudar radicalmente a socie-
da Ditadura” para o lixo.
dade no futuro, tem o dever sagrado de afirmar que todo seu
passado foi algo desastroso e maquiavélico.
Tudo perfeitamente compreensível. Patriotismo, Moral e
Mas a história brasileira desafia os dogmas que deram origem ao Civismo são valores opostos aos planos do “Politicamente
“Politicamente Correto”. Somos uma Nação pacífica, sem quistos Correto”. Dessa forma, vultos históricas como a Princesa
étnicos, lingüísticos ou religiosos de qualquer natureza. Trata- Isabel e o Duque de Caxias — o maior responsável pela
se de um feito ímpar no contexto internacional, dada a nossa unidade territorial brasileira, herói da Campanha da Trí-
expressão geográfica e demográfica. Mas os partidários da cor- plice Aliança e patrono do Exército Brasileiro — foram
reção política não se dão por vencidos: “ A História do Brasi não excomungadas ou caluniados dos livros. Bom mesmo
colabora com o nosso propósito? Então vamos reescrevê-la!” passou a ser José Rainha, líder do MST: o “defensor dos
oprimidos”. A Guerra do Paraguai tornou-se um massacre
covarde promovido pela Inglaterra, o ditador Solano Lo-
pez virou mártir e o Duque de Caxias, um genocida.

Governo Federal : o maior ciiente dos livros de Mario Schimidt

Ranking de vendas (Fonte: Revista Época):

Nova História Crítica, de Mario Schimidt: 10 mihões de exemplares


O Código Da Vinci, de Dan Brown: 2,5 milhões de exemplares
O Alquimista, de Paulo Coelho: 2 milhões de exemplares

Livros escolares, como os de autoria de Mário Schimidt, de-


ixaram de narrar os eventos militares contra países vizinhos.
Os episódios que forjaram a nacionalidade brasileira e delimi-
taram nossas fronteiras, como as Invasões Holandesas e Fran-
cesas, perderam espaço para os conflitos de “caráter social”.
Canudos, a Cabanagem, a Balaiada, Eldorado dos Carajás e o
Contestado passaram de notas de rodapé a eventos de im-
portância capital.

De forma idêntica, os terroristas e assassinos que nas déca-


das de 60/70 pegaram em armas para implantar uma ditadura
marxista no Brasil, passaram a ser aclamados como “heróis na
luta pela democracia”.
Princesa Isabel nos livros escolares de
Mário Schimidt: “feia como a peste e es-
Não é justo culpar apenas os autores dos livros de história,
túpida como uma leguminosa”
pois os livros são escritos sob medida para atender aos cur-
rículos escolares oficiais, por sua vez manipulados nos círculos
acadêmicos esquerdistas de sempre. Leandro Narloch em seu
livro “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil” narra
essa deturpação histórica.

13
O CAMPEÃO

Ele é o autor de livros que faz Paulo Coel-


ho parecer um amador. Mário Schimidt
é um dos maiores sucessos do mercado
editorial brasileiro. De acordo com da-
dos levantados pela Revista Época, seus
livros alcançaram 10 milhões de exem-
plares vendidos em 2007. Segundo seu
editor, eles são usados por mais de 50 mil
professores, tanto em escolas públicas,
quanto em escolas privadas.

Estimativas do MEC apontam que desde


1998 mais de 20 milhões de estudantes
usaram a coleção de livros didáticos. O
MEC contribui bastante. Em 2005, ad-
quiriu 3,5 milhões de exemplares. Não.
Não houve erro de digitação, foram
3,5 milhões de exemplares. Em 2010 as
compras foram modestas. Mesmo assim,
o MEC gastou 2,5 milhões de reais na
compra de 77 mil exemplares do volume
único para o Ensino Médio.

Não parece muita coisa, mas esses


números colocam o título entre os mais
comprados em 2010, pelo MEC, para o
ensino de História. Paulo Coelho, com
o mega-sucesso: o Alquimista, vendeu
2 milhões de exemplares: um quinto do
que vendeu Mario Schimidt.

Tal sucesso é sinal de que é um autor de


elevada competência? De que seus liv-
ros possuem qualidade superior aos de-
mais? Nada disso. O conteúdo didático
dos livros de Mário chimidt encontram-
se abaixo da crítica, Usa linguagem chu-
la, com maniqueísmo escancarado. Faz
simplificações grosseiras, deturpações e
omissões propositais com muita doutri-
nação ideológica. A leitura dos artigos
do seus livros (ao lado), extraídos do site
Guia Politicamente Incorreto, é auto-
explicativa.

Num regime democrático cada um es-


creve o que bem entende. Isso é bom. O
problema começa quando o Estado en-
tra como consumidor de peso.

A pergunta que não quer calar é a se-


guinte: Porque justamente o Ministério
da Cultura — supostamente o órgão que
dispõe dos melhores especialistas em
educação no Brasil — pôde comprar ta-
manha quantidade desses livros?

14
O MEC IDEOLOGIZADO

Em 2007, houve uma grande polêmica


envolvendo os livros de Mario Schmidt.
Ali Kamel , diretor da central de jornalis-
mo da Rede Globo, a Folha de São Paulo
e vários outros articulistas denunciaram
a doutrinação ideológica presente no
livro Nova História Crítica 8ª série. O jor-
nalista Reinaldo Azevedo também deu
destaque à polêmica, levantando as
compras do MEC no ano de 2005. Olavo
de Carvalho, já em 1998, alertava para o
conteúdo doutrinário da Nova História
Crítica.

Acuado pela mídia, o MEC avisou que


o livro de Mario Schmidt havia sido re-
jeitado por uma comissão avaliadora e
não faria parte do guia do livro didático
para o Ensino Fundamental em 2008.
Entretanto, o livro Nova História Crítica
para o Ensino Médio – volume único par-
ticipou normalmente do processo e foi
recomendado pelo Catálogo. Em 2010,
o MEC adquiriu 77 mil exemplares desse
mesmo livro.

Em um país sério, a cabeça do Ministro


da Educação — que justificou a compra,
dizendo que “todo livro é ideologizado”
— já teria pedida há tempos e os buro-
cratas responsáveis pela aquisição dos
livros condenados a restituir a fortuna
gasta aos cofres públicos.

O Ministério Publico Federal investigaria


a cadeia de interesses envolvida. Have-
ria a instalação de uma CPI convocando
Mário Schimidt para depor, que teria as
contas devassadas para descobrir onde
foi parar tamanha fortuna presenteada
pelo erário (o autor sequer possui di-
ploma universitário e aluga um apar-
tamento que usa como escritório num
condomínio residencial de classe média
em Icaraí, Rio de Janeiro).

Mas, no Brasil, temos um cenário singu-


lar. O governo petista e o maior partido
de oposição (PSDB) possuem a mesma
visão ideológica. Os demais partidos ou
são fisiológicos ou não possuem força e/
ou vontade para se contrapor à doutrina-
ção escolar.

Entramos no século XXI ensinando a


nova geração a pensar com idéias do
começo do século passado. Velhos con-
ceitos superados pela marcha do tempo
nortearão o futuro do Brasil.

15
V - LAICISMO

N ão espere encontrar uma declaração de ateísmo no dis-


curso oficial do “Politicamente Correto”. Seria muita in-
genuidade. O “Politicamente Correto” pode ser tudo, menos
ingênuo. Se você lhe perguntar qual a religião que professa,
ele se esquivará, alegando que religião não se discute, tal
qual futebol e política. Se você insistir, ele responderá, no
máximo, que não pratica nenhuma religião.

O “Politicamente Correto” é laico. Embriagado pela prepotên-


cia, ele se considera muito mais do que um indivíduo. Ele se
auto-proclama um verdadeiro Estado soberano. Em 2003, um capelão do Exército deu entrada no hospital

O Estado Laico, isento da interferência da religião nas de- militar com uma série de ferimentos, alegando ter sofrido

cisões de governo, é um avanço da Democracia moderna. uma queda. Depois, mudou a versão para atropelamento.

Entretanto, o “Politicamente Correto” quer mais. Ele usa o Desconfiado, o Comando investigou e descobriu que, na

Laicismo como doutrina para a imposição do ateísmo de Es- verdade, ele havia sido espancado pelo não pagamento

tado: o Estado laicista. de favores sexuais a jovens e adolescentes. O capelão foi


sumariamente expulso da Instituição e o bispo informado
CRISTIANISMO: O INIMIGO A SER VENCIDO a respeito. Disposta a abafar o caso, a Igreja o transferiu
para outro estado. No ano seguinte, o mesmo padre ocu-
O Cristianismo sempre foi um notável oponente do “Politica-
pava as manchetes policiais, preso em flagrante por pedo-
mente Correto”, pois os seus ensinamentos mais elementares
filia. Fica a lição: ser “Politicamente Correto” é ser injusto.
se chocam frontalmente com os postulados do marxismo
cultural: casamento, aborto, homossexualismo, entre tantos.
INFLUÊNCIA DA CONTRACULTURA
Depois do fracasso da Revolução Bolchevique na Europa Oci- De uma forma geral, o movimento da contracultura de-
dental, Antonio Gramsci preconizou a guerra de posição ou ixou estragos na religião em todo o mundo, mas nos EUA
de trincheiras, onde a destruição da civilização ocidental e do ele parece ter sido especialmente danoso ao catolicismo
Cristianismo seria feita de forma lenta e progressiva. tradicional. Em particular, na a renovação dos seus quad-
ros.
“Parece-me que Ilitch (Lênin) compreendeu que era ne-
cessária uma mudança da guerra de movimento, aplicada vi-
Em 1965, havia cerca de 180.000 religiosas e freiras de
toriosamente no Oriente em 1917, para a guerra de posição,
claustro nos Estados Unidos. De acordo com o Centro de
única possível no Ocidente (...)”
Investigação Aplicada no Apostolado da Universidade de
Antonio Gramsci - Cadernos de Cárcere Georgetown, em 2009 são um pouco mais de 59.000. A
constante queda no número de religiosas, além do fato
Mas como destruir o Cristianismo e sua doutrina? Trata-se de de terem uma média de idade de 75 anos, dão o sinal de
uma religião com cerca de 1,9 bilhão de adeptos nas suas que a vida religiosa nos Estados Unidos é uma instituição
diferentes denominações. Na trincheira das idéias, o “Po- moribunda.
liticamente Correto” ataca, por exemplo, as bases do catoli-
cismo: a religiosidade, a família, o casamento e as relações A Igreja Católica no Brasil foi duramente atingida não
monogâmicas. Em seu lugar, promove o divórcio, a mudança só pela influência da contracultura como também pela
do conceito de família, a pornografia: o hedonismo em geral. chamada “Teologia da Libertação”, de inspiração marxista,
Na trincheira da contestação, o ateísmo mina a credibilidade que tem como expoente o Frei excomungado Leonardo
da Igreja, explorando ao máximo os escândalos envolvendo Boff, conselheiro do ex-presidente Lula. Muitos dos seus
sacerdotes, enquanto silencia sobre o que lhe convém. Quan- adeptos ficaram conhecidos, na década de 70, como os
do a imprensa denúncia os casos de pedofilia tendo padres “padres de passeata”.
como acusados, a mídia “Politicamente Correta” dissocia a
questão do homossexualismo da notícia, envolvido quase na
totalidade desses casos. “(...) Mas haverá um período de relaxa-
mento e até de libertinagem e de dis-
Diga-se de passagem, a Igreja Católica tem boa parcela de solução moral (...) que anunciam, quase
culpa nos escândalos, seja pela má formação e seleção dos sempre, que uma nova concepção está
sacerdotes, seja pelo silêncio e tolerância com os envolvidos. se formando.”

