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UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

CHARLES PETRY MESQUITA

PROJETOS DE ELETRIFICAÇÃO RURAL

LAGES (SC)
2016
CHARLES PETRY MESQUITA

PROJETOS DE ELETRIFICAÇÃO RURAL

Projeto de estágio apresentado à disciplina de


Estágio Curricular Supervisionado do Curso de
Engenharia Elétrica da Universidade do Planalto
Catarinense – UNIPLAC – como requisito
necessário para obtenção do grau de Bacharel em
Engenharia Elétrica.

Orientação: Prof. Felipe Américo Camargo.

LAGES (SC)
2016
Dedico este trabalho a minha família, esposa
Michelle, e filhas Larissa e Mirella pelo amor
apoio e carinho.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pois sempre tem me presenteado com o caminho certo e por ter
colocado tantas pessoas maravilhosas em meu destino.
A minha esposa Michelle e minhas filhas Larissa e Mirella, pela compreensão,
companhia, incentivo e ajuda durante mais esta etapa vencida, tendo vivenciado de perto todos
os momentos de angústia, aflição e alegria.
A meus pais Silvio e Rosana, que me apoiaram financeiramente no início desta jornada
e sempre ofereceram palavras de incentivo.
Ao meu orientador Prof. Felipe Américo Camargo, pelo apoio neste trabalho.
A empresa Ramaluz Ltda. e seu proprietário Eng° Pierre Schemes de Jesus, que me
deram a oportunidade de realizar o estágio supervisionado, e orientações no trabalho.
“Não fique ansioso com aquilo que você não
tem. Tudo tem seu tempo. Jogue as sementes
no chão...Cuide e um dia elas irão germinar...”
(Padre Fabio de Melo)
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Rede convencional com cruzeta. ...............................................................14


Figura 2 - Rede convencional tipo pilar .....................................................................15
Figura 3 - Rede convencional com isoladores de perfil protegido ............................16
Figura 4 - Chave fusível projeto Sabrina Pereira .......................................................28
Figura 5 - Para-raios projeto Sabrina Pereira .............................................................28
Figura 6 - Aterramento de cerca projeto Sabrina Pereira. .........................................29
Figura 7 - Ponto 01 projeto Sabrina Pereira...............................................................30
Figura 8 - Estrutura UP3 ............................................................................................31
Figura 9 - Ponto 02 projeto Sabrina Pereira...............................................................32
Figura 10 - Estrutura UP1 ..........................................................................................33
Figura 11 - Ponto 03 projeto Sabrina Pereira.............................................................34
Figura 12 - Ponto 04 projeto Sabrina Pereira.............................................................35
Figura 13 - Ponto 05 projeto Sabrina Pereira.............................................................36
Figura 14 - Estrutura UP3 com trafo, para-raios, chave-fusível e aterramento. ........36
Figura 15 - Poste de baixa tensão com medidor ........................................................39
Figura 16 - Futuras instalações da Fazenda ...............................................................39
Figura 17 - Ponto 01 projeto Ilo Petry .......................................................................42
Figura 18 - Ponto 02 projeto Ilo Petry .......................................................................43
Figura 19 - Ponto 01 projeto Jade Empreendimentos ................................................47
Figura 20 - Poste a ser retirado projeto Jade Empreendimentos................................48
Figura 21 - Ponto 02 projeto Jade Empreendimentos ................................................48
Figura 22 - Poste 02 projeto Jade Empreendimentos.................................................49
Figura 23 - Ponto 03 Jade Empreendimentos ............................................................50
Figura 24 - Poste 03 projeto Jade Empreendimentos.................................................50
Figura 25 - Aterramento do poste, transformador e para-raios..................................51
Figura 26 - Aterramento da cerca 4 fios. ...................................................................51
Figura 27 - Instalações Jade Empreendimentos. ........................................................54
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Condutores padrão ...................................................................................19


Quadro 2 - Trações de projeto ...................................................................................22
Quadro 3 - Relação de materiais e orçamento Sabrina Pereira. ................................38
Quadro 4 - Relação de materiais e orçamento Ilo Antônio Petry. .............................44
Quadro 5 - Relação de materiais e orçamento Jade Empreendimentos S.A..............53
RESUMO

Este trabalho consiste em apresentar as principais características na implementação e execução


de projetos de Eletrificação Rural, obedecendo as normas da Celesc Distribuidora S.A. Na
revisão da literatura e apresentado as características das redes de distribuição aéreas
convencionais primárias até 34,5KV, em áreas rurais. Seus critérios de utilização na área de
concessão e seus principais usos. Programas de financiamento do governo federal, que facilitam
a instalação das redes nas localidades rurais. A pesquisa se dará por realizar levantamento de
dados para realização dos projetos e execuções de instalações elétricas, em redes de distribuição
em áreas rurais. Adequando as normas da concessionária de energia, e se enquadrando nos
financiamentos federais. A área envolvida no estudo serão os projetos em fase inicial e que
estão em andamento na região serrana de Santa Catarina, dos clientes da Ramaluz Ltda.

Palavras-chave: Projetos. Redes. Rural. Celesc.


ABSTRACT

This work presents the main characteristics in the implementation and execution of Rural
Electrification projects, obeying the norms of Celesc Distribuidora S.A. In the literature review
and presented the characteristics of the primary conventional air distribution networks up to
34.5KV, in rural areas. Its criteria of use in the concession area and its main uses. Federal
government funding programs that facilitate the installation of networks in rural locations. The
research will be done by performing data collection for the realization of projects and
executions of electrical installations in distribution networks in rural areas. Adequate the norms
of the energy concessionaire, and being framed in the federal financing. The area involved in
the study will be the projects in the initial phase and that are underway in the mountainous
region of Santa Catarina, of the clients of Ramaluz Ltda.

Keywords: Projects. Networks. Rural. Celesc.


9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11
1.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA .................................................................................. 11
1.2 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA ........................................................................................ 11
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 12
1.4 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 12
1.5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 13
2.1 CARACTERÍSTICAS DAS REDES DE DISTRIBUIÇÃO ............................................. 13
2.1.1 Rede convencional ......................................................................................................... 13
2.1.2 Definições........................................................................................................................ 16
2.1.3 Tipos de projetos............................................................................................................ 17
2.1.4 Obtenção de dados preliminares .................................................................................. 18
2.1.5 Levantamento de Carga e Estimativa de Demanda ................................................... 18
2.1.6 Previsão de Crescimento de Carga .............................................................................. 18
2.1.7 Dimensionamento Elétrico ............................................................................................ 18
2.1.8 Dimensionamento dos Condutores .............................................................................. 19
2.1.9 Transformadores ........................................................................................................... 19
2.1.10 Controle de Tensão e de Compensação de Reativos ................................................. 19
2.1.11 Proteção Contra Curto-circuito e Sobrecorrentes ................................................... 20
2.1.12 Aterramento ................................................................................................................. 20
2.1.13 Seccionamento .............................................................................................................. 20
2.1.14 Dimensionamento mecânico ....................................................................................... 20
2.1.15 Esforços Mecânicos...................................................................................................... 21
2.2 PROGRAMA LUZ PARA TODOS ................................................................................... 22
2.2.1 Objetivo .......................................................................................................................... 23
2.2.2 Formas de atuação ......................................................................................................... 23
2.2.3 Recursos .......................................................................................................................... 23
2.2.4 Custos diretos e indiretos .............................................................................................. 24
2.2.5 Programas de obras ....................................................................................................... 25
2.2.6 Termo de compromisso ................................................................................................. 25
3 METODOLOGIA................................................................................................................ 26
3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA .................................................................................. 26
3.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA OU POPULAÇÃO-ALVO DO ESTUDO ................................ 26
3.3 PLANOS DE INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS .......................................... 26
3.4 PLANO DE ANÁLISE DE DADOS ................................................................................. 26
4 DESENVOLVIMENTO...................................................................................................... 27
4.1 PROJETO E CONSTRUÇÃO RDR SABRINA PEREIRA .............................................. 27
4.1.1 Objetivos ......................................................................................................................... 27
4.1.2 Características ............................................................................................................... 27
4.1.3 Proteção de média tensão .............................................................................................. 27
4.1.4 Sistema de aterramento ................................................................................................ 28
4.1.5 Condutor de Aterramento ............................................................................................ 29
4.1.6 Calculo mecânico dos postes e estruturas utilizadas. ................................................. 30
4.1.7 Consulta prévia .............................................................................................................. 37
10

4.1.8 Lista de materiais e orçamento .................................................................................... 37


