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TÉCNICAS FOTOGRÁFICAS................................................................................................................................. 5
Retrato .............................................................................................................................................................................. 6
5 Dicas Básicas para um bom Retrato ............................................................................................................................... 8
Iluminação básica de retrato .......................................................................................................................................... 12
O que é a “Caixa de Luz” para Retratos e Moda ............................................................................................................. 13
Com quantos flashes se faz um cartão de Natal ............................................................................................................. 15
Fotos Aéreas & Grafismos............................................................................................................................................... 16
10 dicas para fotografia de paisagem ............................................................................................................................. 18
Crónica de fotografia de Natureza .................................................................................................................................. 21
Fotografia… a quanto obrigas ......................................................................................................................................... 25
Fotografia de paisagem nas Serras de Portugal.............................................................................................................. 27
Viagens e Fotografia........................................................................................................................................................ 31
Admirando a Paisagem ................................................................................................................................................... 34
Breves considerações sobre Fotojornalismo .................................................................................................................. 40
Fotografia Infantil - O Bê-a-bá ........................................................................................................................................ 46
Fotografia de Shows: entre o domínio de luz e a paixão ................................................................................................ 48
O Segredo das fotografias noturnas ............................................................................................................................... 49
“Fotografia Noturna” sem segredos!!! ........................................................................................................................... 51
Fotografando na chuva ................................................................................................................................................... 53
Fotografar durante o Inverno ......................................................................................................................................... 55
Como transformar a sua sala num estúdio profissional ................................................................................................. 59
DICAS FOTOGRÁFICAS .................................................................................................................................... 63
10 Questões básicas que o fotógrafo deve saber antes de fotografar ........................................................................... 65
Fotografia Digital – 25 Questões Básicas ........................................................................................................................ 66
O que é a fotografia, afinal?............................................................................................................................................ 72
Cores Vavá....................................................................................................................................................................... 73
Literaturas e Leituras Fotográficas.................................................................................................................................. 74
Melhorar suas fotos – Regras de composição ................................................................................................................ 80
Enquadramento – Regra dos terços................................................................................................................................ 83
Podemos começar pelo que a maioria das pessoas pretende de um retrato, que este seja reconhecível,
bastante atraente e que mostre o lado mais agradável da sua personalidade e fisionomia. É o tipo de
declaração do fotografado ―Eis o que sou, e este é o meu aspecto‖.
Não irei falar de fotografia de pose, mas de fotografarmos rostos. Simplicidade é a palavra-chave. O rosto
humano é super interessante, sem termos que aplicar grandes técnicas fotográficas complicadas ou
composições invulgares. Um dos truques para se conseguir uma imagem simples, mas com grande
impacto visual, é, sermos capazes enquanto fotógrafos de encorajar as pessoas a descontrair e agir
normalmente para não se fixarem em poses.
Um retrato não tem de ser captado em condições controladas de iluminação avançada e planeada. Muitos
dos melhores retratos que já vi são frutos do espontâneo, porque o fotógrafo soube aproveitar a
oportunidade, e com o digital não temos nada a perder.
Não vai haver nenhum fundo com que tenhamos de nos preocupar, nem linguagem corporal ou roupa que
irá dominar a fotografia. O outro lado da moeda é que iremos ter pouco espaço para erros na composição,
focagem, iluminação ou expressão. Esta ultima de facto irá dominar a imagem.
Existem milhares de maneiras de compormos um retrato de maneira a que este se concentre no rosto, por
vezes o mais usual é fazermos um enquadramento vertical, mas também podemos ignorar essa regra e
fazermos enquadramentos horizontais, até mesmo cortando a parte de cima da cabeça do fotografado,
pode ser interessante e vai aumentar a atenção do observador nos olhos dentro do enquadramento, para
onde se dirige o olhar, o seu brilho e como estão iluminados, são pontos vitais para o sucesso da imagem.
Anuário 2010 • Fotografia DG Página 6 de 249
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Estes deverão estar nítidos. Uma teoria afirma que se deve focar sempre no olho mais próximo, outra diz
que deverá ser o que está mais iluminado. Mas será apenas uma questão de gosto pessoal, o que é
importante é manter o ponto de focagem num ou ambos os olhos.
Dica # 1 – Estudar
Parece simples não é mesmo? Mas não é.
Para começarmos a entender como é feito
um simples retrato devemos estudar além
dos grandes nomes da fotografia de
retratos, os grandes nomes da pintura.
Dica # 2 – Praticar
Mais simples ainda não é mesmo? Mas
por incrível que pareça não é o que vejo publicado nos inúmeros blogs que chegam diariamente a minha
caixa de mensagens. Vejo muitas fotografias feitas na euforia, com lentes inadequadas, uso intenso de
grande angular para retratos, luz irregular, usando os mesmos presets do Lightroom, ou filtros do
Photoshop.
Isso é resultado da fase de euforia que a fotografia cria, com a ―facilidade‖ de captura digital. Um bom
exercício seria desligar o visor da câmera e ver o resultado apenas depois que o trabalho estiver pronto.
Parece estranho? Mas acredite, não é!
Nosso amigo fotômetro. Pratiquem a fotografia de retratos com o uso do fotômetro. Se você usa,
parabéns. Se não usa, experimente. Sua fotografia, sua maneira de ver o mundo vai mudar, acredite.
Destaco aqui o tempo das saídas fotográficas promovidas por nosso amigo Enio Leite da Focus aos
domingos pelo centro de São Paulo.
Regras de Composição
Ângulos e Planos de Enquadramento, Plano Geral, Plano Médio, Plano Americano
Regra dos terço
Ponto de Ouro
Sentido de Leitura
Diagonais
Acredite, vai ter uma surpresa ao ver que suas melhores fotos estarão dentro de alguma regra que você
achou estar quebrando.
Postura/Coluna Reta
Por uma questão de física, geralmente as gestantes ao sentarem deixam o corpo se acomodar numa
posição onde a coluna não seja muito requisitada. O resultado disso é uma fotografia onde a gestante
ficará ―encurvada‖ para frente. Como resolver isso? Simplesmente fique atento e peça que ela fique com a
coluna reta, ao menos na hora da fotografia. Isso não se aplica somente as gestantes, mas para todo tipo
de pessoa.
Braços Cruzados
Pistas Verbais
Alguns exemplos:
*Nota: Isso não é uma ciência exata, e os fatores precisam estar relacionados uns aos outros para compor
um cenário especifico entre cada situação ou pessoa que você irá fotografar.
Fique próximo, mas mantenha a distancia profissional. Veja, essa é minha maneira de fotografar, e isso se
aplica diretamente a minha linguagem fotográfica.
O resultado pode ser visto ao longo dos anos, nas histórias de inúmeras famílias que voltam e continuam a
indicar novas famílias para ensaios.
Respeito isso, mas não consigo fotografar uma pessoa sem saber um pouco de sua história.
Claro, às vezes todo esse empenho pode esbarrar num fator determinante: Tempo.
Certa vez ao fotografar 30 advogados de um escritório num prazo de 3 horas não havia tempo para
conhecer todo mundo e falar sobre futebol, cotidiano etc.
Como resolvi isso? Na espera enquanto o estúdio era montado colocamos vários álbuns e fotos de meu
trabalho. Todo tipo de fotografia, inclusive revistas e livros onde meu trabalho fora publicado.
Assim, quando chegavam um a um ao estúdio eu perguntava: Gostou das fotos na recepção? Ótimo! Mas
as nossas ficarão ainda melhores.
Bom, se você chegou até aqui merece uma surpresa: Mais 5 dicas que somadas as demais completam
uma lista de conduta pessoal e profissional.
Profissionalmente os fotógrafos precisam adiantar a preparação de uma sessão fotográfica, com especial
atenção se ela for feita em estúdio, porque neste caso irá precisar de iluminação. Isto vai tornar as coisas
menos divertidas e menos simples do que a fotografia casual de exterior, mas vai ser possível inventar e
garantir um tipo de imagem interessante. A iluminação é o elemento chave do retrato, e se estamos a
construir do nada, iremos descobrir que uma iluminação com uma luz suave irá servir para a maior parte
das caras, ao contrário de uma luz dura.
Um dos tipos de iluminação mais básicos na fotografia e de maior confiança inclui uma luz principal,
difundida por uma sombrinha ou softbox, a 45º graus do modelo, uma segunda luz mais fraca ou reflector
para preencher as sombras, uma terceira mais afastada e direcionada, pode iluminar o cabelo ou o outro
lado da cara. A luz principal será responsável pela moldagem básica, enquanto que o resto das luzes vão
reduzir o contraste e suavizar as sombras. Para ajudar a iluminar a sombra por baixo do queixo, que
normalmente é mais escura, podemos pedir ao modelo, caso não tenhamos um assistente ou suporte,
para segurar um refletor, que poderá ser branco ou prateado ou outra cor, dependendo da tonalidade
pretendida. Existem obviamente tantas maneiras de iluminar rostos como fotógrafos e vale sempre a pena
experimentar estilos diferentes.
Todas as sugestões de luz aqui referidas, bem como os refletores, poderão e devem ser alteradas
conforme necessário. A solução irá depender do resultado desejado – Uma fotografia de beleza suave ou
um retrato vigoroso. Mas alguns princípios têm de ser observados, a luz pode também ser usada para
realçar as melhores características da cara e disfarçar as menos boas. Estas decisões têm de ser tomadas
mediante as circunstancias, e teremos que ir alterando a iluminação ao longo da sessão.
7 – Queixo: Com iluminação por cima, vantajosa em alguns casos pode criar uma grande sombra, será
boa ideia colocar por baixo do queixo um reflector.
8 – Orelhas: Se o modelo tem as orelhas grandes, apenas uma alteração da pose pode ajudar. Uma pose
a três-quartos é melhor do que de frente.
A iluminação é um elemento fundamental na fotografia, espero que tenha gostado. Aguardo pela sua
opinião nos comentários!
Já faz algum tempo que tenho conversado com o Diogo Guerreiro sobre a minha vontade de criar aulas
ilustradas que nada mais são do que um making of dos meus próprios trabalhos onde ensino todos os
truques (mesmo). Há alguns meses comecei a desenvolver uma série de ensaios com uma modelo new
face, Carol Maia, e tive a ideia de criar no Olhares o upload em tempo real, ou seja, clicava e depois de 10
minutos algumas das fotos já estavam online para que todos pudessem curtir e aprender também já que
explicava exatamente o que havia feito para obter aquele resultado. Percebi que o assunto ―Caixa de Luz‖
que eu mencionava chamava muito a atenção dos visitantes da minha galeria e tenho comigo inúmeras
mensagens de pessoas que gostariam de saber o que é, como se constrói e para que serve esse tipo de
luz que muitos profissionais topo de gama utilizam para suas maravilhosas fotos já que sua principal
vantagem é o ritmo por permitir a movimentação variada da modelo (profissionais, não briguem de novo
comigo mas é que tenho alma de professor … ).
1) DEFINIÇÃO:
O termo ―Caixa de Luz‖ define uma área onde qualquer posição (ou pose) está garantidamente bem
iluminada e, principalmente, com a mesma fotometria. Isso acontece porque forma-se uma ―caixa de
segurança‖ com várias fontes de luz dispostas ao redor e o mais emocionante é que sempre há uma
variação significativa do efeito da iluminação, embora as fontes estejam sempre na mesma posição. Para
os que já ficaram meio desanimados pensando que não possuem cabeças de flash, refletores, fundos
pretos, eu tenho uma ótima notícia … pode-se improvisar com lâmpadas comuns também desde que não
sejam fracas e que se faça um balanço customizado dos brancos que é um recurso muito comum
nas câmeras DSLR de gama média (leiam seus manuais, Fotodgnianos!!!). Eu fiz uma fotografia em plano
aberto do que estava acontecendo e numerei todos os componentes que julguei serem importantes para
que vocês pudessem entender exatamente do que se trata e como a caixa de luz vale também para vários
enquadramentos desde portrait até corpo inteiro.
Mas voltemos ao cartão de Natal e a pergunta que dá título a este artigo, cuja resposta neste caso é 3.
Sim, são necessários 3 flashes pata fazer este cartão de Natal e você pode ver a distribuição deles nesta
imagem abaixo:
Dicas técnicas
ISO sempre alto, para manter o contraste e usar velocidades mais altas.
Aberturas menores para maior profundidade de campo.
Velocidade mais alta para ajudar evitar desfoques, pois estará no mínimo a 120km/h.
Escolha lentes grande angulares.
Filtro polarizador
Dicas importantes
1. Para fazer fotos aéreas é importante conhecer o piloto. Um fator primordial é explicar como quer
enquadrar certas paisagense terá que fazer com que o piloto compreenda altura e velocidade.
2. Esteja atento à posição do sol e nuvens que podem atrapalhar.
3. Evite voar com aviões nas quais não possui janelas, pois fotografar com um acrílico ou vidro na
frente, tira toda a vida de sua imagem, fora que terá reflexos mais do que indesejados.
4. O melhor horário para voar sem dúvida alguma, é no fim de tarde.
Mas nada melhor do que demonstrar não é? Então vamos ver algumas fotos desse trabalho que realizei
com a participação do piloto Dr. Fernando de Arruda Botelho.
Acima a esquerda segue a foto com uma bela imagem do piloto Dr. Fernando Botelho sobrevoando uma represa e acima a direita
Um conselho para os iniciantes que querem se dar bem na carreira em qualquer estilo de fotografia,
estude o grafismo e treine muito, pois se tornará uma ferramenta para treinar seus olhos em qualquer
situação.
1- Tripé
Por norma, na fotografia de Paisagem Natural utiliza-se valores de ISO baixo (exº
ISO 100, para se obter o menor ruído possível) conjugados com aberturas
pequenas (exº f/22, para se obter a maior profundidade de campo). Como os ISO‘s
baixos são pouco sensíveis à luz e uma abertura pequena significa que o
diafragma da objectiva está mais fechado, então será necessário um tempo de
exposição mais longo para a fotografia ficar exposta correctamente. Nesse sentido,
um tripé robusto é uma ferramenta essencial para nos garantir que a câmara fica
completamente estática durante a exposição.
3- Cabo Disparador
4- Mirror Lock-Up
É uma técnica bastante utilizada pelos fotógrafos de paisagem natural, que por
norma pretendem obter nas suas imagens nitidez desde o primeiro plano até o
infinito. No entanto, quando se houve falar em hiperfocal é sinónimo de dúvidas
e confusão. Vamos simplificar: esta técnica assenta no principio óptico básico de
a área correspondente aos 2/3 à frente do ponto de foco e a área
correspondente ao 1/3 atrás do ponto de foco também aparecerem nítidas.
Neste sentido se focarmos no infinito estaremos a desperdiçar a área
correspondente aos 2/3 à frente do ponto de foco, por outro lado se focarmos no
primeiro plano estaremos a desperdiçar a área correspondente ao 1/3 atrás do
ponto de foco. Assim sendo, para maximizarmos a área de nitidez na imagem
devemos focar num ponto localizado a 1/3 da objectiva. A dificuldade pode surgir
precisamente na localização da marca da distância hiperfocal, a boa noticia é
que pode encontrar online inúmeras calculadoras e tabelas que pode imprimir
para ajudá-lo no momento do click.
6- Filtros
Filtro Graduado de Densidade Neutra: Serve para equilibrar as diferenças de luz existentes entre o que
está acima e abaixo da linha do horizonte, uma vez que por norma existe sempre mais luz no céu. Na
parte superior o filtro é cinzento e opaco enquanto que na parte inferior é totalmente transparente.
7- Grande Angular
9- Meteorologia
Viagem, aventura e fotografia nas paisagens costeiras selvagens a Norte do Cabo de São Vicente,
Portugal
Conheça as histórias, emoções, perigos e muitos aspectos da fotografia de natureza mais extrema em
meio selvagem na Jornada de fotografia na Costa Vicentina no decorrer do pico de cores de Primavera,
pelo fotógrafo de Natureza Hélio Cristóvão.
Os motivos a fotografar:
Locais:
Estou sozinho na verdadeira costa selvagem. Com a mochila às costas e tripé empilhado nela – mais de
meia dúzia de quilos de equipamento, salto de rocha em rocha, a bom ritmo até chegar à ponta de uma
das mais impressionantes escarpas da Costa Vicentina. Chegar a este ponto é um feito de experiência
acumulada. Uma inexplicável motivação leva-me a pressentir que iria fazer a minha fotografia! Confronto
de frente a escarpa dos Caixões. O mar está agitado, mesmo ali à beira do oceano, neste local é preciso
observar com muita atenção o comportamento das ondas fortes, estou em plena zona de rebentação,
ocasionalmente pego no tripé com a máquina e dou uma corrida para me afastar das maiores vagas.
Começa a chover, e fica bastante difícil estudar enquadramentos e compor sobre estas condições. Eu
estava a experienciar em tempo real o expoente máximo do puro dramatismo da Natureza, à medida que a
chuva fraqueja e cessa, por trás de mim revela-se agora a formação de um espectacular arco-íris acima da
linha costeira das arribas! A luz começa a transformar-se, o céu está cada vez a ficar menos nublado e a
começar a explodir de cor à medida que o Sol baixa no horizonte. Estou a fotografar.
Optei por voltar para trás até ao local onde havia descido à enseada, mesmo sabendo que ainda não tinha
atingido o pico de cores que aquela luz iria oferecer no crepúsculo. Mas não havia tempo. O local é
demasiado perigoso e era preciso tempo para voltar a subir a arriba. Eu já tinha feito a minha fotografia
aproveitando vários momentos de luz espectacular. Chegando ao canto a Sul das arribas, antes de iniciar
a subida, assisto agora a um céu inesquecível, nuvens vermelhas, tenho de fotografar estas cores. Monto
novamente tripé e máquina. Sem perder muito tempo, e em questão de poucos minutos fiz ainda a última
fotografia, incidindo sobre um rochedo que optei por centrar na composição. Vou subir por um local
diferente, há uma alternativa, uma corda que se estende por vários metros de altura, sem sequer ver o que
está a seguir, não há trilho visível, mas ainda assim arrisco.
Prefiro arriscar as minhas hipóteses ao invés de voltar à corda e rochas por onde desci. Agarro esta corda
e mais uma vez lhe confio tudo. Chegando ao fim desta corda, não há caminho perceptível daqui para
“Acabei de chegar ao carro vindo de uma enseada selvagem da costa vicentina. As falésias mais
perigosas onde estive na minha vida. Descida e subida de escarpa quase a pique, dezenas de metros
acima do mar. Por vezes escalando a mão livre outras com auxílio de cordas – onde parece impossível
sequer passar. Passei por momentos de medo e desespero sem conhecer o caminho. E de alegria por
chegar bem de volta ao TOPO! Sozinho. Mas fui recompensado com a luz para fotografar todo o
dramatismo dos Caixões – o nome do local. É hora de voltar para a família. Agora vou a ouvir Eddie
Vedder – Into the Wild. Bem alto.”
A Costa Vicentina tem as paisagens costeiras da contemplação e do fascínio, mas apenas uma mão de
praias conhecidas e facilmente acessíveis, no entanto, praticamente toda a orla costeira, por mais
elevadas que sejam as escarpas, têm um ou mais acessos. Acontecem situações inacreditáveis e há
descidas que deixam a cismar como é possível? Mas os pescadores traçam os seus caminhos, e a
dezenas de metros, com ou sem cordas, pelas arribas e através de carreiros entre rochas descem aos
pesqueiros.
Sacrifícios que um fotografo está disposto a fazer para obter determinada fotografia.
Qual o sacrifício que cada fotógrafo está disposto a fazer para obter determinada fotografia? Muitas vezes,
a questão meramente técnica é a parte mais fácil, pois por detrás de cada imagem captada existem
imensas histórias e peripécias que ficam por contar… Este artigo servirá para contar em detalhe a última
aventura em que participei com o também fotógrafo e amigo Hélio Cristóvão, e para falar sobre o sacrifício
e empenho a que a mesma nos obrigou..
Duas semanas antes da nossa expedição e com a ajuda do inevitável Google Earth, planeámos toda a
viagem, e após alguns avanços e recuos, decidimos quais os locais a fotografar. Foi numa sexta-feira que
deixámos para trás uma Lisboa com algumas nuvens, mas muito solarenga e as nossas expectativas eram
elevadíssimas. Com o avançar da viagem, o tempo ia ficando cada vez mais fechado e acima do Porto
começou mesmo a chover copiosamente. Em pouco mais de duas horas víamos os nossos desejos
praticamente caírem por terra, devido à chuva que teimava em cair e que punha em causa os objectivos a
que nos tínhamos proposto.
Chegados finalmente à Serra da Peneda, o nosso objectivo era fotografar a pequena barragem que existe
no alto da Senhora da Peneda, ainda que isso implicasse fazer uma difícil caminhada de mais ou menos
uma hora. Devido à chuva que ia caindo de forma insistente, hesitámos em subir, mas como a nossa
viagem tinha um propósito bem definido e como que movidos por uma inspiração divina, talvez oriunda da
imponente Igreja da Senhora da Peneda, decidimos avançar. Começámos a subir a velha calçada romana
e à medida que íamos subindo, a chuva foi parando e uma vez na barragem, a chuva estancou por
completo.
Esta barragem distingue-se por estar rodeada por uma pequena cordilheira montanhosa e pelo facto de
mesmo no meio da barragem, como que por capricho dos deuses, se encontrar uma pedra redonda de
enormes proporções. Uma vez na barragem, o verde dominava o local. Era um verde quase fluorescente,
sentíamo-nos meros figurantes num cenário como este, pois as personagens principais definitivamente
não éramos nós, mas sim, as vacas barrosãs, as rãs, os sapos… No nosso íntimo devemos ter pensado
que num cenário destes facilmente poderia aparecer uma fada, um elfo, qualquer coisa saída de um conto
fantástico, tal o cenário que presenciávamos.
O pouco vento que se fazia sentir parou por completo, e o pequeno lago naquele momento não era mais
do que um enorme espelho reflector de tudo o que o rodeava, desde a montanha, à vegetação ou às
árvores. Ah, quase me esquecia: até as próprias rãs faziam questão de mostrar as suas habilidades
Durante quase uma hora, fotografámos de forma intensa, houve momentos em que o azul do céu, o
dourado do sol, o nevoeiro e o verde das plantas se misturavam num mundo único, tornando-se difícil
descrever e até mesmo registar fotograficamente toda a panóplia de emoções vividas naquele local.
Passadas todas estas emoções, já eram 11 horas da manhã e estava na hora de regressar a casa.
Estávamos de volta a Lisboa, passadas pouco mais de 24 horas sobre a nossa ida, loucura? – Podem
dizer que sim, mas lembram-se da frase com a qual iniciei o artigo, ―Qual o sacrifício que cada fotógrafo
está disposto a fazer para obter determinada fotografia?‖. Aqui têm a resposta! Importa referir que toda
esta aventura foi feita em plena consciência e nunca tomámos nenhuma decisão que nos pudesse colocar
em risco. A montanha pode ser traiçoeira e é preciso ter cuidados quando se percorrem trilhos algo
acidentados. A atenção terá de ser sempre redobrada, inclusivamente na viagem de automóvel, durante a
qual tivemos o cuidado de parar de duas em duas horas, de forma a evitar o cansaço que poderia
provocar algum dissabor.
Após a chegada, fica a sensação de dever cumprido, independentemente do esforço físico e mental a que
tivemos sujeitos, mas ao mesmo tempo também fica a certeza que esta jornada está bem longe do fim,
pois apenas cumprimos mais uma etapa deste nosso caminho que tem como principal objectivo,
desvendar do ponto de vista fotográfico muitos dos locais quase inacessíveis do nosso país.
Como faço as minhas fotografias de montanha? Que preparações e estudos prévios são necessários? E
equipamento? Como observar a paisagem segundo o fotógrafo?
Com este artigo pretendo partilhar alguma da minha experiência, fazendo chegar ao leitor o espírito da
aventura neste estilo de fotografia, contemplado com matérias essenciais para o fotógrafo que pretende
aventurar-se na montanha. Num formato de relato de viagem, em que sucessivamente se vão
introduzindo dicas e muitos aspectos de fotografia de paisagem das serranias no Norte de Portugal,
descubra a fotografia dos trilhos de aventura, e como faz as fotografias de montanha – o fotógrafo de
Natureza Hélio Cristóvão.
Fevereiro de 2010:
Neste estilo de fotografia em montanha, eis um resumo de preparações e recursos na Internet que
habitualmente utilizo para as mesmas:
Horários de nascer e Pôr-do-Sol, Fases e horas de nascer e ocaso da Lua – No terreno são as
duas fontes de iluminação principal. Consulte informação precisa segundo os Almanaques publicados
pelo Observatório Astronómico de Lisboa em www.oal.ul.pt/index.php?link=almanaques
o O Instituto disponibiliza uma carta gratuita em formato digital à escala 1:1 000 000 de
Portugal Continental: www.igeo.pt/e-IGEO/DOWNLOADS/1000m/1000k_1_70.zip
o Através do serviço m@pas online disponibiliza ao público, gratuitamente, um conjunto de
serviços de dados geográficos, muito completo. Essencial no âmbitos dos SIG na
Internet: http://mapas.igeo.pt/
A chuva iria cessar em breve dando lugar, ainda sob o crepúsculo matinal, a céus instáveis, com nuvens
rápidas a atravessar a Serra.
Chega o momento de fotografar, estudar enquadramentos, compor neste ambiente místico, sob a luz de
um novo dia na montanha. Avista-se neve em picos mais elevados e distantes. As condições de nevoeiro
e céu denso conferem o dramatismo da Alvorada na paisagem.
Durante o Sol que se ergue, ainda a grande bola dourada, brechas nas nuvens permitem atravessar a luz
iluminando o pico virado a Nascente. A magia estava a acontecer. Sobe a adrenalina tentando compor o
que se espera um momento de paisagem inesquecível.
No campo:
Nas circunstâncias em que foram feitas as
fotografias anteriores, a qualquer momento a luz
muda. É preciso estar preparado? Sim. Mas por
vezes é muito difícil. Contemplar um local pela
primeira vez e assistir a boa luz para fotografar,
sem conhecer ainda os melhores enquadramentos
e composições pode ser muito stressante. Há que Dawn Valley (Vale na Madrugada)
manter a concentração e não a dispersão. Se é Parque Natural da Serra do Alvão
uma grande foto que procura, estude bem os Tons ao nascer do dia, com a primeira luz do Sol a iluminar as
enquadramentos. Se já tem um enquadramento nuvens, e de frente para o precipício escarpado. Um
que realmente agrada, pondere seriamente antes espectacular recorte de montanha
de desmontar o tripé se ainda não fez a foto.
Anuário 2010 • Fotografia DG Página 29 de 249
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Insista, espere, pois em instantes, tudo pode mudar e transformar o
cenário. Eu mencionei o tripé? Sim, todas as imagens que o leitor
observa neste artigo (com a excepção da Cabra Montanhesa, abaixo)
são feitas com uso de tripé.
Os trilhos:
Acrescente-se que os percursos pedonais que estes trilhos envolvem,
são muito perigosos em certos locais, não havendo lugar para falhas.
Os desníveis abruptos e piso molhado que estava na altura tornam
iminente qualquer erro. Pondere a segurança. Deve levar vestuário e
calçado apropriado, de montanha – quanto mais aderente melhor; e
mais leve também. Máximo cuidado na aproximação dos precipícios,
sobretudo com muito vento.
Equipamento:
Um breve resumo do equipamento na mochila apropriado para as
fotografias aqui patentes: É uma questão onde muito há a dizer, mas
nesta viagem em concreto, trabalhei com três objectivas, que
Capra aegagrus hircus normalmente constam no meu saco. São elas uma grande-angular de
Parque Natural da Serra do Alvão 12-24mm f/4, uma 24-70mm f/2.8 e 70-200mm f/2.8 VR (com duplicador
2x quando necessário). Este material, em conjunto com outros
acessórios e excluindo o tripé implica peso acima de meia-dúzia de quilos às costas. Panos de limpeza,
conjuntos de filtros, baterias extra, flash, cabo disparador, entre outros acessórios constam também nas
profundezas da mochila.
A continuação da jornada.
Esta viagem foi ambiciosa…
Tudo indicava que iria ser a viagem perfeita para regressar a casa com imagens de raríssima beleza.
Confesso que elevei, e muito, as minhas expectativas com base em imagens que através da internet fui
visualizando de fotógrafos locais e essa possibilidade fez com que tratasse da viagem ao detalhe, não
descurando o mais ínfimo pormenor.
Ao fim de alguns dias na Suíça, e não foram precisos muitos, rapidamente percebi que dificilmente iria
trazer as imagens com que meses antes tinha sonhado. Em primeiro lugar era difícil, para não dizer quase
impossível estar na chamada ―golden hour‖ nos melhores locais, sobretudo por questões de logística,
depois e porque ao contrário do que acontece na nossa área de residência, não poderia voltar a muitos
desses locais e repetir assim, a imagem que um dia antes não tinha ficado de acordo com o pretendido.
Para finalizar, a luz que eu imaginara apanhar com base em imagens que anteriormente tinha visualizado,
nem sempre acontecia apenas e só porque eu estava lá!
Após regressar da Suíça, nos primeiros dias foi difícil conviver com a triste realidade que do ponto de vista
fotográfico os objectivos a que me tinha proposto tinham ficado longe de ser atingidos, mas retive três
ideias essenciais para o futuro:
Não poder delinear objectivos com base em imagens de fotógrafos que estão num local o ano
inteiro e que podem visitar e revisitar o mesmo local, vezes sem conta, tal e qual como eu faço
por exemplo em relação ao Parque Natural Sintra Cascais;
Sendo eu um amante confesso da fotografia de paisagem, tive de aprender a tirar partido do
que as situações do dia-a-dia nos podem proporcionar não ficando única e exclusivamente
O equipamento
Outra questão fundamental quando se prepara uma viagem, é o
equipamento a levar na mochila.
Outras dicas
Para finalizar o artigo, deixo ainda uma pequena lista com algumas dicas que julgo úteis antes e durante a
viagem.
Antes da Viagem:
Planear a viagem de forma a conhecer o melhor possível os locais com mais potencial
fotográfico. Com a ajuda da internet e do inevitável Google Earth, quase que é possível
conhecer um local sem nunca lá ter estado antes;
Analisar no Google Earth, qual a orientação do sol no nascer e pôr-do-sol;
Ter planos sensatos durante a viagem e não querer visitar e conhecer tudo, diminui e muito a
probabilidade de se vir a obter boas imagens;
Durante a Viagem:
Anuário 2010 • Fotografia DG Página 32 de 249
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Não procurar fazer imagens apenas artísticas. Fazer também imagens documentais, permitindo
assim ter um conjunto final de imagens bastante diversificado;
Procurar locais pouco fotografados e não ter medo de inovar, por vezes conseguem-se boas
surpresas;
Levantar cedo e fotografar o nascer-do-sol, nunca se sabe o que realmente pode acontecer,
desde que se tenha um plano prévio daquilo que se irá fotografar.
Consoante o local, ter um plano diário de locais para fotografar o pôr-do-sol;
Se necessário, contratar um guia / tradutor uma vez que facilita a descoberta de sítios mais
recônditos e facilita também a comunicação com os locais;
Se possível, passar vários dias na mesma área, para melhor perceber como funciona a luz no
nascer e no pôr-do-sol. Permite ainda corrigir eventuais erros que surjam numa 1ª tentativa;
Ter sempre presente que mais vale uma boa imagem de um determinado local, do que várias
imagens razoáveis;
Não ter receio de abordar os nativos no sentido de os fotografar;
Câmara
A primeira peça de equipamento fotográfico a ser geralmente adquirido é a câmara fotográfica. Esta
personifica o coração de todo o equipamento e sem uma câmara adequada, o resto do material pode
tornar-se inútil. Mas com tantas marcas, formatos e modelos disponíveis, qual a que devemos escolher
então?
Para a prática deste estilo de fotografia, é essencial que a câmara tenha algumas características
fundamentais:
Tendo em conta a lista apresentada, é fácil concluir que a opção que melhor se ajusta aos requisitos de
uma câmara adequada à fotografia de paisagem natural é uma dSLR (SLR Digital)¹. Isto não quer dizer
que não existam compactas que poderão ser utilizadas com sucesso neste estilo fotográfico. Aliás, há
quem recomende a existência das duas lado a lado no equipamento do fotógrafo, pois uma compacta
E agora? Qual a dSLR mais adequada? Não pretendendo entrar na batalha das marcas, queria apenas
apontar os dois formatos digitais mais utilizados hoje em dia pelos fotógrafos de paisagem natural: o
formato full-frame (equivalente ao 35mm do filme) e o formato APS-C² que implica uma redução no
tamanho do sensor digital e que introduz uma componente de ampliação focal na ordem dos 1.6x
(dependendo do fabricante).
[2] Entre os formatos de sensores dSLR existem ainda vários outros, entre os quais está o Four-Thirds. Este
formato implica um factor de ampliação de 2x e é por isso também um cropped-sensor. Juntamente com o full-frame
e o APS-C, o Four-Thirds faz parte do grupo dos sensores mais usados no mercado. Foi deixado de lado nesta
análise pelas suas semelhanças com o APS-C, embora possibilite um grau de miniaturização mais elevado, o que
permite a produção de corpos e lentes ainda mais pequenos e leves.
Cropped Sensor: se pretende um sistema (corpo e lentes) mais barato, mais pequeno e leve e se pretende
utilizar, no futuro, lentes com menor qualidade. Um sistema deste tipo produzirá imagens de qualidade
mantendo um rácio preço/qualidade muito aceitável. Se a sua fotografia se baseia em distância focais
grandes, este sistema pode ser também uma boa aposta, pois permitirá com menor custos conseguir
adquirir tele-zooms que, em combinação com o factor de ampliação do sensor, conseguem atingir uma
maior distância focal. Em resumo, se o seu foco está no preço, este será o sistema de eleição. Máquinas
recomendadas: Canon EOS 60D, Canon EOS 7D, Nikon D300s,Nikon D7000, Olympus E-5, Pentax K-7.
Full Frame: se pretende um sistema que lhe dê o máximo de qualidade, ou se está a migrar do sistema
analógico de 35mm e possui uma série de lentes de alta qualidade, este é o único sistema que lhe permite
tirar o máximo partido das suas lentes, mantendo o leque de visão do sistema analógico. Se o seu estilo
de fotografia se baseia na utilização de lentes de grande angular, se pretende fotografar com pouca luz ou
em alturas do dia em que a luz disponível é escassa e possui uma grande amplitude dinâmica, se
pretende obter os melhores resultados na impressão a grande formato, então o sistema full-frame deve ser
o escolhido. É preciso ter em atenção que este sistema implica um grande investimento financeiro, pois
tanto as lentes (que terão de ser de qualidade profissional), como os acessórios, tendem a ser
consideravelmente mais caros. Em resumo, se o seu foco está na qualidade, este é o sistema de eleição.
Máquinas recomendadas (a preços ―acessíveis‖): Canon EOS 5D Mark II, Nikon D700, Sony Alpha 850.
Capítulo 2 de Equipar-se a Rigor
Anuário 2010 • Fotografia DG Página 36 de 249
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Para quem não leu o meu artigo anterior (acima),
―Admirando a Paisagem: Equipar-se a Rigor – O
Essencial Parte 1‖, aconselho a sua leitura antes de
prosseguir com a parte 2 do artigo.
Lentes
Lentes Ultra Grande Angular: se é, como eu, um amante dos grandes espaços, de uma
sensação de profundidade intensa e de céus ricos e envolventes, não tem como escapar à
compra de uma lente deste tipo. Distâncias focais de 14mm a 28mm (10mm a 18mm no
formato APS-C) são os mais habituais neste tipo de lentes. São os mais usados na fotografia de
paisagem natural e é a minha lente de eleição. Cerca de 75% da fotografia que faço é realizada
através do recurso a lentes deste tipo. Os elementos no primeiro plano conduzem o olhar pela
imagem até ao cenário que se vislumbra lá atrás. Quanto maior for a amplitude angular, mais
perto terá de estar do elemento no primeiro plano e este elemento constituirá, na maior parte
das vezes, o elemento fundamental da foto. A perspectiva conseguida por uma lente ultra
grande angular empresta uma forte sensação de profundidade (especialmente quando
combinada com aberturas muito pequenas) e uma visão tridimensional muito própria. Quem
está a contemplar a imagem tem a sensação de poder andar sobre ela. Lente no meu saco:
Canon EF 17-40mm f/4.0 L USM.
Grande Angular moderada ou Normal: lentes no intervalo 28-70mm (18-55mm no formato
APS-C) possibilitam a obtenção de imagens que mais próximo se identificam com aquilo que o
nosso campo de visão está habituado a ver. A dominante da cena será sempre o segundo
plano e um elemento no primeiro plano pode ser usado mas nunca será o elemento primordial.
Utilizo-as fundamentalmente para registar imagens na floresta, cascatas ou para planos de
detalhe, onde a tridimensionalidade da cena não é importante. Lente no meu saco: Canon EF
24-105mm f/4 L IS USM.
Telefoto: As lentes de distância focal superior a 70mm não devem ser deixadas em casa e,
surpreendentemente, são mais usadas por mim no terreno do que as lentes do tipo anterior.
Têm a possibilidade de compressar a perspectiva e conseguem isolar um determinado
elemento na cena com alguma facilidade. São também as ideais para capturar o sol ou a lua
numa cena sem os tornar muito pequenos – como acontece com as grande angular –,
Tripé
Para terminar a lista de equipamento essencial ao fotógrafo de paisagem natural falta adicionar o tripé. O
tripé, muitas vezes descurado por alguns, é peça chave na obtenção de imagens de elevada qualidade. O
entusiasta de fotografia típico tem a noção – errada – de que a escolha da câmara é o factor número um a
ter em conta no que diz respeito à qualidade da imagem. Na realidade, a escolha da máquina a utilizar é
talvez o menos importante dos três que apresento neste artigo, quando estamos a falar na qualidade final
da imagem. Uma câmara barata montada sobre um tripé firme terá sempre a possibilidade de produzir
melhores imagens do que uma câmara de topo ―segura‖ por um tripé que baloiça…
Normalmente, os tripés são adquiridos sem a cabeça que suporta a máquina. Para o ―trio de pernas‖ há
que ter em conta os seguintes aspectos:
Quanto mais leve melhor, mas não sacrifique a qualidade pela leveza. Materiais como o
carbono absorvem melhor a vibração do que o metal e são muito mais leves, isto tudo sem
sacrificar a robustez. Tenha em atenção o peso que tem de suportar (corpo mais lente) e some
2,5kg de reserva;
Se vai fotografar na praia (e em Portugal vai de certeza) evite os tripés que usam trancas por
torção. Estas tendem a estragar-se com a areia e a água, mesmo as de marcas prestigiadas
como a Gitzo. Prefira as de mola que, embora sejam mais lentas a fechar/abrir, duram anos no
nosso meio ambiente;
Deve ter um gancho para pendurar um objecto pesado (por exemplo a mochila) para aumentar
a estabilidade nos dias mais ventosos;
Uma bolha de nível na base da câmara é fundamental para manter o tripé nivelado para
fotografar panoramas;
As pernas devem abrir independentemente umas das outras e poder ser estendidas ou
encolhidas de forma independente também. Por esta razão, não deve haver qualquer ligação
entre as três pernas;
Se puder comprar um tripé de 3 secções será preferível. Alem de serem mais rápidos a montar,
são mais estáveis. Têm no entanto a desvantagem de ser mais longos quando recolhidos.
A cabeça que suporta a máquina deve ser escolhida tendo em conta o equipamento que esta vai suportar.
Deve pesar o corpo e a lente mais pesada que vai usar (adicionando uma margem de segurança para
acessórios) e adquirir uma cabeça certa para o peso indicado. Existem vários tipos de cabeça, desde
bolas hidráulicas, joysticks, manípulos que permitem regular os vários ângulos… A minha preferência vai
para as do tipo bola que permitem uma maior liberdade na escolha do ângulo e um manuseamento mais
rápido. Deve escolher uma cabeça que permita a rotação da máquina na horizontal (panning) e nos
restantes ângulos e que tenha uma placa de ligação à máquina de rápida libertação (quick release plate).
Os botões de controlo devem também ser rápidos de operar, visto que vão ser usados milhares de vezes.
Se puder, experimente a cabeça antes de a adquirir.
No que diz respeito à altura do tripé, é muito importante que a combinação tripé/cabeça faça com que a
sua máquina chegue ao nível dos seus olhos sem a necessidade de elevar a coluna central. A minha
experiência diz-me que isto é muito importante. Durante alguns anos usei um tripé que não tinha esta
característica e fui confrontado com situações no terreno que exigiam um ângulo de visão superior.
Actualmente, utilizo um Manfrotto 055CXPRO4 que é feito em carbono e uma cabeça 488RC2. Este tripé é
leve o suficiente para o levar comigo nas minhas caminhadas de horas, onde tenho de subir terrenos muito
inclinados e onde convém caminhar leve, ao mesmo tempo que me dá a segurança necessária no que diz
respeito à firmeza com que suporta o meu equipamento.
Recomendações: Manfrotto, Slik, Velbon (tripé); Kirk Ball head BH-1, Acratech, Really Right Stuff BH-55
(cabeças), entre outros.
Apresentadas que estão as três peças fundamentais a figurar na lista de equipamento de qualquer
fotógrafo de paisagem natural, não se esqueça que, antes de puxar do cartão de crédito, é fundamental
definir quais são os seus objectivos em termos fotográficos e qual a sua visão perante o mundo que o
rodeia. O equipamento deve submeter-se à sua arte e não deve ser este a fazer tocar a orquestra. E
lembre-se, o equipamento mais importante para a prática desta apaixonante actividade já viaja consigo: os
seus olhos.
O fotojornalismo, sem dúvida, é uma das fontes primordiais para o estudo da ideologia da imprensa, pois
o seu poder de comunicação é imediato, e o impacto causado pela aparente veracidade de suas imagens
é muito pouco contestado pela sociedade. Assim, seu poder de condicionar a opinião pública é muito mais
direto e eficiente em relação às manchetes e artigos de primeira página.
Não se pretende tecer a história da imprensa ou do fotojornalismo e nem considerar a imprensa como ―um
mero jornal de informação‖ e o fotojornalismo como ―meio meramente ilustrativo―, transmissores imparciais
e neutros dos acontecimentos, em um nível isolado da realidade político-social na qual se insere. A
hipótese da qual se parte é que a fotografia de imprensa representa efetivamente um instrumento de
condução de interesses e de intervenção na vida social. Neste sentido, o objetivo será compreender como
o fotojornalismo atua no dia a dia.
Para o jornalismo moderno é imprescindível que o público leitor tenha dois níveis distintos de informação:
a escrita e a fotográfica. E, para tanto, não se pretende aqui, reduzir a fotografia de imprensa a ―simples
arma de difusão ideológica―, mas expô-la como mensagem visual, conotativa e denotativa, assinalando
sua importância autônoma, diferenciada de textos, legendas, títulos ou paginação e suas possibilidades de
utilização, para melhor conhecimento da sociedade.
Mas, se a introdução da fotografia na imprensa foi um fenômeno de importância capital que mudava
radicalmente a visão de seus leitores e, conseqüentemente, abria uma janela para o mundo, a sua aura de
veracidade não passou despercebida, convertendo-se em pouco tempo num poderoso instrumento de
propaganda e manipulação. A produção e veiculação de imagens estavam em sintonia com os interesses
dos proprietários da imprensa: a indústria, a estrutura financeira, os governos. O conflito entre a
informação e o poder sempre se caracterizou pelo fato de que este nunca mostrou a sua verdadeira face,
mesmo porque não tinha só uma mas várias. Quando a mostrava, era em ocasiões muito especiais, como
eventos litúrgicos ou festivos, e de maneira muito superficial. Assim, não é difícil concluir que a
manipulação do conteúdo da fotografia ocorria desde o momento da sua tomada, até a total distorção das
intenções originais, por meio de retoques ou montagens.
O fato da fotografia ser uma analogia do real não é suficiente para lhe conferir uma credibilidade imediata
e absoluta. Caso contrário, estaríamos lhe atribuindo um valor falso, um poder ilusório.
Este poder da fotografia em falsificar os fatos e privilegiar os interesses de uma minoria dominante, foi
amplamente utilizado pelos regimes políticos mais radicais para perpetuar a sua força, como se pode
perceber no processo da nova ordem política que sucedeu a Revolução Russa, ou mesmo durante o
governo de Mao Tsé Tung, ou ainda na propagação do discurso nazi-facista, que utilizaram amplamente a
informação fotográfica, como falsa verdade
Nesse período era comum ―fabricar fotos‖ reconstituindo, muito tempo depois, fatos históricos isolados, e
sob o prisma de quem detinha as rédeas do poder. Os exemplos clássicos são as fotos da tomada do
Palácio de Inverno de Petrogrado, ou ainda a ―Grande Marcha‖ de Mao Tsé Tung. A manipulação não para
por aí. Se assiste assim não somente a eliminação da própria história, como também, das fotos que a
testemunharam, mas também das personalidades que durante a implantação dos novos regimes
passaram a não ser mais interessantes para as suas respectivas diretrizes governamentais. Havia também
formas mais simples de falsear – sempre de baixo para cima – para enaltecer a grandeza do momento ou
da personalidade em questão.
Seu discurso visual passa a ser aceito como ele é, sem manipulações
ou interferências, a partir do momento em que este, por meio de sua
―decodificação cartesiana‖, também reflete a ―ideologia racional
burguesa‖. Segundo Arlindo Machado, ―não é exagero dizer que a
câmera fotográfica é um aparelho que difunde a ideologia burguesa,
antes mesmo de difundir o que quer que seja‖.
