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EVAPORAÇÃO E EV APOTRANSPIRAÇAo
7.1 Introdução
7.2 Evaporação
mudança de estado físico consome 585 caI.g-1 à 25oC. Por isto, diz-se que a
evaporação depende fundamentalmente da energia disponível proveniente da
radiação solar. A temperatura do ar está associada à radiação solar e, desta
forma, correlaciona-se positivamente com a evaporação. Um aumento da
temperatura do ar influi favoravelmente na intensidade de evaporação, porque
permite que uma maior quantidade de vapor de água esteja presente no mesmo
volume de ar, quando é atingido o grau de saturação deste. Os ventos são
responsáveis pela renovação do ar acima da superfície evaporante. Entretanto,
existe um limite superior, em velocidade, da ação dos mesmos. Este fenômeno
também é proporcional à diferença entre a pressão do vapor saturado, à
temperatura da água e à pressão do vapor do ar (es - ea),· mantidas em
igualdade as demais condições.
Na evaporação de uma superfície de solo descoberto, quando este está
saturado, ou mesmo quando o nível freático for elevado, atuam somente os
fatores meteorol6gicos. Por outro lado, na condição de solo não-saturado ou
nível freático à grande profundidade, o processo de evaporação passa a
depender também das propriedades do perfil do solo, principalmente da
condutividade hidráulica, que é função da estrutura e textura do mesmo.
Os métodos normalmente utilizados para determinar a evaporação são:
- transferência de massa;
- balanço de energia; .
- equações empíricas;
- balanço hídrico; e,
- evaporímetros
Eo = b ( es - ea) (7.1)
N f(w)(es-ea)
Eo=---- (7.2)
f(r)
Evaporação e Evapotranspiração 255
0,623 P K2 (ws-w2)(e2-es)
Eo = --------- Thornthwaite e Holzman (1939) (7.4)
P [ln (800/200)]2
G = RI (a. + p p ) (7.6)
I
RADIAÇÃO
OA
. :. SUPERFíCIE
~0, ~ 'al
\ qc \ qe t q bl
i
-..
I
II Ho
Hj
6Hs i-"
I
1 I
L .J
qr = (l - a) G (7.7)
Local 0,460
0,610
0,436
0,480
0,765
0,780
0,700
0,530
13 u
0,540
0,350
0,270
0,280
0,235
0,220
0,300
0,200
0,230
0,180
Sul
ki
q=crT4 (7.9)
de radiação ( °K).
Como os corpos naturais não são corpos negros perfeitos, a radiação
emitida é reduzida de um fator que depende da superfície. O fator de redução
é da ordem de 0,97 para superfície de água (Anderson, 1954). Sendo qbl a
radiação emitida pela superfície e substituindo a equação 7.9 em 7.8, resulta
4
qal - qbl = (e - 1) 0,97 cr T (7.10)
1/2
e= A + B (ea) (7.11)
qe = L Eo (7.13)
qef - qe - qc = O (7.15)
qc
'Y-~._-
Ts - Ta
es - ea (7.16)
qe
0,485 mm Hg fc.
Considerando a variável auxiliar L\ (Ta)
qc 'Y es(Ta)-ea
-=-[1---- (7.18)
qe L\(Ta) es(Ts)-ea
(7.19)
L\
- qef +qei
'Y
EO= 1----
L\
/L (7.20)
- + 1
'Y
U es
(7.23)
ea = 100
A 38640.10 7,5T/(237,3+1)
- = (7.25)
y 2
(237,3+T)
-7 4
qef;L = 932/59. (1 - 0,05). (0,24 + 0,58 . 0,533) - 1,19 . 10 . (23 + 273) .
[ 0,56 - 0,09 (13,9) 1/2] (0,1 + 0,9. 0,533)/59 = 6,23 mm/dia.
O termo IJ./y é obtido pela equação 7.25, IJ./y = 2,62. Substituindo os
valores conhecidos na equação 7.27 resulta
onde w2 é dado em m/s. Para w2 = lm/s, resulta Eo =5,23 mm/dia (157 mm/mês) e
para 4 m/s resulta Eo = 6,36 mm/dia (190,7 mm/mês). Esses valores permitem
avaliar a variabilidade da evaporação em função do vento e adotar um valor
mais próximo das condições conhecidas no local.