4.1.9 Considerações finais ...................................................................................................... 39
4.2 PROJETO E MEMORIAL DESCRITIVO RDR ILO ANTÔNIO PETRY ...................... 40
4.2.1 Objetivos ......................................................................................................................... 40
4.2.2 Características ............................................................................................................... 40
4.2.3 Proteção de média tensão .............................................................................................. 40
4.2.4 Sistemas de aterramento ............................................................................................... 40
4.2.5 Condutor de Aterramento: ........................................................................................... 41
4.2.6 Calculo mecânico dos postes e estruturas utilizadas. ................................................. 41
4.2.7 Consulta prévia .............................................................................................................. 43
4.2.8 Lista de materiais e orçamento .................................................................................... 43
4.2.9 Considerações finais ...................................................................................................... 45
4.3 PROJETO E MEMORIAL DESCRITIVO RDR JADE EMPREENDIMENTOS ............ 45
4.3.1 Características ............................................................................................................... 45
4.3.2 Proteções em média tensão ........................................................................................... 45
4.3.3 Sistemas de aterramento ............................................................................................... 46
4.3.4 Calculo mecânico dos postes e estruturas utilizadas .................................................. 46
4.3.5 Consulta prévia .............................................................................................................. 52
4.3.6 Lista de materiais e orçamento .................................................................................... 52
4.3.7 Considerações finais. ..................................................................................................... 53
5 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 55
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 56
APÊNDICES ........................................................................................................................... 57
ANEXOS ................................................................................................................................. 61
11

1 INTRODUÇÃO

A eletrificação rural é uma das ferramentas essenciais para se reduzir o êxodo rural que
há décadas ocorre de forma sistêmica no Brasil. A energia elétrica no campo propicia um salto
na qualidade de vida (infraestrutura e serviços básicos, iluminação, eletrodomésticos) e o
aumento da produtividade rural, que contribuem para uma elevação do nível social e econômico
da população local.
O presente trabalho mostrará as atividades realizadas no estágio supervisionado
realizado no período de 04/08/2016 até 23/11/2016, totalizando as 180 horas previstas na
disciplina. O estágio foi realizado na empresa Ramaluz Ltda., sob supervisão do Eng.º Pierre
Schemes de Jesus.
Este relatório vai dar ênfase no desenvolvimento de projetos, e acompanhamento de
instalações de eletrificação rural. Atendendo as normas da distribuidora, entidades ambientais
e com custos acessíveis a seus moradores.

1.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

A empresa Ramaluz Ltda., foi fundada no ano de 2007 pelo engenheiro eletricista Pierre
Schemes de Jesus, atuando como prestadora de serviços de projeto de rede de distribuição
elétrica rural e urbana. Atua também em projetos e manutenção de sistemas de iluminação
pública, subestações e instalações elétricas industriais, comercias e residenciais.
Atualmente está instalada em sua sede na Rua Antônio Ribas Filho, 154 no bairro Santo
Antônio, na cidade de Lages SC. Com um quadro de funcionários de 25 pessoas, possui toda a
estrutura física, recursos humanos, equipamento modernos, uma frota sempre renovada de
veículos e uma experiência ampla e reconhecida. A Ramaluz hoje está capacitada a executar
todo tipo de obra dentro da área de distribuição de energia elétrica rural e urbana.
Tem como Missão desenvolver e executar excelentes práticas de engenharia com
segurança, qualidade e prazo, cumprindo com responsabilidades sociais e ambientais e que
atendam às necessidades do mercado em que atua, na busca da satisfação dos clientes.

1.2 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA

Qual a melhor maneira de se desenvolver projetos de eletrificação rural, atendendo as


12

normas da distribuidora, meio ambiente e com custo acessível?

1.3 JUSTIFICATIVA

A eletrificação rural é um fator importante para o desenvolvimento regional, permitindo


à população uma melhor qualidade de vida, acesso à informação, educação e integração.
Propriedades rurais eletrificadas passam a incorporar novos métodos e novas técnicas de
produção, beneficiamento e transformação de produtos agrícolas, contribuindo para a redução
do êxodo rural e a criação de novos empreendimentos no campo, gerando empregos, aumento
da produção de alimentos, dentre outros inúmeros benefícios.

1.4 OBJETIVO GERAL

Desenvolvimento de projetos para eletrificação rural, e acompanhamento de instalações


de toda a infraestrutura de linhas aéreas, atendendo os requisitos da distribuidora e programas
de financiamento federal.

1.5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Para o presente relatório foram determinados os seguintes objetivos específicos:


 Estudar as características de linhas de transmissão para localidades rurais;
 Verificar as normas técnicas da distribuidora e programas federais de financiamento;
 Desenvolvimento de projetos para eletrificação rural;
 Acompanhamento de instalações.
13

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CARACTERÍSTICAS DAS REDES DE DISTRIBUIÇÃO

Para projetos de rede de distribuição em áreas rurais deve-se seguir os padrões de redes
de distribuição primária até 34,5 KV, padronizados pela Celesc Distribuição S.A. e seus
critérios de utilização na área de concessão.
No desenvolvimento dos projetos serão seguidas as seguintes normas:
 E-313.0002 (Estruturas para redes aéreas convencionais de distribuição), que tem como
finalidade estabelecer as bases para a montagem de estruturas com o uso de isoladores
Pilar, Bastão e respectivos acessórios, para redes aéreas de distribuição de energia
elétrica com tensões nominais primárias de 13,8 KV, 23,1 KV e 34,5 KV de distribuição
de energia elétrica da Celesc Distribuição S.A. (CELESC, 2014).
 NT 01-AT (Fornecimento de energia em tensão primária de distribuição), tem por
objetivo estabelecer os padrões da entrada de serviço de energia elétrica das instalações
consumidoras individuais, a serem ligadas em tensão primária de distribuição, através
de rede aérea (CELESC, 2001).
 N-321.002 (Fornecimento de energia em tensão primária de distribuição até 25KV), tem
como objetivo a padronização das instalações de entrada de energia elétrica de unidades
consumidoras atendidas em tensão primária de distribuição até 25 KV (CELESC, 2016).

2.1.1 Rede convencional

As redes de distribuição no Brasil são predominantemente aéreas do padrão


convencional, utilizando-se condutores nus de alumínio ou cobre. Sendo que os condutores de
cobre devem ser aplicados apenas em redes aéreas convencionais localizadas no litoral. As
redes convencionais possuem baixo fator de blindagem quanto a descargas atmosféricas e
tensões induzidas, porém, sua grande desvantagem quando comparada aos demais tipos de rede,
é a baixa confiabilidade quanto a toques eventuais, muito comuns em áreas urbanizadas. Pode
ser dividida em três principais tipos:

 Rede convencional com cruzeta


O padrão mais difundido de redes aéreas convencionais é a construção com os isoladores
14

fixados em cruzetas, que podem ser de concreto, aço, madeira ou polimérica. A montagem com
cruzetas ocupa menos espaço verticalmente no poste, porém não possibilita a montagem de
mais de 1 circuito no mesmo nível. Suas montagens mais comuns são do tipo N (normal), M
(meio-beco) e B (beco), esta última muito utilizada no afastamento de redes de construções e
outros obstáculos em áreas urbanas. A rede convencional com cruzeta, quando comparada à
rede convencional tipo pilar, apresenta vantagem nos padrões de montagem de equipamentos e
para realização dos serviços de manutenção. Visto que a rede com cruzeta é disposta na
horizontal, as ligações se tornam mais simples e com distâncias mais elevadas entre fases, o
que aumenta a segurança para operação e manutenção do sistema elétrico. Na figura 1 pode-se
observar os principais tipos (CELESC, 2012).

Figura 1 - Rede convencional com cruzeta.

Fonte: CELESC, 2012 pág. 3.

 Rede convencional tipo pilar


As redes tipo pilar são redes convencionais que não utilizam cruzetas em sua montagem,
15

nelas o isolador é fixado diretamente no poste, por meio de ferragens adequadas (parafuso,
suporte e cinta). Devido ao menor número de materiais utilizados, a estrutura tipo pilar
apresenta menor custo inicial, porém em áreas urbanas seu padrão dificulta a realização de
serviços de manutenção que envolva equipamentos, como por exemplo, transformadores de
distribuição. A grande vantagem do uso das redes tipo pilar é sua aplicação em áreas menos
urbanizadas, alimentadores expressos e áreas rurais. A rede convencional tipo pilar é disposta
na vertical, o que possibilita o aproveitamento dos dois lados dos postes e montagem de
circuitos duplos de forma simples (CELESC, 2012). Podemos ver na figura 2 os principais
tipos.

Figura 2 - Rede convencional tipo pilar

Fonte: CELESC, 2012 pág. 04

 Rede Convencional em Áreas de Alta Poluição


16

Na área de concessão da Celesc Distribuição S.A. existem muitas áreas com alta
poluição, principalmente nas áreas costeiras, o que agride o isolamento do sistema e ferragens
utilizadas, causando elevados custos para manutenção do sistema e altos índices de
continuidade. Em áreas poluídas não deve ser utilizado o isolamento convencional, com
isoladores tipo pilar com perfil aberto, para estas áreas foi padronizada a utilização de isoladores
com perfil protegido (figura 3), nestes a distância de escoamento fica protegida contra o
acúmulo de poluentes, sendo próprio para aplicação nestes ambientes (CELESC, 2012).

Figura 3 - Rede convencional com isoladores de perfil protegido

Fonte: CELESC, 2012 pág. 05.

Em áreas rurais deve-se optar pela utilização das redes convencionais tipo pilar, com
estruturas tipo P (pilar fixado diretamente no poste), que apresenta confiabilidade semelhante à
rede convencional com cruzeta, mas possui menor custo inicial.

