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A mentira da transfiguração

Como é explicada a transfiguração de Jesus?

Os evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas falam da transfiguração como


sendo o episódio em que Jesus se desnuda de sua forma humana e se
revela na que seria a verdadeira, ou seja, a divina. Nela Jesus aparece com
as vestes embranquecidas e a face tão brilhante quanto o sol e, em sua
companhia, estão duas personagens bastante conhecidas do Antigo
Testamento: Elias e Moisés.
Anteriormente a esse episódio, Jesus havia dito que alguns dos que
estavam com ele, não morreriam antes que vissem a chegada do reino de
Deus. Dessa forma, parece que a transfiguração comprovaria essa sua fala.
Jesus representaria assim esse reino. Essa é até a explicação que é dada por
muitos crentes quando se questiona a fala de Jesus ao afirmar que
haveriam pessoas que não morreriam.

“Dizia-lhes também: Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns
há que não provarão a morte sem que vejam chegado o reino de Deus com
poder.” Mateus 17:1
No entanto, quando analisamos a fundo as escrituras, vemos que, na
realidade, a transfiguração se prestou para um outro objetivo, qual seja,
reforçar a ideia de que o dia de Jeová estava próximo de ocorrer. Essa ideia
se encontra no livro de Malaquias, desse modo, os evangelistas pretendiam
com a transfiguração ligar o Velho Testamento ao Novo.
João Batista aparece pregando a vinda desse dia, Jesus o segue sentido
parecido. Ambos diziam: “ O tempo está cumprido, e o reino de Deus está
próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho.” Marcos 1:15

