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“Os Lusíadas” e “Mensagem”

 O Adamastor, como é chamado por Camões, ou


Mostrengo, como é chamado por Pessoa, representa
metaforicamente os perigos que os Portugueses
tiveram que enfrentar na sua demanda até à Índia.
 N’ “Os Lusíadas”, aparece quando Vasco da Gama está
com o Rei de Melinde.

 Na “Mensagem” aparece na segunda parte “Mar


Português”, parte esta que retrata os descobrimentos
portugueses.
Porém, já cinco sóis eram passados Os Lusíadas
Que dali nos partíramos, cortando
Os mares nunca de outrem navegados, Canto V
Prosperamente os ventos assoprando,
-O Adamastor surge de
Quando ua noite, estando descuidados
uma nuvem, durante a
Na cortadora proa vigiando, noite
Uma nuvem que os ares escurece
Sobre nossas cabeças aparece.

Tão temerosa vinha e carregada


Que pôs nos corações um grande medo; -A nuvem carregada
Bramindo, o negro mar de longe brada, assustou os marinheiros,
atormentando-os
Como se desse em vão nalgum rochedo.
«- Ó Potestade, disse, sublimada: -Eles interrogaram-se
Que ameaço divino ou que segredo acerca de origem da
Este clima e este mar nos apresenta, nuvem
Que mor cousa parece que tormenta?»
Não acabava, quando ua figura Os Lusíadas
Se nos mostra no ar, robusta e válida,
De disforme e grandíssima estatura; Canto V
O rosto carregado, a barba esquálida, -Descrição da besta
Os olhos encovados, e a postura mítica que se
Medonha e má e a cor terrena e pálida; apresenta perante os
Cheios de terra e crespos os cabelos, navegadores
A boca negra, os dentes amarelos.

Tão grande era de membros que bem posso


Certificar-te que este era o segundo
De Rodes estranhíssimo colossso, -Comparação com o
Que um dos sete milagres foi do mundo. Colosso de Rodes
C'um tom de voz nos fala, horrendo e grosso,
Que pareceu sair do mar profundo,
Arrepiam-se as carnes e o cabelo
A mim e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo!
Colosso de
Rodes

Agora imaginem o
tamanho do
Adamastor…
 “robusta e válida"
 “De disforme e grandíssima estatura“
 Olhos "encovados" e negros
 Cabelos " cheios de terra e crespos“
 “Boca negra" e "dentes amarelos“
 “Postura medonha e má“
 Voz horrenda e grossa
 Inicia o discurso com um tom assustador
 Agressividade e tom de ameaça
 Admiração
 Espanto e surpresa

 É representado como um “oráculo”

 Deixa a postura agressiva, e aproxima-se de uma mais


humana
 Vítima de fracasso amoroso
O mostrengo que está no fim do mar
Mensagem
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes, “Mar Português”
Voou três vezes a chiar,
E disse: « Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
-Os portugueses
Meus tectos negros do fim do mundo?»
entram no domínio
E o homem do leme disse, tremendo:
do mostrengo.
« El-Rei D. João Segundo!»

« De quem são as velas onde me roço?


De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
-O mostrengo
Três vezes rodou imundo e grosso,
questiona-se sobre
« Quem vem poder o que só eu posso,
que o está a
Que moro onde nunca ninguém me visse
perturbar
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-rei D. João Segundo!»
Mensagem

“Mar Português”

Três vezes do leme as mãos ergueu,


Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes: -Simbologia do
« Aqui ao leme sou mais do que eu: timoneiro,
Sou um Povo que quer o mar que é teu; representando o
E mais que o mostrengo, que me a alma teme povo português
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»
 Voa e chia
 "Imundo e grosso“
 Habita em cavernas
 Morcego monstruoso.
 Ao contrário do Adamastor, este mantém o tom
agressivo e assustador ao longo de todo o discurso

 No final foi vencido pela coragem, determinação e


ousadia dos portugueses
 Cabo das Tormentas
 Medo e receio
 Histórias fantásticas
 Seres monstruosos que habitavam os mares
 Guardião
 Impedir o acesso ao "tesouro", obrigando assim o homem a
praticar um acto heróico e a vencer o medo.
 Bartolomeu Dias, no reinado de D. João II, passou o Cabo das
Tormentas, Fernando Pessoa imortalizou-lhes o mérito em "O
Mostrengo".
 Vasco da Gama e seus homens, no reinado de D. Manuel I,
descobriram o caminho marítimo para a Índia, chegaram até ao
"tesouro", e Luís de Camões imortalizou-os na sua obra épica.
Realizado por:
João/Paulo Carvalho 20/29 12ºD

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