2.1.2 Definições

 Alimentador de Distribuição - Parte de uma rede primária numa determinada área de


uma localidade que alimenta, diretamente ou por intermédio de seus ramais,
transformadores de distribuição da concessionária e/ou de consumidores.
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 Alimentador Exclusivo - Alimentador de distribuição sem derivações ao longo de seu


percurso que atende somente a um ponto de entrega.
 Carga Instalada - Somatório das potências nominais de uma unidade consumidora,
excluindo-se os equipamentos de reserva.
 Concessionária de Distribuição de Energia Elétrica - Agente titular de concessão ou
permissão Federal para prestar o serviço público de energia elétrica, referenciado,
doravante, apenas pelo termo Concessionária (Celesc).
 Consumidor Atendido - Titular de Unidade Consumidora atendida diretamente por
sistema da Concessionária, conforme regulamentação da Agência Nacional de Energia
Elétrica - ANEEL.
 Demanda - Soma das potências elétricas instantâneas médias solicitadas por
consumidores, durante um período de tempo especificado.
 Fator de Demanda -Razão da demanda máxima pela carga instalada do sistema ou da
instalação considerada:
FD = Dmáx. / Cinst
 Fator de Potência - Razão entre a potência ativa (KW) e a potência aparente (KVA) da
instalação:
FP = Pativa / Paparente
 Fator de Utilização - Razão da máxima demanda verificada pela capacidade nominal
de um sistema.
 Ramal de Alimentador - Parte de um alimentador de distribuição que deriva
diretamente do tronco do alimentador.
 Rede Primária - Parte de uma rede de distribuição que alimenta transformadores de
distribuição e/ou pontos de entrega sob a mesma tensão primária nominal.
 Tensão Primária de Distribuição - Tensão disponibilizada no sistema elétrico da
concessionária, com valores padronizados iguais ou superiores a 1 KV.

2.1.3 Tipos de projetos

Projetos de Rede Nova - São aqueles que visam a implantação de todo o sistema de
distribuição para o atendimento a uma determinada localidade (vila, assentamento, povoado,
distrito, conjunto habitacional).
18

Projetos de Extensão de Rede de Distribuição Primária - Novo circuito de rede


primária ou acréscimo de um trecho de rede primária de distribuição, inclusive adição de fases,
construído a partir de um ponto da rede existente.
Projetos de Reforma / Melhoramento de Rede - São aqueles que visam a substituição
de parte ou mesmo total da rede existente, por motivo de segurança, evolução tecnológica,
qualidade de serviço, saturação ou adequação das instalações ao meio ambiente.
Projetos de Reforço - São aqueles que visam a mudanças das características físicas da
rede existente visando aumentar a sua capacidade.

2.1.4 Obtenção de dados preliminares

Consiste na obtenção de dados necessários à elaboração do projeto tais como: mapas,


plantas, definição dos pontos de saída e chegada, traçado preliminar, análise das condições
locais, levantamento de dados característicos do sistema elétrico de alimentação, etc. (CELESC,
2001).

2.1.5 Levantamento de Carga e Estimativa de Demanda

Consiste no levantamento ou medições de cargas, quando necessário, verificação das


condições locais para estimativa de crescimento e determinação das demandas atuais e futuras
dos consumidores (CELESC, 2001).

2.1.6 Previsão de Crescimento de Carga

Em todos os projetos torna-se necessário estimar o crescimento da carga para efeito de


dimensionamento da RDR (rede de distribuição rural). A estimativa da taxa anual de
crescimento será baseada em estudos de planejamento existentes, ou no índice de crescimento
de consumo característico da região.
No caso de novas extensões, a previsão da carga será baseada nas necessidades atuais,
expandidas ao horizonte considerado.

2.1.7 Dimensionamento Elétrico


19

Consiste na definição do tipo do sistema, bitola dos condutores, localização e potência


dos transformadores, equipamentos de proteção e seccionamento, equipamentos de regulação
de tensão e compensação de reativos, etc.

2.1.8 Dimensionamento dos Condutores

Para o projeto de redes em áreas rurais com condutores nus de alumínio, CA e CAA,
segue-se a especificação Celesc D E-313.0018 – Cabos de Alumínio Nu – CA e CAA e de
cobre, CU conforme a especificação Celesc D E-313.0032 – Especificação de Condutores de
Cobre Nu, nas seções indicadas no quadro 1(CELESC, 2014).

Quadro 1 - Condutores padrão

Fonte: CELESC, 2014 pág. 02.

2.1.9 Transformadores

Os transformadores devem atender os requisitos exigidos na NBR 5440. As condições


normais e especiais de funcionamento estão estabelecidas na NBR 5356-1.

2.1.10 Controle de Tensão e de Compensação de Reativos

Nos grandes projetos de reforma, melhoramentos e extensão, juntamente com o


dimensionamento do condutor, deverão ser analisadas as seguintes alternativas:
 Troca de taps nos transformadores;
 Mudança de bitola de condutores;
20

 Conversão de RDR monofásica ou bifásica, em trifásica;


 Instalação de banco de capacitores;
 Instalação de reguladores de tensão.
Sob o aspecto técnico, a análise deve ser feita para atender aos critérios de máxima
queda de tensão permitida e máximo carregamento permitido.
Sob o aspecto econômico, devem ser abordados os custos dos investimentos e das
perdas. A instalação de reguladores de tensão e banco de capacitores deverá ser conforme
determinação da Concessionária.

2.1.11 Proteção Contra Curto-circuito e Sobrecorrentes

Para os dispositivos de proteção deverá ser seguido a norma NT 01-AT (Fornecimento


de energia em tensão primária de distribuição).

2.1.12 Aterramento

Deverão ser respeitadas todas as exigências estabelecidas na NBR-14.039 da ABNT. O


valor da resistência de aterramento, em qualquer época do ano, não deverá ultrapassar a 10
(dez) Ohms. No caso de não ser atingido esse limite, deverão ser dispostos tantos eletrodos
quantos forem necessários, interligados entre si com a mesma seção do condutor de aterramento
principal, ou efetuado tratamento do solo por método adequado (CELESC, 2001).

2.1.13 Seccionamento

O seccionamento deve ser encarado como um complemento aos recursos operativos, e


seu projeto executado depois de concluído o estudo da proteção. Deve-se proceder a uma
análise criteriosa da localização e dos tipos de chaves a serem utilizados, de modo a assegurar
maior eficiência na continuidade e segurança no fornecimento de energia (CELESC, 2001).

2.1.14 Dimensionamento mecânico

Consiste na locação e dimensionamento dos postes e definição do tipo de estruturas, em


função do vão, do vento, temperatura, ângulo de deflexão, bitola dos condutores e tipo da linha.
21

Uma vez definido o melhor traçado da RDR, tronco, ramais, pontos de derivação e
realizado o levantamento topográfico, deverão ser locadas, com o auxílio do gabarito, nos
desenhos de perfil e planta as estruturas necessárias ao suporte da linha ou através de programas
específicos.
A fim de que durante a construção não surjam motivos que obriguem a modificação nas
posições das estruturas, o que refletiria no custo final da obra, essa locação deverá ser feita
atendendo a possíveis fatores restritivos, que poderão estar presentes na locação dos postes no
campo, como por exemplo: locais de difícil acesso, cruzamento de rodovias, ferrovias, linhas
aéreas, pontos de derivação, localização dos pontos de carga (transformadores), instalação de
chaves e etc. Esses fatores devem ser identificados e se possível eliminados na exploração
preliminar e no anteprojeto (CELESC, 2001).

2.1.15 Esforços Mecânicos

As solicitações a que estarão submetidas as estruturas de suporte da linha serão devidas:


aos esforços de tração dos condutores, à ação do vento sobre as estruturas e os condutores, ao
peso dos cabos, próprio e eventualmente de equipamentos (CELESC, 2014).
Considerando-se as curvas de vento máximo e temperatura mínima, as redes de
distribuição, na área da Concessionária, serão dimensionadas para valores regionais das
velocidades de ventos e temperaturas conforme descrito abaixo:
a) vão máximo: 80 metros;
b) velocidade máxima do vento: 80 km/h;
c) características dos condutores conforme o quadro 2.
22

Quadro 2 - Trações de projeto

Fonte: CELESC, 2014 pág. 03.

