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09042018 2291
ARTIGO ARTICLE
da Saúde Global: o lugar de populações e territórios
Abstract The global health agenda has made sig- Resumo A agenda da saúde global tem apresen-
nificant strides in neglected diseases. In a dynamic tado avanços significativos no campo das doenças
movement, throughout the past two decades, it negligenciadas. Num movimento dinâmico, as-
has assumed different priorities, strategies and sume prioridades, estratégias e sentidos diversos
meanings. Nevertheless, important challenges ao longo das duas últimas décadas. Entretanto,
persist in terms of geopolitical, economic, episte- permanecem desafios importantes em termos geo-
mological and social development. The designa- político, econômico, epistemológico e do desenvol-
tion and location of neglected diseases in certain vimento social. A designação e localização das do-
territorial spaces and populations is historically enças negligenciadas em determinados territórios
related to some dynamics such as those of a co- e populações guarda relação, historicamente, com
lonial and capitalistic nature. They reveal conti- algumas dinâmicas como as de natureza colonial e
nuities in the rationality of policies and actions, capitalista. Informam linhas de continuidades na
pervading asymmetries between peoples, institu- racionalidade de políticas e ações, operadas na as-
tions and nations. Although it has positively in- simetria entre povos, instituições e nações. Ainda
cluded the debate on neglected diseases, it can be que tendo incluído positivamente o debate sobre
argued the global agenda of public health has yet negligência de doenças, argumenta-se a favor de
to assume and evoke the dimension of neglected uma agenda da saúde global que assuma e evoque,
bodies and populations with more theoretical and com mais vigor teórico e metodológico, a dimen-
methodological vigor, by intensifying the dialogue são da negligência de corpos e populações, apro-
between biomedical and political-economic fields. fundando o debate com as matrizes biomédica e
It means reinforcing the critical understanding of político-econômica. Significa reforçar o entendi-
the historical vulnerabilities of individuals in the mento crítico sobre a histórica vulnerabilização de
production of knowledge, as well as giving promi- sujeitos na produção de conhecimento, bem como
nence and taking into account their ways of lead- dar protagonismo e levar em consideração seus
1
Departamento de ing their lives in conjunmction with local public modos de andar a vida em diálogo com priorida-
Administração e health priorities and practices. des e práticas de saúde situadas.
Planejamento em Saúde, Key words Neglected diseases, Global health, Co- Palavras-chave Doenças negligenciadas, Saúde
Escola Nacional de Saúde
Pública, Fiocruz. Av. Brasil loniality, Vulnerability global, Colonialidade, Vulnerabilidade
4365, Manguinhos.
21040-360 Rio de Janeiro
RJ Brasil. robertagondim@
ensp.fiocruz.br
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Gondim de Oliveira R
≤ 25
26 - 50
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> 5000
Dado não disponível
Não se aplica *
Com base em dados atualizados em 13 de fevereiro de 2017
Os limites e nomes apresentados e as designações usadas neste mapa não implicam a expressão de qualquer opinião por parte da
Organização Mundial da Saúde sobre a situação legal de qualquer país, território, cidade ou área ou de suas autoridades, ou sobre a
delimitação de suas fronteiras e limites. Linhas pontilhadas e tracejadas em mapas representam limites aproximados para os quais © OMS 2017
Todos os direitos reservados
talvez ainda não haja total acordo.
Fonte de dados: Observatório de Saúde Global, OMS18. Produção de mapas: Informação Evidências e Pesquisa (IER)
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Não se aplica *
Com base em dados atualizados em 13 de fevereiro de 2017
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Organização Mundial da Saúde sobre a situação legal de qualquer país, território, cidade ou área ou de suas autoridades, ou sobre a
delimitação de suas fronteiras e limites. Linhas pontilhadas e tracejadas em mapas representam limites aproximados para os quais © OMS 2017
talvez ainda não haja total acordo. Todos os direitos reservados
Figura 2. Recursos de fontes externas em relação aos gastos totais em saúde, por países (%), 2014.
