Você está na página 1de 31

Máquinas Elétricas II

Aula 04: Caracterı́sticas Terminais das MCC

Prof. Guilherme Mauad Sant’Anna

PUC Minas Gerais


Campus Poços de Caldas

23 de agosto de 2016

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 1 / 62

Ementa

Matéria: Máquinas elétricas II

Ementa:

Revisão de Conceitos Básicos


Máquinas de Corrente Contı́nua
Máquinas de Assı́ncronas
Máquinas de Sı́ncronas
Motores de Passo e Resistência de isolamento

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 2 / 62


Ementa Detalhada

Unidade 2: Máquinas de Corrente Contı́nua

Princı́pios de Funcionamento das Máquinas CC

Circuito Equivalente das MCC

Diferentes Fechamentos de um Gerador CC

Diferentes Fechamentos de um Motor CC

Aspectos Construtivos das Máquinas CC

Reação de Armadura e Problemas na Comutação

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 3 / 62

Caracterı́sticas Terminais das MCC

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 4 / 62


Caracterı́sticas Terminais das MCC
Na aula passada, estudamos o circuito equivalente das Máquinas de
Corrente Contı́nua

Bem como os seus diferentes Fechamentos

Vimos que todos os fechamentos podem ser utilizados tanto como motor
quanto como gerador

Porém, as caracterı́sticas de cada fechamento não foram estudadas de


forma aprofundada
(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 5 / 62

Caracterı́sticas Terminais das MCC


Para entender as diferenças entre as dinâmicas de cada fechamento,
iremos introduzir um novo conceito

Caracterı́stica Terminal

A caracterı́stica terminal de uma máquina rotativa é a relação entre os


parâmetros de saı́da da máquina

Motores =⇒ Torque × Velocidade angular

Geradores =⇒ Corrende de saı́da × Tensão Terminal


(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 6 / 62
Caracterı́sticas Terminais das MCC
Estudando a caracterı́stica terminal das MCC

Saberemos qual é a relação dos parâmetros de saı́da para cada fechamento

E então poder realizar previsões dos funcionamentos e levantar as


vantagens e desvantagens de cada um

Na aula de hoje, iremos nos dedicar a levantar as caracterı́sticas terminais


de cada fechamento da MCC
(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 7 / 62

Caracterı́sticas Terminais das MCC


Recordando, temos cinco fechamentos possı́veis das máquinas CC

1 - MCC Independente

2 - MCC auto-excitada Shunt

3 - MCC auto-excitada Série

4 - MCC auto-excitada Composta (Aditiva e Subtrativa)

5 - MCC de Imãs Permanentes

Infelizmente, não teremos tempo de ver a caracterı́sticas terminais dos


cinco fechamentos acionados como motor e gerador

Veremos as Caracterı́sticas Terminais de todos os fechamentos como


motores. Porém, apenas a Caracterı́stica Terminal do GCC Independente
(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 8 / 62
MCC de Excitação Independente

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 9 / 62

MCC de Excitação Independente


Lebrando das MCC Independentes, temos que neste fechamento, o circuito
de campo e o circuito de armadura estão em malhas separadas:

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 10 / 62


MCC de Excitação Independente
Pela análise da lei de Kirchhoff, temos que a tensão sobre a malha de
armadura será:
VT = EA ± IA RA

A corrente nos enrolamentos de campo pode ser encontrada pela lei de


Ohm no resistor de campo

Vf
If = =⇒ φf ∝ I f
Rf

E as equações oriundas das leis de indução são válidas para qualquer


acionamento:

EA = kφωm τind = kφIA

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 11 / 62

MCC de Excitação Independente


Para encontrar a CT da Máquina CC Independente como Gerador,
precisamos achar a relação entre os seus parâmetros de saı́da (IA × VT ).
Podemos obte-la pela lei de Kirchhoff:

VT = EA − IA RA

Controlando a rotação da máquina e a tensão na malha de campo,


podemos garantir que If e ωm são constantes


 Comporta de água
Vf
If = e ωm ∝ Velocidade da Turbina
Rf 
Fissão Nuclear

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 12 / 62


MCC de Excitação Independente
Desta forma, garantimos que a tensão induzida na armadura será
constante para qualquer valor de corrente de armadura

