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PERÍCIAS EM EDIFICAÇÕES

I
(PARTE 1)

Prof. Luiz Capraro, MSc


Engenheiro Civil
Consultor em Engenharia Diagnóstica
Esp. Auditoria, Avaliações & Perícias de Engenharia
Secretário Geral da ABENC BR
CURRÍCULO DO MINISTRANTE
 Engenheiro Civil – UFSC.
 Mestre em Educação – Ensino de Disciplinas Técnicas – UTP,
 Especialização em Auditoria, Avaliações e Perícias de Engenharia – IPOG
 Especialização em Gestão de Pessoas – UTP.
 Perito Judicial e Assistente Técnico.
 Perito Avaliador no sistema bancário público e privado.
 Coord. Curso de Eng. Civil e do curso de Eng. Ambiental e Sanitária – UTP.
 Coord. da Câmara Especializada de Engenharia Civil CREA-PR (2013, 2014, 2017)
 Coord. Nacional das Câmaras Especializadas de Engenharia Civil – CONFEA (2013
e 2014).
 Presid. da Comissão de Ensino e Aperfeiçoamento Profissional – CREA PR (2012)
 Presid. Comissão de Ética Profissional – CREA/PR. (2015, 2016).
 Coord. Nacional Adj. da Comissão de Ética e Aperfeiçoamento Profissional –
CONFEA (2015).
 Secretário Geral da ABENC – Associação Brasileira de Engenheiros Civis.
 Membro do CE 02 da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnica.
 Membro da ASCE – American Society of Civil Engineers.
 Responsável Técnico da RPP Engenharia Ltda. (projetos, construções e perícias).
 Diretor Proprietário da L Capraro Consultoria (empresa de consultoria
educacional) 2
Prof. Eng. Civil Luiz Capraro , MSc - Cel. (41) 99989 0737 - Email: luizcapraro@creapr.org.br
PERÍCIAS EM EDIFICAÇÕES I

• OBJETIVO: • Capacitar o
profissional a
vistoriar edificações,
executar e interpretar
laudos de edificações,
conhecer o sistema e
suas peculiaridades
em relação aos
termos técnicos
PERÍCIAS EM EDIFICAÇÕES I

• Perícia em Edificação é a determinação


da origem, causa e mecanismo de ação de
um fato, condição ou direito relativo a
uma edificação.

Fonte: Perícias em Edificações – Tito Lívio F. Gomide


PERÍCIAS EM EDIFICAÇÕES I
Perícias em Engenharia na Construção Civil

A PERÍCIA PROCURA CABELO EM OVO...

... E ACHA!

6
www.youtube.com/watch?v=g4fWtjKkNqhttps://g
APOIO INSTITUCIONAL

“Engenheiro que
cobra consulta?
Que ousado!”
As Perícias de Engenharia e o
novo Código de Processo Civil

Antes do novo Código Civil – CPC (Lei Nº 13.105 de 16 de


março de 2015), os Juízes nomeavam peritos nos
processos judiciais tendo como critério único a confiança
no profissional da sua livre escolha em cada causa, o que
caracterizava o Perito do Juízo como "Perito do Juiz".
A nova legislação introduz mudanças importantes neste
particular, reduzindo a influência dos vínculos relacionais
entre o magistrado e o profissional de engenharia. Pela
nova legislação, o perito é da justiça e não mais do juiz.
DESIGNAÇÃO DO PERITO

De: Nunes da Silva <xxxxx@tjsc.jus.br>


Enviado: terça-feira, 3 de julho de 2018 17:07
Para: luizcapraro@hotmail.com
Cc: Porto Belo - 2ª Vara
Assunto: Perícia
Boa tarde Dr. Luiz,
cumpre-me intima-lo acerca da nomeação para atuar como perito no processo de n°
000xxxx-yy.2009.8.24.zzzz em andamento na 2° Vara da Comarca de NNNNN, conforme
despacho proferido em anexo.
O prazo para manifestação é de 5 (cinco) dias, devendo ser apresentada proposta
dehonorários e currículo comprovando especialização, e ainda, a manifestação acerca da
possibilidade de recebimento doshonorários ao final do processo.
Atenciosamente,
Yasmin Nunes da Silva
Estagiária
2º Vara
Fórum de NNNNNN - SC
VIVÊNCIA