Antonio Gramsci - Cadernos de Cárcere 16


O ateísmo “Politicamente Correto” segue estabelendo a sua he- O Estado é e deve continuar laico, sem professar uma
gemonia no poder. Em sua primeira semana no Palácio do Plan- religião específica, mas não pode ser laicista. Muito pelo
alto, a presidente Dilma Rousseff mandou tirar do seu gabinete contrário, deve incentivar o valor religioso, que faz parte
a Bíblia e o crucifixo: algo inédito em meio século de Brasí- da grandeza e da dignidade do homem.
lia. Quando perguntada se acredita em Deus, ela responde:
“acredito numa força superior” (qual força?). Sua resposta con- Como afirma o Professor Felipe Aquino: “Laicidade, corre-
segue ser mais evasiva até que a orientação do Partido Nazista tamente entendida, significa que o Estado deve proteger
aos seus integrantes, nos anos 30, quando fossem preencher amplamente a liberdade religiosa tanto em sua dimen-
algum formulário público. Na hora de declarar a religião, deve- são pessoal como social, e não impor, por meio de leis e
riam escrever: “Crente em Deus”. decretos, nenhuma verdade especificamente religiosa ou
filosófica, mas elaborar as leis com base nas verdades mo-
Em 2010, durante a campanha eleitoral para a presidência, rais naturais. O fundamento do direito à liberdade religi-
foram divulgados na internet vídeos com entrevistas onde ela osa se encontra na própria dignidade da pessoa humana.
se manifestava abertamente pela legalização do aborto. Ao
perceber a iminente virada nas intenções de voto nas pesqui- Em alguns países, o Estado tenta impedir a vivência reli-
sas, Dilma voltou atrás e desmentiu o que havia sido dito ante- giosa do povo, especialmente o Cristianismo, com uma
riomente com todas as palavras, acentos e vírgulas. ação hostil ao fenômeno religioso e a tentativa de encer-
rá-lo unicamente na esfera privada.
Seu principal adversário, José Serra, só não virou o jogo a seu
favor porque também a abraça a bandeira “Politicamente Cor- Tenta-se eliminar os símbolos religiosos mais tradicio-
reta” e, acima de tudo, aparenta professar o mesmo credo (ou a nais do povo, como que lhe arrancando as raízes. Ora,
falta dele) que a sua oponente. retirar, por exemplo, o crucifixo de nossos locais públicos,
equivale a eliminar a nossa tradição cristã ocidental. Esse
Dilma visitou a Basílica de Aparecida, tentando afugentar sua sinal sagrado é para nós o que há de mais importante,
fama de atéia, mas acabou protagonizando uma das farsas mais significa o respeito ao ser humano, a defesa da justiça, da
bisonhas da política nacional dos últimos tempos. Afirmou que honra, da caridade, da bondade, da pureza, da verdade,
era devota de Nossa Senhora Aparecida de longa data (uma se- do amor. Quem pode ser contra isso? Que filosofia pode
mana?) mas que pisava pela primeira vez o santuário. Na hora ir contra isso?
da missa não sabia sequer o jeito e o momento de fazer o sinal
da cruz. Durante a comunhão, mascava um chiclete, entediada. Como disse um dos personagens de Dostoiévski, em "Ir-
mãos Karamazóvi": "Se Deus não existe, tudo é permitido.
Justiça seja feita. Dilma prometeu que, se eleita, não iria se en- Se Deus não existe, então, eu sou deus” essa é a mentali-
gajar na defesa do aborto (e nem iria se contrapor). Realmente dade laicista que se pretende impor mesmo aos cristãos,
está cumprindo a promessa de campanha, mas colocou no baseados numa falsa concepção de que Deus não existe
comando da Secretaria de Políticas para as Mulheres a “com- e de que não se pode provar a existência d'Ele.
panheira” Iriny Lopes (PT-ES), cujo item número um na agenda
é justamente a legalização do aborto. A ministra afirmou, em Enfim, o laicismo que hoje vemos é o do Estado que
entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que “não se pode obrigar caminha para se tornar um Estado com religião oficial e
não um Estado laico: um Estado totalitário ateu, que quer
uma mulher a ter um filho indesejado”. No “Politicamente Cor-
eliminar Deus e a religião e que investe fortemente contra
reto”, a geração de uma criança no útero materno é comparada
a liberdade religiosa. Um Estado cujo deus é o individual-
ao crescimento de um tumor maligno. Cada um tem o poder
ismo, o hedonismo, o prazer material e a “liberdade” para
supremo sobre o seu organismo e até mesmo sobre a vida que aprovar tudo que desejar, sem restrições morais.
está gerando. Sexo inconsequente, epidemia de Aids, gravidez
na adolescência, não são questões de maus costumes e moral No bojo do laicismo encontramos o que o Papa Bento
degenerada, são questões de “saúde pública” e ponto final. XVI tem chamado de “ditadura do relativismo”, que surge
como uma consequência da “ditadura do racionalismo”
ateu e materialista, e que elimina a verdade. Ora, a elimi-
nação da verdade coloca o homem nas mãos do mais
forte, do útil, da imoralidade.

Fala-se hoje, falsamente, em nome da laicidade, mas se


pratica o laicismo para bloquear a vida e a atividade, es-
pecialmente da Igreja Católica.”

“Se Deus não existe, tudo é permitido.


Se Deus não existe, então, eu sou deus.“
Dilma Roussef no Santuário de Aparecida:
péssima atriz Dostoiévski - “Irmãos Karamazóv”
17
VI - CINEMA E TELEVISÃO

O “Politicamente Correto” é puro marxismo cultural disfarçado. Logicamente, a cultura difundida pelo cinema e pela televisão
não sairia ilesa das suas garras.

CINEMA
O “Politicamente Correto” adora inverter a lógica da sociedade nas produções cinematográficas. O bandido, o traficante, o viciado
e a prostituta precisam ser mitificados. Afinal de contas, eles não passam de “vítimas” da sociedade capitalista.

Cinema brasileiro: predileção pela inversão de valores

Desde o final dos anos 70, a produção cinematográfica de cunho político tentou reescrever a história do Brasil à sua maneira, pro-
duzindo filmes que alçavam à categoria de “mártires da democracia”, grupos terroristas que pegaram em armas contra o Regime
Militar. Para a tristeza dos seus idealizadores, seus filmes foram um fiasco de público.

Como se não bastasse, em 2007 José Padilha lançou o filme Tropa de Elite — odiado pela crítica esquerdista que o chamou de
“fascista”, apenas por colocar as coisas em seu lugar: criminoso como criminoso, polícia como polícia, e o usuário de drogas como
financiador do crime organizado. O filme estourou nas bilheterias, apesar da intensa pirataria, tendo um público de quase 3 mil-
hões de espectadores.

Em 2009, a sua continuação: Tropa de Elite tornou-se o maior sucesso de bilheteria e publico no cinema nacional em todos os
tempos, com 11 milhões de espectadores. Conclusão: o povo brasileiro não se engana pela cantilena marxista. Se somarmos o
público de todos os filmes com retórica esquerdista, em 30 anos de cinema nacional, ele não chegam a 10% (o coturno do capitão
Nascimento) do público de Tropa de Elite 1 e 2.

30 anos de propaganda esquerdista no cinema: soma de público não chega a 10% dos espectadores de Tropa de Elite
18
Alguns podem até não admitir, mas todo o diretor de cinema sonha em
receber o Oscar de melhor filme algum dia. O cinema brasileiro teve chances
reais quando indicou o excelente Central do Brasil, mas deu azar: teve pela
frente nada menos que o fantástico A Vida é Bela. Outra chance real veio
em 2008, mas tomando uma decisão “Politicamente Correta”, o Ministério
da Cultura esnobou Tropa de Elite, mesmo após o filme ter recebido o Urso
de Ouro no Festival de Berlim — a maior premiação do cinema europeu.
Em seu lugar, indicou o fraco e adocicado O Ano em que Meus Pais Sairam
de Férias como representante brasileiro no Oscar: obra que não ganhou um
único prêmio de relevância internacional, ficando limitado a “indicações”. O
Motivo? “O Ano” retrata o surradíssimo tema da “resistência à ditadura”. O
resultado não podia ser outro: fracasso em Hollywood, não ficando sequer
entre os cinco finalistas.

Tropa de Elite: filme chamado de “fascista”, pelo “Politicamente Cor-


reto”, simplesmente por colocar traficantes, drogados e polícia em
seu devido lugar

TELEVISÃO
Por sua vez, a televisão é vital para a promoção do “Politicamente Cor-
reto”, pois o alcance da mídia televisiva faz chegar ao interior dos lares
a sua mensagem, independente do nível cultural, social e de idade dos
espectadores. Nesse papel de “reeducação cultural”, a Rede Globo de
Televisão está na linha de frente. Seu maior tesouro: as novelas, estão im-
pregnadas de personagens homosssexuais. Quando indagados porque
incluem tantos personagens gays, os novelistas dizem que a trama ape-
nas “reflete a sociedade atual”. Mentira. Um levantamento preliminar do
censo 2010, feito pelo IBGE, revelou que há cerca de 60.000 “casais” ho-
mossexuais no Brasil, dentre um total de 190 milhões de habitantes. Ou
seja: cerca de 0,063% da população. Como falso exemplo dessa tal “so-
ciedade refletida nas novelas”, a novela “Insensato Coração” , teve nada
menos de 6 personagens gays, numa trama onde não havia mais de 12,
entre personagens principais e secundários: 50% do elenco.