“Vejam! Vem o dia, ardente como uma fornalha, quando todos os


arrogantes e todos os que praticam o que é mau se tornarão como palha. O
dia que virá certamente os devorará”, diz Jeová dos exércitos, “e não lhes
deixará nem raiz nem ramo. Mas, sobre vocês que honram o meu nome, o
sol da justiça brilhará, com cura nos seus raios; e vocês saltarão como
bezerros gordos”.
“E vocês pisarão os maus, pois eles serão como pó debaixo da sola dos
seus pés no dia em que eu agir”, diz Jeová dos exércitos.
“Lembrem-se da Lei do meu servo Moisés, os decretos e as decisões
judiciais que ordenei em Horebe que todo o Israel obedecesse.
“Vejam! Eu lhes enviarei Elias, o profeta, antes de chegar o grande e
atemorizante dia de Jeová. E ele fará o coração dos pais se tornar como o
de filhos, e o coração dos filhos como o dos pais, para que eu não venha e
golpeie a terra, entregando-a à destruição.” Malaquias 4:1-6
Mas será verídica e digna de confiança a estória da transfiguração?
Quando examinamos de forma mais cuidadosa o episódio da
transfiguração, podemos notar que tudo não passa de invencionismo, ou
melhor, fábula.
Quais as provas para se dizer isso?
Vamos encontrá-las na própria Bíblia, ela auto se explica, ou melhor, auto
se entrega!
Primeiro, as pessoas que teriam visto essa transformação de Jesus foram
Pedro, Tiago e João. E esses não escreveram nada sobre esse
acontecimento tão espetacular. Pedro e Tiago sequer escreveram algum
evangelho, pelo menos, um que se encontre na Bíblia. João, embora
possua um, também não transcreveu uma só vírgula sobre a transfiguração,
ao menos, de forma explicita.
Mateus, Marcos e Lucas não presenciaram nada de transfiguração e
escreveram sobre ela. Isso já torna a estória muito suspeita. As pessoas
que, por certo, teriam o maior interesse em falar dela, simplesmente ficam
silentes.
Segundo, Marcos e Mateus quando a mencionam, aparentemente, estão em
sintonia, já Lucas, o evangelista que declara ter feito uma pesquisa
minuciosa dos eventos que envolviam a vida de Jesus, se contradiz de
forma escandalosa.
O equívoco ou erro cometido por Lucas, quando o comparamos com os
outros dois relatos contidos em Marcos e Mateus, é que esse evangelista
fala que a transfiguração ocorreu cerca de 8 dias depois de Jesus dizer que
alguns dos que ali estavam com ele, não morreriam até que vissem o reino
de Deus em poder. Porém, Marcos e Mateus não falam de 8 dias, mas sim,
em 6. Pra Lucas 2+2 é igual a 5, para Mateus e Marcos seria 4.
“Na realidade, cerca de oito dias depois de dizer essas palavras, ele levou
consigo Pedro, João e Tiago, e subiu ao monte para orar. E, enquanto ele
orava, a aparência do seu rosto mudou e a sua roupa se tornou de um
branco cintilante. E apareceram dois homens conversando com ele: eram
Moisés e Elias. Esses apareceram com glória e começaram a falar sobre a
partida dele, que ele estava para realizar em Jerusalém. Lucas 9: 28-30
“Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e
conduziu-os à parte a uma alta montanha. Lá se transfigurou na presença
deles: seu rosto brilhou como o sol, suas vestes tornaram-se
resplandecentes de brancura.” Mateus 17: 1-3
“E seis dias depois Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago, e a João, e os
levou sós, em particular, a um alto monte; e transfigurou-se diante deles; E
as suas vestes tornaram-se resplandecentes, extremamente brancas como a
neve, tais como nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia branquear.”
Marcos 9: 2-3
Quando comparamos passagens paralelas encontradas em Lucas e nos
outros evangelhos, sempre vemos que esse último nunca tem certeza das
coisas que fala, sobretudo, quando essas coisas se referem a números.
Enquanto os outros evangelistas são mais taxativos e assertivos em suas
declarações, Lucas, muitas das vezes, mostra-se evasivo. Por exemplo,
Lucas quando fala no ministério de Jesus, não sabe, ao certo, com que
idade Jesus o teria iniciado.
Esses equívocos, por certo, mostram que a transfiguração não aconteceu,
bem como serve de prova de que a Bíblia não é a palavra inerrável de
alguma divindade, como é dito por muitos crentes. Deus algum sopraria
nos ouvidos de um para escrever 8 dias e nos ouvidos de outros dois 6
dias.
Mas poderiam alguns crentes dizer: Mas quando Lucas menciona cerca de
8 dias, ele não está dizendo que foram 8 dias. Isso é verdade. Mas
também, ele não diz que são 6 dias, logo, poderiam, segundo a narrativa de
Lucas, ser 8, 7, 6, 5, 4 dias. E isso, só prova que Lucas não tinha certeza do
que estava falando. E isso desfaz o mito da inspiração divina dos
evangelistas, já que é dito que toda as escrituras não são fruto da vontade
dos homens, mas que seriam da vontade e inspiração de Deus, o qual os
moviam a escrever, por meio do espírito santo.
Mesmo que admitamos ou suponhamos que se trate de erros gráficos, ou
erros cometidos por algum copista, ainda assim, a Bíblia perderia o status
de obra inspirada, já que ela diz ser obra de Deus. E como tal, ele deveria
zelar pela sua divina palavra, vez que é ele que tem a intenção de se
revelar a seus filhos. E que pai é esse que ora se revela descrevendo uma
coisa; ora, de outra? Como seus filhos acreditariam naquilo que está
escrito, se não há certeza do que está escrito?
“Pois, acima de tudo, vocês sabem que nenhuma profecia das Escrituras se
origina de interpretação pessoal. Porque a profecia nunca foi produzida
pela vontade do homem, mas os homens falaram da parte de Deus
conforme eram movidos por espírito santo.” 2 Pedro 1: 20-21
Veja que Pedro diz que as escrituras não são obras de interpretação
pessoal, logo, os crentes mentem, quando afirmam que os evangelistas
tinham um estilo próprio de escrever suas narrativas, já que a própria
Bíblia nos informa o acima, deixando claro que tudo que supostamente foi
escrito vinha do espírito santo., isto é, diretamente de Deus.
Um outro argumento que prova que este episódio é uma farsa cristã como
tantos outros espalhados no Novo Testamento é o fato de que Pedro, Tiago
e João veem um homem com a face brilhante tanto quanto o Sol e com
vestes reluzentes, bem como duas pessoas mortas que eles nunca viram na
vida, e mesmo assim, Pedro os identifica como sendo Elias e Moisés. Essa
identificação só seria possível se os hebreus já tivessem, naquela época,
um arquivo contendo as fotos de todos os seus heróis do passado.
Você teria condições de identificar Pedro Alves Cabral, Cristóvão
Colombo e Vasco da Gama se estes lhe aparecessem de repente?
É claro que não!
Além disso, é impossível que pessoas normais conseguissem contemplar o
brilho ou mesmo o calor de um rosto que reluzia tanto quanto o Sol. Pelo
que nos informa a ciência moderna, nosso Sol ficaria a uns 150.000.000
km de distância da Terra e mesmo nessa imensa distância, temos que usar
óculos especiais para conseguir olhá-lo.
Em Êxodo 33: 19-20; 34: 29-30 é dito que Moisés pediu para ver a glória
do deus hebreu, mas esse lhe disse que homem algum poderia vê-lo e
continuar vivo. O deus hebreu queria dizer em outras palavras que sua
glória é tão imensa que o corpo de um mortal se a visse não a suportaria. E
o que dizer de seu filho que a Bíblia chama de Deus unigênito e a imagem
do Deus vivo? Este teria glória tão inferior a ponto de seus discípulos o
poderem ver em sua forma divina? Naturalmente que não!
Moisés teve até que colocar uma toalha na cabeça quando se aproximava
dos israelitas, pois estes não suportavam o brilho de sua face, após ver a tal
glória somente pelas costas do deus hebreu. Poderia aqueles três
suportarem a glória de Jesus, o filho de Deus?