Conhecendo o Processo
• Autos nº: 00xxxxxx.2015.8.16.0001
• Classe: Procedimento Ordinário
• Ação: Obrigação de Fazer / Não Fazer
• Requerente: RAYMUNDO
• Requerido: CLAUS e SUELI

• O processo
• Os quesitos apresentados
• Demonstrativos de honorários (planilha 5 – cálculo da hora técnica)
• A proposta de honorários
VIVÊNCIA

Conhecendo o Processo
PERÍCIAS JUDICIAIS DE ENGENHARIA

PERITO E A PERÍCIA NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


• Todos os trabalhos de perícia judicial devem ser
realizados consultando não apenas a literatura
técnica, mas também o Código de Processo Civil
– CPC, que é o dispositivo legal regulador das
etapas à serem cumpridas e das regras de
condutas do processo.

• Ao longo dos artigos 145 a 148 e dos artigos 464


a 480 do CPC, as provas periciais mais comuns
são disciplinadas.

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O PERITO E A PERÍCIA NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
CAPÍTULO III - DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA
SEÇÃO II – Do Perito

Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações


inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte e
ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2
(dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais
sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao
respectivo órgão de classe para adoção das medidas que
entender cabíveis.

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O PERITO E A PERÍCIA NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
CAPÍTULO III - DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA
SEÇÃO II – Do Perito

Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa,


prestar informações inverídicas
responderá pelos prejuízos que causar à
parte e ficará inabilitado para atuar em
outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5
(cinco) anos, independentemente das
demais sanções previstas em lei, devendo
o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão
de classe para adoção das medidas que
entender cabíveis.

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PERÍCIAS EM EDIFICAÇÕES I

• Nas ações judiciais, a preparação do laudo


pericial, elaborado pelo perito do Juízo, e
do parecer técnico, elaborado pelo perito
assistente técnico, obedece as
prescrições da Norma NBR 13.752 da
ABNT e deve atender os seguintes
requisitos mínimos, obrigatoriamente, mas
não se limitando aos mesmos:
Fonte: www.manualdepericias.com.br
Fonte: www.manualdepericias.com.br
MUITA ATENÇÃO PARA OS PRAZOS...

PERDEU O PRAZO?... PERDEU O CLIENTE...

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PERÍCIAS EM EDIFICAÇÕES I

EXERCÍCIO: A problemática e a constatação.


• Contratado para fazer uma perícia de uma planilha de uma obra federal. A obra estava parada
por 10 anos e uma nova empresa foi contratada para continuar, essa nova empresa que já presta
serviços para o governo estadual e federal a mais de 20 anos, detectou problemas nas fundações
e apresentou uma planilha para executar o reforço, uma vez que mesmo com o contrato já
assinado e possuidor da O.S. a empresa se nega em continuar sem fazer o reforço. O problema é
que nessa planilha, ela cobra 3x o mesmo aço e não sei se na conclusão devo apenas mencionar
isso de forma que não fique identificado o dolo ou não. A dúvida surgiu pois é uma empresa
com expertise e não sei se ela realmente erraria este item ou se fez de propósito. Este erro dá
uma diferença de quase 3 milhões de Reais e como sei que isso vai para órgãos de controle, com
possíveis ações do MP pois é uma obra visada, pergunto : como concluir?
• O problema se dá no seguinte item: Estrutura de concreto armado.
• Na composição do concreto armado ele coloca o preço do kg do aço.
• Logo em seguida ele coloca fornecimento de aço e coloca o mesmo valor e quantitativo de aço.
• Logo depois ele coloca o corte e dobra da mesma quantidade, ou seja, cobrou 3x o mesmo aço.
• O problema que não é apenas um item que tem quantitativos bem diferentes.
• Pergunto: estarei sendo muito rigoroso em dizer que houve dolo ou não devo entrar nessa
questão?
Classificação das Responsabilidades
Fonte: Perícias em Edificações – Marques, J.
PERÍCIAS EM EDIFICAÇÕES I