Unesco (1972) cita uma fórmula utilizada na América do Sul obtida por
regressão com variáveis como precipitação e altitude. A equação conhecida
como de Avellán estima a evaporação por
7.2.4 Evaporímetros
Cilindro graduado
.--J
Placa
porosa
Dispositivo de sucção
constante
a) Atmômetro
b) Tanque de evaporação
[A(t+I)-A(t)]/~t (7.33)
onde A a área da superfície do reservat6rio no mês (km2); P (mm/mês); I e Q
as vazões médias do mês em rn3js.
O uso de uma equação de balanço hídrico para estimar a evaporação é
teoricamente precisa, pois está alicerçada no princípio de conservação de
massa. Na prática as dificuldades para medir as demais variáveis limitam este
procedimento. As imprecisões ficam por conta principalmente (as ,contribuições
diretas que aportam aoreservat6rio. Quando a contribuição direta não-
controlada é grande, o erro na sua avaliação pode produzir erros
significativos na determinação da evaporação.
Exemplo 7.2. A precipitação total no mês de janeiro foi de 154 mm, " vazão de
entrada drenada pelo rio principal foi de 24 m3/s. Este rio drena 75 % da
bacia total que escoa para o reservat6rio. Com base n?cS operações do
reservatório ocorreu uma vazão média de saída de 49 m3/s. A relação entre o
volume e a área do reservat6rio encontra-se na tabela abaixo. O volume no
início do mês era de 288 106 m3 e no final 244.106m 3. Estime a evaporação no
reservatório.
Área 270
440
60 m3
10
106
volume
m2
0
- A(t+1) = 81,43 km2 e A(t) = 92,12 km2, a área média fica A = 86,78 km2
- a variação de volume é = (244 - 288) . 106 = -44 . 106
Evaporação e Evapotranspiração 269
7.3 Evapotranspiração
- medidas diretas;
- métodos baseados na temperatura;
- métodos baseados na radiação;
- método combinado; e
- balanço hídrico.
o:
....
0.8
~
'" 0.4
:: 0.6
0.2
PENMAN,
MARLAT
01
UMIDADE DO SOLO solo
seco
capacidad 8 ponto murcha
de campo permonete
TUBO
MEDIDA
DRENOS
PLACA POROSA
)
~
~w
- = ET + Pp (7.: 4)
t
onde: ~ W = variação do arrnazenamento d' água para um determinado perfil de
solo (mm); ET = evapotranspiração (mm/dia); Pp = percolação d'água abaixo do
sistema radicular (mm/dia); t = tempo.
A umidade do solo poderá ser determinada através dos métodos
gravimétrico, resistência elétrica" tensiométrico ou dispersão de neutrons,
entre outros. Estes procedimentos estão sujeitos à grande variabilidade
espacial dos solos e, via de regra, são usados somente em áreas irrigadas. A
redistribuição interna e/ou a percolação profunda constituem-s'e em outra
fonte de erro.
Valores aceitáveis s6 poderão ser obtidos se forem adotadas algumas
práticas preventivas. Entre elas Jensen (1973) aponta:
T a
ETP = Fc 16 (10 - ) (7.35)
I
onde ETP = evapotranspiração potencial para meses de 30 dias e comprimento de
12 horas (mm/mês); T = temperatura média do ar (oC) e ; Fc = fator de
correção em função da latitude e mês do ano, tabulados em A3;
274 Hidrologia
12
I= E (~i)I,514
5
i=1
FEV
MAR
DEZ
ABR
AGO
OUT
JUL
TOT
NOV
MAl
SET
JAN
JUN
44
41
47
29
ANO47
112
39
6886
100
35
853
3
46
62
37
821
118
116
42
121
106
30
7089
6389
6880
40
6877
37
112
854
860
859
36
45
25
2
3764
120
99
92
95
93
5
4
99
113
66
6
85
97
63
90
56
128
55
122
118
117
94
4
75
6
7293
869
51
ET = ETP. ke (7.37)
G
ETP = (0,025 T +0,08 ) - (7.38)
59
w2
Ei = 0,35 (1 + -)(es - ea) (7.39)
160
Intervalo
0,10-0,15de a
0,15-0,25
0,05-0,20
0,10-0,25
0,20-0,25
0,03-0,10
0,15-0,45
0,20-0,35
0,15-0,20
Superfícies
- precipitação;
- evaporação;
- evapotranspiração;
- escoamento superficial e subterrâneo.