Mais tarde, também seguindo os passos de Riis, Lewis W. Hine, sociólogo norte-americano, desenvolve
durante o período de 1908-1914 uma investigação sobre crianças na sua jornada de doze horas, nas
fábricas e nos campos, bem como suas vida nas favelas em que habitavam. Essa iniciativa despertou a
consciência da população, que passou a pressionar amplamente uma reforma na legislação trabalhista
norte-americana. Tivemos, assim, exemplos inéditos que não só atestam à fotografia sua própria
emancipação enquanto linguagem, como também contribuíram no processo de luta para melhorar as
condições de vida da sociedade. Embora tardiamente, parte dessa contribuição foi aproveitada em 23 de
novembro de 1936, com o primeiro número da revista Life.
A experiência da Life deixou claro que qualquer notícia acompanhada de fotos desperta mais interesse do
que qualquer outra informação sem imagem. Tal regra, porém, não pode ser aplicada aos jornais mais
tradicionais, como é o caso do jornal francês Le Monde. A incorporação da fotografia pela imprensa no
mundo moderno é facilmente compreensível: ―A explicação espacial da cultura, da política, das relações
sociais pode ser percebida. E isso é uma coisa que a fotografia capta mais e melhor do que qualquer outra
fonte de informação. Dessa forma as informações que podem sair da fotografia são ilimitadas‖. (Lissovsky)
Um dos motivos da fotografia não transmitir ao leitor todas as informações nela contidas seria a falta de
aprendizado para sua leitura. Um texto escrito não pode ser considerado como uma linguagem em si. Este
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apenas desencadeia no intelecto do leitor um processo de leitura que, conseqüentemente, se transforma
em linguagem. Na fotografia existe a necessidade de se referir à linguagem da imagem. Um analfabeto
não compreende o texto de jornal, mas pode ler parte das imagens. O segundo motivo é o conhecimento
dos elementos que compõem a imagem. Uma fotografia representando objetos ou fatos desconhecidos é
tão ilegível quanto um texto escrito em idioma que não se conhece A fotografia é um objeto
antropologicamente novo e seu idioma comum pertence ao mesmo meio sócio-cultural. Não se pode
afirmar que a linguagem fotográfica é universal. Não há imagem fotográfica que possa ser interpretada da
mesma maneira por diferentes povos. A própria história de vida do indivíduo, e a classe sócio-econômica
na qual está inserido, também é um fator a ser considerado. A leitura apreendida por uma jovem bancária
de 18 anos que acaba de entrar em uma faculdade de administração é muito diferente da de um ferroviário
aposentado de 80 anos.
A leitura de um texto se inicia com uma ação óptica e mental que se desenvolve simultaneamente,
mediada por um contexto bio- social no qual o leitor já se encontra plenamente incorporado. O leitor
primeiramente decifra as letras, para depois assimilar o sentido de cada palavra, estabelecer as relações
entre as palavras e por fim tomar conhecimento da frase. Na fotografia, o processo de leitura é
decomposto em três fases: a percepção, a identificação e, conseqüentemente, a interpretação. Este
processo diferenciado de leitura provoca reações emocionais mais espontâneas e mais intensas do que a
leitura de um texto. Quando se lê um texto, as reações psicológicas também se desencadeiam
imediatamente, por m o sentido das palavras e das frases é antes de tudo, mediado pela imaginação,
para depois ser traduzido em imagens mentais. Na leitura da imagem fotográfica há um amplo e direto
desencadeamento das reações emocionais, pois esta já suprimiu essa fase intermediária que concebe
mentalmente a imagem. Desta forma, a fotografia de imprensa não tem condições de fornecer a
decantada informação complementar, pois ela tem a necessidade de transmitir uma informação autônoma
e não de complementar a informação já apreendida pelo texto. Ela deve fornecer um outro nível de
informação que somente a linguagem fotográfica poderá passar. E essa linguagem somente se completará
se forem utilizados todos os recursos visuais inerentes á fotografia, seja como forma de expressão, como
técnica, ou ainda como documento.
Assim sendo,a linguagem fotográfica autêntica é, antes de tudo, uma necessidade. É importante que ela
exprima os acontecimentos de maneira clara e sem a mínima sombra de dúvidas, e que situe a sua
mensagem dentro de um espaço e de uma época. A imagem deve estar em sintonia com uma situação
específica, vivida pela cidade e pelo local na qual ela se originou, e não com um país qualquer.
Examinando melhor os clássicos da fotografia, como W. Eugene Smith, Henri Cartier-Bresson e
mesmo Sebastião Salgado, notamos que foi justamente por possuírem sujeito e circunstância que suas
imagens puderam corresponder a certo momento determinado e não a qualquer momento aleatório da
história moderna. O ambiente em si das imagens produzidas não é simplesmente um cenário ou uma
paisagem. Essas imagens já identificam momentos de uma situação específica vivida somente naquele
lugar, e não em outro qualquer. Sem fazer exotismos paisagísticos, ou fotos turísticas se pode perceber
que dentro do imobilismo daquele fragmento do real, havia ambientes e fatos na expectativa de
transformação.
A fotografia de imprensa é, antes de tudo, um signo visual e figurativo; reflete e refrata a realidade
representada. Objetiva veicular uma informação de assimilação instantânea, pois em seu processo de
leitura temos amplo e direto desencadeamento das reações emocionais, já que este suprimiu a fase
intermediária da leitura escrita, que aos poucos vai concebendo mentalmente a imagem. A veracidade da
fotografia, seu lado verídico muito difícil de ser contestado, nos induz a lhe atribuir um poder de
credibilidade e confiabilidade muito alto. A manipulação deste signo resulta do fato de que a imagem
fotográfica não é uma entidade autônoma que representa tudo o que ocorre em sua volta com ―pureza‖ e
―fidelidade‖, sem quaisquer tipos de intervenções. Os instrumentos e indivíduos, juntamente com todos os
valores e atribuições por eles constituídos, interferem diretamente na produção dos signos, como agentes
de refração da realidade. Os indivíduos manipulam as informações segundo as características de sua
realidade material, processo histórico e posição na estratificação social.
A informação fotojornalística já nasce com o germe da manipulação. Para se compreender melhor esse
processo, temos que nos transportar para os bastidores da notícia e começar a investigar a partir do
impacto da imagem impressa na página de jornal e em seguida iniciar a autópsia da imagem, procurando,
ao mesmo tempo, descobrir tanto as intenções do fotógrafo e do editor, como também as intenções do
Partindo desses critérios, a primeira preocupação é detectar quando a fotografia de imprensa é verídica,
ou é uma falsa representação visando reconduzir a opinião pública (parte-se do pressuposto de que os
meios de comunicação não formam a opinião pública, que já é inerente ao contexto social; o que os meios
de comunicação fazem, realmente, é conduzi-la e direcioná-la, dentro dos seus propósitos específicos), e
como se pode situar o leitor dentro de tudo isto. O leitor comum acredita que essa imagem, fragmento da
realidade, é a própria verdade. Acredita-se que a imagem represente uma realidade, que nem sempre é a
verdade. Isso ocorre em função da manipulação da imagem de imprensa, que tem como objetivo fazer
com que a verdade seja refletida e refratada em função de determinados interesses, adquirindo um efeito
ilusionista.
A maioria do público leitor considera a fotografia como analogia do real. Esta atribuição é mais do que
suficiente para lhe conferir um falso valor, um poder ilusionista, que falsifica os fatos privilegiando os
interesses e, consequentemente, a intervenção de uma minoria dominante. Esta possibilidade, inerente ao
signo fotográfico, foi amplamente utilizada pelos regimes políticos mais radicais para estarem mais
próximos à população, e, com isso, ganharem mais credibilidade para perpetuarem sua força. Os clássicos
exemplos são as fotos da ampla participação popular na tomada do Palácio de Inverno de Petrogrado, a
maciça presença da população nas paradas nazistas e fascistas, ou mesmo a eliminação de personagens
políticas nas fotos posteriores, que no processo dos acontecimentos perdem a sua aura de prestígio e
caem em desgraça. Uma fotografia ―documental‖ pode ser fabricada com um grosseiro retoque e faz com
que a realidade seja falseada. Durante as duas grandes guerras mundiais, tanto os alemães como os
próprios aliados manipularam a informação fotográfica para mostrar à opinião pública que estavam
levando vantagem da situação. Desde a Grécia Antiga, passando pela Igreja Medieval, chegando à
Renascença Mercantilista, até os mais sofisticados meios de comunicação de nossos dias, a classe
dominante sempre utilizou as produções artísticas, literárias, teatrais e informativas em qualquer gênero e
grau para persuadir e chegar mais perto de sua população.
Mas a manipulação da fotografia de imprensa não se reduz somente ao retoque, aos ângulos ―mais
favoráveis‖, à prévia manipulação do assunto a ser fotografado, desfocamento intencional do assunto,
para que este não se evidencie tanto, ou ainda ao corte da imagem final retirando elementos secundários
que possam comprometer o elemento principal. A própria legenda é um dado importante a ser considerado
na manipulação da informação. Benjamin afirmava que Atget tinha fotografado as ruas desertas de Paris
no século XIX como se fotografa o local de um crime, pois já tinha demarcado cada ponto da futura
evolução urbana parisiense. ―Também o local de um crime deserto. O retrato de um local semelhante
não tem outro objetivo além de descobrir indícios. Para a evolução histórica, os clichês deixados por Atget
são verdadeiras provas documentais. Também eles possuem uma secreta significação política. Já exigem
serem exibidos num sentido determinado. Não mais se prestam a uma consideração desinteressada:
inquietam quem os contempla; para chegar a eles o espectador intui a necessidade de seguir um certo
caminho‖ (Walter Benjamin), um indicador de itinerários, ―verdadeiros ou falsos, pouco importa‖, conclui
Benjamin. E, estas legendas vão ter um caráter totalmente distinto em relação ao título de um quadro. A
secreta significação política inerente à própria informação fotográfica criou direções para que os textos dos
jornais ilustrados impusessem a quem observasse suas imagens, legendas mais precisas e imperativas,
onde aparentemente é impossível apreender qualquer imagem isolada que não esteja subordinada à
narrativa escrita. E, também, para que o leitor não tire conclusões ―autônomas‖ e contrárias ao discurso
geral veiculado. R. Barthes, no entanto, atinge o núcleo da questão quando coloca que a fotografia de
imprensa é, antes de mais nada, uma mensagem. Seu conteúdo nos remete a uma realidade qualquer,
perfeitamente identificável em nosso universo bio-social. A fotografia, na sua essência, é imagem, e a
imagem é a analogia imediata do ser, destituída de qualquer outro car ter ou acessório; portanto, a
mensagem fotojornalística é por si só puramente denotativa, destituída de código. A ausência deste
conjunto arbitrário de signos se auto-justifica na medida em que a fotografia choca seu interlocutor.
O sistema fotográfico, para ele, caracteriza-se, de início, por ser uma mensagem sem código, porquanto
se pretende a pura transcrição do real. Enquanto no discurso textual entre o assunto exposto e a
mensagem exposta interpõe-se um código que não reflete, nem refrata a realidade objetiva, na mensagem
fotográfica, entre o elemento real e a sua imagem, não há a intervenção de um terceiro elemento, mas sim
a sua coincidência. A imprensa pretende que a imagem fotográfica seja análoga ao que se fotografou.
Com essa analogia, a fotografia seria a total transparência do real que por ela se dá à mostra, a sua pura
denotatividade. Isto, em outras palavras, confirmaria a isenção da ideologia por parte de seus produtores.
E, mesmo sem código, a mensagem fotográfica contém, um estilo. E é por meio desse estilo que se pode
detectar seu segundo significado, seu índice conotativo. A legenda pretende perpetuar a coincidência da
informação dentro da hierarquia texto/imagem.
As diferenças de edição, da escolha da fotografia nas primeiras páginas dos jornais, refletem diretamente
a linha ideológica de cada veículo, seu poder de persuasão em determinados segmentos da sociedade e
suas omissões diante dos fatos. A falta de um editor de fotografia, um profissional que tenha cultura
fotográfica, que impeça o mau uso da fotografia para não alterar seu significado e oriente melhor sua
equipe de fotógrafos, também é um fator que acarreta na manipulação gratuita e inconsequente.
Acreditamos, também, que a herança cultural e suas respectivas formas de apropriação da fotografia pela
imprensa brasileira a partir de 1900 é outro dado que influenciou diretamente a produção e manipulação
de suas imagens. No entanto, o advento da fotografia editorial brasileira e seus respectivos usos e
atribuições no processo de desenvolvimento social e conquistas das novas classes no cenário econômico
e político, a partir das primeiras décadas do século XX,.
O processo jornalístico tende a uma completa homogeneização. As regras são impostas aos jornalistas
que delas não podem se afastar, para que o mercado já conquistado pelo veículo continue sendo
satisfeito. Como exceções á regra, permanecem ainda as crônicas, os artigos assinados, e as colunas. O
padrão de qualidade de cada veículo é mantido pelos manuais de redação, cuja função principal é facilitar
a compreensão do leitor, e ao mesmo tempo, aumentar seu grau de retenção nas informações veiculadas.
Assim, devemos considerar que os jornais diários apresentam, de imediato, duas características: são
empresas comerciais que visam o lucro e portanto, devem estar em perfeita sintonia com seu mercado
consumidor, e ao mesmo tempo desempenham papel político capital no contexto global da sociedade.
A manipulação da informação pode ser vista como o veículo se auto-conceitua, como ele aponta sua
ideologia na própria foto, nas manchetes, nos títulos, artigos e legendas. É uma imagem geralmente
antecipada do conceito que ele tem da realidade apreendida, respaldada no seu mercado leitor e
interagida por ele.
Configurações
Algumas configurações na sua
câmera podem ser feitas para melhorar o
desempenho na fotografia infantil. São elas: Fotografia de Jamie {74}
Prioridade de abertura: Gostei da dica do Darren, essa eu também uso muito. Usar prioridade de
abertura (e deixando a velocidade por conta do ‗cérebro‘ da câmera) permitirá a você um controle criativo
da profundidade de campo, que é um fator importantíssimo nos retratos. Se a sua câmera não tem essa
função, você pode usar o modo pré-programado ‗retrato‘, que deve funcionar.
Grades aberturas: Seguindo o racicínio anterior, sempre que mantiver uma grande abertura (acima de
f/5.6) você terá um lindo fundo desfocado, que valorizará bem o seu modelo.
ISO: Dependendo do ambiente (interno ou externo), você o ajustará o menor ISO possível. Quanto mais
alto o ISO, mais granulado ficará a imagem. Quando mais baixo, mais nítida sua foto ficará.
Obturador: Fique de olho na velocidade que você vai configurar. Tente manter pelo menos 1/200, diz o
fotógrafo Rowse. Eu arriscaria dizer que depende da criança e da situação. Se for um bebê e estiver
paradinho, não há porquê tanta velocidade. Se as crianças estiverem correndo lá fora, priorize a
velocidade mais alta para congelar o movimento. Se ficar muito escuro, pode aumentar o ISO ou mexer na
abertura. Outra dica boa do texto: Se sua câmera não possui esse controle de velocidade, procure usar o
pré-programado ‗esportes‘.
Focagem: Crianças são rápidas, isso é fato. Em fotografia infantil eu diria sem pensar duas vezes:
esqueça o foco manual. Uma dica ótima no artigo do Darren é usar a focagem multiponto, onde você fixa o
foco na criança e o ponto de focagem move-se com ela.
RAW: Aqui concordo com toda a citação. ―Se você tiver tempo (e habilidade) para fazer algum trabalho de
pós-produção de suas imagens mais tarde tentar fotografar em RAW. Isso lhe dará mais licenças para
editar suas fotos mais tarde. Se você estiver sob a bomba de tempo e / ou não têm a capacidade de editar
o seu trabalho – JPEG fará‖. Não se sinta pressionado a fotografar em RAW, mas podendo fazê-lo é um
ótimo exercício e os resultados serão certamente muito melhores.
Flash/Luz: Aqui o fotógrafo Rowse comenta sobre usar ou não o flash. Ele diz que se você tiver uma
unidade de flash externo e esteja fotografando em ambiente fechado, você pode usá-lo rebatido no teto ou
em uma parede (brancos) para criar uma luz difusa. Vocês podem também usar um rebatedor de
papel para criar este efeito. Caso não possua um flash, você pode procurar situações onde seja possível
fazer bom uso da luz natural, como luz de janelas. Fotografando lá fora, com a luz do sol direta, você pode
usar o flash ou um rebatedor branco grande para preencher a sombra e deixar toda a iluminação
homogênea.
O clique
A primeira dica que Darren Rowse dá sobre fotografar crianças, é algo que venho afirmando há bastante
tempo: estar confortável. Isso não significa somente o fotógrafo estar de bem com a vida. Significa controle
da situação, conhecer bem o equipamento e principalmente, ter habilidade para deixar a criança à
vontade. Quanto mais relaxados eles estiverem, melhor.
Locação: Onde você vai fotografar depende muito da situação. O ideal é já planejar alguns diferentes
lugares antes de sair para o clique. Se puder ter um ambiente externo e um interno é ainda melhor.
Sempre atentando para a luz, as cores e os fundos (preferência simples). E é legal também pensar em
lugares divertidos para as crianças, como parques, praias e zoológicos.
Poses: Sempre que possível, procuro evitar as poses forçadas que as crianças (principalmente as mais
velhas) costumam fazer. Muitas vezes a situação interessante está entre uma pose e outra, enquanto elas
estão pensando em qual será a próxima maluquice que irão inventar.
Olho no olho: Essa dica é de praxe, mas muita gente acaba esquecendo. Descer ao nível dos olhos das
crianças, além de contribuir ricamente com o enquadramento, é algo que aumenta a sensação de
confiança da criança. É como se você, fotógrafo, fosse ―um deles‖. Você estará deixando de ver as coisas
da perspectiva de um adulto e passará a encarar tudo do ponto de visita deles. Vale a pena experimentar.
Perspectivas Diferentes: Agora que já conhecemos a ‗regrinha‘ do olho no olho é que podemos quebrá-
la. Procurar ângulos e perspectivas diferenciadas podem trazer grandes resultados.
Chegue mais perto: Uma objetiva zoom pode ajudar muito nesse processo. Chegue perto, focalize o
rosto, tente capturar sua personalidade. Os papais e mamãe querem ter aquela lembrança do rostinho da
criança.
Foco nos olhos: O espectador é sempre atraído pelos olhos do fotografado. Atente para o foco no olhar.
Fundos: Às vezes quando estamos fotografando crianças, nos distraímos com o quando elas são
incrívelmente bonitinhas e esquecemos de olhar além delas. Atentar para o fundo da imagem pode fazer
toda a diferença entre um retrato lindo e harmônico e um nada chamativo e atraente. Procure fundos
simples, que destaquem o máximo da criança. Fundos confusos desviam a atenção do objeto principal.
Pequenos detalhes, grandes imagens: Em algumas sessões fotográficas, há muitos detalhezinhos que
podem falar muito mais sobre a personalidade da criança do que simplesmente a fotografia de seu rosto. É
legal fazer alguns cliques extras, dos brinquedos que elas levaram para a sessão, dos sapatinhos…
Quando colocadas num album, junto ao restante das fotos, cria um resultado final muito bacana.
Foto em Grupo: Se fotografar uma criança já é divertido, por que não várias? Em grupo elas costumam
ser ainda mais engenhosas e voce conseguirá vários cliques bons e espontâneos em poucos minutos.
Diversão: Palavra-chave da sessão de fotografia infantil. Procure tornar tudo o mais divertido e gostoso
possível. As crianças mal notarão que estão sendo fotografadas e voce fará diversos cliques sem maiores
problemas, deixando tudo por conta da naturalidade dessas pequenas criaturinhas.
Normalmente nesse tipo de registro, principalmente quando o show acontece em locais fechados ou a
noite, não é recomendado o uso do flash. Com isso um ponto importante é a utilização de grandes
aberturas e ISO (sensibilidade de luz) altos: 800, 1600, 3200. Nos dias atuais isso não irá prejudicar o seu
trabalho, já que os equipamentos estão gerando imagens cada vez mais limpas (pouco grão) quando
regulados com sensibilidades altas. Em relação a escolha de lentes, o ponto determinante é a sua
localização do palco. Se seu acesso é restrito e distante do palco, é recomendo a utilização de
teleobjetivas com o suporte de um monopé. Agora se você tem liberdade de se aproximar do palco
recomendo uma grande angular (17-35mm) , uma lente normal (24-70mm) e uma zoom (70-200mm),
sendo todas elas lentes preferencialmente claras (grandes aberturas / 2.8). Afinal, quanto maior a
capacidade de o seu equipamento captar luz, melhor.
Quanto ao já citado problema de variação de iluminação e superexposições devido aos efeitos luz
decorrentes do show, a dica é utilizar uma objetiva longa com o quadro bem preenchido com o motivo
principal da foto. Com isso você tira a média de fotometria para seguir adiante com as demais lentes. Mas
nem sempre isso é possível devido as condições de trabalho, então eu particularmente diminuo a
exposição em uma média de um até dois pontos para compensar a superexposição.
Com o tempo, aprendi a transformar a maior dificuldade de fotografar shows que é a iluminação em
grande aliada: através da observação passei a criar efeitos nas fotos com as luzes instáveis e junto a isso
buscar expressões corporais do artista e momentos de emoção das apresentações.
2 – Controle remoto da câmera. Mesmo que a sua câmera esteja firme e forte em cima de um tripé, nada
disso adianta se durante o apertar do obturador, você movê-la um pouquinho. A foto poderá ficar um
pouco borrada, ainda que quase imperceptível. O resultado pode ser muito melhor se você utilizar um
controle remoto para acionar o obturador, assim a câmera ficará com toda certeza imóvel.
Dica: Não tem um controle remoto? Não tem problema, você pode usar o timer! Componha a foto, regule
velocidade e abertura e então programe para câmera disparar em 5seg. Assim há tempo para você se
distanciar do tripé e impedir que a câmera balance.
3 – Desligue o estabilizador de imagem. Sabe essa função de evitar tremidos da mão do fotógrafo? Ao
fotografar no tripé, essa função fica confusa, pois a câmera já estará 100% imóvel. O resultado, com o
estabilizador ligado, pode ser justamente o oposto. Fiz o teste há um tempo. Fotografei com o VR (sistema
de estabilização de imagem da Nikon) ligado usando tripé. Depois reproduzi a imagem com o mesmo
desligado.
4 – Pequenas aberturas e foco infinito. Em fotografia de paisagens de modo geral, essa dica se aplica
muito bem. Em fotografias noturnas, a pequena abertura dá um efeito muito bacana. Além da profundidade
de campo aumentar, os pontos de luz na foto, devido à pequena abertura, ficam muito bonitos. Às vezes
ficam assim, parecendo estrelinhas. Nessa foto usei abertura f/22 para conseguir este efeito.
6 – Nem pensar em usar configurações automáticas. Sou uma grande defensora de sistemas
facilitadores, como os modos pré-programados. Mas no caso da fotografia noturna, a sua câmera não é
tão inteligente assim, para saber o que você pretende registrar. O mais provável é que ela dispare o flash,
aumente o ISO e consiga um resultado que certamente não é o que você espera.
E agora a melhor parte … houve um concurso de fotografia que é muito relevante em Portugal e na
Europa que é promovido pelo Parque das Nações & Casino de Lisboa (Brasucas … é Casino mesmo …
com um S) cujo tema era ―Lisboa‖. Mandei a fotografia (homônima) para concorrer e fui premiado com
uma menção honrosa que foi o primeiro bom sinal de que Portugal aceita os olhares estrangeiros e seria o
início de uma feliz estrada profissional e pessoal por esta terra que amo mais a cada dia.
Como podem ver … fotografar é fácil … basta querer transformá-la em emoção! … (e não ter vergonha de
sentar na sarjeta por uma boa causa fotográfica … hahahaha!!!). Experimentem que dá certo!!! … eu
garanto!!!
Arrisque-se
Tempo ruim não significa fotografias ruins. A chuva
Foto: Henri Cartier-Bresson só muda as opções e prepara o cenário para
oportunidades únicas de fotos. Neblina, por
exemplo, pode suavizar cores e dar leveza a objetos no plano de fundo, tornando etérea e misteriosa a
aparência de um lago ou um parque nas redondezas.
Até o céu nublado pode ser utilizado em seu benefício. Contrastes de cores são atenuados em dias
cinzentos e as cores parecem mais ricas, criando o cenário perfeito para fotos de árvores e plantas. Dias
nublados e com neblina também proporcionam uma oportunidade perfeita para fotografar em preto-e-
branco.
Após a tempestade
Tempestades e chuva forte adicionam força e drama às imagens. Após uma tempestade é um momento
particularmente bom para fotos espetaculares de paisagens. O sol está começando a aparecer e nuvens
escuras ainda podem ser vistas a distância. A combinação do brilho do sol com o céu escuro cria um
cenário extraordinário. Tudo parece limpo e resplandecente, as cores parecem intensas e os objetos
brilham sob os raios do sol que nasce.
Dica rápida: O arco-íris proporciona fotos incríveis. Eles são formados pela refração da luz pelas
gotas de chuva e, normalmente, essas condições ocorrem antes ou depois de uma tempestade. Assim,
seja rápido ao ver um arco-íris. A tempestade pode parar repentinamente e o reflexo das superfícies
molhadas pode desaparecer em um instante.
Dica rápida: Durante um temporal, mantenha sempre a câmera dentro da jaqueta ou abrigo. E,
para proteção adicional, use um saco de plástico transparente, à prova d‘água. Basta um buraco para a
lente e vá em frente! Pronto! Você criou uma capa de chuva instantânea para sua câmera. Sempre
carregue um pano limpo ou lenço de papel para enxugar as gotas d‘água.
Por-do-sol
Para fotografar pessoas com pôr-do-sol ao fundo, é
aconselhável que se utilize o flash da câmera para
iluminar o assunto principal e evitar que o mesmo apareça
na sombra.
Paisagem
Para tornar as fotografias de paisagem mais agradáveis
ao olhar, é interessante evitar posicionar a linha do
horizonte no centro do enquadramento. Na maioria das
vezes, o resultado fica melhor quando se desloca a linha
do horizonte mais abaixo ou mais acima do centro da
imagem.
Dias nublados
Apesar da maioria das pessoas não gostar de fotografar
em dias nublados, essa é uma ótima condição de luz para
retratos de pessoas, pois oferece uma iluminação suave e
sem sombras fortes. Uma boa dica para se fotografar
nessas condições é evitar incluir grandes porções de céu
no enquadramento e procurar ter um fundo mais escuro
que o assunto principal.
Foto: Robert Doisneau
Cachoeira ou neve
Sempre que se fotografa assuntos muito claros como cachoeira ou neve, a câmera tende a ser ―enganada‖
pela alta intensidade da luz ambiente, registrando a cena de forma mais escura do que a realidade.
Nesses casos, é importante usar o recurso de compensação de exposição, ajustando o mesmo para + 1
ou mais, caso haja necessidade.
Essência da localidade
Para se obter imagens que retratem a essência de uma localidade, é fundamental que haja um nível de
envolvimento com o ambiente e as pessoas que nele vivem. Para isso, recomenda-se evitar fotos da
janela do carro e de pessoas à distância e procurar interagir com a população e vivenciar a cultura local.
Assim, as fotos se tornarão muito mais realistas, trazendo mais informações e demonstrando muito melhor
as características da região.
“Menos é mais”
As pessoas tendem a inserir uma grande quantidade de elementos na mesma imagem. Mas, na maioria
das vezes, esta prática faz com que a foto se torne poluída e sem um foco de atenção. O ideal é procurar
inserir poucos elementos no enquadramento, basicamente um primeiro plano, um assunto principal e um
fundo. Assim, a imagem fica mais clara, objetiva e agradável ao olhar. E, claro, cartões de memória e
baterias sobressalentes são essenciais em uma viagem. Assim, evita-se perder momentos importantes por
falta de memória ou porque acabou a bateria no meio do passeio e não é possível carregá-la. Os
equipamentos eletrônicos são sensíveis ao calor excessivo e umidade. Procure evitar deixar a câmera
exposta ao sol direto ou maresia ou ao frio.
Na altura em que escrevo este artigo, não faltam muitos dias para a chegada do Inverno, altura em que
chega também um elemento muito apreciado pela grande maioria dos fotógrafos de paisagem espalhados
por esse mundo fora: a neve! Além da neve, o Inverno, também proporciona múltiplas oportunidades
fotográficas enaltecidas pela carga dramática e pelo toque especial que pode dar a cada imagem. Este
artigo irá servir essencialmente para dar alguns conselhos sobre a melhor forma de enfrentar os rigores do
mesmo, no que à fotografia diz respeito. Tentará também ir de encontro às necessidades/dificuldades do
caro leitor, e serão fornecidas algumas dicas sobre a melhor forma de fotografar neve, sem que as
imagens obtidas se tornem num fracasso ou numa
desilusão, na hora de chegar a casa e descarrega-
las para o computador.
Existem várias regiões em Portugal continental nas
quais é possível encontrar neve. No entanto, e pelo
conhecimento que tenho do mesmo, irei centrar este
artigo no Parque Natural Serra da Estrela.
Atitude
Fotografar em condições extremas, como as que
podem ser encontradas durante o Inverno, exige
uma atitude por parte do fotógrafo! Além de atitude,
é preciso também ter um grande espírito de sacrifício, uma vez que é necessário estar preparado física e
Parque Natural Serra da Estrela – Cântaro Magro
sobretudo mentalmente para as adversidades que o
Inverno proporciona. A falta de atitude, representa
não ir para o terreno fotografar, ―apenas‖ porque está a chover, a nevar ou a fazer frio! O não ir fotografar,
representa não captar aquela luz única ou aquele momento mais dramático que o Inverno pode
proporcionar.
Um dos erros mais comuns que se costuma praticar quando se fotografa com temperaturas muito
baixas, é envolver a câmara no casaco, junto ao corpo. Assim que se volta a colocar a câmara à
temperatura ambiente, irá aparecer algo muito indesejado: a condensação. Deverá sempre manter
a câmara à temperatura ambiente.
Fotografar no Inverno, obriga a que o equipamento muitas vezes tenha de trabalhar no limite das
suas capacidades. É importante ter sempre presente, que as baterias, quando em contacto com
temperaturas muito baixas, descarregam muito mais depressa. Ter baterias suplentes é
fundamental! Deverá ter sempre pelo menos uma segunda bateria totalmente carregada no bolso
interno do casaco, assim o calor do corpo ajuda a mantê-la protegida. Se a bateria que estiver a
ser utilizada começar a dar sinais que vai ficar descarregada, deverá ser trocada pela que está no
bolso. Por sua vez a que estava na câmara ao passar para o bolso, voltará a ganhar alguma
energia quando em contacto com o calor do corpo.
Evite respirar para a câmara, para a objectiva ou para os filtros, uma vez que esta acção irá originar
condensação na câmara, impedindo assim o fotógrafo de registar um determinado momento.
Sempre que tiver oportunidade de fotografar neve acabada de cair, ou seja, branco puro, deverá
dar pelo menos mais 2 stop´s de compensação, para poder captar todo o detalhe da neve;
Se no local onde se encontra a fotografar, a neve já não for recente, deverá fazer compensações
de 1 a 1/3 de stop´s. Se for para além disso, corre o risco de as zonas de neve ficarem
sobreexpostas;
Em dias solarengos, fotografar neve que esteja em zonas de sombra, deverá fazer compensações
de luz iguais ou superiores a 1 stop;
Se estiver a fotografar em dias nublados, deverá fazer a medição de luz na neve e dar 2 stop´s de
compensação de luz;
Em caso de dúvida com alguma das dicas acima indicada, não hesite em programar a sua câmara
para fazer bracketing, não correndo assim grandes riscos;
Outras dicas
Se vai fazer fotografia nocturna, deve ter tudo preparado. Não esqueça que o frio, as várias
camadas de roupa vestida e a reduzida visibilidade, fazem com que o mais simples movimento se
possa tornar num verdadeiro desafio;
Há imensos detalhes que podem ser fotografados, muitos deles devido ao facto de a neve em
muitas circunstâncias não cobrir na totalidade toda a paisagem. Tenha um olhar atento e faça
novas abordagens sem receio de inovar;
Subir a pontos altos, pode ajudar a criar imagens com bastante dinâmica onde é possível fotografar
toda a área envolvente coberta de neve. Durante o nascer e o pôr-do-sol, é comum que os picos
mais altos das montanhas fiquem iluminados com uma luz suave;
Em dias de chuva intensa, é muitas vezes comum no final do dia parar de chover, originando uma
palete de cores incrível no céu que muitas vezes não demora mais que 10 a 20 minutos. Um dia de
chuva não é dia de ficar em casa, pelo contrário, é dia de sair para a rua à procura da tal luz, do tal
momento que pode fazer a diferença no resultado final da imagem;
Utilize filtros graduados de densidade neutra para dar mais ênfase ao céu e ainda conseguir um
melhor controlo da luz;
Utilize o filtro polarizador, ajuda a saturar as cores e eliminar ou reforçar reflexos, consoante o
gosto pessoal do fotógrafo;
Covão da Ponte – Saindo de Manteigas em direcção às Penhas Douradas, vá com atenção às placas. No
caminho de acesso a este bonito covão, ainda é possível ver a encosta onde se encontra a bonita mata de
São Lourenço;
Barragem do Vale do Rossim – Esta pequena barragem, localizada nas Penhas Douradas, é de fácil
acesso, podendo ser visitada na maioria das vezes de carro. Fotograficamente, resulta muito bem ao
nascer e ao pôr-do-sol;
Poço do Inferno – Uma das maiores cascatas deste Parque Natural, o Poço do Inferno, fica localizado à
saída de Manteigas, no sentido das Penhas da Saúde;
Lagoa dos Cântaros – Lagoa localizada no Cântaro Gordo, pode ser acedida através do Covão da
Ametade. Como a Lagoa do Peixão, o seu acesso é bastante difícil e nunca deverá tomar a decisão de lá
ir sem contactar previamente o posto de turismo do parque natural;
Iluminação fotográfica é sempre um ―monstrinho‖ que assombra tanto iniciantes como profissionais.
Realmente, o assunto merece – pelo menos em parte – a fama que possui. Uma iluminação mal feita
estraga qualquer cenário, modelo e trabalho. E, acreditem, há casos em que nem o ―santo photoshop‖ dá
jeito e lá se vai todo um dia de trabalho perdido. A primeira coisa que vem à mente quando se pensa em
estúdio é: equipamentos caros, apetrechos aos montes e muito tempo gasto em fotometria. Atualmente a
grande ―menina dos olhos‖ dos fotógrafos é o strobist(uso de flashes TTL fora da câmera e com ou sem
acessórios de estúdio). Já existe inclusive uma série de acessórios específicos para esse tipo de trabalho,
como snoots, colméias e sombrinhas, que através de uma peça chamada flash mount podem ser
acoplados ao seu TTL e daí em diante é experimentar. Particularmente acho strobist uma alternativa
plenamente inteligente, de baixo custo e cujo resultado não deixa nada à desejar. Aderi à moda, mas
mesmo assim admito que brincar com luzes variadas ainda é meu atrativo principal. O Still improvisado faz
parte da minha artilharia principal quando quero ―brincar com a luz‖.
Neste artigo em particular, resolvi mostrar o poder que um pouco de imaginação possui, quando aliada a
acessórios que todos têm em casa. Alguns metros de TNT, luminárias comuns e lâmpadas de tungstênio
foram os meus aliados na empreitada.
Sinto dizer que aos preguiçosos de plantão que buscam desculpas para não estudar, este tutorial é uma
amostra de como um pouco de criatividade e alguns daqueles apetrechos largados no quartinho dos
fundos podem servir para acabar com as desculpas esfarrapadas e levar você à um passeio intrigante pelo
mundo mágico da fotografia. Agora sem mais enrolação, mãos à obra!
Material
3 metros de TNT preto (R$ 6,00)
3 metros de TNT vermelho (R$ 6,00)
1 folha de 1m de isopor, coberto por papel laminado dourado
2 luminárias comuns (R$ 18,00 cada)
2 lâmpadas de tungstênio do tipo ―branca‖, uma de 100w e outra de 60w ( R$ 2,40 cada)
Uma extensão e fita adesiva
Construindo o fundo
Encontre uma área com um bom espaço em casa, de preferência um quarto onde você poderá isolar as
interferências de luz de outras fontes. É importante que as fontes externas sejam de fato isoladas pois
podem atrapalhar tanto em sua fotometria quanto na iluminação do assunto. Neste exemplo utilizei uma
sala de 4m x 6m com janelas e portas fechadas.
Após encontrar sua área de trabalho, é hora de montar o fundo. Nesse caso prendi o TNT com fita adesiva
na parede a 2,5m, que era uma altura perfeita para me dar quase um metro de sobra acima da modelo.
Por ser leve, o TNT fica preso facilmente com a fita adesiva. Prenda em cima e também no chão, deixando
uma pequena curvatura para criar o efeito de fundo infinito.
O assento
Esse é um passo opcional. Resolvi utilizar uma cadeira de escritório comum e sobre ela o TNT vermelho,
apenas para dar um charme. Se você tiver uma cadeira interessante ou preferir não utilizar assento, fique
à vontade.
Para ficar bem natural, apenas joguei o TNT de forma displicente sobre a cadeira, tendo apenas o cuidado
de esconder todas as partes, deixando apenas o tecido à mostra.
Esquema 1
No primeiro esquema de luz utilizaremos apenas uma luminária. Utilizei um banquinho para dar a altura
perfeita (1m de altura) e a ―cabeça‖ da luminária com uma inclinação de aproximadamente 45º, apenas do
lado esquerdo da modelo. Note que pela altura da luz a perna ficou ligeiramente mais iluminada, criando
uma luz mais dramática no rosto e deixando o lado direito praticamente absorvido pela sombra.
O esquema usado foi o seguinte:
Apesar de estar usando lâmpadas de tungstênio, gosto de experimentar balanços de branco variados até
chegar no resultado mais próximo do que desejo. Quando importadas, um pequeno ajuste de temperatura
pode ser necessário.
Uma dica adicional se faz necessária nesse ponto. Como devem ter percebido, a largura do TNT pode não
ser suficiente para cobrir toda a área do seu enquadramento. E agora? Entra em ação nossa ferramenta
mágica chamada content aware, disponível no Photoshop CS5 (menu Edit ->Fill -> content aware), que
após selecionadas, preenche as áreas não cobertas. Para usuários de versões mais antigas, a
ferramenta Clone (carimbo) serve. Nessa captura utilizei o content aware nas laterais, onde parte da
parede estava visível.
Esquema 2
No segundo esquema utilizamos duas luzes, uma na mesma posição anterior e uma segunda voltada para
a modelo, mas posicionada à frente e à direita. Atentem para o fato de que tenho o rosto da modelo
perfeitamente iluminado (pela luminária mais alta, à esquerda da modelo) assim como também o lado
direito da modelo com uma ligeira diferença de tons na parte inferior da perna, já que esta segunda
luminária está posicionada no chão.
Assim como na anterior, corrigimos a temperatura, cor, níveis e utilizando o content aware, gerando o
resultado final foi o que se segue acima:
Esquema 3
No Terceiro esquema utilizamos duas luzes, uma na mesma posição anterior ( a da esquerda da modelo)
e uma segunda voltada para o rebatedor. Utilizei um rebatedor circular dourado, que substituído pelo
isopor produz praticamente o mesmo efeito. O rebatedor produz uma luz mais difusa e suave,
principalmente por ambas as lâmpadas serem da mesma intensidade (100w), e utilizando a luz auxiliar de
forma rebatida conseguimos uma luz mais suave em toda a composição.
Veja o esquema:
Dicas adicionais
Não preciso dizer que sua câmera deve estar com o White balance regulado para tungstenio, e é possível
que as capturas fiquem um pouco quentes, o que pode ser facilmente resolvido no Camera Raw,
Lightroom ou programa de sua preferência. Às vezes experimento regular o balanço para outros tipos de
luz, diferentes do que estou utilizando e consigo resultados particularmente interessantes. Experimente.
Bem, esses três esquemas de luz são apenas um exemplo de como com um pouco de criatividade você
pode transformar a sala da sua casa em um estúdio. É muito mais cômodo ter a praticidade de
equipamentos profissionais, mas boa parte da ―graça‖ da fotografia é experimentar, descobrir que
resultados você pode obter com cada item usado, cada posição da luz. Isso faz parte do caminho de
aprendizagem. Encontre outras coisas como papel celofane, lâmpadas de outros tipos, outras intensidades
e faça suas próprias descobertas.
Cuidado ao fotografar pessoas, há restrições quanto ao uso da imagem alheia. Para fins
jornalísticos e editoriais não há impedimento desde que não haja denegrimento da imagem.
Cuidado ao fotografar obra de arte que também é protegida, tanto quanto a imagem de uma
pessoa.
Fotos para fins pedagógicos, científicos, têm uma redução da proteção do titular de direito em favor
da sociedade que é usuária do conhecimento humano.
Obras arquitetônicas são consideradas artísticas, portanto, também estão protegidas pelo direito do
autor.
Na publicidade, tenha sempre a regra: nada pode sem a autorização do titular.
Jamais faça remontagem da imagem de uma pessoa. A prática é comum no design e não é
permitida perante a Lei.
Obra fotográfica bastante conhecida ou notoriamente artística não pode ser plagiada.
Ninguém pode alegar que o fotógrafo cedeu os direitos autorais, sem que isso conste
expressamente em contrato de cessão de direitos.
A interpretação dos contratos de cessão é restrita.
O fotógrafo não é obrigado a autorizar alterações em sua obra, a não ser que conste no contrato de
cessão de direitos.
O que é fotografia digital? A fotografia digital se assemelha um minúsculo mosaico, formado por
pequenos quadradinhos coloridos, denominado pixels, abreviação de picture elements, em inglês. Cada
imagem digital é formada por grande número de pixels, sendo que cada um deles tem uma única cor e
uma única posição na imagem.
O que é pixel? Pixel, abreviação de picture element é a unidade da imagem digital. Um pixel é o menor
ponto que forma uma imagem digital, sendo que a partir do conjunto de milhares de pixels começa a surgir
a imagem visível. São aqueles quadradinhos quando se amplia a imagem no visualizador do Windows ou
em programas de edição de imagens, com o Photoshop.
O que é megapixel? Megapixel na verdade é apenas um número ligado a qualidade da imagem digital,
um CCD com 3 megapixel é um CCD onde o produto de seus pixels na horizontal pelos pixels na vertical é
da ordem de 3 milhões de pixels. Uma câmera digital que tem 3000 pixels na horizontal e 2000 pixels na
vertical tem 6 000 000 pixels, ou seja, 6 megapixel (prefixo mega é igual a milhão). Em termos práticos,
uma imagem de 3 megapixels gera uma excelente impressão em papel fotográfico, processo químico, no
tamanho 10 x 15 cm.
Calculo de Resoluções e tamanhos Ex: Maior lado da imagem 3888 pixels: 3888 dividido por 300
pixels (alta resolução) = 12.96 polegadas . 2,5 cm (tamanho da polegada) = 32,4 cm. Consulte o manual
de sua câmera, veja os tamanhos de imagem em pixels e monte sua própria tabela.
O que é um CCD? CCD significa charge-coupled device, ou seja, dispositivo de carga acoplada. É um
sistema eletrônico formado por fotodiodos onde a luz incidente produz diferenças de potencial que são
proporcionais a quantidade de luz incidente. Assim, quanto mais luz atingirem os fotodiodos que formam o
CCD maior é a voltagem: esta é interpretada pelo sistema eletrônico da câmera e associa esses valores
aos tons presentes na cena fotografada.
O que é resolução de uma câmera digital? A resolução de uma câmera digital é basicamente o
produto do número de pixels na horizontal pelo número de pixels na vertical, quanto maior esse número,
O que são formatos de arquivo: TIFF, JPEG e RAW? Os arquivos produzidos pelas câmeras
podem ser formatados de diversos modos. Os tipos mais importantes e populares para a gravação dos
arquivos são os formatos TIFF e JPEG. Os arquivos JPEG são mais compactos, comprimidos, isto é,
economizam espaços de memória e são suficientes para a maior parte dos usos de imagens digitais. Os
arquivos TIFF são arquivos maiores, que consomem maior quantidade de memória e devem ser usados
em situações onde a qualidade deve ser preservada. Os arquivos RAW são os arquivos nativos do CCD
ou CMOS que ainda não foram processados, permitindo maiores possibilidades de correção em editores
específicos de imagens, como Lightroom e Câmera Raw, Os arquivos RAW são importantes, pois são
econômicos em termos de memória e servem como negativos digitais, para manipulação e finalização
posterior.
O que é DPI? DPI significa dots per inch, isto é, pontos por polegada. É uma expressão importada das
artes gráficas, na fotografia digital é mais conveniente o uso da expressão ppi, ou seja, pixels per inch ou
pixel por polegada. Embora alguns programas de edição de imagem utilizem também a expressão pixels
por centímetro, o mercado adota dpi ou ppi.
Como ajustar a câmera digital antes de usá-la? De forma geral, não são grandes as dificuldades
na operação das câmeras digitais – na maioria das vezes leitura no manual do fabricante sem
conhecimento prévio dos termos técnicos utilizados não são suficientes. A instalação das baterias e
colocação de cartão, já formatado pela câmera, para a gravação das imagens são passos essenciais. As
providencias posteriores serão abordadas logo mais. Fique tranquilo.
Quais programas a serem utilizados no computador? De forma geral, os programas que devem
ser instalados no computador, são aqueles que acompanham o manual de instruções de sua câmera,
também conhecidos, por ―programas proprietários‖ para tratamento de magens em Raw, e mais para
frente, programas para a manipulação de imagens mias complexos como o Adobe Photoshop e Lightroom.
Para quem está iniciando e quer efetuar manipulação básica em suas imagens, com pequenas correções,
experimente PICASA, é gratuito, basta procurá-lo no Google.