Mesmo o tradicionalmente conservador grupo Sílvio Santos rendeu-se


ao “Politicamente Correto”, ao transmitir o primeiro “beijo gay”, na novela
“Amor e Revolução”, que trata sobre a “resistência à ditadura”. Isso jus- Segundo o censo 2010, apenas 0,063% da
tamente quando o governo petista salvava o Banco Panamericano da população brasileira é formado por homossexuais
bancarrota. Coincidência?

O poder da Rede Globo é indiscutível. Basta observar seu padrão de


qualidade técnica, a audiência, o investimento gigantesco em publici-
dade e suas inúmeras repetidoras espalhadas no Brasil e no mundo.

Acontece que a Globo, com todo esse poder de penetração na socie-


dade e dentro de nossas casas, vem introduzindo, silenciosamente, uma
cultura de libertinagem, traição, adultério e rompimento com a célula
familiar de forma sutil.

Com o advento do BBB10 a Globo conseguiu o que ela vinha tentando


há muito tempo: o beijo gay ao vivo. Em duas cenas do BBB 10, acon-
teceram dois beijos Gay. Quando um dos “brothers” foi escolhido “líder”,
a produção do programa teve o cuidado de colocar sobre uma estante
a foto do beijo. Com isso a Globo faz com que seus fiéis telespectadores BBB: apologia do homossexualismo
vejam o beijo gay como algo comum e engraçado.Ou seja, aceitável.

19
Agora, nas novelas globais, o beijo gay vai acontecer, induzin- MÚSICA TEMA DA NOVELA CAMA DE GATO
do esse comportamento aos jovens e adolescentes, induzindo
legisladores a criarem leis que abonem tal comportamento. No “Vamos deixar que entrem Que invadam o seu lar
mesmo BBB 10, uma das participantes declarou-se lésbica e
Pedir que quebrem Que acabem com seu bem-estar
com essa declaração todas as demais mulheres do programa
se aproximaram dela, protagonizando o selinho lésbico no Vamos pedir que quebrem O que eu construi pra mim
programa que todos os demais apoiaram sob o manto sagrado
do não preconceito. Que joguem lixo Que destruam o meu jardim

Na novela Viver a Vida o tema principal mostrado de forma en- Eu quero o mesmo inferno A mesma cela de prisão - a
graçada e aceitável é a da traição e do adultério. A Globo leva falta de futuro
ao telespectador ao absurdo de torcer para que um irmão traia
Eu quero a mesma humilhação - a falta de futuro
o outro ficando com sua namorada. A traição nessa novela é
a mola mestra da máquina, todos os personagens se traem, e Vamos deixar que entrem Que invadam o meu quintal
isso é mostrado de forma comum, simples, corriqueiro.
Que sujem a casa E rasguem as roupas no varal
Mas talvez, a investida mais evidente e absurda está na novela
das 18h, Cama de Gato. A Globo superou todos os limites nessa Vamos pedir que quebrem Sua sala de jantar
novela ao colocar como tema uma música do grupo Titãs. Na
Que quebrem os móveis E queimem tudo o que restar
música, nenhuma linha de sua letra se consegue tirar algo de
poético, de aconselhável pra vida ou de apoio. A letra da músi- Eu quero o mesmo inferno A mesma cela de prisão - a
ca faz menção discarada do Inimigo de nossas almas que dese- falta de futuro
ja entrar em nossa casa (coração) e destruir tudo, tirarem tudo
do lugar (destruir a célula familiar e nossa fé). A música chega Eu quero a mesma humilhação - a falta de futuro
ao absurdo de dizer que devemos voltar à mesma prisão, a Eu quero o mesmo inferno A mesma cela de prisão - a
mesma vida de morte que vivíamos. falta de futuro O mesmo desespero
Fica aqui o alerta. Às vezes nem nos damos conta do real Vamos deixar que entrem Como uma interrogação
propósito de uma novela, de um programa, de uma música, e
de como o “Politicamente Correto” chega à nossa casa. Até os inocentes Aqui já não tem perdão

Vamos pedir que quebrem Destruir qualquer certeza

Até o que é mesmo belo Aqui já não tem beleza

Vamos deixar que entrem E fiquem com o que você tem

Até o que é de todos Já não é de ninguém

Pedir que quebrem Mendigar pelas esquinas

Até o que é novo Já esta em ruinas

Vamos deixar que entrem Nada é como você pensa

Pedir que sentem Aos que entraram sem licença

Pedir que quebrem Que derrubem o meu muro

Atrás de tantas cercas Quem é que pode estar seguro?

Eu quero o mesmo inferno A mesma cela de prisão - a


falta de futuro
Rede Globo: na vanguarda do “Politicamente Correto”
Eu quero a mesma humilhação - a falta de futuro

Eu quero o mesmo inferno A mesma cela de prisão - a


falta de futuro O mesmo desespero”

20
VII - ANTIAMERICANISMO

E m se tratando de política externa,


nada mais é tão “Politicamente Cor-
reto” (e ultrapassado) do que bradar
BIRRA IDEOLÓGICA
As Nações não possuem amigos mas
sim interesses. Assim, a política externa
contra o “Imperalismo Ianque”. Curiosa- brasileira norteia a sua conduta. O ex-
mente, esse discurso radical de extre- presidente Lula passou boa parte do seu
ma-esquerda do “Politicamente Correto” primeiro mandato bajulando George W.
faz eco justamente nos seus mais ferren- Bush, de olho na possibilidade de obter o
hos adversários: os radicais de extrema- tão sonhado asssento no Conselho de Se-
direita. gurança da ONU. Quando percebeu que os
EUA não iriam se deixar levar pelo canto da
Como é nótorio, o radicalismo é campo Lula abraça Bush: bajulação inútil
sereia, deu um giro de 180 graus na políti-
fértil para o florescimento da ignorân-
ca externa, mostrando a sua verdadeira
cia. O radicalismo não sobrevive sem
face antiamericana.
inimigos, ainda que imaginários. E é
nesse ambiente que o embolorado dis-
Tal qual birra de criança mimada, enterrou
curso antiamericano ganha força. Seja
a proposta de integração do Brasil à ALCA
ao alimentar a paranóia da invasão da
e substituiu o TIAR pela UNASUL.Na políti-
Amazônia pelos EUA ou classificando os
ca externa do “inimigo do meu inimigo é
terroristas da Al Queda e do Hezbollah
meu amigo”, brincou de “eixinho do mal”,
como “resistentes”.
fortalecendo relações com ditaduras anti-
Lula e Kadafi: amigos do peito
americanas em todo o planeta, desde o
ÓPIO INTELECTUAL
tiranete Hugo Chavez, até Mahmoud Ah-
Os radicais dos dois lados afirmam que
madinejad, passando por Kadhafi e outros
os EUA invadiram o Afeganistão “por
ditadores africanos de menor expressão;
causa do petróleo”, mesmo que a pau-
recusou-se a considerar as FARC como
pérrima nação asiática não produza
organização terrorista e abrigou Manuel
uma gota sequer desse mineral, nem de
Zelaya na Embaixada brasileira na capi-
outro qualquer. O ópio domina mais de
tal hondurenha, num plano tramado por
90% da sua economia. O interessante
Hugo Chavez que transformou o prédio
é que tais posições são defendidas até Em Honduras: embaixada brasileira
em pensão do bigodudo sem-teto.
mesmo por pessoas de elevado nível transformada em pensão
de conhecimento. Há doutores que as
repetem quase que automaticamente,
como se estivessem sob o efeito de al- ECLETISMO ANTIAMERICANO
gum tipo de ópio intelectual. Prova de O antiamericanismo é um subproduto do
“Quem não foi socialista
na juventude não tem co-
que possuir um título acadêmico não esfacelamento da experiência socialista,
ração. Quem continua so-
significa, necessariamente, ser esclare- que reune as viúvas e órfãos de Lênin e
cialista, depois de adulto,
cido. Parafraseando Marx, o antiameri- uma legião de fracassados, que projetam não tem cérebro.” ( Winston
canismo é o ópio do intelectualóides. no capitalismo a sua própria incompetên- Churchill)
cia. Essa massa de revoltados, sem ter quem
aplaudir, passa o tempo livre queimando a “Marx escrevendo sobre
bandeira norte-americana, vaindo e jogan- dinheiro é como padre
do pedra em tudo o que os gringos fazem. falando de sexo.” (Paulo
Francis)
O antiamericanismo possui uma gama
“O socialismo é uma ma-
eclética de adeptos que vão desde univer-
neira facílima de ser in-
sitários cabeludos até a comunistas jurássi-
telectual sem ligar duas
cos. Em todos eles, a mesma característica: idéias.” (Nélson Rodrigues)
o radicalismo intolerante. Não tente argu-
mentar com os radicais. É perda de tempo.
Recorra ao pensamento “Politicamente In-
correto” de Nélson Rodrigues, Paulo Francis
e Winton Churchill (ao lado).

Antiamericanismo: convergência en- 21


tre radicas de esquerda e de direita
VIII - ECOSSOCIALISMO

P repare-se! O aquecimento global ameaça a sobrevivência da espécie hu-


mana; as calotas polares estão derretendo e o nível do mar aumentando;
em breve, as cidades costeiras ficarão submersas; o aumento da temperatura
do planeta logo transformará a Amazônia num deserto; secas jamais vistas
abalarão a agricultura mundial e a fome causará guerras e destruição. Você
é bombardeado por essas notícias catastróficas diariamente. Provavelmente
se assusta e acredita piamente, certo? Bobinho.

Trata-se de uma farsa que envolve cifras milionárias e financiam ambien-


talistas fanaticamente anti-industriais, apoiados por estórias assutadoras de
Ecossocialismo: a frente verde socialista
cientistas em busca de fundos e difundida por políticos cúmplices. Um dos
objetivos dessas previsões apocalípticas é mostrar que a sociedade de con-
sumo — e por conseguinte o capitalismo — está matando o planeta Terra.
É a face camaleônica do “Politicamente Correto”, agora verde: o marxismo
ecológico.

