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Eletrônica Eletrônica básica - Teoria

Amplificadores em
cascata
Amplificadores em cascata

Amplificadores em cascata

© SENAI-SP, 2003

Trabalho editorado pela Gerência de Educação da Diretoria Técnica do SENAI-SP, a partir dos conteúdos
extraídos da apostila homônima Amplificadores em cascata - Teoria. SENAI - DN, RJ, 1986.

Capa Gilvan Lima da Silva


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Amplificadores em cascata

Sumário

Introdução 5
Amplificadores em cascata 7
Acoplamento entre os estágios amplificadores 11
Ganho em decibel (dB) 17
Referências bibliográficas 21

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Introdução

Os aparelhos eletrônicos tais como o rádio e a televisão recebem um sinal que é


emitido pela antena da estação transmissora. Este sinal, quando chega ao aparelho
receptor, tem uma amplitude muito pequena, geralmente da ordem de microvolts.

Para que este sinal possa ser reproduzido na sua forma final de som ou imagem
necessita ser amplificado milhares de vezes.

Esta grande amplificação não pode ser realizada por um único estágio amplificador.
Utilizam-se, então, diversos estágios amplificadores em seqüência numa forma de
ligação denominada de “cascata”.

O objetivo deste fascículo é apresentar a forma e as características desta ligação,


visando capacitá-lo, através da análise do funcionamento, a identificar e corrigir
defeitos neste tipo de circuito composto.

Pré-requisitos

Para ter sucesso no desenvolvimento dos conteúdos e atividades deste fascículo você
já deverá ter conhecimentos relativos a:
• Estágios amplificadores
• Capacitores e transformadores
• Máxima transferência de potência.

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Em muitas ocasiões o ganho de tensão ou de corrente fornecido por estágio


amplificador não é suficiente para a aplicação que se necessita. Nestas ocasiões
costuma-se utilizar dois ou mais estágios amplificadores, interligados de forma a obter
amplificações sucessivas do sinal.

Para obter amplificações sucessivas a conexão entre os estágios amplificadores deve


ser feita da seguinte forma:
• Saída do primeiro estágio ligado à entrada do segundo estágio.
• Saída do segundo estágio ligado à entrada do terceiro estágio, e assim
sucessivamente.

Este tipo de ligação entre os estágios amplificadores é denominado de ligação em


cascata.

A figura a seguir mostra como se realiza este tipo de ligação.

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Ganho total de um amplificador com estágios em cascata

O ganho total de um amplificador é o resultado de todas as amplificações sofridas pelo


sinal nos diversos estágios. O ganho total é uma relação direta entre o sinal presente
na saída do último estágio amplificador e o sinal aplicado na entrada do primeiro
estágio amplificador.

A figura a seguir mostra um amplificador composto por dois estágios com ganho total
de 1600 vezes.

GT = 16 V PP = 1600
0,01 V PP

No amplificador da figura abaixo cada um dos estágios é responsável por uma parcela
da amplificação total. Supondo-se que o ganho do 10 estágio amplificador seja 40 o
sinal presente entre o 10 e 20 estágio:

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Sinal de entrada G = Sinal de saída Sinal de entrada x Ganho 2 Sinal de saída


0,01Vpp x 40 = 0,4Vpp

A figura a seguir mostra o sinal presente entre os dois estágios.

O sinal na saída do primeiro estágio é aplicado na entrada do segundo estágio.


Supondo-se que o ganho do segundo estágio também seja de 40 o sinal na saída é:

Sinal de saída = Sinal de entrada x Ganho


0,4Vpp x 40 = 16Vpp

Observa-se que o ganho total do amplificador composto por dois estágios de ganho 40
é 1600 vezes, ou seja, o ganho total GT é 40 x 40 = 1600.

O ganho total de um amplificador é o produto do ganho dos estágios que o compõem:


GT = G1 x G2 x ...

Pela equação do ganho total verifica-se que um ganho total de 900 (por exemplo) pode
ser obtido:
1. Por dois estágios de ganho 30:
GT = 30 x 30 = 900
2. Por um estágio de ganho 25 e um estágio de ganho 36:
GT = 25 x 36 = 900
3. Por dois estágios quaisquer cujos ganhos multiplicados resultem 900.

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Acoplamento entre os
estágios amplificadores

Os estágios amplificadores devem ser interligados entre si para que o sinal seja
sucessivamente amplificado. A ligação entre os estágios é denominada de
Acoplamento.

Entretanto, o acoplamento da saída de um estágio à entrada do estágio seguinte não


pode ser realizada pela simples ligação direta, através de um condutor. Analisando
dois estágios amplificadores que devem ser interligados é possível verificar a razão
pela qual a ligação não pode ser direta.

A figura a seguir apresenta dois estágios amplificadores ainda não interligados.

Analisando os estágios nos seus pontos de operação verifica-se:


• A tensão na saída do 10 estágio é 10V
• A tensão na entrada do 20 estágio é 3V.

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Pela comparação entre os dois valores verifica-se que é impossível ligar diretamente a
saída do primeiro estágio com a entrada do segundo porque a tensão de 10V positivos
seria aplicada a base do segundo transistor, alterando a sua polarização.

