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Alunos: Reinilson de Jesus, Tedson Santos, Leonardo Silva, Emerson Santos, Richard Vinicius, Bruno Caloni

Matéria: Física IV

Curso: Engenharia Elétrica

Professora: Sonilha da Silva Moreira

DIFRAÇÃO

28/10/2017 Estudo sobre a Difração

Nesse estudo procuramos apresentar o comportamento da


luz através do fenômeno da difração explicando a teoria
ondulatória da Luz, seu comportamento por uma e duas
fendas, rede de difração, difração por raio x
DIFRAÇÃO

DIFRAÇÃO
ESTUDO SOBRE A DIFRAÇÃO

TEORIA ONDULATÓRIA DA LUZ


A teoria ondulatória afirma que a luz é uma onda, assim como o som também é uma onda. Este modelo
teve como base de sustentação o Experimento de Thomas Young (1773-1829), conhecido com
Experimento da Fenda Dupla, realizado em 1801, que envolvia os fenômenos da difração e
interferência da luz. Estava em questão na época como explicar os fenômenos da difração e
interferência utilizando-se do modelo corpuscular de Newton que não explicava a difração, o que fez a
teoria ondulatória ganhar força e adeptos na época. Com o passar do tempo ela se tornou consolidada
e posteriormente, descobriu-se que a luz era uma onda de natureza eletromagnética que vibrava
transversalmente em relação a sua propagação. Portanto a luz é uma onda de origem eletromagnética
que se propaga em qualquer meio, inclusive no vácuo, como explicado no Princípio de Huygens.

DIFRAÇÃO
Partindo do Princípio de Huygens, podemos explicar o fenômeno ondulatório da difração é um
fenômeno que acontece quando uma onda encontra um obstáculo. O fenômeno da difração é descrito
como uma aparente flexão das ondas em volta de pequenos obstáculos e também como o espalhamento,
ou alargamento, das ondas após atravessar orifícios ou fendas, isso ocorre em todos os tipos de ondas.
Este fenômeno prova que a generalização de que os raios de onda são retilíneos é errada, já que a parte
que atinge a barreira é refletida, enquanto os raios que atingem a fenda passam por ela, mas nem todas
continuam retas. Se esta propagação acontecesse em linha reta, os raios continuariam retos, e a
propagação depois da fenda seria uma faixa delimitada pela largura da fenda. No entanto, há um desvio
nas bordas. Este desvio é proporcional ao tamanho da fenda. Para o caso onde está largura é muito
inferior ao comprimento de onda, as ondas difratadas serão aproximadamente circulares, independente
da forma geométrica das ondas incidentes.

DIFRAÇÃO POR UMA FENDA OU FENDA SIMPLES


Na figura 1 abaixo um feixe de luz monocromática passa por uma fenda de largura b e atinge um
anteparo a uma distância z. As ondas de Huygens originárias em cada ponto da abertura interferem
entre si e produzem o padrão de difração ilustrado nesta figura. Observamos um máximo central e
pontos onde a intensidade luminosa é nula.

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FIG. 1

FIG. 2

• 𝑎 = 𝑙𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑒𝑛𝑑𝑎

• λ = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑜𝑛𝑑𝑎

• 𝑚 = 𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜𝑠

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DIFRAÇÃO

SUPERPOSIÇÃO DE ONDAS
A superposição, também chamada interferência em alguns casos, é o fenômeno que ocorre quando duas
ou mais ondas se encontram, gerando uma onda resultante igual à soma algébrica das perturbações de
cada onda. Imagine uma corda esticada na posição horizontal, ao serem produzidos pulsos de mesma
largura, mas de diferentes amplitudes, nas pontas da corda, poderá acontecer uma superposição de duas
formas:
Situação 1: os pulsos são dados em fase.