O Marxismo Ecológico, Ecossocialismo ou Socialismo Verde, é uma ideolo-


gia que funde aspectos do marxismo, socialismo, política verde, ecologia e
anti-globalização. Os Ecossocialistas, em geral, acreditam que a expansão do
capitalismo é a causa da exclusão social, da pobreza, guerra e da degradação
ambiental, através da globalização e do imperialismo. Os ecossocialistas de-
fendem o desmantelamento do capitalismo, com foco na coletivização dos
meios de produção por cooperativas populares e a restauração do ”bem-
comum”. Não é lindo?

O Ecossocialismo surgiu nos anos 70, ainda com o nome de ambientalismo,


baseado nos modelos de Barry Commoner e os dois livros de Rudolf Bahro,
sugerindo a relação entre o socialismo e a ecologia. Entretanto, o movimen-
to só ganhou relevância no final dos anos 80, com a queda do muro de Ber-
lim. Na ocasião, uma legião de hippies e esquerdistas, órfãos do comunismo,
Teoria ecossocialista: o capitalismo como o engrossou o movimento, que adaptou sua linguagem ao “Politicamente Cor-
vilão da civilização ocidental reta”. Hoje o Ecossocialismo nos coloca ante um dilema forjado: “Ou o mundo
acaba com o capitalismo ou o capitalismo acaba com o mundo”.

Salve o Planeta! Proteja a Amazônia! e outros bordões, são irresistívei. Afinal,


quem pode ser contra a destruição da natureza? Mas o Ecossocialismo está
se lixando para a natureza. Para ele, pouco importa se na Amazônia for redu-
zida a uma única árvore, em meio a um grande deserto arenoso, desde que
na sombra da dela esteja a sua ideologia triunfante.

Muitos poderão discordar, afirmando que este artigo carece de fundamento,


pois os ecossocialistas não são os únicos a “defenderem a natureza”. “Todo
o mundo” está engajado na causa, e “de olho na Amazônia”. Citarão a ONU,
cientistas de renome, capitalistas como Al Gore e a Igreja Católica, suposta-
mente os seus adversários. Aí é que a coisa fica interessante.

Os bordões do ecossocialismo são irresistíveis

Greenpeace: ONG fundada em 1971,


no Canadá, por hippies americanos
que discordavam da guerra do Vietnã

22
ONU

O IPCC (Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas), da ONU, é um


órgão político e, como todo órgão político, toma decisões políticas. Dos cerca de
2.500 “cientistas” que assinaram o manifesto, afirmando que a atividade humana
está causando o “Aquecimento Global”, boa parte deles só com muito boa von-
tade seriam considerados apenas pesquisadores. Outros, tiveram os seus nomes
colocados indevidamente, contra a vontade.

UMA MENTIRA CONVENIENTE

Em 2006 foi lançado o documentário Uma Verdade Inconveniente, estrelado por


Al Gore, na pele do “capitalista esclarecido”. O Filme provocou comoção mundial,
ante a ameaça da destruição planetária iminente: o apocalipse climático. Quem
é Al Gore? Al Gore foi vice-pesidente dos EUA na gestão Clinton, país que se re-
cusou por anos a assinar o Protocolo de Kioto (e até hoje não ratificou). Após
ser derrotado por George W. Bush nas eleições presidenciais, resolveu trilhar o
caminho do ativismo ambiental. Que ninguém se engane: Al Gore é um patriota
que defende os interesses americanos, desfralde a bandeira verde ou não. A Grande Farsa do Aquecimento
Global: documentário revelador
O chamado “Aquecimento Global” é uma realidade, mas ao contrário do que afir-
ma a teoria “Politicamente Correta”, sua causa não é antropocêntrica, mas devido
ao ciclo natural de aumento da atividade solar. Em outras épocas, um aqueci-
mento semelhante foi documentado, como durante o Período Quente Medieval:
uma época de grande prosperidade na Europa, séculos antes da primeira máqui-
na a vapor soltar fumaça. Embora a discussão seja interessante, não é o caso
discutirmos aqui sobre o “Aquecimento Global”. Você pode assistir o excelente
documentário: The Great Global Warming Swindle - “A Grande Farsa do Aqueci-
mento Global” (disponível no Youtube) e chegar às suas próprias conclusões.

OS “CAPITALISTAS ECOLÓGICOS”
James Cameron e Sogourney Weaver protes-
tam contra Belo Monte, em favor dos “povos
Os ativistas do Ecossocialismo não tem um consenso formado a respeito dos
da floresta”: grandes interesses em jogo
“capitalistas ecológicos”. Alguns os acham “esclarecidos”, a meio caminho de vi-
rarem a casaca. Outros os vêem como “imperialistas” prestes a tomar a Amazô-
nia brasileira. Al Gore é um político em situação interessante: aparece ora como
“capitalista esclarecido”, ora como “capitalista imperialista”.

O respeitado jornal norte-americano The New York Times, trouxe em sua edição
de 18/05/08, um artigo com o título sugestivo: “De Quem é a Amazônia Afinal?”
afirmando que “Um coro de líderes internacionais têm declarado cada vez mais
abertamente que a Amazônia faz parte de um patrimônio mais amplo do que
os das nações que dividem o seu território”, citando o ex-presidente do EUA, Al
Gore, que em 1989 teria afirmado: ”Ao contrário do que os brasileiros pensam, a
Amazônia não pertencem a eles, ela pertence e todos nós”.

Embora estes e outros discursos inflamem radicais extremistas, de matizes opos-


tas, com a paranóia da “Invasão da Amazônia” , tratam-se de manifestações pes-
soais, desarticuladas com a política externa dos seus países. A tese da ameaça de
Al Gore: ora capitalista malvado, ora esclare-
internacionalização da Amazônia não tem uma lógica racional. A frase atribuída a cido. Na prática, defende os interesses das
Al Gore, defendendo a internacionalização da Amazônia, não foi dita por ele, mas grandes corporações dos EUA
sim por um congressista norte-americano de pequena expressão. Já pensou se
toda bobagem dita pelos nossos congressistas, nos últimos 20 anos, fosse levada
à sério lá fora?

23
Fazenda Aqui Florestas Lá: Código Florestal Brasileiro: a base legal da
precisa explicar? transformação do Brasil em um Quênia sul-americano

A PARANÓIA DA INVASÃO DA AMAZÔNIA FAZENDAS AQUI, FLORESTAS LÁ

O artigo “A Amazônia e o Interesse Nacional” faz uma excelente Ambientalismo no olho dos outros é refresco. Nos olhos
reflexão sobre a paranóia antiamericana da “invasão da Amazô- dos outros, ressalte-se. As grandes corporações da Europa
nia”: “Um dos alicerces do pensamento tradicional sobre a e dos EUA descobriram que o financiamento das ONG era
Amazônia é a suposição de que haveria planos, complôs e o melhor jeito de se livrarem dos ecochatos. Isso desde que
estratégias em curso para uma ocupação militar e política da essas ONG atuassem no exterior, é claro, de preferência no
Amazônia brasileira por potências estrangeiras ou organismos Terceiro Mundo. Assim, centenas de ONG financiadas pela
internacionais. indústria “capitalista” norte-americana fazem a festa por
aqui. E o mais interessante é que eles são recebidos de bra-
Não há uma lógica racional para a tese da ameaça de interna- ços abertos pelos ecossocialistas brazucas ingênuos, que
cionalização da Amazônia. Se por um lado a região é rica em re- acreditam piamente no idealismo dos estrangeiros.
cursos globalmente escassos e valiosos, os interesses comerci-
ais não precisam de amparo bélico para acessar esses recursos. A publicação Farms here, Forests there (Fazendas aqui,
O acesso aos minerais e petróleo por empresas multinacionais, Florestas lá), publicado nos Estados Unidos, em maio de
por exemplo, já ocorre em todo o território brasileiro, amparado 2010, dá uma boa idéia do que as grandes corporações
pela legislação vigente. O mesmo ocorre quanto à água min- e ONG realmente imaginam sobre essa questão. Trata-se
eral, biodiversidade etc. de um estudo patrocinado pela Associação Nacional de
Fazendeiros (National Farmers Union) e pela organização
Não devemos esquecer que a telefonia e outros serviços de não governamental Avoided Deforestation Partners, “Par-
interesse nacional também têm grande participação de multi- ceiros contra o Desmatamento”. A publicação mereceu um
nacionais... Não vai aqui nenhum juízo de valor se isto é apro- artigo, de autoria do Deputado Federal Aldo Rebelo (curio-
priado ou não. O fato é que não se justifica o custo e o ônus samente do PC do B) transcrito a seguir.
de uma ocupação militar para garantir o acesso aos recursos
naturais da Amazônia. Este acesso já ocorre, é previsto em lei “A autora principal do relatório é Shari Friedman, ex-fun-
e é economicamente vantajoso para o capital internacional. O cionária do governo Clinton, quando trabalhou na Agência
custo da insegurança e risco para estes empreendimentos se- de Proteção Ambiental (Environmental Protetion Agency –
riam maiores numa ocupação militar do que o custo atual de EPA), analisando políticas domésticas de mudanças climáti-
impostos e o cumprimento da legislação vigente no Brasil. Para cas e competitividade internacional. Também fez parte da
multinacionais com projetos de longo prazo, existem muitas equipe norte-americana de negociações para o Protocolo
vantagens ao atuar num ambiente de normalidade institucio- de Kyoto, que os Estados Unidos se negaram a assinar.
nal de estado de direito.
O tema do relatório é a perda de competitividade da agro-
Portanto, é tempo de não basear o pensamento estratégico indústria norte-americana frente aos países tropicais, prin-
brasileiro na tese da existência de uma conspiração em curso cipalmente o Brasil. A tese principal do estudo é que a úni-
com o objetivo de internacionalizar a Amazônia. A lógica é ca forma de conter essa perda de competitividade é reduzir
simples: os alegados interesses econômicos de outros países o aumento da oferta mundial de produtos agropecuários,
sobre os recursos naturais da Amazônia não precisam de tro- restringindo a expansão da área agrícola nos países tropic-
pas ou domínio militar estrangeiro para usufruir das riquezas ais, por meio da promoção de políticas ambientais interna-
da região.“ cionais mais duras.
24
O estudo avalia que “acabar com o desmatamento por meio
de incentivos nos Estados Unidos e da ação internacional so-
bre o clima pode aumentar a renda agrícola americana de US$
190 a US$ 270 bilhões entre 2012 e 2030”.