Conclui-se que o acoplamento entre os estágios deve ser feito de forma que:
• A tensão contínua da saída de um estágio não seja aplicada à entrada do estágio
seguinte.
• O sinal amplificado da saída do 10 estágio (variação de tensão no coletor) passe
para a entrada do estágio seguinte.

Resumindo:
O acoplamento entre os estágios amplificadores deve:
• Bloquear a passagem de tensões contínuas;
• Permitir a passagem de tensões alternadas (sinais).

Existem componentes que se caracterizam por bloquear a passagem de CC e permitir


a passagem de sinais CA. Dois exemplos típicos são os capacitores e os
transformadores.

Conclui-se, portanto, que os capacitores e os transformadores são ideais pára cumprir


a função de acoplamento. As figuras a seguir mostram como seria o acoplamento
utilizando um capacitor e um transformador.

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Observe mais esta figura:

É importante salientar que a utilização de transformadores de acoplamento implica na


mudança do método de polarização do transistor T2, passando a ser por corrente de
base constante.

Este fato, acrescido ao custo do transformador faz com que o método de acoplamento
mais utilizado seja o capacitivo, que é mais barato e não implica em modificações no
circuito.

A figura a seguir mostra o sinal antes do capacitor de acoplamento e após, ilustrando a


eliminação do nível de tensão CC de polarização.

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O capacitor utilizado para acoplar dois estágios é denominado de capacitor de


acoplamento.

Um aspecto importante a considerar no acoplamento é que o componente utilizado


(capacitor ou transformador) não é ideal. Tomando como exemplo o capacitor se
verifica que o sinal CA, aplicado flui através da reatância capacitiva.

Esta reatância provoca uma queda de tensão no capacitor de acoplamento, veja a


figura.

Esta queda de tensão no capacitor é denominada de “perda no acoplamento” e deve


ser tão pequena quanto possível.

Por esta razão, a capacitância do capacitor de acoplamento é determinada em função


da menor freqüência a ser amplificada, tendo em vista que esta será a situação de
maior reatância capacitiva e, portanto, de maior perda.

Casamento de impedâncias no acoplamento entre estágios amplificadores

Um dos aspectos mais importantes a considerar quando se interligam estágios


amplificadores em cascata é o correto casamento de impedâncias.

Esta preocupação se deve ao fato de que a maior transferência de potência entre um


estágio e o outro ocorre quando a impedância de saída do primeiro estágio é igual a
impedância de saída do segundo.

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Veja a figura a seguir.

Na prática é difícil obter a igualdade entre as impedâncias, devendo-se procurar a


melhor aproximação possível.

A seguir estão descritas, com base na figura abaixo, as duas situações em que o
casamento não é adequado, com as respectivas conseqüências.

1a situação: Z SAÍDA 1 baixa Z ENTRADA 2 alta.

Nesta situação existe uma transferência adequada de tensão entre os estágios, porém
a transferência de corrente é pequena.

A transferência de potência será tanto menor quanto maior for a diferença de


impedância.

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2a situação: Z SAÍDA 1 alta Z ENTRADA 2 baixa.

Nesta situação existe uma transferência adequada de corrente entre os estágios,


porém a transferência de tensão é pequena.

A potência transferida será tanto menor quanto maior for a diferença entre as
impedâncias.

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Ganho em decibel (dB)

O Bel (B) é uma unidade utilizada para expressar uma relação entre dois níveis de
sinal (sonoro, tensão, corrente ou potência). Como em termos de eletrônica as
relações entre níveis de sinal são definidas como “ganho” pode-se expressar o ganho
através do Bel. Tendo em vista que 1B (um Bel) representa um ganho de 10 vezes
utiliza-se normalmente o dB (decibel) que é mais adequado por definir ganhos
menores. A equação para definir o ganho de dB nos circuitos eletrônicos é :

Sinal de saída
dB = 10log conversão relação → dB
Sinal de entrada

Esta relação pode ser particularizada para ganhos de:


Potência dB = 10 log P SAIDA
P ENTRADA

Tensão dB = 10 log V SAIDA


V ENTRADA
Corrente dB = 10 log I SAIDA
I ENTRADA

A seguir estão dois exemplos de aplicação da equação:

Vs
AV(dB) = 10 log AV = 10 log 50
Vi
5
AV = 10.log AV = 10.1,7 AV = 17dB
0,1
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Ps
G (dB) = 10 log G = 10 log 28
Pi
700
G = 10 log G = 10.1,45 G = 14,5 dB
25

Um caso especial de aplicação do ganho em dB acontece em circuitos onde existe


atenuação (valor de saída menor que o valor de entrada).

Considerando como exemplo, um filtro de frequência na situação indicada na figura a


seguir.

VS
AV = 10 log AV = 10 log 0,5
VENT
5
AV = 10.log AV = 10. -0,3 AV = -3dB
10

Conclui-se que:
Ganho em dB positivo Amplificação
Ganho em dB negativo Atenuação

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A tabela abaixo apresenta algumas relações entre sinais saída/entrada e os


respectivos ganhos em dB.

