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Aula 02

Noções de Direito Processual Civil p/ TJ-PE (Técnico - Função Judiciária) Com


videoaulas

Professor: Ricardo Torques


NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – TJ-PE
Técnico Judiciário
Aula 02 – Prof. Ricardo Torques

AULA 02
COMPETÊNCIA

Sumário
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 2
2 - Competência Interna .................................................................................................. 2
2.1 - Introdução .......................................................................................................... 2
2.2 – Classificação da competência ................................................................................ 3
2.3 - Critérios .............................................................................................................. 4
2.4 - Justiças Cíveis ..................................................................................................... 7
2.5 - Competência Territorial no NCPC .......................................................................... 10
2.6 – Método para Identificar o Juízo Competente .......................................................... 17
2.7 - Modificação da Competência ................................................................................ 18
2.8 - Incompetência ................................................................................................... 24
2.9 - Conflito de Competência ..................................................................................... 27
3 - Cooperação Nacional ................................................................................................ 28
4 – Questões ................................................................................................................ 29
4.1 - Questões sem Comentários ................................................................................. 29
4.2 - Gabarito ........................................................................................................... 40
4.3 - Questões com Comentários ................................................................................. 41
6.4 - Lista de Questões de Aula ................................................................................... 65
5 - Destaques da Legislação ........................................................................................... 65
6 - Súmulas e Jurisprudência Correlatos........................................................................... 69
7 - Resumo .................................................................................................................. 70
8 - Considerações Finais ................................................................................................ 75

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COMPETÊNCIA
1 - Considerações Iniciais
Na aula de hoje vamos estudar os arts. 42 ao 69 do NCPC. Veremos o tema
competência. Passaremos pela análise teórica da competência, competência no
âmbito interno e Cooperação Nacional.
Boa aula a todos!

2 - Competência Interna
2.1 - Introdução
Vimos que a competência é a capacidade de exercer a jurisdição.
A jurisdição, como parcela do Poder Estatal, é a capacidade genérica de dizer o
direito de forma definitiva. A competência, por sua vez, retrata essa capacidade
aplicada ao caso concreto.
Ao passo que a jurisdição é um poder nacional para dizer o direito, a competência
é o exercício dessa jurisdição no caso concreto. Assim, enquanto todos os
magistrados possuem jurisdição, apenas um deles será competente para resolver
determinado caso.
Estudar a competência interna, portanto, é desvendar quem é o juiz
concretamente competente. Portanto, a finalidade principal da competência é
organizar o sistema judiciário brasileiro, atribuindo a diferentes juízes a
jurisdição no caso concreto.
Nesse contexto, prevê o art. 42, do NCPC:
Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua
competência, RESSALVADO às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da
lei.

O NCPC não aborda a competência nos processos que não tratam de causas
cíveis, excluindo, portanto, aos processos criminais.
Além disso, dentro dos processos de natureza cível que seguem a distribuição de
competência do NCPC, devemos excluir o processo do trabalho, que possui
disciplina própria, e os casos que envolvem a arbitragem, equivalente
jurisdicional que observa a disciplina da Lei nº 9.307/1996.
No art. 43, temos a disciplina do momento em que é determinada a competência,
ou seja, o exato momento em que a jurisdição brasileira deixa de ser genérica,
para atribuir especificamente a competência a determinado magistrado. Esse
momento é o do registro ou da distribuição da petição inicial. Ocorrido o registro
ou a distribuição, temos a perpetuação da competência.
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da
petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito
ocorridas posteriormente, SALVO quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem
a competência absoluta.

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O artigo acima traz uma ressalva importante. Nos casos de supressão do órgão
judiciário ou de alteração da competência absoluta há incompetência
superveniente. Essas duas hipóteses constituem exceção à regra da
perpetuação da competência.
Assim:

fixada, decorre a perpetuação


regra
da competência
FIXAÇÃO DA
COMPETÊNCIA -
registro ou
distribuição da supressão do órgão judiciário
petição
exceção

alteração da competência
absoluta

O art. 44 define quais são as normas aplicáveis à tarefa administrativa de


distribuir e de organizar o exercício da jurisdição. A delimitação da competência
não é algo simples, pois passará pela:
 Constituição Federal, que traz as balizas gerais de distribuição da competência. Temos,
na CF, a partir do art. 92, disciplina expressa da organização do Poder Judiciário Brasileiro.
 tratados internacionais, que podem ser aplicados em determinadas hipóteses tal como
vimos na parte da jurisdição internacional.
 legislação federal, que traz um complexo de normas infraconstitucionais disciplinadoras
da competência. Evidentemente que o principal exemplo aqui é o NCPC. Contudo, além
dele, temos a aplicação de vários diplomas específicos como, a Lei de Ação Civil Pública, a
Ação Popular, as leis dos Juizados Especiais, o Código de Defesa do Consumidor, entre
outros.
 legislação estadual, a abranger tanto a Constituição dos Estados, que definem
parâmetros para competência dos Tribunais de Justiça, como, por exemplo, a delimitação
do foro por prerrogativa de função e nas denominadas leis de organização judiciária, que
distribuem a competência do Estado entre as Comarcas e Varas.

Veja, agora, o dispositivo:


Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a competência é
determinada pelas normas previstas neste Código ou em legislação especial, pelas
normas de organização judiciária e, ainda, no que couber, pelas constituições dos
Estados.

Estabelecidas essas premissas iniciais, vamos estudar as regras de competência.

2.2 – Classificação da competência


Vamos iniciar com duas classificações simples, mas que evitam confusões
terminológicas.
 competência de foro X competência do Juízo

COMPETÊNCIA DO FORO (TERRITORIAL) COMPETÊNCIA DO JUÍZO

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Uma vez definido o local, deve-se perquirir


O foro deve ser compreendido como o local qual é o Juízo competente, ou seja, qual,
em que o magistrado exerce sua competência. dentre os vários juízes do foro, é
concretamente competente.

 competência originária X competência derivada

COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA COMPETÊNCIA DERIVADA

Estabelece a reponsabilidade de julgar


Define o órgão jurisdicional para conhecer o
recursos a partir da decisão do órgão
processo pela primeira vez.
originariamente competente.

 competência relativa X competência absoluta

COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA

Estabelece regras de competência a partir do Fixa regras de competência a partir do


interesse público. interesse particular.

Essa distinção a partir do interesse gera importantes consequências no processo,


notadamente em relação às hipóteses de incompetência. Mais adiante vamos
aprofundar a análise da distinção entre competência absoluta e relativa.

2.3 - Critérios
Para a fixação dessa competência, de forma sistematizada, temos três critérios:
o objetivo, o funcional e o territorial. Em todos os processos esses critérios serão
verificados.
O critério objetivo, por sua vez, distingue-se em razão da matéria, da pessoa ou
do valor.
Assim:

em razão da matéria

objetivo em razão da pessoa

CRITÉRIOS funcional em razão do valor

territorial

Vamos estudá-los?! A finalidade desses critérios é estabelecer uma forma


sistemática e prática de identificação da competência, a partir do emaranhado de
normas que temos.

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Critério objetivo
O critério objetivo leva em consideração a demanda apresentada. Desse modo,
o estudo dos elementos da ação, anteriormente feito, é relevante. Você está
lembrado?

ELEMENTOS
DA AÇÃO

Causa de
Partes Pedido
pedir

Do estudo desses elementos são extraídos três subcritérios:


 competência em razão da pessoa (que leva em consideração o elemento
partes)
Nesse caso, devido à qualidade da parte envolvida na relação processual temos
a fixação da competência. É o que ocorre, por exemplo, quando a Fazenda Pública
é parte nas ações ou, ainda, nas hipóteses em que determinadas pessoas, em
razão do cargo que ocupam, possuem foro por prerrogativa.
No caso de ações originárias que iniciam diretamente perante os tribunais,
conforme previsto no art. 102 (na competência do STF) e no art. 105 (na
competência do STJ), ambos da CF, a competência será em razão da pessoa.
 competência em razão da matéria (que leva em consideração a causa de
pedir)
Nesse caso, a competência é definitiva em razão da natureza jurídica
controvertida. Por exemplo, matérias que envolvam direito de família ou a fixação
da competência da Justiça Federal, cuja competência é definida no art. 109 da
CF.
 competência em razão do valor da causa (que leva em consideração o
pedido)
Aqui o critério define a competência a partir do valor atribuído pela parte à causa.
A depender do valor, o processo poderá tramitar perante o Juizado Especial Cível,
perante o Juizado Especial Federal ou perante o Juizado Especial de Fazenda
Púbica.
No primeiro caso, a parte poderá optar por ingressar perante o Juizado, ou não,
e o limite do valor é de 40 salários mínimos. No caso dos Juizados Especiais
Federais e de Fazenda Pública, o limite é de 60 salários mínimos e o critério de
competência é obrigatório.
Nesses processos que tramitam perante as varas de Fazenda Pública ou Juizados
Especiais Federais temos, portanto, uma exceção ao critério relativo da
competência territorial, de forma que parte da doutrina classifica essa situação
de competência funcional. Mas, na realidade, nada mais é do que a utilização do
valor da causa como critério absoluto.

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Assim:

Juizado Lei nº 40 salários


facultativo
Especial Cível 9.099/1995 mínimos

Juizado
Lei nº 60 salários
Especial obrigatório
10.259/2001 mínimos
Federal

Juiz Especial
Lei nº 60 salários
de Fazenda obrigatório
12.153/2009 mínimos
Pública

Não obstante esses Juizados, é possível que a lei estadual fixe outros critérios de
distribuição de competência a partir do valor da causa.
Desses três subcritérios, os dois primeiros são absolutos, o último é relativo.
Portanto, atenção:

COMPETÊNCIA EM RAZÃO
absoluta
DA PESSOA

COMPETÊNCIA EM RAZÃO
absoluta
DA MATÉRIA

COMPETÊNCIA EM RAZÃO
relativa
DO VALOR

No caso da competência em razão do valor, a parte poderá optar por ajuizar a


ação perante a justiça comum ou perante os juizados especiais, conforme
estabelecido na legislação específica.

Critério territorial
Cada órgão judicial tem delimitada a sua circunscrição, de modo que exercerá a
jurisdição no caso concreto dentro desses limites. Trata-se, também, de hipótese
relativa de competência, conferindo às partes a possibilidade de, em regra,
derrogar tal competência pela vontade delas.
Embora haja legislação extravagante sobre o tema, o assunto é
preponderantemente tratado entre os arts. 42 a 63, do NCPC. Eles servirão para
definir, dentro da competência da justiça comum estadual ou federal,
onde a demanda será proposta.

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Critério funcional
No critério funcional são levados em consideração aspectos internos do processo,
relacionando-se com as atribuições do magistrado na marcha processual. O
critério funcional envolve a distinção entre:
 competência originária e recursal;
 competência de acordo com a fase do processo (cognição, cautelar ou execução);
 competência em razão de assunção de competência, instituto próprio do NCPC, que está
previsto no art. 947;
 competência decorrente de arguição de inconstitucionalidade em controle difuso,
disciplinada no NPCP, art. 948.

2.4 - Justiças Cíveis


A distribuição da competência no Brasil é efetuada a partir da Constituição, que
atribui competência ao STF no art. 102, ao STJ no art. 105, à Justiça Federal
(arts. 108 e 109) e às “justiças especiais” (eleitoral, militar e trabalhista).
Para nós interessa a distribuição de competência civil, razão pela qual não
vamos aprofundar o estudo da competência penal e, consequentemente, da
Justiça Militar. Feita essa premissa, vamos em frente!

Justiça Eleitoral
A Justiça Eleitoral tem as regras de competência estabelecida no art. 121 da CF,
que atribui à lei complementar a responsabilidade para fixar a competência da
Justiça Federal. Como essa lei não foi editada, é utilizado o Código Eleitoral, lei
ordinária recepcionada como lei complementar.
A definição da competência da Justiça Eleitoral é feita pela causa de pedir (os
fundamentos de fato e de direito), abrangendo o que envolver o sufrágio
(eleições, plebiscito e referendos) e questões político-partidárias.

Justiça do Trabalho
Novamente com base na causa de pedir, será da competência da Justiça do
Trabalho os processos que envolverem as relações de trabalho, nos termos
previstos no art. 114, da CF.

Justiça Federal
A competência da Justiça Federal é assentada em dois elementos da ação: em
razão das partes no processo ou em razão da causa de pedir.
O critério mais comum é o da parte, em vista do que estabelece o art. 109, I, da
CF, segundo o qual é da competência da Justiça Federal processar e julgar ações
que tenham como parte a União, autarquias federais (por exemplo, INSS,
IBAMA) e empresas públicas federais (por exemplo, Caixa Econômica Federal e
Correios).

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É importante destacar que não compete à Justiça Federal o julgamento de ações


de sociedades de economia mista federal, como é o caso do Banco do Brasil e da
Petrobrás.
Além disso, temos, no art. 109, da CF, quatro exceções que, embora a parte seja
a União, autarquia federal ou empresa pública, o processo não será julgado
perante a Justiça Federal. Essas mesmas hipóteses estão disciplinadas
expressamente nos inc. I e II, do art. 45, do NCPC.
São eles:
 matéria trabalhista (por exemplo, reclamatória trabalhista contra a
Caixa Econômica);
 matéria eleitoral (por exemplo, autuação irregular efetuada pelo
Correios no bojo de processo eleitoral cível);
 falência e recuperação judicial; e
 acidente de trabalho típico, quando o INSS é parte.
Contudo, a competência da Justiça Federal poderá ser definida pela causa de
pedir, por exemplo, em ações fundadas na aplicação de tratados e de convenções
internacionais. Aqui não interessa a parte que está presente na ação, mas a causa
de pedir, conforme se extrai da leitura do inc. III, do art. 109, da CF:
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou
organismo internacional;

Outro exemplo são as demandas que envolvem a disputa sobre direitos


indígenas. Veja:
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
XI - a disputa sobre direitos indígenas.

Para finalizar o tópico, resta estudar os §§, do art. 45, do NCPC.