2.2 PROGRAMA LUZ PARA TODOS

A antecipação do Processo de Universalização teve seu início marcado com a edição do


Decreto no 4.873, de 11 de novembro de 2003, que instituiu o Programa Nacional de
Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica - “LUZ PARA TODOS”.
O Programa foi concebido como instrumento de desenvolvimento e inclusão social,
pois, de acordo com o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, em 2000
existiam dois milhões de domicílios rurais não atendidos pela prestação dos serviços de energia
elétrica. Ou seja, aproximadamente dez milhões de brasileiros viviam, no meio rural, sem
acesso a esse serviço público, sendo que cerca de noventa por cento dessas famílias possuíam
renda inferior a três salários mínimos.
Em sua primeira etapa, o programa teve como objetivo levar energia elétrica, até o ano
de 2008, àqueles domicílios rurais identificados pelo IBGE. No entanto, durante a execução do
programa, novas famílias foram localizadas sem energia elétrica em suas residências, o que
resultou na edição do Decreto no 6.442, de 25 de abril de 2008, ampliando-se, portanto, os
objetivos no caminho à erradicação da exclusão elétrica e prorrogando-se o prazo inicial para o
final do ano de 2010.
Assim, visando o atendimento dessa demanda, o Decreto no 7.520, de 8 de julho de
2011, instituiu o Programa “LUZ PARA TODOS” para o período de 2011 a 2014, sendo
23

prorrogado pelo Decreto no 8.387, de 30 de dezembro de 2014, até o ano de 2018.

2.2.1 Objetivo

São beneficiários do programa as pessoas (MME, 2015):


 Domiciliadas em áreas de concessão e permissão cujo atendimento resulte em elevado
impacto tarifário, de acordo com Critérios a serem definidos pela Agência Nacional de
Energia Elétrica - ANEEL; e
 Atendidas pelo Programa Territórios da Cidadania ou pelo Plano Brasil Sem Miséria.
 Assentamentos Rurais, Comunidades Indígenas, Quilombolas e Outras Comunidades
Localizadas em Reservas Extrativistas ou em Áreas de Empreendimentos de Geração
ou Transmissão de Energia Elétrica, cuja responsabilidade não seja do respectivo
Concessionário;
 Escolas, Postos de Saúde e Poços de Água Comunitários.

2.2.2 Formas de atuação

O Programa tem como agentes executores as concessionárias e permissionárias de


distribuição de energia sendo que, em condições excepcionais e com o objetivo de otimizar a
implantação do programa, as empresas do grupo Eletrobrás (Eletrobrás Furnas, Eletrobrás
Chesf, Eletrobrás Eletronorte e Eletrobrás Eletrosul) poderão exercer as funções dos agentes
executores. Entretanto, para que ocorra o referido procedimento, se faz necessária a
interveniência da Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobrás e da ANEEL, bem como a
respectiva anuência do, até então, Agente Executor Responsável pelo programa naquela área
de concessão (MME, 2015).

2.2.3 Recursos

Os Recursos necessários ao desenvolvimento do programa virão do Governo Federal,


por meio da CDE, dos Agentes Executores - Concessionárias de Distribuição de Energia
Elétrica, por meio de recursos próprios ou oriundos de financiamento contraído junto à CAIXA.
24

 CONTA DE DESENVOLVIMENTO ENERGÉTICO - CDE


A CDE disponibilizará recursos a título de subvenção econômica (fundo perdido). O
principal critério para alocação dos recursos da CDE entre os Agentes Executores tem por base
as carências regionais e a mitigação do impacto tarifário.

 FINANCIAMENTO DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CAIXA


O Governo Federal, por meio da CAIXA poderá disponibilizar recursos a título de
financiamento para os custos diretos do programa, objetivando a implementação do programa
de obra, com valores analisados pela Eletrobrás e aprovados pelo MME.
No caso de indisponibilidade de recursos para financiamento pela CAIXA, o Agente
Executor deverá executar a parte correspondente ao financiamento da CAIXA, constante do
Termo de Compromisso, com recursos próprios.
A CAIXA e a Eletrobrás firmaram acordo de cooperação técnica, com o objetivo de
regular o fluxo de informações sobre os Programas de Obras que envolvam recursos da CAIXA,
bem como definir as obrigações de cada uma das partes.

2.2.4 Custos diretos e indiretos

Somente os Custos Diretos serão aceitos para comprovação de utilização dos recursos
de financiamento e de subvenção econômica.
Para efeito de comprovação dos custos, serão considerados:
a) Custos Indiretos:
Custos contabilizados pelos Agentes Executores, referentes a serviços próprios
(administração e engenharia, incluindo projetos, fiscalização, topografia e tributos
relacionados), mesmo que terceirizados, confecção e instalação de placas de obras, custos com
a capacitação de usuários sobre o uso seguro e eficiente da energia elétrica e sobre a Tarifa
Social, licenças ambientais e indenizações para passagem de Redes;
Os Custos Indiretos serão aceitos até o percentual da participação do capital próprio do
Agente Executor no valor total do Programa de Obras, estabelecido no Termo de Compromisso,
limitado a quinze por cento do valor total de custos diretos
b) Custos Diretos:
Custos com aquisição de materiais e equipamentos e com despesas de mão de obra de
terceiros e transporte de terceiros para a execução das obras, inclusive com os impostos
25

relacionados com esses itens de custos diretos.

2.2.5 Programas de obras

É a quantificação dos consumidores a serem atendidos, bem como o detalhamento dos


materiais, equipamentos e serviços, com os respectivos custos, que serão utilizados para o
cumprimento das metas de atendimento firmadas no Termo de Compromisso.
É elaborado pelas concessionárias de distribuição de energia elétrica, mediante o
preenchimento das planilhas disponíveis na página do MME - www.mme.gov.br/luzparatodos
e apresentado à Eletrobrás.
A Eletrobrás efetuará a análise técnica e orçamentária do Programa de Obras, assistida
pelo MME, interagindo com as concessionárias de distribuição de energia elétrica, até que se
obtenha condição adequada e compatível com os recursos previstos.
Uma vez acordada essa condição, a Eletrobrás encaminhará a análise ao MME -
Diretoria do Programa, que emitirá seu parecer.
Obtido o parecer favorável, o Programa de Obras será viabilizado mediante os seguintes
instrumentos jurídicos, cujas regras irão nortear a aplicação e a liberação desses recursos no
âmbito do Programa “LUZ PARA TODOS”;
a) Contrato de subvenção firmado entre a Eletrobrás e o Agente Executor, que estabelece
os recursos referentes à subvenção econômica, com recursos provenientes da CDE;
b) Contrato de financiamento firmado entre a CAIXA e o Agente Executor, que
estabelece os recursos referentes ao financiamento dos custos diretos a cargo do Agente
Executor, se este desejar utilizar tal linha de financiamento.

2.2.6 Termo de compromisso

Para estabelecer as premissas de implantação do Programa “LUZ PARA TODOS”, o


Governo Federal, e os Agentes Executores assinarão um Termo de Compromisso, com a
interveniência da ANEEL e da Eletrobrás, no qual estarão definidas as metas anuais de
atendimento no meio rural e os percentuais de participação financeira de cada uma das fontes
de recursos que compõem o programa (MME, 2015).
26

3 METODOLOGIA

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

A pesquisa se dará por realizar levantamento de dados para realização dos projetos e
execuções de instalações elétricas, em redes de distribuição em áreas rurais. Adequando as
normas da concessionária de energia, e se enquadrando nos financiamentos federais. As etapas
da pesquisa será realizado com base em projetos executados, livros, normas, artigos
acadêmicos, teses, dissertações e monografias relacionados ao assunto.

3.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA OU POPULAÇÃO-ALVO DO ESTUDO

A área envolvida no estudo serão os projetos em fase inicial e que estão em andamento
na região serrana de Santa Catarina, dos clientes da Ramaluz Ltda.

3.3 PLANOS DE INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Os dados serão coletados através de visitas técnicas a instalações já existentes, e estudos


de novos projetos que estão em fase de análise pela Ramaluz Ltda.

3.4 PLANO DE ANÁLISE DE DADOS

Ao fim do estudo, os dados coletados serão transformados em projetos, analisando as


melhores formas de construção, seguindo as normas da concessionária. Será utilizado softwares
para criação de projetos, colocando em prática os ensinamentos adquiridos no curso de
engenharia elétrica.
27

4 DESENVOLVIMENTO

Para o desenvolvimento do estágio foram executadas visitas prévias nos locais das
instalações, para análise da viabilidade dos projetos. Observando as características geográficas
das fazendas, carga a ser atendida e relação dos materiais. Elaborado os documentos necessários
exigidos pela concessionária de energia (Memorial Descritivo, Consulta Prévia e Relação de
Materiais), para posterior execução dos projetos.
Todas as etapas foram supervisionadas pelo Eng°. Eletricista Pierre Schemes de Jesus,
proprietário da Ramaluz Ltda.

4.1 PROJETO E CONSTRUÇÃO RDR SABRINA PEREIRA

4.1.1 Objetivos

Acompanhamento do Projeto e construção de Rede de Energia Elétrica de media tensão


que atendeu a Sra. Sabrina Pereira, portadora do CPF 046.078.089-11, residente na Fazenda
São João da Boa Vista, Município de Campo Belo do Sul - SC, conforme projeto do apêndice
A.

4.1.2 Características

A rede executada é composta de quatro postes DT 11/600 e um poste DT 10/300,


instalado um transformador monofásico de 10 KVA e extensão de rede de Media Tensão 13,8
KV, com 558 metros cabo 4CAA.
Para a derivação da rede, foi utilizada uma rede já existente da distribuidora, que se
encontra nas imediações, ou seja, passando próximo a fazenda, que alimenta em média tensão
com condutores 4CAA, classe 25 KV monofásica.