Cuidados com uma câmera digital Os cuidados que se deve ter com uma câmera digital são os
mesmos que devemos ter com uma câmera convencional. Devemos mantê-las em locais secos e
ventilados (estojos de plástico ou couro devem ser evitados), e não devemos guardá-las por muito tempo
com suas baterias. É claro que esses instrumentos são delicados e devem ser manuseados com cuidado
e atenção. Em locais perto de praia, os cuidados devem ser redobrados devido à maresia.
O que é interpolação? Algumas câmeras aumentam o tamanho dos arquivos, utilizando uma técnica
denominada interpolação. Na imagem interpolada, pixels extras são inseridos entre os pixels capturados.
A estes pixels extras são atribuídos valores de cor que estão entre aqueles que o rodeiam. Assim se
consegue que a imagem fique maior sem aparente perda de qualidade.
Ruído na imagem Entende-se por ruído na imagem digital, milhares de minúsculos pontos
multicoloridos que aparecem na imagem e que não fazem parte daquilo que foi fotografado. Como se
fosse imagem desenhada na areia úmida da praia, ou ainda a granulação do filmes de alta sensibilidade,
por exemplo. Quanto menor o tamanho do sensor digital, maior a taxa de ruido. Outro fator que colabora
com a produção de reuidos são ―dead pixels‖, fixela mortos. Com o uso, algumas cecluas do sensor
queimam, gerando pontos pretos na imagem. As assistencias tecnicas autorizadas possuem programas
especificos para mover estes pontos preto para a borda da imagem, deixando a imagem gerada
novamente limpa.
O ruído é criado por sinais elétricos não desejados gerados por instabilidades do sensor de captura de
imagem. Estes ruídos acabam por confundir o sensor e aparecem como centenas de pequenos pontos
coloridos dando impressão de ―granulação‖ ou pouca definição. Isso acontece quando aumentamos muito
o ISO na câmera. Quando aumentamos o ISO amplificamos também a potência do sinal gerado pelo pixel
e o ruído, antes desprezível, acaba aparecendo junto.
Quando se utiliza ISO baixo, entre 100 e 400 o ruído é desprezível e não precisamos ter receio. Para ISO
acima deste o ruído pode ser mais perceptível. Outra maneira de se produzir ruídos é a interpolação da
imagem, muito comum nas câmeras compactas. O CCD, sensor que captura a luz e a transforma em
informação digital, é passivel de atrair grãos de poeira. Isto acontece porque durante a foto ele fica
exposto e carregado de grande quantidade de energia elétrica, o que o torna um ―imã‖ de pequenas
poeiras.
Percebe-se que o CCD está sujo quando aparecem pequenos pontos nas fotos digitais que estão sempre
no mesmo lugar. Uma boa forma de localizar estes pontos é fotografar uma parede ou cartão branco, os
pontos escuros que aparecem são sujeira impregnadas no sensor. Estes pontos não causam prejuízo ao
funcionamento da câmera, mas devem ser removidos para que as fotos não fiquem com pontos
indesejáveis. Esta limpeza deverá ser efetuada pela assistência técnica de sua confiança.
Alguns modelos possuem nos menus um modo de limpeza do CCD. Quando acionado este modo o
espelho se levanta, a cortina abre e o CCD fica exposto sem estar energizado, desprendendo assim a
poeira acumulada. Por fim, o tamanho do sensor também influencia na formação de ruidos. Os sensores
full frame apresentam menor taxa de ruído, se comparados aos sensores das câmeras compactas. Para
melhor aproveitamento de sua imagem, faça o corte enquanto estiver fotografando. Qulaquer corte
posterior poderá comprometer a resolução de sua imagem.
O que é efeito artifacting ? São ruidos e distorções da imagem causado por defeitos no sensor, no
processamento da imagem ou ainda devido à baixa qualidade do sistema optico das cameras digitais
Tamanho do cartão Com a chegada de cartões de memória com maior capacidade de armazenamento,
ficamos tentados a adquiri-los pois podem carregar mais de 600 imagens em alta resolução. O risco de
descarregar muitas imagens num cartão apenas pode levar à perda de todas as fotos de uma viagem.
Alguns cuidados com o cartão Mantenha os cartões de memória bem longe de campos magnéticos,
como imãs, aparelhos de tv, alto-falantes etc; Mantenha os cartões em ambientes frescos; não os deixe
dentro do porta luvas de seu carro em um dia quente ou exposto ao sol; Mantenha os cartões secos; não
os exponha a condições quentes ou úmidas imediatamente após sair de uma sala com ar-condicionado,
ou de ambiente umido, com banheiros, lavatórios, lavagem de carros; Insira os cartões de memória nas
câmeras ou nos leitores de cartões com cuidado. Força em excesso pode danificar os contatos; Mantenha
os cartões de memória livres de poeiras. Os contatos são extremamente sensíveis e podem ser facilmente
danificados por pequenas partículas de sujeira. Onde houver areia ou pó, não retire o cartão da câmera, a
não ser que você esteja protegido dentro de um ambiente limpo e sem sujeira; Guarde sempre os cartões
de memória dentro de seus estojos de plástico sempre que não estiverem em uso. Alguns fotógrafos o
colocam no bolso da camisa, sem nenhuma proteção. O suor nos terminais poderá queimar o cartão e
danificar seriamente sua câmera; Após descarregar suas imagens, formate o cartão pela sua câmera,
nuca no computador, para nova utilização. Este procedimento é melhor do que simplesmente excluir as
imagens presentes no cartão. Ao formatar, você estará reiniciando o sistema de arquivos a uma condição
ideal de operação; Os fabricantes afirmam os cartões de memória tem uma vida útil estimada entre
300.000 e 1.000.000 de horas; Um ponto que gera bastante controvérsia é quanto ao descarregamento
das imagens. Afirmam também a limitação de inserções do cartão, está em torno de 50.000 vezes. Mas,
na pratica é muito difícil verificar este grau de eficiência, pois a cada 6 meses os cartões costumam ser
substituídos por outros, de maior capacidade e menor custo; Por vias de dúvidas, recomendamos você
adquira uma série de cartões entre 4 a 8 GB, ao invés de utilizar cartões mais pesados;
Qualidade do arquivo JPG? Quando usamos arquivos JPG, podemos selecionar sua qualidade ou
taxa de compressão, entre básica, normal ou fina (padrão câmera digital Reflex Nikon) ou normal e fina
(padrão câmera digital Reflex Canon) , e respectivo tamanho.
Os arquivos JPG são arquivos compactados, ou seja, usando artifícios de programação, quando
guardados ficam menores do que os arquivos abertos no computador. As compactações podem acarretar
perda de qualidade ou não. Compactações sem perda de qualidade normalmente são pouco eficientes, já
aquelas com perda de qualidade conseguem taxas de compactação maiores.
A compactação do JPG acarreta perda de qualidade. Quanto maior o fator de compactação utilizado maior
a perda de informação e a degradação da imagem. Só devemos utilizar nossas câmeras digitais em baixa
qualidade se a imagem que estamos gerando realmente não tem compromisso.
A qualidade intermediária das câmeras, entretanto, permite uma qualidade um pouco maior, suficiente
para uma boa impressão. Arquivos em jpeg se corropem com facilidade. Caso queira preservar suas
imagens digitais, utilize um editor de imagens, como o Photoshop, por exemplo e converta-os para
extensão TIFF ou PSD.
Arquivo RAW é útil? Os arquivos RAW são cópias das informações gravadas pela luz no CCD. Eles
não sofrem tratamento posterior dentro da câmera e, portanto podem ser processados a posteriormente.
Como não recebem nenhum tipo de tratamento, nem compactação, normalmente ocupam grande espaço,
podendo facilmente chegar a 40 megabites.
Toda câmera digital que produz arquivos RAW, traz junto um CD com programas para processamento
destas imagens e conversão para formatos de arquivos mais populares. A vantagem deste tipo de arquivo
é que toda decisão de tratamento como aplicação de filtro como nitidez, cor ou contraste pode ser feitas
depois sem que haja perigo de erro por pressa ou desconhecimento do fotógrafo. Fabricantes e puristas
afirmam que um arquivo gerado primeiramente em RAW e depois tratado nos editores de imagem, tem
mais qualidade que um arquivo feito em JPG. A realidade é que a maciça maioria dos fotógrafos não usa
RAW, porque o ganho de qualidade se não é imperceptível, pelo menos é bem próximo disto. Recomenda-
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se que os arquivos Raw, após tratados sejam também convertidos para extensão TIFF ou PSD. São
extensões mais pesadas, não são comprimidas, nem corrompe com facilidade.
Estabilizador de Imagem? Função: Ativar a redução do tremor da câmera permite fotografar com
velocidades de obturador aproximadamente dois valores mais lento (de 1/60 para 1/15) sem que a
qualidade final fique comprometida. Os efeitos de redução da vibração podem variar dependendo das
condições individuais e de disparo.
Dicas:
Defina o botão ON/OFF de redução do tremor para ON para ligar a redução de vibração.
O tremor da câmera é reduzido quando o botão de disparo do obturador é pressionado
ligeiramente. A focagem automática e a focagem manual, assim como enquadramento preciso do
motivo, serão mais lentos porque a estabilização da câmara visível através do visor também está
reduzido.
Para desativar a redução do tremor, defina o botão ON/OFF de redução da vibração para OFF
Os primeiros estabilizadores de imagem para reduzir o tremor surgiram no princípio dos anos 60. Estes
sistemas eram capazes de compensar ligeiramente a vibração da câmera fotográfica e os movimentos
involuntários. Estavam baseados em mecanismos controlados mediante giroscópios, com os que se
podiam cancelar os movimentos não desejados mudando os elementos da lente em direção oposta. Hoje
em dia, o uso de estabilizadores de imagem se aplica em câmeras, videocâmaras, telescópios, binóculos e
também em óculos, os mais comuns são os seguintes. Alguns modelos de câmeras compactas mostram
uma mãozinha, alertando que a imagem poderá ficar tremida.
Estabilizador de Imagem Óptico É um sistema mecânico aparte da câmara que incorpora duas
superfícies ópticas flutuantes paralelas ao interior da lente que atuam como um tipo de prisma flexível.
Quando a câmara se move, o movimento é eletronicamente detectado onde gera uma voltagem que faz
mover as lentes. Isto altera o ângulo da luz que atravessa o prisma e envia a imagem ao sensor na direção
oposta ao movimento que realiza a câmara. Por tanto, estabiliza a imagem antes de ser processada. Já
que a imagem completa do sensor é usada com a estabilização de imagem óptica, não se obtém perda de
qualidade da mesma. Sistemas comerciais famosos de estabilização óptica são esat IS, Nikon VR e
Panasonic Lumix (e Leica) Mega OIS
O estabilizador óptico de imagens é um dos melhores recursos no combate a fotos tremidas causadas
pelo eventual movimento da câmera durante o disparo, problema que tanto aflige os usuários das
compactas. Os fabricantes adotam diferentes tecnologias, mas no geral este sistema detecta a vibração do
sensor e, por meio de processo mecânico, faz a compensação de seu movimento.
Estabilizador Mecânico para descolamento do CCD ou CMOS Comparável ao método anterior, mas
em vez de mover a lente move-se o sensor de imagem. Utilizado em várias câmaras fotográficas digitais,
incluindo Sony Alpha (herdado de Konica Minolta), Fuji, Olympus, Ricoh Caplio e Casio Exilim.
Estabilizador de Imagem Digital É um sistema eletrônico que atua diretamente sobre a imagem
obtida no sensor da câmara. Neste tipo de sistema, a superfície da imagem útil é ligeiramente menor que a
superfície da imagem. Quando a câmara se move, o enquadramento menor se desloca entre a área maior
do sensor CCD tratando de compensar o movimento.
As maiorias das câmeras Sony utilizam estabilizador óptico. O recurso, chamado Steady Shot, permite o
movimento do sensor CCD, na horizontal ou na vertical. No caso das câmeras da Nikon e Canon, o
sistema estabilizador costuma estar localizado nas lentes. Estabilizadores ópticos eficientes minimizam, de
fato, os efeitos do tremor da câmera e possibilitam fotografar com a máquina na mão sob condições de luz
um pouco mais precárias do se conseguiria sem ele. Porém, não se iluda: movimentos bruscos com a
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câmera dificilmente serão compensados. E conforme a luz ambiente reduz, obrigando a aplicação de
longas exposições, o bom e velho tripé continua indispensável para preservar a nitidez das imagens. O
prazer de fotografar com a câmera na mão recebe forte apoio dos estabilizadores, mas é preciso lembrar
que eles não fazem milagres. Na maioria das vezes o tremor da imagem é substituído por um leve
desfoque.
Ainda que os dispositivos de estabilização sejam de grande ajuda para reduzir ou eliminar movimentos de
câmara não desejados, há de ter em conta algumas considerações na hora de realizar tomadas em
movimento. Assim, devido aos estabilizadores de imagem, quando a câmara se desloca
intencionadamente de um lado a outro, existe normalmente uma pequena demora enquanto a câmara
trata inicialmente de compensar o movimento. Uma vez transmitida a imagem25 do sensor para o
processador, o estabilizador não pode compensar mais o movimento e a imagem começa a se mover a
deriva. Para compensar isso o sensor capta a imagem em partes, o que gera um leve ―desfoque‖ na
imagem final, por conta do processador. Qualquer que seja o principio utilizado de estabilização, a imagem
será prejudicada pelo desfoque ou produção de ruídos. Recomenda-se desativa-los e adotar uso de tripé.
Espaço de Cor ? Espaço de cor é quantas cores sua câmera é capaz de representar, atualmente as
câmeras digitais costumam trabalhar com dois espaços de cor já bem reconhecidos e aceitos, o sRGB
(1953) e o Adobe RGB 1998). As câmeras digitais compactas populares trabalham com o espaço de cor
sRGB que possui 8 bits de cor em cada canal, ou seja 8bits de cor no R (vermelho), 8 bits no G (verde) e 8
bits no B (azul), sendo assim temos em cada uma desses canais 256 tons, tendo um total de 24 bits de cor
em todos os canais o que representa um total de aproximadamente 16 milhões de cores.
Já as câmeras digitais reflex (DSLR) possuem a opção de ajuste desse espaço para Adobe RGB, que
apresenta 16 bits de cor em cada canal, superior a 65 mil tons de cada cor, dando um total de
aproximadamente 282 trilhões de cores no total. Parece muito não é, e de fato é, porem temos que ver se
o tamanho e a tecnologia do sensor digital em questão combinados com o tipo e precisão do processador
nos deixa representá-las.
E tudo aquilo que não é real ou análogo, passa a estar a serviço das mitologias contemporâneas, como a
indústria cultural, por exemplo. A Fotografia não apenas prolonga a visão natural, como também descobre
outro tipo de visão, a visão fotográfica, dotada de gramática própria, estética e ética peculiar. Saber ler,
distinguir o detalhe do todo, pode resultar num aprendizado sem fim, e então aquela coisa que não tinha a
menor graça para quem as observa, passa a ter vida própria.
A Fotografia não é realista, mas sim surrealista, nativamente surreal. Embora a Fotografia gere obras que
podem ser denominadas por arte, esta subjetividade, pode mentir provocar, chocar ou ainda proporcionar
prazer estético. A imagem fotográfica não é, para começo de conversa, uma forma de arte, em absoluto.
Como linguagem, ela é o meio pelo qual as obras de arte, entre outras coisas, são realizadas.
A Fotografia é sempre uma imagem de algo. Esta está atrelada ao referente que atesta a sua existência e
todo o processo histórico que o gerou. Ler uma Fotografia implica reconstituir no tempo um assunto,
derivá-lo no passado e conjugá-lo num futuro virtual.
Assim, a linguagem fotográfica é essencialmente metafórica. Esta atribui novas formas, novas cores,
novos sentidos conotativos e denotativos. Estas comprovam que a Fotografia não está limitada apenas ao
seu referente; ela ultrapassa-o na medida em que o seu tempo presente é reconstituído, que o seu
passado não pode deixar de ser considerado, e que o seu futuro também estará em jogo. Ou seja, a
sobrevivência de sua imagem está intimamente ligada á genialidade criativa, experiência de vida, padrão
técnico, estético, cultural e intelectual de seu autor.
O sonho de ter um filme fotográfico colorido com capacidade de registro semelhante ao do olho humano
ainda está um pouco mais longe do que realmente parece. Quem ainda não acredita, é só experimentar a
vasta gama de tipos, marcas e novos lançamentos do mercado.
Concluímos que todos atualmente são menos sensíveis a variação de químicos ou campo magnético dos
sensores digitais, durante seu processamento e alterações climáticas. Entretanto, o mistério continua: a
fidelidade ás cores!
Desde que surgiu na Alemanha em 1870, a pedrinha no sapato da fotografia colorida sempre foi a sua
incapacidade de reproduzir bem alguns matizes Pastéis, limão, rosa e laranja claros, marrons, cor de
madeira, vernizes, superfícies e tecidos brilhantes e mesmo as cores puras em tons apagados, nem de
longe se aproximavam ao real.
O fotógrafo se acostumou assim, talvez por nunca ter pego uma foto e comparado lado a lado, com o
original fotografado! Se o fizesse, ficaria intrigado com o tamanho do desvio. O assunto era tratado como
uma limitação da emulsão química dos materiais fotográficos, incapazes de registrar todo o universo de
cores possíveis com as combinações de luz.
Os fabricantes passaram então, a caprichar no ajuste das emulsões para as quatro cores tidas como as
mais fotografadas: VERMELHO, AZUL, VERDE e AMARELO. Foi daí que surgiu o termo VAVÁ, as boas
cores para a fotografia. Inclui-las na sua imagem é certeza de ótimos resultados!
De fato, incluir qualquer uma delas em uma mesma cena, é certeza de saturação, contraste forte, além de
compensar a péssima ótica das câmaras amadoras. O negócio era ―Vender Cor‖, a mais viva possível! Os
profissionais, por outro lado, sentiram-se desagradados, foi essa festa de contraste e saturação
prejudicava seus trabalhos. Os fabricantes, então, desenvolveram uma linha específica, só para eles, mais
calibrada nos tons tênues e mais adequada ao tema e tipo de imagem que produzem. Apesar do esforço
dos fabricantes em atenderem ―GREGOS & TROIANOS‖(Fotógrafos Amadores & Profissionais), temos um
dado importante a considerar:
Os filmes Pretos & Brancos, conseguem obter melhor textura, maior contraste, e grande definição, em
relação á imagem colorida. Tente comparar os resultados de uma mesma cena, em P&B e COR! Comece
pelos respectivos negativos, cromos e em seguida pelas cópias em papel.
Já as câmeras digitais apesar da tecnologia empregada em seus sensores ainda apresentam distorções
cromáticas que só podem ser corrigidas no próprio menu ou posteriormente no Photoshop. Mas, de
qualquer forma, efetue o seguinte teste: Fotografe várias situações: Sol Forte (Luz Dura), Dia Nublado,
(Luz Suave), Flash , Estúdio e em todas as condições de luz possível. Sempre em modo manual,
efetuando bracketing de ISO, WB e EV.
Aproveite também, e experimente esse método alterando no menu de sua câmera, a otimização de
imagem ou estilo de imagem. As duas primeiras ferramentas simulam os perfis dos filmes fotógrafos
profissionais para fins específicos. Considerando que as diversas marcas de câmeras digitais DRSL
disponíveis no mercado, foram calibradas em função das exigências do consumidor de seus respectivos
países de origem, onde clima é seco e temperado.
Para que possamos utilizá-las adequadamente em condições tropicais, teremos que efetuar estes ajustes
básicos de calibragem de WB, espaço de cores e outras configurações de menu.
Precisava optar por um segmento e, não por mero acaso, escolhi a Fotografia de Eventos Sociais, no qual
também atuo e que cresce aceleradamente em terras brasileiras e hoje já conta com um bom número de
profissionais reconhecidos e premiados por esse mundo afora, principalmente na área de casamentos.
Uma turma que vem se destacando por uma nova postura profissional e ousando em sua linguagem
fotográfica. Também não deixei de fora a fotografia infantil que em muitos casos é o primeiro passo, ou
porta de entrada para os profissionais desse segmento.
Já contamos com uma boa quantidade de livros escritos e traduzidos para o português (Figura 1), que
abordam desde a produção fotográfica em si, até as questões de mercado, marketing profissional, pós-
produção e por ai vai. Indiquei também literatura de assuntos próximos e que hoje também se tornam
imprescindíveis para quem quer percorrer os caminhos da Fotografia Social (Figura 2): pós-produção,
guias de iluminação, estúdio, direção de modelos, retratos etc. Achei válido também disponibilizar as vídeo
aulas (Figuras 2 e 3).
Onde encontrar:
EDITORA PHOTOS: www.editoraphotos.com.br
IPHOTO EDITORA: www.iphotoeditora.com.br
EDITORA EUROPA: www.europanet.com.br/site/index.php?cat_id=1222
Volto a ressaltar toda modificação no perfil do ―público fotográfico‖ vem atravessando. É fato, que a
fotografia se incorporou no dia-a-dia de cada um, seja por aparelhos celulares (móbiles) ou por máquinas
digitais compactas cada vez mais acessíveis a grande massa. Os mercados de consumo se aquecem e os
curiosos buscam aprimoramento. Consequentemente as opções de literatura crescem na mesma
proporção.
Para esse ―segmento‖ específico da literatura fotográfica não faltam opções. São diversos os livros e
revistas disponíveis escritos e traduzidos para a Língua Portuguesa, que vão desde a história da
fotografia, prática avançada.
Sentido de leitura
Na cultura ocidental, lemos um texto sempre da esquerda para a
direita e de cima para baixo. Com a fotografia não é diferente,
lemos estas da mesma forma. De posse desta informação nós
podemos encaminhar o olhar do ―leitor‖ da foto da esquerda para
a direita dentro da mesma, mostrando qual foi a intenção do
fotógrafo.
Se fizermos uma foto de close de rosto, colocamos alí os olhos da pessoa. Se for uma foto de meio corpo,
posicionamos no ponto de ouro o centro do rosto, se for de corpo inteiro a cabeça.
Caso seja fotos de objetos, o ideal é o que este objeto esta posicionado em um dos 4 pontos de ouro.
Tudo que queremos destacar, colocamos nas interseções das linhas horizontais e verticais.
Devemos lembrar que a leitura sempre começa no canto superior esquerdo, a partir daí devemos decidir
como queremos conduzir o olhar do nosso leitor e posicionar os objetos de forma a alcançar este objetivo
e usar os pontos de ouro para destacar o que queremos.
Algumas câmeras compactas trazem sempre o recurso de mostar a grade da regra dos terços na tela do
LCD.
Se está pouco habituado a isto, deixe sempre habilitado pois isto facilitará bastante o uso destas regras.
Planos Medianos: Este plano é utilizado para mostrar o tema da fotografia e um pouco do ambiente onde
ele se encontra. Conseguimos ainda mostrar um pouco de detalhes, sem perder o ambiente, como por
exemplo, um vaso sobre uma mesa, onde o centro das atenções é o vaso, mas a mesa também é
mostrada. As lentes normalmente utilizadas são as consideradas normais (50mm por exemplo)
Planos Abertos: Neste tipo de enquadramento, mostramos muito ambiente. Por exemplo, se
fotografarmos uma pessoa em uma praia e quisermos mostrar a paisagem, mostrar o altar durante um
casamento, a decoração de uma sala, utilizamos o plano aberto. Este formato é também muito utilizado
para paisagens e fotos panorâmicas. Aqui, as lentes mais indicadas são as grande-angulares.
Apesar de ter citado as lentes mais comuns para os tipos de planos, vale lembrar que isto não é uma
regra, pois é possível fazer uma foto de plano fechado com uma grande angular, bastando para isto nos
aproximarmos do objeto, assim como podemos fazer um plano aberto com uma tele, nos afastando do
mesmo, por exemplo.
Lógico que todos sabem que foto de impacto e que marca para sempre não é feita apenas apertando o
botão e pronto.
Existem vários fatores… Mas vários, que vão influenciar no resultado final. O que eu mais me preocupo
quando estou fotografando é o enquadramento. Em minha opinião, um fator determinante que distingue o
fotógrafo profissional do amador entusiasta.
E como melhorar o meu enquadramento? Existe uma regra muito simples, que se chama regra dos terços,
que até alguns modelos de câmeras você tem a possibilidade de ver ela no seu display para fotografar
melhor. Até cheguei ouvir de uma pessoa que me perguntou o que era aquele ―Jogo da velha‖ aparecendo
na tela! Hahahahah…
Todo o fotógrafo no início de carreira tem muita dificuldade em compreender a escala de números f/. Por
que um número baixo, como f/2.0 pode proporcionar maior passagem de luz em relação a f/22 ? Vamos
explicar estas dúvidas agora:
Nessa escala, reduz-se sempre a metade a luz do numero anterior, ou seja, a abertura f/2 é a metade em
relação à f/1.4, mas representa o dobro em relação à f/2.8. À medida que se fecha o diafragma a sua área
é reduzida pela metade, e à medida que se abre, esta área é dobrada.
Os números f/ correspondem a uma série de círculos decrescentes. A maior abertura, maior entrada de
luz, corresponde ao 1. Em cada posição sucessiva, a área do circulo correspondente vai sendo reduzida,
para o que temos que dividir o diâmetro do circulo maior pela raiz de 2, raiz de 4, raiz de 8 é raiz de 16, e
assim por diante. Os produtos dessas raízes são: f/1.4, f/ 2, f/ 2.8 e f/ 4. Estes produtos são os números
que aparecem na borda do diafragma e correspondem à grandeza a que é reduzida a superfície da
abertura.
As velocidades de um obturador mais complexo, geralmente variam de B até 1/8000s. Estas velocidades,
ou tempos de exposição, aumentam ou diminuem em um sistema múltiplo de dois. Cada uma delas é o
dobro da velocidade seguinte é a metade da anterior, ou seja, por exemplo, 1/125 ―é o dobro de tempo de
1/250″ e a metade de 1/60.
Desta forma, pode-se estabelecer com precisão a relação entre a abertura do DIAFRAGMA, que são
determinadas pelas mesmas bases. Caso tenhamos que reduzir a velocidade de 1/60, para 1/125, afim de
―parar‖ o movimento de uma pessoa caminhando, teremos que abrir o DIAFRAGMA em um ponto (+1), de
f/5.6 para f/4. Por quê? – Porque diminuímos pela metade o tempo de exposição, que implicará em uma
sub-exposição (-1). Abrindo o DIAFRAGMA de f/ 5.6 para f/4, dobramos a quantidade de luz por ela
admitida, e assim teremos uma imagem com a mesma gama de contraste.
A luminosidade de uma lente depende de seu diâmetro e de sua distância focal. Como estas duas
grandezas variam inversamente uma em relação à outra, ou seja, quanto maior o diâmetro da lente mais
luminosa ela é, e quanto maior a distância focal menor a luminosidade da mesma, é possível medir a
característica de luminosidade de uma lente em relação à outra através do quociente ―distância focal /
diâmetro da lente‖.
Uma lente comum (exceto zoom) não pode ter sua característica de distância focal alterada, porém pode
ter sua característica de diâmetro alterada, através de um dispositivo denominado diafragma. Abrindo-se
ou fechando-se o mesmo é possível controlar a luminosidade da lente, daí o termo abertura ser utilizado
para medir esta característica da lente. A letra ‖ f ‖ minúscula é utilizada para representar este quociente:
Onde:
Como a área pela qual passa a luz no diafragma é a de um circulo, existe uma fórmula matemática (vide
final deste item) que a relaciona com seu diâmetro: a área de um círculo dobra se seu diâmetro for
multiplicado por v2 (raiz quadrada de 2) e fica dividida pela metade se o mesmo diâmetro for dividido
também por v2.
Conforme visto acima, a abertura de uma lente pode ser representada pelo quociente da distância focal da
lente pelo diâmetro da mesma, ou seja, para uma determinada lente com distância focal fixa F, a abertura
pode ser indicada por f = F / D , onde ‗ D ‗ é o diâmetro da abertura do diafragma (que pode ser
considerado como o diâmetro da lente).
Para obtermos uma abertura f „ com metade da área de uma dada abertura f , é necessário portanto dividir
seu diâmetro por v2. Assim,
se f = F / D , f „ será F / (D / v2)
f „ = f multiplicado por v2
Considerando-se f = 1 como o valor máximo de abertura da lente (diafragma totalmente aberto), o próximo
valor será portanto 1 multiplicado por v2 . Como o valor de v2 = 1,4142135…, chega-se em 1,4, que é o
valor do próximo número ‗ f ‗ (f-stop), o que deixa entrar metade da luz pelo seu orifício em relação a f = 1 .
A seguir, sucessivamente, multiplicando-se cada valor de f por v2 , tem-se os valores da escala padrão de
aberturas, ou seja:
Onde, da esquerda para a direita, cada ponto significa metade da luz admitida pela lente em relação ao
ponto anterior e vice-versa. A abertura máxima da lente (diafragma totalmente aberto) corresponde ao
valor 1.0. No entanto, como as lentes possuem anéis ao seu redor para fixá-las à objetiva e outros
elementos internos, suas aberturas máximas nunca são 1.0 e sim valores um pouco menores do que isto,
como f/1.2, por exemplo, exemplificado no desenho abaixo:
Quanto ao diâmetro, no segmento semi-profissional os mais comuns são: 52mm, 58mm, 62 mm, 67 mm,
72 mm, 77 mm e 100 mm.
A abertura sempre trabalha em conjunto com a velocidade do obturador para obter-se a exposição correta
da imagem. Ambos vão determinar o EV = 0 da cena a ser fotografada.
Quando somos contratados para fotografar um evento, nosso contratante deseja que seja registrado todos
os detalhes que estão por acontecer, decoração, emoção, enfim, tudo aquilo que compõe a cerimonia.
Muitas das vezes, a decoração inclui luzes cênicas que dão um toque de beleza a mais ao ambiente.
A melhor forma para se registrar este tipo de situação, é fotografando sem a utilização do flash.
Hoje, com o avanço da tecnologia, está cada vez mais fácil fotografar desta forma, pois
as câmeras permitem o uso de altos ISOs. Associando-se isto a utilização de lentes claras (2.8, 1.8,
1.4,…) conseguimos registrar tudo com maestria.
Na fotografia sem flash, conseguimos não somente registrar todas a luzes, cores, mas também
conseguimos dar mais volume ao tema retratado, deixando as imagens mais bonitas, menos ―chapadas‖,
mostrando melhor a expressão das pessoas, retratando o momento exatamente como ele foi. Sem a
utilização deste, temos uma luz mais natural, sombras mais suaves, imagens com mais contraste,
normalmente imagens mais quentes e cheias de sentimentos.
O flash, em muitos momentos é necessário e ajuda muito, mas tira um pouco da beleza da imagem, ainda
que seja muito bem ajustado e utilizado. Claro que para podermos desligá-lo, precisamos uma boa luz
ambiente, ou ate mesmo utilizar fontes de luz alternativa como led, luz de vídeo, etc. Porém, estas são
luzes que produzem um resultado muito mais natural que a luz do flash. Existem vários fotógrafos de
renome que estão cada vez menos utilizando flash como exemplo Marcus Bell (www.marcusbell.com).
Seus trabalhos dispensam comentários. Esses fotógrafos são chamados de available light shooters.
Tente da próxima vez que for fotografar desligar o seu flash e fazer algumas imagens desta forma.
Garanto que você se surpreenderá com a qualidade e expressividade das imagens.
Seguem algumas imagens feitas sem o uso do flash:
Sempre que recebo este tipo de resposta percebo que muitos fotógrafos ficam presos à ideia de que para
fazer uma boa foto, uma daquelas que são interessantes o suficiente para sair mostrando para todo
mundo, seria necessário estar diante de um grande tema, uma cena impactante, diferente, exótica.
É como se só fossem possíveis grandes fotos em um safari na África, em um estúdio sofisticado cheio de
equipamentos e com pessoas famosas diante das lentes, quem sabe diante de monumentos
impressionantes como o Coliseu ou a Torre Eiffel ou ainda diante de belezas naturais exuberantes de
algum paraíso tropical distante.
Sendo assim, se você cancelou o passeio com a família por que estava chovendo, que tal adotar um
desses exercícios e produzir fotos diferentes e criativas apenas com o que você tem em casa? Ou que tal
criar lindos retratos de seus familiares apenas com a luz de uma janela?
A fotografia está em todos os lugares, grandes fotos estão por aí, mas você precisa vê-las.
Quando vamos fazer um ensaio, ou qualquer outro tipo de trabalho que tenha um início, meio e fim, é
preciso que ele tenha uma identidade. É preciso definir uma linguagem específica para o trabalho.
Se é um ensaio vintage, mantenha a edição com estilo vintage do início ao fim. Se vai criar ou usar uma
Action no Photoshop, use uma única para um determinado ensaio. Ao invés de usar os presets do
Lightroom sem qualquer critério, crie ou adote um como linguagem daquele trabalho. Não passe o mouse
por cima dos presets até chegar em um que agrade naquela determinada foto para então depois sair
procurando outro preset para a próxima foto. Se feito isso, o resultado que se tem é um carnaval, no
verdadeiro sentido da palavra. Logo que o Lightroom 1 foi lançado eu o instalei e fiz exatamente isso. Era
surreal a facilidade como o programa fazia tudo muito rápido. Mas o que eu obtive foi um trabalho sem
identidade alguma. Cuidado!
Eu poderia citar diversos fotógrafos que tem um excelente trabalho como referência. Mas eu vou citar uma
referência que serve perfeitamente para esse exemplo. O Coletivo Cia de Foto. Cito-os porque além de
fazerem um trabalho fantástico, é um caso onde existe mais de um fotógrafo e mesmo assim o trabalho
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final de um ensaio sai com uma única identidade. Uma das integrantes do Cia de Foto é quem faz o
tratamento de todas as fotos do ensaio realizado. Ela cria a identidade e essa é seguida do início ao fim.
Se um coletivo consegue, um fotógrafo que edita o seu próprio trabalho também pode e deve conseguir.
Há dois anos fiz um workshop com o antigo editor de fotografia da Time magazine, Jay Colton. Jay era um
verdadeiro ―rato‖ em saber como montar rapidamente um ensaio. Analisando um dos meus ensaios, ele
perguntou por que eu havia feito uma determinada foto em PB. Eu achava aquela foto em PB maravilhosa.
Foi quando ele me explicou em manter uma identidade visual no ensaio. Quer PB, faça do início ao fim.
Um balde de água fria.
Em minha opinião não vejo problema em alternar na edição de um casamento fotos coloridas e PB, desde
que ambas tenham uma identidade. Em meus trabalhos autorais tenho adotado identidades únicas do
início ao fim, somente em cores ou somente em PB. Depende como vejo o trabalho, como me envolvo
com a história e como me sinto no dia. Tudo isso reflete na edição e como vejo na hora de fotografar. Já
fotografo pensando em PB ou em um determinado tom de cores. Quando em PB ou em cores, sempre
com a mesma identidade visual, os mesmos tons, o mesmo contraste, e por aí vai.
Muitos ainda acham que basta ter uma câmera para se tornar um fotógrafo profissional. Não dá para
resumir a fotografia ao equipamento, tem que ter o equilíbrio entre a razão e a emoção. Alguns escolhem
a máquina pela robustez e a exibem no pescoço como se atribuísse status, importância função… e isso
bastasse. Quanto maior a objetiva, mais equipada a máquina, com flash, filtros, etc., mais elevado fica o
ser, é quase que uma massagem no ego do individuo que mal sabe para que serve tanto botão e
acessório. Alguns começam errado mas sem intenção, não há nenhuma regra que estabeleça os
parâmetros para se tornar um (bom) fotógrafo. A receita não vem pronta, não segue um padrão. Enquanto
em algumas carreiras é imprescindível cursar, conhecer, dominar e consequentemente obter um diploma
para poder exercer a atividade, na fotografia não há esse filtro. O próprio curso de graduação em fotografia
é recente no mercado profissionalizante.
Independente do que o motivou a começar, saiba como prosseguir e admirar ainda mais o universo
fotográfico sem ser apenas mais um indivíduo com uma máquina no pescoço. O primeiro passo é dominar
a técnica: pode ser lendo, fazendo cursos, explorando fóruns, conversando com profissionais. Explore a
linguagem fotográfica, os termos atribuídos e fundamentais: ISO, sensibilidade, abertura, exposição,
velocidade, diafragma, obturador, disparador, distância focal, objetiva, resolução, qualidade, pixel, entre
muitos outros.
Depois de estudar essa parte eu aconselho um contato com uma câmera analógica e se possível com
filme em preto-e-branco. Creio que seja a melhor forma de botar em prática o conhecimento e ainda criar
aquela deliciosa expectativa do registro pós revelação. Com isso você conhecerá a base da fotografia
além de formar noções de composição, perspectiva e então poderá escolher adequadamente a tão
esperada câmera digital com lente intercambiável, classificada como DSLR.
Câmeras em mãos, e agora, o que fazer? Simples, pegar o manual e por mais chato que seja, LER! Para
a atividade não ficar entediante tente ir vinculando tudo que absorveu anteriormente com testes nas
funções da máquina. Fotografe, compare os resultados, entenda o registro, tente detectar falhas,
compartilhar com profissionais e analisar as críticas sobretudo tentando visualizar uma adequação e
também os elogios, procurando sempre ―evoluir‖ e ter o próprio senso.
Quando esses dois itens: estudo da técnica e conhecimento da máquina estiverem em harmonia é hora de
partir para o desenvolvimento da sua identidade fotográfica. Mais uma vez é hora de investigar as áreas
que mais te agradam: fotojornalismo, social, moda, publicidade, documental, e acredite, o mercado já está
tão subdividido que as vezes surge uma dúvida entre mais de uma categoria.
Escolhido, parte-se então para um mergulho em uma linguagem fotográfica mais direcionada: autores,
trabalhos, dicas… sempre absorvendo o necessário para desenvolver a sua própria identidade, afinal, de
cópias já estamos saturados! Inove, ouse, crie uma nova categoria, solte a criatividade. Trabalhar como
assistente de fotógrafo é bem interessante para os que não se sentem totalmente preparados para seguir
adiante, nada melhor do que a vivência para abrir caminhos, clarear as ideias.
Durante essas etapas o fantasma da edição te assombrará, e então você precisará pesquisar sobre os
principais programas e ferramentas para aprimorar a imagem. O que não significa que toda fotografia deve
ser alterada digitalmente, mas a tecnologia já é capaz de resolver muita coisa. A internet está repleta de
tutoriais, e certamente você descobrirá diversas opções ao visitar alguns deles.
A principal dúvida talvez seja ―quando posso me considerar um fotógrafo profissional?‖. Na minha
concepção, quando você for eficientemente capaz de visualizar, entender e repassar o sentido da luz nos
seus registros. Manter no mesmo nível estudo, intuição, observação, reflexão, simbolismo e ideias que
encaminham conceitos diretamente relacionados ao conjunto de técnicas fotográficas. Procure sempre
usar o cérebro antes da máquina e boas fotos!
A Fundação Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro tem área especializada para registro de produção
fotográfica. Fotógrafos brasileiros ainda não têm o hábito de registrar suas obras no Escritório do Direito
Autoral (EDA), da Biblioteca Nacional. Principalmente quando não dispomos mais do filme negativo para
atestar a origem da imagem propriamente dita.
Para cada fotografia a ser registrada é necessário preencher requerimento e anexar cópia xerografada do
RG, CPF, comprovante de residência do requerente e pagamento de taxa de R$ 20,00, via Guia de
Recolhimento da União (GRU), recibo original do pagamento e copia da fotografia a ser registrada que
poderá ser inédita ou não, em qualquer tamanho. Esta documentação poderá ser encaminhada pelo
correio à sede da EDA ou para os postos estaduais nos seguintes endereços:
Amapá – AP Bahia – BA
BIBLIOTECA ESTADUAL ELCY LACERDA BIBLIOTECA PÚBLICA DA BAHIA
Rua São José, 1800 Rua General Labatut, 27 ? 3º andar
Bairro Central – Macapá, CEP: 68900-110 Barris – Salvador, CEP: 40070-100
Tel: (96) 3212-5119 – (96) 3212-5119 – (96) 3212- Tel: (71) 3117-6064 – (71) 3117-6064
5239 Fax: (71) 3328-3940
São Paulo – SP
Rua General Julio Marcondes Salgado, 234
Campos Elíseos – São Paulo, CEP: 01201-020
Horário de atendimento de 10:00 às 16:00 horas.
Tel: (11) 3825-5249 – (11) 3825-5249
Segundo o especialista em direitos autorais, Paulo Gomes de Oliveira Filho, a lei 9610/98, não exige o
registro da obra nos casos de reivindicação de autoria. Na prática são raríssimos os casos de fotografias
registradas, geralmente para fotografia fine art, confirma o responsável técnico do EDA, Jaury
Nepomuceno de Oliveira, O registro assegura uma anterioridade de autoria, mas não é constitutivo de
direito, esclarece o técnico. Estando com toda a documentação em ordem o EDA tem o prazo de até 30
dias, contados a partir do recebimento da notificação, pelo requerente.
Para maiores informações consulte o site www.bn.br Fundação Biblioteca Nacional, Av Rio Branco 219 Rio
de Janeiro, CEP 20040-008, Tel 55 21 3095 3879, Fax 55 21 3095 3811 ou nos escritórios regionais mais
próximo de sua cidade.
De acordo com a Lei do Direito Autoral, ideias, procedimentos normativos, sistemas, métodos, projetos ou
conceitos matemáticos, esquemas, planos ou regras para realizar atos mentais, jogos ou negócios,
formulários em branco para serem preenchidos com qualquer tipo de informação, textos de tratados ou
convenções, leis, decretos, regulamentos, decisões judiciais e atos oficiais, calendários, agendas e outros.
Aproveitamento industrial ou comercial das ideias contidas nas obras, não estão protegidas pela lei.
É com base nessas restrições que o layout de um álbum compósito, por exemplo, não pode ser registrado.
―A não ser que fosse algo excepcionalmente diferente e personalizado, e ainda assim deve ser submetido
a um perito‖, comenta o advogado Paulo Gomes, lembrando um caso que passou pelas suas mãos. ―Na
decada de 90 foi criado um calendário lunar muito diferente e original. Normalmente não é possível
registrar um calendário, mas como era uma peça original, seu registro foi concedido‖. Paulo ainda conta
que os pedidos de autoria mais solicitados são: para desenhos e personagens de campanhas publicitárias.
Editar imagens com metadados, nunca publicar o original na íntegra, mas efetuar corte do mesmo e
assinatura commarca d‘agua, são precauções que ajudam a preservar a autenticidade da obra fotográfica.
Outra saída é fotografar sempre em formato RAW e preservar backup dos originais.
Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas
em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como:
VII – as obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao da fotografia;
Capítulo III
Desde sua invenção, a fotografia tem sido utilizada como instrumento para a memória: um minúsculo
recorte do tempo e do espaço que, registrado através da luz, poderá ser perpetuado por séculos. Porém,
se não preservarmos essa imagem ela desaparecerá, como efêmera que é.
A fotografia digital também se mostra frágil, colocando novos desafios para a preservação. Para muitos
fotógrafos, a película fotográfica ainda é o meio mais seguro de conservação de uma imagem. Como fazer
para que milhões de imagens produzidas todos os anos não se percam? Como protegê-las da ação do
tempo e garantir que elas continuem a comunicar ao longo de outras gerações? Desde o início da
fotografia digital esse debate se tornou fundamental dentro dos centros de documentação e museus e,
agora, começa a ganhar lugar também nas maletas fotográficas e nos arquivos pessoais de todos aqueles
que adoram fotografar.
Durante anos a chamada síndrome do vinagre foi a grande vilã que deteriorou quilômetros de rolos de
filmes e papeis fotográficos, com seus fungos corroendo a história da vida privada de famílias em todo o
planeta. Porém, além da corrosão, existe um problema tecnológico: as indústrias estão produzindo cada
vez menos papel fotográfico. Além da restauração, existe a questão do material. Se uma imagem, hoje,
estraga muitas vezes você não pode fazer outra.
O papel fotográfico ainda é o meio mais seguro de conservação de uma imagem. Ressaltamos, ainda, a
incerteza quanto ao tempo de vida dos suportes tecnológicos que, voltados para o mercado, podem
desaparecer rapidamente das prateleiras das lojas fotográficas, deixando milhões de arquivos presos em
um formato incompatível. Imagens fotográficas, filmes e outras informações estocadas digitalmente em
Cds ou Dvds ou podem não estar tão seguros como os consumidores acreditam. É claro que os
fabricantes asseguram que um CD durará no mínimo 10 anos ou mais, se mantidos sob condições
normais.
Tais condições são totalmente adversas em climas tropicais como o nosso onde a umidade e alta
temperatura são imperativas, produzindo mofo e descolando a camada em alumínio ou material
equivalente destas mídias. Há também alguns tipos de fungo que se alimentam do adesivo aplicado
nestas camadas.
Preservação Preventiva
O padrão utilizado e recomendado pelos centros de memória ainda é o formato TIFF. Há quem prefira o
formato PSD proprietário do Photshop, podendo ser aberto em qualquer versão do mesmo A idéia
proposta foi a de se salvar imagens com duas resoluções diferentes, uma mais baixa – para facilitar o
acesso – e uma alta, destinada a um arquivo permanente.
Ponto comum para todas as fotografias, portanto, é a preocupação com a vida dos arquivos: cada um
deve criar um sistema próprio de catalogação de suas imagens, dentro de suas necessidades, que permita
sempre revê-las, pois apenas com a constante revisitação é que a memória permanece viva. A história nos
ensina que a melhor maneira de se preservar imagens é ampliando-as em laboratório fotográfico, por
processo químico.
Mantenha as copia em álbuns presas com cantoneiras sem o uso de cola. As colas e adesivos tendem a
ser ácidos e corroem o papel fotográfico com muita facilidade. Pesquisadores utilizam alguns de família
para fazerem reconstituição de épocas. Nossa sugestão é a de que cada fotógrafo, amador ou
profissional, faça um foto livro por ano, escolhendo as fotografias que mais lhe significam: ―monte, escreva
legendas, dê um nome e mande encadernar com capa dura.