EA = kφωm

Logo, analisando a equação de kirchhoff sob essa perspectiva:

VT = EA − IA RA =⇒ EA = cte

Temos que a caracterı́stica terminal do GCC de excitação independente


será uma reta com inclinação negativa

Mostrando uma caracterı́stica linear entre os parâmetros de saı́da do


gerador
(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 13 / 62

MCC de Excitação Independente

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 14 / 62


MCC de Excitação Independente
Observem que se analisarmos a relação entre a tensão a vazio e a tensão a
plena carga (Ou seja, a sua Regulação de tensão)

Vvz − Vpc
RT = .100%
Vpc

Como EA é constante e RA é muito pequeno, vemos que a tensão a plena


carga será muito próxima da tensão á vazio

O que nos indica que o gerador CC de excitação independente tem uma


boa regulação de tensão (RT ≈ 0)
(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 15 / 62

MCC de Excitação Independente


Agora, para analisar a caracterı́stica Terminal do motor CC de excitação
independente

Precisamos obter uma expressão que relacione as duas grandezas de saı́da


do motor (Torque induzido e velocidade angular)

Para isso, devemos relacionar as equações que já temos para deixar
explicita as grandezas τind e ωm

E então, isolar uma delas, obtendo a caracterı́stica terminal em função da


outra
(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 16 / 62
MCC de Excitação Independente
Vamos então lembrar as equações de kirchhoff para o motor independente

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 17 / 62

MCC de Excitação Independente


Como a máquina está acionada como motor, VT é maior que EA , e o
sentido da corrente se inverterá:

VT = EA + RA IA

Lembrando das relações para as MCC

EA = kφωm τind = kφIA

Se isolarmos a corrente de armadura em função do conjugado induzido,


podemos aplicar as relações na equação das malhas

τind
τind = kφIA =⇒ IA =

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 18 / 62


MCC de Excitação Independente
Aplicando na equação das malhas:

τind
VT = kφωm + RA

Agora temos as variáveis de saı́da relacionadas de forma explicita. Isolando


a velocidade angular da máquina:

τind
kφωm = VT − RA

VT RA
ωm = − τind
kφ (kφ)2

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 19 / 62

MCC de Excitação Independente


Observando novamente a caracterı́stica terminal do motor CC de excitação
independente:

VT RA
ωm = − τind
kφ (kφ)2

Temos que o gráfico da CT será uma linha reta com coeficiente angular
negativo

Ou seja, a medida que exigimos mais torque do motor CC independente,


menor será a velocidade do eixo do motor

Quando o torque induzido é zero, ωm = ω0 =⇒ EA = VT


(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 20 / 62
MCC de Excitação Independente
O gráfico da CT do motor CC independente será:

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 21 / 62

MCC de Excitação Independente


Os motores CC de excitação independente tem uma boa caracterı́stica
terminal

Se analisarmos a sua regulação de velocidade, podemos ver que a sua


velocidade varia pouco a medida que o torque induzido é aumentado

ωvz − ωpc
RV = .100%
ωpc

A desvantagem dos motores CC de excitação indepedente é o fato de


precisarmos de duas fonte para realizar o fechamento
(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 22 / 62
Motor CC Auto-Excitado Shunt

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 23 / 62

Motor CC Auto-Excitado Shunt


O fechamento do Motor CC auto excitado em derivação (Shunt, Paralelo)
é:

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 24 / 62


Motor CC Auto-Excitado Shunt
Para os motores CC auto-excitado shunt, temos que a sua caracterı́stica
terminal é idêntica a dos motores CC Independente

VT RA
ωm = − τind
kφ (kφ)2

Mesmo havendo uma relação entre a tensão terminal e o fluxo magnético


da máquina:

VT
φf ∝ I f =
Rf

Temos que através do resistor variável Raj podemos variar a corrente de


campo, mesmo mantendo a tensão terminal da máquina constante
(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 25 / 62

Motor CC Auto-Excitado Shunt


Isto possibilita trabalhar com motor shunt em qualquer ponto de operação
da curva de magnetização do material