“Ele respondeu: “Farei toda a minha bondade passar diante de você e vou
declarar diante de você o nome de Jeová. E mostrarei favor a quem eu
mostrar favor, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.” Mas
acrescentou: “Você não pode ver a minha face, pois nenhum homem pode
me ver e continuar vivo.” Êxodo 33:19-20

“Então Moisés desceu do monte Sinai, e as duas tábuas do Testemunho


estavam nas suas mãos. Ao descer do monte, Moisés não sabia que a pele
do seu rosto brilhava intensamente, por ter falado com Deus. Quando Arão
e todos os israelitas olharam para Moisés, viram que a pele do seu rosto
brilhava intensamente e ficaram com medo de se aproximar dele.” Êxodo
34: 29-30

Lembre-se também que Saulo de Tarso, mais tarde chamado de Paulo, caiu
e ficou cego ao ver a luz do rosto de Jesus, quando lhe apareceu na estrada
para Damasco, conforme relato de Atos 9:2-9
“Durante a viagem, quando ele se aproximava de Damasco, de repente
brilhou em volta dele uma luz vinda do céu, e ele caiu no chão e ouviu
uma voz lhe dizer: ”Saulo, Saulo, por que você me persegue?” Ele
perguntou: “Quem é o senhor?” Ele respondeu: “Eu sou Jesus, a quem
você persegue. Mas levante-se, entre na cidade, e lá dirão a você o que
deve fazer.” E os homens que viajavam com ele ficaram parados sem fala e
realmente ouviram o som de uma voz, mas não viram ninguém. Saulo
então se levantou do chão, e, embora seus olhos estivessem abertos, não
conseguia ver nada. De modo que o pegaram pela mão e o levaram a
Damasco. Ele não viu nada por três dias, e não comeu nem bebeu. “
O relato acima transforma, portanto, a narrativa dos evangelistas em
incoerente e irreal mesmo dentro da própria Bíblia.
Perceba também que a transfiguração se deu num momento anterior e
posterior, respectivamente, a estas passagens: " Quando o viram andando
sobre o mar, pensaram que fosse um fantasma. Então gritaram, pois todos
o tinham visto e ficaram aterrorizados." Marcos 6:49, 50
” E falando eles destas coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles,
e disse-lhes: Paz seja convosco. E eles, espantados e atemorizados,
pensavam que viam algum espírito. E ele lhes disse: Por que estais
perturbados, e por que sobem tais pensamentos aos vossos corações? Vede
as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois
um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. E,
dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, não o crendo eles ainda por
causa da alegria, e estando maravilhados, disse-lhes: Tendes aqui alguma
coisa que comer? Então eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado, e
um favo de mel; O que ele tomou, e comeu diante deles.” Lucas 24:36-43
Nessas passagens, os discípulos nos revelam o pavor que tinham de
espíritos, ou seja, de pessoas mortas, almas penadas. Contudo, quando
viram as almas(espíritos) de Elias e Moisés não esboçaram nenhum medo.
Pelo contrário, Pedro até pede para armar barracas. Mostrando com isso o
quanto essas estórias ou contos da Bíblia não passam de invenções. Não
são reais.
Vale ainda salientar que, segundo a profecia de Malaquias 4:1-6, o deus
hebreu enviaria o profeta Elias antes de seu grande dia de destruição.
Antes de prosseguir, perceba que esta profecia não passa de falácia,
palavras ao vento e sem nenhuma efetividade. O profeta, no início do
capítulo, declara que haverá uma destruição tal qual uma grande fornalha,
porém, nos versículos finais, é dito que Elias, o profeta, seria enviado para
que não houvesse a destruição da Terra. Contrariando tudo que foi dito
antes. Afinal de contas, haverá ou não a destruição profética?
A profecia de Malaquias, pelo que é demonstrado nos evangelhos, era
muito aguardada pelos judeus, a ponto de muitos deles, inclusive seus
discípulos, acreditarem que Jesus fosse, João Batista, Elias ou outro
profeta ressuscitado ou encarnado.