Vo Io Po
ou ou Ganho em dB
Ve IE Pe
1 0
2 0,3
3 0,48
4 6
5 7
10 1
20 13
100 20

3dB é um valor chave porque indica ganho de 2 ou redução para a metade (-3dB).

Conversão ganho dB X relação entre sinais

Da mesma forma que se pode converter a relação entre os sinais para dB é possível
converter o ganho dB em relação dos sinais. Partindo da equação para G (dB):

Valor saída
G (dB) = 10 log
Valor entrada

G (dB) Valor saída


= 10 log
10 Valor entrada

dB Valor saída
10
=
10 Valor entrada

Conversão dB relação

Por exemplo:

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dB
VSAÍDA VSAÍDA
= 10 10 = 100,6 ≅ 4
VENTRADA VENTRADA

6
VSAÍDA
= 10 10 V SAÍDA = V ENT . 4 = 4 V pp
VENTRADA

Operações com dB

Quando se utilizam estágios em “cascata” os ganhos se multiplicam

1o Estágio 2o Estágio
VENT VENT AV = 5 AV = 20 VSAÍDA = VENT . 100

Quando os ganhos forem dados em dB o ganho total é calculado por soma.

10 Estágio 20 Estágio
AV = 7dB AV = 13dB SAÍDA = AV = 20dB

Convertendo o ganho de 20 dB para relação se obtém AV = 100 que coincide com o


exemplo utilizado anteriormente.

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Referências bibliográficas

MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. São Paulo, Mc Graw Hill, 1986. il.

MILLMAN, Jacob C. & HALKIAS, Christos C. Eletrônica; dispositivos e circuitos. São


Paulo, Mc Graw Hill do Brasil, c 1981. V.2.

SENAI/DN. Reparador de circuitos eletrônicos. Rio de Janeiro, Divisão de Ensino e


Treinamento, 1979. il. (Coleção Básica Senai: Eletrônica Básica II. Módulo 2).

SENAI/DN, Amplificador em cascatas teoria Rio de Janeiro, Divisão de Ensino e


Treinamento, 1986. (Série Eletrônica Básica).

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Teoria: 46.15.11.752-8 Teoria 46.15.12.760-4


Prática: 46.15.11.736-4 Prática: 46.15.12.744-1
1. Tensão elétrica 41. Diodo semi condutor
2. Corrente e resistência elétrica 42. Retificação de meia onda
3. Circuitos elétricos 43. Retificação de onda completa
4. Resistores 44. Filtros em fontes de alimentação
5. Associação de resistores 45. Comparação entre circuitos retificadores
6. Fonte de CC 46. Diodo emissor de luz
7. Lei de Ohm 47. Circuito impresso - Processo manual
8. Potência elétrica em CC 48. Instrução para montagem da fonte de CC
9. Lei de Kirchhoff 49. Multímetro digital
10. Transferência de potência 50. Diodo zener
11. Divisor de tensão 51. O diodo zener como regulador de tensão
12. Resistores ajustáveis e potenciômetros 52. Transistor bipolar - Estrutura básica e testes
13. Circuitos ponte balanceada 53. Transistor bipolar - Princípio de funcionamento
14. Análise de defeitos em malhas resistivas 54. Relação entre os parâmetros IB, IC e VCE
15. Tensão elétrica alternada 55. Dissipação de potência e correntes de fuga no transistor
16. Medida de corrente em CA 56. Transistor bipolar - Ponto de operação
17. Introdução ao osciloscópio 57. Polarização de base por corrente constante
18. Medida de tensão CC com osciloscópio 58. Polarização de base por divisor de tensão
19. Medida de tensão CA com osciloscópio 59. Regulador de tensão a transistor
20. Erros de medição 60. O transistor como comparador
21. Gerador de funções 61. Fonte regulada com comparador
22. Medida de freqüência com osciloscópio 62. Montagem da fonte de CC
23. Capacitores 63. Amplificador em emissor comum
24. Representação vetorial de parâmetros elétricos CA 64. Amplificador em base comum
25. Capacitores em CA 65. Amplificador em coletor comum
26. Medida de ângulo de fase com osciloscópio 66. Amplificadores em cascata
27. Circuito RC série em CA 67. Transistor de efeito de campo
28. Circuito RC paralelo em CA 68. Amplificação com FET
29. Introdução ao magnetismo e eletromagnetismo 69. Amplificador operacional
30. Indutores 70. Circuito lineares com amplificador operacional
31. Circuito RL série em CA 71. Constante de tempo RC
32. Circuito RL paralelo em CA 72. Circuito integrador e diferenciador
33. Ponte balanceada em CA 73. Multivibrador biestável
34. Circuito RLC série em CA 74. Multivibrador monoestável
35. Circuito RLC paralelo em CA 75. Multivibrador astável
36. Comparação entre circuitos RLC série e paralelo em CA 76. Disparador Schmitt
37. Malhas RLC como seletoras de freqüências 77. Sensores
38. Soldagem e dessoldagem de dispositivos elétricos
39. Montagem de filtro para caixa de som
40. Transformadores

Todos os títulos são encontrados nas duas formas: Teoria e Prática

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