Ocorre, na prática, a situação de muitos processos iniciarem perante o poder
judiciário estadual e, em seu curso, ocorrer o ingresso de um ente público na
demanda. Se houver intervenção da União, de autarquia ou de empresas públicas
federais, o processo deverá ser remetido à Justiça Federal para avaliar se há, ou
não, interesse da União.
Por exemplo, no processo entre dois particulares, se a União tentar o ingresso
relatando possuir interesse na causa, o magistrado da Justiça Comum deverá
encaminhar o processo para o juiz federal para deliberar se há, ou não,
competência.
Se o magistrado federal entender que há competência do ente federal, esse ente
se tornará parte interessada e o processo será conduzido perante a Justiça
Federal. Se o magistrado federal entender que o processo não é da competência
da Justiça Federal, determinará a exclusão do ente federal e fará a devolução dos
autos para julgamento perante o poder judiciário comum.

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Ao retornar o processo, o magistrado estadual não poderá suscitar o conflito de


competência.
Veja o dispositivo do NCPC:
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo
federal competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas
e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou
de terceiro interveniente, exceto as ações:
I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho;
II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.
§ 1o Os autos NÃO serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de
competência do juízo perante o qual foi proposta a ação.
§ 2o Na hipótese do § 1o, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da
incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que exista
interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas públicas.
§ 3o O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente
federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do processo.

Ainda, a simples intervenção da União, de entidade autárquica ou de empresa


pública federal é o suficiente para a remessa dos Autos à Justiça Federal. É
exatamente nesse sentido, a Súmula STJ 150, segundo a qual “compete à Justiça
Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença,
no processo, da União, suas autarquias ou empresas públicas”.
Os §§ 1º e 2º tratam dos pedidos cumulados. Quando houver mais de um pedido
e um deles envolver matéria de competência de outro juízo, o processo será
extinto em relação àqueles conteúdos que devem ser analisados da justiça
comum, prosseguindo o processo tão somente em relação às partes cuja
competência é estritamente da Justiça Federal.
Com isso, encerramos o estudo das regras relativas à Justiça Federal.

Justiça Comum
A competência da justiça estadual é determinada por exclusão. Se não for da
competência das “justiças especiais” ou da Justiça Federal, será atribuída ao
poder judiciário comum estadual.
Para encerrar, vamos tratar de um ponto específico que envolve a delegação de
competência material. Isso acontece excepcionalmente e a competência será
delegada à Justiça Comum dada a capilaridade desse órgão judicial.
São duas as hipóteses de delegação:
1ª hipótese: assunção da competência da Justiça Federal (art. 109, §3º, da CF)
Nos foros onde não houver vara da Justiça Federal, os juízes estaduais serão competentes
para julgar os processos relacionados a benefícios previdenciárias de segurados ali
domiciliados, a ser ajuizada contra o INSS.
Além disso, prevê o art. 109, §3º, da CF, que poderá ser editada uma lei federal para
ampliar a competência da Justiça Estadual delegada da Federal desde que não haja vara
federal na comarca.
2ª hipótese: assunção da competência da Justiça do Trabalho (art. 112, da CF)

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Nos casos em que não houver vara do trabalho no local de residência do trabalhador, será
possível ajuizar a reclamatória perante o juiz estadual. Esse dispositivo, contudo, depende
de lei para conferir aplicabilidade.
Veja o dispositivo da CF:
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas
por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo
Tribunal Regional do Trabalho.

2.5 - Competência Territorial no NCPC


O art. 46, do NCPC, afirma a regra clássica de distribuição de competência quando
envolver questões de direito pessoal e de direito real fundada em bens móveis.
A regra é a competência do foro do domicílio do réu.
Veja:
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis
será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles.
§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde
for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
§ 3o Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no
foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta
em qualquer foro.
§ 4o Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no
foro de qualquer deles, à escolha do autor.
§ 5o A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou
no do lugar onde for encontrado.

Podemos esquematizar esse dispositivo de duas formas: ações fundadas em


direito pessoal ou direito real sobre bens móveis em geral e execuções
fiscais.

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Ações de direito pessoal ou


direito real sobre bens móveis

REGRA ESPECIFICIDADES

não tiver
foro do mais de domicílio 2 réus com
domicílio ou
domicílio um incerto ou domicílios
residência
do réu domicílio desconhecido diferentes
no Brasil

qualquer
onde for
qualquer domicílio domicílio deles, à
encontrado
um deles do autor do autor escolha do
OU
autor

Execuções
fiscais

residência ou no do
foro de domicílio do
lugar onde for
réu, no de sua
encontrado.

Na sequência, o art. 47, do NCPC, estabelece competência para as ações


fundadas em direito real e possessória imobiliária, devendo seguir, em regra, o
foro de situação da coisa (forum rei sitae)
Confira:
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro
de situação da coisa.
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o
litígio NÃO recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação
de terras e de nunciação de obra nova.
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo
juízo tem competência absoluta.

A regra é de competência territorial absoluta. Contudo, existem alguns tipos de


contrato que envolvem direito obrigacional, a exemplo da ação de rescisão de
contrato com reintegração de posse. Trata-se de ação que não é tipicamente real
ou possessória, mas obrigacional. A essência da lide é o descumprimento do
contrato, muito embora, derivado desse conflito, haja a necessidade de tratar da
posse. Nesses casos, entende-se que é válida a opção pelo foro do domicílio do
réu ou pelo foro de eleição.

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De toda forma, temos duas regras de competência absoluta que observam o foro
da situação da coisa:
1ª regra: no caso de direito de propriedade, de vizinhança, de servidão, de divisão e
demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
2ª regra: no caso de ação possessória imobiliária.

Ações fundadas em direito real sobre imóveis DEVEM SER


AJUIZADAS NO FORO DA SITUAÇAO DA COISA

competência competência
relativa absoluta
(EXCEÇÃO) (REGRA)

domicílio do direito de propriedade, de vizinhança, de ação


réu ou foro servidão, de divisão e demarcação de possessória
de eleição terras e de nunciação de obra nova imobiliária

Veja como o assunto pode ser cobrado em prova:

(TJ-DFT/AJAJ/2015)
Julgue o item seguinte, com base no que dispõe o Código de Processo Civil (CPC) a respeito
de competência, intervenção de terceiros, liquidação de sentença e capacidade postulatória.
Situação hipotética: Carolina propôs na Circunscrição Judiciária de Brasília ação
reivindicatória contra Júlia, domiciliada em Brasília – DF, com a finalidade de discutir a
propriedade de imóvel localizado em Goiânia – GO. Assertiva: Nesse caso, o juiz deve
declinar de sua competência de ofício, independentemente de oferecimento de exceção pela
parte interessada.

Está correta a assertiva, competindo ao juiz declinar da competência. Trata-se


de ação que discute propriedade. Nesse caso, a ação deve ser necessariamente
ajuizada no foro de situação da coisa, pois o §1º, do art. 47 no NCPC, torna a
regra relativa em absoluta quando a competência territorial fizer referência a
direito de propriedade (caso da questão), direito de vizinhança, servidão, divisão
e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
Sigamos!
No art. 48, temos a disciplina das regras relativas à sucessão causa mortis, que
observa, em regra, o foro do domicílio do falecido (de cujus). Ao contrário do
CPC73, o NCPC prevê as seguintes regras sucessivas para essas ações:
1ª regra: o último domicílio do falecido;

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2ª regra: se não tiver domicílio certo, será o local da situação dos bens imóveis;
3ª regra: se tiver bens em domicílios em vários locais, poderá ser juizado em qualquer
foro;
4ª regra: se não tiver domicílio, nem bens imóveis, a ação poderá ser ajuizada em
qualquer local dos bens móveis do espólio.

Assim, o local do óbito, portanto, torna-se irrelevante para o NCPC.


Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o
inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última
vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações
em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.

Assim, na sucessão causa mortis:

1ª regra - o último domicílio do falecido

2ª regra: local da situação dos bens imóveis.

3ª regra: qualquer foro que possua bens imóveis.

4ª regra: local dos bens móveis do espólio.

No art. 49, temos a disciplina da competência na ação em que o réu for ausente.
Nesse caso, dada a possibilidade de decretação de morte presumida, à
semelhança do que temos no foro para a sucessão, a ação deverá ser proposta
perante o foro do seu último domicílio.
Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último
domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o
cumprimento de disposições testamentárias.

Para a prova:

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AÇÃO CONTRA RÉU AUSENTE foro do seu último domicílio

No art. 50, do NCPC, está fixo o foro do domicílio do representante ou do


assistente para ações que o incapaz for réu.
Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu
representante ou assistente.

O art. 51, do NCPC, reproduz o que nós temos no art. 109,


§§ 1º e 2º, da CF, a respeito da competência da Justiça
Federal, ao determinar que:
 nas ações ajuizadas pela União, o foro competente será o domicílio do réu; e
O autor deve ajuizar a demanda no foro que abrange o seu domicílio, ainda que não haja
órgão da Justiça Federal naquela cidade. Por exemplo, se na localidade não houver órgão
jurisdicional federal, a ação será proposta perante a Vara Federal que é responsável
territorialmente por aquela localidade.
 nas ações ajuizadas contra a União, o jurisdicionado tem quatro possibilidades:
a) foro do domicílio;
b) no local do ato ou fato;
c) no foro da situação da coisa; ou
d) no Distrito Federal.

Veja o dispositivo:
Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora
a União.
Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de
domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de
situação da coisa ou no Distrito Federal.

O art. 52 é outra novidade no NCPC e aborda as ações que envolverem Estado


da Federação ou o Distrito Federal. De acordo com dispositivo, é competente
o foro do domicílio do réu nas ações em que o Estado ou o Distrito forem autores.
Agora, quando o Estado ou Distrito Federal forem demandados, a competência
será do foro do domicílio do autor, do foro de ocorrência do ato ou fato que
originou a demanda, do foro da situação da coisa ou do foro da capital do
respectivo ente federado.
Veja:
Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor
Estado ou o Distrito Federal.
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser
proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou
a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado.

Pergunta-se:
Qual a distinção da regra de competências das ações propostas contra a
União e contra o Estados e Distrito Federal?

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NENHUMA! São as mesmas regras!


Assim...

COMPETÊNCIA PARA JULGAR AÇÕES ENVOLVENDO A UNIÃO, ESTADOS-MEMBROS E


DISTRITO FEDERAL

Se os entes
públicos forem Se os entes públicos forem réus
autores

no foro da
foro do no local do ato no Distrito
domicílio do réu situação da
domicílio; ou fato; Federal.
coisa; ou

Para finalizar as regras relativas à competência territorial, vamos estudar o art.


53, do NCPC. Esse dispositivo fixa a competência no caso dos hipossuficientes.
Ele elege a parte mais fraca da relação processual e estabelece a competência
com vistas a proteger o hipossuficiente. Além disso, esse dispositivo traz algumas
hipóteses específicas.
Veja:
Art. 53. É competente o foro:
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento
ou dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;

A competência para ação de divórcio, de separação, de anulação de casamento


e de reconhecimento de união estável observa o foro do incapaz. Se não houver
filho incapaz, será competente o último domicílio do casal e, no caso de residirem
em locais diferentes do último domicílio, segue a regra padrão do domicílio do
réu.
Assim:

AÇÃO DE DIVÓRCIO, SEPARAÇÃO, ANULAÇÃO DE


CASAMENTO E RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL

•1º - domicílio do responsável pelo incapaz (que coincide, em regra, com o


domicílio do incapaz);
•2º - não havendo, último domicílio do casal; e
•3º - se residirem em domicílios distintos do domicílio do casal, a competência
será do foro do domicílio do réu.

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No inc. II, temos o domicílio de residência do alimentando quando envolver ação


de alimentos.
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos;

No caso do incs. III a IV, temos algumas regras específicas, cuja leitura atenta
se faz necessária:
III - do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica
contraiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação
sem personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o
cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo
estatuto;
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por
ato praticado em razão do ofício;
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido
em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.

Resumindo todo o art. 53, do NCPC, temos:

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AÇÃO DE DIVÓRCIO, SEPARAÇÃO, ANULAÇÃO DE


CASAMENTO E RECONHECIMENTO OU DISSOLUÇÃO DE
UNIÃO ESTÁVEL
•1º - domicílio do responsável pelo incapaz (que coincide, em regra, com o
domicílio do incapaz);
•2º - não havendo, último domicílio do casal; e
•3º - se residirem em domicílios distintos do domicílio do casal, a competência
será do foro do domicílio do réu.

AÇÃO DE ALIMENTOS

•domicílio ou residência do alimentando

AÇÃO EM QUE A RÉ FOR A PESSOA JURÍDICA

•foro do lugar da sede ou da filiação/sucursal em relação às obrigações assumidas

AÇÃO CONTRA SOCIEDADE/ASSOCIAÇAO SEM


PERSONALIDADE
•foro do lugar onde exerce suas atividades

AÇÃO DE CUMPRIMENTO

•foro do lugar onde obrigação deve ser satisfeita

AÇÕES DO ESTATUTO DO IDOSO

•foro da residência do idoso

AÇÕES CONTRA CARTÓRIO

•foro da sede da serventia notarial ou de registro

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANO

•do lugar do ato ou fato para a ação

AÇÃO CONTRA ADMINISTRADOR OU GESTOR DE NEGÓCIOS


ALHEIOS
•do lugar do ato ou fato para a ação

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANO SOFRIDO EM RAZÃO DE


DELITO OU ACIDENTE DE VEÍCULOS, INCLUSIVE AERONAVES
•foro do domicílio do autor ou do local do fato

Finalizamos, assim, mais um ponto muito relevante!

2.6 – Método para Identificar o Juízo Competente


Existem vários métodos criados para a identificação da competência. Esses
métodos trilham um caminho que deve ser observado para determinar

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exatamente qual é o Juízo competente. Vamos utilizar um dos métodos sugeridos


por Fredie Didier Jr.1:

a) verificar se a justiça brasileira é competente para


julgar as causas (arts. 21 a 23, do NCPC);

b) se for, investigar se é caso de competência originária


de Tribunal ou de órgão jurisdicional atípico (Senado
Federal – art. 52, I e II, da CF; Câmara dos Deputados
– art. 51, da CF; Assembleia Legislativa estadual para
julgar governador de Estado)

c) não sendo o caso, verificar se é afeto à justiça


especial (eleitoral, trabalhista ou militar) ou à justiça
comum;

d) sendo competência da justiça comum, verificar se é


da justiça federal (arts. 108 e 109, da CF), pois, não
sendo, será residualmente da estadual;

e) sendo da justiça estadual, deve-se buscar o foro


competente, segundo os critérios do CPC (competência
absoluta e relativa, material, funcional, valor da causa e
territorial); f) determinado o foro competente, verifica-
se o juízo competente, de acordo com o sistema do CPC
(prevenção, p. ex.) das normas de organização
judiciária.

