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EXCELENTÍSSIMO JUIZ...

(juízo competente para apreciar a demanda


proposta)

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE


BENEFÍCIO. PENSÃO POR MORTE. APLICAÇÃO
DO ARTIGO 75 DA LEI N.º 8.213/91.

PARTE AUTORA, (nacionalidade), (estado civil),


(profissão), portador(a) do documento de identidade
sob o n.º..., CPF sob o n.º..., residente e
domiciliado(a) na rua.., bairro.., cidade.., estado..,
CEP..., vem a presença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO JUDICIAL PARA REVISÃO DE BENEFÍCIO


PREVIDENCIÁRIO

contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO


SOCIAL (INSS), pessoa jurídica de direito público,
na pessoa do seu representante legal, domiciliado na
rua..., bairro..., cidade..., estado..., CEP..., pelos fatos e fundamentos
que a seguir aduz.

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1. FATOS

A Parte Autora é titular do benefício de pensão por morte


vinculada ao Instituto Nacional de Previdência Social – INSS, conforme
comprovam os documentos anexos.

O benefício de pensão por morte é originário de aposentadoria.

Porém, no cálculo da renda mensal inicial do benefício de


pensão por morte não foi considerado o salário-de-benefício originário,
qual seja, o da aposentadoria do falecido, como rege a legislação,
ocasionando grande prejuízo à Parte Autora no valor da benesse.

Desta forma, a limitação apresentada pelo INSS não se


justifica, razão pela qual busca o Poder Judiciário para ver seu direito reconhecido.

2. FUNDAMENTAÇÃO DE MÉRITO

No que tange ao valor do benefício de pensão por morte, o art.


75 da Lei n.º 8.213/91, em sua redação original, assim dispunha:

Art. 75. O valor mensal da pensão por morte será:


a) constituído de uma parcela, relativa à família, de 80% do
valor da aposentadoria que o segurado recebia ou a que teria
direito, se estivesse aposentado na data do seu falecimento,
mais tantas parcelas de 10% (dez por cento) do valor da mesma
aposentadoria quantos forem os seus dependentes, até o
máximo de 2 (duas).
b) 100% do salário-de-beneficio ou do salário-de-contribuição
vigente no dia do acidente, o que for mais vantajoso, caso o
falecimento seja conseqüência de acidente do trabalho.

A partir da vigência da Lei n.° 9.032, de 28/04/1995 (D.O.U.


29/04/1995), a redação do dispositivo foi alterada, passando a vigorar
nos seguintes termos:

Art. 75. O valor mensal da pensão por morte, inclusive a


decorrente de acidente do trabalho, consistirá numa renda
mensal correspondente a 100% do salário-de-benefício,
observado o disposto na Seção III, especialmente no art. 33
desta Lei.
(grifei)

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Posteriormente, com o advento da Lei n.º 9.528, de
10/12/1997, precedida da Medida Provisória n.º 1.596-14, de
10/11/1997, o art. 75 passou a ter a seguinte redação:

Art. 75. O valor mensal da pensão por morte será de 100% do


valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a
que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data
de seu falecimento, observado o disposto no art. 33 desta Lei.

Assim, no período de 29/4/1995 (data de publicação da Lei


9.032/95) a 27/6/1997 (publicação em 28/6/1997 da Medida
Provisória n.º 1.523-9, convertida na Lei 9.528/97), a redação do art.
75 da Lei n.º 8.213/91 determinava a concessão da pensão por morte
no percentual de 100% do salário-de-benefício.

Tal redação vigorou somente nesse intervalo, pois nas


redações anterior (original da Lei n.º 8.213/91) e posterior (MP n.º
1.523-9), o benefício correspondia à percentual da aposentadoria que o
segurado recebia ou a que teria direito, se estivesse aposentado (por
invalidez) na data de seu falecimento.

Destarte, o salário-de-benefício, para as pensões concedidas


nesse intervalo, deve corresponder ao salário-de-benefício originário,
qual seja, o da aposentadoria do falecido. Isso porque o art. 29 da Lei
n.º 8.213/91 (na redação original, vigente até 28.11.1999) disciplinava
que o salário-de-benefício correspondia a média dos salários-de-
contribuição anteriores ao afastamento da atividade ou à data de
entrada do requerimento, não se podendo conceber a existência de
outra forma de apuração do salário-de-benefício para as pensões
concedidas entre 29/04/1995 a 27/06/1997.

Na sessão de julgamento do dia 13/02/2009, a Turma


Regional de Uniformização do Tribunal Regional Federal da 4ª Região
julgou o processo nº 2007.72.95.005264-5, decidindo que a renda
mensal inicial das pensões por morte deve ter por base de cálculo o
salário-de-benefício da aposentadoria do de cujus, em se tratando de
pensões concedidas, como no caso, entre 29/04/95 a 27/06/97,

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enquanto vigorou a redação dada pela Lei n.º 9.032/95 ao art. 75 da Lei
n.º 8.213/91, conforme se vê da ementa a seguir transcrita:

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. BASE DE


CÁLCULO. SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO DA APOSENTADORIA
ORIGINÁRIA VERSUS VALOR DA APOSENTADORIA
ORIGINÁRIA.
1. Na concessão das pensões por morte, aplica-se a
legislação vigente à época da concessão do benefício.
2. Por força de expressa disposição legal, a renda mensal
inicial das pensões por morte deve ter como base de
cálculo o salário-de-benefício da aposentadoria recebida
pelo de cujus ou daquela a que teria direito se aposentado
estivesse em se tratando de pensões concedidas, como no
caso, entre 29.04.95 e 27.06.97, enquanto vigorou a
redação dada pela Lei nº 9.032/95 ao art. 75 da Lei nº
8.213/91.
3. Pedido de uniformização improvido.
(TRF4, TRU, 2007.7295.005264-5, Rel. Juíza Federal
Jacqueline Michels Bilhalva, sem grifo no original)

Portanto, a atitude do INSS, de conceder o benefício com base na renda mensal do


falecido, é incorreta para o período acima citado, devendo-se fixá-lo no valor do salário-de-
benefício, conforme expressa a lei.

3. REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer:

1. A citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, na


pessoa do seu representante legal, para que responda a presente
demanda, no prazo legal, sob pena de revelia;

2. A concessão do benefício da justiça gratuita em virtude da


Parte Autora não poder arcar com o pagamento das custas processuais
e honorários advocatícios sem prejuízo do seu sustento ou de sua
família, condição que expressamente declara, na forma do art. 4º da Lei
n.º 1.060/50;

3. A condenação Instituto Nacional do Seguro Social – INSS


para revisar o valor da renda mensal do benefício de pensão por morte,
a fim de este seja equiparado a 100% (cem por cento) do salário-de-
benefício da aposentadoria precedente, bem como pagar as parcelas

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vencidas, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e
acrescidas de juros legais moratórios, ambos incidentes até a data do
efetivo pagamento;

4. A condenação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS


para arcar com as custas processuais e honorários advocatícios;

5. Requer, ainda, provar o alegado por todos os meios de


prova admitidos em direito, notadamente a documental.

Dá-se à causa o valor de R$... (valor da causa)

Pede deferimento.

(Cidade e data)

(Nome, assinatura e número da OAB do advogado)

Rol de documentos:

...

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