Pronto: você terá uma prática forma de guardar vivas suas memórias. Ou ampliar suas fotos em papel
fotográfico tamanho 20 x 30 cm. Sempre haverá um scanner de ultima geração pronto apara digitá-las
novamente.
Síndrome do vinagre
Esse nome lhe é atribuído pelo forte odor de vinagre gerado pela reprodução de fungos nas películas
fotográficas de acetato. O processo ocorre por causa do acondicionamento inadequado. Ele pode expor a
ampliação fotográfica à umidade e às altas temperaturas, favorecendo a proliferação de fungos devido ao
ácido acético residual da revelação, que permanece na película do papel, e se liga com os cristais de
prata. Assim, partes da imagem terminam cobertas por esse fungo e são corroídas por ele. Temperaturas
altas também afetam midias como pendrives, cartões dé memória, CD, DVDs e ainda o próprio HD.
04 – Organize seus cartões – no caso de fotógrafos profissionais que se utilizam de vários cartões de
memória em um trabalho, o ideal é que se tenha um sistema para diferenciar os cartões cheios dos vazios.
Isso vai de encontro ao indicado no ítem 02, para não correr o risco de danificar alguma imagem.
05 – Utilize um leitor de cartão – É mais prático e mais rápido. Sem falar que você não desperdiça carga
de bateria da câmera para transferir as fotos e se a bateria acaba no meio da transferência existe o perigo
de corromper os arquivos.
06 – Não apague fotos na câmera – prefira cartões de alta capacidade e deixe para apagar fotos no
computador, após a transferencia dos arquivos. Isso economiza tempo durante a sessão fotográfica.
07 – Não retire o cartão da câmera muito cedo – é importante não tirar o cartão da câmera enquanto a luz
vermelha de leitura estiver acesa. Espere todos os processos de gravação e leitura estarem terminados.
08 – Não entre em pânico – se o seu cartão de memória se molhar, não entre em desespero. As memórias
flash são de estado sólido e sem partes móveis. Certifique-se que a memória está bem seca antes de
colocar em qualquer aparelho eletrônico.
09 – Backup primeiro – se as fotos são importantes para você, ou um trabalho profissional, certifique-se de
apagar as imagens do cartão apenas depois de fazer múltiplos backups.
10 – Nunca compre o ultimo lançamento de cartão de memoria – São muito caros e podem não ser 100%
seguros. Espere mais um pouco, enquanto o fabricante ajusta e afina a tecnologia do seu produto.
Biografia: Formado em Engenharia Civil e Elétrica em 1944 pela Escola Nacional de Engenharia da
Universidade do Brasil, abandonou a profissão em 1948 para se dedicar à crítica de arte e ao estudo da
filosofia da natureza e da ciência. Foi professor visitante de Filosofia da Ciência na Universidade de Yale,
Estados Unidos, em 1962 e 1963. Foi coordenador da área de fotografia e professor de Fotografia e
Cinema da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, entre 1977 e 1979. Ensaísta,
colaborou com publicações especializadas em ciências, arte e cultura. No campo da fotografia atuou a
partir de 1960, desenvolvendo basicamente dois temas: o carnaval e o corpo masculino.
Biografia: Santos Dumont projetou, construiu e voou os primeiros balões dirigíveis autênticos. Esse mérito
lhe é garantido internacionalmente pela conquista do Prêmio Deutsch em 1901, quando em um voo
contornou a Torre Eiffel com o seu dirigível Nº 6, transformando-se em uma das pessoas mais famosas do
mundo durante o século XX. Com a vitória no Prêmio Deutsch, ele também foi, portanto, o primeiro a
cumprir um circuito pré-estabelecido sob testemunho oficial de especialistas, jornalistas e populares.
Santos Dumont também foi o primeiro a decolar a bordo de um avião impulsionado por um motor a
gasolina. Em 23 de outubro de 1906, ele voou cerca de 60 metros a uma altura de dois a três metros com
o Oiseau de proie‘ (francês para ―ave de rapina‖), no Campo de Bagatelle, em Paris. Menos de um mês
depois, em 12 de novembro, diante de uma multidão de testemunhas, percorreu 220 metros a uma altura
de 6 metros com o Oiseau de Proie III. Esses voos foram os primeiros homologados pelo Aeroclube da
França de um aparelho mais pesado que o ar, e possivelmente a primeira demonstração pública de um
veículo levantando vôo por seus próprios meios, sem a necessidade de uma rampa para lançamento.
Apesar de a maioria dos países do mundo considerar os Irmãos Wright como os inventores do avião, por
uma decolagem ocorrida em 17 de dezembro de 1903 no Flyer – na verdade, um motoplanador – o 14-Bis
teve uma decolagem auto-propulsada, e por isso, Santos Dumont é considerado no Brasil como o ―Pai da
Aviação‖.
Alice Bill
Biografia: Chegou ao Brasil em 1934. Artista plástica e fotógrafa estudaram pintura com Paulo Rossi
Osíris, Aldo Bonadei, Yolanda Mohalyi e o Grupo Santo Helena. Em 1946 freqüentou os cursos de pintura
e fotografia na University of New Mexico, em Albuquerque e na Art Student‘s League, em Nova York. De
volta a São Paulo em 1948, decidiu se dedicar à fotografia. Neste ano acompanhou uma delegação oficial
do governo em viagem ao centro do Brasil, fotografando os índios Carajás da Ilha do Bananal. Nos anos
50 foi fotógrafa oficial da revista Habitate, para a qual fotografou arquitetura e obras de arte. Convidada
pelo professor Pietro Maria Bardi, diretor do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, realizou,
em 1953 e 1954, uma ampla campanha fotográfica sobre o cotidiano na cidade de São Paulo. Desde os
anos 50, destacou-se como pintora, gravurista e aquarelista, participando de inúmeras exposições
nacionais e internacionais. Formou-se em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(1976) e obteve o título de Mestre (1982) e Doutor (1994) pela Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo. É também autora de ensaios e livros sobre artistas brasileiros.
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André François
Biografia: O interesse pela pintura e o desenho o levam à fotografia, em 1982, como forma de expressão.
Torna-se foto-documentarista registrando diferentes povos na América, Europa e África. Em 1992 passa
um período em São Thomé das Letras, MG, fotografando os trabalhadores das pedreiras e a sociedade
que ali vive. A partir desta experiência funda em 1995 a ImageMagica, organização que atua em escolas e
industrias com o objetivo de propagar a fotografia como meio de conhecimento. A partir de 2005
empreende uma documentação sobre a medicina em cerca de 20 hospitais do país, com a participação
dos pacientes e profissionais da área. Premiado em 1º lugar na categoria Comunicação e Saúde da III
Conferência Latino-Americana de Promoção e Educação para a Saúde e é finalista do Prêmio
Empreendedor Social da Fundação Schwab (2006). Aluno da Escola Focus de Fotografia durante a
decada de 80.
Araquém Alcântara
Biografia: Em 1903, o vendedor de tecidos por amostras e fotógrafo amador Augusto Malta foi contratado
pelo prefeito Pereira Passos para registrar em imagens as transformações que passaria o Rio de Janeiro.
Desde então, acompanhou o prefeito por toda a cidade fornecendo à prefeitura cenas urbanas de antes e
depois do famoso ―bota abaixo‖. Malta permanece na prefeitura mesmo depois da gestão de Pereira
Passos e, sempre muito ligado ao ex-prefeito, oferece à família Passos inúmeras fotos, seja de caráter
particular ou da cidade. Focalizando também os tipos e festas do Rio de Janeiro, podemos dizer que nas
três primeiras décadas do século XX a vida carioca foi documentada pela câmera de Augusto Malta.Em
1911 registra cenas do carnaval carioca, tornando-se o primeiro foto jornalista brasileiro. Que Paris seja
aqui! O chamado afrancesamento que Pereira Passos praticou nas ruas da cidade culminou com a
organização, pela prefeitura, da Batalha de Flores, série anual de desfiles de inspiração requintadamente
européia. Realizado pela primeira vez em 15/08/1903, na Praça da República.
Biografia: Com 10 anos mudou-se para Paris e iniciou aprendizado com o tio José Ferreira Guimarães,
fotógrafo da Corte Imperial Brasileira. A partir de 1923 continuou o aprendizado no Estúdio Reutlinger, um
dos maiores de Paris, onde se tornou assistente aos 15 anos e conheceu os grandes nomes da fotografia
– Nadar, Man Ray – e do cinema. Em 1929 voltou para São Paulo. Trabalhou como foto jornalista
no Diário Nacional (1929) e colaborou na revista São Paulo, ao lado de Cassiano Ricardo e Menotti del
Picchia (1936). Entre 1935 e 1951 dirigiu a Seção de Iconografia do Departamento de Cultura da
Prefeitura de São Paulo, onde produziu e organizou o acervo fotográfico de cerca de 4000 fotos.
Fotografou as atividades do Departamento de Cultura e, entre 1938 e 1945, período em que esteve
diretamente ligado ao prefeito Prestes Maia, documentou as diversas obras empreendidas na cidade,
como a retificação do Rio Tietê, o Túnel da Avenida 9 de Julho e a abertura da Avenida Rebouças. Neste
período produziu uma série de filmes sobre a cidade. Trabalhou na prefeitura até 1965 e passou a dedicar-
se exclusivamente à documentação científica. Em 1968 registrou o primeiro transplante de coração da
América do Sul. Foi crítico de cinema no jornal O Estado de S. Paulo e um dos fundadores da Cinemateca
Brasileira.
Bob Wolfenson
Biografia: Iniciou a carreira aos 16 anos como assistente de fotografia na Editora Abril onde permaneceu
por quatro anos. Em 1974, passou a trabalhar como free-lancer, fazendo algumas revistas técnicas
da Editora Abril, como Químicos e Derivados, Máquinas e Metais. Em 1978, montou seu primeiro estúdio e
estudou Ciências Sociais. Em 1982 mudou-se para Nova Iorque, trabalhou como assistente do fotógrafo
norte-americano Bill King. De volta ao Brasil, sua carreira tomou novo rumo e, a partir de 1985, começou a
fazer editoriais para diversas revistas. A consagração como fotógrafo veio após a exposição Jardim da
Luz, em 1996, no Museu de Arte de São Paulo. Foi responsável por vários ensaios para a Playboy e
diversas capas e editoriais de moda. Atualmente Bob Wolfenson é co-editor da revista da qual ele mesmo
é co-criador, a S/N (lê-se Sem Número)
Celina Yamauchi
Biografia: Obteve o título de Mestre em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de
São Paulo em 2001. Foi assistente do fotógrafo João Musa entre 1994 e 1999. É professora de fotografia
na Faculdade Santa Marcelina e nas Faculdades Integradas Rio Branco. Atua na área das artes visuais e
desenvolve trabalho de expressão pessoal em fotografia desde 1994.
Claudio Edinger
Biografia: Formado em Economia pela Universidade Mackenzie, São Paulo, iniciou a carreira de fotógrafo
em 1975. Morou em Nova Iorque entre 1976 e 1996, onde trabalhou para diversas publicações norte-
americanas – como Time, Newsweek, Vanity Fair, Fortune e Forbes – e ministrou cursos em The New
School e International Center of Photography. Recebeu a Leica Medal of Excellence pelos livros Chelsea
Biografia: Clicio Barroso começou a trabalhar em 1974 de câmera de cinema na Sonima, com George
Füster e Rudolf Iksey, ao mesmo tempo em que cursava a escola de fotografia profissional Camera
Photoagentur/Nikon School. Em 1975, foi contratado pela Editora Abril para ser assistente de fotógrafo,
onde permaneceu um ano antes de embarcar para Nova York e estagiar em diversos estúdios de moda e
publicidade. De volta ao Brasil foi contratado pela MPM Propaganda, fotografando para esta renomada
agência até 1980 quando decidiu abrir seu próprio estúdio. Durante dois anos trabalhou para várias
agências de publicidade até se mudar para Madri, na Espanha. Após sete anos trabalhando na Espanha,
Grécia, Itália e Portugal para inúmeras publicações de moda e agências de propaganda voltaram ao país e
abriu um novo estúdio, desta vez em São Paulo, onde trabalha até hoje. Atualmente, além de fotografar
para revistas e agências, realiza trabalhos de computação gráfica e web design.
Cristiano Mascaro
Biografia: Formado em arquitetura, obteve o título de Mestre (1986) e Doutor (1994) pela Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, onde dirigiu o Laboratório de Recursos
Audiovisuais entre 1974 e 1988. Trabalhou como repórter fotográfico na revista Veja de 1968 a 1972. Foi
professor de fotojornalismo da Enfoco Escola de Fotografia (1972 a 1975) e de comunicação visual na
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Santos (1976 a 1986). Recebeu o prêmio Eugène Atget, Musée
de l‘Art Moderne de la Ville de Paris (1985), a Bolsa Vitae de Artes/Fotografia (1989) e o prêmio de melhor
exposição de fotografia da Associação Paulista de Críticos de Arte (1996). Desenvolve trabalho de
expressão pessoal, fotografando as cidades e sua arquitetura.
Dimitri Lee
Biografia: Autodidata, começou a carreira trabalhando como assistente nos estúdios da Editora Abril em
1978, onde atuou até 1980. Em 1981 montou estúdio próprio e começou a trabalhar com publicidade,
atendendo as principais agências do Brasil. Em 2000 começou a utilizar o formato panorâmico em projetos
de expressão pessoal. Em 1995, criou o primeiro provedor de Internet exclusivamente baseado em
Macintosh no Brasil em parceria com a Apple. Embora tenha muita experiência em informática, tem
resistência no seu uso em fotografia, preferindo usar filme de grande formato.
Egberto Nogueira
Biografia: Cursou Sociologia durante três anos na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Iniciou
sua carreira de fotojornalista na Agência Angular. Trabalhou para as agências Reuters, France Press e
para revistas e jornais como Time, The Face, L´Express, Boston Globe e The Independent. Em 1991 foi
contratado pela revista Veja, onde desenvolveu trabalho de cunho social. Recebeu prêmio do Conselho
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Médico Federal com ensaio sobre o sistema médico no Brasil (1993) e o Prêmio Abril de Jornalismo (1995)
com ensaio sobre a campanha presidencial de Fernando Henrique Cardoso. Desde 1999 atua como
fotógrafo profissional independente e criou, em 2001, a Imã Foto Galeria em parceria com Kiko Ferrite.
Enio Leite
Biografia: Enio Leite foi fotografo de imprensa desde 1967, prestando serviços para os Diários Associados
e professor do Sesc e do Curso de Artes Fotográficas Senac Dr. Vila Nova, São Paulo. Fotografo do Jornal
da Tarde em 1972 -1973. Em 1975, funda a Focus – Escola de Fotografia. Professor de fotografia
publicitária da Escola Superior de Propaganda e Marketing, (ESPM), 1982/84. Mestre em Ciências da
Comunicação em 1990, pela Escola de Comunicação e Artes, USP. Doutor em Fotografia Publicitária, em
1993, pela UNIZH , Suíça.
Atualmente leciona em várias universidades e atua como fotografo independente em agencias de
propaganda e agencias internacionais de notícias. Colabora com artigos sobre fotografia e filosofia da
imagem para veículos nacionais e internacionais.
Evandro Teixeira
Biografia: Inicia a carreira na área de fotojornalismo no jornal Diário da Noite – RJ, na qual se radica e
onde vive desde então. Transfere-se para o Jornal do Brasil em 1963, ali permanecendo até hoje.
Extremamente versátil, destaca-se em diversos campos da cobertura jornalística, desde os temas políticos
até a fotografia de esporte. No primeiro caso, fotografa a chegada do general Castello Branco ao forte
Copacabana durante o golpe militar de 1964, a repressão ao movimento estudantil no Rio de Janeiro, em
1968, e a queda do governo Salvador Allende no Chile, em 1973. No segundo, cobre várias Olimpíadas e
Copas do Mundo, realizando, em 1991, a mostra itinerante Seul & Cia., congregando suas fotografias no
campo do esporte. É autor dos livros Fotojornalismo e Canudos 100 anos.
Elza Lima
Biografia: Formada em história pela Universidade Federal do Pará, Belém (1979), começou a fotografar
profissionalmente em 1985, atuando na área da fotografia documental. Participou do projeto Fotoativo de
documentação do núcleo histórico da cidade de Belém (1985). Trabalhou na Fundação Cultural do Pará
Tancredo Neves, onde criou um acervo fotográfico das manifestações culturais da Amazônia e, em
convênio com a Fundação Nacional do Índio, realizou a documentação fotográfica das tribos indígenas da
Amazônia Legal. Recebeu o Prêmio José Medeiros, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1991);
bolsa do Kunstmuseum des Kantons Thurgau, Suíça (1995), onde residiu por seis meses; o Prêmio Marc
Ferrez, da Funarte (1996); e a Bolsa Vitae de Artes/Fotografia (2000). Integra o Conselho Curador da
Galeria de Arte da Universidade da Amazônia, Belém, desde a sua criação em 1993.
Felipe Hellmeister
Biografia: Foi assistente do fotógrafo Miro no período1992-93, em 1994-95 é fotógrafo contratado da DPZ
Propaganda. Em 1996 forma-se em Cinema pela Fundação Alvares Penteado e passa a atuar como
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fotógrafo freelancer para publicações editoriais e agências de publicidade. Recebeu o Prêmio Conrado
Wessel, 3º lugar, 2005 e o Prêmio Porto-Seguro de Fotografia, Categoria São Paulo, 2008.
Geraldo de Barros
Biografia: Estuda desenho e pintura, a partir de 1945, nos ateliês de Clóvis Graciano, Yoshiya Takaoka e
Colette Pujol. Em 1946, faz suas primeiras fotos com uma câmera construída por ele mesmo. Inicialmente,
fotografa jogos de futebol na periferia de São Paulo. Ainda nesse período, realiza experimentações que
consistem em interferências no negativo, como cortar, desenhar, pintar, perfurar, solarizar e sobrepor
imagens. É um dos fundadores do Grupo 15, ateliê instalado no centro da cidade em 1947, onde constrói
um laboratório fotográfico. No mesmo ano, ingressa no Foto Cine Clube Bandeirantes – FCCB, principal
núcleo da fotografia moderna brasileira. Realiza a exposição Fotoformas em 1950. Sua trajetória artística o
coloca na linha de frente da fotografia experimental. Em 1951, com bolsa do governo francês vai para
Paris, onde estuda litografia na École National Superiéure des Beaux-Arts.
German Lorca
Biografia: Formou-se em ciências contábeis pelo Liceu Acadêmico em 1940. Em 1948 se filiou ao Foto
Cine Clube Bandeirante. Investiu na sua própria formação e começou a registrar a paisagem da cidade de
São Paulo. Exerceu a atividade de contador até 1952, ano em que abriu seu próprio estúdio fotográfico e
foi contemplado com o Prêmio Alexandre Del Conte por ocasião da Exposição Internacional de Buenos
Aires, Argentina. Foi fotógrafo oficial das comemorações do IV Centenário da Cidade de São Paulo (1954)
e passou a dedicar-se exclusivamente à fotografia, atuando principalmente na área de publicidade.
Conquistou vários prêmios nesta área como Medalha ao Mérito (1961) e Menção Honrosa (1962)
concedidos pelo Art Directors Club de Miami (Estados Unidos) e Prêmio Colunistas (1986 e 1989) da
revista Meio & Mensagem, entre outros. Em 1966 construiu um dos maiores estúdios de fotografia
publicitária de São Paulo. Paralelamente, sempre desenvolveu trabalhos de expressão pessoal em
fotografia e registrou as transformações da cidade de São Paulo ao longo do século 20.
Gui Paganini
Biografia: Em 1987 após o 3º ano de engenharia decide ser fotógrafo de moda. Seus primeiros trabalhos
foram para a revista Moda Brasil, que o revelou nesse campo. Realiza alguns trabalhos para a Playboy no
início dos anos 90. Seu primeiro editorial é para a revista Vogue em 1996. Tem trabalhado para as
melhores revistas de moda, tais como Vogue, Marie Claire, Elle, L‘Officiel, Mag, e realizado campanhas
publicitárias e catálogos para as principais empresas do ramo.
Biografia: Cursou fotografia em 1939 com o fotógrafo de museu Grete Karplus em Berlim. No mesmo ano
mudou-se para São Paulo com a família, em virtude da guerra. Iniciou sua carreira como assistente do
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fotógrafo alemão Peter Scheier (1940). Trabalhou com litografia e fotolito na Companhia Lithografica
Ypiranga (1941 a 1943) e com fotografia de produtos e publicidade na Indústria Gráfica Niccolini S.A.
(1943 a 1945). A partir de então montou seu próprio estúdio, dedicando-se à fotografia de indústrias,
arquitetura e publicidade. Em 1948 fotografou para o calendário anual da Pirelli. Produziu cerca de 40 mil
fotos, documentando e registrando o desenvolvimento industrial e o crescimento urbano de São Paulo.
Recebeu a Comenda do Japan Photo Culture Association (1975) e o prêmio de 1o lugar em foto
publicitária no 5o Salão Profissional de Arte Fotográfica, SEAFESP, São Paulo (1979).
Isabel Garcia
Biografia: Graduou-se em cinema pela Universidade Federal Fluminense e em comunicação social pela
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Entre 1975 e 1982 trabalhou como fotojornalista para a
Bloch Editores. Em 1983 abriu estúdio próprio no Rio de Janeiro e colaborou para as revistas de moda
Elle, Vogue e Marie Claire, realizando também campanhas publicitárias. Mudou-se para França em 1992,
onde colaborou com revistas europeias de moda, realizou catálogos e fotos para publicidade. Foi
contemplada com Menção Honrosa, categoria Cor, no Nikon Photo Contest International 1980/1981 e
ganhou o Prêmio Abril de Jornalismo em 1993, na categoria Foto Externa. Desde 1995 divide seu tempo
entre Nova Iorque e Paris.
Biografia: Cristiano Júnior, nome pelo qual ficou conhecido, era provavelmente português de nascimento.
Em 1862 já estava no Brasil exercendo a profissão de fotógrafo em Maceió, Alagoas. Logo a seguir
transferiu-se para a capital do Império e assim que chegou ao Rio de Janeiro fez uma série de anúncios
propondo-se ―a tirar retratos por qualquer sistema fotográfico onde for chamado, seja qual for a distância‖.
Neste primeiro momento ainda não se encontrava estabelecido e solicitava aos eventuais fregueses que o
chamassem ―por escrito no hotel Brisson, Rua da Ajuda 57B‖. Além de retratos o anunciante aceitava
pedidos de encomenda e ―quadros e cestas de flores e frutas de cera‖. Apesar de manter o estúdio do Rio
de Janeiro, Cristiano Júnior, desde o ano de 1867, buscava expandir as suas atividades na Argentina. Em
1871 recebeu a medalha de ouro na Primeira Exposição Nacional daquele país com a série de fotos Vistas
y costumbres de la Republica Argentina. Em 1876 alcançou novamente o grande prêmio na segunda
exposição anual da Sociedade Científica Argentina com uma coleção de Retratos y vistas de costumbres y
paysages. Apesar desse sucesso, faleceu pobre e quase cego, em Assunção, no Paraguai, onde passou
seus últimos anos.
José Yalente
Nascimento: 1896-1967
Área de atuação: Fotos do Cotidiano
Biografia: São Paulo, José Vicente Eugenio Yalente disse: ―Há assuntos que só podem ser pintados e
nunca fotografados, pois convencem exclusivamente pelas suas cores, e há outros que só podem ser
fotografados, e nunca pintados, pois convencem pelas suas formas geométricas e as linhas que
perfazem.‖ Realizou fotos de contra luz, de vultos, escadarias… Uma das mais famosas é de 1945:
―Embarque‖ (contra luz). Foi um dos fundadores do Foto Cine Clube Bandeirantes, em 29 de abril de 1939,
na cidade de São Paulo.
Juan Esteves
Biografia: Iniciou a carreira profissional como fotógrafo independente, colaborando com agências
nacionais e internacionais (1980-1984). Foi repórter fotográfico dos jornais A Tribuna, deSantos (1985), e
Folha de S. Paulo, onde atuou também como editor-adjunto de fotografia (1986–1994). Desde então
trabalha como fotógrafo independente para a imprensa, editoras e gravadoras de discos. Suas fotos foram
publicadas em jornais e revistas do Brasil e do exterior, como Elle, Isto É, Jornal do Brasil, O Estado de S.
Paulo, O Globo, Veja, Vogue, Stern, Time, Newsweek e Marie Claire, entre outros. Vive em São Paulo.
Klaus Mitteldorf
Biografia: Formado em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Brás Cubas, de Mogi das
Cruzes (1978), fotografa desde 1975. Atuou inicialmente em fotojornalismo e a partir de 1982 especializou-
se em moda e publicidade, fotografando para diversas revistas nacionais e internacionais. Dirige filmes
comerciais e curtas-metragens. Foi premiado no Nikon Photo Contest International em 1980, 1982 e 1986;
recebeu o Prêmio Fundação Conrado Wessel de Fotografia em 2002.
Luís Humberto
Biografia: Formado em arquitetura pela Universidade do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de
Janeiro), foi co-fundador da Universidade de Brasília, onde lecionou fotografia. Exerce a profissão de
fotógrafo desde 1966. Trabalhou nas revistas Realidade, Veja e Isto é. Foi diretor de arte e editor de
fotografia do Jornal de Brasília. Dirigiu o Teatro Nacional de Brasília e foi diretor executivo da Fundação
Cultural do Distrito Federal. Recebeu o prêmioNikon Photo Contest International, Tóquio-Japão (1975) e o
Prêmio Augusto Rodrigues de Fotografia da Info-Funarte e Universidade Santa Úrsula, Rio de Janeiro.
Desenvolve trabalho de expressão pessoal e escreve ensaios teóricos sobre fotografia. Lança o
livro Fotografia, a Poética do Banal, em 2004.
Biografia: Autodidata, iniciou a carreira profissional em 1963 como fotógrafo de eventos. De 1969 a 1978
colaborou na Editora Abril, participando de todas as revistas do grupo e ganhando vários prêmios como
profissional do ano. A partir de 1978 atua no campo da publicidade e colabora em outras revistas. Em
1991 inicia a atividade de diretor e fotógrafo de filmes publicitários, permanecendo na área de cinema com
projetos de curta e longa metragem.
Biografia: Iniciou-se na arte da fotografia e da escultura em 1964. Estudou na Art Student‘s League de
Nova Iorque (1969-1970). Participou da 11ª., 12ª., 13ª.,14ª.,17ª. Bienal Internacional de São Paulo. Em
1980 e 1995 recebeu o prêmio Melhor Fotógrafo do Ano da Associação Paulista de Críticos de Arte, em
1996 o Prêmio Nacional deFotografia da Funarte e em 2004 o Prêmio Mario Pedrosa da Associação
Brasileira de Críticos de Arte. É internacionalmente reconhecido pelo seu trabalho de expressão pessoal
em fotografia.
Marcio Scavone
Biografia: Começou a fotografar muito cedo, trabalhando como assistente fotográfico na área publicitária
(1969-1970). Dirigiu o departamento de fotografia da Alcântara Machado Periscinoto Comunicações
(1973). Estudou fotografia no Ealing College, em Londres, graduando-se em Professional Photography
(1974-1976). De volta a São Paulo em 1977, abriu seu estúdio de fotografia, no qual continuou atuando na
área publicitária e dedicou-se ao retrato. Seus retratos de celebridades e empresários foram publicados
nas revistas Vogue e Carta Capital. Em 1985, participou da criação da Associação Brasileira dos
Fotógrafos de Publicidade (Abrafoto). Colaborou com a revista Íris, mantendo uma coluna sobre questões
estéticas e história da fotografia (1995-1996), e atua na área editorial.
Manuk Poladian
Biografia: Manuk Poladian, tem a fotografia em suas raízes, segunda geração de uma família de
fotógrafos, seu trabalho não está somente nas fotos sociais, sua paixão por encontrar a melhor luz no
melhor momento e no melhor ângulo é uma procura incansável e que a cada dia treina seu olhar. As fotos
autorais de Manuk, fazem sucesso não só no Brasil como em todo o mundo, onde ja foi consagrado em
vários concursos e exposições.
Biografia: Filho de diplomata brasileiro, é pintor, fotógrafo, diretor de cinema, além de criador de
instalações multimídia. Atualmente vive e trabalha no Rio de Janeiro. Entre a pintura e a fotografia, optou
pela câmera. Em 1972, uma reportagem sobre a prostituição em El Salvador, o tornou famoso, e em 1980,
ingressou na agência Magnum, é correspondente em Paris, e se destaca pelo uso de cores saturadas em
seus trabalhos. Desde 1980, realiza instalações audiovisuais utilizando fotografia, pintura, cinema e expõe
regularmente no Brasil e no exterior. Entre seus numerosos prêmios destaca-se o Prêmio Kodak de Crítica
Fotográfica, recebido em 1982.
Nelson Kon
Pierre Verger
Pedro Martinelli
Biografia: Começou no jornalismo como fotógrafo em A Gazeta Esportiva. Passou pelo Diário do Grande
ABC e O Globo, quando cobriu a expedição de contato dos índios Kranhacãrore (hoje chamados Panará).
Trabalhou depois na revista Veja e chefiou o ―Estúdio Abril‖. Desde 1994, dedica-se à documentação da
vida do homem da Amazônia, da qual resultou em livro. Em 1970, quando o regime militar botou em
marcha os primeiros acordes do chamado ―Plano de Integração Nacional‖ e iniciou a construção de
rodovias que cortariam a floresta amazônica, Pedro, então com 20 anos, foi escalado pelo jornal O Globo
para cobrir a célebre expedição de ―atração‖ dos chamados Kranhacãrore, os ―índios gigantes‖, na rota da
abertura da rodovia Cuiabá-Santarém. Recebeu o prêmio Esso de Jornalismo na categoria Informação
Científica, Tecnológica e Ecológica (1996) e publicou os livros, Amazônia, gente da água, Mulheres da
Amazônia e Gente do Mato.
Biografia: Chegou ao Brasil em 1930 com sua família, fixando residência em São Paulo, onde seu pai foi
o fundador da primeira Fotoptica, loja de fotografia especializada em equipamentos fotográficos. Graduou-
se em engenharia mecânica e elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e trabalhou
como fotógrafo, professor, produtor, diretor de cinema e empresário. No campo da fotografia, desenvolve
trabalho de expressão pessoal e documental. Atua também como incentivador e organizador de
exposições, concursos e premiações. Foi responsável pelo projeto e instalação de laboratórios fotográficos
em várias instituições, entre as quais o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateuabriand (1950), o
Instituto de Eletrotécnica (1954), Instituto de Polícia Técnica (1957) e a escola de Comunicações e Artes
(1970), os três últimos pertencentes à Universidade de São Paulo. Foi diretor de filmes documentários,
bem como produtor e fotógrafo de cinema. A partir de 1968 produziu ou co-produziu trinta e três
documentários de curta e média-metragem e oito longas-metragens. Em 1969, passou a lecionar fotografia
nos departamentos de cinema e jornalismo da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São
Paulo, na qual obteve o grau de doutor em comunicação em 1977. Na década de 70, lançou a revista
Fotopticade São Paulo desde 1987 e preside o Conselho da Cinemateca Brasileira de São Paulo desde
1995, na qual também foi diretor em 1993. Recebeu vários prêmios entre os quais o 4º. Prêmio Nacional
de Fotografia da Funarte (1998), a Medalha de Ordem do Mérito Cultural outorgada pelo presidente da
República (2000) e o Prêmio Especial Porto Seguro de Fotografia (2005). , especializada em fotografia, e
em 1979 fundou, com Rosely Nakagawa, a Galeria Fotoptica, pioneira na difusão e comercialização de
fotografias no país. Integra o Conselho da Fundação Bienal .
Tuca Reinés
Tuca Vieira
Biografia: Formou-se em Letras pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade
de São Paulo (1998). Estudou fotografia com Cláudio Feijó, Eduardo Castanho, André Douek, Nair
Benedicto e Eder Chiodetto. Trabalhou no Museu da Imagem e do Som, na Agência N-Imagens e atua
como fotógrafo profissional desde 1991. Recebeu o Prêmio Folha de Jornalismo – categoria fotografia
(2003), o Prêmio Grupo Nordeste de Fotografia – categoria profissional (2005) e foi contemplado
no Concurso de apoio à produção de artes visuais, fotografia e novas mídias da Secretaria de Estado da
Cultura de São Paulo, com o qual realizou o projeto Fotografia de Rua. Integra a equipe de fotografia do
jornal Folha de S. Paulo, e desde 2002 desenvolve projetos com temas como a cidade, a paisagem
urbana, arquitetura e urbanismo.
Começou a ser conhecido devido às suas ações espectaculares. Mandou pintar o edifício onde se
encontrava seu estúdio e colocou na fachada um painel de 15 metros com o seu nome. O edifício, no
Em 1854 acabou o seu primeiro «PanthéonNadar», um conjunto de dois painéis gigantes apresentando
caricaturas de parisienses conhecidos. Foi ao preparar o seu segundo «PanthéonNadar», que começou a
fotografar as personagens que tencionava caricaturar. É por isso que os retratos do ilustrador Gustave
Doré e do poeta Charles Baudelaire, assim como os do escritor Théophile Gautier e do pintor Eugène
Delacroix, todos realizados por volta de 1855, têm uma pose natural, que contrastava com as poses hirtas
e formais dos retratos da época.
Nadar era um inovador e em 1855 patenteou a idéia de utilizar a fotografia aérea na cartografia. Tipo de
fotografia que só conseguiu realizar três anos depois, em 1858, quando conseguiu tirar a primeira
fotografia aérea de sempre de um balão.
Por volta de 1863, Nadar construíu um enorme balão de ar quente, com cerca de 6000 m3, chamado Le
Géant (―O Gigante‖), inspirando Júlio Verne na sua obra Cinq semaines en ballon (Cinco Semanas em
Balão). Foi criada a ―The Society for the Encouragement of Aerial Locomotion by Means of Heavier than
Air Machines‖, com Nadar como presidente, e Júlio Verne como secretário.
Em Abril de 1874, cedeu o seu estúdio de fotografia a um grupo de pintores (Monet, Renoir, Pissarro,
Sisley, Cézanne, Berthe Morisot e Edgar Degas), numa altura em que o impressionismo era rejeitado pela
crítica, o que lhes possibilitou apresentarem a primeira exposição de impressionismo, sem ser no Salon
des Refusés (Salão dos Recusados).
Em 1885, fotografou Victor Hugo na sua cama, aquando a sua morte. É referido como sendo o autor (em
1886) da primeira ―entrevista fotográfica‖ (do químico Michel Eugène Chevreul). Tirou também fotografias
com motivos eróticos.
A nova invenção veio para ficar. A Europa se viu aos poucos, substituída por sua imagem fotográfica. O
mundo tornou-se, assim portátil e ilustrado.
O homem moderno diante desse novo cenário, não tinha mais tempo para ler. Tinha que ver para crer!
Não podia mais contar com a lentidão e imperfeição das imagens produzidas artesanalmente por
desenhistas e pintores de sua época.
―É preciso ter visto a cousa com os seus próprios olhos para se fazer ideia da rapidez e do resultado da
operação. Em menos de 9 minutos, o chafariz do Largo do Paço, a Praça. do Peixe e todos os objetos
circunstantes se achavam reproduzidos com tal fidelidade, precisão e minuciosidade, que bem se via que
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a cousa tinha sido feita pela mão da natureza, e quase sem a intervenção do artista.‖ (Jornal do Comércio,
17.01.1840,p.2)
Afastados geograficamente das metrópoles, o estágio de desenvolvimento do país era bem inferior
àqueles das metrópoles europeias. As novidades aqui eram muito bem recebidas, tornando- se moda num
prazo bem curto de tempo. Os debates na Europa em relação a validade ou não da fotografia enquanto
manifestação artística, comparada à pintura, não encontrariam espaço no Brasil durante as primeiras
décadas. A sociedade brasileira do período do Império estava mais preocupada em usufruir a nova
técnica, conhecida até então teoricamente, em se deixar fotografar do que em refletir sobre os aspectos
artísticos e culturais do novo invento.
O Brasil desta época, agrário e escravocrata, tinha a sua economia voltada para a cultura do café, visando
exclusivamente o mercado externo e dependendo dele para importações de outros produtos. A sociedade
dominante ainda cultuava padrões e valores estéticos arcaicos, puramente acadêmicos, já ultrapassados
em seus respectivos países de origem, que só seriam questionados e combatidos com a Semana de Arte
Moderna de 1922.
Os Senhores do Café e a sociedade como um todo, tinham uma visão de mundo infinitamente estreita e só
poderiam conceber a fotografia como mágica divertida, mais uma invenção europeia maluca!
Em suas constantes idas a Paris, Dumont apaixona-se por fotografia e compra seu primeiro equipamento
fotográfico. De volta ao Brasil, monta seu laboratório e aos poucos vai demonstrando interesse em
registrar o vôo dos pássaros até conceber os primeiros princípios da aviação. Daí para chegar ao 14 Bis e
ao Relógio de Pulso foi um pequeno passo…
Por mais paradoxal que seja, foi justamente dentro desse cenário que o Brasil, do outro lado do Atlântico,
disparava na frente das grandes metrópoles europeias, descobrindo a fotografia no interior do Estado de
São Paulo, em 15 de agosto de 1832.
Francês, natural de Nice, Florence chegou ao Brasil em 1824 e durante os 55 anos que aqui viveu até a
sua morte, na antiga Vila de São Carlos – Atual Campinas/SP, dedicou-se a uma série de invenções. Entre
1825 e 1829, participou como desenhista de uma expedição científica, para registrar a Fauna e Flora
Brasileira, chefiada pelo Barão Georg Heirich von Langsdorff, cônsul geral da Rússia no Brasil. De volta da
expedição, Florence casou-se com Maria Angélica Alvares Machado e Vasconcelos, em 1830.
Durante a década de 30, Florence deu sentido prático á sua descoberta que ele próprio denominou
de ―Photographie‖: imprimia fotograficamente diplomas maçônicos, rótulos de medicamentos, bem como
fotografara desde 1832 alguns aspectos de sua Vila, isto é, cinco anos antes do Inglês John Herschel, a
quem a história sempre atribuiu o mérito de ter criado o vocábulo.
Alguns exemplares de Florence existem até hoje, e podem ser vistos no Museu da Imagem e do Som, SP.
Sua contribuição, entretanto, só ficou sendo conhecida pelos habitantes de sua cidade, e por algumas
pessoas na Capital de São Paulo e Rio de Janeiro, não surtindo, na época, qualquer outro tipo de efeito,
conforme exaustivas pesquisas e investigações do Historiador Boris Kossoy.
1515 – O italiano Leonardo da Vinci descreve cientificamente a câmera escura. Precursora das câmeras
fotográficas atuais consiste em uma sala totalmente escura, com um pequeno orifício em uma das paredes
através do qual a luz passa, projetando imagens invertidas dos objetos externos na parede oposta à
abertura. No final do século XVI, colocam-se lentes no orifício para melhorar a projeção das imagens.
Nesse período, a câmera escura era usada pelos pintores para copiar imagens da natureza.
1727 – O professor alemão Johann Heinrich Schulze constata que a luz provoca o escurecimento de sais
de prata. Essa descoberta, em conjunto com a câmera escura, fornece a tecnologia básica para o
posterior desenvolvimento da fotografia.
1826 – O físico francês Joseph Nicéphore Niépce consegue fixar a primeira imagem fotográfica conhecida,
uma paisagem campestre vista da janela de sua casa. Ele coloca uma placa sensibilizada quimicamente
dentro de uma câmara escura com orifício para exposição à luz, processo que demora, na época, oito
horas.
1835 – O pintor francês Louis Daguerre descobre que placas de cobre cobertas com sais de prata
conseguem captar imagens, que podem se tornar visíveis ao ser expostas ao vapor de mercúrio. Isso o
leva a desenvolver, em 1939, o daguerreótipo, aparelho capaz de fixar a imagem com um tempo menor de
exposição (em geral 30 minutos), o que possibilita realizar fotografias mais rápidas. Cada uma ainda é
exemplar único, do qual não é possível fazer cópias.
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1839-1840 – O físico britânico William Henry Fox Talbot cria uma base de papel emulsionada com sais de
prata que registra uma matriz em negativo a partir da qual é possível fazer cópias positivas. Esse
processo, chamado de calótipo e patenteado em 1841, é mais barato do que o de Daguerre, tornando
a fotografia mais acessível e mais presente na vida das pessoas. Entre 1844 e 1846 Talbot publica The
Pencil of Nature, o primeiro livro ilustrado com fotografias.
1840 – O norte-americano Alexander Wolcott abre o primeiro estúdio fotográfico do mundo em Nova York
(EUA), onde realiza pequenos retratos com um daguerreótipo. No ano seguinte, começa a funcionar o
primeiro estúdio europeu, em Londres (Reino Unido), dirigido pelo fotógrafo britânico Richard Beard.
1851 – O escultor britânico Frederick Scott Archer desenvolve o processo chamado de colódio úmido,
negativo feito sobre placas de vidro sensibilizadas com uma solução de nitrocelulose com álcool e éter. O
fotógrafo tem de sensibilizar a placa imediatamente antes da exposição e revelar a imagem logo depois.
Esse processo é 20 vezes mais rápido que os anteriores e os negativos apresentam uma riqueza de
detalhes semelhante à do daguerreótipo, com a vantagem de permitir a produção de várias cópias.
1854-1910 – Nesse período desenvolve-se o movimento denominado pictorialismo, que se caracteriza por
uma tentativa de aproximação da fotografia com a pintura. Para isso, os fotógrafos retocam e pintam as
fotos, riscam os negativos ou embaçam as imagens. Também empregam em suas obras composições e
assuntos característicos da pintura. Seus temas são, em geral, paisagem, natureza-morta e retrato. Entre
os grandes fotógrafos dessa fase está o francês Félix Nadar, o primeiro a realizar fotos aéreas a partir de
um balão, em 1858. Apesar do preconceito de alguns pintores em relação à fotografia, vários se baseiam
em fotos para pintar, como os franceses Ingres e Delacroix e, posteriormente, muitos impressionistas.
1855 – O britânico Roger Fenton fotografa durante quatro meses a Guerra da Criméia (1853-1856). Para
fazer seutrabalho, transforma uma carruagem puxada por cavalos em quarto escuro, onde revela as
chapas. Ao todo, produz 360 fotografias. Realiza assim a primeira grande documentação de uma guerra e
dá início ao fotojornalismo.
1861-1865 – O norte-americano Mathew Brady faz a cobertura da Guerra Civil Americana e torna-se um
dos primeiros fotojornalistas do mundo.
1871 – O médico britânico Richard Maddox cria as chapas secas de gelatina com sais de prata, em
substituição ao colódio úmido. Fabricadas em larga escala a partir de 1878, marcam o início da fotografia
moderna. A grande vantagem em relação ao colódio úmido é que os fotógrafos podem comprar as chapas
já sensibilizadas quimicamente, em vez de ter de prepará-las antes da exposição.
1878 – O inglês Edward Muybridge, fotógrafo inglês (9 de abril de 1830 – 8 de maio de 1904) reproduz em
fotografia o movimento de um cavalo galopando. Conhecido por seus experimentos com o uso de
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múltiplas câmeras para captar o movimento, além de inventor do zoopraxiscópio- dispositivo para projetar
os retratos de movimento que seria o precursor da película de celulóide (filme) e do cinema.
1880 – Publicação da primeira fotografia pela imprensa, na capa do jornal Daily Herald, de Nova York
(EUA). Mas somente no início do século XX o uso de fotografias nos jornais e revistas torna-se comum.
1882 – O francês Aphonse Bertillon inventa o sistema de identificação de criminosos através da ampliação
fotográfica das impressões digitais.
1888 – O norte-americano George Eastman desenvolve a primeira câmera portátil, a Kodak, vendida com
um filme em rolo de papel suficiente para tirar 100 fotografias. Terminado o rolo, o cliente manda a câmera
inteira para a empresa Eastman, que revela o filme e faz as cópias, devolvendo o aparelho com um novo
rolo de filme. O lema da Eastman é ―Você aperta o botão, nós fazemos o resto‖. A simplicidade da câmera
Kodak é responsável pela popularização da fotografia amadora. No ano seguinte, Eastman substitui o
filme de papel por um de plástico transparente à base de nitrocelulose.
1902 – O norte-americano Alfred Stieglitz funda o movimento fotossecessão, no qual a foto passa a ser
valorizada como expressão artística própria, diferente das demais artes. Os fotossecessionistas defendem
a fotografia sem retoques ou manipulação nos negativos e nas cópias, em reação ao pictorialismo. A
fotografia se aproxima do abstracionismo, com ênfase na forma e não no objeto em si. O trabalho dos
fotossecessionistas é divulgado pela revista Camera Work, fundada por Stieglitz e publicada entre 1903 e
1917. Edward Steichen, Alvin Langdon Coburn e Paul Strand estão entre os principais nomes do
movimento.
1915 – Com o aperfeiçoamento dos processos de impressão, os jornais diários começam a utilizar a
fotografia com mais frequência para ilustrar as reportagens, em substituição ao desenho. A presença de
fotos na imprensa firma-se com os jornais Daily Mirror, de Londres (Reino Unido), e Ilustrated Daily News,
de Nova York (EUA).
1919-1938 – Ao final da I Guerra Mundial, a fotografia liga-se a movimentos artísticos de vanguarda, como
o cubismo e o surrealismo. Fotógrafos como o norte-americano Man Ray e o húngaro László Moholy-Nagy
trabalham em estreita ligação com pintores e outros artistas. As técnicas de fotomontagem (manipulação
de negativos) e fotograma (imagem direta sobre o papel fotográfico, sem o uso do negativo e da câmera)
são amplamente usadas.