Sigamos!

2.7 - Modificação da Competência


De acordo com Fredie Didier Jr.2:
Dar-se-á a modificação de competência ou prorrogação de competência quando se amplia
a esfera de competência de um órgão judiciário para conhecer certas causas que não
estariam, originariamente, compreendidas em suas atribuições jurisdicionais. Só há
modificação da competência relativa.

Portanto, antes de iniciar, duas regras são fundamentais...

1
DIDER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: introdução ao Direito Processual Civil,
Parte Geral e Processo de Conhecimento. Vol. 1, 18ª edição, rev., ampl. e atual., Bahia: Editora
JusPodvim, 2016, p. 214.
2
DIDER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: introdução ao Direito Processual Civil,
Parte Geral e Processo de Conhecimento. Vol. 1, 18ª edição, rev., ampl. e atual., Bahia: Editora
JusPodvim, 2016, p. 225.

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na modificação de competência...

•um Juiz que não era originariamente competente passará a ser;


•isso somente é possível quando se tratar de competência relativa.

Vamos retomar o princípio da perpetuatio jurisdicionis, que está posto no art. 43,
do NCPC. Trata-se de dispositivo relevante para a estabilização do processo com
a fixação da competência. Assim, desde que respeitadas as regras de distribuição
de competência que estudamos, o juízo para o qual foi distribuído o processo se
perpetua para o julgamento da lide.
Dito de outro modo, o juiz para o qual foi encaminhado o feito, desde que
corretamente, será competente até o final do processo. Por exemplo, as partes
ajuízam uma ação para discutir determinado direito pessoal, hipótese que deve
observar o foro do domicílio do réu. O réu, contudo, no curso da ação, decide
mudar de residência. Essa mudança de domicílio não traz consequências para o
processo, em vista da perpetuação da competência.
Há, todavia, algumas exceções que implicam a prorrogação de competência,
denominadas de causas modificativas de competência. Duas delas já
analisamos no art. 43, outras serão estudadas aqui!
A prorrogação de competência ocorre em razão da:
 supressão do órgão judiciário (art. 43, do NCPC);
É o que ocorre quando a lei de organização judiciária de determinado Estado
decide pela agregação de determinada vara. Se isso ocorrer, a competência que
antes era da vara agregada passará a ser da vara que agregou a competência.
 alteração da competência absoluta (art. 43, do NCPC);
Por exemplo, é o caso de um Governador que tem contra si mandado de
segurança ajuizado perante o STJ e, no curso do processo, é eleito Presidente da
República. Nesse caso, em face do foro privilegiado do Presidente, por se tratar
de hipótese de competência absoluta, o processo será remetido ao STF.
Outro exemplo seria o caso de criação de varas especializadas em determinada
Comarca. Isso fará com que os processos especializados sejam concentrados na
nova Vara criada, que receberá os processos em cursos e remeterá os processos
que não são da matéria específica às demais varas.
Agora, confira o art. 54, do NCPC, que introduz o que será abordado na
sequência:
Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela
continência, observado o disposto nesta Seção.

 conexão (art. 55, do NCPC) e continência (arts. 56 e 67, ambos do NCPC);

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Na conexão e na continência ocorre uma identidade parcial dos elementos da


ação. Se em determinado processo forem identificadas as mesmas partes, a
mesma causa de pedir e o mesmo pedido haverá identidade na demanda
(identidade total), ocorrerá a litispendência, que implica a extinção do processo
sem julgamento do mérito dos processos litispendentes.
Assim:

IDENTIDADE

parcial total

hipótese consequência hipótese consequência

extinção do
conexão continência reunião litispendência processo
litispendente

Assim, no caso de identidade parcial dos elementos da demanda – em que


decorre a conexão e continência – haverá a reunião do processo, com a finalidade
de que tenhamos uma uniformidade decisória e que sejam aproveitadas as
provas. É justamente em razão da reunião das causas que verificamos uma
exceção à regra da perpetuação da jurisdição, com a modificação da
competência.
Feita essa análise, vamos estudar ambos os institutos.
A conexão ocorre quando forem comuns o pedido ou a causa de pedir. Contudo,
para que seja verificada, não é necessário que haja correspondência exata desses
elementos, interessando a identidade da relação material e a conveniência da
reunião dos processos a serem julgados conjuntamente (critério materialista de
conexão).
Por exemplo, é o caso de uma execução de cheque e outra ação anulatória do
mesmo título de crédito. Nesse caso, não há formalmente o mesmo pedido e a
mesma causa de pedir, muito embora haja uma prejudicialidade no julgamento

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da anulação em relação à execução do cheque. Não faz sentido falar em executar


o cheque se o documento for considerado nulo.
Veja:

causa de pedir:
execução de
pedido: execução existência do
cheque
cheque

causa de pedir:
anulação
pedido: anulação existência de
anulatória
fraude do cheque

Portanto, pelo critério materialista, justifica-se a reunião pela conexão.


Além disso, quando envolver várias execuções pautadas no mesmo título
executivo, determina-se a reunião por conexão.
Confira:
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou
a causa de pedir.
§ 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, SALVO se
um deles já houver sido sentenciado.
§ 2o Aplica-se o disposto no caput:
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato
jurídico;
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§ 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de
prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo
sem conexão entre eles.

O §3º destaca que a finalidade da conexão é evitar a prolação de sentenças


conflitantes ou contraditórias, ainda que não haja, entre os processos, conexão
em sentido formal (identidade exata entre pedido e causa de pedir).
Para fins de prova...

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Identidade da relação
material, ainda que o pedido
ou a causa de pedir não sejam
idênticos, porém semelhantes.

Hipóteses

Execuções fundadas no
CONEXÃO (identidade mesmo título executivo.
da causa de pedir e do
pedido)

Reunião, exceto se um
Consequência processo já estiver sido
julgado.

A continência, por sua vez, assemelha-se à litispendência, pela proximidade dos


elementos da ação. Contudo, não implica a extinção do processo, mas a reunião.
Na continência, há identidade entre as partes, causa de pedir, mas o pedido de
uma é mais amplo que o da outra.
Por exemplo, ação de indenização da passagem por perda do voo por culpa da
empresa de aviação aérea e ação de lucros cessantes de perdas e danos em razão
dos prejuízos pelo voo perdido. Nesse caso, como o pedido da segunda ação é
mais amplo que o pedido da primeira e os elementos da demanda são próximos,
haverá a reunião dos processos, para julgamento conjunto.
Confira os arts. 56 e 57, ambos do NCP:
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade
quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo,
abrange o das demais.
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente,
no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso
contrário, as ações serão necessariamente reunidas.

O art. 57 é relevante, pois determina que a junção dos processos ocorrerá apenas
quando o pedido mais amplo for ajuizado posteriormente. No caso do exemplo,
se a parte tiver ajuizado a ação de lucros cessantes e perdas e danos já terá
englobado a restituição da passagem. Assim, se a parte ajuizar a referida ação
de indenização ela será extinta sem julgamento de mérito, por continência.
Para finalizar:
E qual será o Juiz competente para julgar as ações conexas ou
contingentes?
Os arts. 58 e 59, do NCPC, fixam que a reunião ocorrerá no juízo prevento, ou
seja, define-se a competência pela propositura da ação, no momento em que
houver registro ou distribuição da petição inicial. O Juízo prevento será aquele
que primeiro atuar no processo.

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Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento,
onde serão decididas simultaneamente.
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.

Vejamos, ainda, uma hipótese constitucional de modificação de competência:


 incidente de deslocamento de competência (art. 109, §5º, da CF);
Estabelece esse dispositivo que nos casos de grave violação a direitos humanos,
a fim de assegurar o cumprimento das obrigações assumidas em tratados
internacionais de direitos humanos, é possível ao PGR que requeira perante o STJ
o deslocamento do processo da Justiça estadual para a Justiça federal.
 foro de eleição
Ocorre também a modificação da competência por intermédio do foro de eleição.
Para a eleição do foro devem ser observadas algumas regras que constam do art.
63, do NCPC.
Assim...

FORO DE ELEIÇÃO

•A regra deve constar de instrumento escrito e se referir expressamente a


determinado negócio jurídico específico
•O foro contratual se transmite ao herdeiros e sucessores das partes
contratantes
•Se abusiva a cláusula de eleição de foro, poderá ser reputada ineficaz pelo
magistrado, com determinação de remessa dos Autos ao foro de domicílio do
réu.
•Se não declarada abusiva pelo magistrado de ofício, cabe à parte alegar a
abusividade na contestação, sob pena de preclusão.

Vejamos a literalidade do art. 63:


Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território,
elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
§ 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir
expressamente a determinado negócio jurídico.
§ 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
§ 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada
ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio
do réu.
§ 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na
contestação, sob pena de preclusão.

Para encerrar o tópico, vamos analisar objetivamente os arts. 60 e 61, todos do


NCPC, que trazem algumas regras específicas.
 O art. 60 estabelece que, aos imóveis situados em mais de um Estado, uma
comarca, uma seção ou uma subseção judiciária, aplica-se a regra de prevenção
(registro ou distribuição da petição inicial) para fixação da competência.

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Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou


subseção judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a
totalidade do imóvel.

 O art. 61, do NCPC, fixa a regra de que a ação acessória segue a ação principal
no que diz respeito à fixação da competência:
Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal.

2.8 - Incompetência
Estudamos na parte relativa à classificação da competência, a distinção entre
competência absoluta e competência relativa, quando observamos que o critério
determinante é o interesse envolvido.
Se esse interesse for privado, a competência é relativa; se público, a competência
é absoluta. Aqui, à luz dos arts. 64 e 65, do NCPC, vamos tratar das principais
consequências e efeitos dessa classificação.

COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA

Fixa regras de competência a partir do


interesse particular.
Estabelece regras de competência a partir do Por exemplo, quanto o NCPC estabelece que
interesse público. nas ações de alimentos que a competência é
no domicílio do alimentando, a finalidade
Por exemplo, a competência para julgamento
normal é proteger um interesse particular.
de ‘impeachment’ é absoluta, pois há
Assim, caso a parte não deseje tal proteção,
interesse público nessa lide.
poderá ajuizar a demanda conforme a regra,
Do mesmo modo, a distinção entre Justiça no caso, no domicílio do réu.
Federal, do Trabalho, Eleitoral entre outras,
Outro exemplo relevante é o caso das ações
tem por finalidade o interesse público de bem
que, em razão do valor da causa, tramitam
gerir a administração da Justiça, de forma
perante o Juizado Especial. Nesse caso,
que, constituem, também, hipóteses de
pretende proteger o interesse de quem vai a
competência absoluta. Além disso, propicia
juízo buscar tutela de valores menores. Em
melhor especialização das atividades
razão disso, propicia o Poder Judiciário um
judiciárias.
procedimento célere, simplificado e informal.
Caso a parte decline desse interesse, ela
poderá ajuizar a ação ordinariamente.

Deve ser alegada pelo réu em preliminar de


A incompetência absoluta deve ser alegada contestação, sob pena de precluir e, em
em preliminar de contestação. Contudo, a decorrência, prorrogar a competência.
incompetência poderá ser alegada a
qualquer tempo, por qualquer uma das Agora, a incompetência relativa será feita em
partes. preliminar em contestação, NÃO existindo
mais a exceção de incompetência.

Pode ser reconhecida de ofício. NÃO pode ser reconhecida de ofício.

NÃO pode ser alterada por vontade das As partes têm a prerrogativa de eleger o
partes. foro.

NÃO admite conexão e continência. Admite conexão e continência.

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NÃO pode ser alterada por conexão ou Pode ser modificada por conexão ou
continência. continência.

Abrange as regras de competência


territorial e competência sobre o valor da
causa.
Abrange as regras e a fixação da Bom frisar que isso é a regra, mas na
competência material, em razão da disciplina específica de competência, se
pessoa e funcional. verificada a defesa do interesse público, a
competência será absoluta. Fala-se, portanto,
em competência territorial absoluta e em
competência valorativa absoluta.

Se houver violação à regra de competência absoluta, são preservados os atos decisórios, pois,
embora não haja competência, há jurisdição, os atos são preservados até a análise pelo juiz
efetivamente competente.
Primeiramente, é importante destacar que o NCPC adotou um sistema que tem por finalidade
conservar os efeitos do que foi decidido, ainda que o juiz seja declarado incompetente
(translatio iudicii).
Por exemplo, determinado juiz é declarado incompetente devido a uma regra de competência
absoluta. Em razão disso, determina-se a remessa dos autos ao Juiz competente para julgá-
la, conforme as regras de distribuição. Segundo a sistemática do “translatio iudicii”, os efeitos
materiais e processuais daquele processo permanecem válidos, mesmo que proferidos por juiz
incompetente. Esses efeitos somente deixarão de persistir, quando o magistrado efetivamente
competente analisar o assunto novamente.

Se a ação transitar em julgado é cabível a NÃO cabe ação rescisória, pois há


ação rescisória. prorrogação da competência.

Alteração superveniente da competência


Mudança superveniente de competência
implica o deslocamento da causa para outro
relativa não produz efeitos.
juízo, exceto a perpetuação da competência.

Quanto ao caráter absoluto ou relativo da competência, temos os arts. 62 e 63,


caput, ambos do NCPC:
Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é
inderrogável por convenção das partes.
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território,
elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.

Ainda quanto ao quadro acima, temos o art. 64, do NCPC:


Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar
de contestação.
§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de
jurisdição e deve ser declarada de ofício.
§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de
incompetência.
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo
competente.

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§ 4º SALVO decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de


decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o
caso, pelo juízo competente.