4.1.3 Proteção de média tensão

A proteção de sobre intensidade (sobre cargas e curto circuito) na alta tensão foi
garantida por uma chave fusível (figura 4) instalada no poste do transformador DT 11/600,
classe de isolação 25 KV 100 A, capacidade de ruptura 1 KA, com elo fusível de 1 H da
28

derivação.
Figura 4 - Chave fusível projeto Sabrina Pereira

Fonte: Elaborado pelo autor.

A proteção de sobretensão (impulsiva e de manobra) foi obtida pela instalação de para-


raios um por fase, na estrutura do poste do transformador, tensão 25 KV, para sistemas de
Neutro Aterrado, corrente máximo de 10 KVA, ligados ao sistema de aterramento (figura 5).

Figura 5 - Para-raios projeto Sabrina Pereira

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.1.4 Sistema de aterramento

O sistema de aterramento foi constituído de uma malha de aterramento, com haste tipo
cooperweld, com 2400 mm de comprimento, 5/8”, interligadas por cabo de cobre NU, as
29

conexões foram feitas através de solda exotérmica.


O valor de resistência de terra medido na malha foi inferior a 10 Ohms.
Próximo a rede, no ponto quatro, encontra-se uma cerca de arame farpado de 4 fios que
precisou ser aterrada em 2 pontos, no lado direito e no lado esquerdo do poste, por onde passa
o cabo 4 CAA, conforme figura 6.

Figura 6 - Aterramento de cerca projeto Sabrina Pereira.

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.1.5 Condutor de Aterramento

Para o cálculo de dimensionamento dos condutores de aterramento, utilizamos a


equação 1:

𝑆
𝐶=2 (01)

Onde:
C é a seção do condutor de aterramento.
S é a seção dos condutores fases da instalação.
30

𝑆 50
𝐶= = = 25𝑚𝑚²
2 2

Logo a bitola do cabo de cobre NU usada no aterramento foi de 25 mm².

4.1.6 Calculo mecânico dos postes e estruturas utilizadas.

Os postes foram dimensionados utilizando a tração de projeto de 325 daN para o cabo
CAA 4 AWG.

 Ponto 01

Neste ponto foi feito a derivação da linha já existente para a nova RDR (figura 07),

Figura 7 - Ponto 01 projeto Sabrina Pereira

Fonte: elaborado pelo autor

Para o cálculo do dimensionamento foi utilizado as equações 2 e 3, onde chegou-se a


uma tração final de 310,4 daN, onde verificamos que o poste existente 10/300 daN suportaria a
tração definida.

𝑁𝐶 .ℎ𝑐 .𝑇𝑐
𝐸𝑅 = ℎ𝑢𝑡𝑖𝑙
(2)
31

𝛼
𝑇𝐹 = 2. 𝐸𝑅 𝑠𝑖𝑛 2 (3)

Onde:
𝑁𝑐 = n° de condutores
ℎ𝑢𝑡𝑖𝑙 = Altura util
ℎ𝑐 = Altura do condutor
𝑇𝑐 = Tração do condutor
𝐸𝑅 = Esforço resultante
𝛼 = Ângulo dos condutores
𝑇𝐹 = Tração final

𝑁𝐶 . ℎ𝑐 . 𝑇𝑐 1.7,55.325
𝐸𝑅 = = = 297𝑑𝑎𝑁
ℎ𝑢𝑡𝑖𝑙 8.25

𝛼 63
𝑇𝐹 = 2. 𝐸𝑅 sin = 2.297. (sin ) = 314,4 𝑑𝑎𝑁
2 2

Utilizou-se para este ponto estruturas do tipo UP3, que são as mais indicadas para fim
de linha, mudança de seção, derivação e instalação de chaves (figura 8).

Figura 8 - Estrutura UP3

Fonte: NE-101E, pág. 32


32

 Ponto 02

Para este ponto (figura 9), chegou-se a uma tração final de 195,5 daN, conforme cálculo
abaixo, onde será usado um poste DT 11/600daN, que irá suportar a tração definida.

𝐸𝑅 = 325 daN

𝛼 35
𝑇𝐹 = 2. 𝐸𝑅 sin = 2.325. (sin ) = 195,5 𝑑𝑎𝑁
2 2

Figura 9 - Ponto 02 projeto Sabrina Pereira

Fonte: Elaborado pelo autor.

A profundidade de engastamento do poste foi de 1,7 m, sendo determinada de acordo


com a equação 4.

𝐿
ℯ = 10 + 0.60(𝑚) (4)

Onde:

e = profundidade de engastamento (m)


L= comprimento do poste (m)
33

𝐿 11
ℯ= + 0.60(𝑚) = + 0.60 = 1.7𝑚
10 10

Por ser um poste de 600 danN a base teve que ser concretada, com camadas distribuídas
de 50 cm no fundo da cava em concreto socado, seguido de 20 cm de terra socada dependendo
do comprimento do poste e mais 50 cm de concreto socado, resultando na superfície 15 cm de
terra a ser compactada. Toda superfície do poste na faixa concretada, foi protegida por plástico,
a fim de facilitar a retirada, sem danificá-lo.
Devido ao ângulo de 35°, na prumagem do poste foi deixada inclinação com distância
da espessura do topo dos poste, para o lado oposto da resultante de tração dos condutores,
aproximadamente 1,5° de inclinação. Esta inclinação é necessária para compensação da
flambagem do poste, devido ao esforço dos condutores.
Neste ponto foram utilizadas estrutura do tipo UP1 (figura 10), que é usada em
tangentes, podendo também ser empregada em ângulos de até 60°.

Figura 10 - Estrutura UP1

Fonte: NE-101E, pág. 29

 Ponto 03

Para este ponto (figura 11), chegou-se a uma tração final de 146,3 daN, conforme
cálculo abaixo, onde será usado um poste de 11/600daN, que irá suportar a tração definida.

𝐸𝑅 = 325 daN
34

𝛼 26
𝑇𝐹 = 2. 𝐸𝑅 sin = 2.325. (sin ) = 146,3 𝑑𝑎𝑁
2 2

Figura 11 - Ponto 03 projeto Sabrina Pereira

Fonte: Elaborado pelo autor

A base do poste foi concretada, com engastamento de 1,7m conforme equação 4, e a


prumagem foi realizada seguindo o ângulo de 26°.
Neste ponto foram utilizadas estrutura do tipo UP1.

 Ponto 04

Para este ponto (figura 12), chegou-se a uma tração final de 254 daN, conforme cálculo
abaixo, onde foi usado um poste 11/600 daN, que irá suportar a tração definida.

𝐸𝑅 = 325 daN

𝛼 46
𝑇𝐹 = 2. 𝐸𝑅 sin = 2.325. (sin ) = 254 𝑑𝑎𝑁
2 2
35

Figura 12 - Ponto 04 projeto Sabrina Pereira

Fonte: Elaborado pelo autor

A base do poste foi concretada, com engastamento de 1,7m conforme equação 4, e a


prumagem foi realizada seguindo o ângulo de 46°. E estrutura utilizada foi do tipo UP1.

 Ponto 05

No ponto 05 (figura 13) foi instalado o transformador, para-raios, chave-fusível e


aterramentos. Sua tração final é 325daN, onde o cabo é encabeçado no topo, então projetou-se
um poste de 11/600 daN para suportar a tração definida.
36

Figura 13 - Ponto 05 projeto Sabrina Pereira

Fonte: Elaborado pelo autor.

A base do poste foi concretada, com engastamento de 1,7m conforme equação 4, e a


prumagem foi realizada seguindo o ângulo de 45°. Utilizou-se para este ponto estruturas do tipo
UP3 (figura 14), recomendadas para fim de linha.

Figura 14 - Estrutura UP3 com trafo, para-raios, chave-fusível e aterramento.

Fonte: NE-101E, pág. 68.


37

4.1.7 Consulta prévia

Para a consulta prévia de fornecimento de energia elétrica junto a concessionária


CELESC S.A., a edificação foi considerada do tipo residencial, com carga a ser instalada de 8
KW e demanda de 6,5 KVA. O documento entregue junto a concessionários encontra-se no
anexo A.

4.1.8 Lista de materiais e orçamento

Para elaboração da lista de materiais e orçamento, seguiu-se as normas técnicas de


distribuição e os padrões de projetos eletromecânicos e montagem do sistema elétrico da Celesc
Distribuição S.A.
No quadro 03, apresenta-se a descrição dos materiais, código do material nas normas da
distribuidora, unidade, quantidade, preço unitário, preço total e valor da mão de obra realizado
pela Ramaluz S.A.
Este orçamento foi aceito pela Celesc distribuidora S.A., conforme Contrato de
Incorporação relativo a ODI 1086850, para assinatura em 2 vias com reconhecimento de firma
em cartório (anexo C), se enquadrando no programa “Luz para todos”. Documento cuja
apresentação implica no devido reembolso de valores da obra e encerramento do processo na
Concessionária.
O montante pago pela concessionária vai ser de R$ 20.670,41, o valor restante fica por
conta do cliente. Neste caso o cliente faz o pagamento total do valor do orçamento, indicando
a opção para o reembolso da parte da concessionária, que pode ser: cheque nominal, desconto
na fatura de energia ou deposito bancário.
38

Quadro 3 - Relação de materiais e orçamento Sabrina Pereira.