- precipitação;
- umidade do solo;
- evaporação;
- vazão.
2 3 3
Q = 751 mm . 50 km . 10 /86400/ 365 = 1,19 m/s.
PROBLEMAS
2 - No método de Penman como você poderia levar em conta os termos que foram
desprezados? Discuta o assunto
REFERÊNCIAS
11- JENSEN, M.E. (ed.). 1973. Consumptive use of water and irrigation
water requirements. New York: ASCE. 215p.
16- MEYER, AF. 1915. Computing runoff fram rainfall and oÚler physical
data. Transaétions American Society of Civil Engineers. New York,
v.79, p.l056-155.
17- PENMAN, H.L. 1948. Natural evaporation from open water, bare soil
and grass. Proceedings of the Royal Society of London, v.193, pI2-145.
23- SVERDRUP, H.U. 1946. The humidity gradient over Úle sea surface.
Journal of Meteorology v.3, p.I-8
25- TVA 1972. Heat and mass transfer between a water surface and
the atmosphere. Water Resources Research Laboratory. (Report 14).
Tabela AI. Radiação solarrecebidano tpo da atmosferano 15° dia de cada mês
755
714
885
797
879
578
826
838
856
867
FEV
826
873
814
832
484
460
797
808
779
820
832
767
738
702
684
661
643
625
531
507
555
578
885
897
903
743
720
779
702
661
637
620
891
313
732
389
873
366
690
684
596
572
549
519
791
496
448
472
767
336
785
856
838
566
826
543
802
920
460
437
295
732
749
708
767
684
637
614
590
897
885
407
903
909
330
920
926
932
968
974
979
378
472
354
755
779
885
738
873
808
791
897
856
720
909
915
679
661
637
614
944
956
566
962
519
496
448
419
696
590
389
360
861
867
791
779
761
743
673
714
732
850
890
856
903
920
838
944
826
956
974
802
985
991
649
631
897
909
861
791
773
743
720
702
684
661
1038
1033
1027
879
814
850
802
1003
643
1015
620
1021
596
531
1044
507
844
861
873
850
838
826
AGO
OUT
814
861
JUL
879
MAR
JUN
867
785
838
850
802
844
832
814
NOV
MAl
749
SET
DEZ
885
ABR
873
779
755
720
602
867
661
861
850920
950
956
968
979
991
997
1009
1003
5431003
797
761
832
755
555
879 850
JAN
938
861
latitude
FEV
JUL
OUT
AGO
MAR
NOV
MAl
DEZ
SET
ABR
JUN
12,3
12,2
12,1
11,8
11,7
12,1
12,0
12,2
11,8
12,7
12,6
12,5
12,2
12,1
11,7
11,6
11,5
11,4
12,6
11,7
12,5
11,8
12,4
11,9
12,2
12,0
12,1
12,3
11,6
12,7
12,2
12,0
12,1
11,5
11,6
11,7
12,4
12,5
12,6
12,7
12,8
12,2
12,3
12,1
12,0
12,5
11,9
12,2
12,4
11,8
11,9
12,0
12,6
12,7
11,6
11,6
12,5
11,4
12,6
11,2
12,7
13,1
10,8
9,8
12,3
12,4
11,3
10,9
10,7
10,5
12,8
11,4
12,9
11,3
13,0
13,2
13,4
14,2
10,1
11,5
11,2
10,9
10,8
12,9
13,1
13,3
11,9
11,8
13,2
13,5
13,6
13,8
14,8
11,8
11,1
11,7
11,6
11,5
9,5
13,1
14,5
13,1
13,4
13,5
13,6
13,0
12,8
11,0
10,9
12,9
10,7