1923 – O norte-americano Edward Weston introduz a fotografia pura, sem retoques ou manipulações. Ele
adota o uso mais realista e direto da câmera, com certa ênfase na forma abstrata, porém sem impedir a
identificação do objeto fotografado.
1925 – Na Alemanha surge um estilo realista conhecido como Nova Objetividade, que propõe uma
fotografia puramente objetiva, em oposição ao pictorialismo. Seu maior representante é Albert Renger-
Patzsch, autor de fotografias que se caracterizam por linhas fortes, documentação factual e grande
realismo. Outro expoente do movimento é August Sander.
Erich Salomon
1929 – As fotografias começam a ocupar grande espaço na publicidade, considerada um dos principais
processos de criação artística nesse período. Vários profissionais importantes na época, como Cecil
Beaton, Man Ray, Moholy-Nagy e Edward Steichen, fazem fotografias publicitárias paralelamente ao seu
trabalho artístico pessoal.
1932 – O francês Henri Cartier-Bresson começa sua carreira como fotojornalista, desenvolvendo um estilo
definido por ele como a busca pelo ―momento decisivo‖, isto é, pelo instante fugaz em que uma imagem se
forma completamente em frente à câmera. Por isso, não realiza nenhum tipo de retoque ou manipulação
das imagens. Cartier-Bresson torna-se o mais influente fotojornalista de sua época. Entre os seguidores do
seu estilo estão Robert Doisneau, Willy Ronis e Edouard Boubat.
1932 – Fundação do grupo (64, nos Estados Unidos (EUA), os fotógrafos Ansel Adams, Edward Weston e
seu filho Brett, Willard Van Dyke, Imogen Cunningham e Sonia Noskowiak. O nome refere-se à mínima
abertura das lentes (diafragma) que permite a máxima profundidade de campo com o máximo de nitidez, a
principal proposta do grupo.
1935 – Os norte-americanos Leopold Godowsky Jr. e Leopold Mannes inventam o filme Kodachrome, que
permite a obtenção de transparências (slides) coloridas com grande riqueza de detalhes e de tons,
próprias para reprodução ou projeção.
1935-1943 – A Farm Security Administration, entidade criada pelo presidente norte-americano Franklin
Roosevelt para estudar e diminuir os problemas da população rural dos Estados Unidos (EUA) durante a
Grande Depressão, recorre à fotografia para registrar suas atividades, dando impulso à fotografia
documental e de denúncia social. Destacam-se o trabalho dos fotógrafos Walker Evans, Dorothea Lange,
Margareth Bourke-White, Ben Shahn, Arthur Rothstein e Gordon Parks.
1936 – O norte-americano Henry Luce funda a revista Life, nos Estados Unidos (EUA), com o objetivo de
substituir a fotografia acidental, improvisada, por uma edição de fotografia planejada. Os fotógrafos a
serviço da revista, um marco da fotorreportagem mundial, são pautados para cada matéria e encorajados
a produzir uma grande quantidade de imagens para dar mais opções de escolha aos editores. Vários dos
principais nomes do fotojornalismo mundial trabalham para a Life, entre eles Robert Capa, que faz a
cobertura de guerras em todo o mundo, durante vinte anos, até morrer no Vietnã, ao pisar em uma mina
terrestre. Entre suas fotos mais famosas estão Morte de um Soldado Legalista (soldado sendo alvejado na
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Guerra Civil Espanhola, entre 1936-1939) e a série de imagens feitas durante o desembarque das tropas
aliadas na Normandia, em 1944, durante a II Guerra Mundial.
1942 – A Kodak introduz o filme Kodacolor, negativo colorido que permite a confecção de cópias em cores.
Em 20 anos, o Kodacolor torna-se o filme mais popular entre os fotógrafos amadores. A empresa alemã
Agfa, que havia desenvolvido o processo negativo-positivo colorido Agfacolor em 1936, começa a
comercializá-lo apenas em 1949, devido à eclosão da II Guerra Mundial.
1945 – A empresa austríaca Voigtländer desenvolve as lentes zoom, que permitem fotografar objetos
situados a grande distância da câmera.
1947 – Os fotógrafos Robert Capa, Daniel Seymour, Henri Cartier-Bresson e George Rodger fundam nos
Estados Unidos (EUA) a agência cooperativa Magnum. Nela trabalham os principais nomes do
fotojornalismo mundial, entre eles o norte-americano Eugene Smith, o suíço Werner Bischof e o brasileiro
Sebastião Salgado.
1948 – O norte-americano Edwin Land desenvolve a câmera Polaroid, que tira fotos instantâneas em preto
e branco.
Década de 50 – Após a II Guerra Mundial, uma corrente da fotografia volta a passar por uma fase
abstracionista e deixa de ter o compromisso de registrar a realidade. Adota-se o uso expressivo e
1955 – O fotógrafo norte-americano Edward Steichen organiza no Museu de Arte Moderna de Nova York
(MoMA) a exposição The Family of Man, uma seleção de cerca de 500 fotos tiradas em 68 países que
registram todas as fases da vida humana, do nascimento à morte. A exposição, que teve grande
repercussão mundial e se tornou um marco da fotografia documental, é levada a vários países e dá origem
a um livro com diversas edições.
1959 – Lançamento do livro The Americans, do fotógrafo norte-americano Robert Frank, registro
fotográfico da viagem que fez pelos EUA com o poeta beat Jack Kerouak. Frank rompe com a tradição da
fotografia documental, imparcial e distante, dando às suas imagens um caráter subjetivo.
Década de 70 – As fotografias ganham maior importância como obras de arte. Começam a ser produzidas
com mais freqüência em formato de livro, são exibidas em galerias e museus e compradas por
colecionadores. A fotografia passa também a ser objeto de estudo acadêmico, como arte que deve ser
compreendida e estudada, a exemplo das demais manifestações artísticas (pintura, música, literatura,
entre outras). A fotografia documental continua a ser desenvolvida, apesar de ter perdido espaço para a
televisão e o cinema. Aumenta o uso da cor, em especial na fotografia de moda e de publicidade.
Década de 80 – Nesse período, é reforçada a visão da fotografia como obra capaz de transmitir
informação e prazer, mas também como meio de comunicar mensagens políticas e sociais. Cresce a
importância da imagem fotográfica como instrumento da publicidade. Um dos principais nomes da
fotografia publicitária é o italiano Oliviero Toscani, ao tratar de questões como tabus, violência e racismo
em seus trabalhos. Natural de Milão, 28 de fevereiro de 1942, criou campanhas publicitárias polêmicas
para a marca italiana Benetton, iniciada em 1982. A maioria de suas campanhas era institucional, o alvo
era propaganda de marca e não de produto, normalmente composta apenas por uma fotografia polêmica e
o logo da companhia. Técnicas antigas de reprodução voltam a ser utilizadas para a produção de imagens
mais elaboradas e verifica-se uma tendência a se reduzir o número de cópias de uma fotografia.
1993 - Glass Tears, de Man Ray, torna-se a fotografia mais cara do mundo, ao ser vendida por US$ 65
mil.
1997 – A Maison Européenne de la Photographie (França) realiza a exposição Des Européens, que
apresenta 20 fotos inéditas de Henri Cartier-Bresson. A mostra reúne ainda outras 160 imagens realizadas
pelo fotógrafo francês entre os anos 30 e 70.
Resolvi tirar da gaveta (e do cofre) um instrumento que vai, certamente, mudar a vida daqueles que
sentem-se insatisfeitos quando olham as suas imagens e não conseguem as mesmas cores do arquivo
original enviado aos laboratórios profissionais. Aquele céu lindo que ficou apagado quando comparado ao
que se via no monitor … aquela mulher bronzeada que ficou com pele esverdeada parecendo recém-
chegada de Marte … coisas de fazer qualquer fotógrafo querer cortar os pulsos!
Reclamar? Mas com que base técnica que devolva a tristeza a quem cometeu aquela aberração cromática
e o obrigue a repetir a impressão? Fica aquele jogo de empurra-empurra que não resolve a situação e
quem acaba tendo que engolir aquele sapo (que era verde mas virou magenta … hehe) é, quase sempre,
o cliente, ou seja, VOCÊ!!
É algo muito simples e vou usar esse espaço que ganhei do meu amigo Diogo Guerreiro sempre nesse
sentido de ajudar a todos os fotodgnianos com ferramentas fiáveis e fáceis de usar que possam garantir
resultados precisos, principalmente, quando o Cliente quer (e precisa) de fidelidade nas cores, por
exemplo, de seus posters de loja no formato 1,80 x 0,80 m onde não há como arcar com os custos de
repetição de trabalhos que não correspondem às suas peças ou quando o vestido branco daquela noiva
exigente (como todas elas) ficou como se tivesse sido tingido de magenta.
Conseguiram (?) perceber como é importante ter algo para colocar diante do nariz do impressor e exigir
que o erro seja reparado de forma profissional como se espera de alguém que vende profissionalismo (?).
Ganhei essa ferramenta de uma das pessoas mais capazes que é responsável pelo Departamento de
Impressões Profissionais da PrintColor Digital Service que me atendia antes de vir para Portugal dar aulas
de Fotografia de Moda (+tratamento digital) convidado pelo IPF onde fui formador até o ano passado e de
onde pedi demissão por razões pessoais. Reparei que havia alguns trabalhos que passava para a turma
que foram pré-aprovados por este professor megachato quando o assunto é qualidade cromática dos
brancos e pretos que foram o assunto de minha coluna anterior aqui no fotografia-dg (Color Balance +
Black Balance) … continuando … peles com dominante magenta … pretos que ficaram azulados … céus
esverdeados … enfim, uma lástima e, lógicamente, as avaliações acabavam por ficar muito aquém do que
mereciam meus estimados aluninhos que se contorciam de raiva mas nada podiam fazer.
Por isso, pedi para o incansável Diogo Guerreiro que entrasse comigo nessa Guerra contra a falta de
fidelidade das cores que das nossas fotografias colocando um link para download do Impression Gamma
Calibrator que eu utilizo sempre como teste quando utilizo um novo fornecedor para minhas impressões
profissionais. Assim, tenho hábito (mesmo!!!) de mandar fazer cópias em todos os tipos de papel mais
usuais (brilho, mate e metálico) e volto para a frente do meu monitor para comparar os resultados obtidos
e, também, para poder conferir a calibração do meu monitor (algumas vezes o grande culpado). Vou
colocar aqui uma versão mini para poder explicar melhor como deve ser utilizado e depois vou fazer o
upload para vocês baixarem a versão em 300 dpi já no formato 15×21 cm (caso o laboratório não tenha
esse formato, pode ser impresso em 20×30 cm centralizado deixando o arquivo no formato original com
margem branca à volta sem qualquer interpolação).
Atenção: Faça a comparação com luz natural difusa com boa intensidade para não haver distorções!!!
Todas as cores que estão aqui devem ser fiéis ao que se vê aqui e, principalmente, os brancos devem
estar limpos, caso contrário, alguém estará em sarilhos. Eu sempre uso o mesmo laboratório e tento
desenvolver, em conjunto, os ajustes necessários para que, a partir de então, possa dormir tranquilo sem
ter pesadelos coloridos. Algo a ser considerado é que há sempre uma pequena diferença entre os pixels e
as tintas de impressão principalmente quando transformamos de RGB para CMYK (no caso de impressão
gráfica). Mas há algo que não muda nunca, ou pelo menos não deveriam mudar, que são os brancos, os
cinzentos e os pretos. Brancos sujos, significam, sempre, todas as outras cores sujas afastando-nos da
precisão cromática. Foi por isso que, volto a repetir, comecei minha coluna com esse assunto (ainda
disponível aqui no site para os fotodgnianos).
Reparem que:
1) Há uma moldura preta que deve servir como referência de impressão dos pure blacks (100%).
2) Que há duas fileiras verticais que imitam o filme de rolo com a área dos fotogramas em branco que
servem para o mesmo efeito, só que dos whites (255 = pure white do Photoshop).
3) Há uma escala de cinzentos (%) na parte de baixo que começa da direita para a esquerda desde o
branco puro e que vai variando (%) e que continua escurecendo na escala que fica logo abaixo até chegar
ao preto 100%. Todas as divisões deverão estar visíveis no seu monitor e impressão, respectivamente. Iss
controla o Gamma e dá uma noção exata da situação de calibração do monitor e da precisão da
transferência de toda a escala de brancos passando por todos os cinzentos que formam as sombras e
midtones.
5) E, para finalizar, há imagens em Color e PB que farão um diagnóstico comparativo geral a respeito da
composição das cores (Impression Calibrator).
Acredito que munidos dessa impressão-teste, os laboratórios possam também melhorar a qualidade final
dos seus serviços e os culpados sejam, finalmente, trazidos à Luz … hehe!
Há infinitas maneiras de marcar suas fotografias. O importante é sempre manter um olhar bem crítico na
hora de estipular a direção, tamanho, cor, texto etc..
Já há um tutorial para elaborar um tipo de marca d´água publicado no Fotografia DG, por Cesar Coe que
provavelmente auxiliará alguns. Mas além dessa, há outras formas que carregam a mesma lógica de
elaboração, e que exploro a seguir.
O texto
Ao mesmo tempo em que nome e sobrenome
designam a autoria, para um fotógrafo que ainda
não possuí muitas atribuições pode ser tão vago
quanto a famosa frase ―All Rights Reserved‖,
―Reprodução proibida‖ ou ―Todos os direitos
reservados‖. Não adianta vincular todos os dizeres
na foto, provavelmente essa poluição atrapalhará
tanto que a observação se perderá entre texto e
imagem. A mais útil é a que leva o observador a
algum lugar: um site, uma referência, mesmo que
seja o nome (que funcionará a curto/médio ou
longo prazo), já que a marca apenas apoia a
autoria e não evita a cópia não autorizada ou
inadequada.
Prefira fontes de fácil leitura, que evitem a confusão entre letras semelhantes. Pode até ser as mais
simples: Calibri, Arial…
A solução para os que não tem paciência de adicionar a marca de água a cada fotografia são alguns sites
capazes de incluir um texto em um lote de imagens, também disponível em plugins para o Photoshop e
outros programas de edição. O problema da aplicação em massa é que o local ideal para algumas não é o
mesmo para outras, o que causa diversos problemas posteriormente. Seleciono alguns endereços (todos
em inglês) para adição de marca d‘água em múltiplas imagens:
Picmakr
WaterMark
Watermark Tool
A resolução de imagem é sempre constituída pelo número de pixels verticais e horizontais de um sensor e
assim se chega ao termo menos formal de resolução, que resulta da multiplicação dos pixels horizontais
pelos verticais. São denominados por MEGAPIXEL, que se tornaram sinônimo de capacidade de captação
do sensor e também de qualidade de imagem.
Temos então assim que considerar que quanto maior for o sensor de imagem e quantos mais eletrodos
este possuir, melhor será a resolução de uma imagem.
Mas se o sensor está livre para a captação de uma nova imagem, e a imagem já captada tem que
ir para um meio qualquer para efetuar a gravação de imagem. Esse é outro fator que pode influenciar
a qualidade final da imagem.
Quando se coloca um filme fotográfico em uma câmera já se sabe exatamente quantas fotografias iremos
fotografar. O mesmo não ocorre com os meios eletrônicos de gravação. O tamanho de uma imagem
digital depende da resolução da mesma. Desta forma um cartão de memória, por exemplo, pode receber
16 imagens de baixa resolução e apenas uma única imagem de alta resolução.
A fórmula para se determinar o tamanho de uma imagem digital é muito simples. Cada pixel de uma
imagem em preto e branco requer um byte de informação e cada pixel numa imagem a cores requer três
bytes de informação. Dessa forma para determinar o tamanho de uma imagem a cores multiplica-se
o numero de pixels por três. Tendo como exemplo, uma câmera com 1600 x 1200 pixels de
resolução teríamos um tamanho total de imagem de 5.8MB. Isto quer dizer que nos cartões regulares de
8MB capacidade, só temos a possibilidade de gravar JPEG. uma única imagem. A resposta dos
fabricantes a esse problema chama-se Esse formato de imagem permite níveis de compressão diferentes
possibilitando assim a redução do tamanho do arquivo final da imagem. Isso é possível porque a
compressão JPEG permite uma reorganização dos pixels de forma a serem expressos usando menos
informação.
Para não sermos muito exatos com esse aspecto, citamos, de modo geral, que o
método de compressão JPEG é considerado como um método com pouca perca de qualidade se for
usada com bom senso.
Há ainda outras possibilidades que as câmeras digitais mais recentes nos permitem. A captação de
imagem em formato TIFF, ou RAW, formatos de imagem não comprimidos, mas que exigem cartões de
memória de maior capacidade e velocidade na taxa de transmissão.
Qualidade de imagem significa tamanho de imagem. Este modelo da Canon apresenta três tamanhos
diferentes: LARGE – Grande, MÉDIO e SMALL – Pequeno. Para cada tamanho, temos duas taxas de
compressão. O desenho em ângulo significa baixa taxa de compressão, e ou em ―escadinha‖, alta taxa.
Já nas cameras Nikon, há três padrões de compressão: basic, normal e fine. Fine apresenta a menor taxa
de compressão. Quando a taxa é mínima, os pixels ficam melhor agrupados em menor tamanho. Já com
taxa maior, a imagem tende a pixelar mais, os ―quadradinhos‖ dos pixels passam a ser mais visiveis.
Bem, se a imagem em jpeg com maior taxa de compressão oferece imagens de baixa resolução, qual é a
vantagem em utilizá-la?
Simples, para cada utilização há um tamanho e taxa de compressão mais adequada. Por exemplo, se meu
objetivo for produzir imagens para internet, enviar fotos para amigos, via e-mail, vou precisar de arquivos
mais leves. Estes arquivos são aquele com maior taxa de compressão. Na realidade esta taxa está dentro
do patamar dos 72 dpis, resolução padrão da tela do monitor. Caso tenhamos imagem com menor taxa de
compressão e alta resolução, como 300 dpis, por exemplo, a tela do monitor enxergará apenas os 72 dpis,
deixando de ler os demais pontos por polegadas. Imagens nesta resolução são indicadas para impressão
em laboratório fotográfico, gráficas, revistas, etc.
Resumindo, quando precisamos de imagens para internet ou projeção de slides, que carreguem rápido, o
padrão é sempre 72 dpis. Já imagem destinada a qualquer tipo de impressão recomenda-se 300 dpis. Há
outros casos, como impressão de banners, que podem oscilar de 100 a 200 dpis. Mas, não faça nada
antes de consultar as configurações do seu impressor.
Embora o fabricante afirme que a maior qualidade do arquivo é aproximadamente 8,0 Mepaixels, na
realidade este tamanho irá variar de 2,0 até 6,0, dependendo dos dados contidos na imagem associado à
sua taxa de compressão.
Ao fotografarmos com filme tradicional de 35 mm não somos obrigados a saber com antecedência qual
será o tamanho da imagem final. Poderemos imprimir em 10×15 cm, em 20×25 cm, digitalizar o filme
para futura impressão em brochuras, ou até digitalizar o filme para publicar apenas numa página da
Internet. O filme tem características físicas que permitem uma grande variedade de utilização.
A fotografia digital tem, de fato uma limitação de resolução, mas também apresenta outras vantagens a
considerar. Alguns chegam até a afirmar sem qualquer tipo de dúvida, que se consideramos a
amplitude dinâmica, a fotografia digital é igual ou superior à de um filme. Bem, em termos gerais, um filme
de slide permite-nos ter uma amplitude dinâmica de 6 f-stops, um filme de negativo nos permite ter uma
amplitude dinâmica de 10 f-stops, ao passo que uma câmera digital de gama média nos
proporciona uma amplitude dinâmica de 4 a 6 f-stops e câmeras digitais profissionais chegam a atingir
os 11 f-stops. Isto nos permite um detalhamento muito maior nas altas e baixas luzes de uma
imagem e nas zonas de sombra profunda. Mesmo falando de resolução da imagem, temos sempre
que considerar a sua aplicação. Para o fotógrafo amador, que não necessita imprimir mais do que um
formato 15×10 cm, o arquivo das câmeras digitais intermediárias de mercado é mais do que o suficiente
Para fins mais profissionais existem câmeras fotográficas digitais ou backs digitais para algumas câmeras
de médio e grande formato que se assemelham em qualidade ao filme fotográfico comum
(mercado amador). Hoje em dia existem câmeras digitais profissionais que permitem captar a realidade
com cerca de 100 milhões de pixels de informação e uma profundidade de cor de 64 bits ou 16 milhões
de cores.
Sobre a qualidade do sistema, podemos ainda acrescentar um fator extra. Qualquer filme fotográfico é
uma segunda geração da imagem (após o processamento), e por ser um suporte físico é susceptível de se
desbotar ou até da imagem se perder para sempre. Estão sujeitos a poeiras, riscos, defeitos que depois
de ampliados se não forem arquivados com material de pH neutro, irão, na certa, se deteriorar, cada vez
mais. Pelo contrário, uma imagem digital não é mais do que um arquivo em código binário (0 e 1) que no
seu conjunto contém a informação da nossa imagem. Por isso mesmo essa imagem mantém-se inalterada
para sempre, tendo assim longevidade e facilidade de armazenamento muito maior. Não se trata aqui de
dizer que um processo é melhor ou pior do que outro. Trata-se isso sim de compreender que são
sistemas diferentes, com limitações e vantagens diferentes e que terão aplicações diferentes em
alguns casos. Mais uma vez, trata-se isso sim de optar, se saber como preservar suas respectivas
imagens.
Por outro lado, o trabalho de correção de cor de uma imagem pode ser comprometido pela
impressão. Basta que o monitor, os químicos de cor e o papale footgráfico não estejam calibrados para
que se tenha que reiniciar o trabalho.
Ao contrário do filme, a fotografia digital independe da intervenção de terceiros para atingirmos o
resultado final esperado. Para nos certificarmos de que a cor da nossa imagem está neutra, bastará
utilizar corretamente o recurso do WB da própria câmera fotográfica digital, visto o mesmo já incluir em si
a função de um termocolorímetro.
Apesar das câmeras terem complexidades diferentes na utilização desse tipo de característica,
mesmo as mais simples proporcionam programas de balanço automático de brancos que permitem
resultados bastante próximos da realidade. Há outras que permitem uma maior flexibilidade na sua
utilização, que já é possível escolher a temperatura de cor mais adequada para uma determinada
situação, ou até mesmo seguindo o padrão de uma folha branca, acertar a temperatura de cor de uma
dada imagem os fotógrafos se deparam diariamente é com o equilíbrio de cor. O ajuste e equilíbrio das
cores é um dos principais problemas que o fotografo enfrenta no seu dia a dia.
Uma das maneiras para calibrar estes ajustes é por meio do canal de cores sRGB, 8 cores por canal e
Adobe RGB, 16 cores por canal. Veja mais detalhes no manual de sua câmera digital reflex. As câmeras
modelos compact operam apenas com o padrão sRGB.
Anuário 2010 • Fotografia DG Página 137 de 249
www.fotografia-dg.com
Qual formato utiliza para salvar suas fotos?
Por: João Vitor Teofilo
Você fotógrafo fotografa em RAW ou JPEG ou às vezes em ambos. Então você começa a editar, você
pode começar no Lightroom ou no Adobe Camera Raw, mas muitos fotógrafos vão acabar no Photoshop
fazendo uma edição mais detalhada em suas fotografias.
E na hora de salvar? O que você faz? Salva como PSD, TIFF, JPEG, GIF, PNG ou outro formato?
Este artigo não pretende abordar como salvar arquivos RAW para formatos como por exemplo o DNG
(Digital negativo). Destina-se, a saber, em como você vai salvar para compartilhar as fotos na Web ou
enviar para impressão.
Abaixo falarei um pouco de cada formato e porque você pode ou não querer usá-los:
PSD
É o formato padrão do Photoshop, e o único com suporte para a maioria dos recursos do mesmo.
É útil quando você tem muitas camadas e deseja preservá-las.
Quando se precisa manter a transparência ele também se torna muito útil.
PSD‘s são muito grandes, especialmente se forem utilizadas muitas camadas na edição.
A visualização só pode ser feita com o Photoshop ou alguns outros programas do pacote Adobe.
Você vai precisar salvar em um formato diferente para enviar a um laborátorio de revelação.
Na web não se pode exibir imagens com esse formato.
TIFF
O formato TIF ou TIFF (Tagged Image File Format) é um formato de ficheiro gráfico.
É o formato de mais alta qualidade e é excelente para imprimir pois não nenhuma perda de
qualidade.
Retém as informações em camadas, dependendo de como salvá-lo.
Tem como desvantagem o arquivo muito grande e você não pode exibir imagens na web com esse
formato.
JPEG
O formato JPEG (Joint Pictures Expert Group) é um tipo de arquivo para armazenamento de
imagens que pode trabalhar com esquema de cores em 24 bits.
É o formato mais popular e é visível por todos e pode ser usado para impressão e web.
Ao salvar em JPG, você decide a qualidade desejada no Photoshop, por exemplo, varia de 1 que é
a qualidade mais baixa e 12 que é a mais alta.
A maior desvantagem do formato JPEG é com perdas. Cada vez que você abrir e salvar, a imagem
comprime e você perde uma pequena quantidade de informação.
Outra desvantagem é que as camadas são niveladas ou seja, não há como voltar para edições
anteriores.
PNG
PNG (Portable Network Graphics) é um formato de dados utilizado para imagens, que surgiu como
substituto para o formato GIF.
O formato PNG cria arquivos menores, mas sem a perda da qualidade de um GIF.
GIF
Este formato permite imagens de alta qualidade e alta resolução serem mostrados em uma
variedade de hardwares gráficos.
O Graphics Interchange Format é bom para gráficos web com animação, mas não recomendado
para fotos.
O tamanho do arquivo é muito pequeno para que esse carregamento seja rápido na web.
As desvantagens são as cores limitadas e não tratar bem fotografias.
Após ler isso, esperamos que você tenha uma idéia de qual dos formatos é melhor para o seu tipo
de trabalho. E como vocês podem perceber se tratando de formatos não existe certo ou errado, existe um
que vai ser melhor para cada trabalho que você irá fazer.
Eu fotografo em RAW e utilizo o JPEG como formato para salvar depois da edição, é um formato mais leve
e a qualidade perdida é muito pequena, a não ser que se abra a foto e a salve novamente muitas vezes,
um dos maiores motivos de usá-lo é que você pode usar na web em qualquer lugar e enviar para
laboratório de revelação, agencias de publicidade, etc., mas quando faço a edição em camadas e sei que
vou precisar fazer alguma alteração posterior salvo em PSD e em JPEG pois posso voltar e fazer
modificações nas camadas.
Na semana passada, dois pequenos diálogos dispararam insights para escrever um pequeno texto sobre a
cultura dos comentários fotográficos na internet.
Na primeira situação, meu amigo e fotógrafo Almir Jr (www.almirjr.com), com quem colaboro
eventualmente como assistente, após uma tarde de bate-papo em um Café, guloseimas e diversos
assuntos que não necessariamente envolvem a fotografia, ao se despedir, comentando repercussão de
meu mais recente ensaio disse: ―Não leve tão a sério o flickr, se você acreditar em tudo que dizem a você
ali…‖. E eu concordei dizendo: ―Verdade Almir, o flickr é uma espécie de troca de elogios gratuitos.‖. Fiquei
a pensar nisso durante a semana.
Outro diálogo, ocorrido em MSN, gerou uma colocação minha no Twitter bem comentada. Um colega
iniciando na fotografia, me aborda no MSN e pergunta: Você conhece o ―Fulano de tal‖? E eu disse: ―Sim,
conheço pessoalmente, contemporâneo meu, também clica ensaios, em estúdio e em externa, tem um
destaque em nossa cidade, faz um
bom trabalho‖. Ao que recebi a
resposta do colega: ―Não gostei das
fotos dele nesse trabalho, achei
muito repetitivo, sem graça e tal.‖
Não gostei do tom da crítica gratuita
e disse a ele que é excessivamente
crítico, que nunca gosta de nada, e
acrescentei que eu valorizo o
trabalho da pessoa citada, pois eu
sei como é difícil fazer aquilo ali.
Perguntei se ele faz igual ou melhor
para poder criticar, e ele disse que
não faz melhor porque não faz esse
tipo de foto. Fim de dialogo com o
que eu citei no Twitter: ―Não critique
o trabalho de um fotógrafo se você
nunca fez ou não faz fotos no estilo
dele, é critica pela crítica.‖
O primeiro caso me lembrou de um conceito que aprendi na escola, nos livros de História. Antes da
criação da moeda, a economia girava em torno de um sistema de trocas, o ―escambo‖. Assim, no sistema
de escambo, quem produzia farinha trocava parte de sua produção com quem criava animais, que por sua
vez já teria trocado parte de seus animais por quem cultivava temperos, que já havia trocado com quem
produzia vasos de cerâmica, que por sua vez já tinha trocado um vaso por aquele primeiro cidadão, o
produtor de farinha. Assim, na base da troca, cada um saia mais ou menos satisfeito depois das trocas.
Mas o que isso tem a ver com fotografia? Nada? Tudo!
Percebi sempre a natureza de certos comentários em minhas fotos e nas fotos alheias no flickr. Notei uma
enxurrada de comentários do tipo: ―Adorei a foto‖, ―Bom clique‖, ―Luz legal‖, ―Gostei da definição‖, ―Ficaram
lindas as cores‖, etc etc etc. E onde entra o escambo? Muitos dos elogiados, se sentem impelidos a entrar
na galeria do fotógrafo que o elogiou e comentar, o que em uma política de boa vizinhança, indica elogiar
o trabalho de quem te elogiou, mantendo a cadeia de reciprocidade, de troca de elogios nem sempre
sinceros, muitas vezes vazios.
Em que os exemplos de comentários acima ajudam a melhorar minha técnica e meu olhar? Acho que era
a isso que o Almir se referia, ao velho e sábio entendimento de que aprendemos mais com as criticas do
que com os elogios. Elogios estes que muitas vezes nublam nossa visão, inflam nosso ego e nos impedem
de seguir adiante na busca da melhor foto, que deve ser sempre o próximo clique, e não o que passou.
Mas então, não devemos comentar no flickr, olhares, multiply? Não devemos elogiar o trabalho de
colegas? Não, não é isso! Não me entenda mal. Eu mesmo elogio meus colegas, observo o trabalho
Anuário 2010 • Fotografia DG Página 141 de 249
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deles, faço contatos com fotógrafos com quem me identifico, tiro dúvidas, troco experiências, discuto
técnicas e idéias, cresço muito mais com o dialogo com eles, do que com o que eu leio sozinho. Na minha
opinião esse é o poder do flickr e de comunidades de fotógrafos, congregar interesses comuns, e não ser
a vitrine do ego e a arvore frondosa onde colher os fartos frutos dos elogios.
Quando comentamos, temos que elogiar sim, pois incentivo é necessário, ninguém clica só pra si, todos
precisam de feedback, mas busquemos nos colocar no lugar daquele fotógrafo e pensar: ―Como eu faria
essa foto? Como eu aproveitaria essa luz? Onde eu colocaria esse flash? Será que fechar mais a abertura
ajudaria? Será que menos velocidade aproveitaria mais a luz ambiente? Será que saturando mais ou
menos a foto ganharia um clima legal? Um ângulo mais baixo daria um outro clima? Esse olhar da modelo
está de acordo com o contexto do ensaio? Etc etc etc‖. Há muito que se pensar, e diversas formas de
comentar a foto como uma forma de contribuir para o trabalho do outro, propiciando a ele alternativas que
talvez nem tenha vislumbrado. Com isso não só o autor da foto comentada ganha, nós também ganhamos
pois ao pensar nas possibilidades, você treina sua mente e talvez perceba coisas que nunca havia
pensado, situações com as quais pode se deparar diante de sua câmera no dia de amanhã e já terá uma
idéia de como agir.
Quando formos fazer um comentário ou crítica espero que nos lembremos de tais questões. Eu gosto de
ditados populares e um deles diz: ―Cuide para que suas palavras sejam melhores que o seu silêncio.‖
Não é todo dia que um fotógrafo, ou fotojornalista, como eles são conhecidos, encontram matéria prima
para uma foto expressiva, daquelas que ganham a primeira página de um grande jornal ou são passíveis
de ganhar grandes prêmios fotográficos. Algumas fotos marcam a ―história‖, e até podem mudar o rumo de
uma vida? Quem não conhece a famosa foto feita pelo Kevin Carter, que fotografou uma criança africana
sendo observada por um abutre? O resultado final dessa composição foi a morte de Kevin, que não
conseguiu mais conviver com aquela imagem em sua mente e suicidou-se? Com esse exemplo, aonde
quero chegar? O fotógrafo acima de tudo é humano, é um ser como qualquer outro, passível de
sentimentos, acertos e erros.
Às vezes o lado profissional fala mais alto do que o humano, às vezes somos tomados por uma onda de
desespero para captar momentos, mesmo que esses momentos possam nos colocar contra qualquer
princípio ético. Existem situações que vamos nos deparar na profissão que teremos que decidir em
segundos o que fazer, registrar, salvar uma vida, salvar a nosso própria vida (no caso fotojornalistas que
cobrem guerras) e tudo isso em uma fração de segundos. Realmente é um tema muito, mas muito
delicado, e principalmente polêmico, que diverge muitas opiniões profissionais. A pergunta que faço aos
amigos é: ―Uma foto pode matar?―. E a minha resposta é SIM! Para justificar minha opinião, volto ao caso
de Kevin, que foi massacrado por ter esperado 20 minutos para fazer a foto ao invés de ter ajudado a
criança logo que viu o abutre se aproximar. Criou-se um dos maiores dilemas do fotojornalismo, no qual
dizia-se que o fotógrafo numa situação como essa deveria ser uma testemunha ou um salvador? E para
você, devemos ser menos profissionais e mais humanos?
Seu suicídio foi motivo de diversas discussões e estudos sobre a ética na fotografia como você pode ver
neste vídeo.
http://www.youtube.com/watch?v=xDOxDRUNBBQ
Convido também à assistirem o documentário de Dan Krauss, ―The Death Of Kevin Carter: Casualty Of
The Bang Bang Club‖ (http://www.kevincarterfilm.com). Também veja o vídeo da música feita pelo grupo
Manic Street Preachers, em sua homenagem.
http://www.youtube.com/watch?v=uqOphS9oHes
Há uma ciência, denominada TEORIA DA INFORMAÇÃO, que estuda e prevê por fórmulas matemáticas e
métodos estatísticos, o conteúdo da mensagem fotográfica na comunicação, e a sua devida repercussão
dentro das mídias imprensa ou eletrônica.
Claude E. Shannon (1916-2001) é conhecido como ―o pai da teoria da informação‖. Sua teoria foi a
primeira a considerar comunicação como um problema matemático rigorosamente embasado na
estatística e deu aos engenheiros da comunicação um modo de determinar a capacidade de um canal de
comunicação em termos de ocorrência de bits. A teoria não se preocupa com a semântica dos dados, mas
pode envolver aspectos relacionados com a perda de informação na compressão e na transmissão de
mensagens com ruído no canal.
É geralmente aceito que a moderna disciplina da teoria da informação começou com duas publicações: a
do artigo científico de Shannon intitulado Teoria Matemática da Comunicação (―A Mathematical Theory of
Communication‖), no Bell System Technical Journal, em julho e outubro de 1948; e do livro de Shannon
em co-autoria com o também engenheiro estadunidense Warren Weaver (1894-1978), intitulado Teoria
Matemática da Comunicação (The Mathematical Theory of Communication), e contendo reimpressões do
artigo científico anterior de forma acessível também a não-especialistas – isto popularizou os conceitos.
Na formação, ou elaboração, da mensagem há três conceitos que coexistem e moldam-na, para oferecer a
possibilidade de compreensão do receptor.
O primeiro conceito é a INFORMAÇÃO, determinada pelo grau de improviso, pela novidade. Por exemplo:
uma pessoa está numa fila, a espera do ônibus, de repente escorrega e cai. O escorregão e o tombo são a
informação, pois o fato é inesperado. Portanto, a Teoria da Informação coloca em primeiro plano a IDÉIA
DE NOVIDADE, como valor central objetivo, pois esta pode ser medida matematicamente. E, assim
substitui a noção de ―beleza transcendente‖ que é muito difícil de ser utilizada na prática, visto que se
fundamenta em subjetivismo.
Às vezes, na mesma mensagem há REDUNDÂNCIA. No sentido atribuído ao termo, quer dizer, repetição.
É o oposto da informação, que se apresenta na mensagem de várias maneiras. Uma mensagem
redundante pode ser desnecessária.
Como o valor é quantitativo, uma mensagem 100% redundante é banal, dispensável, pois não traz
nenhuma novidade a quem a interpreta, além de reduzir o próprio índice de informação. Entretanto, a
redundância ainda pode ser:
O ultimo conceito dentro da mensagem é do RUÍDO. É tudo que não pertence a um contexto mas é
inesperado. Em outras palavras, é o que causa interferência na transmissão da idéia ou o que atrapalha a
comunicação. Por exemplo: na fotografia, é quase comum o negativo se apresentar riscado. As razões
estão fora do contexto (imprudência na manipulação do material durante o processamento) e a posterior
ampliação revelará risco na imagem, o que atrapalhará quem a observar.
Portanto, ruído pode ser definido como qualquer interferência externa, fora do contexto da mensagem.
Entretanto, o próprio ruído pode ser utilizado como aumento da informação. O próprio fotógrafo pode, por
Tipos de fotografia
De maneira breve, podemos classificar a fotografia em dois tipos, segundo as circunstancia em que ela se
inscreve:
Primeiro, no caso de se apresentar isolada, ou seja, mesmo estando em grande número, ela possui
características autônomas, (mensagens autônomas) que se diferenciam.
Segundo: São as denominadas de sintaxe. Nestas, há um conjunto de fotos relacionadas entre si, numa
seqüência disposta ordenadamente, como é o caso corrente das revistas ilustradas, ou fotonovelas.
1) Cronológica, quando se acompanha movimento por movimento para se deduzir o fato, como
seqüências de chute em gol, nas partidas de futebol.
2) E, lógica, quando não é preciso um acompanhamento rígido de todos os detalhes, para deduzir o fato.
Os pormenores são sugeridos pela ausência. Porém, tanto as fotos isoladas como a sintaxe compõe-se de
outros critérios diferenciados. Estas podem ser concebidas de três maneiras:
FOTO POSE – Há preparação, isto é, ela é preconcebida para determinado fim, e seu objetivo é
demarcado, tem consciência do que se pretende mostrar. O exemplo comum que pode ser identificado,
frequentemente, na imprensa, são as fotografias de políticos cumprimentando populares, ou crianças, e
fotografias de moda, publicadas em revistas femininas ou editoria.
FOTOS OBJETO – Podem ser apresentadas de duas formas, quando se fotografa um elemento (objeto),
ou quando alguém representa um objeto. No primeiro caso, é simplesmente objeto sem si, e sua
significação.
Já no segundo, alguém se torna personagem, pois é retratado na forma do objeto, ora substituindo o
conteúdo numa ligação de significados sugeridos. O exemplo clássico é a tradicional foto do rapaz da
―casas Bahia‖, ou o próprio ―baixinho‖ da Kaiser. Fica clara, associação de significados. A presença da
pessoa, automaticamente nos remete ao produto ou situação específica.
FOTOS CHOQUE – Na essência são fotos ―realísticas‖, ou hiper-realistas, no sentido de dar a noção
exata do fato, e do instante em que o fotógrafo a colheu. São flagrantes de acontecimentos. O que, por
outro lado, não descarta do fotógrafo um rápido estudo dos melhores ângulos ou momentos mais propícios
para registrá-la. Isto depende do seu senso de oportunidade. O exemplo, também clássico, da foto-
choque, foram àquelas do maremoto da Ásia, terremotos no Chile, incêndios, rebeliões, atentados
terroristas e outros. Entretanto, há casos de manipulação ―em loco‖ ou posterior na redação, que podem
converter fotos pose em foto-choque, apesar de este procedimento ser condenado pela ética do jornalismo
internacional.
Levantando esses questionamentos muitas outras dúvidas surgem para atribuir parâmetros morais e
éticos para o mundo fotográfico. Qual conteúdo relaciona as atribuições legais para exercer essa função e
qual deve ser o comportamento do profissional, tal qual seus limites ainda é um fator muito discutido e
pouco linear nesse universo de imagens.
Além disso, as técnicas de edição aprimoradas nos envolvem em dúvidas agudas sobre o que ainda é real
na imagem, e qual a dose aceitável de alterações.
Como lazer ou profissão, há muito debate para se chegar a um ponto pelo menos sensato. O intuito do
texto, como observado, não é expor a essência da ética fotográfica, mas induzir a uma reflexão profunda e
definição pessoal, embasada em experiências e até mesmo em referências: autores, obras, histórias,
casos etc.
Finalizo com uma frase de Wallace Stevens (1879-1955) que se encontra muito bem com o tema: ―A
maioria dos reprodutores modernos da vida, incluindo a câmera, na verdade a repudiam. Engolimos o mal,
engasgamos com o bem‖.
O equipamento é só um intermediário. Que trabalha para você e faz com que você consiga atingir seus
objetivos. A melhor pergunta para se fazer quando se quer mudar de equipamento é: ―O que ele vai me
oferecer a mais, que meu antigo conjunto não possuía?‖ Se a resposta demorar a vir, é porque você não
precisa da troca.
Isso também se aplica àqueles que perguntam: ―Que lente preciso para fotografar melhor?‖ Bem, se você
não sabe, é porque não precisa. Simples assim. Fazer uso dessa política, de quebra ainda te faz
economizar uns trocados. Ótimo, não?
Um exemplo (apesar de achar que vocês já entenderam, rs), que meu pai costumava me dizer, toda vez
que eu apresentava a famosa neura de equipamento: ―Se você, que não é pintora profissional, fosse
presenteada com o melhor conjunto de tintas e pincéis do mundo, ao mesmo tempo em
que Pablo Picasso resolvesse pintar um quadro com tinta guache comprada na mercearia da esquina,
quem você acha que se sairia melhor?‖
Essa explicação do meu pai nunca saiu da minha cabeça. Sempre que fico com aquela pontinha de raiva,
pensando: ―Se eu tivesse uma câmera melhor, minhas fotos estariam bem melhores‖, paro e penso no
exemplo do Picasso.
E vocês, o que acham dessa afirmação? Acham que o equipamento faz o fotógrafo?
Com este encantador e paradoxal epigrama, o fotógrafo parisiense Nadar, em 1866, resumiu, ao mesmo
tempo, a necessidade da nova arte e seu discutível papel dentro da emergente sociedade Industrial.
A Modernidade adquiriu o hábito de tomar a fotografia como substituto do real e não como fotografia; como
obra fotográfica; como construção imaginária e estética. Nesse sentido, o advento da fotografia permitiu o
questionamento da dogmática clássica, substituindo a ―Arte Pura‖ pelo ―Discurso da Arte‖, devidamente
inserido dentro dos novos propósitos, gerado pelas novas demandas desse momento histórico.
No advento da Fotografia já estava contido o germe do futuro cinema, da televisão, das imagens digitais,
dos novos discursos visuais e de outras tecnologias que estão por vir. Inaugurava-se assim, o instrumento
mágico capaz de produzir sonhos…
A Fotografia ressalta aspectos do original que escapam ao olho humano e só podem ser apreendidos por
uma câmera que se mova livremente para obter diversos ângulos de visão. Graças a procedimentos como
ampliação, velocidades lentas e outros recursos técnicos podem-se atingir realidades despercebidas por
qualquer visão natural.
Seus recursos na reprodução de imagens são capazes de criar efeitos ou situações que não são
percebidos na cena real. Seu poder de impacto permite maior aproximação da obra e do seu espectador.
A subjetividade que lhe é própria pode mentir, provocar, chocar, gerar cumplicidade, evocar sensações
sensuais ou de dor, movimento, odor, som, etc. Proporciona prazer estético, e, também, manipular a
opinião pública em favor dos interesses do próprio fotógrafo ou de seus respectivos clientes.
Toda arte é condicionada pelo seu tempo em consonância com ideias, aspirações, necessidades e
esperanças de uma situação histórica em particular. Mas ao mesmo tempo, a arte supera essa limitação e,
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dentro do momento histórico, cria também um momento de superação que permite continuidade no seu
desenvolvimento.
O próprio fotógrafo exercita um trabalho intelectual. Raciocina, sente e produz por meio de seu intelecto
criativo, padrão cultural, técnica e experiência de vida. A boa fotografia é resultado de árduo projeto e não
um mero ―acidente fotográfico‖.
Ou, como afirma Henri Cartier-Bresson, ―fotografar é reconhecer, ao mesmo tempo e numa fração de
segundo, um evento e a organização rigorosa das formas percebidas visualmente e que expressam esse
evento. É reunir, no mesmo ponto de vista, a cabeça, o olhar e o coração‖.
A Fotografia é um dos inúmeros modos de divulgar cultura e produzir conhecimento. A obra do fotógrafo
não necessita de discursos e, menos ainda, das justificativas de seu autor. Ela antes de tudo, informa, fala
por si mesma…
Ela é auto-suficiente… É coesa, objetiva, bem lapidada… Esteticamente perfeita… Dispensa, aliás, tais
adjetivos ou outras atribuições. Arte e fotografia andam juntas. Estão em plena cumplicidade.
Por mais que se queira apreender a realidade em toda a sua amplitude, qualquer tentativa técnica é
parcial, mesmo porque cada um de nós a concebe e interpreta de modos distintos. E tudo aquilo que não é
real ou análogo, passa a estar a serviço das mitologias, das manifestações imaginárias, culturais ou
artísticas contemporâneas.
Portanto, a imagem fotográfica não é, a princípio, uma forma de arte. Como linguagem, ela é o meio pelo
qual a obra de arte é realizada.