COD
NF CÓD DESCRIÇÃO UND QUANT UND TOTAL
6153 Alca pre-form distr cb CA/CAA 4AWG* PC 4 4,48 17,92
6167 Alca pre-form estai cb aco 6,4mm * PC 2 7,14 14,28
2270 Armação secundária 1 estribo * PC 3 17,22 51,66
1827 Arruela quad lisa paraf d18x38x38x3mm PC 13 0,59 7,67
229 Cabo aco galv mr/sm 7 fios d6,4mm * KG 5 22,82 114,10
5283 Cabo alumínio nu CAA 6/1 fios 4 AWG* KG 100,00 32,00 3.200,00
5332 Cabo cobre isol extra-flex 25mm2 * M. 1 18,63 18,63
5388 Cabo cobre isol preto 1x 35mm2 750v * M. 3 18,63 55,89
5230 Cabo cobre nu meio duro 7 fios 25 mm2 KG 6 37,10 222,60
17031 Cartucho metálico KF 001 - vermelho - ap PC 3 2,24 6,72
7753 Chave fus 1p c gancho 100A 25,8kV 6300 PC 1 266,00 266,00
21755 Conector cunha para aterramento 25 a 35m PC 5 4,90 24,50
6784 Conetor cunha al cb 4awg cb 4awg * PC 7 5,46 38,22
7565 Elo-fusivel distribuição H 1A 500mm * PC 1 5,48 5,48
5264 Fio alumínio nu recozido 4AWG* KG 1,5 20,83 31,24
5627 Fita alumínio proteção 1x10mm * KG 1 20,83 20,83
2167 Haste ater aco+cu d13mm 2400 mm * PC 7 41,09 287,63
14168 Isolador ancoragem polimérico 23,1kV PC 6 57,40 344,40
5045 Isolador pilar PÇ 3 78,40 235,20
5013 Isolador roldana porcelana d45mm 1,3kv * PC 3 3,08 9,24
6183 Manilha sapatilha d20mm 5000daN * PC 2 10,22 20,44
2242 Olhal parafuso 5000dan 16mm * PC 2 9,10 18,20
7626 Pára raio distr. 10ka 21kv * PC 1 266,00 266,00
1670 Parafuso cab quad d16x200x120mm * PC 5 5,32 26,60
1624 Parafuso cab quad d16x250x170mm * PC 6 6,06 36,36
14185 Pino do isolador pilar 200x60mm PC 2 9,10 18,20
14182 Pino do isolador pilar 25x20mm PC 2 8,20 16,40
4815 Poste concreto duplo t 11m 600dan PC 4 1.570,80 6.283,20
2153 Sapatilha cabo aço até 9,5mm * PC 2 2,24 4,48
6181 Seccionador pré-formado cerca * PC 10 7,00 70,00
2123 Suporte T chave/para-raios estrutura U* PC 1 61,88 61,88
15241 Suporte vertical isolador pilar PC 1 69,00 69,00
27286 Td 1f 10kva 23,1/r3kv 440/220v 25,8kv PC 1 3.868,20 3.868,20
TOTAL DO MATERIAL 1 15.731,17
TOTAL MÃO DE OBRA 1 12.247,38
TOTAL GERAL DA OBRA 1 27.942,58
Fonte: Elaborado pelo autor
39

4.1.9 Considerações finais

Este projeto foi realizado de acordo com a norma técnica N-321.002 da CELESC
distribuição S.A.
Após a conclusão dos trabalhos na RDR, foi instalado um poste em baixa tensão, com
o medidor da distribuidora (figura 15), que irá alimentar as futuras instalações da fazenda
(figura 16).
Figura 15 - Poste de baixa tensão com medidor

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 16 - Futuras instalações da Fazenda

Fonte: Elaborado pelo autor.


40

4.2 PROJETO E MEMORIAL DESCRITIVO RDR ILO ANTÔNIO PETRY

4.2.1 Objetivos

Elaboração do Memorial Descritivo para orientar a construção de Rede de Energia


Elétrica de média tensão que atenderá ao Sr. Ilo Antônio Petry, portador do CPF 065.268.619-
20, residente na Fazenda São Jose, BR -02, Km 19 no Município de Capão Alto - SC, conforme
projeto do apêndice B.

4.2.2 Características

A rede a ser executada será composta de um Poste DT 11/600 e será instalado um


transformador monofásico de 10 KVA e extensão de rede de Media Tensão 13,8 KV de 196
metros cabo 4 CAA.

4.2.3 Proteção de média tensão

A proteção de sobre intensidade (sobre cargas e curto circuito) na alta tensão será
garantida por uma chave fusível instalada na estrutura de derivação em um poste DT 11/200,
classe de isolação 25 KV 100 A, capacidade de ruptura 1 KA, com elo fusível de 3H e uma
chave fusível instalada na estrutura de transformação em um poste DT 11/600, classe de
isolação 25 KV 100 A, capacidade de ruptura 1 KA, com elo fusível de 1 H.
A proteção de sobretensão (impulsiva e de manobra) será obtida pela instalação de para-
raios um por fase, na estrutura do poste do transformador, tensão 25 KV, para sistemas de
Neutro Aterrado, corrente máximo de 10 KVA, ligados ao sistema de aterramento.

4.2.4 Sistemas de aterramento

O sistema de aterramento será constituído de uma malha de aterramento, com haste tipo
cooperweld, com 2400 mm de comprimento, 5/8”, interligadas por cabo de cobre NU, as
conexões serão feitas através de solda exotérmica.
O valor de resistência de terra medida na malha terá que ser inferior a 10 Ohms, em
qualquer época do ano.
41

Obs.: Caso não se alcance a resistência desejada será feito tratamento químico para
baixar a resistência ôhmica do aterramento.
Localizações: neutro/carcaça do TR em descida independente do para-raios,
equipotencializada junto à malha de aterramento; neutro dos ramais de BT.
Elementos de profundidade: hastes de aço cobreado, Ø15x2.400 mm mínimos,
engastadas total e verticalmente na terra, com distância mínima horizontal de 3m e máxima 6m
entre hastes e 1m de quaisquer obstáculos no solo.
Proteção mecânica: descidas dos aterramentos: interna ao poste (para o para-raios),
externa protegida por eletroduto de PVC (para neutro/carcaça do transformador na subestação).
Cercas: as transversais seccionadas e aterradas ao alcance da rede MT, com arame de
ferro galvanizado 12 BWG e hastes de aterramento galvanizadas, onde houver necessidade.
Cordoalhas: aterradas conforme localizações em planta no projeto de entrada de energia.

4.2.5 Condutor de Aterramento:

Usando a equação 1 e sendo a seção dos condutores de 50mm².

𝑆 50
𝐶= = = 25𝑚𝑚²
2 2

C=25 ↔ logo a bitola do cabo de cobre NU a ser usado no aterramento será de 25 mm².

4.2.6 Calculo mecânico dos postes e estruturas utilizadas.

Os Postes foram dimensionados utilizando a tração de projeto de 325 daN para o cabo
CAA 4 AWG.

 Ponto 01

No ponto 01 (figura 17) será feita a derivação da rede já existente da distribuidora, onde
chegou-se a uma tração final de 198,94 daN, conforme cálculo abaixo. Então o poste existente
de 11/200daN com estai irá suportar a tração definida.
42

𝑁𝐶 . ℎ𝑐 . 𝑇𝑐 1.7,55.325
𝐸𝑅 = = = 265 𝑑𝑎𝑁
ℎ𝑢𝑡𝑖𝑙 9.25

𝛼 44
𝑇𝐹 = 2. 𝐸𝑅 sin = 2.265. (sin ) = 198,54 𝑑𝑎𝑁
2 2

Figura 17 - Ponto 01 projeto Ilo Petry

Fonte: Elaborado pelo autor.

Para este ponto serão usados estruturas do tipo UP3 com chave fusível.

 Ponto 02

No ponto 02 (figura 18) será instalado o transformador, para-raios e aterramentos. Sua


tração final é 325 daN, onde o cabo é encabeçado no topo, então projetou-se um poste de 11/600
daN para suportar a tração definida.
Para este ponto utilizou-se estruturas do tipo UP3, da figura 8.
43

Figura 18 - Ponto 02 projeto Ilo Petry

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.2.7 Consulta prévia

Para a consulta prévia de fornecimento de energia elétrica junto a concessionária


CELESC S.A., a edificação foi considerada do tipo residencial, com carga a ser instalada de 8
KW e demanda de 6,5 KVA. O documento entregue junto a concessionários encontra-se no
anexo C.