FIG. 3
No momento em que os pulsos se encontram, suas elongações em cada ponto da corda se somam
algebricamente, sendo sua amplitude (elongação máxima) a soma das duas amplitudes:

FIG. 4
Numericamente:

Após este encontro, cada um segue na sua direção inicial, com suas características iniciais conservadas.

FIG 5
Este tipo de superposição é chamado interferência construtiva, já que a superposição faz com que a
amplitude seja momentaneamente aumentada em módulo.

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Situação 2: os pulsos são dados em oposição de fase.

FIG. 5
Novamente, ao se encontrarem as ondas, suas amplitudes serão somadas, mas podemos observar que o
sentido da onda de amplitude é negativo em relação ao eixo vertical, portanto <0. Logo, o pulso
resultante terá amplitude igual a diferença entre as duas amplitudes:

FIG. 6
Numericamente:

Sendo que o sinal negativo está ligado à amplitude e elongação da onda no sentido negativo.
Após o encontro, cada um segue na sua direção inicial, com suas características iniciais conservadas.

FIG. 7

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Este tipo de superposição é chamado interferência destrutiva, já que a superposição faz com que a
amplitude seja momentaneamente reduzida em módulo.

SUPERPOSIÇÃO DE ONDAS PERIÓDICAS

A superposição de duas ondas periódicas ocorre de maneira análoga à superposição de pulsos.


Causando uma onda resultante, com pontos de elongação equivalentes à soma algébrica dos pontos das
ondas sobrepostas.

FIG. 8
A figura acima mostra a sobreposição de duas ondas com períodos iguais e amplitudes diferentes (I e
II), que, ao serem sobrepostas, resultam em uma onda com amplitude equivalente às suas ondas (III).
Este é um exemplo de interferência construtiva.

FIG. 9
Já este outro exemplo, mostra uma interferência destrutiva de duas ondas com mesma frequência e
mesma amplitude, mas em oposição de fase (I e II) que ao serem sobrepostas resultam em uma onda
com amplitude nula (III).
Os principais exemplos de ondas sobrepostas são os fenômenos ondulatórios de batimento e ondas
estacionárias.

 Batimento: Ocorre quando duas ondas periódicas de frequência diferente e mesma amplitude
são sobrepostas, resultando em uma onda com variadas amplitudes dependentes da soma de
amplitudes em cada crista resultante.
 Ondas estacionárias: É o fenômeno que ocorre quando são sobrepostas duas ondas com mesma
frequência, velocidade e comprimento de onda, na mesma direção, mas em sentidos opostos.

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SUPERPOSIÇÃO DE ONDAS BIDIMENSIONAIS

Imagine duas ondas bidimensionais circulares, geradas respectivamente por uma fonte F1 e F2, com,
amplitudes e frequências iguais, e em concordância de fase.

FIG. 10

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Considere a esquematização da interferência causada como:

FIG. 11
 Na figura a onda da esquerda tem cristas representadas por linhas contínuas pretas e vales por
linhas tracejadas vermelhas e a onda da direita tem cristas representadas por linhas contínuas
verdes e vales por linhas tracejadas azuis.
 Os círculos preenchidos representam pontos de interferência construtiva, ou seja, onde a
amplitude das ondas é somada.
 Os círculos em branco representam pontos de interferência destrutiva, ou seja, onde a amplitude
é subtraída.

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DIFRAÇÃO

DIFRAÇÃO POR DUAS FENDAS


O efeito de difração observado quando a luz passa por cada uma das fendas é o mesmo discutido
anteriormente na de fenda única, mas o resultado final em qualquer direção depende da diferença de
caminho entre as duas contribuições.

FIG. 12
A figura acima nos mostra que a luz difratada pelas duas fendas sofre efeito de interferência, de modo
a se obter no anteparo máximos e mínimos de luz.
A intensidade total é o produto de um fator devido à difração de fenda simples(sinb/b) vezes um fator
devido à interferência de fenda dupla (cos (γ)). O fator de interferência tem um máximo (chamados
de máximos principais) sempre que:

d sin (Θ) = m λ onde m=0,1,2,3,4, ...denota a ordem do padrão.