A Fotografia é sempre uma imagem de algo. Está atrelada ao referencial que atesta a sua existência e
todo o processo histórico que o gerou. Ler uma Fotografia implica reconstituir no tempo seu assunto,
derivá-lo no passado e conjugá-lo a um futuro virtual. Assim, a linguagem fotográfica é essencialmente
metafórica: atribui novas formas, novas cores e novos sentidos conotativos ou denotativos; comprova que
a Fotografia não está limitada apenas ao seu referente.
Ela o ultrapassa na medida em que o seu tempo presente é reconstituído, que o seu passado não pode
deixar de ser considerado, e que o seu futuro também estará em jogo. Ou seja, a sobrevivência de sua
imagem está intimamente ligada à genialidade criativa e ao potencial cultural e intelectual de seu autor.
A mensagem fotográfica deve transpor sua condição documental, de verossimilhança e sempre transmitir
algo mais forte, com maior impacto, que supere sua própria imagem. A Fotografia como toda arte
contemporânea, é uma ferramenta de percepção para transformar e abrir novos horizontes.
ILUSTAÇÃO:
Baudelaire, expoente da intelectualidade parisiense desta época, jamais se conformou com o fato
de que a imagem fotográfica fosse mais perfeita em relação às imagens produzidas pelas mãos de um
artista.
Foram uma série de acções indirectas que levaram o Prof. Enio Leite a escolher a fotografia. «Adorava
fotografar» e ver os resultados de fotógrafos europeus e norte-americanos, assim que podia ia a duas
grandes lojas de fotografia admirar a panóplia de instrumentos disponíveis. Com 11 anos começou a
fotografar ―como farra‖ dizia o seu pai, que sendo um entusiasta da fotografia e do cinema, dispunha de
máquinas como Leica, Rolleiflex eContax, assim como um laboratório em casa. O campo da fotografia era
recente e a falta de profissionais foram um impulso para Enio se destacar facilmente. Este Professor tem
um currículo invejável para muitos fotógrafos e actualmente dá aulas em universidades, é fotógrafo
independente em agências de publicidade e noticiosas.
A Imagem Fotográfica
Ser professor de fotografia é uma escolha que lhe permite construir conhecimento fotográfico dentro do
universo do aluno. A imagem fotográfica, na perspectiva de Enio Leite, é constituída por uma semântica
única e de importância assustadora que revela o orgânico e a alma do fotógrafo, mostrando uma interface
entre a arte fotográfica, a psicologia e a arte. «Eu gosto da fotografia e o que se gosta faz se melhor», é
este seu maior segredo.
Actualmente a fotografia está numa situação excelente, em alta ebulição. No Brasil, com o advento da
fotografia digital verificaram-se evoluções nas diferentes áreas. «Nunca escrevemos e publicamos tanto
como hoje». A nível internacional a fotografia brasileira destaca-se na evolução do fotojornalismo, da
fotografia de moda e publicitária, existindo ainda muito mais para ser conquistado. Para se evoluir na área
da fotografia temos de pagar um preço cada vez mais alto e o crescimento é admirável, embora muito
aquém do que precisamos e merecemos.
―Crescer dói, sangra e ajuda a expurgar os fantasmas e os falsos mitos. Crescer é saudável, é assumir
riscos, é ganhar e perder, é arriscar para tentar acertar, errar, errar muito, mas aprender e ser humilde de
coração e ousado nas pretensões.‖
E a fotografia brasileira tem falta de consciência de classe, ignorância política, cegueira profissional e
despreparo para enfrentar animosidades e ser bem-sucedido num mercado que exige posições rápidas e
competência a toda a prova. Acabou a era em que a fotografia era um emprego que dava para abrir
uma loja e fazer umas fotos aqui e ali e atender clientes de última hora. Agora é necessário uma constante
actualização, habilidade de trabalhar em diversas áreas da fotografia, de andar por diversos grupos, ter um
conhecimento válido e oferecer uma contribuição única.
O percurso que o Dr. Professor Enio Leite percorreu até atingir o seu actual status profissional, foi feito
sem nunca ter renunciado nada que fosse importante na sua vida. Afinal, o que é a qualidade de vida? A
qualidade de vida é estar onde quer, da forma que quer, ou seja, ter a sua mente no espaço físico que o
seu corpo ocupa num dado instante. A dificuldade que mais lhe custou foi a perda de colaboradores,
devido aos mais diversos motivos.
Fugindo um pouco para a vida pessoal, O Dr. Enio Leite todos os dias tenta conciliar os papéis de pai,
marido, filhas e profissional, é óbvio que alguém sai sempre a perder, não há uma fórmula mágica para
evitar. O seu dia nem sempre cabe nas 24 horas, mas há uma procura por não decepcionar ninguém, e
para tal chegou a trocar de roupa no carro, fazer a barba no trânsito, entre outras coisas. É um dia-a-dia
atarefado, a sua agenda não lhe diz o que vai acontecer na próxima semana e anda sempre com
Rotina de Trabalho
Na sua rotina de trabalho os insucessos não passam ao lado, e quanto mais evoluí na profissão mais
aumenta os insucessos. A escola que fundou a FOCUS ocupa-lhe grande parte dos dias, tenta sempre
estar actualizado e ligado à Internet, este mundo que o permite estar em contacto com os quatro cantos do
planeta. «O fracasso existe, embora seja bem menor que o acerto», a lei da profissão baseia-se no facto
dos erros sejam evidentes aos olhos dos concorrentes.
No que diz respeito aos cursos de fotografia disponíveis, afirma que tal como em todas as áreas há
escolas melhores e outras deficitárias, e um aluno de uma escola melhor terá certamente mais chances no
mercado de trabalho. Para aqueles alunos das escolas deficitárias o trabalho terá de ser duplicado, os
alunos têm de estudar, fazer os trabalhos de casa, pesquisar, conhecer as tendências da fotografia, isto
porque o mercado exige muito dos fotógrafos e aqueles que não estiverem preparados, sobreviveram.
Aos fotógrafos falta o reconhecimento sociopolítico e profissional, que se deve à falta de participação em
eventos fotográficos, quanto ao reconhecimento a nível sociopolítico falta a participação global da classe
uma vez que sindicatos e associações não faltam.
Em uma entrevista para o Fotografia DG feita via e-mail, Clicio contou um pouco da própria história, das
referências em fotografia, do que pensa sobre tecnologia e redes sociais e também deixou um recado para
os leitores do portal. Confira abaixo:
FOTOGRAFIA DG - A carreira profissional teve inicio em 72, mas ainda era estudante da Camera
Photoagenthur/ Nikon School of Photography. Que proveito tirou sendo assistente de câmera e de
direção de cinema?
CLICIO- Tirei da experiência de trabalhar em cinema todo o comportamento que me orientou
profissionalmente. Acordar muito cedo, ter muita responsabilidade, não errar, acreditar em hierarquia e
equipes de trabalho. A direção de cinema também foi fundamental, essencial na categoria em que logo
atuei, a fotografia de moda. O cinema dá disciplina, faz-nos acreditar em trabalho duro, e o resultado pode
ser poesia.
FOTOGRAFIA DG – Nessa mesma entrevista, você afirma que o Lightroom é específico para
fotógrafo, diferente do Photoshop, que cresceu muito. Por que essa afirmativa? Como explicar para
quem tem a referência o photoshop?
CLICIO – O Lightroom foi feito para fotógrafos, por fotógrafos. O Photoshop foi feito para a indústria
gráfica, e isso inclui ilustradores, desenhistas, criativos, arquitetos, artistas, videomakers, e até médicos e
engenheiros.
Hoje, 80% das minhas fotos são resolvidas muito satisfatoriamente no Lightroom, sem a necessidade de
Photoshop. Mas quando é preciso, uso o Photoshop para recortes, fusões, filtros e efeitos especiais.
FOTOGRAFIA DG – Quais as suas principais referências no mundo da fotografia? Como chegou até
elas?
CLICIO - São os grandes clássicos, principalmente os americanos; Richard Avedon, Irving Penn, Steichen,
Robert Frank. Mas vejo tudo, leio tudo e vou a todas as exposições que posso; dos contemporâneos gosto
muito da Cindy Sherman, Nan Goldin, David LaChapelle. Tenho uma excelente biblioteca, vejo os filmes,
vou a reuniões de fotógrafos, aprendo bastante com meus alunos.
FOTOGRAFIA DG – Como se sente sendo umas das principais referência – se não a maior -no
campo de Fotografia Digital, especialmente em edição de imagens/portfólio?
CLICIO - Não me considero referencia de nada, apenas gosto de tecnologia, estudo muito (por prazer e
não por obrigação) e não tenho receio de compartilhar o pouco conhecimento que tenho com os outros.
Informação é para ser disseminada, e não guardada em compartimentos escuros e sombrios.
Com fotos voltadas ao que conhecemos como Foto Arte, Lair acredita
que acima de tudo, deve-se ter estilo já que a cópia não leva a lugar
nenhum. Autodidata. Ela divide a seguir com os leitores
do Fotografia DG um pouco do seumundo fotográfico e revela que uma
Casa das Rosas – Joaquim Araújo quarta obra fotográfica está a caminho.
Lair Leoni Bernardoni - Era de se esperar pela velocidade que o mundo gira. Assim como o celular, ela
tornou-se peça de resistência para qualquer pessoa.
A maior de todas aos meus olhos foi marcada e estigmatizada porque profissionalmente fez as imagens
para a Grandeza do Terceiro Reich. Nascida em Agosto de 1902 usou como quase nenhum outro o Preto
X Branco. Seu nome: Leni Riefenstahl- esta mulher criou imagens antológicas de técnica e perfeição e
com os recursos parcos do ano 40- ou seja, muito limite para ser tão espetacular. Sua obra ligou-se a
propaganda do Terceiro Reich e no pós guerra foi estigmatizada. Ela sequer era filiada ao partido, mas
estava por demais envolvida pelas imagens, que é assustador, mas espetacular! Depois da guerra saiu de
cena e mais tarde aos noventa anos foi fotografar o fundo do mar- maravilhosa também. Morreu não faz
muito, aos 103 anos.
Em primeiro lugar, como surgiu a sua paixão pela fotografia? Quando a paixão virou profissão?
Mauricio Po - Cresci dentro de um estúdio e a grande verdade é que nunca dei muita bola para
a fotografia. Não tive esse período de ―paixão‖ que todos sentem quando descobrem a fotografia. Foi tudo
muito natural, quando dei por mim já trabalhava com isso. É estranho pensar nisso, mas não tenho
uma linha do tempo muito clara na minha cabeça. Quando penso no passado tenho ―flashes‖ de
lembranças de alguns trabalhinhos do início, coisas bem simples, esporádicas e sem muito
comprometimento – não com relação à qualidade ou responsabilidade -, mas no sentido de pensar ―essa é
a minha profissão, preciso/quero viver disso‖. E, de repente, a lembrança mais recente que tenho já é de
uma fase bem mais madura, já vivendo da fotografia. A fase do ―amor‖ e não da ―paixão‖.
Em 15 anos de profissão você já produziu mais de 2000 books fotográficos. Qual a receita para
tanto sucesso?
Mauricio Po - Difícil falar em receita, muito mais em sucesso! Acredito que é um conjunto de fatores.
Determinação, paciência, humildade, vontade de aprender, planejamento, marketing e sorte, é
claro! Creio também que essa ausência da ―paixão‖ tenha contribuído. É ótimo se apaixonar, mas a
paixão nos cega. Acabamos fazendo as coisas sem se importar com o que, como, quando ou quanto.
Tudo o que queremos é simplesmente fazer! É lindo e maravilhoso quando duas pessoas se apaixonam.
Mas quando essa paixão vem de um lado só o outro lado não aguenta. Paixão mútua só existe entre
pessoas! Acho que a fotografia (assim como qualquer outra profissão) precisa de amantes e não de
apaixonados. O amor é mais racional, Nós amamos o que fazemos, mas temos o pé no chão, não nos
sufocamos, pensamos mais, vemos os erros e somos capazes de progredir sem trocar os pés pelas mãos.
O que você mais gosta de fazer book pessoal ou new face? E qual a diferença básica entre os dois
tipos de trabalho?
Mauricio Po - Depende muito do dia e da pessoa que será fotografada. Tem sessões de fotos pessoais
que são muito mais prazerosas que alguns trabalhos comerciais. É incrível pegar uma menina que não
tem a menor pretensão em ser modelo e vê-la se doando completamente para a foto. A diferença é que o
book profissional (modelo/ator) é mais técnico, existe um padrão de mercado. ―Tem que mostrar assim,
desse jeito, dessa forma…‖ o que acaba limitando um pouco a vontade própria do fotógrafo. O pessoal é
livre, pode fazer o que quiser, da forma que quiser (desde que o cliente também queira!). Ambos tem seus
prós e contras. Enfim, não tenho preferência por um ou por outro.
Você foi palestrante do Estúdio Brasil 2009 e, neste ano, irá participar do evento com o workshop
“Book para Profissionais”. O que podemos esperar desse workshop?
Os fotógrafos de moda ainda consideram a magreza como o ponto forte em uma modelo
profissional ou isso tem mudado e outras características têm predominado?
Mauricio Po - Eu particularmente não defendo a magreza. Eu sou a favor de se respeitar o biótipo de
cada uma. Existem modelos magrelas incríveis, assim como existem modelos com mais corpo igualmente
incríveis. Acho que para a fotografia, o importante é a capacidade de a modelo passar a imagem da foto e
não qual manequim ela usa (claro que estou falando dentro de uma margem).
Para isso, é fundamental estar dentro do mercado da moda, o cliente está muito exigente. Tem muita
gente oferecendo book – talvez hoje o mercado de book seja um dos que tenham mais fotógrafos atuando.
Por outro lado, a grande maioria tem um estilo muito pobre, conhecimento ―zero‖ de moda, de tendência,
de tratamento e principalmente de linguagem.
Estamos falando de Erika Verginelli, brasileira nascida no Rio de Janeiro em 14 de fevereiro de 74 (atuais
36 anos), e que escolheu viver em São Paulo desde os 30. Cursou Química Industrial e Relações
Internacionais, mas é formada em Propaganda & Marketing pela Universidade Estácio de Sá (RJ), e
sempre gostou de fotografia. Mas a paixão veio à tona quando entrou para o Flickr. ―Não tem como não
amar aquele site e se inspirar cada vez mais‖, revela.
Somada ao trabalho, Erika também concilia a maternidade. No começo, ela admite que era mais difícil. ―Eu
trabalhava a semana inteira das oito e meia da manhã até as cinco da tarde, chegava em casa e ia ficar
A crise com a fotografia teve um período de dois anos (os últimos dois). Ela se perguntava: ―Será mesmo
que devo largar o meu emprego pra virar fotógrafa full time? E como fazer isso?‖. Mas a mãe da
Emanuella e do Giuseppe corrige: ―Não foi bem uma crise (porque eu tinha certeza que era isso que eu
queria), mas um conflito interno. É muito difícil deixar a carteira assinada pra viver como autônomo. Ainda
mais depois que temos filhos, pois passamos a ter muitas despesas fixas‖, afirma.
Sobre edição de fotos, Erika é categórica: ―Eu edito todas as fotos que eu mostro pro cliente. Mas sempre
tento fazer o mínimo possível pra não ficar over‖. Conhecida pela claridade e pelas cores das fotos (tons
pastéis, delicados e ao mesmo tempo coloridos…, ―pelo menos é o que eu mais escuto por aí‖, segundo
ela), continua: ―Sempre tento ao máximo fazer o certo na hora de fotografar para depois ter que mexer o
mínimo possível no Photoshop‖. Ela revela que a sua fotografia melhorou muito depois que começou a
fotografar no modo totalmente manual.
Atualmente, acredita que uma das maiores dificuldades do fotógrafo brasileiro está atrelada a valorização
(ou à falta de). ―Somos artistas e merecemos esse reconhecimento. Infelizmente muitos profissionais se
prostituem e isso acaba prejudicando os fotógrafos sérios, que investem em equipamentos da melhor
qualidade, caríssimos no Brasil, que investem em conhecimento fazendo cursos e workshops, que ficam
horas estudando como editar suas imagens e que passam muito do seu tempo investindo em dar o melhor
pros seus clientes: o melhor serviço, o melhor álbum, a melhor fotografia, a sua melhor arte‖, aponta.
Para finalizar entrevista, Erika deixa um recado para os leitores do Fotografia DG:
―Busquem a informação, não se contentem com pouco, queiram sempre saber mais e mais, o Google está
aí para isso: para nos ajudar. Pratiquem e muito. Não se prendam muito em regras, experimentem e sigam
sempre o seu coração e a sua intuição. É aí que está a arte, dentro de cada um de nós!‖
PORTAL PHOTOS – Hoje, em seu portfólio você acumula trabalhos reconhecidos e premiados para
as principais agências do Brasil, além de trabalhar para clientes de peso. Existe uma fórmula para
o sucesso?
Kazuo Okubo - Acho que para todas as profissões a fórmula é a mesma: você tem que trabalhar muito,
estudar bem aquilo que faz e dedicar-se ao máximo. É a construção de uma história tijolo por tijolo. A base
de tudo é a confiança e a ética nas relações.
PORTAL PHOTOS – O tema nu sai do palco do congresso para o ambiente de estúdio dos workshops no
Estúdio Brasil deste ano. O que podemos esperar do seu workshop?
Kazuo Okubo - Neste workshop vou falar da minha trajetória como fotógrafo e de como comecei a
fotografar o nu. Vou falar das influências, dos trabalhos que mais me impactaram e marcaram a minha
alma e também vou abordar as técnicas de foto em estúdio, luz, foto ao ar livre e como produzir situações
inéditas. Vou mostrar como lidar com o nu e ovoyeurismo e falar sobre a vulnerabilidade do modelo nu e a
busca pela fotografia autoral. Os escritores publicam poemas, contos, artigos, romances. Nós, fotógrafos,
reportamos o dia, uma história ou uma vida.
Como iniciou a carreira como Design precocemente, a fotografia era a oportunidade de fazer algo
realmente novo, que pudesse ir além dos seus limites. ―Nessa mesma época tive contato com diversos
fotógrafos experientes e a amizade permaneceu‖, revela. Marques ainda lembra que foi atrás de alguns
fotógrafos, logo após ter adquirido a primeira câmera que para ele era profissional: uma Nikon D40. ―Meu
maior desejo era aprender a fotografar de verdade e tive um feedback positivo. Como sempre atuei na
área de publicidade e fazia muitos ‗freelas‘ de design, os trabalhos foram surgindo de forma gradativa. E aí
não parei mais‖, conta.
O primeiro trabalho foi, segundo as palavras do próprio fotógrafo, ―Impactante e decisivo nas minhas
escolhas na Fotografia e se refletiu no meu segmento de atuação. No começo, sem portfólio e ainda
aprendendo o tempo todo, é muito difícil surgir trabalhos.‖. Então veio a idéia: começou a convidar amigas
modelos para fazer seus novos materiais na base de troca. Mas nem por isso deixava de realizar os
ensaios com profissionalismo. Corria atrás de tudo: ―equipe, locação, produção de moda, etc..―, lembra.
Deu ―sorte‖: com esse portfólio inicial foi chamado para fazer um editorial de moda para o TCC de uma
turma de formandos do curso Moda, na faculdade Anhembi Morumbi. ―Com o apoio da turma consegui
produzir um trabalho totalmente diferenciado do que vinha fazendo. A turma cuidou de toda produção com
embasamento técnico e auxílio dos professores da faculdade. Muitos deles atuam no mercado da moda e
são profissionais respeitados. Conseguimos um resultado satisfatório que se refletiu na nota do TCC‖,
conta.
Ricca fala que o trabalho mais difícil que para ele é sempre o último. ―Recentemente fiz um catálogo de
moda que foi importante para mim. No dia da produção tivemos um problema com a locação e nos vimos
obrigados a repensar todo o briefing em pouquíssimo tempo. Dentro desse panorama de fácil e difícil, um
fotógrafo e uma equipe de produção têm maior controle da situação dentro de um estúdio‘, acredita. Mas o
fotógrafo ressalta que cada trabalho propõe novos desafios, que o bom trabalho acontece naturalmente se
estivermos totalmente focados e, acima de tudo, entrosados com a equipe inteira.
Se é purista na fotografia? ―Nem tem como ser purista, sou designer, né? Porém tenho sempre tentado
apresentar cada vez mais naturalidade nas minhas edições, preservando as características naturais do
modelo ou do objeto fotografado‖, descreve.
A rede e as inspirações
Marques é um fotógrafo antenado nas novidades da rede. Ele vê de maneira positiva a troca de
informações: ―Além de aprender muito sobre fotografia, conheci profissionais maravilhosos, além de ter
As referências de Ricca são, como ele mesmo reforça, magos da fotografia digital: Dave Hill e Jill
Greenberg. Mantendo essa lógica, no Brasil, quem se destaca para ele é o Clicio. ―Além de um excelente
fotógrafo, também possui uma habilidade ímpar na pós produção‖, ressalta e acrescenta mais uma lista de
fazer tremer qualquer um: ―Costumo dividir minhas referências entre mestres consagrados da fotografia
como Irving Peen, Helmut Newton e Patrick Demarchelier e alguns não tão conhecidos por todos: Hakan
Celebi e Jan Masny, e os brasileiros como Jr. Duran, Bob Wolfenson e Jacques Dequeker‖.
Ricca acredita que a maior dificuldade do profissional brasileiro está ligada à valorização. ―O mercado e as
facilidades da fotografia digital permitem que qualquer pessoa com uma câmera se intitule fotógrafo. Isso
torna-se uma grande desvantagem para muitos bons profissionais que estão realmente correndo atrás de
conquistar seu lugar ao sol, estudando, investindo, batalhando‖. Com isso, segundo ele, fica muito difícil
para o profissional que está iniciando buscar uma remuneração justa dentro do seu estilo e acabamos por
ver muitos fotógrafos voltados à área de moda, por exemplo, migrando para fotografia social. ―Muitos
dizem que o mais importante na fotografia é o olhar, mas na fotografia comercial, claro que o dom é
fundamental, porém deve estar associado à técnica, habilidade e também a um bom equipamento, já que
fotografia de publicidade e moda, exige cada vez mais qualidade final.‖, revela.
O fotógrafo paulista destaca ainda mais uma dificuldade: ―iniciantes conquistarem um espaço no mercado
comercial, onde estão as boas verbas, tendo um estilo mais autoral, pois o mercado não o absorve, tudo é
visto como erro, ao contrário do que acontece fora do Brasil‖, fala. Para exemplificar, ele cita os ―erros‖
cometidos por ele e citados no começo dessa entrevista. Eles foram transformados em estilo de trabalho.
―Um bom exemplo são as sombras duras e marcadas que adoro usar. Ali eu enxergo volume,
dramaticidade e mais realismo. Mas até incorporar esses ―erros‖ em estilo de trabalho, desenvolvi um
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trabalho ‗certinho‘ para poder começar a ter espaço nesse mercado tão competitivo‖. Com o know how de
mercado e a credibilidade solidificada, de acordo com a fala de Marques, podemos adotar um estilo mais
pessoal, que vire quase uma marca nas fotos. ―Mas no início de carreira isso não funciona. Vejo fotógrafos
consagrados abusando do flare e dos ruídos, variando exposição e todo mundo acha lindo. É um
profissional que tem um conceito e estilos próprios. Mas se um iniciante ousar dessa mesma forma será
considerado um profissional ruim‖, lembra.
A busca da personalização também é sua marca, ou seja, ela molda o seu trabalho nas expectativas e
identidade dos seus clientes. E o melhor de tudo é que na fotografia infantil e de eventos, ela consegue se
―transportar‖ para o mundo dos pequeninos para buscar uma visão de criança: um olhar verdadeiro,
emocionante, brincalhão e espontâneo.
Viagem agora para o mundo da fotografia familiar e de criança com a fotógrafa Dani Prates.
FOTOGRAFIA DG – Como e
quando a fotografia entrou na
sua vida?
DANI PRATES: Aprendi a
fotografar com o meu marido, ele
fazia por puro hobbie. Pouco tempo
depois já estava trabalhando como
fotógrafa.
FOTOGRAFIA DG – Falando um pouco de equipamentos, qual o set de que você atualmente utiliza.
Essa escolha se deu por quais fatores?
DANI PRATES: Meu equipamento é da marca Nikon. É comum me ver com uma Nikon D50 que não largo
nunca, mas no trabalho uso uma D300S. Quanto as lentes meu set é composto das fixas 35 mm, 50 mm,
85 mm, uma ou outra tele-zoom (raramente).
FOTOGRAFIA DG – Para toda essa nova geração qual seriam os “10 mandamentos” que você
deixaria:
DANI PRATES: Criatividade, Observação, Ética, Responsabilidade, Talento, Estudo, Investimento em
equipamentos (no que for usar, pois não adianta ter ―mil‖ lentes sem saber o que fará com elas),
Humildade, Caráter, Bom senso, Paciência, Teve mais de 10…
Com formação inicial em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-
Rio), fez vários cursos na antiga Visual Artes (atual Imagens e Aventuras) e workshops com Clicio
Barroso. Hoje – além de todo otrabalho – cursa Direção de Fotografia na Escola Internacional de Cinema.
E mais: toda terça-feira, 22 horas (no Brasil) realiza um bate-papo com fotógrafos pela twitcast.me, que
pode ser visto via twitter ou pelo blog.
Ele quer que, além dos brasileiros, portugueses participem. Tudo isso porque tem um grande sonho:
integrar através do seu blog pessoas que falam português, estejam elas aqui no Brasil, em Portugal, na
África, na Índia e até mesmo no Japão. A seguir, o nosso bate-papo com Renato, feito por e-mail:
FOTOGRAFIA DG: Foi difícil a mudança da Engenharia para a Fotografia? Por quê?
I LOVE MY JOB Foi dificílimo, eu tinha 29 anos e já era sócio de uma empresa junto com meu tio, que
construía apartamentos caríssimos em Ipanema e Leblon, bairros nobres aqui do Rio, também já estava
casado e não sabia como contar essa decisão para todos. As reações não foram boas, achavam que eu
estava maluco por trocar algo concreto e certo por uma ―maluquice romântica e juvenil‖, que seria apenas
mais um fotógrafo no mundo e eu mesmo me cobrava se teria talento para essa nova profissão, se
FOTOGRAFIA DG: Onde fez seus cursos e qual deles gostou mais? Foi o de Natureza?
I LOVE MY JOB: Fiz os primeiros na Imagens e Aventuras e o de Natureza foi o que mais me aproximava
das imagens que via naqueles livros, meu sonho era ser fotógrafo da National Geographic.
FOTOGRAFIA DG: Como foi o período que ficou sem arranjar nenhum trabalho? Dúvidas surgiram?
Críticas por parte de amigos, familiares?
I LOVE MY JOB : Fiquei um ano sem arrumar trabalho, as únicas imagens que tinha eram de uma
expedição fotográfica ao Nepal que fizera um ano antes, dúvidas e dívidas surgiram. Rsrsrs. Não escutava
muitas criticas, mas sabia que lá dentro as pessoas estavam receosas, continuavam a me achar um
maluco inconsequente.
Cheguei a me afastar um pouco das pessoas por receio de ouvir essas críticas, mas no final alguns
amigos até me elogiaram por ter tido a coragem de ir atrás de um sonho.
FOTOGRAFIA DG: Como é trabalhar para a Globo? Quais os trabalhos que mais foram prazerosos
de fazer? E a equipe?
I LOVE MY JOB: A Globo é a maior empresa de telecomunicações da América Latina, uma das 5 maiores
do mundo, o trabalho é imenso, intenso e feito em uma velocidade descomunal, já conheci metade do
mundo graças às viagens que faço e com e empresa aprendi que excelência não é uma virtude, mas um
hábito. Entrei cru e foi a equipe que me ajudou bastante nesses anos de convivência, aprendo muito sobre
luz e produção observando outros profissionais trabalhando, é uma senhora escola de vida. Eu amo o que
faço, então não dá para te contar qual foi o mais prazeroso, consigo tirar prazer de todos eles, todos
acabam me ensinando alguma coisa. O mais prazeroso é o próximo trabalho!
FOTOGRAFIA DG: E o interesse por flash? Surgiu onde? Pergunto isso porque não são todos os
fotógrafos que gostam de flash, e mesmo aqueles que gostam, nem todos sabem lidar. Qual é a
importância, segundo você, sobre o flash?
I LOVE MY JOB: O interesse pelos flashes surgiu das necessidades diárias, trabalho em vários tipos de
ambientes e situações de luz, sempre com pedidos de retratos específicos e nem sempre tenho a minha
disposição a luz mais perfeita de todas. Vendo o trabalho de outros fotógrafos como Joe McNally, David
Hobby, do Strobist, percebi que o flash podia me salvar de situações com uma iluminação ruim ou que
podia fazer a realidade que eu via mudar graças ao flash. Como trabalho sozinho e não posso carregar
muito peso, ter um flash a mão me ajuda bastante. Para o meu tipo de trabalho, o flash é indispensável. E
sua importância está no fato dele permitir o primeiro contato do fotografo com o comportamento único da
luz.
FOTOGRAFIA DG: Seu blog conta o dia-a-dia do seu trabalho, em uma espécie de diário de bordo
com dicas fotográficas. Qual foi o alcance dessa perspectiva de blog?
I LOVE MY JOB: Eu comecei a escrever o blog como um acervo para mim mesmo, nunca imaginei que
ele seria lido por tanta gente justamente pela linguagem simples com a qual escrevo. A ideia do blog era
reunir algumas experiências minhas para que eu pudesse revê-las em qualquer canto onde estivesse, uma
espécie de referência on-line para novas idéias a partir das já testadas. Mas a propaganda boca-a-boca
aliada à velocidade das redes sociais fez com que ele ultrapassasse qualquer objetivo inicial. Hoje ele é
acessado por gente do mundo inteiro, me assusto com os locais de alguns emails que recebo, já li gente
me escrevendo até de Bangladesh e depois do Brasil, Japão e Portugal são os países que mais acessam
o I LOVE MY JOB, juntos eles representam metade da audiência do Blog.
FOTOGRAFIA DG: Com quanta frequência você faz workshops? Quando começou a fazer e por
quê? O que precisa?
I LOVE MY JOB: Não há como manter uma freqüência precisa por conta das peculiaridades do trabalho
na Rede Globo, não tenho uma rotina fixa e trabalho também durante os finais de semana, então é difícil
programar algo com antecedência, normalmente a cada semestre tem um workshop aqui no Rio, começo
a receber emails me perguntando quanto acontecerá o próximo, aí sinto que é a hora de fazê-lo. Comecei
a fazer o WS entre amigos e fui formatando o curso até encontrar uma fórmula que parece ser a ideal:
simples e objetivo, direto ao ponto.
Consegui tirar férias longas agora e estou aproveitando o tempo livre para estabelecer contatos em várias
regiões do Brasil e até em Portugal e no Japão. Já fechei workshops aqui no Rio, Recife, Vitória, Brasília,
Cuiabá e estou conversando com fotógrafos de Portugal para montarmos um workshop no país.
Preciso de muito pouco: são 2 dias de curso, o primeiro é uma aula teórica onde falo sobre os flashes e
explico sua programação e uso e no segundo é a parte prática e análise das fotos. No link abaixo os
interessados em levar o curso para seus países ou estados podem ter todas as informações de que
precisam: http://www.ilovemyjob.com.br/blog/o-workshop/
E quem quiser saber mais detalhes ou se comunicar comigo diretamente pode escrever para o meu e-
mail:renatorochamiranda@gmail.com. Acredito que a única saída para melhorar o mercado
fotográfico como um todo está na educação, meu sonho é espalhar o I LOVE MY JOB por todos os cantos
possíveis, quero ver até onde esse sonho pode nos levar.
FOTOGRAFIA DG: O que acha da troca sobre fotografia que acontece na rede?
I LOVE MY JOB: Vejo a troca acontecendo entre grupos fechados e pequenos perto do potencial que a
Internet tem e penso que a rede facilitou muito a exposição das fotos, mas a carência de informações
básicas para quem está começando ainda é muito grande e observo mais preocupação com o
equipamento e maneirismos digitais do que com o ato de clicar. O volume de fotos expostas também é
muito grande o que dificulta a percepção mais apurada e a criação de um estilo próprio.
Em seu blog a fotógrafa mantém um diário onde posta a produção de suas peças e fotografias, através
dele você pode conhecer mais a fundo o que Kirsty quer transmitir com a relização dos seus projetos de
trabalho.
FOTOGRAFIA DG - Como e quando você decidiu se tornar uma fotógrafa e como você desenvolveu
seu estilo de fotografia?
Kirsty Mitchell - Eu ―caí‖ na fotografia quando eu estava me recuperando de estar muito doente em 2007.
Era uma maneira de lidar com um monte de novas emoções e experiências que eu tinha, e por alguma
razão eu comecei a tirar fotos de pessoas quando estava indo para o trabalho com uma pequena câmera
digital que eu levava na minha bolsa.
Foi uma distração no início, mas rapidamente cresceu e se tornou uma obsessão total. Eu tinha estudado
fotografia quando eu era muito jovem na Faculdade de Artes, mas me frustrei com o lado técnico, e acabei
me tornando uma estilista em. Mas esta nova experiência da fotografia digital me permitiu ser
completamente espontânea e ―livre‖. Eu poderia tirar uma centena de fotos por dia e não importava se
ficavam boas ou ruin, apenas me concentrei na emoção, no momento, e a razão pela qual eu sentia ao
capturar essa pessoa. Me senti sem limites, foi uma libertação para eu me expressar.
FOTOGRAFIA DG - Você cria toda a produção para as suas fotos, como é construir cada parte de
sua foto e depois ver tudo pronto?
Kirsty Mitchell - Faço tudo nas fotos, todos os adereços, as roupas e os cenários. Eu não trabalho com
designers ou estilistas, e esta parte do projeto eu levo muito, muito a sério. Para ser honesta eu não me
vejo como uma fotógrafa, eu me vejo como uma artista que registra o resultado final no formato de
fotografia. Fazendo tudo na fotografia é fundamental para o que eu faço, e é um trabalho muitas vezes
maior do que tirar a foto em si. É a minha maneira de pintar, só que a vida real, com pessoas reais –
Espero que isso faça sentido! É muito trabalhoso! A maioria dos acessórios são feitos de nada, são
materiais crus – papel machê, arame, papelão e madeira. Os tecidos são tingidos à mão, e Elbie o cabelo
e make-up artist vai fazer perucas e apliques especiais para os personagens também. Eu também gasto
muito tempo tentando encontrar os itens extraordinários que darão à imagem algo inesperado. Costumo ir
a feiras vintage e lojas de antiguidades, e passo horas no eBay à procura de tesouros esquecidos, bizarros
que poderá contribuir com minhas ideias. Isso significa
que pode demorar até um mês para me preparar para
apenas uma foto, mas o resultado será perfeito no final,
exatamente como eu imaginava, o que é muito importante.
Às vezes eu simplesmente não posso acreditar que
realmente consigo fazer tudo!
―Por vezes parece que o mundo te foge e que o tempo passa demasiado rápido‖. É este o sentimento com
que Tiago Ribeiro fica quando falamos desta fotografia. Intitulou-a de ―Spinning‖ e acabou por ser das suas
favoritas do Projecto 52, para o qual tirou uma fotografia por semana ao mesmo modelo, o seu amigo Rui
Silva.
Esta fotografia foi tirada no Norte do país, em Braga (Portugal), onde Tiago fez a grande maioria das
captações para o dito Projecto 52. ―A ideia surgiu-me de uma forma bastante espontânea. Quis transmitir a
mensagem de que nem sempre conseguimos controlar tudo. Às vezes é melhor deixar acontecer‖, explica
o engenheiro de software de 26 anos, que só em 2008 comprou a sua primeira máquina, uma Canon
400D.
Para esta foto, muniu-se de uma Canon 5D Mark II, com uma objectiva Canon 50mm 1.4f e não quis tripé,
recorrendo apenas à luz natural e usando a abertura máxima ―para obter uma profundidade de
campo mais reduzida, aumentando assim o impacto visual‖. Mas nem tudo correu como esperado no
momento da captação: o modelo acabou por ficar ―em pior estado do que a máquina‖, pois quando
chegaram ao local a chuva atacou sem piedade, e só lhes permitiu fazer três ou quatro fotografias. ―Tive
sorte porque uma delas coincidiu com a passagem do carro cujas luzes se vêem ao fundo dando-lhe um
efeito especial‖, confessou Tiago, deixando também escapar que a chuva ―acabou por dar uma expressão
ainda maior à fotografia‖ e que esta é uma das suas preferidas de todas as que tirou ao longo de um ano
para este projecto. A fotografia foi capturada em formato RAW, o que permite uma maior gama de cores.
Posteriormente foram feitos alguns ajustes a nível de contraste, cores e brilho. Os cantos foram
escurecidos e a claridade na cara aumentada, de maneira a centrar as atenções no sujeito e a dar-lhe um
maior nível de detalhe.
Acima de tudo, Tiago gosta de captar as pessoas e as expressões únicas que cada um consegue criar.
Apesar disto, encontramos nas suas galerias fotografias muito diversificadas e diferentes entre si, que na
sua grande maioria nos provocam um ―uau‖ espontâneo, e nos deixam de boca aberta. ―Como fotógrafo,
tento tornar visíveis coisas que não o são. Só assim consigo acrescentar valor a momentos que podem
parecer banais.‖
Ele não se importa com técnica, estilo ou qualquer outra coisa. O que o fotógrafo brasileiro e carioca Jorge
Bispo, 35, quer, é ser absorvido pela imagem. Filhos de diretores de teatro e formado em Artes Plásticas
pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele conta nessa entrevista
que a fotografia surgiu em sua vida muito naturalmente, que tudo que aprendeu foi na prática e com a
ajuda do fotojornalista Alcir Baffa e afirma que considera a troca de informações na rede divertida e
estimulante. Seu sonho? Ter uma revista só sua.
FOTOGRAFIA DG - Fez algum curso específico de fotografia ou não? Se fez, onde e por quê?
Jorge Bispo: Nunca estudei fotografia. Aprendi na prática e com a ajuda de um grande fotojornalista que
muito me estimulou, Alcir Baffa.
FOTOGRAFIA DG – Qual foi seu primeiro trabalho profissional? O que sentiu e o que sente ainda
ao falar dele?
Jorge Bispo: Honestamente não tenho a menor ideia… Mas deve ter sido um book de ator ou um evento
sem grande importância. Mas na época deve ter sido muito útil para pagar meu aluguel…
FOTOGRAFIA DG – Como começou com seus trabalhos para Trip, Vogue, Playboy Brasil , Trace
Urban… e ai por diante? Como é trabalhar para todas essas revistas de referência?
Jorge Bispo: A minha entrada com força no mercado editorial se deu depois de fazer o Curso Abril de
Jornalismo. Depois disso com portfólio debaixo do braço as coisas começaram a rolar. E uma revista vai
puxando a outra. Eu adoro revista, sou apaixonado. Adoro um jornaleiro. Pra mim é sempre um prazer.
Meu sonho ter uma revista minha.
FOTOGRAFIA DG – O que considera essencial em uma fotografia? Explique seu ponto de vista.
Jorge Bispo: Fundamental pra mim é força, energia. Não me importo com técnica, estilo ou qualquer
outra coisa. O que me prende em uma foto é seu poder. Quero ser absorvido pela imagem. É subjetivo.
Mas pra mim é fundamental.
Acho que a principal perda também vem dessa popularização e dos baixos custos: a vulgarização e
banalização do clique. Antes tínhamos que fazer dois retratos com um rolo de filme. Hoje em dia as
pessoas fazem oito gigas de foto pra tirar um retrato… Ninguém aguenta ver tanta foto.
Saiba mais sobre Jorge Bispo no seu site pessoal em www.jorgebispo.com e siga-o no twitter @jbispo.
O ideal, para não metermos os pés pelas mãos, é investirmos num portfólio. Experimentarmos tudo o que
somos capazes de fazer. Este portfólio será uma excelente ferramenta de aprendizagem para nós
próprios, uma excelente apresentação para os nossos clientes e funcionará como um limitador. Definirá a
nossa lista de competências, e os trabalhos que aceitamos e os que recusamos. Devemos disciplinar-nos
e não deixar que a ganância faça com que apresentemos um mau trabalho. E se nos propõe um trabalho
que nunca fizemos, temos duas hipóteses: ou temos tempo para melhorarmos as nossas competências a
tempo de realizar o trabalho ou recusamos o trabalho e entretanto melhoramos as nossas competências
para não recusarmos numa próxima oportunidade.
O valor deverá ser definido por hora e deverão ser cobradas horas inteiras de trabalho. A cobrança do
valor por hora ajuda-nos a gerir situações de peças mais exigentes, face a situações de peças mais
simples de fotografar. Demora menos tempo fotografar 80 peças iguais do que fotografar 20 peças com
características completamente diferentes.
É importante sabermos que preços os outros fotógrafos praticam e a qualidade do trabalho final que
apresentam. Hoje em dia conseguimos consultar a maioria dessas informações online.
Devemos comparar o nosso trabalho e os preços que pretendemos cobrar de uma forma crítica.
Analisar se o nosso trabalho é de qualidade superior ou inferior e se temos alguma mais valia a oferecer
ao cliente. Essa mais valia pode manifestar-se das mais diversas formas: tempos de concretização,
proximidade, disponibilidade, suportes disponíveis, etc.
Mesmo que o equipamento necessário para a realização do trabalhos nos pertença devemos considerar
uma taxa de desgaste/manutenção do mesmo. Normalmente, faço as contas a 5% do valor do
equipamento por cada 8 horas ou dia de trabalho.
Se for necessário o aluguer de equipamentos extra, devemos já ter uma boa relação com os locais onde
realizar esses alugueres e conhecer as disponibilidades assim como ter preços actualizados.
O equipamento a utilizar e/ou a alugar deve ter sempre em vista as necessidades do cliente. Por exemplo,
se o cliente precisa de uma imagem para web 150x150p, não tem qualquer sentido cobrarmos uma
exorbitância de manutenção de equipamento porque temos uma máquina de médio formato ou mesmo
uma fullframe.
4º Ponto – Ter uma equipa de trabalho estruturada e que se articule bem connosco
Na criação do nosso portfólio devemos aproveitar para juntar e testar uma equipa de trabalho. Não é boa
ideia fazer experiências num trabalho para um cliente, por vezes os egos e as vontades individuais podem
criar um mau ambiente e resultar num péssimo resultado final.
Mesmo que estas experiências impliquem algum investimento, é importante encara-lo como isso mesmo,
um investimento.
Devemos conhecer as capacidades e vontades dos nossos colegas de equipa, assim como os honorários
que pretendem cobrar e a sua disponibilidade.
É importante separar uma relação profissional de uma relação particular. Se por acaso, um dos membros
da equipa tem uma relação directa ou intima connosco, essa não deve influenciar os comportamentos que
temos no ambiente de trabalho. A disciplina, é novamente, a palavra de ordem.
Existem vários papéis a desempenhar numa equipa para a concretização de uma imagem:
o fotografo, o assistente, o produtor, o criativo, o maquiador, o modelo, o técnico de iluminação, etc.
Por vezes os profissionais esquecem-se de que a equipa também precisa de alguma manutenção.
Se um trabalho é feito fora do local de contratação (o nosso estúdio) é importante considerar os custos de
deslocação do fotografo e/ou da equipa. Normalmente, se utilizarem carros particulares, costumo
contabilizar os custos a 0,39€ por Km. Caso seja necessário ou mais viável o aluguer, contabilizo os
custos do aluguer, mais as portagens e o combustível.
Se o trabalho dura mais do que um meio-dia, é importante considerar os custos de alimentação para todos
os envolvidos.
Fotografia de Produto – devemos fazer as contas a todos os pontos, excepto o 5, e dividir o custo por
peça. O Ponto 5 deverá ser facturado à parte.
Fotografia de Moda – normalmente é apresentado um valor global da sessão, fazendo o custo sempre a
um mínimo de 2 horas.
Estas sugestões são apenas resultado da minha experiência enquanto fotógrafa e da relação que
estabeleci com a minha equipa e com os meus clientes. Por vezes, não se adaptam à realidade que
encontramos num trabalho específico. É importante sabermos analisar com sensatez cada um dos
desafios que nos aparecem pela frente.
Infelizmente há fotógrafos que trabalham com valores demasiado baixos e outros com valores demasiado
altos. Devemos saber tomar decisões de forma a mantermos a estabilidade da nossa empresa e uma
relação de honestidade com o nosso cliente final.
Considerar:
as nossas capacidades e limitações,
os equipamentos realmente necessários para a concretização do projecto,
a equipa necessária,
o mercado e a situação económica do nosso cliente alvo.
Contabilizar:
os nossos honorários,
os gastos com equipamentos ( manutenção ou aluguer),
os gastos com a equipa ,
as despesas extra.
Apresentar:
o valor num formato adaptado ao tipo de serviço que vamos concretizar,
honestidade na adaptação destes valores às particularidades do trabalho,
uma visão realista das necessidades do cliente.
Contactos Essenciais
Cansado do alto nível de estresse, Silvio Cunha, de 43 anos, abandonou a área de computação em busca
de mais qualidade de vida. Já o então técnico em eletrônica Felipe Prado, de 25 anos, jogou tudo pro alto
atrás de algo que lhe desse mais satisfação. Os dois não se conhecem e muito menos trabalharam juntos.
No entanto, eles têm um importante fator em comum: largaram uma carreira sólida e tiveram a coragem de
partir rumo à outra profissão.
Pode parecer incomum, mas muitos trabalhadores ou mesmo executivos bem-sucedidos agem desta
forma porque perdem o gosto pelo ramo em que atuam. Para especialistas em recursos humanos, muitos
tomam essa importante decisão em busca de desafios. E, como consequência corre atrás de melhores
remunerações, sempre aliada com mais qualidade de vida.
―A mudança foi uma forma de resgatar minha motivação‖, confidencia Silvio, que migrou para a área
de fotografia. Já como fotógrafo especializado no ramo, ele analisa que a perda de gosto pelo trabalho é o
momento para trocar de profissão. ―Antes de tudo, nosso trabalho deve nos proporcionar prazer. Melhor
remuneração e mais qualidade de vida são consequências do processo‖.