4.2.8 Lista de materiais e orçamento

Para elaboração da lista de materiais e orçamento, seguiu-se as normas técnicas de


distribuição e os padrões de projetos eletromecânicos e montagem do sistema elétrico da Celesc
Distribuição S.A.
No quadro 04, apresenta-se a descrição dos materiais, código do material nas normas da
distribuidora, unidade, quantidade, preço unitário, preço total e valor da mão de obra realizado
pela Ramaluz S.A.
44

Quadro 4 - Relação de materiais e orçamento Ilo Antônio Petry.

COD
NF CÓD. DESCRIÇÃO UND QUANT UND TOTAL
2188 Adaptador estribo cunha cb 4-2awg PC 1 32,00 32,00
6153 Alca pre-form distr cb CA/CAA 4AWG* PC 10 4,48 44,80
6167 Armação secundária 1 estribo * PC 4 17,22 68,88
1827 Arruela quad lisa paraf d18x38x38x3mm PC 6 0,59 3,54
229 Cabo aco galv mr/sm 7 fios d6,4mm * KG 0,7 22,82 15,97
5283 Cabo alumínio nu CAA 6/1 fios 4 AWG* KG 40,00 32,00 1.280,00
30377 Cabo coberto de cobre 16mm 15Kv M 3 13,72 41,16
5332 Cabo cobre isol extra-flex 25mm2 * M. 0,5 18,63 9,32
5230 Cabo cobre nu meio duro 7 fios 25 mm2 KG 5 37,10 185,50
17031 Cartucho metálico KF 001 - vermelho - ap PC 4 2,24 8,96
6774 cruzeta aco PC 2 169,00 338,00
7753 Chave fus 1p c gancho 100A 25,8kV 6300 PC 2 266,00 532,00
21755 Conector cunha para ater. 25 a 35m PC 7 4,90 34,30
6784 Conetor cunha al cb 4awg cb 4awg * PC 2 5,46 10,92
7565 Elo-fusivel distribuição H 1A 500mm * PC 2 5,48 10,96
5264 Fio alumínio nu recozido 4AWG* KG 0,2 20,83 4,17
5627 Fita alumínio proteção 1x10mm * KG 0,1 20,83 2,08
2167 Haste aterr aco+cu d13mm 2400mm * PC 7 41,09 287,63
14168 Isolador ancoragem polimérico 23,1kV PC 8 57,40 459,20
13692 Isolador pilar porcelana vitrificada 23, PC 2 78,40 156,80
5013 Isolador roldana porcelana d45mm 1,3kv PC 4 3,08 12,32
6183 Manilha sapatilha d20mm 5000daN * PC 8 10,22 81,76
2242 Olhal parafuso 5000dan 16mm * PC 2 9,10 18,20
7626 Pára raio distr. 10ka 21kv * PC 1 266,00 266,00
1624 Parafuso cab quad d16x250x170mm * PC 8 6,06 48,48
14185 Pino do isolador pilar 20x25mm PC 1 46,20 46,20
4642 Poste concreto duplo t 11m 600dan PC 1 1.570,80 1.570,80
Suporte vertical PC 1 69,00 69,00
2123 Suporte T chave/para-raios estrutura U* PC 2 61,88 123,76
27286 Td 1f 10kva 23,1/r3kv 440/220v 25,8kv PC 1 3.868,20 3.868,20
Tora eucalipto d200x1000mm PC 6 26,60 159,60
TOTAL DO MATERIAL 1 9.790,51
TOTAL MÃO DE OBRA 1 4.216,85
TOTAL GERAL DA OBRA 1 14.007,36

Fonte: Elaborado pelo autor.


45

4.2.9 Considerações finais

Este projeto foi realizado de acordo com a norma técnica N-321.002 da CELESC
distribuição S.A.
Projeto aguardando liberação pela empresa concessionária CELESC distribuidora S.A.

4.3 PROJETO E MEMORIAL DESCRITIVO RDR JADE EMPREENDIMENTOS

Neste projeto foi elaborado o Memorial Descritivo para a construção de Rede de Energia
Elétrica de media tensão monofásica que atenderá a empresa Jade Empreendimentos Ltda,
portador do CNPJ 81.600.751.0001/40, residente na Estrada Geral - Localidade de Canudo,
Município de Urubici – SC. O projeto completo se encontra no apêndice C.

4.3.1 Características

A tomada de energia será a partir de uma rede de media tensão existente, que porem
deverá ser substituído estendendo-se em 241 metros, com a implantação de 02 postes e
estruturas, necessários, conforme desenhos em anexo.
A distribuição da rede foi projetada derivando um poste existente de 10/150 daN que
será substituído por um poste DT 11/300 daN para comportar a estrutura de derivação. Neste
poste deverá ser instalada estruturas tripolares e unipolares N1ap - UP3, para derivação do
referido ramal monofásico, que será instalado. Os demais postes necessários, serão instalados
conforme desenhos em anexo, o ultimo poste será um 11/600 daN com base concretada, para
acolher um transformador monofásico de 10 KVA. A rede primaria de distribuição juntamente
com a rede secundaria (Neutro Continuo), que será executada, terá uma extensão de 241 metros,
da rede da Concessionaria, conforme o desenho anexo, e contemplando 01 transformador
rebaixador de 10 KVA monofásico, para a rede secundaria em Baixa Tensão necessária a
energização da unidade consumidora que está sendo instalada. Todas as estruturas primarias e
secundarias deverão ser instaladas obedecendo-se as especificações contidas nas Normas da
CELESC e ABNT.

4.3.2 Proteções em média tensão


46

Para descargas atmosféricas na MT serão utilizados 01 para raios, com classe de


distribuição de 25 KV, de resistores não lineares a óxido metálico em série (ZnO), sem
centelhador, com dispositivo para desligamento automático, sistema neutro aterrado, com
invólucro polimérico, tensão nominal classe 25 KV, sendo a corrente nominal de descarga de
10 KA, devidamente aterrados conforme item 5.2 da NT-01-AT instalados no poste, no Trafo.
Nas sobrecargas/Curtos-Circuitos na MT será utilizada proteção elaborada com chaves
fusíveis de derivação, contendo elos de H1A para a rede até o transformador de 10 KVA,
instalado em chave com capacidade de 100 A, no poste da CELESC.

4.3.3 Sistemas de aterramento

O sistema de aterramento será constituído de uma malha de aterramento, com haste tipo
cooperweld, com 2400 mm de comprimento, 5/8”, interligadas por cabo de cobre NU, as
conexões serão feitas através de solda exotérmica.
O valor de resistência de terra medida na malha terá que ser inferior a 10 Ohms, em
qualquer época do ano.
Obs.: Caso não se alcance a resistência desejada será feito tratamento químico para
baixar a resistência ôhmica do aterramento.
Localizações: neutro/carcaça do TR em descida independente do pára-raios,
equipotencializada junto à malha de aterramento; neutro dos ramais de BT.
Elementos de profundidade: hastes de aço cobreado, Ø15x2.400mm mínimos,
engastadas total e verticalmente na terra, com distância mínima horizontal de 3m e máxima 6m
entre hastes e 1m de quaisquer obstáculos no solo.
Proteção mecânica: descidas dos aterramentos: interna ao poste (para o pára-raios),
externa protegida por eletroduto de PVC (para neutro/carcaça do transformador na subestação).
Cercas: as transversais seccionadas e aterradas ao alcance da rede MT, com arame de
ferro galvanizado 12 BWG e hastes de aterramento galvanizadas, onde houver necessidade.
Cordoalhas: aterradas conforme localizações em planta no projeto de entrada de energia.

4.3.4 Calculo mecânico dos postes e estruturas utilizadas

Os Postes foram dimensionados utilizando-se a tração de projeto de 325 daN para o


47

cabo CAA 4 AWG.

 Ponto 01

No ponto 01 (figura 19) será feita a derivação da rede já existente da distribuidora, onde
chegou-se a uma tração final de 295 daN, conforme cálculo abaixo.

𝑁𝐶 . ℎ𝑐 . 𝑇𝑐 1.8,35.325
𝐸𝑅 = = = 295 𝑑𝑎𝑁
ℎ𝑢𝑡𝑖𝑙 9.25

Poste projetado 11/300daN. Nesta situação, para atender o esforço calculado, em função
da configuração de saída da rede num ângulo de 38º, foi projetado um estai de ancora para
auxiliar o poste projetado de 11/300daN.
A base do poste vai ser concretada, com engastamento de 1,7m conforme equação 4, e
a prumagem será realizada seguindo o ângulo de 38°.

Figura 19 - Ponto 01 projeto Jade Empreendimentos

Fonte: Elaborado pelo autor.

Neste ponto será retirado o poste existente de 10/150 daN e estrutura N1 (figura 20), e
colocado novo poste de 11/300 daN com estruturas N1Ap (trifásica) e UP3 (monofásica).
48

Figura 20 - Poste a ser retirado projeto Jade Empreendimentos

Fonte: Elaborado pelo autor.

 Ponto 02

Para este ponto (figura 16), chegou-se a uma tração final de 103 daN, conforme cálculo
abaixo, onde foi usado um poste de 11/300 daN, que irá suportar a tração definida.