Já o fator de difração tem mínimos de intensidade sempre que:
b sin (Θ) = n λ onde n=1,2,3,4, ... denota a ordem do mínimo.

O padrão pode ser descrito dizendo-se que o fator de difração “modula” as variações do fator de
interferência. Sempre que um máximo de interferência coincide espacialmente com um mínimo de
difração, esse máximo de interferência é suprimido. Assim, sempre que (d/a) n = m um máximo do
padrão de interferência será eliminado.

FIG. 13

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FIG. 14

FIG. 15

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DIFRAÇÃO POR ABERTURA CIRCULAR


No tratamento detalhado da difração é usual distinguir-se dois casos gerais conhecidos como
difração de Fraunhofer e Fresnel. Qualitativamente falando, a difração de Fraunhofer ocorre
quando as ondas incidente e difratada são planas. Este é o caso quando as distâncias r1 e r2 são
tão grandes que a curvatura da frente de onda pode ser desprezada, como mostra a Fig. 9.8(a).
Por outro lado, se a fonte e o ponto de observação estão suficientemente próximos da abertura
temos então difração de Fresnel (Fig. 9.8(b)).

(a) Fraunhofer (b) Fresnel


FIG. 16 - Tipos de difração.

A figura 17 representa a difração de Faunhofer de uma abertura circular.

FIG. 17

O ângulo submetido pelo primeiro mínimo de difração está relacionado ao comprimento de


onda D e ao diâmetro da abertura D através da equação abaixo:

senD) (1)

A equação (1) é semelhante a equação a.sen= m. usada para o cálculo de difração


em uma fenda simples; porém, apesar de tratar-se do mesmo fenômeno, a equação (2) não é verificada

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DIFRAÇÃO

experimentalmente para a difração em orifício circular. A equação (1) resulta de uma análise
matemática semelhante à usada para calcular a figura de difração produzida por uma fenda, embora um
pouco mais complicado por causa da geometria radial.

OBS: Na prática, muitas vezes o ângulo é pequeno, e, portanto, senD). Neste caso, o
ângulo para o qual ocorre o primeiro mínimo é dado por D)

OBS: Só existe fórmula para a posição do primeiro mínimo porque é o único confiável. A observação
visual do espectro de difração em orifício circular não oferece segurança na observação dos demais
mínimos.

FIG. 18 - Ilustração da geometria envolvida na difração por uma abertura circular.

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REDE DE DIFRAÇÃO

Uma rede de difração é um dispositivo de múltiplas fendas que difratam o raio de luz incidente, se a
luz difratada apresenta uma só cor, os raios difratados apresentam padrão de interferência.

FIG. 19
A rede de difração pode ser feita pelo corte de ranhuras paralelas, igualmente espaçadas, numa placa
de vidro ou de metal, mediante uma máquina frisadora de precisão. Na rede de transmissão, a luz passa
pelos intervalos transparentes entre as ranhuras, o espaçamento entre as linhas numa rede com 10000
linhas por centímetro é de 10^-4 cm.

FIG. 20

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DIFRAÇÃO

Na difração, a onda tem a capacidade de atravessar qualquer tipo de meio ou objeto, por exemplo:
Quando estamos em algum cômodo de nossa casa, e conseguimos ouvir os ruídos através das paredes,
contudo, os comprimentos de suas ondas tendem a ser do tamanho do objeto de difração, por isso ela é
mais bem observada nas ondas sonoras.

FIG. 21

DIFRAÇÃO DE RAIO X
É um fenômeno no qual os átomos de um cristal, em virtude de seu espaçamento uniforme, causam um
padrão de interferência das ondas presentes em um feixe incidente de raios X. Os raios X foram
descobertos em 8 de novembro de 1985, pelo físico alemão Whilelm Conrad, quando realizava
experimentos com os raios catódicos.