Felipe tinha uma carreira traçada numa empresa de som para veículos. Ele despontava a ponto de ser
incentivado a estudar engenharia pela própria companhia. Mas as aulas só serviram para mostrar que
estava no caminho errado. Assim, depois de relutar muito, decidiu seguir seu antigo sonho, a fotografia.
―Perdi o entusiasmo na medida em que o tempo passava‖, relembra. A escolha por ingressar em uma
escola de fotografia foi feita com base na sua facilidade em aprender coisas novas. Apostou na nova
chance e tornou-se fotografo, no final de 2007. Hoje, Felipe é fotografo e editor de revistas especializadas
em vídeo, games e informática. ―Não me arrependo da minha decisão‖.
A vontade de ter uma vida menos intensa também é um dos grandes motivos para trocar de profissão. O
fotojornalista Pedro Scalco, explica que muitos buscam uma atividade mais rentável, mesmo sem
almejar grandes cargos. ―Isso acontece após os 35 anos, quando a pessoa começa a pensar apenas nos
ganhos‖ afirma.
A consultora Betina Alves esclarece que muitas pessoas optam por trabalhar ao lado de bons
profissionais, com outras cabeças, principalmente do campo de criação e fotografia publicitária ―Por isso,
mudam para outras áreas atrás de desafios‖, observa.
O Consultor Julio Andrade, de 43 anos, não se contentou em trabalhar num único ramo. Ele foi muito mais
além. Trocou duas vezes de profissão atrás de novos desafios. Sua carreira começou na área de
processamento de dados. Depois, passou pelo setor de negócios e, na nova alteração, atua no segmento
fotográfico.
Julio destaca que atuava como analista no extinto Banco Garantia, em 1989, quando se interessou pelo
fotojornalismo. Tomou gosto e se enveredou no mundo da fotografia de moda. ―Essa oportunidade abriu
minha mente em busca de melhores remunerações‖, afirma Julio, que trabalhou nessa área até 1998. Em
seguida, migrou novamente para o ramo de gestão de empresas, em 1999, após fazer pós-graduação na
USP e mestrado na FGV. Hoje, Julio trabalha com sua consultoria de moda. ―A experiência no banco me
transformou numa pessoa mais ambiciosa‖, comenta.
Antes de se tornar especialista em fotografia de culinária, o consultor de recursos humanos Silvio Cunha,
de 43 anos, tinha uma vida diferente. Em vez de lidar com clientes e alimentos, ele tinha uma bem-
Anuário 2010 • Fotografia DG Página 190 de 249
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sucedida carreira como analista de sistema. Por 19 anos, Cunha – enquanto programador de sistemas -
montava redes de computadores para grandes empresas. Para entrar nessa área em 1984, ele se formou
em técnico em eletrônica.
Mesmo assim, decidiu arriscar-se numa nova vida profissional. ―A escolha por uma instituição de ensino
altamente especializada, acaba fazendo a diferença e reduz seu tempo de aprendizado‖. Ele afirma que a
vontade de mudança já vinha de algum tempo. ―Aproveitei uma dificuldade para tomar essa decisão‖,
revive Silvio, ao se referir à crise enfrentada pelas empresas de internet, em 2003.
Desta forma, ele fez um curso profissionalizante de fotografia. Por um ano, conciliou as duas áreas para
fazer uma migração gradativa para um ramo de atividade. ―A escolha por escola sérias, renomadas,
com prestigio e conceito no mercado são determinantes‖, avisa.
Nesta nova profissão, altamente tecnológica, ainda há espaço para auto-didatas? ―Sim‖, responde Enio
Leite, da Escola Focus. ―Como em qualquer outra profissão do universo digital. Mas, há atalhos: o aluno
recém formado por uma boa instituição de ensino, está melhor preparado e compete em nível de
igualdade com fotógrafos profissionais autodidatas, atuantes no mercado há mais de 15 anos‖, explica.
2. Planeje ao máximo a mudança para poder enfrentar as dificuldades de forma mais tranqüila.
3. Escolha uma atividade que tenha mais domínio ou familiaridade para que tudo dê certo.
4. Migre gradativamente para a nova profissão como forma de fazer uma transição e se acostumar
com as mudanças.
5. Tenha uma boa reserva de recursos para poder se sustentar durante a migração em outro ramo.
6. Procure informações com um profissional da área em que pretende migrar para fazer um bom
planejamento.
7. Coloque um objetivo bem foiçado antes de começar a promover as mudanças para evitar possíveis
fracassos.
8. Tente sempre agregar valores, inclusive as adquiridas na experiência profissional anterior.
9. Busque sempre ser o melhor e os bons resultados porque é preciso provar seu valor,
principalmente no início da nova carreira.
10. Tenha muita humildade e reconheça sempre quando errou para aprender.
11. É necessário paciência para esse recomeço. A ansiedade pode atrapalhar.
12. Escolha sempre boas escolas, com conceito e tradição de mercado. O nome da escola é como
seu sobrenome, te acompanha o resto de sua vida.
Currículo atualizado, dinamismo e segurança são as qualidades mais consideradas pelos entrevistadores.
Para quem já está inscrito em escola de fotografia, o estágio pode ser uma boa oportunidade para
ingressar no mercado de trabalho – talvez a principal. Além de proporcionar experiência prática ao
estudante, ele é capaz de associar o conteúdo dado em sala de aula com a realidade da profissão. Então,
prepare o currículo e comece bem a sua carreira.
Daniella Correa, consultora de recursos humanos da Catho Online, explica que os candidatos devem estar
preparados para ter mais chances de contratação: ―O currículo deve estar sempre atualizado, com
informações objetivas. Também é importante fazer cursos específicos e complementares para a área
desejada, ler revistas e jornais, pesquisar portais de fotografia, para estar atualizado com os principais
acontecimentos. Conhecimentos gerais são sempre avaliados.‖
Além de distribuir currículos nas empresas, é importante se cadastrar em sites específicos e investir na
rede de contatos. ―As empresas buscam profissionais nos sites de integração, e estar cadastrado pode
garantir oportunidades ao estudante‖, lembra Eduardo de Oliveira, superintendente de operações do CIEE
(Centro de Integração Empresa Escola).
Emprega São Paulo e o Centro de Solidariedade ao Trabalhador são boas referencias. Já contratei bons
profissionais, vindo destas fontes.
Lei de Estágio
Para muitas pessoas, se inscrever em um curso de fotografia não é exatamente sinônimo de sucesso.
Com o dinheiro contado, às vezes o sonho de ser fotografo profissional tem que ser colocado de lado e o
curso logo é interrompido. Para auxiliar aqueles que passam por essa situação, há sites, portais e fóruns
de fotografia, como por exemplo, Focus Foto e o Classificados Fotografia que dispõe de anúncios de
empresas e fotógrafos profissionais já estabelecidos, que contratam aspirantes ou mesmo ex-alunos já
especializados. Para os iniciantes, os ganhos ajudam a pagar o curso e a custear novos equipamentos.
A Escola Focus, por exemplo, oferece desde sua fundação (1975) programa de bolsas de estudos, com
descontos de 10 a 100%, sem comprovação de baixa renda, sem processo seletivo, nem fila de espera.
Basta o candidato atender os requisitos mínimos necessários. Quanto mais requisitos preencher, maior o
desconto. Outras instituições como o SENAC, também oferece este tipo de serviço.
Boa parcela dos formandos em fotografia, após terem cumprido estágios, optam por abrir seu próprio
negócio. Não é uma tarefa fácil, exige espírito empreendedor, conhecimento de mercado e principalmente
de capital inicial. Esteja preparado para se custear durante o período de adaptação até conseguir compor
sua carteira de clientes. Outra saída são os projetos do fotógrafo microempreendedor, promovido pelo
governo federal. Empresas de pequeno porte também contam com o apoio do BNDS taxas de juros bem
atrativas.
O governo federal encerrou o primeiro trimestre com algumas medidas para combater a escassez de
crédito, principalmente para micro e pequenas empresas. A torneira andava seca por conta da crise
financeira norte-americana iniciada em outubro do ano passado e exportada para o resto do mundo. Com
governo e sociedade civil mais confiantes, é hora de retomar o crescimento das atividades econômicas.
Uma das características do Governo Lula, em seus dois mandatos, tem sido o incentivo à formação de
uma ampla malha de pequenos empreendedores nos mais diversos segmentos da economia. Não por
acaso. As micro e pequenas empresas representam 94% do total de firmas no País; e 45% delas
escolheram o comércio para suas atividades.
É fato que o mercado fotográfico desenvolveu-se no País apoiado por linhas de financiamento das
âncoras da indústria. Na maioria das vezes para comprar estúdio fotográfico ou mesmo novos
equipamentos. Sem a figura do fabricante como intermediário da operação entre banco e fotografo
estabelecido, o crédito era dificílimo de ser concedido. Hoje esse quadro é mais arejado por força do
desenvolvimento da economia, do amadurecimento do mercado e também do aprimoramento da própria
indústria fotográfica.
Vale lembrar que bancos oficias ou fomentos e ainda os privados não oferecem linhas de financiamento
específicas para o ramo fotográfico. Se for fotógrafo, por exemplo, vai ter de se enquadrar numa das
categorias: micro, pequena ou média empresa; se fotógrafo, na classificação ME; se sem CNPJ, na de
microempreendedor informal.
Capacitação – O crédito resolve o destino de uma empresa em parte. A outra moeda que entra na carteira
do sucesso é a capacitação empresarial.
Quanto a isso, micro e pequenos empresários têm à disposição o Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e
Pequenas Empresas (SEBRAE). Fundando em 1972, esta instituição vive uma fase de grande dinamismo
e de proximidade a quem se empenha. Pelo portal sebrae.com.br dá para notar o seu comprometimento
com o público-alvo e sua atuação em cada Estado e Distrito Federal (cada um tem seu portal na internet).
Na área de comércio e serviços, o SEBRAE desenvolve cerca de 200 projetos e promove vários cursos e
consultorias. Com o slogan ―quem tem conhecimento vai pra frente‖, esses endereços passam a ser uma
visita obrigatória para os empresários.
É sabido que o fotografo profissional brasileiro não tem o hábito de se consultar no SEBRAE (talvez por
herança da época de ouro do filme). Mas quem se decide acaba por se sair bem nos resultados. É o caso
da fotógrafa Cíntia Duarte que se inscreveu para participar do prêmio SEBRAE Mulher e conquistou o
segundo lugar com a empresa Cíntia Fotografias, em Lençóis Paulista (SP). O ramo necessita de mais
casos como este.
MEI, você é?
O microempreendedor individual (MEI) tem renda bruta anual de até 36 mil reais e pode participar de
programa de microcrédito do BNDES ainda que informal.
Os recursos do fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) é que compõem o Proger, o programa do governo
federal destinado a gerar emprego e renda. As linhas de crédito são para investimento de longo prazo,
podendo ter capital de giro associado, de micro e pequenas empresas, profissionais liberais, autônomos e
até informais.
Empresas com receita operacional bruta anual inferior ou igual a 60 milhões de reais são consideradas
Micro, Pequena e Média Empresas para efeitos de concessão de financiamentos.
Fotógrafo ME
A Af Rorato ME, em Cuiabá, foi constituída em 2006. Na época, Ana Flávia recorreu a um empréstimo em
banco privado par as instalações de seu estúdio. Pagou 12 prestações e não se arrependeu. Atualmente a
fotógrafa tem uma carta de crédito que será utilizada na compra de um imóvel para sede própria do
estúdio. Isso vai implicar em novos investimentos em reformas das instalações que podem ser financiados.
Uma das opções é o cartão BNDES, que permite a aquisição de bens de produção, insumos e serviços
credenciados pela instituição. O crédito é rotativo, pré-aprovado até 500mil reais. Ana Flávia até então
desconhecia a existência deste cartão. Outra possibilidade é uma linha de capital de giro isolado, o PEC,
também do BNDES. Em ambos os casos, o solicitante deve estar em dia com o INSS, FGTS, RAIS e
tributos federais. De maneira mais ágil e menos burocrática, é recorrer à rede de bancos privados. No
caso dela poderia voltar ao mesmo banco que lhe concedeu o primeiro empréstimo de sua vida
empresarial.
Foto Sombra
Com mais de 50 anos de mercado, a rede de lojas Foto Sombra, em São Luís, já passou por cenários
distintos da economia brasileira. Sérgio sombra, que dirige a rede, concorda que nos últimos tempos tem
havido uma oferta maior de crédito. ―Pelo menos existe mais propaganda, mas não é tão fácil conseguir
um‖, referindo-se ao processo da documentação exigida.
O BNDES dispõe, além do cartão de crédito, um leque extenso de linhas de financiamento. Acompanhe
algumas delas que empresas MPMEs do ramo fotográfico podem se beneficiar.
BNDES Automático – até dez milhões de reais, a projetos de implantação, expansão e modernização de
empreendimentos, em qualquer setor de atuação.
Paesc - apoio empresarial a empresas afetadas pelas enchentes ocorridas em Santa Catarina em
novembro de 2008
Bens de capital
Aquisição e modernização de maquinas e equipamentos nacionais
PEC- capital de giro para empresas dos setores de indústria, comércio e serviços.
Revitaliza – capital de giro para empresas de qualquer setor em Santa Catarina
E, mãos à obra !
Muitas pessoas praticam a fotografia como um hobby, uma maneira de aliviar o estresse, de trazer
recordações de suas viagens e acompanhar o crescimento dos filhos entre outros. São inúmeras as
razões para que alguém fotografe e que tenha o desejo de aprimorar sua técnica através de cursos e
leituras.
Nesse processo, muitos se envolvem de tal maneira com a fotografia que pensam em abandonar
seus empregos em áreas como engenharia, contabilidade, medicina e tantas outras em favor desta
atividade de eternizar frações de tempo.
Adotar a fotografia como profissão tem aspectos positivos e muitos inicialmente citarão questões como o
fato de trabalhar com algo que envolva a criatividade, de ter controle sobre seus horários sem ter a
obrigação de ―bater cartão‖ em uma empresa, de não ter que aguentar aquele chefe chato que não
valoriza seu trabalho, enfim, fazer o que gosta e ainda ganhar dinheiro com isso.
Tudo o que foi dito no parágrafo anterior é verdade, o que faz lembrar uma publicidade famosa aqui no
Brasil, de um jornal, que dizia ser possível contar um monte de mentiras falando apenas verdades.
Não quero desmotivar quem tenha o interesse de ser fotógrafo profissional, muito pelo contrário, mas
considero que seja útil mostrar um lado que muitos desconhecem e por ignorar as questões que tratarei
logo abaixo alguns acabam se desiludindo com a vida profissional da fotografia, daí a necessidade de
retirar alguns mitos que cercam a atividade.
O primeiro mito é o de que sendo fotógrafo profissional você tem controle sobre seus horários, então se
quiser ir a um cinema numa quarta feira a tarde você poderá, algo impensável para um funcionário com
um emprego ―comum‖. Este deve ser o mais falso dos mitos fotográficos. Digo isso pois do momento em
que você é um prestador de serviços, você deve estar disponível aos seus clientes nos horários em que
eles irão precisar de seu trabalho, isso acaba condicionando seu dia-a-dia e fazendo com que você tenha
exatamente os mesmos horários que qualquer pessoa.
Além do que foi dito no parágrafo anterior, nos horários livres o fotógrafo deve se dedicar a vender seu
trabalho, buscar outros clientes, melhorar o portfolio com cursos, leituras e muito treino. Achar que sobrará
tempo para um cinema numa tarde qualquer é ilusão. Inclusive é comum ver fotógrafos com expedientes
de trabalho de doze ou até quatorze horas por dia, muito mais do que vemos em empregos comuns.
Vamos ao segundo grande mito, o de que você não precisará aturar o chefe chato que não o valoriza. Ao
se tornar fotógrafo você perde um patrão mas ganha dezenas ou centenas deles pois todos os seus
clientes são seus chefes. Alguns serão boas pessoas, simpáticas e interessantes, outros serão
inconvenientes e mal educados que não darão qualquer valor para o que você faz, pedirão dezenas de
alterações e ainda por cima atrasarão o pagamento ao ponto em que você será obrigado a contratar um
advogado e processar o cliente.
Algo que considero um meio mito é a questão de trabalhar numa atividade que envolve a criatividade.
Muitas vezes isso será verdadeiro, mas sempre acontecerão trabalhos nos quais você terá tantas barreiras
para suas idéias que acabará executando um serviço de forma burocrática apenas para entregar o mais
rápido possível aquilo que o cliente quer. Sua criatividade será cerceada ou ignorada, as vezes combatida
mas o fotógrafo acaba tolerando isso pois precisa do dinheiro. Isso passa após alguns anos de carreira,
quando o profissional se torna mais conhecido e reconhecido por seu talento, mas o início de carreira pode
ser especialmente frustrante nesse aspecto.
Há um outro fator importante. Quando você é fotógrafo assumirá também tarefas como a gerência de seu
negócio, o papel do vendedor e do administrador também, entre outros, assim é importante ter consciência
de que fotografar é uma pequena parte do trabalho, pois gastará horas no computador fazendo
orçamentos, respondendo e-mails, ao telefone vendendo seu trabalho e montando planilhas enormes para
calcular custos e descobrir o quanto terá de trabalhar para pagar as contas.
Ilustro este artigo com uma foto que fiz no Memorial da América Latina, local projetado por Oscar
Niemeyer e que rende belíssimas imagens graças a sua arquitetura diferenciada e aos amplos espaços
abertos, gosto muito desta fotografia, espero que vocês gostem também.
A atividade fotográfica é uma ferramenta recomendada para ativar novos mecanismos de percepção,
raciocínio e melhorar a maturidade emocional do gestor em busca de decisões rápidas.
Muitas pessoas têm sua iniciação fotográfica da pior forma possível: ―aprendem‖ os primeiros passos na
rua com amigos tão ignorantes quanto elas e recebem informações soltas e carregadas de mitos e
fantasmas, sem qualquer tipo de ciência associado. Raramente consultam educadores especializados,
possuem dados distorcidos, parecem obrigadas a aprender tudo sozinhas e sentem medo. Muitas delas,
infelizmente, passam a vida inteira sofrendo as consequências deste início desastroso.
Muitos gestores aprendem gestão da mesma forma que a maioria das pessoas aprende fotografia. Não
recebem informações sistematizadas sobre o assunto, aprendem com ignorantes e não desenvolvem o
pensamento sistêmico. Criam preconceitos e medos nunca revelados, não estudam a natureza do
próprio trabalho de gerentes, tornam-se profissionais inseguros e com fortes características de amadores e
muitos sofrem também durante toda a vida as sequelas do desconhecimento.
Mais grave é o caso onde estes gestores são diretores, presidentes ou acionistas. Pela falta de preparo
em gestão e pela carga de autoridade que possuem, podem fazer grandes estragos nas suas empresas.
Fiz recentemente duas pesquisas: a primeira em 50 escolas privadas de ensino fundamental e médio e a
segunda em 78 empresas, entre indústrias e serviços, com faturamento anual acima de 70 milhões.
As amostras de escolas e de empresas foram estratificadas nas regiões sul e sudeste do Brasil. Cada
pesquisa continha apenas uma pergunta. Nas escolas, a pergunta foi: existe algum tipo de educação
fotográfica? Nas empresas, a pergunta foi: existe algum tipo de educação em gestão?
O percentual de respostas NÃO foi muito semelhante: nas escolas, a resposta NÃO EXISTE alcançou
98% (40 escolas) e nas empresas a resposta NÃO EXISTE alcançou 89.01% (61 empresas). Pessoas
ignorantes em fotografiae gestores ignorantes em gestão são o triste resultado. A solução? Implantar
amplos programas de educação, nas escolas e nas empresas. O que mais resta dizer? A gestão não é
uma ciência, mas pode ser entendida como uma profissão ou como uma atribuição.
Qualquer um de nós que receba esta atribuição precisa, portanto, ser educado e treinado para ela. Só há
uma razão que provoca a falência ou o encolhimento de uma organização: a má gestão. Qualquer sinistro
que ataque uma empresa (câmbio desfavorável, ações trabalhistas repetitivas e milionárias, movimentos
de concorrentes, clientes que vão embora, fornecedores que pratiquem dumping, cartel ou truste, clima,
governo etc.) deveria ser prevenido pela boa gestão, que deve funcionar como o SISTEMA
IMUNOLÓGICO da organização.
Empresas com boa gestão são mais imunes aos ataques externos (que sempre, obviamente, vão existir)
do que empresas com má gestão. Estas se comportam de maneira tão frágil às agressões externas e
internas como um arquivo digital infectado. Fotografia, praticada de forma ignorante ou irresponsável, é
potencialmente prejudicial. Má gestão, também.
A fotografia é uma excelente terapia para a mente, para o espírito, para colocar as ideais em ordem e para
ajudar a solucionar problemas cotidianos, por outros enfoques, outros ângulos outras dimensões. A
fotografia tem muito a contribuir para com os gestores, diretores e aqueles que detêm o poder de decisão
empresarial.
Um dilema enfrentado por muitos fotógrafos não reside na fotografia, mas na capacidade de vender e
negociar seus serviços e assim obter um nível ao menos razoável de rendimentos.
Quando alguém opta por ser profissional da fotografia, precisará compreender que o trabalho de venda,
que inclui buscar novos clientes, divulgar seus serviços, formar preços e negociar, responde por uma
grande parte do tempo empregado pelo fotógrafo. Arrisco dizer que nem 50% do tempo é gasto fazendo
clicks com a câmera, o que significa que mais da metade da atividade residirá nas vendas e no marketing.
Com base nisso decidi elaborar um conjunto de dicas que podem ajudar fotógrafos em suas vendas e
negociações, vamos a elas:
Uma primeira dica é que você deve se manter atualizado e informado sobre seu mercado, precisa
observar seus concorrentes, saber o preço que praticam e quais serviços e vantagens oferecem, pois
assim poderá montar um conjunto diferenciado para oferecer aos seus clientes.
Outro ponto é o preparo prévio, sempre que houver uma reunião com um cliente, ou mesmo um
telefonema, você deve estar preparado, saber todas as informações e ter todas as possíveis perguntas de
seus clientes com respostas já elaboradas, não se pode dizer a um cliente algo como ―não sei‖ ou ―não
tenho certeza‖. Ninguém contrata dúvidas.
Aproveito para registrar um aspecto que considero importante, que é o da apresentação pessoal. Por ser
uma atividade muitas vezes vista como artística, é comum que os profissionais da área acabem levando
esse espírito libertário das artes para suas roupas e hábitos, em resumo, tem gente que gosta de ir a
reuniões usando roupas rasgadas, não exatamente limpas ou exibindo penteados nada convencionais. O
fotógrafo deve ter a clareza de que desleixo nunca será visto como artístico e sim como desleixo mesmo.
Cabe ressaltar que não é proibido para ninguém usar a roupa ou acessório que bem queira, mas é uma
questão de adequação ao público, se quero vender meu serviço para grandes corporações cheias de
executivos trajados formalmente, terei que zelar por uma apresentação adequada ao ambiente. Por outro
lado, se existe uma preferência por roupas diferentes, tatuagens, piercings ou algo assim, você deve
procurar clientes que tenham uma visão libertária e que aceitem ou adotem comportamentos semelhantes
aos seus.
Existem algumas dicas básicas que ajudam a ter um bom ambiente em uma reunião de negócios, alguns
deles são tratar seu cliente sempre pelo nome, desligar o celular antes de entrar na reunião, estar de bom
humor ou ao menos aparentar estar de bom humor e não ficar de braços cruzados enquanto o cliente fala.
São dicas básicas fundamentais.
Enquanto estiver em uma reunião, pergunte especialmente as coisas que o cliente não quer que sejam
feitas. Em geral ao receber esse questionamento ele lhe mostrará muito mais interesse e informações
detalhadas do que se apenas tentar saber o que ele quer.
Vamos falar um pouco sobre concorrentes. Muitas vezes você pode ser questionado dos motivos para seu
trabalho ser mais caro ou mais barato que o de um concorrente, ou outras características podem ser
apontadas pelo cliente na busca dele descobrir qual é o profissional adequado para ele. Seja como for,
nunca fale mal de um concorrente, ocupe-se em falar de seu trabalho e de seus diferenciais. Deixe claro
seus pontos fortes e que o diferenciam da concorrência, mas nunca use seu tempo e do cliente para
denegrir outros profissionais.
Por fim, do momento em que você formou seu preço e você tem convicção que seu trabalho vale aquela
quantia, não queira entrar em guerra de preços com outros profissionais, pois isso só o prejudicará. Gaste
mais de seu tempo tentando encontrar clientes adequados a seu preço do que adequando seu valor aos
clientes que aparecem pela frente.
A última dica, e mais importante de todas que irei deixar como encerramento deste artigo é: Coloque-se no
lugar do seu cliente. Você compraria o que está vendendo?
Com frequência recebo e-mails de pessoas que desejam ter a fotografia como profissão, são jovens
decidindo como irão iniciar uma carreira e também pessoas com longas histórias em outras atividades
como engenharia, publicidade ou medicina, querendo jogar tudo para o alto e abraçar a apaixonante
atividade da fotografia. O texto que coloco abaixo contém tudo o que costumo responder para essas
pessoas.
Sobre ser fotógrafo e ser bem sucedido na profissão, pois ser é uma coisa, ganhar dinheiro é outra,
existem dois pontos fundamentais, o primeiro é estudar fotografia, o segundo aprender marketing. Sem
estudar fotografia você não terá como vender nada, sem saber vender não adianta ser um grande
fotógrafo.
Sem estudo nestes dois campos não há caminho a ser percorrido e não haverá dinheiro, que é o objetivo
de qualquer trabalho dentro do sistema capitalista.
Neste ponto em geral muitos pensam, o quanto devo estudar antes de me oferecer ao mercado? Devo
comprar a câmera, fazer uns dois cursos e já sair vendendo meu trabalho? Afinal, com quantos cursos
afinal se faz um fotógrafo profissional?
Imaginemos outra profissão: médico. Se você resolver ser médico terá que entrar numa faculdade, estudar
todos os dias durante cinco anos ou mais, aproximadamente quatro horas diárias para ao final desse
período ser um iniciante na profissão.
Não devemos crer que seja diferente com a fotografia, não há milagre que substitua tempo e estudo. Não
existe caminho mais curto ou atalho. A evolução é proporcional ao esforço empregado, então se você
treinar e estudar cerca de quatro horas por dia, seja na sala de uma faculdade ou por conta própria, em
quatro ou cinco anos será um apenas iniciante dando os primeiros passos no mercado.
Mas hoje ninguém quer esperar tanto, imagine estudar, treinar e se preparar por tanto tempo apenas para
ser fotógrafo, e ainda por cima iniciante. O que muitos fazem é comprar uma câmera, estudar uns dois ou
três guias na internet, ingressar em um curso ou dois e sair dizendo que é profissional.
Infelizmente não funciona e o que espera a pessoa que pensar assim é a falência. Se quer um tempo mais
curto para entrar de forma correta e bem estruturada no mercado, deverá estudar e treinar mais do que
quatro horas diárias.
Já fui questionado se há um segredo para fazer boas fotos, ter clientes e ganhar dinheiro com fotografia e
a melhor resposta que posso dar é que pelo menos no meu caso são cerca de quinze anos de dedicação,
trabalhando e estudando uma média de oito a doze horas diárias, sem férias, décimo terceiro salário ou
algo assim. Fiz uns vinte cursos dos mais variados assuntos fotográficos, além de ir a cinemas
constantemente para ver como grandes cineastas lidam com a estética de seus filmes, a exposições para
estudar a luz e a composição dos grandes mestres da pintura e assim por diante.
A cada vez que vou ao cinema parte do meu cérebro está em busca de entretenimento mas a outra parte
está estudando luz, enquadramento, direção etc. O mesmo quando observo as páginas de uma revista ou
quando visito o site de um grande fotógrafo. Até quando vou a um restaurante jantar com minha esposa
fico olhando o prato que nos é servido e pensando numa forma interessante de iluminar aquela comida.
Muitos que querem entrar para o mercado da fotografia mencionam o fato desta ser uma atividade
apaixonante, e de fato é, assim como a música, o teatro, a pintura e todas as formas de arte. Mas ninguém
nunca poderá perder de vista que a partir do momento em que a fotografia vira profissão, todas as
decisões devem ser racionais e nunca apaixonadas. Gostar do que faz é uma coisa, entender que é um
negócio como qualquer outro e que precisa pagar suas contas é diferente.
Assim estude técnica e entenda que saber tudo sobre técnica é um pré suposto e nunca um diferencial do
fotógrafo, quem não sabe tudo da técnica não é fotógrafo e a maioria daqueles que se dizem profissionais
em nosso mercado não sabem o que devem.
Não sei se é isso que um iniciante quer ouvir, ou melhor, quer ler mas é o que digo a quem está querendo
iniciar.
Olá leitor! Essa é a minha primeira coluna na Fotografia DG e vou compartilhar com vocês um pouco do
meu conhecimento e experiência, principalmente na fotografia de casamento, área na qual atuo. Mesmo
assim, tentarei sempre abordar assuntos que sejam do interesse de todos.
Convivo constantemente com vários fotógrafos, amigos, colegas, alunos, que algumas vezes se
preocupam demais com alguns pontos específicos da fotografia.
Você com certeza conhece alguém que sabe tudo de equipamentos fotográficos. É só perguntar o modelo
de uma lente que ele te passa não só todas as siglas e seus significados, como também ano de
fabricação, pontos fracos e fortes, além de um possível lançamento da marca X que irá substituir essa
daqui Y semanas. Fala com propriedade das diferenças entre essa, a marca X e uma outra Y também. Ele
sabe tudo sobre regra dos terços e tudo o que os livros e manuais de fotografia dizem. Importante saber
tudo isso? Sim, é. Mas não basta.
Mas tem também aquele que mal sabe dizer a diferença entre abertura do diafragma e velocidade do
obturador. Fotografa até mesmo no modo P (P de profissional, como costuma-se brincar por aí) ou
automático, ainda que fazendo algumas belas imagens. Conhece tudo sobre arte e conceitua
seu trabalho como tal. Desenha com a luz com o equipamento que tem, muitas vezes um equipamento
simples, uma câmera de celular talvez, mas faz bonito, sem ao menos saber como ou por que ficou
daquele jeito. Regra dos terços? Nunca ouviu falar. Apenas foi lá e fez o que viu, o que sentiu.
Sensibilidade pura. Isso também é importante? Sim, é. Mas não basta.
Eu adoro observar fotógrafos. Já vi gente fotografando com uma DSLR e outra pessoa ao lado fazendo a
mesma foto numa pequena máquina digital. Pasmem, mas quem fez com a pequena máquina teve um
resultado muitíssimo melhor. Talvez essa pessoa nunca tenha ouvido falar em composição,
enquadramento, luz, mas tinha noção de estética. Ter equipamento de primeira não é tudo, e mesmo
sabendo fotografar em modo Manual, não te faz um bom fotógrafo. É preciso saber mais, muito mais.
E pós-produção? Será que os fotógrafos têm se preocupado com isso? Quanto do seu tempo você se
dedica a conhecer mais sobre softwares de edição de imagens? Já vi gente defendendo o RAW com
unhas e dentes, mas na prática, não sabia quase nada do que ele pode oferecer.
O que eu busco constantemente é me aprimorar a cada dia. Conheço muito pouco. Sou um eterno
aprendiz. E estar aqui escrevendo para vocês não me faz professor ou dono da verdade. Me faz mais uma
vez, um aprendiz. E tenho aprendido muito. Hoje, mais uma vez.
Gostaria de deixar 10 dicas de como lidar com a concorrência na fotografia de casamentos e animar você
a olhar com bons olhos para aqueles que partilham dessa profissão tão fascinante.
Algo que tenho presenciado, que não acontece somente no mercado de casamentos, é a maneira como
se olha para os concorrentes de maneira ruim e crítica. Há fotógrafos que só sabem falar mal dos
concorrentes, não tem amizade com outros fotógrafos, nem tão pouco partilha suas informações com
quem quer que possa concorrer com ele.
Ter concorrentes é excepcional para você e para o mercado. Ter concorrência ajuda com que profissionais
invistam em conhecimento para não oferecer a mesma coisa sempre ao cliente, e com isso todos
crescem.
Eu gostaria de agradecer aos amigos fotógrafos de São Paulo, meus concorrentes… Mais que
concorrentes, grandes parceiros da área da fotografia. Este mês viajei a trabalho e uma noiva que estava
com contrato quase fechado comigo não quis esperar minha volta de viagem e acabou optando por fechar
com um outro fotógrafo, que nem conheço pessoalmente, mas sei que tem um bom trabalho. Quando a
noiva me disse o nome do fotógrafo, eu disse a ela: ―Que bom! Você vai ter uma boa cobertura fotográfica!
Sucesso e felicidades no seu grande dia!‖. Fiquei feliz que a noiva encontrou outro profissional para
atendê-la, com qualidade e que isso fortalece o mercado. O contrário já aconteceu comigo também. Então
devemos sempre estar tranquilos com relação aos que trabalham com fotografia de casamento como nós!
Todos nós temos pontos fortes. O interessante é que quando somos indagados de sopetão sobre as
características que nos destacam dos outros profissionais, ficamos inseguros e às vezes até sem
resposta. Sabe por quê? Não sabemos valorizar aquilo que temos como pontos fortes. Tenha sempre em
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mente quais são suas melhores características e saiba valorizá-las quando você é questionado ou precisa
defender seus serviços em detrimento do concorrente. O cliente (e você) precisa saber porquê você é
melhor que o outro fotógrafo que cobra, inclusive, mais barato que você!
A pior coisa da concorrência é quando entramos na guerra de preços para poder ganhar clientes. Cada
vez que cobrimos ofertas e baixamos o valor para ―ganharmos um contrato‖, rifamos nossa arte e
rebaixamos o que temos a oferecer. Se
um cliente tem 2.000,00 para pagar na
fotografia e seu pacote mais básico é
3.000,00, deixe-o ser atendido por
outro profissional que vai cobrar tal
valor. Se você deprecia seu trabalho
em quase 40%, significa que você não
sabe quanto ele vale, e o seu cliente
também vai saber disso.
Cobre o justo e ensine seu cliente a dar valor pelo que ele está contratando. Muitas vezes, para mim, vale
mais eu passar tempo em casa com minha esposa que pegar um contrato de alguém que não sabe dar o
devido valor ao meu trabalho
4) Corra riscos
Vejo frequentemente fotógrafos que tem pavor de reajustar seus preços e valorizar seu trabalho. Se você
está investindo constantemente em sua fotografia e em conhecimento, não tenha dúvidas que você
precisa cobrar mais. Se cada um de nós valorizar seu trabalho, nosso mercado como um todo também vai
ser valorizado pelos nossos clientes.
Claro que você precisa oferecer diferenciais para poder cobrar mais. Não aumente seu valor se você não
tem nada de novo a oferecer. Cursos, estudos, equipamentos, informações… Tudo isso tem seu preço e
você deve cobrar mais cada vez que oferece algo melhor aos seus clientes
O mercado se reinventa cada vez que colocamos nossa criatividade para fora e encontramos novas
formas de lucrar com nossa paixão.
Antigamente não existiam sessões de noivos, trash the dress, street wedding, fotos na hora… O fotógrafo
vendia um álbum com 30 fotos, tamanho 20×25 e a única forma de se lucrar mais era vendendo fotos
extras.
Fotógrafos visionários e profissionais com mente aberta criaram inúmeros serviços que abriram um leque
de novas oportunidades. Hoje temos álbuns laminados, fotolivros, laminações especiais, impressões em
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papéis fine art, sessões pós casamento em lugares paradisíacos, e eu posso garantir que ainda existem
muitas coisas para serem lançadas. Não continue no mesmo lugar. Crie diferenciais e cobre por isso!
6) Evolua
Quanto mais o mercado cresce e se desenvolve, mais ele exige de você ir para um outro patamar. Nunca,
em toda ahistória da fotografia, foi tão necessário investir em conhecimento. E nunca também houve
tantas opções para você sair do lugar onde você está. Este ano investi um valor razoável em
conhecimento como cursos, livros, workshops e congressos. Posso dizer também que evoluí como nunca
em meu estilo e olhar fotográfico. Se você quer estar a frente da concorrência você precisa ir atrás de
coisas novas para tornar sua fotografia ainda melhor. Vale ressaltar que os grandes nomes da fotografia
brasileira investem constantemente em conhecimento, inclusive indo buscar conhecimento fora do país,
estando um passo a frente e nos inspirando cada vez mais a irmos além!
Fotografar é maravilhoso. O que eu digo para as noivas: é mágico fazer o que faço. Volto realizado para
minha casa toda vez que saio de um casamento. É uma sensação de alegria e de prazer em produzir
imagens que vão marcar a vida das pessoas. É interessante como ouço isso de todos os casais que vão
ao meu estúdio: ―é nítido que você ama o que você faz!‖. Eu acredito que esse é um grande diferencial
entre você e toda a concorrência. Seja apaixonado! Vá além. Ande uma milha a mais pela beleza das fotos
do seu cliente. Mostre-se que você está tão feliz por aquele momento quanto os convidados que estão lá.
Brilhe! Isso com certeza faz com quem você seja muito mais admirado por seus clientes e torna sua vida
muito mais especial
Um conselho de um dos maiores fotógrafos do Brasil: ―Seja raro!‖. Vinicius Matos disse isso em inúmeras
oportunidades que tive de ouvi-lo! Torne seu trabalho valioso! Torne-se alguém que as pessoas vão
desejar contratar porque você oferece o que ninguém mais oferece. Participe de concursos e ganhe
concursos! Torne-se um diamante na área. A concorrência olhará para você com admiração, o mercado
também e principalmente os seus clientes!
9) Esteja antenado!
Um fotógrafo dos dias atuais precisa estar antenado e em linha com a cultura das redes sociais. O
fotógrafo dos novos tempos precisa ter um bom website, um blog constantemente alimentado, facebook,
twitter, Orkut, Flickr e participar de outras comunidades de troca de informação. Com a avalanche de
novos profissionais, a única forma de se destacar é tornar-se conhecido. Invista em conhecimento esta
área também. Noivas cada vez mais são fãs de internet e de informação. Se você estiver lá, elas vão
encontrar você! Abra sua mente e, se ainda não entrou, entre de cabeça na Internet e nas mídias sociais!
O maior prazer que podemos ter como profissionais é usarmos nosso conhecimento para ajudar outros a
evoluírem também. Eu sempre adorei isso. Talvez seja uma pontinha de desejo de viver essa vida docente
e transmitir conhecimento, ver outros surgindo e se edificando no mercado profissional. O mercado está
em busca de novos profissionais e tem espaço para quem está desejoso de compartilhar conhecimento e
informação. Colabore! Ajude! Participe de comunidades! Ofereça conhecimento e você encontrará muita
satisfação na gratidão daqueles que você edificar na caminha profissional de fotógrafo de casamentos!
A frase que dá título a este artigo teria sido dita por Pablo Picasso, não exatamente com essas palavras, a
frase dele seria algo mais ou menos assim: ―tudo que posso fazer pela sorte é que ela me encontre
trabalhando‖.
Vi algumas variações para essa sentença, mas que de forma geral tem o mesmo significado, e atribuídas
ao grande mestre da pintura cubista.
Do momento em que a li resolvi carregá-la como lema, algo para pensar e refletir sempre que estivesse
cansado ou desanimado, com a idéia de que se mesmo nas situações mais irritantes ou tediosas do dia a
dia eu continuasse trabalhando e seguindo em frente, a sorte de alguma forma cruzaria o meu caminho.
E vejam que recentemente tive uma prova de que este pensamento, quase que uma crença, de fato é
verdadeiro.
Eu andava cansado do trabalho, tive uma longa sequência de serviços repetitivos, pois foram várias
encomendas parecidas, todas com muitas fotos de produtos a serem fotografados sobre fundo branco e
com poucas variações. Parecia que ao longo dos últimos quatro meses eu tinha feito sempre a
mesma fotografia, todos os dias, várias vezes por dia, sempre a mesma coisa. Quase sem pausas para
finais de semana ou feriados.
Essa longa série de trabalhos tem seu lado positivo, que é o financeiro, mas tem diversos pontos
negativos como cansaço, desânimo, estresse e principalmente no bloqueio criativo, pois ao realizar tantas
a mesma coisa você acaba se tornando um robô que faz tudo de forma automatizada. A criatividade acaba
ficando de lado e um fotógrafo sem criatividade é a mesma coisa que nada.
Sentindo os efeitos disso tudo entreguei a última foto desses trabalhos no dia seis de setembro. No dia
sete, que é feriado aqui no Brasil, sob uma chuva constante, um frio desagradável e um dia tediosamente
nublado, acordei cedo e fui fotografar e filmar para mim mesmo em um parque. É isso mesmo, sob frio,
chuva e vento, mas eu precisava fazer isso, tinha que fazer algo para mim, que desafiasse meu cérebro,
que acordasse minha criatividade que andava em estado de hibernação.
O vídeo que ilustra este artigo é o resultado daquele sete de setembro chuvoso. Logo ao chegar no parque
percebi que Pablo Picasso tinha razão, a sorte estava cruzando meu caminho e me encontraria ali,
trabalhando sob a chuva. As flores estavam belas e sorridentes com a água que caia dos céus depois de
quase cinquenta dias de seca que ocorreram nesta cidade, estava com sorte.
Andei pelo parque colhendo diversas cenas, gotas d‘água caindo aqui e ali, bancos vazios mostrando a
solidão do belo parque que num dia como aquele não se mostrava interessante para o público em geral.
Eu sempre protegia o equipamento da chuva mas fui ficando todo molhado e com frio, não estava
realmente me importando com isso, estava feliz sentindo que produzia algo de qualidade. Buscava em
minha cabeça referências artísticas que iam de Monet a Kurosawa enquanto trabalhava e esquecia do frio.
Num dado momento percebo uma mulher andando, a única pessoa naquele parque além deste fotógrafo
que vos escreve, ela caminhava lentamente e observava a paisagem. A vi de longe, portava um guarda
chuva rosa contrastando com o cenário verde. Corri para um ponto que daria uma vantagem de tempo
para preparar a câmera e ajustar o enquadramento.
Esperei ela passar com o guarda chuvas refletindo nas águas do lago, com passos num ritmo cadenciado
e calmo. Eu não acreditava na cena que acabara de captar, parecia algo saído de um filme de Kurosawa,
que é um grande ídolo que tenho, uma forte referência junto a outros grandes cineastas.
Voltei para casa após quase quatro horas de trabalho molhado, descarreguei os arquivos da câmera e
comecei a editar o vídeo adicionando a trilha sonora. Neste momento veio minha maior surpresa.
A sorte definitivamente tinha me encontrado. Nada disso foi combinado, eu sequer sabia exatamente qual
trilha sonora iria utilizar no momento em que captava as cenas, no entanto tudo funcionou e se encaixou
perfeitamente.
É por isso que Pablo Picasso tinha total razão, a única coisa que podemos fazer pela sorte é que ela nos
encontre trabalhando, nem que seja quando estamos cansados, estressados e ainda por cima com frio e
completamente encharcados pela chuva.
Vou ser sincera com vocês, talvez eu não seja a pessoa mais indicada do mundo para falar sobre este
assunto, pois sou tão iniciante quanto os que jogaram essa frase no Google e caíram nesse texto.
Porém, depois de muito pesquisar e muito quebrar a cara, acredito que possa dizer que já aprendi
bastante sobre o assunto e acho que agora consigo colocar num passo a passo bem didático para vocês.
O que vejo acontecendo muito entre os fotógrafos iniciantes, é a falta de instrução para o trabalho. Não
digo aqueles que compram a câmera e já se julgam fotógrafo, mas aqueles que realmente estudaram a
técnica, fizeram tudo certinho, sabem fotografar, mas não sabem trabalhar.
Trabalhar com fotografia não é o mesmo que fotografar por si só. É preciso definir uma série de coisas,
como qualquer outro trabalho. Vamos aqui tomar como base que profissional da fotografia é aquele que
ganha dinheiro com ela. Ponto.
Planejamento
O primeiro passo é o planejamento. Isso abrange boa parte do processo, que é somente pensar sobre o
que você vai fazer.
O que você vai fotografar? Casamentos? Esportes? Tenha isso em mente antes de sair por aí oferecendo
seus serviços.
Costumo sempre dizer: quem fotografa de tudo, não fotografa nada. Procure especializar-se numa área.
Público-alvo
Ao mesmo tempo que, de nada adianta oferecer um pacote de 8 mil, se o seu cliente simplesmente não
tem condições, por mais que se ofereça descontos ou parcele em 10x.
Negócios à parte
Terceiro passo para o fotógrafo iniciante é estar sempre organizado, trabalhando direitinho, cobrando
corretamente, fazendo orçamentos justos, mesmo que seja para amigos próximos. E boa parte disso,
significa fazer um contrato.
Anuário 2010 • Fotografia DG Página 210 de 249
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É um erro comum achar que o contrato não se faz necessário algumas vezes, só porque é um trabalho
simples ou para um amigo próximo. É bom sempre previnir e ter o contratinho em mãos. É bom para você
e para o cliente. É lá que está tudo acordado, onde será o evento ou sessão de fotos, quanto e como o
cliente está te pagando, quantas fotos receberá e de que forma. É a maneira mais segura de se trabalhar.
Você pode pedir para algum amigo que fale advoguês (acadêmicos de Direito) te ajudar nessa parte.
Além disso, você também pode se cadastrar como Empreendedor Individual e se legalizar como pequeno
empresário, ter CNPJ, emitir notas ficais… Eu ainda não dei este passo, mas pretendo!
Essa parte pode ser difícil, ainda mais em meio a tantos fotógrafos bons (ou nem tanto, mas estão aí) que
temos atualmente. Sei que é difícil se destacar na multidão e para isso você precisa de um diferencial.