O art. 65, por sua vez, estabelece a prorrogação da competência relativa:


Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa SE o réu NÃO alegar a
incompetência em preliminar de contestação.
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas
causas em que atuar.

Confira uma questão:

(TRT23ªR/Juiz do Trabalho Substituto/2014)


Analise as proposituras abaixo e responda:
I) A Jurisdição é uma função do Estado, por meio da qual ele soluciona os conflitos de
interesse de forma coercitiva, aplicando a lei geral e abstrata aos casos concretos que lhe
são submetidos.
II) A Jurisdição possui como características a substitutividade, a definitividade,
imperatividade, inafastabilidade, a inércia e indelegabilidade.
III) Reconhecida a incompetência absoluta, deve o juiz remeter os autos ao juízo
competente, sendo nulos os atos decisórios praticados até então. Mesmo que a sentença
transite em julgado, a incompetência absoluta ensejará o ajuizamento de ação rescisória.
IV) A incompetência relativa deve ser arguida por meio de exceção de incompetência, no
prazo da contestação, sob pena de preclusão, contudo o juiz poderá declará-la de ofício,
caso haja prejuízo para quaisquer das partes.
V) As ações possessórias em regra são consideradas reais imobiliárias e a competência para
julgá-las é do foro de situação da coisa.
a) Apenas a propositura IV é falsa.
b) São verdadeiras apenas as assertivas I, II e V.
c) São verdadeiras apenas as assertivas II, III e V.
d) Apenas a propositura V é falsa.
e) As assertivas I e IV são corretas.

O item I está perfeito e retrata o conceito clássico de jurisdição.


O item II também está correto, retratando características relevantes da
jurisdição. Importante registrar que a imperatividade é considerada por alguns
como característica, dado o poder de ser lei no caso concreto.
O item III está incorreto à luz do NCPC, conforme consta do §4º, do art. 64,
exceto no caso de decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os
efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida,
se for o caso, pelo juízo competente.
O item IV também está incorreto à luz do NCPC, pois a incompetência relativa
deve ser arguida em preliminar de contestação. Além disso, não poderá ser
declarada de ofício.

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O item V está correto conforme o art. 47, do NCPC.


Desse modo, está correta a alternativa B.

2.9 - Conflito de Competência


Para encerrar definitivamente as regras relativas à distribuição de competência,
vamos estudar o art. 66, do NCPC, que trata do conflito de competência.
De acordo com a doutrina3, o conflito de competência é o fato de dois ou mais
juízes se darem por competentes (conflito positivo) ou incompetentes (conflito
negativo) para o julgamento da mesma causa ou de mais uma causa.
Portanto:

ambos os juízes
negativo reputam-se
incompetentes
CONFLITO DE
COMPETÊNCIA
ambos os juízes
positivos reputam-se
competentes

Importante destacar que não há conflito de competência se, entre os juízes,


houver diferença hierárquica. Por exemplo, suposto conflito entre juiz de direito
de determinado estado e o Tribunal de Justiça da mesma unidade da federação.
Nesse caso, o magistrado de primeiro grau vincula-se à decisão de segundo grau.
Essas duas hipóteses estão previstas nos incs. I e II, do art. 66, do NCPC.
Contudo, temos, ainda, o inc. III, que determina o conflito quanto restar
controverso a possibilidade, ou não, de reunião ou de separação de processos.
Veja:
Art. 66. Há conflito de competência quando:
I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes;
II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a
competência;
III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de
processos.
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o
conflito, SALVO se a atribuir a outro juízo.

Para encerrar, é importante observar que o conflito deve ser suscitado pelo
magistrado que não concordar com o juiz anterior, não acolhendo a competência

3
DIDER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: introdução ao Direito Processual Civil,
Parte Geral e Processo de Conhecimento. Vol. 1, 18ª edição, rev., ampl. e atual., Bahia: Editora
JusPodvim, 2016, p. 239.

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declinada, exceto se ele remeter a ação a um terceiro juiz. Esse terceiro poderá
acolher a competência ou, se não concordar, deverá suscitar o conflito.
Importante registrar que o julgamento do conflito de competência se dá pela
autoridade judiciária superior aos dois ou mais juízes conflitantes e será sempre
um tribunal. Veja alguns exemplos:
 se o conflito for entre dois Juízes do mesmo estado  competência do TJ
 se o conflito for entre dois Juízes Federais do mesmo TRF  competência do TRF
 se o conflito for entre juízes estaduais de Estados distintos  competência do STJ
 se o conflito for entre juízes federais de Estados distintos  competência do STJ
 se for conflito entre juiz estadual e juiz federal  competência do STJ

3 - Cooperação Nacional
Para finalizarmos o conteúdo teórico pertinente à aula de hoje, vamos estudar a
questão relativa à cooperação nacional, estabelecida entre os arts. 67 e 69, do
NCPC.
Os órgãos jurisdicionais devem atuar em cooperação recíproca na condução da
atividade jurisdicional, independentemente da instância ou se for da justiça
estadual ou federal. É o que estabelece o art. 67:
Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em
todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores, incumbe o
dever de recíproca cooperação, por meio de seus magistrados e servidores.

Nesse contexto, podem ser praticados quaisquer atos processuais no exercício da


cooperação, conforme prevê o art. 68. Já o art. 69 estabelece alguns exemplos
de atos que podem ser praticados pela via da cooperação, sem a necessidade de
maiores formalidades. Leia:
Art. 68. Os juízos poderão formular entre si pedido de cooperação para prática de
QUALQUER ato processual.
Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente atendido, prescinde de
forma específica e pode ser executado como:
I - auxílio direto;
II - reunião ou apensamento de processos;
III - prestação de informações;
IV - atos concertados entre os juízes cooperantes.
§ 1o As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o regime previsto neste Código.
§ 2o Os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão consistir, além de outros, no
estabelecimento de procedimento para:
I - a prática de citação, intimação ou notificação de ato;
II - a obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoimentos;
III - a efetivação de tutela provisória;
IV - a efetivação de medidas e providências para recuperação e preservação de empresas;
V - a facilitação de habilitação de créditos na falência e na recuperação judicial;

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VI - a centralização de processos repetitivos;


VII - a execução de decisão jurisdicional.
§ 3o O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos jurisdicionais de
diferentes ramos do Poder Judiciário.

Com isso, encerramos o conteúdo teórico pertinente à aula de hoje.

4 – Questões
Na aula de hoje temos 30 questões ao total. 01 delas estão no corpo do conteúdo
teórico e, na sequência, você tem uma bateria com 29 questões anteriores.
Trouxemos para o material, as mais recentes questões de Direito Processual Civil
já com a estrutura do NCPC. Em relação às demais, procuramos adaptá-las para
simular a realidade de provas de vocês.
Estatisticamente, das 29 questões desta aula, temos:

AULA 02

30

25

20 29

15

10

0
Competência

Como você pode perceber, a cobrança em prova é bem dividida. Como sugestão,
intensifique o estudo nas:
 competência territorial no CPC.

4.1 - Questões sem Comentários


Questão 01 – FCC/TRT-14ª – TJAA – 2016
Isael, advogado, viaja para a Espanha para fazer um curso com duração de
6 meses na Universidade de Salamanca. Durante o trâmite do curso, Isael
acaba se envolvendo em um acidente automobilístico e vem a óbito no local.
Isael tem domicílio na cidade de Guajará-Mirim, Rondônia, onde reside
sozinho há mais de dez anos e todos os seus bens imóveis estão situados na
cidade de Salvador (Bahia), onde nasceu e foi criado. Os filhos de Isael,
únicos herdeiros, residem na cidade de São Paulo, onde cursam

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universidades. Isael saiu do Brasil rumo à Espanha do Aeroporto


Internacional do Rio de Janeiro. Neste caso, nos termos estabelecidos pelo
Código de Processo Civil, a competência para processamento do inventário
será o foro da
a) comarca de São Paulo, onde residem os herdeiros do falecido.
b) comarca do Rio de Janeiro, último local onde o falecido esteve no Brasil.
c) comarca de Salvador, onde estão situados os bens imóveis do falecido.
d) cidade de Salamanca, na Espanha, onde ocorreu o óbito.
e) comarca de Guajará-Mirim, no estado de Rondônia, onde está situado o
domicílio do autor da herança.

Questão 02 – FCC - DPE/BA – Defensor - 2016


Sobre a competência,
a) a ação fundada em direito real sobre bem móvel será proposta, em regra,
no foro da situação da coisa.
b) a ação possessória imobiliária será proposta no foro da situação da coisa,
cujo juízo tem competência absoluta.
c) são irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas
posteriormente ao registro ou à distribuição da petição inicial, ainda que
alterem competência absoluta.
d) serão remetidos à Justiça Federal os processos nos quais intervier a União,
incluindo as ações de recuperação judicial e falência.
e) uma vez remetidos os autos à Justiça Federal, em razão de intervenção
da União, o juízo federal suscitará conflito de competência se,
posteriormente, esta for excluída do processo.

Questão 03 – CESPE/TCE-PR – Auditor – 2016


A respeito da competência, assinale a opção correta.
a) Declarada a incompetência, poderá ser conservado o efeito de decisão
proferida por juiz absolutamente incompetente.
b) Tendo o réu domicílio certo, a propositura de execução fiscal no foro da
sua residência enseja a extinção do processo caso não seja emendada a
inicial.
c) Sendo demandado estado da Federação, a ação deverá ser proposta pelo
réu, obrigatoriamente, no foro onde tiver ocorrido o ato que deu origem à
demanda.
d) Por ser matéria de ordem pública, sendo abusiva a cláusula de eleição de
foro, a ineficácia pode ser alegada a qualquer momento antes da sentença.
e) A atuação do MP como custos legis impede a arguição de incompetência
relativa do juízo.

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Questão 04 – FGV/TJ-PI – AJOAF – 2015 – adaptada ao NCPC


Günther, empresário alemão com domicílio em Teresina/PI, vem a falecer
durante visita à Alemanha, deixando bens em território brasileiro. Nesse
caso, à luz do disposto na Constituição e no Código de Processo Civil, a
justiça brasileira:
a) não é competente para conhecer de ações em que o espólio de Günther
for réu, nem para processar o inventário de seus bens;
b) é competente para processar o inventário dos bens deixados por Günther
no Brasil, bem como para conhecer de ações em que o seu espólio for réu;
c) é competente para processar o inventário dos bens deixados por Günther
no Brasil e no exterior, mas não para conhecer de ações em que o seu espólio
for réu;
d) é competente para processar o inventário dos bens deixados por Günther
no Brasil, mas não para processar o inventário de eventuais bens deixados
no exterior e conhecer de ações em que o seu espólio for réu;
e) é competente para processar o inventário dos bens deixados por Günther
no Brasil e no exterior, bem como para conhecer de ações em que o seu
espólio for réu.

Questão 05 – CESPE/TRE-RS – AJAJ – 2015 – adaptada ao


NCPC
Os órgãos do Poder Judiciário exercem a jurisdição, que é delimitada
seguindo-se as regras de distribuição da competência previstas no
ordenamento jurídico brasileiro. Acerca desse assunto, assinale a opção
correta.
a) O réu deve, por meio de exceção, alegar a incompetência absoluta, sob
pena de preclusão, momento em que se prorrogará a competência do foro.
b) A incompetência absoluta, por não constituir matéria de ordem pública,
não pode ser reconhecida pelo juiz de ofício, devendo a parte alegá-la na
primeira oportunidade em que couber citá-la nos autos, sob pena de
responder integralmente pelas custas.
c) A doutrina classifica a jurisdição, quanto ao organismo que a exerce, como
comum e especial. A jurisdição comum é exercida pela justiça estadual,
enquanto a jurisdição especial é exercida pelas justiças federal, trabalhista,
eleitoral e militar.
d) A incompetência absoluta do juízo pode ser reconhecida de ofício.
e) Havendo conexão, o juiz pode ordenar a reunião de ações propostas
separadamente, a fim de que sejam decididas simultaneamente. Correndo
em separado as ações conexas perante juízes que têm a mesma
competência territorial, considera-se prevento aquele que promoveu a
juntada da citação válida em primeiro lugar.

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Questão 06 – CESPE/TRE-MT – AJAJ – 2015 – adaptada ao


NCPC
Assinale a opção correta, no que se refere à competência no processo civil.
a) A competência estabelecida por critérios em razão do valor e territorial
podem ser prorrogados em razão da conexão, continência e inércia da parte.
b) Havendo conexão entre demandas, se os diferentes juízos para os quais
foram distribuídas as ações não tiverem a mesma competência territorial, a
prevenção será daquele que primeiro realizou a citação válida do réu.
c) Em se tratando de ação fundada em direito real sobre imóvel, a
competência é relativa se o litígio recai sobre direito de vizinhança.
d) Distribuídas ações a diferentes juízos, para a modificação da competência
pela conexão, exige-se a demonstração de que entre as demandas há
identidade do objeto e da causa de pedir.
e) A declaração de incompetência absoluta importa em reconhecimento da
invalidade de todos os atos até então praticados perante o juízo
incompetente.

Questão 07 – FCC/TRE-PB – AJAA – 2015


No tocante a competência interna prevista no Código de Processo Civil
brasileiro, considere:
I. Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele será demandado
onde for encontrado ou no foro do domicílio do autor.
II. Havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão demandados
necessariamente no foro do autor.
III. A competência em razão da matéria e da hierarquia é inderrogável por
convenção das partes; mas estas podem modificar a competência em razão
do valor e do território, elegendo foro onde serão propostas as ações
oriundas de direitos e obrigações.
IV. A competência, em razão do valor e do território, poderá modificar-se
pela conexão ou continência.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I, III e IV.
b) II e III.
c) I, II e IV.
d) II e IV.
e) I e III.

Questão 08 – FCC/TRE-AP – AJAA – 2015

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Considere as seguintes hipóteses: O Processo A e o Processo B possuem em


comum o objeto. O Processo C e o Processo D possuem em comum a causa
de pedir. Nestes casos,
a) há continência entre os processos A e B e entre os processos C e D.
b) há conexão entre os processos A e B e entre os processos C e D.
c) há conexão entre os processos A e B e continência entre os processos C
e D.
d) há continência entre os processos A e B e conexão entre os processos C
e D.
e) não há continência e nem conexão entres os processos A e B, nem entre
os processos C e D.