Este aumento incluiria benefícios diretos de US$ 141 bilhões,


decorrentes do aumento da produção de soja, carne, madeira
e substitutos de óleo de palma e economias indiretas de US$
49 bilhões em razão do menor custo da energia e de fertili-
zantes, pela redução das medidas compensatórias associadas
à diminuição das florestas tropicais, ou seja, na medida em
“ ... centenas de ONG fi- que os países tropicais poluírem e desmatarem menos, eles
poderiam poluir e desmatar mais, sem ter que pagar por isso
nanciadas pela indústria comprando créditos de carbono e outras medidas mitigado-
“capitalista” norte-amer- ras.
icana fazem a festa por
aqui. E o mais interessante A candura com que eles tratam do tema é comovedora. O
é que eles são recebidos estudo revela que na cabeça deles não passamos mesmo de
de braços abertos pelos um fundo de quintal que precisa ser preservado para que eles
ecossocialistas brazucas possam destruir o resto do mundo com a consciência tranqui-
ingênuos, que acreditam la e, principalmente, com o bolso cheio.
piamente no idealismo dos
estrangeiros. Houve um tempo em que a divisão internacional do trabalho

” imposta pelos países ricos reservava para eles a produção de


bens manufaturados e aos países pobres o fornecimento de
bens agrícolas e matérias-primas. Hoje, vai se estabelecendo
uma nova divisão: os Estados Unidos e a Europa transforma-
ram-se em economias de serviço e grandes produtores e ex-
“Faz sentido, portanto, a defesa “desinteressada” que portadores agrícolas, enquanto a produção industrial se des-
eles fazem dos chamados “povos da floresta”. Além de locou para a Ásia.
sua expressão quantitativa reduzida, esses brasileiros
têm um padrão de consumo que não compete com Nesse novo esquema, países como o Brasil deveriam, na opin-
eles no uso dos recursos naturais e torna perfeita- ião deles, cumprir um novo papel: tornar-se uma espécie de
mente viável o esquema de “fazendas lá e florestas “Área de Preservação Permanente Global”. Com isso se resolve-
aqui”. riam dois problemas: o comercial, pois sua produção agrícola
ineficiente se viabilizaria pela redução da oferta e pelo aumen-
Só não dizem o que fazer com os 190 milhões de nos- to dos preços internacionais; o outro ambiental, porque garan-
sa população que não vivem nas florestas e precisam tiríamos a compensação necessária para que eles continuem a
produzir comida e outros bens para ter um padrão de manter seu atual padrão de consumo que exige a exploração
vida digno. Para esses eles têm a solução que já apli- dos recursos naturais globais acima da capacidade que a na-
cam na África, depois de arruinarem a produção local tureza tem de repô-los.
de algodão, milho, tomate e outros alimentos com os
subsídios milionários que dão aos seus próprios fa- Tudo isso funcionaria muito bem, não fosse o fato de sermos
zendeiros: a chamada “ajuda humanitária”. um país de mais de 190 milhões de habitantes que precisa
satisfazer as mesmas necessidades básicas que os americanos
A continuar nesse ritmo, ao invés de comprar comida e europeus e que têm as mesmas aspirações de progresso
nos supermercados vamos acabar tendo que esperá- material e espiritual, cada vez mais parecidas e universais no
la cair do céu em fardos distribuídos pela Força Aérea mundo globalizado.”
Americana, pela Cruz Vermelha e pelo Greenpeace.”

“As grandes corporações da Europa e dos EUA


descobriram que o financiamento das ONG era o
melhor jeito de se livrarem dos ecochatos. Isso des-
de que essas ONG atuassem no exterior, é claro.”
25
IX - LIBERAÇÃO DAS DROGAS

V ocê alguma vez já se perguntou porque nos nos eventos promovidos por or-
ganizações de esquerda, direcionados ao público jovem, nas inevitáveis bar-
racas de souvenirs há tantas camisetas com a face de Bob Marley estampada? Pois
bem, se você nunca havia reparado, isso acontece de verdade. Mas o que tem a ver
Bob Marley com o “Politicamente Correto”? O que a sua figura representa?

Bob Marley é o ícone dos que defendem a liberação da drogas. Sua imagem de
“mito, defensor dos pobres e oprimidos”, foi bastante difundida pelo marxismo
cultural, pródigo em alçar à categoria dos gênios artistas e intelectuais medianos.

Ele pregava o “poder curativo” ilimitado da maconha para todas as doenças. Não
era da boca para fora. Devido a um ferimento originado em uma partida de fute-
bol (alguns dizem que foi no Brasil, com Chico Buarque), descobriu que tinha um
cãncer de pele maligno, debaixo da unha do dedão do pé. Os médicos recomenda-
ram amputar o dedo, para evitar que a doença se alastrasse. Ele se negou fazer
o procedimento cirúrgico, alegando que a maconha iria curá-lo, que os médicos “O que importa se você tem
enganavam as pessoas inocentes e que a sua religião — o Rastafári — não permitia olhos verdes... se o vermelho
cortar sequer as tranças do cabelo. Faleceu com o alastramento da doença, em um dos meus refletem o verde da
natureza...”
hospital de Miami, aos 36 anos.
Bob Marley
Os congressos estudantis da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundar-
istas), ANDES (Associação Nacional dos Estudantes Secundaristas e UNE
(União Nacional dos Estudantes), historiamente dirigidas e controladas por
partidos de orientação esquerdista radical, promovem a figura de Bob Mar-
ley à exaustão. Ele só perde em popularidade para Che Guevara. Hoje usar
uma camiseta estampada com a face de Bob Marley, ou o gorro colorido que
ele popularizou, para os ingênuos significa uma “prova de amor” ao Reggae.
Para o jovem, esses adereços passam uma mensagem clara: sou maconheiro.

Ser maconheiro, ou usuário de outra droga qualquer, significa romper com a socie-
dade e os preceitos da vida cristã: justamente os objetivos principais do marxismo
cultural. No discurso “Politicamente Correto”, quando alguém se droga não é por
fraqueza ou falta de vergonha na cara, mas porque é “vítima da sociedade capi-
Bob Marley e Che Guevara: explo-
talista”. Na internet, em um site que faz a apologia das drogas, aparece o seguinte ração da imagem junto aos jovens
texto: “A verdade é que existe uma corrente religiosa muito forte que se estabelece
e encontra forças preconceituosas na cabeça fechada de cada membro da nossa
sociedade cristã.” Mais explícito, impossível.

“Robert Nesta Marley, o grande Bob Marley, foi um cara muito ir-
reverente, um dos mais conhecidos cantores de Reggae do mundo.
Ele defendia os pobres e oprimidos de seu país em suas músicas.
Gostava de usar drogas, assunto que muitas vezes apareceu em
suas canções. Era muito religioso, pois fazia parte do rastafarian-
ismo, uma religião africana que acredita que Hailê Selassiê I, im-
perador da Etiópia, foi representação terrena de Jah (Deus).”

Extraido do site ihaa.com.br

26
A LÓGICA CABRALINA

A liberação do uso das drogas é um objetivo perene do “Politicamente


Correto”. Significa “libertar” o homem dos freios da sociedade ocidental e
de qualquer outro tipo de limite ético, moral, religioso ou legal.

O governador Sérgio Cabral — ele, de novo — afirmou que vai levar à


“presidenta” eleita Dilma Roussef, a idéia de levar aos “fóruns internacio-
nais” propostas para a legalização planetária das drogas leves. Para Cabral,
a repressão às drogas mata “inocentes” e traz muitos gastos na “repressão”
do tráfico.
Sérgio Cabral: fiscalização das
bocas-de-fumo pelo PROCON, ao Trata-se de uma idéia que não merece definição melhor do que psicótica.
invés da repressão do estado Doentia. Na prática, ela propõe que as bocas-de-fumo, uma vez legaliza-
das como “estabelecimentos comerciais” sejam fiscalizadas pelo PROCON,
ao invés de serem reprimidas pelo Estado. A quem caberá decidir e fiscali-
zar se a droga vendida é “leve” ou “pesada”? Nessa escalada alucinógena,
e seguindo o mesmo raciocínio, Sérgio Cabral deverá propor a liberação
dos homicídios e assaltos, pois isso também “aliviaria” os gastos policiais.

A lógica financeira cabralina é perversa. Atropela os limites da sanidade,


da ética, da moral e da lei. Assim como ele, os partidários da liberação das
drogas apóiam-se em conclusões levianas, com o argumentos que con-
fundem os fatos e invertem valores. Alegam que a liberação das drogas
eliminaria (ou aliviaria) a violência nas grandes cidades e capitais e que
geraria novos impostos. Nada mais falso.

Na atual conjuntura, há grande possibilidade do STF legalizar o consumo


das drogas. Como o já visto no caso do reconhecimento da união estável
entre homossexuais, e na manutenção do sistema de cotas raciais nas Uni-
Tráfico: na mente dos inocentes- versidades, o STF considera que: “se tanta gente faz, deve ser bom”.
úteis, os traficantes ficarão “des-
empregados” após a liberação das Sinceramente, os defensores da lliberação da drogas dividem-se em três
drogas “leves” grupos distintos: os politicos populistas, como Sérgio Cabral; os drogados
querendo legalizar e baratear o seu vício; e os inocentes úteis do “Politi-
camente Correto”.

Drogas: violência sem limites Traficantes: “vítimas da sociedade capitalista”, na visão


marxista. Segundo ela, os culpados somos nós

27
A EXPERIÊNCIA FRACASSADA DE AMSTERDÃ

O “Politicamente Correto” volta e meia afirma: “Ah, mas em Amsterdã fizeram isso, e lá fun-
ciona”. A simples comparação de países tão distintos como a Holanda e o Brasil, desmonta
o argumento logo de cara, mas vamos analisar o caso. Em junho de 2009, estimou-se que a
população de Amsterdã em 761.262 habitantes, em São Paulo, a estimativa era de 11.037.593
de habitantes e na cidade do Rio de janeiro, de 6.186.710. Se por um milagre, toda a nossa
população tivesse amanhã a mesma taxa de escolaridade média e ainda ganhasse a mesma
média salarial do amesterdanês, talvez essa teoria pudesse ter algum fundamento.