“E saiu Jesus, e os seus discípulos, para as aldeias de Cesaréia de Filipe; e


no caminho perguntou aos seus discípulos, dizendo: Quem dizem os
homens que eu sou? E eles responderam: João o Batista; e outros: Elias;
mas outros: Um dos profetas. E ele lhes disse: Mas vós, quem dizeis que
eu sou? E, respondendo Pedro, lhe disse: Tu és o Cristo.” Marcos 8:27-29

“Em seguida, os discípulos o interrogaram: Por que dizem os escribas que


Elias deve voltar primeiro?” Mateus 17:10
Essa última pergunta nos revela o quanto os discípulos não entendiam nada
das escrituras hebraicas ou nunca as leram, pois se as entendessem,
imaginaria o porquê de os escribas acharem que Elias devia vir primeiro.
Vejam a loucura dos evangelistas ao dizer que havia quem acreditasse ser
Jesus o Batista. Se aquelas mesmas pessoas viram Jesus sendo batizado
por João, como poderiam acreditar que os dois fossem as mesmas pessoas
ou mesmo o profeta Elias?
E mais louco ainda é Jesus, pois há pouco havia se transfigurado na
presença dos 3 apóstolos e, mesmo assim, os indaga acerca de sua
identidade. Depois da transfiguração, jamais poderiam achar ainda que
Jesus fosse Elias. Pois, eles haviam visto distintamente a ambos!
Dessa loucura, só podemos extrair essa conclusão: os judeus acreditavam
em reencarnação, dai, pensarem que João Batista teria voltado dos mortos
na pessoa de Jesus ou o teria possuído. O rei Herodes também pensava que
João teria voltado na pessoa de Jesus, segundo os relatos bíblicos.
E os discípulos viram na transfiguração Elias e Jesus, mesmo assim, ainda
achavam que se tratava das mesmas pessoas?
Entretanto, quando interrogado, João Batista já havia declarado, antes de
morrer, que não era o Cristo, nem Elias e nem profeta que havia
ressuscitado.

“E este é o testemunho de João, quando os judeus mandaram de Jerusalém


sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu? E confessou,
e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo.
E perguntaram-lhe: Então quê? És tu Elias? E disse: Não sou. És tu
profeta? E respondeu: Não. Disseram-lhe pois: Quem és? para que demos
resposta àqueles que nos enviaram; que dizes de ti mesmo?
Disse: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do
Senhor, como disse o profeta Isaías. E os que tinham sido enviados eram
dos fariseus. E perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Por que batizas, pois, se
tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água; mas no meio de vós
está um a quem vós não conheceis. Este é aquele que vem após mim, que é
antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia da alparca.
Estas coisas aconteceram em Betabara, ...” João 1:19-28

“E temos ainda essa declaração:”E irá adiante dele no espírito e virtude de


Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à
prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem
disposto.” Lucas 1:17

Essa passagem dá a entender que João Batista teria as atitudes e destemor


do profeta Elias, mas não seria o mesmo. Contudo, não vemos Batista em
nada fazer o que Elias fez. Não houve nenhuma conversão e tampouco
nenhuma mudança no comportamento dos pais e dos filhos em sua época e
durante seu ministério.

Para completar a salada de mentiras dos evangelistas, vejam o que disse


Jesus aos seus discípulos pouco tempo depois da ocasião de sua
transfiguração.

“Jesus respondeu-lhes: Elias, de fato, deve voltar e restabelecer todas as


coisas. Mas eu vos digo que Elias já veio, mas não o conheceram; antes,
fizeram com ele quanto quiseram. Do mesmo modo farão sofrer o Filho do
Homem. Os discípulos compreenderam, então, que ele lhes falava de João
Batista.” Mateus 17:11-13