Fonte de dados: Observatório de Saúde Global, OMS18. Produção de mapas: Informação Evidências e Pesquisa (IER)
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veníveis, sob o ponto de vista biomédico, desde a Tipo I – atingem grande contingente populacio-
década de 1950, já tendo sido relativamente bem nal tanto em países ricos como pobres. Para es-
resolvida nos países mais ricos24. tas, o mercado resolve todo o espectro produtivo
Desafios atuais em face desse novo quadro (pesquisa, produção de medicamentos e vacinas,
são de várias ordens, como, por exemplo, a defi- e sua distribuição); Doenças Tipo II – ainda que
nição de prioridade. Esta não é unívoca. Critérios presentes nos países ricos são mais prevalentes
de prioridade são discutíveis, a depender do lugar nos países pobres e os recursos para pesquisa são
que os agentes ocupam social e economicamen- menos abundantes; Doenças Tipo III – quase que
te15. exclusivamente presente nos países pobres. Os re-
Em 2006 o Brasil definiu doenças negligen- cursos para pesquisa são baixos e os medicamen-
ciadas como sendo aquelas que não só preva- tos, ainda que em alguns casos sejam conhecidos,
lecem em condições de pobreza, mas também não são plenamente acessíveis. Segundo a OMS,
contribuem para a manutenção do quadro de as doenças negligenciadas encontram-se nesse
desigualdade, já que representam forte entrave ao grupo e são assim concebidas por formarem um
desenvolvimento. Foram formuladas pautas de grupo fortemente associado à pobreza. Muitas
enfrentamento que incluem pesquisa, desenvol- já desapareceram de grande parte do mundo na
vimento, ampliação do acesso aos medicamen- medida da melhoria das condições de vida17.
tos, entre outras6,16. A agenda nacional demonstra As Doenças Negligenciadas ainda que im-
sintonia com a internacional. O Relatório sobre pactem fortemente nas condições de saúde, re-
a ‘Saúde do Mundo para 2004’ da OMS25 define ceberam historicamente insuficiente atenção das
a pesquisa em saúde como prioridade, reconhe- agendas internacionais e de países. Exerceram
cendo-a como dinamizador de saúde. Entendida pouca atração na indústria, por serem mais cir-
como insuficiente para um amplo conjunto de cunscritas às populações com baixa capacidade
doenças, são discutidos aspectos da pesquisa: de pagamento. Proliferam em condições ambien-
crença na tríade saúde, ciência e tecnologia como tais e habitacionais precárias. Muitas são letais ou
requisito para o desenvolvimento econômico e tem consequências incapacitantes, o que acarre-
social; reconhecimento do “gap 10/90”; relevân- ta no comprometimento da dinâmica familiar e
cia do setor privado; discreta presença dos países social; oneram os sistemas de saúde dos países
menos desenvolvidos; legislação internacional já economicamente desfavorecidos, e impactam
de proteção de patentes que dificulta o acesso a na capacidade produtiva de sua população, for-
diagnósticos, vacinas e medicamentos de popu- mando um ciclo vicioso de elevada repercussão
lações menos favorecidas; e a necessidade dos no desenvolvimento humano. Por serem doenças
sistemas de pesquisa em saúde de gerarem inter- mais circunscritas a populações já desfavoreci-
venções públicas. das, agudizam a exclusão social, reforçam estig-
Já a designação “doenças negligenciadas” foi mas historicamente tramados e diminuem as
originalmente proposta na década de 1970, no perspectivas futuras de gerações6.