EXERCÍCIO: Renúncia de advogado da parte


Na véspera de uma diligência, somente ao reler o processo, constatei que há
cerca de 1 ano o advogado da parte autora havia renunciado a representá-la e
não houve a sua substituição. Constatei também que não teve decisão do juiz ou
ato do cartório, determinando que a parte autora regularizasse a sua repre-
sentação nos autos constituindo novo advogado. Como disse, somente atentei
para este fato na véspera da diligência, se bem que poderia ter comunicado o
cartório a respeito. Decidi nada falar e fiz a diligência, pois acreditei que, caso eu
viesse a levantar tal fato, poderia haver o entendimento que eu estaria me
intrometendo em algo não diretamente relacionado à atividade do Perito. Se
neste momento, ainda antes da entrega do laudo, eu avisar o juiz, poderei estar
prejudicando alguém do cartório? Se eu entrego o laudo, acredito que haverá
problema, pois a autora não está representada nos autos.
• O que vocês teriam a sugerir como linha de ação?
• Entrego apenas o laudo e nada falo?
• Antes de entregar o laudo eu aviso ao juiz ou o Responsável Expediente (RE)
do cartório?
O PERITO E A PERÍCIA NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
CAPÍTULO XII – DAS PROVAS
SEÇÃO X – Da Prova Pericial
Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.
(cont.)

§ 3o A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição de


especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da causa que demande
especial conhecimento científico ou técnico.

§ 4o Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação


acadêmica específica na área objeto de seu depoimento, poderá valer-se
de qualquer recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens com
o fim de esclarecer os pontos controvertidos da causa.

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As Perícias de Engenharia e
o novo Código de Processo Civil
Conforme a Resolução 233, ficam alertados os
profissionais que atuam em perícias e laudos judiciais
que os tribunais brasileiros instituirão o Cadastro
Eletrônico de Peritos e Órgãos Técnicos ou Científicos
(CPTEC), destinado ao gerenciamento e à escolha de
interessados em prestar serviços de perícia ou de exame
técnico nos processos judiciais.
• Pleno cria cadastros de peritos e de leiloeiros (17/10/2018 14:35)
http://www.tjpa.jus.br/PortalExterno/imprensa/noticias/Informes/877843-
pleno-cria-cadastros-de-peritos-e-de-leiloeiros.xhtml
Remuneração dos Peritos na Ação Civil Pública.

• Perícia técnica de alta complexidade em ação civil pública. Impossibilidade


de obrigar o expert, assistente do juízo, a trabalhar sem a devida
remuneração.
MANDADO DE SEGURANÇA ORIGINÁRIO. Impetração do 'mandamus' contra autoridade judiciária
que determinou o depósito voluntário pelo Município de Pindamonhangaba de 50% da verba
pericial em 10 dias, sob pena de bloqueio da quantia das contas da Municipalidade por meio do
sistema Bacen-Jud. Decisão exarada pelo Juízo "a quo", em Ação Civil Pública ajuizada pelo
Ministério Público do Estado de São Paulo, em virtude de constatação, por meio do Inquérito Civil nº
16/07, de diversos parcelamentos clandestinos do solo, na região conhecida como "Ribeirão
Grande", no Município de Pindamonhangaba. Pleito pela Municipalidade impetrante de concessão
de medida liminar para desobrigá-lo de efetuar qualquer depósito, a título de custeio do
adiantamento dos honorários periciais no prazo estipulado; ainda, a concessão de liminar para
impedir que se proceda ao bloqueio de qualquer quantia das contas do Município e, caso já tenha
sido bloqueado qualquer importância, que seja determinado o imediato desbloqueio. Ao final a
concessão da segurança, reconhecendo-se que o depósito dos honorários periciais deverá ocorrer
nos termos do §2º do art. 91 do Código de Processo Civil. Denegação da ordem. Descabido o
recolhimento dos honorários periciais somente ao final. Perícia técnica de alta complexidade.
Impossibilidade de obrigar o expert, assistente do juízo, a trabalhar sem a devida remuneração.
Indicação pelo Município impetrante de que requereu a inclusão do valor relativos aos honorários
periciais no orçamento público de 2018. Mantença da r. decisão proferida pela autoridade judiciária.
Revogação da liminar concedida neste mandado de segurança. SEGURANÇA
DENEGADA. http://www.gaeta.eng.br/e107_files/downloads/seguranadenegadadepsito_a_ser_feito.pdf
Remuneração dos Peritos na
Ação Civil Pública.