Precisa ser visto.
Uma boa maneira de ser visto é a internet. Muitas vezes até gratuita – por meio de redes sociais – ou
custando muito pouco, como montando um site personalizado (apróx. R$30 ao ano custa registrar um
domínio). O importante é estar lá.
No site você pode, além de colocar as suas fotos, desenvolver uma relação com o cliente. Por meio de
blogs as pessoas podem conhecer um pouquinho mais sobre você e se identificar com o seu trabalho.
É mais fácil conseguir clientes que já foram cativados pela sua maneira de trabalhar e pelo seu estilo, do
que convencê-lo de que do seu jeito é legal.
Mídias locais
Outra maneira, são as mídias locais. Você pode pagar para anunciar num jornal ou revista da sua cidade
ou então fazer parcerias com empresas que tem o mesmo tipo de cliente. Por ex: buffet de casamento ou
lojas de decoração para festas, são ótimos. Eles te indicam e vice-versa.
Cartão de visita
Faça um cartão de visitas e carregue-os sempre. Distribua-os por aí. Coloque seu telefone e seu site no
cartão.
Seja honesto
Essa parte é importante, pessoal. Trabalhe de maneira honesta, respeite seus clientes, seus colegas de
trabalho (não gosto de chamá-los de ‗concorrentes‘) e o mercado. Pesquise sobre valores, faça planilhas
de cálculo e cobre preços justos. É muito ruim quando vemos um fotógrafo iniciante tentando passar a
perna no outro ou então cobrando valores absurdamente baixos, que só prejudicam o mercado como um
todo.
Não copie nem inveje o trabalho de seus amigos mais experientes, mas aprenda com eles, se inspire.
Estude muito
E para finalizar, estude muito! Nunca pense que já sabe tudo. Sempre há o que aprender e quem pensa
dessa maneira só tende a crescer.
Eu, felizmente, tenho fotografado bastante. Isso significa que, além de treinar as técnicas fotográficas,
estou treinando minhas relações interpessoais (com os clientes) e minhas habilidades empreendedoras.
Já pararam para pensar nisso? Na quantidade enorme de outras atividades que circundam a fotografia?
Eu só fui descobrir tudo isso quando comecei a trabalhar. Antes da fotografia profissional, era só festa.
A gente descobre na marra, que temos que aprender sobre outras áreas. E com isso, os errinhos de
trajeto são inevitáveis. O importante é aprender com eles.
Vivendo e aprendendo, não tem jeito. Cada erro que cometo, penso como uma oportunidade para
crescer. ―Na próxima, já sei como fazer.‖ Se alguém tivesse feito uma listinha assim como essa, minha
vida seria bem mais fácil. Vamos abordar alguns assuntos que aprendi ao longo do tempo:
Barganha: Quem é muito bonzinho (como eu, cof cof), acaba sofrendo com clientes barganhadores. Com
o tempo, depois de perder muito dinheiro (isso mesmo!), você acaba aprendendo a lidar e a negociar sem
que nenhuma das partes saia perdendo. Por exemplo, há não muito tempo atrás, eu caía na besteira de
abaixar meus preços, caso isso garantisse que determinado cliente fechasse negócio comigo. Eles vinham
com aquela conversa de ―fulano faz mais barato‖ e eu, bem no estilo Casas Bahia, cobria o preço da
suposta concorrência.
A dica é: Primeiro, não cair nessa. Segundo, oferecer opções para o seu cliente.
Se ele acha que não pode pagar este valor de uma só vez, facilite o pagamento. Evite dar descontos.
Caso seja inevitável, nunca combine desconto com pagamento facilitado. É um ou outro.
Seguro de equipamentos fotográficos: Faça o que eu digo, não faça o que eu faço. Sou mais uma
dessas pessoas desligadas que até agora não providenciou um bom seguro para seus equipamentos.
Nunca passei por nenhuma situação que tivesse que acionar o seguro (felizmente), mas eu não deveria
esperar primeiro quebrar a cara, para depois correr atrás disso.
Nunca tive uma câmera ou lente roubada, mas talvez seja porque nunca expus muito meu equipamento.
Isso quer dizer que, se eu tivesse feito o seguro, talvez eu tivesse bem mais fotos legais, uma vez que não
teria medo de carregar as tralhas para determinados lugares.
A bem da verdade, se bem administrada, sua divulgação via internet faz grande parte do trabalho. Por isso
que julgo importante investir em um site personalizadíssimo e ‗atacar‘ [com parcimônia] as redes sociais.
É interessante deixar tudo acessível ao cliente. Seu telefone para contato, e-mail, endereço do seu estúdio
– se for o caso – podem estar facilmente visíveis no seu perfil do linkedin, por exemplo. Ninguém quer ter
trabalho de sair vasculhando por aí, até achar seu telefone escondido em um cantinho do seu site.
Algumas fotos disponibilizadas em álbuns do orkut ou facebook podem facilitar o acesso do cliente ao seu
material.
Vale lembrar também, que você é a cara do seu negócio, então estar bem apresentável tanto na itnernet
(por exemplo, postar fotos bêbado no seu facebook não é uma boa ideia), como pessoalmente, pode fazer
a diferença.
Ufa, só nessas partes ultra-básicas da vida do fotógrafo, já vimos algumas áreas diferentes do
conhecimento. Tenho certeza que deixei passar algumas. Que outras áreas vocês lembram ou já
presenciaram?
Simplesmente segurar uma câmera nas mãos o torna fotógrafo, sim. Mas… Que tipo de fotógrafo você
quer ser? Você pode ser um fotografo… Ou você pode ser ―o‖ fotógrafo. A fotografia tem que vir de dentro.
Tem que ter sentimento.
Faz me lembrar um trecho de uma música de Almir Sater: ―É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz
pra poder sorrir… É preciso a chuva para florir…‖
Antes de você me perguntar qual câmera comprar, sugiro que aprenda e tire o máximo de proveito do
equipamento que você tem nas mãos. Estude técnica, pesquise, compre revistas especializadas… Leia o
DG desde o começo. Converse com fotógrafos da sua cidade, peça, se for conhecido, para poder
acompanhar em uma sessão, fazer uma making of dele trabalhando. Se ofereça para fazer fotos dos
priminhos, afilhados, sobrinhos… Tudo como um estudo para você mesmo. Comece, realmente, do
começo. Nada de ficar atropelando fases.
Quando se sentir, realmente, preparado e seguro de si…Quando, sem oferecer, começar a aparecer gente
interessada no seu trabalho… Aí, é hora de um upgrade de equipamento. Obviamente, equipamento não é
tudo… Como sempre disse e vou continuar dizendo, conheço pessoas que, mesmo com uma compacta na
mão, são capazes de transmitir emoções únicas, mas… Ajuda. E muito. Por isso eu acho que esse
―estudo‖ antes de comprar uma DSRL é importantíssimo. Porque quando você pegar sua primeira nas
mãos, verá um ―mundo novo‖. Aí é hora de estudar mais e mais… Aprender mais e mais… Conhecer sua
nova câmera, tirar o melhor proveito dela e claro, começar a trabalhar.
As mídias sociais são, hoje em dia, um dos melhores meios para quem está começando (e pra quem não
está tão no começo também). Divulgue suas fotografias, seja cordial e educado. Responda e-mails,
mensagens, seja prestativo. Crie uma ―assinatura‖para suas fotos… Ela será uma porta de entrada para
novos clientes e interessados. Tenha um blog/site. Defina seu público alvo baseado no que você mais
ama fotografar e o dinheiro acaba sendo consequência. Não fotografe só por dinheiro. Respeite para ser
respeitado. E o mais importante de tudo: humildade sempre. Ninguém sabe tudo sobre tudo. Todo mundo
erra. Não tenha vergonha de errar… São esses mesmos erros que nos impulsionam para frente. Não olhe
para os erros com desdém, mas como uma forma de aprendizado. ―O que eu fiz de errado e o que eu
poderia ter feito de melhor?‖ Não critique o erro dos outros. Aprenda com eles também.
Este pensamento tem feito com que casais peçam para ―aquele amigo que tem uma câmera‖ fotografar o
casamento na mesma medida em que empresas dizem para o assistente de marketing que teve aulas de
fotografia na faculdade para fotografar os produtos que irão para o catálogo na internet.
Embora em muitos casos o amigo com a câmera ou o assistente de marketing que teve algumas aulas
possam realmente dar conta do recado e produzir imagens corretas e até boas, há um grupo de motivos
pelos quais sugiro que você invista em fotografias de alta qualidade, vamos a eles:
1 - Em uma empresa que vende produtos ou presta serviços, embora qualquer um possa fotografar, só
um fotógrafo profissional pode olhar o seu produto e extrair o máximo dele para que não apenas apareça
corretamente na foto, mas para que seja desejável aos consumidores. Uma foto correta é fácil mas uma
foto vendedora pede mais em termos de qualidade, iluminação, acabamento e poder comunicativo;
2 - Imagine agora o casal buscando o registro de seu casamento, nada impede que peçam aos amigos
para tirarem fotos, isso inclusive é divertido, mas o fotógrafo profissional não estará na festa para se
divertir, beber ou comer, ele é pago para observar detalhes, captar sorrisos e momentos sem perder nada.
O amigo com câmera não pode registrar tudo pois ele não está lá para isso;
3 - Outro caso é o de um decorador escolhendo uma imagem para um projeto. Ele pode comprar uma
câmera e produzir fotos bonitas, sem dúvida, no entanto com poucos cliques no Google ele pode localizar
desde um fotógrafo brasileiro que tenha uma linda fotografia de uma praia paradisíaca até alguém com
uma fantástica imagem do deserto, então por que desprezar essa riqueza de imagens?
É por isso tudo que se deve investir em fotografias de alta qualidade contratando bons profissionais. Isso
não muda o fato de que é divertido e interessante que outras pessoas fotografem, gostem e estudem
fotografia, isso é ótimo pois quanto mais informação, melhor para todos, a democratização da fotografia
impulsionada pelo digital foi excelente, mas se o que você busca é um resultado especial e diferenciado
em termos de imagem, seja para seus produtos e serviços ou para as memórias dos momentos especiais
de sua vida, então contratar um bom fotógrafo nunca será um gasto, mas sim um investimento.
Este artigo é sobre um tema que converso com meus alunos e com outros fotógrafos profissionais, e
quanto mais levanto este assunto mais vejo que é totalmente incomum fotógrafos realizarem algum tipo
de controle de qualidade sobre seu próprio trabalho.
Quando eu falo em qualidade e ter algum controle sobre ela, não me refiro a olhar para as fotos e achá-las
bonitas ou feias, bem compostas ou não, apagar as que não nos agradam e manter aquelas que nos
fazem ter orgulho do momento captado, não é isso.
Estou me referindo a controle de qualidade preciso, mais próximo ao que é praticado pela indústria. O lado
mais matemático e estatístico de um sistema de controle que normalmente é evitado ou desconhecido por
fotógrafos.
A idéia é estabelecer um grupo de critérios e realizar uma contagem sobre eles, descobrindo porcentagens
de erros e acertos para cada um em todos os trabalhos que você faz, ao longo do tempo você terá dados
para saber onde erra mais e em quais assuntos você deve se aprimorar e corrigir as falhas.
Parece complicado mas não é, veja um exemplo de como proceder para implantar um eficiente sistema de
qualidade em seu trabalho fotográfico:
Selecione alguns critérios técnicos, estes são sempre matemáticos, pouco afetados pela subjetividades do
gostar ou não gostar. Os critérios básicos são foco, profundidade de campo, tremidos (tempo de
obturador), exposição (fotometria), ruído de imagem (ISO) e balanço de branco (cor).
Com estes critérios você sabe se sua foto está focada, se a nitidez da área da profundidade de
campo está adequada (e consequentemente se a escolha do diafragma foi correta), se há tremidos (e
consequentemente se escolheu o tempo de obturador correto), se o ruído de imagem não prejudica
a fotografia (para saber se sua escolha de ISO foi adequada) e por fim se as cores são o que deveriam
ser, devido a correta ou equivocada escolha de balanço de branco (white balance).
Coloque os critérios em uma planilha e faça uma contagem para lotes de 100 fotografias. Em cada 100
imagens, verifique quantos erros em cada aspecto técnico, some o total de falhas para ter usa
porcentagem sobre o total de fotos.
Se em um lote de 100 imagens você errou, por exemplo, o foco de uma, detectou tremidos em três e teve
cores ruins em dez, podemos concluir que é necessário treinar mais o balanço de branco e ter mais
atenção com o tempo do obturador, no foco você parece ter uma boa precisão. Ao somarmos os
resultados vemos que você cometeu 14 erros, ou seja, 14% das imagens não tem qualidade para serem
entregues ao cliente.
Eu defendo que uma margem de erro de 1% é uma boa margem para fotógrafos iniciantes. Em cada 100
fotos, você pode errar apenas um aspecto técnico e uma única vez, tendo acertado todos os outros, algo
como ter uma foto tremida enquanto as outras 99 estão bem focadas, bem expostas e com as cores
adequadas.
Para que o controle dê certo e você tenha real conhecimento sobre suas falhas técnicas, esqueça que sua
câmera tem um botão para apagar imagens, não apague, deixe para fazer isso em casa ao verificar o
trabalho no computador. Complete sua planilha e assim tenha real noção de seus erros.
Na primeira vez em que realizar este controle levará um susto, perceberá que erra muito mais do que
imagina, mas terá encontrado uma forma para guiar seus treinos e estudos para se tornar cada vez mais
preciso e eficiente.
Recentemente fiz um trabalho que durou uma semana, e em seu todo teve pouco mais de 600 fotografias
feitas. Destas, errei o tempo de obturador de uma, apenas uma que teve de ser apagada pois estava
Pensei comigo: ―é apenas uma, errar é humano e ter falhado uma vez em mais de 600 é um bom
resultado‖. Com este raciocínio em mente gravei o DVD com as fotos, imprimi as provas e levei para o
cliente. Após dez ou quinze minutos examinando o material ele levanta os olhos e diz ―estou sentindo falta
de uma fotografia, que mostre melhor esta parte da empresa‖. Era aquela foto, a tremida, maldita tremida.
O trabalho inteiro foi aprovado com elogios, mas faltava uma. Entendi que mesmo um aparentemente
ótimo resultado estatístico pode não ser suficiente e isto me fez ficar ainda mais atento.
Quando fiz a planilha pela primeira vez, há cinco ou seis anos, eu tinha uma margem de erro de quase
10%, ali defini uma meta de em um ano baixar para 1%. Treinei, estudei e procurei melhorar minha
concentração a cada trabalho. Ao final do período eu tinha atingido o objetivo de ter apenas 1% de erro
técnico, aí resolvi ir além e estabelecer outra meta, de 0,50%, depois 0,25%, ou seja, uma foto errada em
cada 400 feitas. Quando atingi essa meta parei de realizar o controle até que chegou esse trabalho. Uma
em 600 não foi suficiente.
Voltei às metas e a que quero atingir é ambiciosa, errar apenas uma em cada 1000 fotos.
Muitos podem apontar que ter uma foto tecnicamente perfeita não significa ter uma boa foto em mãos, e
também podem dizer que uma excelente fotografia pode não estar perfeita dentro dos conceitos técnicos.
Isso é verdade, há momentos em que você não terá tempo para um ajuste ideal e deverá conseguir a foto
do jeito que for possível pois é melhor ter a imagem captada do que perder um momento que nunca irá se
repetir, mas mesmo isso não impede que tentemos atingir a perfeição técnica, devemos aqui nos inspirar
nos grandes esportistas, casos em que um milésimo de segundo ou um milímetro faz toda a diferença
entre uma medalha de ouro ou uma derrota.
Por fim, devo dizer que é possível ter um controle de qualidade paralelo, sobre aspectos subjetivos como a
estética, composição, a beleza das imagens, mas tenha a clareza de que controlar estatisticamente
critérios subjetivos é mais complexo do que parece, uma boa foto hoje pode deixar de ser daqui um ano ou
dois, depende de modas, de seu estado de espírito ou humor na hora em que verifica as fotos.
E você, adota algum controle de qualidade? Qual seu método? Comente, pergunte, opine, vamos trocar
idéias para que todos possam melhorar seus trabalhos.
Muito embora o orçamento fotográfico não tenha a mesma validade jurídica do contrato estabelecido entre
as partes, este também é de suma importância em uma negociação, uma vez que o orçamento possui
caráter vinculativo, conforme previsto no Código de Defesa do Consumidor (art. 40, § 2º): ―Uma vez
aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre
negociação das partes‖. Ou seja, aquilo que for pactuado no orçamento, deverá ser cumprido (o mesmo
princípio vale para a legislação portuguesa). Portanto, o cuidado empregado ao se confeccionar um
orçamento deve ser o mesmo daquele ao se realizar o trabalho propriamente dito.
Além deste aspecto legal, o orçamento é o primeiro contato negocial com o cliente. Este já viu o seu
portfólio impresso ou digital e agora quer saber como você vende o seu trabalho. Muitos fotógrafos, desde
os iniciantes aos mais experientes, negligenciam esta importante etapa, por achar que o principal
instrumento de venda está nas próprias fotografias e que o orçamento na verdade é somente uma etapa.
E isso não é verdade!
Um orçamento bem confeccionado impressiona tanto quanto a apresentação do portfólio para o cliente, e
além de ter o papel de negociação o orçamento ainda possui o caráter de estipular ao cliente a maneira
que você trabalha e como o faz.
Por isso, muito além de conter os valores de determinado serviço ou venda, o orçamento deve apresentar
alguns requisitos essenciais para sua validação plena, e sem margens a interpretações dúbias, e ainda
que possa configurar como um meio de prova e defesa no caso de um possível entrave judicial. Além
disso, contendo estes requisitos, o orçamento passa a ser mais esclarecedor para o cliente.
Abaixo exponho alguns requisitos que considero cruciais, que podem ser modificados ou adicionados de
outros conforme a necessidade do prestador ou cliente:
Identificação das partes – auto explicativo: o orçamento deve conter o nome do prestador e do
cliente. O nome do prestador normalmente está contido no cabeçalho e na assinatura, por isso não
demanda maiores explicações. Quanto ao nome do cliente, não é essencial, mas fica como
sugestão para que se estabeleça uma relação de maior proximidade com o cliente, criando assim
uma sensação de individualidade, que é ponto positivo em uma negociação.
Para finalizar, ressalto que existem diversos modelos de orçamento fotográficos disponíveis na web,
entretanto os modelos não devem ser utilizados sem que haja uma preciosa análise dos requisitos que a
compõe, conforme o exposto acima, e adequado à necessidade de cada cliente e prestador. Importante
frisar: é mais válido pecar pelo excesso de informações do que pela sua precariedade.
Iniciaria a partir deste mês uma série de artigos relacionados ao Direito de Imagem e Direito Autoral, mas,
superstições a parte, achei que não seria bom iniciar esta série em um ano que já está terminando.
Por este motivo resolvi fugir um pouco do mundo jurídico para entrar no mundo dos devaneios filosóficos e
abordar um tema que venho refletindo a algumas semanas:
Ansiedade Fotográfica
Vivemos num mundo pautado pelo excesso de informações: somos reféns das redes sociais, e-mails, sites
de notícias, e ainda temos que conciliar tudo isso com nossa vida pessoal.
Num piscar de olhos as notícias mudam, as informações se tornam ultrapassadas e temos que aprender a
lidar com esse fluxo contínuo e massivo que nos chega.
Queremos saber de tudo que está acontecendo no mundo, e queremos saber isso em tempo real, se
possível que tenha lá uma câmera nos mostrando aquele fato importante que está acontecendo do outro
lado do planeta.
Vivemos numa época em que, bem disse o filósofo Mario Sérgio Cortella, tudo é ―fast‖. O mundo moderno
nos mostra que não temos ―tempo a perder‖, em outras palavras: o tempo urge e é preciso extrair o
máximo dele. E é com esta filosofia, reforçada pelo tão falado ―carpe diem‖ que atropelamos o tempo e
criamos em nossa consciência um conceito de imediatismo.
Invariavelmente a fotografia foi atingida por essa ansiedade coletiva, e de várias formas, umas mais
visíveis e outras mais intrínsecas, e denomino esse fenômeno de ―ansiedade fotográfica‖.
A mudança mais fácil de detectar é aquela imposta pela mudança dos equipamentos. Hoje as nossas
máquinas são mais avançadas tecnologicamente e também são mais acessíveis. Isso fez com que uma
grande legião de novos amantes e profissionais ingressassem nesta arte e também no mercado
de trabalho.
Neste aspecto, o avanço tecnológico foi muito benéfico, pois está possibilitando que mais pessoas
conheçam a fotografia e que se lapidem novos talentos.
Não torço o nariz para os novos equipamentos, muito menos para as redes sociais, pois eu sou um
consumidor assíduo dessas tecnologias. A minha crítica é quanto a este anseio que temos para que tudo
aconteça de maneira rápida, para que tudo seja imediato.
O fotógrafo iniciante mal começa a fotografar e já vive a angústia por um novo equipamento, pelo melhor
dos equipamentos. Estamos deixando de lado a essência da fotografia para discutirmos sobre máquinas,
sobre novos lançamentos, sobre os novos recursos, mas estamos nos esquecendo de discutir sobre a luz,
sobre a sombra, sobre a composição, sobre as nossas referências na fotografia, deixamos de tirar
algumas horas na semana apenas para ver trabalhos de outros fotógrafos, por que estamos preocupados
somente em divulgar o nosso trabalho. E por falar em trabalho, estamos querendo nos tornar uma
referência dentro da fotografia muito rapidamente.
Hoje em dia tem se apertado muito o botão, mas e fotografado de verdade? Creio que o aprendizado hoje
tem se dado muito mais pela repetição dos erros do que pela análise criteriosa daquilo que se fez. O que
isso significa? Que a ansiedade fotográfica faz com que tiremos 10 vezes a mesma foto, para que depois
possamos escolher uma (e se estiver imperfeita, basta corrigir), ao invés de fazermos somente uma! Uma
vez apenas, se pensando antes de fazer a foto, tratando de corrigir os erros com os olhos e a cabeça, e
não com o computador.
Essa não é uma crítica a quem está começando, ou àqueles que já estão no mercado, mas mal
acostumados com essa condição do mundo moderno. É uma crítica coletiva e me incluo no meio dela,
pois muitas vezes incorro no erro de pesquisar mais sobre um equipamento mais moderno que o meu, do
que fazer uma pesquisa mais aprofundada sobre composição ou sobre novas tendências.
Proponho aqui que nos remetamos a um passado não muito distante, até uma época onde não existiam
computadores, tablets, celulares, máquinas digitais. Imaginemos agora qual era a fonte em que os
fotógrafos dessa época bebiam? Livros, publicações, aulas, palestras, troca de idéias com outros
fotógrafos. Não é de se estranhar que os fotoclubes daquela época faziam muito mais sucesso do que
hoje, pois era lá que os apaixonados pela arte podiam encontrar outros colegas e discutir sobre fotografia.
Hoje nos encontramos em fóruns, grupos virtuais, comunidades, e acabamos nos esquecendo de sair para
a rua (e como diria Eder Chiodetto em curadoria a Flavio Damm: ―a fotografia está sempre lá, na rua), ver
a luz, fotografar com os olhos, admirar as coisas tangíveis (e as intangíveis, quando a imaginação assim
permitir).
Faço outra proposta: tentemos unir essa fantástica evolução tecnológica que temos hoje, esse vasto
mundo de informação, esse acesso a trabalhos de outros talentosos fotógrafos (e o fácil acesso aos
próprios artistas), com a maneira de aprender do passado. Vamos resgatar os velhos livros de fotografia,
vamos comprar os novos livros de fotografia. Vamos discutir mais sobre a luz e menos sobre os novos
lançamentos. Vamos fotografar mais, mas apertar menos o botão.
Vamos mudar a nossa maneira de pensar fotografia, resgatando a essência do passado, mas sem deixar
de olhar para o futuro. Vamos deixar a ansiedade fotográfica de lado, e que possamos nos lembrar sempre
daquilo que é verdadeiramente primordial.
―É impossível haver progresso sem mudanças, e quem não consegue mudar a si mesmo não muda coisa
alguma.‖ (George Bernard Shaw)
O Fotografia DG é para amadores e profissionais. Nesse artigo vou falar mais especificamente para os
profissionais, que vivem ou tiram um extra com a fotografia. E para quem trabalha com fotografia,
certamente já passou pelo famoso pedido de desconto de um cliente.
Tenho conversado com alguns colegas, amigos e alunos e esse é um ponto que tenho sido questionado
constantemente, dar ou não desconto?
O brasileiro já tem intrínseco em sua cultura a pechincha. Precisa receber um descontinho pra ficar feliz
com a negociação. Mas até onde isso é vantajoso na hora de fechar um contrato?
Se ele poderia ter cobrado R$4000,00, por que cobrou R$8000,00 na primeira vez? A sensação do cliente
de receber um desconto como esse é de ser enganado. No final das contas, meu pai não fechou com o
pintor, pagou mais caro por outro serviço e ainda disse a ele uma frase que nunca vou me esquecer:
―Serviço seu em minha casa eu não quero nem de graça.‖
Certamente você não quer que seu cliente ache que você é um aproveitador. E não é preciso ir muito
longe como o caso do meu pai para ele ter isso em mente.
O fato de oferecer desconto não quer dizer que o cliente vá fechar e muito menos que ele estará satisfeito
com a negociação. Num primeiro instante pode até ser, mas quando ele sair do seu escritório, aquela
―gordurinha‖ que você provavelmente estava cobrando a mais, no pensamento dele, foi uma tentativa
frustrada sua de tentar ganhar em cima. E aí meu amigo, qualquer outro trabalho que você venha a
realizar no futuro ele pedirá e exigirá um desconto, desse para maior. Ele vai entender que você cobra
mais do que o seu serviço vale.
O valor é justo quando o cliente aprecia a sua fotografia, está convencido de seu potencial como fotógrafo
e o resultado que você proporcionará a ele ou ao negócio dele.
O valor é caro se o cliente não conhece a sua fotografia ou não se interessa pelo seu trabalho.
Anuário 2010 • Fotografia DG Página 223 de 249
www.fotografia-dg.com
O valor de um serviço está diretamente ligado à sua importância e raridade no mercado. Seu trabalho
fotográfico tem algum diferencial? Você oferece algo a mais? Sua fotografia é única? Preocupe-se em
como ter isso com o seu público alvo.
Agora se todos os seus clientes acham sua fotografia cara e sempre pedem descontos é porque
provavelmente ela não está valendo o quanto você cobra. É preciso estar atento.
Muitas vezes, com medo de não fechar um negócio, profissionais dão descontos, pensando que isso fará
com que ele não perca o cliente para um concorrente. Algumas vezes, alguns clientes fazem disso um
leilão. Fulano cobra X. Por quanto você pode fazer para eu fechar com você? Ou pior, pede um desconto e
na hora de fechar diz que o pagamento é à vista e quer mais desconto.
O que devemos fazer é nos empenhar em aperfeiçoamentos e melhorar nosso trabalho a cada dia,
tornando-o cada vez melhor e único no mercado. Se o seu trabalho vale X, cobre isso e não ceda. Cobre o
justo e dê valor a ele.
Seja moderado
Desconto é bom e eu gosto. Quem não gosta? Mas ele não pode ser exagerado. Pratique, por exemplo,
5% de desconto em cima do valor do seu trabalho fotográfico para pagamento à vista. O desconto é válido
nesse caso e tido como um benefício por o cliente pagar no ato. Vantagem pra ele que recebe o desconto
e pra você que já tem todo o pagamento em conta.
Outros benefícios
Fora descontos, ofereça outros benefícios, como parcelamento sem juros. Seu trabalho certamente não
será desvalorizado dessa forma.
Fica aqui minha sugestão para você, que como eu, começou fotografando para amigos e ainda, muitas
vezes, os tem como clientes: amigos amigos, negócios à parte. Você já ouviu isso, certo? Trate seu amigo
como você trataria seu cliente que acabou de conhecer. A cobrança nos resultados será a mesma.
Certamente vale o prazer por ser alguém que você já conheça e já tem uma afinidade, mas faça o seu
trabalho ter valor sempre.
Outro dia soube de um fotógrafo que estava quase quebrando por conta de fazer preços diferenciados
para amigos. Cobre como deve ser cobrado e faça o seu melhor, independente para quem seja. Afinal de
contas, esse é seu trabalho.
Serviço VS Produto
Existem outras situações onde o desconto pode ser aplicável. É o caso onde o seu cliente contrata
diversosprodutos fotográficos ao mesmo tempo. Um exemplo na área da fotografia de casamentos é
quando o cliente fecha a cobertura do casamento, que já inclui um álbum, além de outros produtos como
livro de assinaturas, mini-álbum do casamento para mãe e sogra, etc.
Já seu serviço fotográfico não pode ser tratado como um produto, que multiplicado e comprado em
grandes quantidades têm-se um desconto maior na aquisição. O custo e trabalho envolvido numa
Uma forma interessante é ao invés de dar um desconto, oferecer um serviço agregado. Por exemplo, o
cliente fecha com você duas prestações de serviços e deseja um preço melhor no pacote todo. Ao invés
de dar desconto, ofereça um ―algo a mais‖ que seja vantajoso para o cliente e para você.
Imagina a situação onde você fez uma sessão de fotos para uma cliente. Cobrou o valor justo por esse
serviço. Uma outra cliente de contata, solicita um orçamento, pede desconto e deixa este como justificativa
para fechar. Você cede e fecha por menos. Mas a segunda cliente não disse que conhecia a primeira. E
num certo dia elas trocam informações, inclusive de valores. Como você acha que será o sentimento
daquela que não pediu o desconto? Ela não vai ficar com raiva da amiga. Pode ser que fique com raiva
dela por não ter pedido o desconto, mas com certeza vai ficar com raiva de você, que poderia ter cobrado
menos e não o fez.
Conclusão
Cobre o quanto vale a sua fotografia e não caia na tentação dos descontos. Muitos ficam desconfortáveis
em dizer não ao cliente e não atender um pedido de desconto.
Quem só procura preço não está preocupado em qualidade. Se o seu cliente quer saber primeiro o quanto
você cobra antes de conhecer o seu trabalho, cabe à você mostrar os benefícios que ele terá ao contratar
seus serviços.
Atente-se em mostrar o seu diferencial. Tenha em mente que seu trabalho vale o quanto você cobra.
Mostre isso. E o mais importante, faça-o valer. Você certamente será lembrado por isso.
Lembre-se, uma boa negociação é aquela em que ambos os lados saem contentes.
DIOGO RAMOS - Meu gosto pela fotografia vem desde pequeno, meu pai foi fotógrafo de casamento na
década de 70, mas acabou trocando a fotografia pelo vídeo, quando nasci ele não fotografava mais, mas
sempre tive contato com as fotos da coleção dele. Embora tivesse no sangue o espirito de artista, cursei a
faculdade de Direito, e foi somente após me formar que me interessei em comprar uma DSLR, quando
fazia estudos sobre o Direito de Imagem. A primeira máquina veio no inverno de 2009, e o primeiro
trabalho na metade de 2010, agora não penso em parar nunca mais.
DIOGO - O trabalho mais marcante foi o ensaio de um coral realizado numa fábrica abandonada, na
cidade de Maringá-PR, foi um desafio enorme e um grande aprendizado.
DIOGO - Que ela transmita sentimento, que seja feita com emoção e que tecnicamente seja bem feita.
DIOGO - São vários, mas destaco: Henri-Cartier Bresson, Flávio Damm, Sebastião Salgado, Ferdinando
Scianna, Riccis Valladares, Fer Jursiatti, Robert Doisneau e Evandro Rocha. Na cinefotografia são
dois: Joe Simon e Philip Bloom.
DIOGO - Gostaria de agradecer a todos que acompanham o site do Fotografia DG e também os meus
posts. Desejo a todos vocês um 2011 de muita luz e que venha com ele muito sucesso e crescimento!
Deixo uma frase que gosto muito e procuro sempre aplicar: "Onde quer que você vá, vá com todo o
coração‖, de Confúcio.
Ele nasceu em uma ilha: Florianópolis. E lá continua pra exercer sua profissão.
Estamos falando do fotógrafo Fernando Areias Melo – ou simplesmente Nando
Melo - , 29. A área de atuação é voltada especialmente para gestantes , mas ele
também tem registros de eventos, fotomacro, 3D e HDR. Abaixo, mais algumas
curiosidades sobre esse profissional.
NANDO - Cada trabalho realizado tem sua particularidade, mas o primeiro ensaio de gestante em
junho de 2008 foi o mais marcante! E agora em 2011 fiz o primeiro ensaio de gestante em 3D.
NANDO - Aprecio e estudo os clássicos e atuais. Não tenho um fotógrafo base como referência.
Procurei todas as técnicas e voltei a simplicidade. Não sou moderno nem antigo, fotografo o que
me encanta (Adaptado de Anita Malfatti, 1926).
NANDO - Estude sempre mais! Depois de estudar, pratique o que estudou, avalie seu
desempenho, peça crítica de amigos e estude mais! Inove, crie tendências, participe de grupos de
discussão e estude mais!
FOTO EM 3D
FB: Várias coisas. Primeiro, emoção … ser ―doente‖ por fotografia … segundo, ter estudado (leia-
se pesquisado) antes de clicar para poder compor bem, enquadrar bem, saber o que quer e fazer!
Sou viciado em estudar fotografia e sinto (mesmo!!!) um prazer enorme em aprender algo que
possa melhorar minhas fotografias. Na real, nada mudou desde os meus 16 anos em termos de
emoção … senão já teria ido buscas outros prazeres.
FB: Minha mensagem para os FotoDGnianos é: "Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a
vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia ... Pois o triunfo pertence a quem se atreve. "
HC: O casamento de um casal muito que tenho grande amizade e foi realizado de dia em um sítio. Além
do prazer de fazer a cobertura deste casamento, do qual também fui padrinho, este trabalho também foi o
que definitivamente me inseriu no mercado da fotografia de casamento e até hoje rende frutos.
HC- A fotografia tem de transportar quem a vê. Precisa transmitir a sensação de emoção, o calor do
momento, os cheiros do local. Aguçar os sentidos! Tem de fazer com que as pessoas viajem de volta à
aquele instante, ainda que não tenham feito parte dele quando foi registrado.
HC: Henri Cartier Bresson, Robert Capa, Sebastião Salgado, Marcus Bell, Fer Juaristi e Márcia Charnizon.
HC: "Não tenha medo de dar um grande salto. Não se pode atravessar um abismo dando dois pulinhos."
David Lloyd George. Ouse, inove e não se acomode. Busque sempre o novo, olhe sempre para o futuro e
persiga os seus ideais, independente do que digam ou lhe façam. Use cada obstáculo como um trampolim
para o sucesso, e principalmente, não tenha medo de lutar, pois este é o único caminho para alcançamos
nossos objetivos e a felicidade! Fotografia é arte, amor e paixão. A fotografia não sai da câmera, mas sim,
do coração.
JÉSSICA: Sem dúvida o fotógrafo, cada um desenvolve uma técnica diferente, tem um olhar diferente. É
interessante analisar como o mesmo objeto ou cena é vista e interpretada diferentemente por quem a faz e
vê. O olhar do fotógrafo é o que torna a fotografia uma imagem interessante de ser apreciada.
JÉSSICA: James Nachtwey, pela sua experiência como fotógrafo e por ter me mostrado como ser um
verdadeiro fotojornalista.
ANNE: Tiveram vários, mas acredito que participar da equipe oficial de Fotógrafos do Festival de Curitiba
de 2010 foi uma experiência espetacular... Isso porque juntou a fotografia, o jornalismo e o teatro, três
coisas que eu gosto muito. A equipe era ótima, um astral muito bom e além disse, fiz muitos contatos, que
me renderam trabalhos depois. Espero poder repetir a experiência esse ano.
ANNE: Vivacidade. Fotografia precisa prender, precisa passar sentimento. Lógico que técnica é
importante, mas nem todo mundo que entende de técnica fotográfica consegue emocionar. Precisamos
sempre estar conectados com o que iremos fotografar.
ANNE: Sebastião Salgado, Henry-Cartier Bresson, Walter Firmo, Evandro Teixeira, Jorge Bispo, Clicio
Barroso, Rodolpho Pajuaba, Ana Correa, Erika Verginelli, Annie Leibovitz, e aí por diante...
ANNE: Leiam, aprendam, troquem informações, pratiquem, pratiquem, descansem, leiam, aprendam,
troquem informações, pratiquem, descanse, pratiquem. E estejam sempre abertos para novas
experiências. Tudo isso acabará refletindo na sua fotografia e na mensagem que você passa.
Pratique esporte! Estude sempre, pratique, estude e pratique novamente. Quando pensar que ―sabe
tudo‖ sobre a fotografia, estude novamente e assim busque sua linguagem própria. Tendências são
passageiras, o caráter é permanente.
MARIANA: Um novo projeto iniciado no fim de dezembro de 2010 cedido a ONG´s de proteção animal e
nomeado de Adoção Especial, que tem como objetivo, por meio de fotografias, ajudar e incentivar a
adoção de cães e gatos que necessitam de cuidados especiais. O potencial da fotografia nesse projeto me
fascina muito, e me faz cada vez mais procurar formas de ajudar através desse tipo de comunicação
visual.
MARIANA: O foco, no sentido literal, a junção da leitura da luz com a aplicação da técnica conveniente e a
captação e expressão do contexto, transportando toda emoção da experiência.
MARIANA: Admiro muito o trabalho de Eugene Smith, Diane Arbus, André Brito, Richard Avedon, Ami
Vitale, Ansel Adams e Don McCullin, para citar alguns.
MARIANA: Explore sempre que puder, surpreenda-se. Livros, workshops, cursos, textos, dicas, a internet
facilitou muito a disponibilidade de conteúdo, saiba aproveitar ao máximo. Domine a fotografia e o
equipamento, e por fim, fotografe e coloque em prática todo esse acúmulo literário!
O nome completo é Caroline Della Giustina Avon. A idade é 28. Além de fotógrafa, é publicitária (embora
não atue na área). Nasceu em Palotina, interior do estado do Paraná. Porém, fixou morada em Itapema,
litoral de Santa Catarina, onde trabalha. A parte essencial de uma fotografia, para Carol é a emoção
porque sem ela, não significa nada. Abaixo, uma pequena entrevista com essa colaboradora do Fotografia
DG.
CAROL AVON: A fotografia sempre foi minha grande paixão. Aprendi a fotografar na faculdade com filme,
a revelar no escuro, só usando o tato... A ampliar, a testar contrastes... Era delicioso. Sempre gostei muito,
e depois que meu primeiro filho nasceu, vi a real importância de tornar os momento eternos. Comprei uma
Nikon Coolpix 8800, seminova, e saía fotografando tudo, por puro prazer. Há um ano, comprei minha
primeira DRSL, uma T1i (500D) da Canon e resolvi me jogar de vez. Saía oferecendo fotos de graça para
os conhecidos, para poder ir aprendendo, pois não fazia ideia alguma de como "ser" fotógrafa de verdade,
de como fazer uma sessão. Nunca tive uma oportunidade de ser uma assistente, por exemplo. Tudo o que
aprendi foi na marra, com muito estudo, esforço e sem medo de dar a cara à tapa. Sempre fui muito
corajosa. Depois de oito meses fotografando, abri meu estúdio, sem ter noção alguma também, comprei o
equipamento todo através de conselhos nos fóruns de fotografia. Mas ainda estou engatinhando, tenho
muito para aprender...
CAROL: É difícil definir, mesmo porque ainda estou no começo. Todos os trabalhos são marcantes e
importantes... Com cada um, aprendo, vejo o que cometi de erro, o que acertei, e sempre vou levando
para o próximo trabalho. Me emociono com cada história contada de casal, com cada gestante que tem
seu bebezinho.
CAROL: A emoção! A fotografia pode ser perfeita pelo lado técnico, mas se faltar a emoção, não significa
nada. Vira só um papel com uma imagem que você vai desconhecer depois. A técnica é muito importante
e você deve conhecê-la, porém, temos que tomar cuidado na hora de fotografar. Sempre deve-se ter em
mente o que o levou até ali, a sua origem, a sua paixão por fotografar e saber dosar a técnica com a sua
emoção e com a emoção do momento.
CAROL: Poxa, tenho várias... Mas quem eu mais me inspiro é no casal, Márcia e Eduardo, da "Doce
Deleite fotografia". O trabalho deles para mim soa como uma boa música para meus ouvidos (to
parecendo minha mãe falando... hehehe). Tem totalmente a dosagem certa de técnica e exalam emoção!
O trabalho da Erika Verginelli também é maravilhoso... Me inspiro muito nela.
CAROL: Nunca desistam dos seus sonhos. Sejam corajosos e deem a cara a tapa... É a melhor maneira
de aprender, de se erguer. E claro, estudem, estudem, estudem... E quando já acharem que sabem tudo,
estudem mais e mais e mais. Caídas e obstáculos sempre vão existir, mas o importante é você manter o
SEU FOCO! Com certeza você não estará sozinho! Nos vemos por aí!!!!
VERNAGLIA: Não penso que eu tenha tido um trabalho em especial, algo muito marcante, sempre há
algum trabalho que se destaca pela dificuldade técnica, ou outro na qual o contexto da criação fotográfica
seja mais interessante e criativa, mas tenho a sorte de estar há muitos anos nesse mercado e sempre com
trabalhos diferentes e que me agradam de forma geral. Um em especial talvez eu possa citar como um
trabalho diferente, que foi uma série de fotografias aéreas de uma fazenda, e ao contrário de boa parte
das fotos aéreas, que normalmente são feitas com um helicóptero, neste caso tivemos que utilizar um
balão, por ser mais silencioso para não assustar os animais das fazendas vizinhas, com isso a logística e
a execução desse trabalho foram bem diferentes do usual, e muito agradáveis também. Afinal, quem não
gosta de fotografar um lugar lindo durante um voo de balão e ainda ser remunerado por isso? =^)
VERNAGLIA: Estudem e fotografem, não há boa fotografia sem estudo e prática constantes, tenha sua
câmera sempre com você pois nunca sabemos quando uma cena interessante, intrigante e uma bela luz
estarão em nosso caminho. Mas além disso, saiam um pouco da fotografia, olhem para as outras artes
como a pintura, o teatro, a literatura, a música, o cinema, todas as artes são excelentes fontes de
influência e conhecimento para a fotografia.
dPAULA: Sou fotógrafo de casamentos e poderia citar vários trabalhos que foram marcantes. Mas um
trabalho que faço junto a uma ONG da qual sou integrante deixou em mim uma marca pra sempre.
Numa das visitas no orfanato, cheguei e fui logo preparar meu equipamento para começar a fotografar.
Achei um cantinho para não atrapalhar ninguém, agachei e abri minha mochila. Enquanto pegava a
câmera fotográfica um menino pequeno, de no máximo 3 anos, calado, encostou-se em mim e me
abraçou. Olhei para ele - não esqueço aquele rostinho - e vi seu pequeno joelho se levantando em direção
à minha perna dobrada, indicando que ele queria estar ainda mais perto de mim. Coloquei-o em meu colo
e continuei a preparar a câmera e mostrando o que eu ia fazer com a câmera. Fiquei ali alguns minutos
com aquela criança no colo. Nessa hora, eu não queria mais estar como fotógrafo. Tentei deixá-lo, mas ele
voltava a querer o colo. É de arrebentar o coração de qualquer um, por mais duro que seja.
O momento do lanche foi para mim o mais emocionante. A minha função era registrar, então eu passava
por todos os cantos tentando buscar cenas que marcassem. Num determinado instante fui registrar
uma cena, mas eu não conseguia acertar o foco. O fotômetro funcionava, mas o foco não acertava de jeito
nenhum, apesar do indicador na câmera informar que este estava correto. Alguma coisa estava errada
e procurei nas configurações uma explicação. Tentei foco manual, mas o problema continuava. Logo me
lembrei do ajuste de dioptria, o popular "grau" dos óculos. Eu poderia ter esbarrado nesse controle e ter
desconfigurado a nitidez. Mas ao verificar a configuração, ela também estava correta. Para minha
Anuário 2010 • Fotografia DG Página 246 de 249
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surpresa, ao olhar ao meu redor, a falta de nitidez não era somente quando eu colocava o olho no visor da
câmera. O que estava sem foco, nitidez ou simplesmente embaçado, era minha visão. Tudo parecia um
pouco distorcido e desfocado. Parei de fotografar por alguns instantes enquanto andava e olhava para
cada um, num gesto de amor e carinho sem igual. Impossível não se emocionar.
dPAULA: A fotografia deve contar uma história. A fotografia tem que ter alma e sentimento. A fotografia
deve passar uma mensagem e ir além da busca pela plástica e estética.
dPAULA: Sebastião Salgado, Robert Doisneau, Vinicius Matos, Liliya Gorlanova, Emin Kuliyev.
dPAULA: Se você algum dia for desencorajado a continuar na fotografia e esse for realmente o seu
sonho, não desista. Muitos poderão dizer que não vale a pena e existem caminhos mais seguros. Na
verdade o caminho mais seguro para seguir profissionalmente é aquele na qual fazemos o que gostamos.
E se algum dia você ouvir que suas fotos não são boas, não desanime. De duas uma: ou quem viu suas
fotos não gosta do seu estilo ou você ainda precisa estudar mais um pouco. Para esse último, é uma
questão de tempo. Na verdade, esse estudo deve ser constante e não termina nunca. Para o primeiro, não
se preocupe. Você nunca vai conseguir agradar a todos. Crie seu estilo e encontre o seu mercado.
Trabalhar com o que se gosta é uma das receitas para o sucesso, profissional e pessoal.
J GRILO: Comecei na adolescência, quando comprei a primeira câmera, uma Nikon FM10, usada. Antes
já "tirava" fotografias, com câmeras compactas, mas comecei a "fazer" fotografia depois de experimentar
as SLR.