âmbito da Fundação Rockefeller, titulando um A entrada das Doenças Negligenciadas na
programa denominado The Great Neglected Di- agenda global repercute um protagonismo da
seases6. O termo é posteriormente sistematizado OMS. Em 2007 há ações concertadas entre múl-
no documento Fatal Imbalance pela organização tiplos agentes globais. O Global Plan to Combat
Médicos sem Fronteiras que propõe uma agen- Neglected Tropical Diseases 2008-201528, represen-
da internacional em torno do desenvolvimento ta um esforço de conformação de agenda global,
e disponibilização de medicamentos e traz a se- que contempla a definição de prioridades, dire-
guinte taxonomia de doenças: Globais – aquelas trizes, estratégias e metas para a reversão para
que ocorrem em todo o mundo; Negligenciadas – um conjunto de doenças. A expectativa do plano
mais prevalentes nos países em desenvolvimento; global é o controle, a eliminação e a erradicação
e Mais Negligenciadas – exclusivas dos países em das doenças, definindo intervenções como a am-
desenvolvimento. Na sequência há a criação de pliação do acesso a medicamentos terapêuticos e
grupo de trabalho denominado Drugs for Neglec- profiláticos. Nele é definido um elenco de dezes-
ted Diseases Working Group (DND), fomentando sete doenças negligenciadas alvo de ações trans-
o envolvimento de países em ações sistemáticas e nacionais: Doença de Chagas, Dengue, Úlcera de
sustentáveis26. Buruli, Cisticercose, Dracunculíase, Equinoco-
O Relatório da Comissão sobre Macroeco- coscência, Fasciolíase, Tripanossomose humana
nomia e Saúde da OMS27, propõe outra sistema- africana, Leishmaniose, Hanseníase, Filariose
tização de doenças em três categorias: Doenças linfática, Oncocercose, Raiva, Esquistossomose,
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Os limites e nomes apresentados e as designações usadas neste mapa não implicam a expressão de qualquer opinião por
parte da Organização Mundial da Saúde sobre a situação legal de qualquer país, território, cidade ou área ou de suas
autoridades, ou sobre a delimitação de suas fronteiras e limites. Linhas pontilhadas e tracejadas em mapas representam
limites aproximados para os quais talvez ainda não haja total acordo. © OMS 2017 - Todos os direitos reservados
Figura 3. Distribuição global da hanseníase segundo taxa de detecção de casos novos, 2016.
mento Sustentável (ODS). Esse último realinha- Como os países acometidos são, majorita-
mento da agenda global – a ‘Agenda 2030 para riamente, de baixo desenvolvimento econômico
o Desenvolvimento Sustentável’, contemplou as está dado o círculo vicioso. São necessários além
Doenças negligenciadas, assim proposto: “acabar do enfretamento das desigualdades e do desen-
com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária volvimento, o investimento em pesquisas, desen-
e doenças tropicais negligenciadas, e combater a volvimento e inovação, assim como novos méto-
hepatite, as doenças transmitidas pela água, e ou- dos de controle de vetores. No caso das doenças
tras doenças transmissíveis”32. negligenciadas, embora exista financiamento
Iniciativas da saúde global denominadas de para pesquisas, o conhecimento produzido não
Global Health Iniciatives – GHIs, envolveram pro- necessariamente tem sido suficiente para alguns
gramas de cooperação entre países, em especial avanços – produção de novos fármacos, métodos
entre aqueles com baixo índice de desenvolvi- diagnósticos e vacinas. Morel6 destaca importan-
mento humano (IDH) e os países desenvolvidos. tes iniciativas voltadas para a produção e o acesso
Os investimentos e os resultados de projetos de a medicamentos. Dentre elas pode-se citar: Drugs
cooperação trouxeram implicações importantes for Neglected Diseases Initiatives – DNDi, Global
na formulação de estratégias, em especial as re- Alliance for TB Drug Development e UNITAID –
lacionadas à indústria farmacêutica37. Apesar de Laboratory for Innovative Financing for Develop-
esforços de países com relevantes quadros endê- ment.
micos de doenças infecciosas, há um importante Ainda que reconhecendo a importância das
gap ainda não superado – o atraso em pesquisas e iniciativas e a positiva inflexão que representa no
inovações na área. Atraso devido a fatores como cenário ‘global’, percebe-se que o fato das ações
a baixa atratividade sobre a indústria farmacêu- serem focalizadas ao campo da produção e acesso
tica dada a insuficiente capacidade de pagamento aos fármacos, há o predomínio de soluções pau-
e fragilidade dos sistemas nacionais de pesquisa tadas majoritariamente na matriz biotecnológi-
e inovação. É extremamente relevante a ausência ca. Contudo, destaca-se que no Brasil, em virtude
de recursos próprios de governos de muitos paí- do adensamento do SUS há avanços não apenas
ses para os investimentos necessários38. restritos ao acesso aos fármacos, mas também
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Gondim de Oliveira R
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