• Não é razoável que o auxiliar do juízo seja compelido a realizar perícia técnica de alta
complexidade sem que receba, ao menos, como adiantamento, 50% do valor por ele
estimado.
MANDADO DE SEGURANÇA ORIGINÁRIO. Impetração contra decisão judicial que determinou ao réu depósito de
50% da verba pericial em 10 dias, sob pena de bloqueio da quantia por meio do sistema Bacen-Jud. Prova
requerida pelo Município (réu), pretendendo que o depósito ocorra nos termos do § 2º do art. 91 do CPC
(somente ao final do processo). Impossibilidade de obrigar o auxiliar do juízo a trabalhar sem a devida
remuneração. Custeio da prova a ser adiantado pela parte que a requerer. CPC, arts. 82 e 95, caput. Ausência de
ilegalidade e, por conseguinte, de direito líquido e
certo. http://www.gaeta.eng.br/e107_files/downloads/civilpblicabloqueiopagamentoperito.pdf

• A responsabilidade de adiantamento dos honorários na ação civil pública deve ser imputada à
Fazenda Estadual.
Mandado de Segurança conclui inexistir qualquer disposição normativa que obrigue o réu a adiantar as despesas
da perícia requerida pela autora. Por outro lado, não pode o perito exercer seu míster sem a respectiva
remuneração.
http://www.gaeta.eng.br/e107_files/downloads/seguranadenegadafazendaadiantamento.pdf
PERÍCIAS EM EDIFICAÇÕES I
• Perícias Judiciais e Extrajudiciais
• Vistoria Prévia “Ad Perpetuam Rei Memorian”
• Ação de nunciação de obra nova
• Ação Renovatória de Locação
• Danos causados por execução de obras
• Antecipação de provas
• Perícia ambiental
• Ação indenizatória
• Inspeção predial
• Ação cautelar
• Avaliação judicial
• Avaliação para desapropriação
• Avaliação de servidão de passagem
• Avaliação para inventário e partilhas
• Avaliação para separação matrimonial
• Avaliação para dissolução de sociedades
• Avaliação para crédito imobiliário
• Avaliação para atualização patrimonial
• Avaliação de fundo de comércio
• Avaliação para garantia de crédito
• Avaliação para seguros
Vídeo 1

Guia de vistoria de imóvel

Que fazer ?

07/03/2019 29
Resumo da Metodologia de Atuação
Fonte: Perícias em Edificações – Marques, J.
• Origem para apurar a responsabilidade pode ser:
• ENDÓGENA:
– Próprias do sistema edificante à ser periciado: erro de projeto, aplicação
de material diverso do especificado, ou de pouca qualidade, falhas na
execução;

• EXÓGENA:
– Decorrentes das ações de terceiros: choques mecânicos, exposição não
prevista à líquidos ou gases corrosivos, explosões por imperícia de
usuário, abrasividade não projetada;

• NATURAIS:
– Decorrentes das condições climáticas, previstas ou não em projeto
(chuva, neve, granizo, ventos, descargas atmosféricas, etc.).

• FUNCIONAIS:
– Derivadas do desgaste dos materiais ou de sua degradação após
considerável tempo de vida, em uso repetitivo ou não.
Fonte: Eng. Diagnóstica em Edificações – Lívio, Tito F. G.
PERÍCIAS EM EDIFICAÇÕES I

• Roteiro;

• Desenvolvimento;

• Pontualidade;
PERÍCIAS EM EDIFICAÇÕES I

• Roteiro:
– Leia o processo,
– analise o assunto,
– faça uma revisão teórica,
– estabeleça o “estado da arte”,
– estabeleça prioridades,
– elabore um cronograma,
– crie uma agenda positiva,
– vá a campo,
– reúna os fatos colhidos,
– analise à luz da teoria e da prática e...
PERÍCIAS EM EDIFICAÇÕES I