Vale lembrar que em Amsterdã o consumo de drogas leves é liberado apenas em cafés e
prostibulos, no centro da cidade. Mas esse “paraíso” tem outra face: entre os holandeses o
consumo das drogas diminuíu, mas criou problemas graves de criminalidade entre os mais
pobres e os turistas. A cidade virou um templo mundial do consumo de heroína, cocaína e
maconha. O número de viciados, que dependem do apoio do governo holandês, cresceu
imensamente, fazendo com que os recursos de outras áreas tivessem que ser direcionados
ao tratamento de drogados.

O fato é que a experiência holandesa se tornou em um grande fracasso, pois só conseguiram


atrair uma legião de maconheiros de todo o mundo, legalizando o crime organizado que
explora a venda de drogas, a prostituição, e degrada o centro da cidade. Atualmente, os
governantes de Amsterdã se esforçam em diminuir as facilidades para adquirir e consumir
drogas. O mesmo acontece na Suiça. Estamos falando de Amsterdã e Suiça: Primeiro Mundo.
Fica evidente que o exemplo usado pelos defensores chincheiros não iria dar certo no Brasil
pelas mazelas já conhecidas na educação, saúde, segurança e emprego. Em poucas palavras:
é algo idiota.
Amy Winehouse: o efeito devas-
tador da droga
Quando assistimos o crescimento do consumo da mais mortal das drogas em nosso país: o
crack, soa alarmante que esse tipo de pensamento venha de gente supostamente esclare-
cida, como o sociólogo (sempre eles) Fernando Henrique Cardoso. As pessoas que defendem
essa idéia, talvez se esqueçam do potencial destrutivo das drogas, aceitando somente as
“drogas leves”. Deveriam ler, no noticiário policial, as notícias de um sem-número de pais,
maridos, esposas e filhos, mortos por viciados em crises de abstinência, onde a maconha foi
a porta de entrada para as drogas “pesadas”. Se o defensor da liberação das drogas não é um
cínico mentiroso, ou ignorante total, vai admitir que as drogas pesadas destroem o corpo, a
sanidade e até a alma de uma pessoa que dela se torne dependente.

O tráfico também não será reduzido, pois o vagabundo vai sempre preferir comprar a ma-
conha na mão do traficante, pois sai mais barato do que comprar um maço de cigarro indus-
trializado pela Souza Cruz. Mas cocaína o governo não vende? A boca-de-fumo vende. Então,
onde se consegue uma erva, será fácil de se adquirir um papelote de pó ou de pedrinhas
de crack (a nova sensação entre os doidões). Liberar as drogas é banalizar algo muito mais
sério que a “fumadinha inocente” do filhinho de papai depois da escola. Até porque se esse
filhinho tiver a tendência ao vício, o cigarrinho será o primeiro passo que o levará a vender
até sua privada ou a sua namorada a um traficante, ou irá até o fundo do poço, roubando e
matando para obter mais drogas.

Os ingênuos dizem que a criminalidade diminuirá, como se os traficantes fossem dizer:


“Puxa, o governo acabou com o meu negócio. Agora vou ter que procurar um emprego”. O
bandido sempre existirá, sempre irá achar uma oportunidade de ganhar dinheiro fácil. Se o
tráfico de maconha acabar, ele traficará cocaína, crack, oxi ou irá sequestrar e assaltar. Para o
viciado ficarão as sequelas e o sofrimento de todos ao seu redor.
Amsterdã: drogas “leves” per-
mitidas apenas em prostíbulos
O “Politicamente Correto” defende a liberação das drogas, prometendo ao drogado a felici-
e “inferninhos”.
dade de satisfazer o seu vício, vivendo sem culpa e afastando-o das acusações de cúmplici-
dade e financiamento do crime organizado. Ele faz muito bem o seu papel, transformando
vícios e taras pessoais em públicas virtudes. Duvida? Antes o viciado era um bandido, depois
passou a ser tratado como doente: “vítima da sociedade”, agora o “Politicamente Correto”
quer lhe dar o “status” de cidadão íntegro.
28
A apologia do uso das drogas está presente na mídia de forma gratuita. Há sites, inclusive, que ensinam o jo-
vem a disfarçar o consumo das drogas. O exemplo a seguir foi extraído do site: http://ideiacheque.blogspot.
com/2008/12/como-fugir-dos-pais-que-querem-saber-se.html

“Como fugir dos pais que querem saber se você usa drogas”
“É muito comum encontrar em sites de velhos conservadores tópicos que visam ajudar os pais curiosos a investigar a vida
dos filhos para saber se eles usam drogas. Me sentindo uma vítima desse tipo de site, resolvi desenvolver um passo-a-passo
para que você, jovem drogado comum, consiga escapar dos atentos olhos dos pais. A verdade é que existe uma corrente
religiosa muito forte que se estabelece e encontra forças preconceituosas na cabeça fechada de cada membro da nossa so-
ciedade cristã. Eu acredito que o fim dessa cadeia não ocorrerá por conta dos drogados, pois entre esses também é possível
encontrar muitos conservadores, ignorantes e/ou presos à dogmas e doutrinas católicas.”

1. Cuidado com os termos


Evite falar termos comuns aos maconheiros no telefone ou em qualquer outro meio de comunicação, como por exemplo:
“fino”, “tocar fogo na babilônia”, “chapar o coco”, “beck”, “base”, etc. Os pais, muito inteligentes, viram na reportagem da Globo
que “fino” significa “cigarro de maconha, a droga do diabo”, por isso, seja mais moderno e invente novas gírias, de preferência
utilizando termos bem formais e que seus pais nunca descobrirão, como “conferência educativa” ou “encontro sócio-político”.

2. Colírio nos olhos dos outros é refresco


Guarde bem o seu colírio. Nunca no seu guarda roupa. Nunca chegue chapado demais pra perceber o que está fazendo e
acabar esquecendo o colírio na bermuda ou jogado em um canto qualquer. Também não fique usando o colírio dos seus
pais, pois uma hora este acabará.

3. O cheiro da bagana
Todos sabem que a bagana, além de ser uma ótima refeição para aqueles que não têm mais Magic Power guardado, é uma
ótima exaladora de barrunfos insanos. A onda que a bagana te dá é proporcional ao cheiro sem noção que ela libera, por
isso, esconda-a em qualquer lugar fora do seu guarda roupa. Se você preferir o risco, arrume pelo menos uma caixinha que
fique bem fechada como aquelas de vitamina C. Além de tirar a pala de drogado, você ainda se sai como um rapaz saudável.

4. Sempre feche seu MSN


É normal os jovens deixarem o MSN aberto numa falsa esperança de que se tornará uma pessoa importante assim que ficar
off-line. Amigo, nunca deixe seu MSN aberto ao sair de casa. Todo mundo tem um amigo paloso com uma foto bem palosa
de Bob Marley que gosta de falar sobre coisas bem palosas como “IAI, VAMO FUMAR UM?”, etc, etc.

5. Cuidado com a larica, irmão


Você não está mais no ápice da sua fase de crescimento, então tome cuidado ao chegar em casa comendo 3 hamburgueres
com pimenta, ketchup, mostarda, maionese, molho curry, molho de salada, molho inglês, ketchup picante, mostarda e gelé-
ia. Seus pais já tiveram amigos com esses hábitos estranhos e com olhos avermelhados também. Além disso, não esqueça
daquela reportagem do Fantástico sobre um jovem inglês bem vagabundo que fumava maconha. Em um dos episódios da
pequena série (produzida pela BBC, que se mostrou enganadora e babaca ao fazer uma série dessas), o jovem partia pra
cozinha e comia muito, enquanto o narrador Zeca Camargo dizia que aquilo “é o que os usuários chamam de larica”.

6. Em dedos amarelos não entram cáries


Muita maconha costuma deixar as pontinhas dos dedos bem amarelinhas (que ficam bastante visíveis em contato com
água), por isso o ideal é que você fume menos ou comece a tratar isso. É possível fazer baseados com filtro, ou piteira, evitan-
do que você entre em contato com a massa louca em si, e é a melhor forma de previnir. Uma maneira de remediar é lixar as
pontas dos dedos, qualquer lixa faz isso e é um tanto eficiente, mas como todos sabem, é melhor previnir do que remediar.

29
X - INDIGENISMO

O “Politicamente Correto” reza que o índio dever isolado do contato com a “maléfica civiliza-
ção ocidental”. Para colocar em prática tal pensamento, montaram base na selva amazônica
centenas de ONG estrangeiras (cerca de 350), ONG nacionais e religiosos do CIMI (Conselho Indi-
genista Missionário), pastoral da Igreja Católica adepta da Teologia da Libertação.

Muitas dessas ONG dominam postos que controlam o acesso às reservas indígenas, administ-
rando-as como feudos. O CIR (Conselho Indígena de Roraima), vinculado ao CIMI, por exemplo,
proíbe o casamento inter-racial, desestimula os jovens a prestarem o Serviço Militar, proíbindo
que os índios recebam serviço médico, odontológico ou mesmo que permitam a construção de
escolas.

O que inspira tais grupos a se isolarem no meio da selva? Para responder a essa pergunta, não fal-
José de Alencar: imagem
tam slogans “Politicamente Corretos”, como a “proteção aos fracos e indefesos indígenas, livran-
romântica do indígena
do-os da escravidão e do vício da civilização”. A CNBB costuma redigir notas, exigindo a demarca-
ção das terras indígenas: “Nós, Bispos do Brasil, não podemos deixar de reagir de forma solidária
e comprometida, diante da grave situação que se encontram tantos desses nossos irmãos.”

Convenhamos, do descobrimento do Brasil, em 1500, até a Abolição da Escravidão, em 1888, por


388 anos a Igreja Católica conviveu sem grandes atritos com a escravidão de índios e negros, ao
lado do Estado. Isso quando Igreja e Estado eram uma coisa só, bem antes da invenção do Estado
laico. Porque então esse súbito ataque de idealismo nos tempos modernos?

A força que leva os religiosos para esses locais ermos é a mesma que levou centenas de jovens
para as florestas de Xambioá, Caparaó e do Vale do Ribeira: a fé cega na ideologia marxista. Essa
ideologia tem como inspiração a visão romântica e idealista do “bom selvagem” criada por Rous-
seau — justo ele que jamais saiu do conforto parisiense para ver o “bom selvagem” em estado
natural — afirmando que o índio em seu estado natual é um “ser puro”, e que em contato com a
civilização se degradará.