Questão 09 – FCC/TRE-AP – Analista Judiciário – Judiciária –


2015
Considere a seguinte situação hipotética: Marcos, advogado recém formado,
irá ajuizar duas ações. A ação A é fundada em direito pessoal e a ação B é
fundada em direito real sobre bem móvel. Nestes casos, de acordo com o
Código de Processo Civil brasileiro, em regra,
a) a ação A será ajuizada no foro do domicílio do autor e a ação B no foro
do domicilio do réu.
b) ambas as ações serão ajuizadas no foro do domicílio do réu.
c) a ação A será ajuizada no foro do domicílio do réu e a ação B no foro do
domicilio do autor.
d) ambas as ações serão ajuizadas no foro do domicílio do autor.
e) em ambas as ações o autor poderá escolher entre o foro do domicílio do
autor ou do domicílio do réu.

Questão 10 – CONSULPLAN/TJ-MG – Juiz Leigo – 2015


Considerando se as disposições do Código de Processo Civil vigente sobre a
competência dos órgãos jurisdicionais, é correto afirmar que:
a) a competência dos órgãos judiciários é estabelecida no momento em que
a ação é contestada.
b) as ações fundadas em direitos reais sobre bens móveis serão propostas,
em regra, no foro do domicílio do autor.
c) nas ações de reparação do dano sofrido em razão de delito ou acidente
de veículos, será competente o foro do domicílio do réu.
d) a autoridade judiciária brasileira é competente para proceder a inventário
e partilha de bens situados no Brasil, mesmo que o inventariado seja
estrangeiro e tenha residido em outro país.

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Questão 11 – CESGRANRIO/LIQUIGÁS – Professor Júnior –


Direito – 2015
Sr. X promove ação de cobrança de determinado crédito em face de Sra. Z.
Sra. Z é domiciliada em Bebedouro - SP. Sr. X é domiciliado em Sorocaba-
SP. A ação é proposta em Presidente Prudente - SP. A ré não apresenta
exceção de competência.
Nesse caso, ocorrerá a denominada
a) prorrogação de competência
b) eleição de competência
c) convenção de competência
d) negação de competência
e) declaração de competência

Questão 12 – FGV/TJ-RO – Técnico Judiciário – 2015


No curso de um processo, em que o genitor pede em face da genitora a
guarda unilateral de seu filho, o juízo identificou que ali já tramitava outro
feito referente ao mesmo pedido, embora formulado pela avó materna em
face da genitora.
Em razão dessa circunstância, deverá o juiz:
a) determinar o prosseguimento de ambos os processos, sem reuni-los, uma
vez que as partes não coincidem;
b) determinar a reunião de ambos os feitos para julgamento em conjunto,
por força da conexão entre as causas e da necessidade de se afastar o risco
de prolação de decisões conflitantes;
c) extinguir o segundo processo distribuído, porque já está sendo discutida
a guarda do menor em outro feito;
d) extinguir o segundo processo, porque configurada a hipótese de
litispendência;
e) determinar a reunião de ambos os feitos para julgamento em conjunto,
dada a identidade do polo passivo, embora não ocorra a conexão.

Questão 13 – FUNCAB/Faceli – Procurador – 2015 – adaptada


ao NCPC
São condições para o provimento final ou legítimo exercício do direito de
ação:
a) capacidade de fato, interesse de agir e forma prescrita ou não defesa em
lei.
b) possibilidade jurídica do pedido, existência de direito material e interesse
de agir.

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c) legitimação para a causa, resistência à direito subjetivo e interesse de


agir.
d) violação de direito, interesse de agir e legitimidade das partes.
e) interesse de agir e legitimidade para a causa.

Questão 14 – FCC/TJ-AL – Juiz Substituto – 2015


A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser
declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de
domicílio do réu.
Esta norma refere-se à competência
a) em razão da pessoa.
b) funcional.
c) absoluta.
d) relativa.
e) em razão da matéria.

Questão 15 – CONSULPLAN/TJ-MG – Titular de Serviços de


Notas e de Registros – Provimento – 2015 – adaptada ao NCPC
Sobre a incompetência relativa, observando o CPC, é correto afirmar:
a) Pode ser suscitada a qualquer tempo e grau de jurisdição.
b) Será decidida por decisão terminativa.
c) Será arguida em preliminar de contestação.
d) Será decidida por sentença definitiva.

Questão 16 – CONSULPLAN/TJ-MG – Titular de Serviços de


Notas e de Registros – Provimento – 2015
Quanto à competência absoluta, assinale a opção correta:
a) Pode ser alterada apenas até a contestação.
b) Pode ser prorrogada por convenção das partes.
c) Pode ser prorrogada pelo juiz.
d) Não pode ser modificada ou prorrogada pela vontade das partes e do
órgão jurisdicional.

Questão 17 – FCC/TCM-RJ – Auditor – Substituto de


Conselheiro – 2015
A respeito da competência, considere
I. A incompetência absoluta deve ser arguida no âmbito de exceção de
incompetência.

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II. Declarada a incompetência absoluta, todos os atos do processo são


declarados nulos, por afrontarem expressa disposição de lei.
III. Declarada a incompetência absoluta, o processo é extinto sem resolução
de mérito, por ausência de condições da ação.
IV. Duas ou mais ações são conexas quando comum o objeto ou a causa de
pedir.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) IV.
b) II, III e IV.
c) I, II e III.
d) I, II e IV.
e) I e III.

Questão 18 – FCC/TCE-CE – Analista de Controle Externo –


Atividade Jurídica – 2015
As ações fundadas em direito real sobre bens
a) móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu, tratando-
se de competência relativa.
b) móveis serão propostas, em regra, no foro da situação da coisa, tratando-
se de competência absoluta.
c) imóveis serão propostas sempre no foro da situação da coisa, tratando-
se de competência relativa.
d) móveis serão propostas sempre no foro do domicílio do réu, tratando-se
de competência absoluta.
e) imóveis serão propostas sempre no foro do domicílio do réu, tratando-se
de competência absoluta.

Questão 19 – VUNESP/MPE-SP – Analista de Promotoria –


2015 – Adaptada ao NCPC
Havendo modificação de competência no curso de um processo, em razão
de incompetência absoluta, os atos processuais já praticados
a) são ineficazes, devendo a ação prosseguir com nova citação.
b) são anuláveis.
c) estão automaticamente invalidados.
d) podem ser ratificados pelo juízo competente.
e) terão seus efeitos conservados, salvo decisão judicial em sentido
contrário.

Questão 20 – FCC/TJ-RR – Juiz Substituto – 2015

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Quanto à competência,
a) se reconhecida a incompetência absoluta, o processo será extinto, sem
resolução do mérito.
b) sua estabilidade se dá no momento do registro ou da distribuição da
petição inicial.
c) da decisão que reconhecer a incompetência relativa, não cabe recurso,
por ausência de gravame às partes.
d) como regra geral, são relevantes as modificações do estado de fato ou de
direito ocorridas posteriormente à determinação da competência.
e) as ações fundadas em direito real sobre móveis devem ser propostas em
regra no foro da situação da coisa, no momento da propositura.

Questão 21 – FCC/TER-RR – Analista Judiciário – Área


Judiciária – 2015
No tocante à competência territorial, considere:
I. Quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil, a ação será
proposta no foro do domicílio do autor. Se este também residir fora do Brasil,
a ação será proposta obrigatoriamente no foro do réu.
II. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para
o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de
última vontade e todas as ações em que o espólio for réu, exceto se o óbito
tenha ocorrido no estrangeiro.
III. Nas ações de reparação do dano sofrido em razão de delito ou acidente
de veículos, será competente o foro do domicílio do autor ou do local do fato.
IV. Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro
da situação da coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio
ou de eleição, não recaindo o litígio sobre direito de propriedade, vizinhança,
servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, III e IV.
b) I e II.
c) I, II e III.
d) III e IV.
e) II, III e IV.

Questão 22 – CONSULPLAN/TJ-MG – Titular de Serviços de


Notas e de Registro – 2015 – adaptada ao NCPC
A respeito de competência, marque a alternativa INCORRETA:
a) A competência territorial é, em regra, relativa.

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b) A incompetência territorial deve ser arguida, segundo a norma legal, por


meio de preliminar de contestação, na primeira oportunidade em que
cumprir à parte se manifestar nos autos.
c) Reconhecida a incompetência absoluta, remetem-se os autos ao juiz
competente, reputando-se nulos todos os atos praticados, inclusive os
decisórios.
d) A incompetência absoluta pode ser reconhecida pelo magistrado ex officio.

Questão 23 – FCC/TCM-GO – Auditor Conselheiro Substituto –


2015
Quanto à competência, é correto afirmar:
a) As mudanças de domicílio do réu, depois de ajuizada a demanda, não
alteram a competência, já estabilizada com a propositura da ação.
b) Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele será demandado
no foro de seu último domicílio.
c) A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre
bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do autor.
d) A competência é determinada no momento em que a ação é proposta;
são, porém, relevantes, como regra geral, as modificações do estado de fato
ou de direito ocorridas posteriormente.
e) A ação intentada perante tribunal estrangeiro induz litispendência,
obstando a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e
das que lhe são conexas.

Questão 24 – FCC/TCM-GO – Auditor Controle Externo –


Jurídica – 2015
No tocante à competência,
a) ocorrendo em separado ações conexas perante juízes que têm a mesma
competência territorial, considera-se prevento aquele que saneou o feito em
primeiro lugar.
b) a conexão de causas é matéria de ordem privada, dependendo de
requerimento da parte para ser conhecida pelo juiz.
c) para a ação em que se pedem alimentos, é competente o foro do domicílio
ou da residência do alimentante.
d) quando decorrer da matéria e do território poderá modificar-se pela
conexão ou continência.
e) como regra normativa, nas ações de reparação do dano sofrido em razão
de delito ou acidente de veículos, será competente o foro do domicílio do
autor ou do local do fato.

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Questão 25 – CONSULPLAN/TJ-MG – Titular de Serviços de


Notas e de Registros – 2015
Sobre a conexão entre ações, marque a alternativa correta:
a) Ocorrendo a conexão entre ações cujos juízes tem a mesma competência
territorial, considera-se prevento aquele que teve o processo distribuído em
primeiro lugar.
b) Ocorrendo a conexão entre ações cujos juízes tem competência territorial
diversa, considera-se prevento aquele que tiver primeiro realizado a citação
válida.
c) Havendo conexão entre as ações o Juiz não pode ex officio ordenar a
reunião das ações propostas em separado.
d) Dá-se a conexão entre duas ou mais ações sempre que há identidade
quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais
amplo, abrange o das outras.

Questão 26 – FGV/TJ-BA – Técnico Judiciário – Escrevente –


Área Judiciária – 2015
A incompetência territorial:
a) pode ter natureza absoluta, quando fundada em critérios de ordem
pública;
b) deve ser alegada na primeira oportunidade, sob pena de preclusão;
c) deve ser arguida pela parte que propôs a demanda;
d) pode ser conhecida no curso do processo, em qualquer tempo ou grau de
jurisdição;
e) pode levar à extinção do processo sem resolução do mérito.

Questão 27 – FCC/TRT – 6ª REGIÃO (PE) – Juiz do Trabalho


Substituto – 2015
José e Pedro celebraram contrato de compra e venda a prestação de um
veículo. Tendo Pedro deixado de pagar as prestações, José moveu ação de
cobrança e Pedro, ação de rescisão de contrato, por vício redibitório. Nesse
caso, há, entre as ações propostas,
a) coisa julgada.
b) conexão.
c) afinidade que não acarreta conexão, litispendência ou continência.
d) litispendência.
e) continência.

Questão 28 - FAURGS/TJ-RS – Analista Judiciário – 2012 –


adaptada ao NCPC

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Assinale a alternativa que apresenta a afirmação correta sobre a disciplina


da intervenção de terceiros prevista no Código de Processo Civil.
a) Quem pretender a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu,
em sua totalidade, poderá, até o trânsito em julgado da sentença, oferecer
oposição contra ambos.
b) O direito regressivo será exercido por incidente nos próprios autos
independentemente de a denunciação da lide ser indeferida, deixar de ser
promovida ou não for permitida.
c) A oposição, oferecida antes da audiência, correrá de forma autônoma e
suspenderá o julgamento da ação principal.
d) É admissível a denunciação da lide àquele que estiver obrigado a
indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.
e) É inadmissível o chamamento ao processo do devedor, na ação em que o
fiador for autor.

Questão 29 - FAURGS/TJ-RS – Analista Judiciário – 2012 –


adaptada ao NCPC
Assinale a alternativa que apresenta a afirmação correta sobre a disciplina
da intervenção de terceiros prevista no Código de Processo Civil.
a) Quem pretender a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu,
em sua totalidade, poderá, até o trânsito em julgado da sentença, oferecer
oposição contra ambos.
b) O direito regressivo será exercido por incidente nos próprios autos
independentemente de a denunciação da lide ser indeferida, deixar de ser
promovida ou não for permitida.
c) A oposição, oferecida antes da audiência, correrá de forma autônoma e
suspenderá o julgamento da ação principal.
d) É admissível a denunciação da lide àquele que estiver obrigado a
indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.
e) É inadmissível o chamamento ao processo do devedor, na ação em que o
fiador for autor.