Jesus afirma aqui que João Batista era mesmo Elias. Só louco pode pensar
que essa estória de transfiguração e as demais contadas na Bíblia,
sobretudo, no Novo Testamento, possam ter algo de verdadeiro.
Jesus esqueceu que João Batista é seu parente, seu primo. E parece
também desconhecer que a estória do anjo que havia aparecido a sua mãe,
Maria. Este anjo foi o mesmo que apareceu e anunciou o nascimento de
João Batista, dizendo que este seria o preparador do caminho, não disse
que ele seria Elias, mas seria semelhante a este.
Para Jesus Elias era João Batista, mas este já havia dito que não era e que
não era sequer era profeta!
Que narrativas maravilhosas essas da Bíblia! Estórias de trancoso ficam no
chinelo perto das contadas por ela.
Toda essa maluquice dos evangelistas tinha o intuito de transformar Batista
no Elias da profecia de Malaquias, pois se João não fosse aquele, Jesus
também não seria o Cristo ou Messias. Essa profecia, como falado
anteriormente, previa que antes da hipotética grande destruição, apareceria
Elias e após o Messias. Se Elias ainda não veio, então o Messias também
não teria vindo, logo, Jesus não seria o Messias. Por isso, os cristãos
colocam, na arrumação dos livros de sua Bíblia cristã, os evangelhos logo
depois do livro de Malaquias, para incutir a ideia de que João Batista era
Elias e Jesus era o Messias. Essa arrumação é diferente na Bíblia hebraica,
não só porque não existem os evangelhos nela, mas porque os judeus
colocaram outros livros antes do de Malaquias.
Em 2 Pedro 3: 16-19, há a menção da transfiguração, porém, essa carta não
foi escrita pelo Pedro que teria participado da grande transformação de
Jesus naquele alto monte. Por que sabemos disso?
Sabemos disso, quando analisamos as palavras desse pseudo-Pedro nessa
epístola.

“Não, não foi por seguirmos histórias falsas, engenhosamente inventadas,


que nós lhes demos a conhecer o poder e a presença do nosso Senhor Jesus
Cristo; em vez disso, nós nos tornamos testemunhas oculares do seu
esplendor. Pois ele recebeu honra e glória da parte de Deus, o Pai, quando
estas palavras lhe foram transmitidas pela glória magnífica: “Este é meu
Filho, meu amado, a quem eu aprovo.” Sim, nós ouvimos essas palavras
vindas do céu enquanto estávamos com ele no monte santo.
"Assim, temos a palavra profética ainda mais confirmada, e vocês fazem
bem em prestar atenção a ela, como a uma lâmpada que brilha em lugar
escuro (até que amanheça o dia e se levante a estrela da alva, no coração
de vocês. (…). E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor;
como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a
sabedoria que lhe foi dada;
Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos
difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente
as outras Escrituras, para sua própria perdição.
Quando esse que se diz ser Pedro, o apóstolo da transfiguração, menciona
e chama as cartas de Paulo como sendo escrituras sagradas, ele se entrega.
Sabemos que Paulo morreu por volta de 64 ou 66 d.C., durante o governo
de Nero. E fontes cristãs, não muito confiáveis, como sempre, também
falam que Pedro teria morrido por essa data.
E o que há de revelante nessas datas?
Muita coisa!
Dos livros e cartas supostamente escritos por Paulo, o mais antigo deles é
1Tessalonicenses. Ela é datada no ano de 51 d. C., já a epístola de 2 Pedro
é datada muito tempo depois, mais de 50 anos depois dessa epístola de
Paulo, chegando ao segundo século. Logo, como Pedro já estaria morto
por essa data, essa epístola de 2 Pedro, não é do Pedro apóstolo, mas de
alguém que não era Pedro e por algum motivo tomou para si o nome de
Pedro dos apóstolos.
Podemos chegar a essa mesma conclusão, quando lemos “ E tende por
salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado
irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; Falando
disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de
entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras
Escrituras, para sua própria perdição.”
Aqui o Pedro dessa epístola fala das cartas de Paulo, logo concluímos que
ele já teria lido as cartas ou epístolas de Paulo. E se ele já as leu e as
menciona em sua própria epístola, ele escreveu a sua num tempo depois
das de Paulo, e como a epístola mais antiga de Paulo é 1 Tessalonicenses,
por conseguinte, esse Pedro não pode ser o do tempo de Paulo, pois ambos
já teriam morrido.
Podemos destacar ainda que as palavras citadas por este Pedro em sua
epístola como tendo sido ditas pela voz vinda do céu no monte santo não
são as mesmas que estão na transfiguração.
Assim, a transfiguração como já dito muitas vezes aqui, não passa de mais
outra invenção dos cristãos na tentativa de conciliar o Novo Testamento ao
Velho Testamento dos judeus. Nem mesmo aqueles que supostamente
teriam participado daquele evento falaram qualquer coisa, mas terceiros
que sequer conheceram Jesus ou mesmo presenciaram alguma coisa que
ousaram falar dela. E ainda assim, deixaram inúmeros vestígios da
falsidade desse e de outros relatos!

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