Foi nessa linha de pensamento que o escritor romântico José de Alencar baseou seu repertório
literário, com Ubirajara, Guarani e Iracema. Em seus romances, Alencar construiu a imagem nobre
do primitivo. A figura idelaizada do índio Peri é caracterizada pela força, coragem e virtude mo-
rais, sendo comparado pelo próprio escritor a um cavaleiro da Idade Média. José de Alencar era
um escritor nacionalista, disposto a revelar a grandiosidade das riquezas naturais e culturais da
jovem pátria perante a Europa e a ex-metrópole, mas a sua obra não passa de ficção romântica.

Antropólogos, missionários do CIMI, a Survival International, indigenistas e a FUNAI não só acr-


editam piamente nessa visão romântica, mas tentam calar quem discorda. A FUNAI, por exem-
plo, recorreu à Polícia Federal, ao Ministério da Justiça e até ao STF para impedir a exibição do
filme Hakani na televisão e na internet. O filme — que pode ser assistido no site www.hakani.org
(hospedado em Portugal) — conta a história de duas crianças enterradas vivas em uma tribo. Em
nota oficial, a FUNAI afirma que “está tomando providências para que o vídeo seja retirado do
Youtube, pois entende que o conteúdo denigre a imagem do índio brasileiro”. Índio Peri: como um cava-
leiro da Idade Média

Nada de novo no modus operandi do “Politicamente Correto Indigenista”, que fecha seus olhos
para o que lhe é inconveniente: seja o infanticídio — quando crianças são enterradas vivas por
terem alguma deficiência ou simplesmente nascido com sexo diferente do desejado; seja o estu-
pro de meninas ou a situação servil da mulher índia.

Como uma missão jesuítica do século XVIII às avessas, os religiosos não estão na selva para cate-
quizar os índios. Nem mesmo estão dispostos a levar-lhes a palavra de Deus, pois interessa man-
tê-los em seu estado natural. Na cultura indígena não há dinheiro e os bens são comunitários,
por isso, a igreja esquerdista a vê a como antítese ao capitalismo, enxergando nas comunidades
indígenas brasileiras — ainda na idade da Pedra — o modelo ideal de sociedade para o Séc XXI.

30
Hakani é um filme que
denuncia o infanticídio:
prática comum na cultura
indígena, onde os filhos
indesejados são enterra-
dos vivos

Farsa ambientalista: índio com facão em


tribo supostamente isolada

Recentemente, a ONG Survival International, a fim de promover um documentário, colocou na mídia fotos aéreas de índios, supos-
tamente isolados, na fronteira Brasil-Peru. Gillian Anderson: a agente Scully, do seriado Arquivo - X , e narradora do documentário,
declarou: “Espero que eles possam ser deixados em paz. Mas isso não acontecerá enquanto os madeireiros ilegais não forem ex-
pulsos”. O filme foi feito pela BBC com a colaboração da FUNAI, e a foto usada na divulgação, revela uma indiazinha portando um
facão metálico: uma farsa bisonha.

O principal argumento dos indigenistas para o isolamento das tribos e a consequente demarcação de reservas gigantescas — al-
gumas do tamanho de vários países europeus juntos — é o “massacre perpetrado por 500 anos de dominação branca”. Leandro
Narloch, em sua “História Politicamente Incorreta da História do Brasil”, comenta esse “massacre”.

Quem mais matou índios foram os índios

“Uma das concepções mais erradas sobre a colonização do Brasil é acreditar que os portugueses fizeram tudo sozinhos. Na ver-
dade, eles precisavam de índios amigos para arranjar comida, entrar no mato à procura de ouro, defender-se de tribos hostis e até
mesmo para estabelecer acampamentos na costa.

Descer do navio era o primeiro problema. Os comandantes das naus europeias costumavam escolher bem o lugar onde desem-
barcar, para não correr o risco de serem atacados por índios nervosos e nuvens de flechas venenosas. Tanto temor se baseava
na experiência. Depois de meses de viagem nas caravelas, os navegadores ficavam mal nutridos, doentes, fracos, famintos e vul-
neráveis. Chegavam a lugares desconhecidos e frequentemente tinham azar: levavam uma surra e precisavam sair às pressas das
terras que achavam ter conquistado. Acontecia até de terem que mendigar para arranjar comida, como na primeira viagem de
Vasco da Gama à Índia, em 1498.

O tratamento foi diferente no Brasil, mas nem tanto. Os portugueses não eram seres onipotentes que faziam o que quisessem
nas praias brasileiras. Imagine só. Você viaja para o lugar mais desconhecido do mundo, que só algumas dúzias de pessoas do seu
país visitaram. Há sobre o lugar relatos tenebrosos de selvagens guerreiros que falam uma língua estranha, andam nus e devoram
seus inimigos – ao chegar, você percebe que isso é verdade. Seu grupo está em vinte ou trinta pessoas; eles, em milhares. Mesmo
com espadas e arcabuzes, sua munição é limitada, o carregamento é demorado e não contém os milhares de flechas que eles
possuem. Numa condição dessas, é provável que você sentisse medo ou pelo menos que preferisse evitar conflitos. Faria algumas
concessões para que aquela multidão de pessoas estranhas não se irritasse.

Para deixar os índios felizes, não bastava aos portugueses entregar-lhes espelhos, ferramentas ou roupas. Eles de fato ficaram
impressionados com essas coisas (veja mais adiante) , mas foi um pouco mais difícil conquistar o apoio indígena. Por mais revolu-
cionários que fossem as roupas e os objetos de ferro europeus, os índios não viam sentido em acumular bens: logo se cansavam
de facas, anzóis e machados. Para permanecerem instalados, os recém-chegados tiveram que soprar a brasa dos caciques estabel-
ecendo alianças militares com eles. Dando e recebendo presentes, os índios acreditavam selar acordos de paz e de apoio quando
houvesse alguma guerra. E o que sabiam fazer muito bem era se meter em guerras.

O massacre começou muito antes de os portugueses chegarem. As hipóteses arqueológicas mais consolidadas sugerem que os ín-
dios da família linguística tupi-guarani, originários da Amazônia, se expandiam lentamente pelo Brasil. Depois de um crescimento
populacional na floresta amazônica, teriam enfrentado alguma adversidade ambiental, como uma grande seca, que os empurrou
para o Sul. À medida que se expandiram, afugentaram tribos então donas da casa. Por volta da virada do primeiro milênio, en-
quanto as legiões romanas avançavam pelas planícies da Gália, os tupis-guaranis conquistavam territórios ao sul da Amazônia, ex-
terminando ou expulsando inimigos. Índios caingangues, cariris, caiapós e outros da família linguística jê tiveram que abandonar
terras do litoral e migrar para planaltos acima da serra do Mar.”

31
“Em 1500, quando os portugueses apareceram na praia, a nação tupi se espalhava de
São Paulo ao Nordeste e à Amazônia, dividida em diversas tribos, como os tupiniquins
e os tupinambás, que disputavam espaço travando guerras constantes entre si e com
índios de outras famílias linguísticas. Não se sabe exatamente quantas pessoas viviam
no atual território brasileiro – as estimativas variam muito, de 1 milhão a 3,5 milhões
de pessoas, divididas em mais de duzentas culturas. Ainda demoraria alguns séculos
para essas tribos se reconhecerem na identidade única de índios, um conceito criado
pelos europeus. Naquela época, um tupinambá achava um botocudo tão estrangeiro
quanto um português. Guerreava contra um tupiniquim com o mesmo gosto com
que devorava um jesuíta. Entre todos esses povos, a guerra não era só comum – tam-
bém fazia parte do calendário das tribos, como um ritual que uma hora ou outra tinha
de acontecer. Sobretudo os índios tupis eram obcecados pela guerra. Os homens só
ganhavam permissão para casar ou ter mais esposas quando capturassem um inimi- “Naquela época, um tupinambá
go dos grandes. Outros grupos acreditavam assumir os poderes e a perspectiva do achava um botocudo tão estrangeiro
quanto um português. Guerreava
morto, passando a controlar seu espírito, como uma espécie de bicho de estimação. contra um tupiniquim com o mesmo
Entre canibais, como os tupinambás , prisioneiros eram devorados numa festa que gosto com que devorava um jesuíta.”
reunia toda a tribo e convidados da vizinhança.

Com a vinda dos europeus, que também gostavam de uma guerra, esse potencial
bélico se multiplicou. Os índios travaram entre si guerras duríssimas na disputa pela
aliança com os recém-chegados. Passaram a capturar muito mais inimigos para trocar
por mercadorias. Se antes valia mais a qualidade, a posição social do inimigo captu-
rado, a partir da conquista a quantidade de mortes e prisões ganhou importância.
Por todo o século 16, quando uma caravela se aproximava da costa, índios de todas
as partes vinham correndo com prisioneiros – alguns até do interior, a dezenas de
quilômetros. Os portugueses, interessados em escravos, compravam os presos com o
pretexto de que, se não fizessem isso, eles seriam mortos ou devorados pelos índios.
Em 1605, o padre Jerônimo Rodrigues, quando viajou ao litoral de Santa Catarina,
ficou estarrecido com o interesse dos índios em trocar gente, até da própria família,
por roupas e ferramentas:

Tanto que chegam os correios ao sertão, de haver navio na barra, logo mandam Rondon: uma vida dedicada à integra-
recado pelas aldeias para virem ao resgate. E para isso trazem a mais desobrigada ção do índio à sociedade
gente que podem, scilicet , moços e moças órfãs, algumas sobrinhas, e parentes, que
não querem estar com eles ou que os não querem servir, não lhe tendo essa obriga-
ção; a outros trazem enganados, dizendo que lhe farão e acontecerão e que levarão
muitas coisas [...]. Outro moço vindo aqui onde estávamos, vestido em uma camisa,
perguntando-lhe quem lha dera, respondeu que vindo pelo navio dera por ela e por
alguma ferramenta um seu irmão; outros venderam as próprias madrastas, que os
criaram, e mais estando os pais vivos.”

Acreditar que em pleno século XXI é possível manter qualquer grupo social longe
da civilizalção é utopia. Não há barreira suficientemente forte que impeça o contato
entre índios e civilizados. O Marechal Cãndido Mariano da Silva Rondon, ele próprio
descendente dos índios Terena e Bororo do Mato Grosso (era filho de mãe índia), fun-
dou o SPI - Serviço de Proteção ao Indio, e com eles conviveu toda a sua vida. Sempre
os protegendo, queria que fossem gradativamente integrados à sociedade, para exer-
cerem a sua verdadeira soberania. O Marechal foi indicado duas vezes para o Prêmio
Nobel da Paz, uma delas por carta de Albert Einstein. Há quase 100 anos, Rondon Áreas indígenas na Amazônia: graças
estava convicto da necessidade de proteger o índio, integrando-o pacificamente à aos indigenistas, um gigantesco Quê-
nia sul-americano
sociedade, algo que os seus esclarecidos descendentes não enxergam (ou não que-
rem enxergar).