4.2 - Gabarito
Questão 01 – E Questão 02 – B

Questão 03 – A Questão 04 – B

Questão 05 – D Questão 06 – A

Questão 07 – A Questão 08 – B

Questão 09 – B Questão 10 – D

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Questão 11 – A Questão 12 – B

Questão 13 – E Questão 14 – D

Questão 15 – C Questão 16 – D

Questão 17 – A Questão 18 – A

Questão 19 – E Questão 20 – B

Questão 21 – D Questão 22 – C

Questão 23 – A Questão 24 – E

Questão 25 – A Questão 26 – A

Questão 27 – B Questão 28 – D

Questão 29 – D

4.3 - Questões com Comentários


Questão 01 – FCC/TRT-14ª – TJAA – 2016
Isael, advogado, viaja para a Espanha para fazer um curso com duração de
6 meses na Universidade de Salamanca. Durante o trâmite do curso, Isael
acaba se envolvendo em um acidente automobilístico e vem a óbito no local.
Isael tem domicílio na cidade de Guajará-Mirim, Rondônia, onde reside
sozinho há mais de dez anos e todos os seus bens imóveis estão situados na
cidade de Salvador (Bahia), onde nasceu e foi criado. Os filhos de Isael,
únicos herdeiros, residem na cidade de São Paulo, onde cursam
universidades. Isael saiu do Brasil rumo à Espanha do Aeroporto
Internacional do Rio de Janeiro. Neste caso, nos termos estabelecidos pelo
Código de Processo Civil, a competência para processamento do inventário
será o foro da
a) comarca de São Paulo, onde residem os herdeiros do falecido.
b) comarca do Rio de Janeiro, último local onde o falecido esteve no Brasil.
c) comarca de Salvador, onde estão situados os bens imóveis do falecido.
d) cidade de Salamanca, na Espanha, onde ocorreu o óbito.
e) comarca de Guajará-Mirim, no estado de Rondônia, onde está situado o
domicílio do autor da herança.

Comentários
Nos termos estabelecidos pelo Novo Código, a competência para processamento
do inventário será o foro da comarca de Guajará-Mirim, no estado de Rondônia,
onde está situado o domicílio do autor da herança.

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Vejamos o art. 48, do NCPC.


Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o
inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a
impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio
for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.

Portanto, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

Questão 02 – FCC - DPE/BA – Defensor - 2016


Sobre a competência,
a) a ação fundada em direito real sobre bem móvel será proposta, em regra,
no foro da situação da coisa.
b) a ação possessória imobiliária será proposta no foro da situação da coisa,
cujo juízo tem competência absoluta.
c) são irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas
posteriormente ao registro ou à distribuição da petição inicial, ainda que
alterem competência absoluta.
d) serão remetidos à Justiça Federal os processos nos quais intervier a União,
incluindo as ações de recuperação judicial e falência.
e) uma vez remetidos os autos à Justiça Federal, em razão de intervenção
da União, o juízo federal suscitará conflito de competência se,
posteriormente, esta for excluída do processo.

Comentários
Questão que aborda o conhecimento da competência territorial interna, segundo
a disciplina do NCPC.
A alternativa A está incorreta, pois o art. 46, do NCPC, disciplina que, no caso
de “ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será
proposta, em regra, no foro de domicílio do réu”, e não sobre o foro da situação
da coisa.
A alternativa B é a correta e gabarito da questão. Ela cobrou expressamente o
§2º, do art. 47, do NCPC, que prevê competência do juízo da situação da coisa
para a ação possessória. Lembrando que essa é uma hipótese excepcional no
qual a competência territorial é absoluta.
A alternativa C está incorreta. De fato, são irrelevantes as modificações do
estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente ao registro ou à distribuição
da petição inicial, exceto no caso de competência absoluta,
A alternativa D também está incorreta, pois as ações de recuperação judicial e
falência constituem exceções à regra de remessa à Justiça Federal quando for

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parte a União, autarquias públicas e empresas públicas federais, do que se extrai


do art. 45, do NCPC.
A alternativa E está incorreta, pois o §3º, do art. 45, do NCPC, é expresso em
sentido contrário ao prever que o juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual
sem suscitar conflito se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for
excluído do processo.

Questão 03 – CESPE/TCE-PR – Auditor – 2016


A respeito da competência, assinale a opção correta.
a) Declarada a incompetência, poderá ser conservado o efeito de decisão
proferida por juiz absolutamente incompetente.
b) Tendo o réu domicílio certo, a propositura de execução fiscal no foro da
sua residência enseja a extinção do processo caso não seja emendada a
inicial.
c) Sendo demandado estado da Federação, a ação deverá ser proposta pelo
réu, obrigatoriamente, no foro onde tiver ocorrido o ato que deu origem à
demanda.
d) Por ser matéria de ordem pública, sendo abusiva a cláusula de eleição de
foro, a ineficácia pode ser alegada a qualquer momento antes da sentença.
e) A atuação do MP como custos legis impede a arguição de incompetência
relativa do juízo.

Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme art. 64, §4º,
do NCPC.
§ 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão
proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo
juízo competente.

A alternativa B está incorreta. Para o STJ, o réu não tem o direito de ser
demandado no seu domicílio. Ademais, o art. 45, §3º, do NCPC, estabelece
três possibilidades, de modo que não é caso de incompetência, como defende a
assertiva.
§ 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou
no do lugar onde for encontrado.

A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 52, do NCPC, a ação poderá
ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que
originou a demanda.
Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado
ou o Distrito Federal.
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser
proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que
originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado.

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A alternativa D está incorreta. A questão da abusividade da cláusula de eleição


de foro não pode ser alegada a qualquer momento. Segundo o art. 63, §4º, do
NCPC, citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro
na contestação, sob pena de preclusão.
A alternativa E está incorreta. A incompetência relativa pode ser alegada
pelo Ministério Público nas causas em que atuar. Vejamos o art. 65,
parágrafo único, do NCPC.
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério
Público nas causas em que atuar.

Questão 04 – FGV/TJ-PI – AJOAF – 2015 – adaptada ao NCPC


Günther, empresário alemão com domicílio em Teresina/PI, vem a falecer
durante visita à Alemanha, deixando bens em território brasileiro. Nesse
caso, à luz do disposto na Constituição e no Código de Processo Civil, a
justiça brasileira:
a) não é competente para conhecer de ações em que o espólio de Günther
for réu, nem para processar o inventário de seus bens;
b) é competente para processar o inventário dos bens deixados por Günther
no Brasil, bem como para conhecer de ações em que o seu espólio for réu;
c) é competente para processar o inventário dos bens deixados por Günther
no Brasil e no exterior, mas não para conhecer de ações em que o seu espólio
for réu;
d) é competente para processar o inventário dos bens deixados por Günther
no Brasil, mas não para processar o inventário de eventuais bens deixados
no exterior e conhecer de ações em que o seu espólio for réu;
e) é competente para processar o inventário dos bens deixados por Günther
no Brasil e no exterior, bem como para conhecer de ações em que o seu
espólio for réu.

Comentários
Nesse caso, à luz do disposto na Constituição e no Novo Código de Processo Civil,
a justiça brasileira é competente para processar o inventário dos bens deixados
por Günther no Brasil, bem como para conhecer de ações em que o seu espólio
for réu.
Vejamos o art. 48, do NCPC:
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o
inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a
impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio
for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.

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Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

Questão 05 – CESPE/TRE-RS – AJAJ – 2015 – adaptada ao


NCPC
Os órgãos do Poder Judiciário exercem a jurisdição, que é delimitada
seguindo-se as regras de distribuição da competência previstas no
ordenamento jurídico brasileiro. Acerca desse assunto, assinale a opção
correta.
a) O réu deve, por meio de exceção, alegar a incompetência absoluta, sob
pena de preclusão, momento em que se prorrogará a competência do foro.
b) A incompetência absoluta, por não constituir matéria de ordem pública,
não pode ser reconhecida pelo juiz de ofício, devendo a parte alegá-la na
primeira oportunidade em que couber citá-la nos autos, sob pena de
responder integralmente pelas custas.
c) A doutrina classifica a jurisdição, quanto ao organismo que a exerce, como
comum e especial. A jurisdição comum é exercida pela justiça estadual,
enquanto a jurisdição especial é exercida pelas justiças federal, trabalhista,
eleitoral e militar.
d) A incompetência absoluta do juízo pode ser reconhecida de ofício.
e) Havendo conexão, o juiz pode ordenar a reunião de ações propostas
separadamente, a fim de que sejam decididas simultaneamente. Correndo
em separado as ações conexas perante juízes que têm a mesma
competência territorial, considera-se prevento aquele que promoveu a
juntada da citação válida em primeiro lugar.

Comentários
A alternativa A está incorreta. Somente a incompetência relativa poderá ser
prorrogada. Ademais, não custa destacar que se fala mais no NCPC em arguição
de exceção no caso de incompetência, que deve ser oposta como preliminar de
contestação na forma do art. 337, do NCPC.
A alternativa B está incorreta. A competência absoluta é uma regra criada
para atender ao interesse público. Dessa maneira pode ser reconhecida pelo
juiz de ofício, conforme art. 64, §1º, do NCPC.
§ 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e
deve ser declarada de ofício.

A alternativa C está incorreta. A doutrina classifica a jurisdição, quanto ao


organismo que a exerce, como comum e especial. A jurisdição comum é
exercida pela justiça federal em conjunto com a estadual, ao passo que a
jurisdição especial é exercida pelas justiças eleitoral, trabalhista e
militar.
A alternativa D está correta, conforme art. 64, §1º, do NPC, mencionado acima.
A alternativa E está incorreta. O NCPC prevê uma única regra determinante da
prevenção, o registro ou distribuição judicial, com base no art. 59, do NCPC.

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Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.

Questão 06 – CESPE/TRE-MT – AJAJ – 2015 – adaptada ao


NCPC
Assinale a opção correta, no que se refere à competência no processo civil.
a) A competência estabelecida por critérios em razão do valor e territorial
podem ser prorrogados em razão da conexão, continência e inércia da parte.
b) Havendo conexão entre demandas, se os diferentes juízos para os quais
foram distribuídas as ações não tiverem a mesma competência territorial, a
prevenção será daquele que primeiro realizou a citação válida do réu.
c) Em se tratando de ação fundada em direito real sobre imóvel, a
competência é relativa se o litígio recai sobre direito de vizinhança.
d) Distribuídas ações a diferentes juízos, para a modificação da competência
pela conexão, exige-se a demonstração de que entre as demandas há
identidade do objeto e da causa de pedir.
e) A declaração de incompetência absoluta importa em reconhecimento da
invalidade de todos os atos até então praticados perante o juízo
incompetente.

Comentários
A alternativa A está correta. Segundo o art. 63, do NCPC, as partes podem
modificar a competência em razão do valor e do território.
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território,
elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.

A alternativa B está incorreta. Com a entrada em vigor do Novo Código de


Processo Civil, a regra da prevenção é estabelecida com a distribuição/registro
da petição inicial, conforme prevê o art. 59.
A alternativa C está incorreta. Com base no art. 47, §1º, do NCPC, o autor não
pode optar pelo foro do domicílio do réu ou de eleição quando o litígio recair sobre
direito de vizinhança. A competência é absoluta e, portanto, a ação deve
ser proposta no foro da situação da coisa.
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não
recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de
terras e de nunciação de obra nova.

A alternativa D está incorreta. A conexão ocorre quando forem comuns o


pedido OU a causa de pedir.
A alternativa E está incorreta. O art. 64, §4º, menciona que os “efeitos da
decisão proferida pelo juízo incompetente” serão conservados.
4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão
proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo
juízo competente.

Questão 07 – FCC/TRE-PB – AJAA – 2015

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Técnico Judiciário
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No tocante a competência interna prevista no Código de Processo Civil


brasileiro, considere:
I. Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele será demandado
onde for encontrado ou no foro do domicílio do autor.
II. Havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão demandados
necessariamente no foro do autor.
III. A competência em razão da matéria e da hierarquia é inderrogável por
convenção das partes; mas estas podem modificar a competência em razão
do valor e do território, elegendo foro onde serão propostas as ações
oriundas de direitos e obrigações.
IV. A competência, em razão do valor e do território, poderá modificar-se
pela conexão ou continência.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I, III e IV.
b) II e III.
c) I, II e IV.
d) II e IV.
e) I e III.

Comentários
Vamos analisar cada um dos itens.
O item I está correto, prevê o art. 46, §2º, do NCPC.
§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for
encontrado ou no foro de domicílio do autor.

O item II está incorreto. De acordo com o art. 46, §4º, havendo dois ou mais
réus, com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer um deles,
à escolha do autor.
§ 4o Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro
de qualquer deles, à escolha do autor.

O item III está correto, pois reproduz os art. 62 e 63.


Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é
inderrogável por convenção das partes.
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território,
elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.

O item IV está correto. Vejamos o art. 54.


Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência,
observado o disposto nesta Seção.

Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

Questão 08 – FCC/TRE-AP – AJAA – 2015

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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – TJ-PE
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Considere as seguintes hipóteses: O Processo A e o Processo B possuem em


comum o objeto. O Processo C e o Processo D possuem em comum a causa
de pedir. Nestes casos,
a) há continência entre os processos A e B e entre os processos C e D.
b) há conexão entre os processos A e B e entre os processos C e D.
c) há conexão entre os processos A e B e continência entre os processos C
e D.
d) há continência entre os processos A e B e conexão entre os processos C
e D.
e) não há continência e nem conexão entres os processos A e B, nem entre
os processos C e D.

Comentários
A conexão e a contingência estão previstas nos art. 55 e 56 do NCPC.
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou
a causa de pedir.
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade
quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o
das demais.

Nesses casos, há conexão entre os processos A e B e entre os processos C e D.


Dessa forma, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

Questão 09 – FCC/TRE-AP – Analista Judiciário – Judiciária –


2015
Considere a seguinte situação hipotética: Marcos, advogado recém formado,
irá ajuizar duas ações. A ação A é fundada em direito pessoal e a ação B é
fundada em direito real sobre bem móvel. Nestes casos, de acordo com o
Código de Processo Civil brasileiro, em regra,
a) a ação A será ajuizada no foro do domicílio do autor e a ação B no foro
do domicilio do réu.
b) ambas as ações serão ajuizadas no foro do domicílio do réu.
c) a ação A será ajuizada no foro do domicílio do réu e a ação B no foro do
domicilio do autor.
d) ambas as ações serão ajuizadas no foro do domicílio do autor.
e) em ambas as ações o autor poderá escolher entre o foro do domicílio do
autor ou do domicílio do réu.

Comentários
A ação A é fundada em direito pessoal e a ação B é fundada em direito real sobre
bem móvel. Nesses casos, de acordo com o NCPC, em regra, ambas as ações
serão ajuizadas no foro do domicílio do réu, conforme art. 46, do NCPC.

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Técnico Judiciário
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Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será
proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.

Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

Questão 10 – CONSULPLAN/TJ-MG – Juiz Leigo – 2015


Considerando se as disposições do Código de Processo Civil vigente sobre a
competência dos órgãos jurisdicionais, é correto afirmar que:
a) a competência dos órgãos judiciários é estabelecida no momento em que
a ação é contestada.
b) as ações fundadas em direitos reais sobre bens móveis serão propostas,
em regra, no foro do domicílio do autor.
c) nas ações de reparação do dano sofrido em razão de delito ou acidente
de veículos, será competente o foro do domicílio do réu.
d) a autoridade judiciária brasileira é competente para proceder a inventário
e partilha de bens situados no Brasil, mesmo que o inventariado seja
estrangeiro e tenha residido em outro país.

Comentários
A alternativa A está incorreta. Segundo o art. 43, do NCPC, a competência é
estabelecida no momento em que a ação é proposta.
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição
da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito
ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a
competência absoluta.

A alternativa B está incorreta. As ações fundadas em direitos reais sobre bens


móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu, conforme art. 46,
do NCPC.
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será
proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.

A alternativa C está incorreta. Com base no art. 53, V, do NCPC, nas ações de
reparação do dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, será
competente o foro do domicílio do autor ou do local do fato.
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido
em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, em razão do que prevê


o art. 23, II, do NCPC.
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular
e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja
de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;

Questão 11 – CESGRANRIO/LIQUIGÁS – Professor Júnior –


Direito – 2015

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Sr. X promove ação de cobrança de determinado crédito em face de Sra. Z.


Sra. Z é domiciliada em Bebedouro - SP. Sr. X é domiciliado em Sorocaba-
SP. A ação é proposta em Presidente Prudente - SP. A ré não apresenta
exceção de competência.
Nesse caso, ocorrerá a denominada
a) prorrogação de competência
b) eleição de competência
c) convenção de competência
d) negação de competência
e) declaração de competência

Comentários
Nesse caso, de acordo com o art. 65, do NCPC, ocorrerá prorrogação de
competência.
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em
preliminar de contestação.

Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

Questão 12 – FGV/TJ-RO – Técnico Judiciário – 2015


No curso de um processo, em que o genitor pede em face da genitora a
guarda unilateral de seu filho, o juízo identificou que ali já tramitava outro
feito referente ao mesmo pedido, embora formulado pela avó materna em
face da genitora.
Em razão dessa circunstância, deverá o juiz:
a) determinar o prosseguimento de ambos os processos, sem reuni-los, uma
vez que as partes não coincidem;
b) determinar a reunião de ambos os feitos para julgamento em conjunto,
por força da conexão entre as causas e da necessidade de se afastar o risco
de prolação de decisões conflitantes;
c) extinguir o segundo processo distribuído, porque já está sendo discutida
a guarda do menor em outro feito;
d) extinguir o segundo processo, porque configurada a hipótese de
litispendência;
e) determinar a reunião de ambos os feitos para julgamento em conjunto,
dada a identidade do polo passivo, embora não ocorra a conexão.

Comentários
Em razão dessa circunstância, deverá o juiz determinar a reunião de ambos os
feitos para julgamento em conjunto, por força da conexão entre as causas e da
necessidade de se afastar o risco de prolação de decisões conflitantes.

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Visto que há identidade de objetos nas duas causas, houve conexão, conforme
art. 55, do NCPC. Consequentemente, deve haver reunião das duas ações a fim
de que sejam decididas ao mesmo tempo.
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido
ou a causa de pedir.
§ 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um
deles já houver sido sentenciado.
§ 2o Aplica-se o disposto no caput:
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato
jurídico;
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§ 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar
risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos
separadamente, mesmo sem conexão entre eles.

Dessa forma, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

Questão 13 – FUNCAB/Faceli – Procurador – 2015 – adaptada


ao NCPC
São condições para o provimento final ou legítimo exercício do direito de
ação:
a) capacidade de fato, interesse de agir e forma prescrita ou não defesa em
lei.
b) possibilidade jurídica do pedido, existência de direito material e interesse
de agir.
c) legitimação para a causa, resistência à direito subjetivo e interesse de
agir.
d) violação de direito, interesse de agir e legitimidade das partes.
e) interesse de agir e legitimidade para a causa.

Comentários
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Importante registrar que
o NCPC não fala mais expressamente em condições da ação, pelo que devemos
considerá-la apenas se a questão referir expressamente.

Questão 14 – FCC/TJ-AL – Juiz Substituto – 2015


A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser
declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de
domicílio do réu.
Esta norma refere-se à competência
a) em razão da pessoa.
b) funcional.

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c) absoluta.
d) relativa.
e) em razão da matéria.

Comentários
Essa norma refere-se à competência relativa, pois somente ela, ao contrário da
competência absoluta, poderá ser alterada por acordo entre as partes, por
prorrogação ou quando dela declinar o juiz. A cláusula de eleição de foro refere-
se à fixação de competência territorial a qual, em regra, é relativa. Vejamos o
art. 63, §3º e §4º, do NCPC.
§ 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada
ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro
de domicílio do réu.
§ 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na
contestação, sob pena de preclusão.

Assim, a alternativa D está correta e é gabarito da questão.

Questão 15 – CONSULPLAN/TJ-MG – Titular de Serviços de


Notas e de Registros – Provimento – 2015 – adaptada ao NCPC
Sobre a incompetência relativa, observando o CPC, é correto afirmar:
a) Pode ser suscitada a qualquer tempo e grau de jurisdição.
b) Será decidida por decisão terminativa.
c) Será arguida em preliminar de contestação.
d) Será decidida por sentença definitiva.

Comentários
A alternativa A está incorreta. A competência absoluta poderá ser arguida a
qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição. A competência relativa deve
ser alegada como questão preliminar de contestação. Vejamos os arts. 64 e 65,
do NCPC.
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de
contestação.
§ 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e
deve ser declarada de ofício.
§ 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de
incompetência.
§ 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo
competente.
§ 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão
proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo
competente.
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em
preliminar de contestação.

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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – TJ-PE
Técnico Judiciário
Aula 02 – Prof. Ricardo Torques

Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas
causas em que atuar.

As alternativas B e D estão incorretas, pois a alegação de incompetência pode


ser acolhida ou não. Em todo caso, a decisão não será terminativa ou definitiva.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. A incompetência não
será o objeto principal do processo, devendo ser arguida em preliminar de
contestação.

Questão 16 – CONSULPLAN/TJ-MG – Titular de Serviços de


Notas e de Registros – Provimento – 2015
Quanto à competência absoluta, assinale a opção correta:
a) Pode ser alterada apenas até a contestação.
b) Pode ser prorrogada por convenção das partes.
c) Pode ser prorrogada pelo juiz.
d) Não pode ser modificada ou prorrogada pela vontade das partes e do
órgão jurisdicional.

Comentários
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão.
A competência absoluta não pode ser modificada ou prorrogada pela vontade das
partes e do órgão jurisdicional. Trata-se de competência legal pré-determinada
que não pode ser afastada. Apenas competência relativa permite prorrogação e
escolha das partes.

Questão 17 – FCC/TCM-RJ – Auditor – Substituto de


Conselheiro – 2015
A respeito da competência, considere
I. A incompetência absoluta deve ser arguida no âmbito de exceção de
incompetência.
II. Declarada a incompetência absoluta, todos os atos do processo são
declarados nulos, por afrontarem expressa disposição de lei.
III. Declarada a incompetência absoluta, o processo é extinto sem resolução
de mérito, por ausência de condições da ação.
IV. Duas ou mais ações são conexas quando comum o objeto ou a causa de
pedir.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) IV.
b) II, III e IV.
c) I, II e III.
d) I, II e IV.

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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – TJ-PE
Técnico Judiciário
Aula 02 – Prof. Ricardo Torques

e) I e III.

Comentários
Vamos analisar cada um dos itens.
O item I está incorreto. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como
questão preliminar de contestação, conforme prevê o art. 64, do NCPC.
Contudo, diz o § 1º, do mesmo artigo, que a incompetência absoluta poderá ser
alegada a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição.
O item II está incorreto. Conforme art. 64, §4º, salvo decisão judicial em sentido
contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo
incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.
O item III está incorreto. Ainda com base no art. 64, o §3º, o qual menciona que
caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao
juízo competente.
O item IV está correto. De acordo com o art. 55, reputam-se conexas duas ou
mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.
Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

Questão 18 – FCC/TCE-CE – Analista de Controle Externo –


Atividade Jurídica – 2015
As ações fundadas em direito real sobre bens
a) móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu, tratando-
se de competência relativa.
b) móveis serão propostas, em regra, no foro da situação da coisa, tratando-
se de competência absoluta.
c) imóveis serão propostas sempre no foro da situação da coisa, tratando-
se de competência relativa.
d) móveis serão propostas sempre no foro do domicílio do réu, tratando-se
de competência absoluta.
e) imóveis serão propostas sempre no foro do domicílio do réu, tratando-se
de competência absoluta.

Comentários
Com base no art. 46, do NCPC, as ações fundadas em direito real sobre bens
móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu. Além disso, trata-
se de competência relativa, pois as partes poderão dispor de forma diversa em
contrato.
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será
proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.

Portanto, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – TJ-PE
Técnico Judiciário
Aula 02 – Prof. Ricardo Torques

Lembre-se de que está incorreto afirmar que "o foro de ações sobre bem imóveis
é o da situação da coisa, cuja competência é relativa" porque essa NÃO É A
REGRA. Em regra, é ABSOLUTO o foro de situação da coisa para ajuizamento de
ações que envolvam bens imóveis.

Excepcionalmente, nas hipóteses do §1º, do art. 47, do NCPC, temos a


possibilidade de flexibilização (ou melhor, de relativização) da competência.
Assim, embora a alternativa permita interpretação correta, ela inverte a regra de
competência, o que a torna incorreta.

Questão 19 – VUNESP/MPE-SP – Analista de Promotoria –


2015 – Adaptada ao NCPC
Havendo modificação de competência no curso de um processo, em razão
de incompetência absoluta, os atos processuais já praticados
a) são ineficazes, devendo a ação prosseguir com nova citação.
b) são anuláveis.
c) estão automaticamente invalidados.
d) podem ser ratificados pelo juízo competente.
e) terão seus efeitos conservados, salvo decisão judicial em sentido
contrário.

Comentários
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. No NCPC, há aplicação
do princípio do aproveitamento dos atos processuais. Assim, apenas de
declarados inválidos pelo juízo competente, os atos praticados serão afastados
do processo.
Vejamos o art. 64, § 4º, do NCPC.
§ 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão
proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo
competente.

Questão 20 – FCC/TJ-RR – Juiz Substituto – 2015


Quanto à competência,
a) se reconhecida a incompetência absoluta, o processo será extinto, sem
resolução do mérito.
b) sua estabilidade se dá no momento do registro ou da distribuição da
petição inicial.
c) da decisão que reconhecer a incompetência relativa, não cabe recurso,
por ausência de gravame às partes.
d) como regra geral, são relevantes as modificações do estado de fato ou de
direito ocorridas posteriormente à determinação da competência.

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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – TJ-PE
Técnico Judiciário
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e) as ações fundadas em direito real sobre móveis devem ser propostas em


regra no foro da situação da coisa, no momento da propositura.

Comentários
A alternativa A está incorreta. Se reconhecida a incompetência absoluta do
juízo, os autos serão encaminhados ao juízo, sem a necessidade de sentença,
conforme art. 64, §2º, do NCPC.
§ 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação
de incompetência.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois se refere ao art. 43.


Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição
da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito
ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a
competência absoluta.

A alternativa C está incorreta. A matéria deverá ser impugnada quando da


apresentação do recurso de apelação, pois não haver previsão específica no art.
1.015, do NCPC.
Quanto à recorribilidade da decisão em incompetência relativa, não obstante não
haver previsão específica no art. 1.015, do NCPC, a doutrina entende que é
cabível o agravo de instrumento. Cito, por exemplo, o Prof. Marinoni.
Outros doutrinadores, entendem que dada a taxatividade do dispositivo do
Código a parte somente poderia recorrer na apelação. Esse foi o entendimento
adotado pela questão.
A alternativa D está incorreta. Como citado acima, o art. 43 prevê que são
irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas
posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a
competência absoluta.
A alternativa E está incorreta. De acordo com o art. 47, as ações fundadas em
direito real sobre imóveis devem ser propostas, em regra, no foro da situação da
coisa.
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de
situação da coisa.

Questão 21 – FCC/TER-RR – Analista Judiciário – Área


Judiciária – 2015
No tocante à competência territorial, considere:
I. Quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil, a ação será
proposta no foro do domicílio do autor. Se este também residir fora do Brasil,
a ação será proposta obrigatoriamente no foro do réu.
II. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para
o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de
última vontade e todas as ações em que o espólio for réu, exceto se o óbito
tenha ocorrido no estrangeiro.

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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – TJ-PE
Técnico Judiciário
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III. Nas ações de reparação do dano sofrido em razão de delito ou acidente


de veículos, será competente o foro do domicílio do autor ou do local do fato.
IV. Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro
da situação da coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio
ou de eleição, não recaindo o litígio sobre direito de propriedade, vizinhança,
servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, III e IV.
b) I e II.
c) I, II e III.
d) III e IV.
e) II, III e IV.

Comentários
Vamos analisar cada um dos itens.
O item I está incorreto. Segundo o art. 46, §3º, do NCPC, quando o réu não tiver
domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do
autor e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em
qualquer foro.
O item II está incorreto. De acordo com o art. 48, o foro de domicílio do autor da
herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação,
o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação
de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda
que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
O item III está correto, pois está previsto no art. 53, V.
Art. 53. É competente o foro:
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em
razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.

O item IV está correto. Vejamos o art. 47, §1º.


Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de
situação da coisa.
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não
recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e
de nunciação de obra nova.

Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

Questão 22 – CONSULPLAN/TJ-MG – Titular de Serviços de


Notas e de Registro – 2015 – adaptada ao NCPC
A respeito de competência, marque a alternativa INCORRETA:
a) A competência territorial é, em regra, relativa.

