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QUÍMICA

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Equilíbrio Químico

DEFINIÇÃO
 É um equilíbrio dinâmico;
 Representado por reações reversíveis:
1 R% > 50%
𝑎𝐴 + 𝑏𝐵
⏟ ⏞

⏟ ⏟
𝑐𝐶 + 𝑑𝐷 Rendimento Alto
𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 2 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠
O sentido 1 é denominado direto ou reação direta (reagentes
transformam-se em produtos), e o sentido 2 é denominado inverso
ou reação inversa (à medida que os produtos são formados, eles
regeneram os reagentes iniciais).  E para que o estado de equilíbrio seja atingido, é necessário
 Como nas reações reversíveis as reações direta e inversa que: os sistemas encontrem num recipiente fechado e a temperatura
processam-se contínua e ininterruptamente, o estado de equilíbrio permaneça constante.
químico é atingido quando as velocidades dessas reações são
igualadas. TIPOS DE EQUILÍBRIO
1) Quanto ao número de fases.
V(direta) = V(inversa)
 Homogêneos – reagentes e produtos constituem uma
única fase de agregação.
Exemplo: N2(g) + 3H2(g) ⇌ 2NH3(g)
 Heterogêneos – reagentes e produtos possuem fases de
agregação diferentes.
Exemplo: Zn(s) + 2HCl(aq) ⇌ ZnCl2(aq) + H2(g)
2) Quanto à natureza dos participantes.
 Moleculares – reagentes e produtos são moléculas.
Exemplo: 2NO2(g) ⇌ 2NO(g) + O2(g)
 As quantidades de reagentes e produtos são constantes a  Iônicos – pelo menos um dos participantes é uma espécie
partir do ponto de equilíbrio da reação química. iônica.
Exemplo: H2O(l) ⇌ H+(aq) + OH–(aq)
CONSTANTE DE EQUILÍBRIO (Keq)
1) Constante de equilíbrio em termos de concentrações molares (KC)
Dada uma reação reversível genérica:
𝑣1
𝑎𝐴 + 𝑏𝐵 ⇌
⏟ ⏞
⏟ 𝑐⏟𝐶 + 𝑑 𝐷
𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑣2 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠
Gráficos (Concentração versus Tempo) Aplicando-se a lei de ação das massas de Guldberg-Waage, temos:
 Para a reação direta: v1 = k1 · [A]a · [B]b
 Para a reação inversa: v2 = k2 · [C]c · [D]d
Como no equilíbrio: v1 = v2
R% < 50%
Rendimento Baixo k1 · [A] · [B]b = k2 · [C]c · [D]d
a

k1 [C]c · [D]d
= [A]a ·
k2 [B]b
k1
A relação é constante e denomina-se constante de
k2
equilíbrio em termos de concentração molar (KC):
[𝐂]𝐜 · [𝐃]𝐝
Kc = [𝐀]𝐚 · [𝐁]𝐛
R% = 50%
Rendimento 2) Constante de equilíbrio em termos de pressões parciais (Kp).
Médio Quando os componentes de uma reação química são gasosos,
a A(g) + b B(g) ⇌ c C(g) + d D(g) , a constante de equilíbrio pode ser
expressa:
(𝒑 )𝐜 · (𝒑𝑫 )𝐝
Kp = (𝒑𝑪 )𝐚 · (𝒑𝑩 )𝐛
𝑨
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OBSERVAÇÕES Assim, pode-se escrever a relação genérica entre Kp e Kc da