• Desenvolvimento;
– Forma escrita de desenvolver um laudo,
– Deve fazer com que o juiz ou o contratante tenha vontade de ler,
– O laudo pesado, a leitura difícil, devem ser evitados, (lembre-se que o
juiz é LEIGO em nossa área de conhecimento),
– Use terminologia técnica mas traduza-a em linguagem simples (para
leigos),
– Cite sempre as fontes consultadas (normas, autores, sites e etc.),
– Use e abuse de fotos, gráficos, desenhos (mas sempre bem legendados e
explicados, leigos não veem o que vemos)
– Fotos devem ser sempre datadas, georreferenciadas e contextualizadas
– Seja objetivo, claro e conclusivo
– Só afirme o que pode comprovar no laudo e ...
PERÍCIAS EM EDIFICAÇÕES I

• Pontualidade => Código de Ética Profissional


– Com você mesmo:
• Só assuma compromisso que pode cumprir,
• Cumpra seu cronograma,
• Cumpra o que você agendou,
• Não procrastine!
– Com o processo:
• Respeitar os prazos processuais,
• Respeitar os prazos previstos no CPC,
• Respeitar os prazos naturais solicitando antecipadamente
ao juízo a prorrogação do prazo inicial, sempre justificando
tecnicamente.
ÉTICA PROFISSIONAL
RES 1090/2017 CONFEA

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PERÍCIAS EM EDIFICAÇÕES I
PERÍCIAS EM EDIFICAÇÕES I

• Perícia = qualidade de • Edificação = obra


perito; condição de arquitetônica de grandes
proporções, edifício, casa,
quem é hábil, destreza;
construção, prédio;
exame técnico de • Edifício = construção de
caráter especializado. alvenaria, madeira, etc., de
• Perito = que sabe por caráter mais ou menos
experiência, que tem permanente, que ocupa
prática; experimentado, certo espaço de terreno,
geralmente limitado por
experiente, prático,
parede e teto e serve de
versátil; abrigo, morada, etc., casa,
prédio imóvel, edificação.
PERÍCIAS EM EDIFICAÇÕES I
Distribuição das Patologias

Fonte: IBAPE/RS
PATOLOGIAS
VALOR

35%

30%

25%

20%

15%

10%

5%

0%
INFILTRAÇÕES TRINCAS LOCAÇÃO DO REDIBITORIOS PROJETOS EXECUÇÃO MATERIAIS
IMOVEL

07/03/2019 41
Vídeo 2

(Caso Dª Carmen)

Que fazer ?

07/03/2019 42
PERÍCIAS EM EDIFICAÇÕES I

AMARRAÇÃO DE ALVENARIA ?
PERÍCIAS EM EDIFICAÇÕES I
FISSURAS / TRINCAS CAUSADAS POR:
1 - Trinca horizontal próximo do teto pode ser devido ao adensamento da argamassa de
assentamento dos tijolos ou falta de amarração da parede com a viga superior;
2 - Fissuras nas paredes em direções aleatórias pode ser devido à falta de aderência da
pintura, retração da argamassa de revestimento, retração da alvenaria ou falta de
aderência da argamassa à parede.
FISSURAS / TRINCAS CAUSADAS POR:
3 - Trincas no piso podem ser produzidas por vibrações de motores, excesso de peso sobre a
laje ou fraqueza da laje. Verificar se há trincas na parte de baixo. Se tiver é grave. Se for o
caso peça o PARECER de um engenheiro de estruturas.
4 - Trincas no teto podem ser causadas pelo recalque da laje, falta de resistência da laje ou
excesso de peso sobre a laje. Pode ser grave. Peça o PARECER de um engenheiro de
estruturas.
FISSURAS / TRINCAS CAUSADAS POR:
5 - Trincas inclinadas nas paredes é sintoma de recalques. Um dos lados da fundação não
aguentou ou não está aguentando o peso e afundou ou está afundando. Geralmente é
grave. Peça o PARECER de um engenheiro de estruturas.
6 - O abaulamento do piso pode ser causado por recalque das estruturas, por expansão do
subsolo ou colapso do revestimento. Quando causados por recalques, são acompanhados por
trincas inclinadas nas paredes. Os solos muito compressível, com a presença da água, se
expandem e empurram o piso para cima.
Vídeo 3

(Caso Mineropar)

Que fazer ?