FIG.22

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São conhecidos dois fenômenos distintos que podem produzir emissão de raios X, quando um
feixe de elétrons acelerados por uma diferença de potencial- ddp incidem sobre um certo
elemento material que serve de alvo, conforme mostra a figura, a saber, Espalhamento de
Elétrons e Salto Quântico.

ESPALHAMENTO DE ELÉTRONS
Este fenômeno consiste no encurvamento da trajetória de um elétron incidente sobre um núcleo
atômico (normalmente o alvo) provocando a emissão de raios-X. Este encurvamento promove
uma desaceleração dos elétrons e, estes convertem parte de sua energia cinética em radiação
fluorescente (raios-X) e calor. Como nem todos os elétrons são desacelerados de forma idêntica,
a emissão de radiação aparece como um espectro contínuo chamado de radiação branca,
conforme mostra a Figura:

FIG.23

SALTO QUÂNTICO
Quando a diferença de potencial V atinge um valor crítico (Vc) chamado de potencial de excitação (que
depende do elemento ou material do alvo) os elétrons incidentes possuem energia cinética suficientes
para, ao colidir com elétrons das camadas mais internas do elemento do alvo, expelirem estes elétrons
deixando suas posições vacantes. Elétrons das camadas mais externas do elemento podem preencher
estas posições vacantes liberando raios-X. Por exemplo, se um elétron da camada K for retirado,
elétrons da camada L, M, N, etc podem preenche-la, emitindo raios – X de diferentes comprimentos de
ondas bem específicos, uma radiação muito importante para o estudo de raios-X é a radiação Ka , que
acontece quando um elétron da camada L preenche uma vacância na camada K.

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LEI DE BRAGG
Em física do estado sólido, a Lei de Bragg está relacionada ao espalhamento de ondas que incidem em
um cristal e fornece uma explicação para os efeitos difrativos observados nesta interação. Estes padrões
são explicados relacionando os vetores de onda do feixe incidente e espalhado em uma rede
cristalina para o caso de seu espalhamento elástico com os átomos do material.
No caso de ondas de raios X, ao atingirem um átomo, o campo elétrico da radiação provoca
uma força na nuvem eletrônica acelerando as cargas livres do material (elétrons). O movimento dessas
cargas re-irradia ondas que têm aproximadamente a mesma frequência, uma vez que o espalhamento
não é totalmente elástico, podendo haver interações de criação e aniquilação de fônons, porém em uma
escala de energia muito menor. Nesse modelo, as frequências da radiação incidente e espalhada são
consideradas idênticas. As ondas emergentes interferem entre si construtiva e destrutivamente, gerando
padrões de difração no espaço que podem ser medidos em um filme ou detector. O padrão de difração
resultante é a base da análise difrativa, chamada difração de Bragg.

FIG. 24

FIG. 25 Funcionamento do Aparelho de Raios X

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CURIOSIDADES SOBRE DIFRAÇÃO DE ELÉTRONS E MECÂNICA QUÂNTICA


Em 1927 nos laboratórios Bell, foi comprovada por Clinton Joseph e Lester Germer difração de
elétrons.

A medição influencia na dualidade onda-partícula.

Quando não é observada a partícula de matéria sofre difração assim como a luz, se comportando
como onda.

REFERENCIAS:
• https://lief.if.ufrgs.br/pub/cref/n25_Alvarenga/teoria_ondulatoria.htm

• HALLIDAY & RESNICK. 1960. Fundamentos de física, volume 4: óptica e física


moderna. 9ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2012

• http://www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/Ondas

• Tipler, Paul A.; Mosca, Gene (2009). FISICA PARA CIENTISTAS E ENGENHEIROS
VOL. 2.

• http://falstad.com/ripple/

• (2009). FISICA PARA CIENTISTAS E ENGENHEIROS VOL. 2.

• PADILHA, A. F. E AMBROZIO FILHO, F.; Técnicas de Análise Microestrutural.

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