seguinte maneira:
1 𝑲𝑪 } expressa-se misturas de líquidos e soluções gasosas; KP = KC · (RT)∆n
𝑲𝒑 } expressa-se somente soluções gasosas;
Substâncias sólidas e líquidos puros são considerados GRAU DE EQUILÍBRIO
unitários, isto é, iguais a 1. Denominamos grau de equilíbrio de uma reação em relação a
2 Se multiplicarmos uma equação química por um fator n, estaremos um determinado reagente, o quociente entre a quantidade de mols
elevando a Keq à enésima potência. desse reagente que realmente reagiu até o equilíbrio e a quantidade
[HI]2 inicial de mols do mesmo reagente que foi posta em reação.
Ex.: H2(g) + I2(g) ⇌ 2 HI(g) Keq = [H2 ] · [I2 ]
= 54 Simbolicamente, temos:
↓ 𝑥2 ↓ 𝑥2 ↓ 𝑥2 𝒏 (𝒓𝒆𝒂𝒈𝒊𝒖) 𝑛 (𝑟𝑒𝑎𝑔𝑖𝑢)
[HI]2 2
𝛂 = ou α = · 100%
2 H2(g) + 2 I2(g) ⇌ 4 HI(g) Keq = = (54) = 2900 𝒏 (𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍) 𝑛 (𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙)
[H2 ]2 · [I2 ]2
Em outras palavras, o grau de equilíbrio nos informa até onde
3 A Keq escrita em uma mesma direção é o inverso da constante de
a reação pode chegar por razão da análise dos reagentes, e como foi
equilíbrio escrita na direção oposta.
[HI]2
visto na estequiometria as reações não atingem 100% do rendimento
Ex.: H2(g) + I2(g) ⇌ 2 HI(g) Keq = [H2 ] · [I2 ]
= 54 na reação.
↓ invertendo
[H2 ] · [I2 ] 1 DESLOCAMENTO DO EQUILÍBRIO
2 HI(g) ⇌ H2(g) + I2(g) Keq = =
[HI]2 54
Henri Louis Le Chatelier (1850-1936), um químico industrial
francês, estudando o comportamento de reações em equilíbrio quando
3) Relação entre KC e KP.
sujeitas às variações de um fator externo, observou que quando se
Dada a equação genérica: a A(g) + b B(g) ⇌ c C(g) + d D(g) ,
provoca uma perturbação sobre a reação em equilíbrio, esta reage no
[C]c · [D]d (𝑝 )c · (𝑝𝐷 )d sentido de anular essa perturbação. Essa conclusão é denominada de
Temos: Kc = [A]a · [B]b
e Kp = (𝑝𝐶 )a · (𝑝𝐵 )b
𝐴 Princípio de Le Chatelier (1884).
Analisando o comportamento ideal dos gases, a pressão Os fatores externos capazes de perturbar o equilíbrio de uma
parcial dos participantes do equilíbrio pode ser relacionada com a reação são:
concentração em mol · L–1 da seguinte forma:
1. Concentração das Substâncias participantes;
(1) p·V=n·R·T 2. Pressão sobre o sistema;
n 3. Temperatura do sistema.
(2) p= ·R·T
V
(3) p=[ ]·R·T Concentração.

pA = [A] · RT LADO OPOSTO AO


↑ [C] AUMENTO
pB = [B] · RT
pC = [C] · RT Concentração
pD = [D] · RT MESMO LADO DA
↓ [C] DIMINUIÇÃO
Dessa maneira, é possível substituir as pressões parciais na
expressão de Kp. Pressão.
([C] ·RT)c · ([D] ·RT)d
Kp = ([A] ·RT)a · ([B] ·RT)b
↑ PRESSÃO ↓ VOLUME GASOSO
Pressão
Reorganizando a mesma expressão, ↓ PRESSÃO ↑ VOLUME GASOSO
[C]c · [D]d (RT)c · (RT)d
KP = [A]a · [B]b
· (RT)a · (RT)b ATENÇÃO

[C]c · [D]d (RT)c+d Há equilíbrios que não são afetados pela pressão:
KP = [A]a · [B]b
· (RT)a+b
 Quando não há variação de volume;
[C]c · [D]d 𝐇
⏟𝟐(𝐠) + 𝐈𝟐(𝐠) ⇌ 𝟐𝐇𝐈
⏟ (𝐠)
KP = [A]a · [B]b
· (RT)[(c+d)−(a+b)] 𝟐𝐕 𝟐𝐕

 Quando é adicionado um gás inerte a qualquer


pode-se chamar a expressão [(c+d)-(a+b)] de ∆n ou de variação sistema gasoso com volume constante: tal adição não afeta,
[C]c · [D]d pois, apesar de aumentar a pressão total, não altera as
dos coeficientes estequiométricos, e é igual à constante de
[A]a · [B]b pressões parciais de cada gás.
equilíbrio em termos das concentrações, Kc.
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Efeito do Íon comum


Temperatura. A adição de um íon já existente no equilíbrio desloca-o para o lado da
substância não ionizada ou não dissociada. Por exemplo, no equilíbrio
LADO ENDOTÉRMICO existente numa solução aquosa de ácido acético:
↑T (∆H>0)
TEMPERATURA
LADO EXOTÉRMICO
↓T Quando adicionamos acetato de sódio (solúvel em água) a este
(∆H<0)
equilíbrio, obtemos:

ATENÇÃO
No equilíbrio em estudo, temos o aumento da quantidade de íons
É muito importante salientar que a temperatura é o único
CH3COO- fazendo-o reagir com H+ e formando mais moléculas de ácido
fator que altera o valor da constante de equilíbrio.
acético (CH3COOH). Note que:
 O grau de ionização do ácido diminui.
 Ka ou Kb não se alteram, pois as constantes de equilíbrio só
EQUILÍBRIO IÔNICO dependem da temperatura.
Equilíbrio iônico é o caso particular dos equilíbrios químicos  A concentração de íons H+ diminui.
em que aparecem íons. Os íons estão presentes em todas as soluções Efeito do íon não comum
aquosas. Por exemplo: A adição de um íon não comum ao equilíbrio pode deslocá--lo, desde
 Na água do mar, existem íons Ca2+ formadores dos corais e das que esse íon reaja com um dos participantes do equilíbrio. Exemplo:
carapaças de vários animais marinhos; Soluções aquosas de sais de cromato apresentam o íon cromato
 No soro fisiológico, há os íons Na+, numa concentração de 0,9%; (CrO42-, que produz cor amarela em solução aquosa) em equilíbrio com
 Quando uma gota de chuva dissolve o H2SO4 da poluição o íon dicromato (Cr2O72- que produz cor laranja em solução aquosa). O
atmosférica, verifica-se o seguinte equilíbrio (presente na chuva equilíbrio em questão é representado pela equação:
ácida):

Dos equilíbrios iônicos em solução aquosa, um dos mais importantes


é o que ocorre na ionização de ácidos e bases: Quando adicionamos NaOH(aq) a esse equilíbrio, obtemos:

Como acontece em qualquer equilíbrio, aqui também serão definídos No equilíbrio em estudo predominará a cor amarela, pois o OH- da
um grau de equilíbrio(α) e uma constante de equilíbrio(Kc), que agora base reagirá com H+, formando água, e o equilíbrio se deslocará para
recebem nomes particulares: a esquerda, aumentando a quantidade CrO42-.
α: grau de ionização. EQUILÍBRIO IÔNICO DA ÁGUA (KW)
Kc: Constante de ionização, também representada por Ki (ou Ka no
caso de ácidos ou Kb no caso de bases). A água é um eletrólito fraco. Em um litro de água existem
O grau de ionização segue a definição geral: aproximadamente 55,5 mol de moléculas a 25°C. Dessas, apenas 10-7
moléculas se ionizam, produzindo 10-7 mol de H+ e 10-7 mol de OH-. A
(𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜𝑠)
α= presença desses íons se dá pela auto ionizaçãoda água, que pode ser
(𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑠) representada, simplificada, pelo equilíbrio:
A constante de ionização segue normalmente a lei de
Guldberg-Waage. Para os equilíbrios de HCN e NH4OH já mencionados
acima, temos: Aplicando a expressão da constante, temos:

Como a concentração da água é constante, podemos inseri-la no valor


Constantes de Ionização dos ácidos e das Bases (Ka e Kb). de K, obtendo uma nova constante, que será representada por Kw
Quando um ácido ou uma base fracos são adicionados à água, chamado de produto iônico da água:
ocorre um equilíbrio entre íons e moléculas não ionizadas (ácidos) ou
entre íons e aglomerados iônicos não dissociados (bases). Nesse caso,
a constante de equilíbrio é representada por Ka e kb, respectivamente. Que a 25°C, tem o valor de 1,0 . 10-14.
LEI DE DILUIÇÃO DE OSTWALD Quando adicionamos um ácido a água, o seu equilíbrio iônico
é afetado, pois aumenta a concentração de H+. Aumentando a
Para eletrólitos fracos (em solução aquosa, pequena concentração de H+ (maior que 10-7), a concentração de OH- diminui
quantidade de íons livres), a constante de ionização pode ser calculada (menor que 10-7), e o valor de Kw=10-14 não muda. Lembre-se o K só
pela expressão: muda quando a temperatura é alterada.
KI= M . α2 Soluções ácidas: [H+] > 10-7 e [OH-] < 10-7 a 25°C
Em que M= concentração molar (mol/L) inicial e α= grau de ionização. Soluções básicas: [OH-] > 10-7 e [H+] < 10-7 a 25°C
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pH e pOH
A acidez ou basicidade de uma solução é determinada pela
concentração de H+ ou OH-. No entanto, devido à dificuldade de
trabalhar com potências de dez e com números negativos,
introduziram-se os conceitos de pH e pOH.
pH= -log[H+]
pOH= -log[OH-]
e
pH +pOH = 14.
Utilizando o conceito de pH, temos:
Água pura ou solução neutra: [H+] = [OH-] pH = 7
Solução ácida: [H+] > [OH-] pH < 7
Solução básica: [H+] < [OH-] pH > 7

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