07/03/2019 48
FISSURAS / TRINCAS CAUSADAS POR:
7 - As trincas horizontais próximas do piso podem ser causadas pelo recalque do baldrame
ou mesmo pela subida da umidade pelas paredes, por causa do colapso ou falta de
impermeabilização do baldrame.
10 - Trinca vertical na parede é causada, geralmente pela falta de amarração da parede com
algum elemento estrutural como pilar ou outra parede que nasce naquele ponto do outro
lado da parede.
Dica: Fissuras e Trincas em Paredes
TRINCAS E FISSURAS EM PAREDES
CAUSAS Met M.O Mat. Org
Recalque de fundações x
Efeitos térmicos x
Traços da argamassa de assentamento x x
Encunhamento precoce x
Falta de amarração na estrutura x
Falta de vergas e contra-vergas x
Encunhamento rígido x
Tubulações proxímas da superfície x
Falta de amarração entre fiadas x
Deformação da estrutura x
Falta de hidratação da alvenaria x
Blocos c/ baixa resistencia à tração x
Resistencia da argamassa superior à do bloco x
Falta de ensaio de materiais x
Deformação lenta da estrutura x
Argamassa de revestimento sem ret. Água x
Assentamento da alvenaria sem argamassa x
07/03/2019 50
PERÍCIAS EM EDIFICAÇÕES I

Vendo os itens 9 e 10 da figura anterior, responda:

1- Qual ou quais as prováveis causas de trincas /rachaduras


inclinadas no canto da janela?

2- Qual ou quais as prováveis causas de trinca /rachadura


vertical na parede?
PERÍCIAS EM EDIFICAÇÕES I

Problemas pós obra


07/03/2019 53
07/03/2019 54
07/03/2019 55
Descolamento de revestimentos

07/03/2019 56
QUAL A PROVÁVEL CAUSA ?

07/03/2019 57
ABNT NBR 13528/2010
• Esta Norma prescreve o método para a determinação da resistência
de aderência à tração de revestimento de argamassa aplicados em
obra ou laboratório sobre substratos inorgânicos não metálicos.

• Esse ensaio para as argamassas, regulamentado pela NBR 13528, é


tão polêmico, que própria norma não especifica como chegar ao
valor resultado do ensaio (média, mediana, etc..). E cotidianamente
vemos fachadas e fachadas sendo “aprovadas” com poucos pontos
ensaiados, num ensaio extremamente variável.

• O somatório disso tudo é o que temos: pastilhas caindo, imóveis


depreciando, insalubridade interior, risco à terceiros e etc...

07/03/2019 58
Reboco saibroso com pouca aderência e
possível tempo em aberto acima do normal

07/03/2019 59
ABNT NBR 15575-1 Edificações habitacionais — Desempenho -
Parte 1: Requisitos gerais

• Esta parte da NBR15575 estabelece os requisitos e critérios


de desempenho aplicáveis às edificações habitacionais,
como um todo integrado, bem como a serem avaliados de
forma isolada para um ou mais sistemas específicos.

• A boa técnica da construção trabalha com uma vida útil


bem maior que os 10 anos mencionados. Flores Colen
(1989), discorrendo sobre vida útil de fachadas rebocadas
aponta estudo da ASTM que prescreve vida útil mínima de
aproximadamente 30 anos. No Brasil, a norma de
desempenho NBR 15575-1 traz em seu anexo C a proposta
de vida útil de projeto mínima (VUP) de 40 anos.
• Se isso é assim, porque as pastilhas cerâmicas caem tão
rapidamente, porque a água infiltra na fachada?
07/03/2019 60
07/03/2019 61
DICA: Descolamento de Azulejos 1

CAUSAS Met M.O. Mat. Org.


Argamassa ruim X
Falta de hidratação da base X
Argamassa passada do tempo X
Peças empenadas X
Juntas estreitas X X

seque.....

07/03/2019 62
DICA: Gretamento de Azulejos 2

CAUSAS Met M.O. Mat. Org.