O grande sonho do discurso ecossocialista “Politicamente Correto”, em parceria com


os indigenistas, é transformar o Brasil num grande Jardim Botânico e Zoológico: um
gigantesco Quênia sul-americano, asfixiando a agricultura e a pecuária. Tem brasileiro
passando fome? Ah! Isso é culpa do capitalismo.
32
“ O Politicamente Correto
é o marxismo cultural dis-
CONCLUSÃO
O “Politicamente Correto” é o marxismo cultural disfarçado. São velhas ide-
farçado. São velhas idelo- logias e conceitos sepultados há décadas, retirados da cova e embrulhados
numa embalagem multicolorida: um zumbi-travesti, maquiado e perfuma-
gias e conceitos sepultados do.
há décadas, retirados da
Uma coisa não se pode negar: o “Politicamente Correto” é astuto e eficiente
cova e embrulhados numa
em seus métodos. Aprendeu com os próprios erros, tal qual em 1964, quan-
embalagem multicolorida: do foi com muita sede ao pote. Sua tática agora é outra. Aproveita-se da
um zumbi-travesti, maquia- cordialidade do brasileiro e do seu espírito apaziguador para lutar na “guerra


do e pefumado. de trincheiras” segundo a cartilha de Antonio Gramsci (anexo), tal qual ele
previu há quase um século. Suas táticas são lentas, mas progressivas. Agindo
feito uma hera venenosa, entorpece os sentidos da sociedade com sua doce
flagrância. Depois, como uma jibóia, enreda-se à sociedade em seus órgãos
vitais, particularmente na imprensa, na Igreja Católica, no Executivo, Legis-
lativo e Judiciário.

As forças políticas que podem resistir ao seu avanço vivem em crise moral
e ideológica. Nossa oposição é uma piada. Uma piada sem graça. Enquanto
no mundo civilizado esquerda e direita debatem suas idéias, no Brasil, ser
de “direita”, parece ser motivo de vergonha. Os partidos políticos, mesmo os
conservadores, se auto-definem: “de centro”. Enquanto isso, o “Politicamente
Correto” usa o Partido dos Trabalhadores como vanguarda política.

Quando da eclosão do maior escândalo de corrupção da história republicana


— o mensalão — a oposição não teve coragem suficiente para entrar com
o pedido de “impeachment” do Presidente da República, e muito menos ou-
sou ir às ruas. Preferiu ser “Politicamente Correta”, deixando para o STF, para a
Polícia Federal e para o Congresso, a tarefa de julgar e condenar os culpados.
Foi um erro imperdoável. O ”Politicamente Correto” não é para principiantes.
A Polícia Federal protelou a entrega do relatório de investigação do men-
salão por inacreditáveis quatro longos anos — isso com réu confesso e tudo
mais — deixando para entregá-lo, propositalmente, em abril deste ano, aos
47 minutos do segundo tempo. Se o STF o incluísse no processo, os crimes
prescreveriam. Como era de se esperar, o Congresso absolveu os mensaleiros
sem maiores crises existenciais. Lula não só foi reeleito como elegeu o suces-
sor. Se os crimes do mensalão não prescreverem — algo provável — , o STF
irá absolver os indiciados (dos onze ministros do STF, sete foram indicados
Jango em 1964: o “Politicamente Cor- por Lula). No futuro, os livros de história sequer mencionarão o “mensalão”,
reto” foi com sede demais ao pote pois o ”lulismo” fará a sua parte na História “Crítica”. Na melhor hipótese, o
escândalo será lembrado como uma “tentativa golpista”.

Se por um lado a sociedade brasileira é pacífica e avessa a extremismos, por


outro lado também é mansa e permissiva. São as duas faces de uma mesma
moeda. E é nessa passividade que o marxismo cultural pinta e borda, pois o
brasileiro pouco se importa com a política e suas artimanhas.

Embora o “Politicamente Correto” atue em boa parte do mundo ocidental,


no Brasil ele encontrou um terreno fértil para prosperar. O Governo Federal,
por meio do PNDH-3, montou o cenário perfeito para a vitória do plano
bolchevique. Encontram-se no projeto aspirações quase patológicas: o cer-
ceamento do direito à propriedade, a mordaça aos meios de comunicação;
a regulamentação da “profissão” das prostitutas; a legalização do aborto; a
distorção do conceito de família; a proibição de expor símbolos religiosos
História Crítica: o “mensalão” como em órgãos públicos e a criminalização dos que se opõem ao plano. Antonio
“farsa golpista” Gramsci ficaria orgulhoso.

33
UNANIMIDADE
Assim como não faz sentido alguém ir ao médico e sair do hospital com a
doença diagnosticada, sem receber orientação para tratá-la, também não
faz sentido terminar esse trabalho sem indicar os antídotos para o “Politi-
camente “Correto”. O antídoto para a defesa é aprender a reconhecer as
múltiplas faces da hidra, abrindo suas entranhas e fazendo cair suas dife-
rentes máscaras, difundindo esse texto aos amigos e colegas. Mais do que
nunca, o conhecimento é uma arma.

Entre os brasileiros, tivemos expoentes como Paulo Francis e Nelson Ro-


drigues, que se rebelaram contra a ditadura da mediocridade, enxergan-
do as manipulações do “Politicamente Correto” e derrubando os velhos
chavões populistas. Seguindo essa tradição, o articulista Reinaldo Azeve-
do, o jornalista Leandro Narloch e o filósofo Luiz Felipe Pondé combatem
na linha de frente. Reinaldo Azevedo com o livro: “O País dos Petralhas”,
Leandro Narloch com seu fabuloso “História Politicamente Incorreta do
Brasil” e Pondé com o livro: “Contra um Mundo Melhor”. Pondé liga sua me-
tralhadora giratória contra todas as mais nobres bandeiras politicamente
corretas, desnudando-as e expondo sua hipocrisia. A frase que abre o pri-
meiro ensaio já dá o tom da obra: “Detesto a vida perfeita”. Numa época em
que o homem é praticamente obrigado a ser “feliz”, ainda que seja à base
de Prozac, os ataques mal-humorados de Pondé servem para alertar sobre
os enormes perigos dessa trajetória, tal como Huxley havia feito com seu Nélson Rodrigues e Paulo Francis:
“Admirável Mundo Novo”. faróis de lucidez no oceano “Politi-
camente Correto”
Infelizmente, o nosso Poder Executivo já não conta com políticos do
quilate de um Carlos Lacerda, um Adhemar de Barros ou Magalhães Pinto:
governadores do RJ, SP e MG que na década de 60, junto aos militares,
enxotaram João Goulart e Leonel Brizola para os pampas uruguaios — o
último usando peruca e saia. No lugar do populismo janguista, hoje temos
o “populismo cabralino”, que em troca do apoio do Governo Federal — que
injeta milhões do PAC para suas UPP e colocou as Forças Armadas para
fazer o trabalho sujo da sua polícia inepta, no Complexo do Alemão — vi-
rou o porta-voz oficial do “Politicamente Correto”, com suas iniciativas em
prol do homossexualismo e da liberação das drogas.

Vivemos na era da covardia institucional, onde poucos têm coragem de se


levantar contra o rebanho. De um lado, sobra iniciativa ao “Politicamente
Correto”, do outro, há o silêncio vergonhoso do Legislativo e Judiciário. Fal-
ta aos integrantes do Legislativo, por exemplo, a coragem de remar contra
a maré, mesmo que não passem de vozes isoladas em meio às multidões.

Para muitos, o STF toma decisões “progressistas” e “Politicamente Corre-


tas”, mesmo colocando em xeque a credibilidade do sistema de governo
republicano, onde cabe ao Poder Judiciário a aplicação das leis e a guarda
da Constituição. Jamais a sua modificação. Como bem escreveu Reinaldo
Azevedo: “Na verdade, uma decisão do Supremo que agride a Constituição
não é nem progressista, nem reacionária: só é perigosa.”

Nélson Rodrigues resumiu com brilhantismo a sua opinião sobre a “una-


nimidade”, quando definiu o vácuo da oposição de idéias como o reinado
da ignorância: “Toda unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimi-
dade não precisa pensar”.

Se ele ouvisse a declaração do ativista homossexual: “a decisão unânime


do STF na união estável de casais gays é o reconhecimento oficial da di- Livros de Leandro Narloch e Pondé:
versidade”, talvez modificasse sua célebre frase para: “Toda unanimidade antídotos contra o “Politicamente
é politicamente correta”. Correto”

34
CARTILHA DE ANTONIO GRAMSCI

O GUIA DO “POLITICAMENTE CORRETO”


SENSO COMUM “BURGUÊS” SENSO COMUM MODIFICADO SENTIDO REVOLUCIONÁRIO
Convenções sociais Informalidade Abolição das regras de convivência social
Pudor e Recato Anormalidade
Matrimônio sacramental e União conjugal episódica ou temporária Desconstrução da célula básica da sociedade
família Liberação Sexual tradicional
Moral Cristã Laicismo Esvaziamento do controle moral religioso
Tradições e valores nacio- Aceitação da história revista Superação da cultura tradicional
nais ídolos populares
Livre opinião “Politicamente Correto” Formação da vontade coletiva e do consenso
Massificação da opinião
Legalidade Legitimidade
Cidadão Cidadania
Superação da ordenação institucional tradicional
Direitos Individuais Direitos Humanos
Sociedade Nacional Sociedade Civil
Democracia Representativa Democracia Direta
Progresso Ecologia Internacionalismo e anti-imperialismo
Patrimônio da Humanidade
Cooperação de Classes Justiça Social
Tolerância e Convivência Dívida Social
Criação de contradições internas e de antagonis-
Social Harmônica Direitos Compensatórios às minorias étnicas,
mos sociais
sociais e sexuais

Amor à Pátria, família e


o Cristianismo: alvos do
“Politicamente Correto”

Liberação das Drogas,


Ateísmo e “Diversidade
Sexual”: alguns dos falsos
deuses do “Politicamente
Correto”

Uso e reprodução deste artigo é inteiramente livre

35

Você também pode gostar