13,2
10,3
13,3
13,4
13,6
9,6
10,6
10,4
10,2
10,0
9,3
10,7
13,5
10,6
13,6
10,5
10,3
13,9
10,2
14,3
14,1
13,9
14,2
15,0
11,2JÀ~
11,7
11,5
12,4
11,9
12,0
10,6
10,5
10,1
10,013,0
12,8
11,4
11,3
9,7
9,9
13,9
14,2
11,3
13,5
11,2
12,4
11,1
10,8
11,1
13,3
11,1
10,4
13,7
14,0
14,6
14,4
9,8 12,1
14,0
14,3
14,7
13,7
latitude
OUT
FEV
JUL
MAR
MAl
NOV
ABR
AGO
JUN
SET
DEZ
0,93
1,05
1,07
1,02
0,91
1,03
0,99
1,06
1,08
1,02
1,02
1,03
1,00
1,01
1,06
0,94
1,04
0,99
1,08
0,97
0,98
0,95
1,03
0,96
1,12
0,92
1,15
1,05
1,00
0,93
0,99
1,06
1,03
1,07
1,02
1,04
1,05
0,94
0,91
0,88
0,85
0,82
0,78JAN
0.86
1,20
1,05
1,01
1,03
0,94
1,09
1,14
0,89
1,17
1,20
0,98
0,96
1,02
0,92
1,01
0,99
1,10
0,98
0,97
1,04
1,06
0,96
1,18
0,95
1,21
0,94
1,25
0,93
1,29
1,00
0,98
1,10
1,13
0,90
0,84
0,96
0,87
1,01
latitude 0,98
1,01
1,02
1,04
1,08
1,12
1,14
1,23
1,06
1,07
1,11
1,00
1,12
1,151,17
1,27
Tabela A4. Proporção média diária (P) de horas de luz para diferentes
latitudes (Doorembos e Pruitt, 1990)
JUL
FEV
MAR
JUN
NOV
DEZ
OUTABR
MAl
SET
0,27
0,28
0,26JAN
AGO
0,32
0,26
0,27
0,28
0,27
0,29
0,30
0,31
0,24
0,23
0,22
0,19
0,30
0,20
0,25
0,24
0,23
0,22
0,21
0,20
0,18
0,26
0,29
0,25
0,30
0,23
0,31
0,32
0,21
0,34
0,20
0,24
0,22
0,30
0,31
0,32
0,34
0,35
0,36
0,26
0,25
0,24
0,23
0,27
0,280,31
0,32
0,30
0,33
0,34
0,35
0,277
0,27
0,25
latitude0,27
0,28
0,29
0,29
Evaporação e Evapotranspiração 287
IV
II0,4-0,50
0,4-0,60
V0,3-0,40
III0,80-0,95
0,60-0,65
0,65-0,75
1,00-1,30
0,3-0,40
0,3-0,40
0,85-1,05
0,60-0,70
0,60-0,75
1,10-1,50
0,70-0,75
0,85-0,95
0,65-0,70
0,75-0,80
0,70-0,80
0,85-0,90
0,95-1,05
0,80-0,90
0,85-1,00
0,70-0,75
1,10-1,30
0,20-0,25
0,50-0,55
0,40-0,50
1,00-1,15
0,4-0,60
1,1-1,15
0,80-0,85
0,80-0,95
0,90-1,00
0,55-0,66
0,55-0,60
0,4-0,50
0,70-0,80
0,65-0,75
0,80-0,90
0,25-0,30
0,65-0,70
1,05-1,20
1,05-1,25
0,70-0,90
0,95-1,10
1,00-1,15
0,70-0,85 I tal
0,3-0,50
0,80-0,90
0,90-1,00
0,75-0,85
0,5-0,65
0,85-0,95
0,65-0,75
0,85-0,95
0,90-0,95
0,70-1,000,85-1,05
0,80-0,95
0,65-0,70
0,75-0,85
0,75-0,80
0,75-0,90
0,80-0,90
0,70-0,80
0,85-0,90
0,50-0,60
0,75-0,850,85-0,95
O,65~O,80
1,05-1,20
0,95-1,05
0,60-0,70
1,00-1,20 1,05-1,20
Culturaperíodo to
seca
verde
de crescimento
tropical
açucar
1- Intervalo inferior: sob alta umidade (Umid min >70%) e vento fraco (V <5
m/s); intervalo superior: sob baixa umidade ( Umid min < 20%) e vento forte (
V> 5 m/s).
2- Estágios: I- emergência até 10% do desenvolvimento vegetal (dv); II - 10%
do dv até 80% do dv; III - 80% do dv até 100% do dv; IV - maturação; V -
colheita.