Juntas estreitas X
Hidratação das juntas X

Material sem elasticidade / aderência X


Sistema de aplicação X

Sistema utilizado para limpeza X

07/03/2019 63
• A AC-I é indicada para assentamento de revestimentos cerâmicos
de pisos em ambientes internos e térreos. Ela pode ser utilizada no
assentamento de pisos das áreas molháveis de uma residência
como banheiros, cozinhas e áreas de serviço

• A argamassa AC-II já possui propriedades que permitem absorver


os efeitos de variações de temperatura e umidade e à ação do
vento, podendo ser utilizada em ambientes internos e externos em
pisos, paredes, e em lajes com vão inferior a 5 metros como áreas
ao ar livre, fachadas, piscinas de água fria, pisos cerâmicos
industriais ou de áreas públicas

• A AC-III é a mais poderosa em aderência, por esse motivo ela é


indicada para assentamento de porcelanatos e de revestimentos
cerâmicos em ambientes mais agressivos como piscinas de água
quente, saunas e churrasqueiras e também é utilizada para grandes
placas (maiores que 60x60cm).

07/03/2019 64
• Quando uma argamassa recebe a denominação
“E” (AC-I-E, AC-II-E, AC-III-E) ela apresenta maior
tempo em aberto. Assim que a argamassa é
espalhada na base ela entra em processo de
cura (endurecimento) e a cada minuto que passa
ela vai perdendo seu poder de aderência. As
argamassas do tipo “E” retardam o início do
endurecimento. Se as condições de
assentamento não exigirem essa necessidade
(muito vento, por exemplo), você não precisa
utilizar este tipo de argamassa, uma vez que ela
é mais cara que as demais.

07/03/2019 65
Dica: rendimento

• Nossa recomendação é de, pelo menos, 5


kg/m². Portanto se você for revestir uma sala
de 12 m², você vai precisar de 60 kg de
argamassa colante (5×12=60).

07/03/2019 66
Dica: Listas de Normas
• Dentro do site da CBIC – Câmara Brasileira da Indústria
da Construção Civil foi ciado recentemente um PORTAL
DA CONSTRUÇÃO, que pode ser acessado
em http://www.cbic.org.br/normasdaconstrucao/inicio
• Depois de efetuar um cadastro, V. tem acesso a portais
de discussão de normas, listagem de normas técnicas
separadas por setores, listagens de normas aprovadas,
canceladas, em consulta nacional, etc.
• Em particular, chamo a atenção para a possibilidade de
V. se inscrever para ser avisado sobre alterações em
determinadas categorias ou em determinadas normas.
• Recomendo aos interessados fazerem a inscrição

07/03/2019 67
patologias

07/03/2019 68
patologias

07/03/2019 69
patologias

07/03/2019 70
07/03/2019 71
patologias

07/03/2019 72
07/03/2019 73
07/03/2019 74
07/03/2019 75
07/03/2019 76
07/03/2019 77
EXERCÍCIO
Qual a resistência
a compressão
dos blocos cerâmicos ?

Fonte: http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/tijolo.asp
07/03/2019 78
07/03/2019 79
07/03/2019 80
DICA: Descolamento de Pisos

CAUSAS Met M.O. Mat. Org.

Má qualidade do rejunte X

Falta de limpeza na junta X

Limpeza precoce de rejunte X X

Falta de equipamentos X

Falta de treinamento X

Juntas muito estreitas X

Falta de elasticidade do rejunte X

falta de impermeabilização do rejunte X

07/03/2019 81
Falta de
impermeabilização

07/03/2019 82
DICA: Ralos – Vazamentos e impermeabilização
VAZAMENTO EM RALO

CAUSAS Met M.O Mat. Org.

Falta de reforço pré-moldado x

Falta da virada de impermebialização x

Secagem da impermeabilização inadequada x

Utilização de materias inadequados x

Falta de treinamento do aplicador x

Corte irregular do tubo prolongador x

Furação da lagje marcada errada x

Falha no chumbamento do ralo x

Falha de rejuntamento x

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Processos originados em causas
trabalhistas

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Cuidados possíveis processos trabalhistas

• As empresas de modo geral, preocupa-se em


apenas nas produções e lucros diretos. Nos que
estamos trabalhando com pericia e auditoria
devemos ver as coisas de forma ampla, e nos
preocupando com custos que em algumas
situações podem aparecer após anos de
trabalho.
• Vamos ver algumas das situações que podem
contribuir com surgimento de patologias
humanas.
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silicose

