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Como montar um planejamento

estratégico
O período mais adequado varia de acordo com a natureza do negócio,
com o estágio de desenvolvimento da organização e a volatilidade do
ambiente externo
Por Luiz Kaufmann*
access_time19 nov 2018, 15h00 - Publicado em 8 dez 2014, 13h05

Planejamento: a estratégia tem que ser traduzida em planos e projetos


específicos (Peopleimages/iStockphoto)

O objetivo do planejamento estratégico é definir uma direção para a empresa.


E o processo de definição é tão importante quanto o plano. É um momento de
reflexão, discussão, interação, de avaliação interna de forças e fraquezas, das
oportunidades do mercado, do perfil da concorrência, da elaboração de planos
e definição de objetivos e metas.

Mas não basta definir uma direção. A estratégia tem que ser traduzida em
planos e projetos específicos. Em cada caso, é preciso definir:
 Os objetivos a serem atingidos por cada estratégia, preferencialmente de
forma quantitativa;
 Como será atingido, quais as ações requeridas para atingir o objetivo;
 Quais são os recursos necessários para implantar cada estratégia –
humanos, financeiros, tecnológicos etc.;
 Os obstáculos a serem superados;
 As responsabilidades e prazos – quem fará o quê, quando;
 O retorno esperado sobre o investimento.
Caso contrário, não se tem um plano, mas apenas um desejo, um wishful
thinking. E o prazo do plano varia significativamente de empresa para
empresa.
Por exemplo, no caso de uma companhia produtora de celulose, é preciso
considerar que são precisos sete anos para se implantar uma floresta e
disponibilizar matéria-prima, três a quatro anos para planejar, projetar e
construir uma fábrica, o plano precisará ser necessariamente de longo prazo.

Como o negócio é altamente de capital intensivo, o retorno sobre o


investimento dependerá inclusive do timing de implantação do
empreendimento, e até mesmo cenários de oferta e demanda de longo prazo
são necessários para um bom planejamento.
Já no caso de uma startup de tecnologia, para o lançamento de um novo
serviço, ou de um novo produto, com uma tecnologia inovadora, o horizonte
do plano será bem mais curto pela própria falta de elementos para um
planejamento mais detalhado em um horizonte de tempo longo.
Ainda assim, normalmente se desenharão cenários de mais longo prazo,
procurando definir como o novo serviço ou produto estará competindo no
mercado, que vantagens competitivas sustentáveis a tecnologia terá no futuro.
Mas fica muito difícil detalhar de forma concreta estratégias específicas de
prazo mais longo. Assim, o plano será mais dinâmico e precisará ser revisado
e renovado com maior frequência e sempre que surjam fatos novos
importantes.

*Luiz Kaufmann é membro do Conselho de Administração da GOL Linhas


Aéreas Inteligentes e da PACCAR Inc. nos Estados Unidos

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