E alimentar a máquina com o fluxo magnético desejado

VT
If = =⇒ If ∝ φ
Rf + Raj

Como a lei das malhas é igual para o circuito de armadura:

VT = EA + IA .RA

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 26 / 62


Motor CC Auto-Excitado Shunt
Ao substituirmos as relações da MCC

EA = kφωm τind = kφIA

Obteremos a mesma caracterı́stica terminal para o motor CC shunt

VT RA
ωm = − τind
kφ (kφ)2

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 27 / 62

Motor CC Auto-Excitado Shunt


E o gráfico da CT do motor CC shunt será idêntico ao gráfico CT do
motor CC independente:

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 28 / 62


Motor CC Auto-Excitado Shunt
A regulação de velocidade dos motores Shunt também são boas

ωvz − ωpc
RV = .100%
ωpc

Onde sua aplicação é mais vantajosa em processos onde se procura uma


velocidade constante ao variar o conjugado exigido

Porém, este fechamento não oferece o maior torque de partida dentre os


fechamentos dos motores CC
(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 29 / 62

Motor CC Auto-Excitado Série

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 30 / 62


Motor CC Auto-Excitado Série
O motor CC auto-excitado série é o motor CC cujos enrolamentos de
campo estão em série com o circuito de armadura:

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 31 / 62

Motor CC Auto-Excitado Série


No motor CC série, a corrente de armadura, a corrente de campo e a
corrente de linha (Entrada) são todas as mesmas

E sua relação é dada pela lei de kirchhoff:

VT = EA + IA (RA + RS )

Como uma corrente de grandes magnitudes passa pelos enrolamentos de


campo, as máquinas CC série tem muito menos espiras no enrolamento de
campo que outros motores CC
(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 32 / 62
Motor CC Auto-Excitado Série
A caracterı́stica terminal de um motor CC série é muito diferente da
caracterı́stica dos motores CC independente e shunt vistos anteriormente

Esta diferença deve-se ao fato de que o fluxo principal da máquina é


diretamente proporcional à corrente de armadura

Pelo menos até que a curva de saturação da máquina seja alcançada

Ou seja, a medida que a carga do motor aumenta, seu fluxo também


aumenta, gerando uma queda na velocidade da máquina

Logo, podemos esperar um grande declive na curva conjugado ×


velocidade
(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 33 / 62

Motor CC Auto-Excitado Série


Obtendo a equação caracterı́stica, lembramos que o conjugado induzido
nas máquinas CC é:

τind = kφIA

Como o fluxo do motor CC série é diretamente proporcional à corrente de


armadura, podemos escrever:

φ = c.IA

Onde c é uma constante de proporcionalidade. Aplicando esta relação na


equação do conjugado:

τind = kφIA =⇒ τind = k.c.IA 2

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 34 / 62


Motor CC Auto-Excitado Série
Em outras palavras, o conjugado do motor CC série é propocional ao
quadrado da corrente de armadura

Como consequência, podemos esperar que este fechamento oferece mais


conjugado por ampère que qualquer outro fechamento do motor CC

Assim, o motor CC série é muito utilizado em aplicações que requer


conjugados muito elevados

Exemplos: Motores de arranque de carro, elevadores, motores de tração


(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 35 / 62

Motor CC Auto-Excitado Série


Voltando a caracterı́stica terminal do motor CC série, podemos considerar
a proporção

φ = c.IA

Enquanto a máquina não estiver saturada. Lembrando da equação de


kirchhoff para o motor CC série:

VT = EA + IA (RA + RS )

Podemos substituir a corrente de armadura pela relação:


r
τind
τind = k.c.IA 2 =⇒ IA =
kc

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 36 / 62


Motor CC Auto-Excitado Série
Lembrando que a tensão induzida em qualquer máquina CC é:

EA = k.φ.ωm

Temos que:
r
τind
VT = k.φ.ωm + (RA + RS )
kc

Podemos eliminar o fluxo da equação pelas relações:


r r
τind τind .c
φ = c.IA =⇒ φ = c. =⇒ φ =
kc k

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 37 / 62

Motor CC Auto-Excitado Série


Substituindo esta relação na equação das malhas anterior:
r r
τind .c τind
VT = k. .ωm + (RA + RS )
k kc

r
√ √ τind
kc τind .ωm = VT − (RA + RS )
kc

VT (RA + RS )
ωm = √ −
k.c.τind kc

VT 1 (RA + RS )
ωm = √ . √ −
k.c τind kc

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 38 / 62


Motor CC Auto-Excitado Série
Pela equação caracterı́stica do motor CC série não saturado

Temos que a velocidade do motor varia com o inverso da raiz do conjugado

Esta proporção é muito diferente da encontrada para outros fechamentos


do motor CC

Plotando o gráfico ideal:


(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 39 / 62

Motor CC Auto-Excitado Série

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 40 / 62


Motor CC Auto-Excitado Série
De inı́cio, podemos relatar uma grande desvantagem dos motores CC série

Se o torque exigido no eixo do motor for zero, a velocidade do motor


tende ao infinito

Em casos reais, o torque do eixo nunca é zero, pois sempre existem as


perdas mecânicas no eixo

Porém, se nenhuma carga estiver acoplada à máquina, o motor CC série


pode adquirir velocidades suficientemente altas para danificar a máquina

NÃO DEIXE UM MOTOR SÉRIE SEM CARGA


(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 41 / 62

Motor CC Auto-Excitado Série


Outra desvantagem dos motores CC série é a sua regulação de velocidade

Notem que conforme exigimos carga do eixo do motor, a velocidade cai


drasticamente

Muito mais que os outros tipos de fechamento de motores CC

Ou seja, o motor CC série não é indicado para aplicações onde se deseja


uma velocidade que varie pouco em relação a carga
(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 42 / 62
Motor CC Auto-Excitado Composto

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 43 / 62

Motor CC Auto-Excitado Composto


O motor CC composto é o motor que junta ambos os motores série e
shunt:

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 44 / 62


Motor CC Auto-Excitado Composto
A lei das malhas de Kirchhoff para o circuito de armadura será igual à
equação obtida para o motor CC série

VT = EA + IA (RA + RS )

E a relação entre as correntes de cada malha será:

VT
IL = IA + If =⇒ If =
Rf

A força magnetomotriz lı́quida da máquina será a soma das forças


magnetomotrizes geradas por cada enrolamento de campo

Nse
FMMliq = FMMf ± FMMse =⇒ Ifliq = If ± IA
Nf
(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 45 / 62

Motor CC Auto-Excitado Composto


Onde o sinal positivo nas equações está associado ao Motor CC composto
aditivo, e o sinal negatico ao motor CC composto subtrativo

O motor CC composto aditivo tem uma componente de fluxo constante


(Enrolamento Shunt) e uma outro proporcional a corrente de armadura
(Enrolamento Série) que se somam

Assim, o motor CC composto aditivo tem um ótimo conjugado de partida,


mas também uma boa caracterı́stica de velocidade à vazio e boa regulação
de tensão.Combinando as melhores caracterı́sticas de ambos os motores
CC Série e Shunt

Conjugado de partida × Regulação de Velocidade

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 46 / 62


Motor CC Auto-Excitado Composto

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 47 / 62

Motor CC Auto-Excitado Composto

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 48 / 62


Motor CC Auto-Excitado Composto
Já em um motor CC composto subtrativo, a força magnetomotriz do
enrolamento série se subtrai da força magnetomotriz do enrolamento shunt

O que gera um grande desequilı́brio conforme a carga do motor aumenta

φse ↑ = c.IA ↑ =⇒ φliq ↓ = φf − φse ↑ =⇒ ωm ↑

Esta situação leva a uma instabilidade da máquina. Assim, o motor CC


composto subtrativo é instável e sua velocidade tende a disparar
(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 49 / 62

Motor CC Auto-Excitado Composto

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 50 / 62


Motor CC Auto-Excitado Composto
O motor CC composto subtrativo é tão ruim que não há aplicações para
ele, pois nem se quer é possı́vel partir a máquina

Apenas ensinamos esse fechamento pois sem querer uma pessoa


desinformada pode ligar um motor CC composto subtrativo, querendo
montar um motor CC composto aditivo

Por essa razão, devemos evitar ao máximo a inversão de fluxo de potência


em Motores CC compostos aditivos, e prestar muito a atenção quando for
realizar as ligações

Caso contrário, estarı́amos fechando um montor CC subtrativo


(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 51 / 62

Motor CC Auto-Excitado Composto


As análises dos motores CC compostos (Aditivo ou subtrativo) são
complexas

Pois temos duas componentes gerando campo dentro da mesma máquina.