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silicose
• A silicose é causada por inalação de poeira de
sílica livre cristalina (quartzo) e está
enquadrada na legislação como acidente do
trabalho. Caracteriza-se por um processo de
fibrose, com formação de nódulos isolados
nos estágios iniciais e nódulos
conglomerados e disfunção respiratória nos
estágios avançados. Como no caso do
trabalhador, a doença pode levar de meses a
décadas para se manifestar
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Raio X de pulmão
normal silicose

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Normal silicose

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ler a NR-6

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NR 6

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NR 6

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Como fazer um parecer técnico

• Em primeiro lugar devemos ler a NR 6 e


estabelecer os cuidados que serão passados
pelo PCMSO E PPRA, feitos pelo engenheiro
de segurança e/ou medicina do trabalho;
• PCMSO- Programa de controle médico saúde
ocupacional;
• PPRA- Programa de prevenção de riscos
ambientais.
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• Esta leitura é de extrema importância. Os
principais quesitos apresentados nos processos
que envolvem as causas trabalhistas são
relacionados em pesquisas no PPRA (Programa
de Prevenção de Riscos Ambientais) e no PCMS
(Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional).

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Como fazer um parecer técnico
ROTEIRO BÁSICO
• Dados do profissional;
• Dados do cliente;
• Tipo de obra
• Riscos que estão submetidos os trabalhadores
(PCMSO, PPRA);
• O que foi encontrado em desacordo com as NR;
• Acesso aos documentos para anexar no parecer
técnico;
• Atestado de capacidade profissional ( cursos,
palestras, simpósios, etc...)

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VISTORIA CAUTELAR
&
LAUDO CAUTELAR

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Vídeo 2

Como fazer a vistoria do seu apartamento?

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Laudo de Vistoria cautelar
O Laudo Cautelar, como o próprio nome diz, é
exatamente uma forma de antecipar e prevenir
possíveis causas judiciais. É considerado um
meio de prevenção, sempre que possível é
importante o registro do Laudo Cautelar em
cartório de Registro de Títulos & Documentos,
tornando-o público pois o cartório fica com
cópia arquivada para livre consulta.

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Laudo de Vistoria cautelar
 A identificação do interessado que tenha contratado o trabalho e a
identificação do proprietário ou inquilino do bem objeto da vistoria.
• A definição dos objetivos do laudo de vistoria, com finalidade de
resguardar direitos futuros.
• Localização do bem a ser vistoriado, endereço, divisas de frente,
fundos, esquerda e direita.
• Relato e data da vistoria, com caracterização da região,
caracterização do imóvel e seus elementos, descrição detalhada,
número de pavimentos, cômodos, tipo de estrutura, fechamentos,
materiais de acabamento, estado de conservação, idade aparente.
• Farta documentação fotográfica, datada e georreferenciada, onde
constem todas as anomalias existentes no bem vistoriado.
• Ocorrências, efeitos, comentários, ponderações, considerações,
determinação das prováveis causas, conclusões.
• Encerramento.
IMPORTANTE: Data, assinatura, nome do profissional que realizou a
vistoria, número de registro no CREA, ART/RRT da atividade
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Que tal darmos uma olhada em um
modelo de laudo?
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Imagem xx - Trincas e Fissuras

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Fotos da fachada

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Em vários ângulos

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Imagem 21 Trincas e fissuras horizontais e por dilatação térmica, fachada do auditório
Jaime Câmara.

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Imagem xx- Marquise com varias Trincas, Fissuras, Infiltrações proveniente de percolação ,
Eflorescência proveniente de lixiviação do concreto e proliferação de micro organismos .
Trincas e fissuras nos pilares que sustentam essa marquise.

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• Trincas e fissuras

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Imagem: Esquadrias apresentando deformações.

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• E importante mostrar todos os defeitos possíveis para que
após, ou durante a obra, não tenhamos surpresa. É muito
importante que sejam avaliados esquadrias e forro de
gess o.
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As patologias é que devem
ser apresentadas mas não
necessariamente as suas
causas.

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Trincas no gesso

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Trincas no forro de gesso

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