𝐸𝑅 = 325 𝑑𝑎𝑁

𝛼 18
𝑇𝐹 = 2. 𝐸𝑅 sin = 2.325. (sin ) = 103 𝑑𝑎𝑁
2 2

Figura 21 - Ponto 02 projeto Jade Empreendimentos

Fonte: Elaborado pelo autor.


49

Neste poste serão utilizados estruturas do tipo UP1. No local já foi instalado o poste sem
base concretada (figura 22), com engastamento de 1,7m conforme equação 4, e a prumagem foi
realizada seguindo o ângulo de 18° .

Figura 22 - Poste 02 projeto Jade Empreendimentos.

Fonte: Elaborado pelo autor.

a) Ponto 03

No ponto 03 (figura 23) será instalado o transformador, para-raios e aterramentos. Sua


tração final é 325 daN, onde o cabo é encabeçado no topo, então projetou-se um poste de 11/600
daN para suportar a tração definida.
50

Figura 23 - Ponto 03 Jade Empreendimentos

Fonte: Elaborado pelo autor

Para este ponto utilizou-se estruturas do tipo UP3. No local já foi instalado o poste com
base concretada e transformador (figura 24), feito aterramento do poste (figura 25), e cerca de
4 fios (figura 26) que passa lateralmente, conforme projeto.

Figura 24 - Poste 03 projeto Jade Empreendimentos.

Fonte: Elaborado pelo autor.


51

Figura 25 - Aterramento do poste, transformador e para-raios.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 26 - Aterramento da cerca 4 fios.

Fonte: Elaborado pelo autor.


52

Por ser um poste de 600 danN a base teve que ser concretada com engastamento de
1,7m conforme equação 4, com camadas distribuídas de 50 cm no fundo da cava em concreto
socado, seguido de 20 cm de terra socada dependendo do comprimento do poste e mais 50 cm
de concreto socado, resultando na superfície 15 cm de terra a ser compactada. Toda superfície
do poste na faixa concretada foi protegida por plástico, a fim de facilitar a retirada, sem danificá-
lo.

4.3.5 Consulta prévia

Para a consulta prévia de fornecimento de energia elétrica junto a concessionária


CELESC S.A. (anexo D), a edificação foi considerada do tipo residencial, com carga a ser
instalada de 24 KW e demanda de 8,8 KVA.

4.3.6 Lista de materiais e orçamento

Para elaboração da lista de materiais e orçamento, seguiu-se as normas técnicas de


distribuição e os padrões de projetos eletromecânicos e montagem do sistema elétrico da Celesc
Distribuição S.A.
No quadro 05, apresenta-se a descrição dos materiais, código do material nas normas da
distribuidora, unidade, quantidade, preço unitário, preço total e mão de obra.
Este orçamento foi aceito pela Celesc distribuidora S.A, conforme Contrato de
Incorporação, para assinatura em 2 vias com reconhecimento de firma em cartório (anexo E),
se enquadrando no programa “Luz para todos”. Documento cuja apresentação implica no
devido reembolso de valores da obra e encerramento do processo na Concessionária.
O montante pago pela concessionária vai ser de R$ 13.003,78, o valor restante fica por
conta do cliente. Neste caso o cliente faz o pagamento total do valor do orçamento, indicando
a opção para o reembolso da parte da concessionária, que pode ser: cheque nominal, desconto
na fatura de energia ou deposito bancário.
53

Quadro 5 - Relação de materiais e orçamento Jade Empreendimentos S.A.

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.3.7 Considerações finais.

Este projeto foi realizado de acordo com a norma técnica N-321.002 da CELESC
distribuição S.A.
Encontra-se em fase de construção (figura 27), aguardando o desligamento por parte da
concessionária, do poste a ser substituído, para posterior montagem das estruturas e lançamento
do cabo para alimentação do transformador.
54

Figura 27 - Instalações Jade Empreendimentos.

Fonte: Elaborado pelo autor.


55

5 CONCLUSÃO

Neste relatório o principal objetivo foi estudar os critérios básicos para projetos de redes
de distribuição aéreas rurais, de modo a garantir as mínimas condições técnicas, econômicas e
de segurança necessárias a um adequado fornecimento de energia elétrica.
São apresentados os critérios básicos para proteção, seccionamento de redes primárias,
instalação e dimensionamento de postes e estruturas, além da metodologia de elaboração e
apresentação de projeto.
Na realização do estágio consegui pôr em pratica alguns conceitos vistos em sala de
aula, como a utilização de software autoCAD para desenvolvimentos dos projetos. E assuntos
vistos nas disciplinas de distribuição, subestações, transmissões e instalações elétricas. Além
do conhecimento adquirido com os profissionais da Ramaluz Ltda, fontes de grandes
informações, que serão de grande valia para o meu futuro.
56

REFERÊNCIAS

CENTRAIS ELÉTRICAS DE SANTA CATARINA S.A. NT01-AT: FORNECIMENTO DE


ENERGIA EM TENSÃO PRIMÁRIA DE DISTRIBUIÇÃO. Florianópolis-sc: Dven, 2001.
109 p. Disponível em:
<http://novoportal.celesc.com.br/portal/images/arquivos/normas/nt01_at.pdf>. Acesso em: 08
ago. 2016.

CENTRAIS ELÉTRICAS DE SANTA CATARINA S.A. I-313.0021: CRITÉRIOS PARA


UTILIZAÇÃO DE REDES. Florianópolis: Dven, 2012. 12 p. Disponível em:
<http://novoportal.celesc.com.br/portal/images/arquivos/normas-tecnicas/instrucoes-
normativas/i3130021.pdf>. Acesso em: 06 ago. 2016.

CENTRAIS ELÉTRICAS DE SANTA CATARINA S.A. E-313.0002: ESTRUTURAS


PARA REDES AÉREAS CONVENCIONAIS DE DISTRIBUIÇÃO. Florianópolis: Dven,
2014. 120 p. Disponível em: <http://novoportal.celesc.com.br/portal/images/arquivos/normas-
tecnicas/especificacoes-tecnicas/e3130002.pdf>. Acesso em: 08 ago. 2016.

CENTRAIS ELÉTRICAS DE SANTA CATARINA S.A. N-321.002: Fornecimento de


energia em tensão primária de distribuição até 25KV. Florianópolis - Sc: Dvmd, 2016. 160 p.
Disponível em: <http://www.celesc.com.br/portal/images/arquivos/normas/norma-
N3210002.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2016.

CENTRAIS ELÉTRICAS DE SANTA CATARINA S.A. NE-101E: Estruturas para redes


aéreas convencionais de distribuição. Florianópolis - Sc: Dven, 2011. 119 p.

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. MME - MANUAL OPERACIONAL:


PROGRAMA NACIONAL DE UNIVERSALIZAÇÃO DO ACESSO E USO DA ENERGIA
ELÉTRICA. MANUAL DE OPERACIONALIZAÇÃO PARA O PERÍODO DE 2015 A
2018. Brasília-df: Secom, 2015. 29 p. Disponível em:
<https://www.mme.gov.br/luzparatodos/downloads/MANUAL DE
OPERACIONALIZAÇÃO LpT 2011-2014.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2016.

CENTRAIS ELÉTRICAS DE SANTA CATARINA S.A. E-313.0018: CABO DE


ALUMÍNIO NU - CA E CAA. Florianópolis - Sc: Dven, 2015. 29 p. Disponível em:
<http://www.celesc.com.br/portal/images/arquivos/normas-tecnicas/especificacoes-
tecnicas/e3130018.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2016.

CENTRAIS ELÉTRICAS DE SANTA CATARINA S.A. E-313.0032: Especificação de


condutores de cobre nu. Florianópolis - Sc: Dven, 2012. 14 p. Disponível em:
<http://www.celesc.com.br/portal/images/arquivos/normas-tecnicas/especificacoes-
tecnicas/e3130032.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2016.
APÊNDICES

APÊNDICE A – PROJETO RDR SABRINA PEREIRA ........................................58


APENDICE B – PROJETO RDR ILO ANTÔNIO PETRY ...................................59
APENDICE C – PROJETO RDR JADE EMPREMDIMENTOS .........................60
APÊNDICE A – PROJETO RDR SABRINA PEREIRA
APÊNDICE B – PROJETO RDR ILO ANTÔNIO PETRY
APÊNDICE C – PROJETO RDR JADE EMPREENDIMENTOS
ANEXOS

ANEXO A - CONSULTA PREVIA SABRINA PEREIRA .....................................62


ANEXO B – CONTRATO CELESC SABRINA PEREIRA ...................................64
ANEXO C – CONSULTA PREVIA ILO ANTÔNIO PETRY ...............................67
ANEXO D – CONSULTA PREVIA JADE EMPREENDIMENTOS ....................69
ANEXO E – CONTRATO CELESC JADE EMPREENDIMENTOS ..................71
ANEXO A - CONSULTA PREVIA SABRINA PEREIRA
ANEXO B – CONTRATO CELESC SABRINA PEREIRA
ANEXO C – CONSULTA PREVIA ILO ANTÔNIO PETRY
ANEXO D – CONSULTA PREVIA JADE EMPREENDIMENTOS
ANEXO E – CONTRATO CELESC JADE EMPREENDIMENTOS

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