Uma componente constante (Nf ) e outra proporcional a IA (Nse )

Para analisar o fluxo lı́quido dentro da máquina, utilizamos o conceito de


corrente lı́quida de campo

Nse
Ifliq = If ± IA
Nf

Esta corrente liquida não está passando por dentro de nenhum condutor
da máquina, ela simplesmente significa que o fluxo total da máquina seria
gerado por uma corrente desta magnitude
(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 52 / 62
Motor CC Auto-Excitado Composto
O importante em encontrar esta corrente lı́quida é que se tivermos a curva
de magnetização da máquina, podemos encontrar o fluxo liquido aplicando
Ifliq no gráfico. Sabendo o fluxo lı́quido, as relações serão as mesmas:

EA = kφliq ωm τind = kφliq IA

E a lei das malhas de kirchhoff para este fechamento será:

VT = EA + IA (RA + RS )

Com a curva de magnetização e a equação da corrente lı́quida, podemos


obter o ponto de operação de ambos os motores CC compostos aplicando
os valores do gráfico nas relações acima
(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 53 / 62

Motor CC de Imã Permanente

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 54 / 62


Motor CC de Imã Permanente
Um motor CC de imã permanente (CCIP) é um motor CC cujos polos
magnéticos do estator são feitos de imãs permanentes

Este motor oferece diversos benefı́cios em comparação com os motores CC


em derivação

Como não contêm circuito de campo, não há perdas ômicas nos
enrolamentos de campo

A ausência de enrolamento os tornam menores que os MCC em derivação


(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 55 / 62

Motor CC de Imã Permanente


Os motores CCIP podem ser encontrados em tamanhos que chegam até
10HPs

E ultimamente foram alcançados até 100HPs com motores CCIP

Contudo, suas aplicações mais comuns são em situações de baixa potência


e espaço reduzido

Onde uma máquina CC com enrolamentos de campo não justificaria o


aumento do custo e espaço
(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 56 / 62
Motor CC de Imã Permanente
Por não terem enrolamento de campo, os motores CCIP são mais baratos,
menores, mais simples e mais eficientes

O que os torna uma boa escolha em muitas aplicações CC

Seu circuito equivalente consta apenas com a malha de armadura

Uma vez que a construção da armadura em motores CCIP é idêntica a de


outros MCC
(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 57 / 62

Motor CC de Imã Permanente

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 58 / 62


Motor CC de Imã Permanente
Assim, a caracterı́stica terminal dos motores CCIP é indêntica a das
máquinas CC em derivação e independente:

VT RA
ωm = − τind
K φres (K φres )2

Sua caracterı́stica terminal é uma linha reta com inclinação negativa assim
como nas máquinas CC shunt

A única diferença neste caso é que o fluxo dos polos magnéticos é


constante φres e não pode ser controlado pelo operador da máquina
(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 59 / 62

Motor CC de Imã Permanente

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 60 / 62


Motor CC de Imã Permanente
Porém, os motores CCIP também tem desvantagens

Imãs permanentes não conseguem produzir uma densidade de fluxo


magnético tão elevada como eletroimãs

Assim, um motor CCIP terá um conjugado induzido τind menor por


ampère de corrente de armadura IA

Além disso, imãs permanentes são mais frágeis, e correm o risco de se


desmagnetizarem

Qualquer stress mecânico, sobreaquecimento ou sobrecarga, pode


desmagnetizar os imãs permanentes
(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 61 / 62

MUITO OBRIGADO

(PUC Minas GeraisCampus Poços de Caldas) 23 de agosto de 2016 62 / 62

Você também pode gostar