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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – TJ-PE
Técnico Judiciário
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b) A incompetência territorial deve ser arguida, segundo a norma legal, por


meio de preliminar de contestação, na primeira oportunidade em que
cumprir à parte se manifestar nos autos.
c) Reconhecida a incompetência absoluta, remetem-se os autos ao juiz
competente, reputando-se nulos todos os atos praticados, inclusive os
decisórios.
d) A incompetência absoluta pode ser reconhecida pelo magistrado ex officio.

Comentários
A alternativa A está correta. Em regra, a competência territorial é relativa.
É válido lembrar que a lei processual excepciona alguns casos em que a
competência territorial é considerada absoluta, quando, por exemplo, determina
que será competente o foro da situação da coisa para dirimir conflitos sobre
direito de propriedade, de vizinhança, de servidão, de posse, de divisão, de
demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
A alternativa B está correta. Como já citado, a incompetência territorial é
relativa. Ela deve ser arguida na primeira oportunidade em que cumprir à parte
se manifestar nos autos, sob pena de prorrogação, agora, no NCPC, em
preliminar de contestação.
A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. Declarada
incompetência absoluta, os autos serão remetidos ao juízo competente e todos
os atos serão conservados, salvo decisão judicial em contrário. É o que dispõe o
art. 64, § 4º, do NCPC.
A alternativa D está correta, conforme previsto no art. 64, §1º.
§ 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e
deve ser declarada de ofício.

Questão 23 – FCC/TCM-GO – Auditor Conselheiro Substituto –


2015
Quanto à competência, é correto afirmar:
a) As mudanças de domicílio do réu, depois de ajuizada a demanda, não
alteram a competência, já estabilizada com a propositura da ação.
b) Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele será demandado
no foro de seu último domicílio.
c) A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre
bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do autor.
d) A competência é determinada no momento em que a ação é proposta;
são, porém, relevantes, como regra geral, as modificações do estado de fato
ou de direito ocorridas posteriormente.
e) A ação intentada perante tribunal estrangeiro induz litispendência,
obstando a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e
das que lhe são conexas.

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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – TJ-PE
Técnico Judiciário
Aula 02 – Prof. Ricardo Torques

Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. As mudanças de domicílio
do réu, depois de ajuizada a demanda, não alteram a competência. Trata-se do
princípio da perpetuação da competência. Vejamos o art. 43, do NCPC.
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição
inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas
posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência
absoluta.

A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 46, §2º, sendo incerto ou
desconhecido o domicílio do réu, a ação poderá ser proposta no local onde o
réu for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
A alternativa C está incorreta. A ação fundada em direito pessoal e a ação
fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do
domicílio do réu, conforme art. 46.
A alternativa D está incorreta. Como já citado, a competência é determinada no
momento em que a ação é proposta; são, porém, irrelevantes, como regra
geral, as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente.
A alternativa E está incorreta. Com base no art. 24, a ação proposta perante
tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta que a autoridade
judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas.
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta
a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas,
ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em
vigor no Brasil.

Questão 24 – FCC/TCM-GO – Auditor Controle Externo –


Jurídica – 2015
No tocante à competência,
a) ocorrendo em separado ações conexas perante juízes que têm a mesma
competência territorial, considera-se prevento aquele que saneou o feito em
primeiro lugar.
b) a conexão de causas é matéria de ordem privada, dependendo de
requerimento da parte para ser conhecida pelo juiz.
c) para a ação em que se pedem alimentos, é competente o foro do domicílio
ou da residência do alimentante.
d) quando decorrer da matéria e do território poderá modificar-se pela
conexão ou continência.
e) como regra normativa, nas ações de reparação do dano sofrido em razão
de delito ou acidente de veículos, será competente o foro do domicílio do
autor ou do local do fato.

Comentários

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Técnico Judiciário
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A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 59, correndo em separado


ações conexas perante juízes que têm a mesma competência territorial,
considera-se prevento o juízo para o qual foi primeiro distribuído o processo e se
manifestou no processo.
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.

A alternativa B está incorreta. A conexão de causas é matéria de ordem


pública, e pode ser conhecida de ofício pelo juiz, ou também requerida da
parte.
A alternativa C está incorreta. Para a ação de alimentos, é competente o foro
do domicílio ou da residência do alimentando, conforme art. 53, II.
Art. 53. É competente o foro:
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos;

A alternativa D está incorreta. Competência em razão da matéria não pode ser


modificada por conexão ou continência, pois trata-se de competência absoluta.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, com base no art. 53, V
do NCPC, que prevê a competência do domicílio do autor ou do local do fato, para
a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos,
inclusive aeronaves.

Questão 25 – CONSULPLAN/TJ-MG – Titular de Serviços de


Notas e de Registros – 2015
Sobre a conexão entre ações, marque a alternativa correta:
a) Ocorrendo a conexão entre ações cujos juízes tem a mesma competência
territorial, considera-se prevento aquele que teve o processo distribuído em
primeiro lugar.
b) Ocorrendo a conexão entre ações cujos juízes tem competência territorial
diversa, considera-se prevento aquele que tiver primeiro realizado a citação
válida.
c) Havendo conexão entre as ações o Juiz não pode ex officio ordenar a
reunião das ações propostas em separado.
d) Dá-se a conexão entre duas ou mais ações sempre que há identidade
quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais
amplo, abrange o das outras.

Comentários
Para responder a essa questão devemos lembrar dos arts. 58 e 59 do NCPC.
Identificada a conexão ou continência, haverá a reunião dos processos que deve
ocorrer perante o Juízo prevento. A prevenção é fixada no art. 59 em razão do
registro ou da distribuição da petição inicial. Veja:
Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento,
onde serão decididas simultaneamente.
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.

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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – TJ-PE
Técnico Judiciário
Aula 02 – Prof. Ricardo Torques

Assim, a alternativa A está correta, conforme o art. 59, do NCPC.


A alternativa B, por sua vez, está incorreta. Embora fosse esse o gabarito sob
a vigência do CPC73, para o NCPC a citação válida não terá o condão de prevenir
a competência.
A alternativa C está incorreta. A lei processual é expressa em afirmar que,
havendo conexão entre as ações, o juiz poderá ordenar, de ofício, a reunião delas
a fim de que sejam decididas simultaneamente.
A alternativa D está incorreta. A afirmativa corresponde à de continência e não
de conexão. Com base no art. 55, reputam-se conexas duas ou mais ações
quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.

Questão 26 – FGV/TJ-BA – Técnico Judiciário – Escrevente –


Área Judiciária – 2015
A incompetência territorial:
a) pode ter natureza absoluta, quando fundada em critérios de ordem
pública;
b) deve ser alegada na primeira oportunidade, sob pena de preclusão;
c) deve ser arguida pela parte que propôs a demanda;
d) pode ser conhecida no curso do processo, em qualquer tempo ou grau de
jurisdição;
e) pode levar à extinção do processo sem resolução do mérito.

Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A legislação processual
excepciona alguns casos em que a competência territorial é absoluta. Vejamos o
art. 47, §1º, do NCPC.
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de
situação da coisa.
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não
recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e
de nunciação de obra nova.

A alternativa B está incorreta. A incompetência territorial deve ser alegada na


primeira oportunidade em que couber a parte falar nos autos, sob pena de
sofrer prorrogação. Há preclusão do prazo para alegar a incompetência com a
entrega da contestação pela parte ré.
A alternativa C está incorreta. O autor propõe a ação no juízo que entende
competente para processá-la e julgá-la, cumprindo ao réu, ou ao Ministério
Público, em casos específicos, arguir a sua incompetência.
A alternativa D está incorreta. A incompetência relativa deve ser arguida,
por meio de preliminar à contestação, sob pena de preclusão. A incompetência
absoluta não está sujeita à prorrogação, podendo ser conhecida no curso do

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Técnico Judiciário
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processo, de ofício ou mediante requerimento da parte, a qualquer tempo e em


qualquer grau de jurisdição.
A alternativa E está incorreta. Como regra geral, a declaração da incompetência
relativa leva à remessa dos autos ao juiz competente, e não à extinção do
processo.

Questão 27 – FCC/TRT – 6ª REGIÃO (PE) – Juiz do Trabalho


Substituto – 2015
José e Pedro celebraram contrato de compra e venda a prestação de um
veículo. Tendo Pedro deixado de pagar as prestações, José moveu ação de
cobrança e Pedro, ação de rescisão de contrato, por vício redibitório. Nesse
caso, há, entre as ações propostas,
a) coisa julgada.
b) conexão.
c) afinidade que não acarreta conexão, litispendência ou continência.
d) litispendência.
e) continência.

Comentários
A questão trata do ajuizamento de duas ações: a primeira, ajuizada por José em
face de Pedro, requerendo o pagamento das prestações acordadas em um
contrato por eles firmado. A segunda, ajuizada por Pedro em face de José,
requerendo a rescisão do referido contrato.
No caso da presente questão há mesmo objeto, ou seja, o contrato entre ambos.
A causa de pedir, entretanto, é a mesma: o contrato celebrado entre as partes.
não há possibilidade para ser contingência.
Havendo identidade de partes ou de causa de pedir, as ações são reputadas
conexas, conforme art. 55, do NCPC.
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou
a causa de pedir.

Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.


A alternativa A está incorreta. Não há que se falar em coisa julgada se ainda
não houve julgamento de quaisquer das ações, conforme art. 337, §3º.
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
§ 3o Há litispendência quando se repete ação que está em curso.

A alternativa C está incorreta. Como já citado, há conexão entre as ações.


A alternativa D está incorreta. A litispendência pressupõe a equivalência dos
três elementos identificadores da demanda, quais sejam, as partes, a causa de
pedir e o pedido, previsto no art. 337, §§ 1º, 2º e 3º. Nesse caso não há
equivalência entre os pedidos.

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Técnico Judiciário
Aula 02 – Prof. Ricardo Torques

§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente


ajuizada.
§ 2o Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir
e o mesmo pedido.
§ 3o Há litispendência quando se repete ação que está em curso.

A alternativa E está incorreta. Nesse caso, os seus pedidos são diversos, a


primeira requer o pagamento das prestações, a segunda requer a rescisão do
contrato e, portanto, o não pagamento dessas. Sendo os pedidos diversos, não
há que se falar na abrangência de um pelo outro.

Questão 28 - FAURGS/TJ-RS – Analista Judiciário – 2012 –


adaptada ao NCPC
Assinale a alternativa que apresenta a afirmação correta sobre a disciplina
da intervenção de terceiros prevista no Código de Processo Civil.
a) Quem pretender a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu,
em sua totalidade, poderá, até o trânsito em julgado da sentença, oferecer
oposição contra ambos.
b) O direito regressivo será exercido por incidente nos próprios autos
independentemente de a denunciação da lide ser indeferida, deixar de ser
promovida ou não for permitida.
c) A oposição, oferecida antes da audiência, correrá de forma autônoma e
suspenderá o julgamento da ação principal.
d) É admissível a denunciação da lide àquele que estiver obrigado a
indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.
e) É inadmissível o chamamento ao processo do devedor, na ação em que o
fiador for autor.

Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 682, do NCPC, quem
pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem
autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos.
A alternativa B está incorreta, pois o §1º do art. 125, do NCPC prevê que a
denunciação da lide deve ser promovida em ação autônoma nos casos referidos.
Veja:
§ 1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide
for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida.

A alternativa C está incorreta, pois o trâmite da oposição oferecida antes da


audiência terá os autos apensados e tramitará simultaneamente, sem suspensão
do processo principal. É o que prevê o art. 685, do NCPC, que disciplina a
oposição, agora, como procedimento especial e não propriamente como uma
hipótese de intervenção de terceiros.
Art. 685. Admitido o processamento, a oposição será apensada aos autos e tramitará
simultaneamente à ação originária, sendo ambas julgadas pela mesma sentença.

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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – TJ-PE
Técnico Judiciário
Aula 02 – Prof. Ricardo Torques

Parágrafo único. Se a oposição for proposta após o início da audiência de instrução, o juiz
suspenderá o curso do processo ao fim da produção das provas, salvo se concluir que a
unidade da instrução atende melhor ao princípio da duração razoável do processo.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o


art. 125, II, do NCPC:
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva,
o prejuízo de quem for vencido no processo.

A alternativa E está incorreta. O art. 130, da referida Lei, estabelece em quais


hipóteses é admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu, entre as
quais está a hipótese retratada na alternativa. Vejamos:
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu:
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu;
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o
pagamento da dívida comum.

Questão 29 - FAURGS/TJ-RS – Analista Judiciário – 2012 –


adaptada ao NCPC
Assinale a alternativa que apresenta a afirmação correta sobre a disciplina
da intervenção de terceiros prevista no Código de Processo Civil.
a) Quem pretender a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu,
em sua totalidade, poderá, até o trânsito em julgado da sentença, oferecer
oposição contra ambos.
b) O direito regressivo será exercido por incidente nos próprios autos
independentemente de a denunciação da lide ser indeferida, deixar de ser
promovida ou não for permitida.
c) A oposição, oferecida antes da audiência, correrá de forma autônoma e
suspenderá o julgamento da ação principal.
d) É admissível a denunciação da lide àquele que estiver obrigado a
indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.
e) É inadmissível o chamamento ao processo do devedor, na ação em que o
fiador for autor.

Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 682, do NCPC, quem
pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem
autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos.
A alternativa B está incorreta, pois o §1º do art. 125, do NCPC prevê que a
denunciação da lide deve ser promovida em ação autônoma nos casos referidos.
Veja:

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Técnico Judiciário
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§ 1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide
for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida.

A alternativa C está incorreta, pois o trâmite da oposição oferecida antes da


audiência terá os autos apensados e tramitará simultaneamente, sem suspensão
do processo principal. É o que prevê o art. 685, do NCPC, que disciplina a
oposição, agora, como procedimento especial e não propriamente como uma
hipótese de intervenção de terceiros.
Art. 685. Admitido o processamento, a oposição será apensada aos autos e tramitará
simultaneamente à ação originária, sendo ambas julgadas pela mesma sentença.
Parágrafo único. Se a oposição for proposta após o início da audiência de instrução, o juiz
suspenderá o curso do processo ao fim da produção das provas, salvo se concluir que a
unidade da instrução atende melhor ao princípio da duração razoável do processo.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o


art. 125, II, do NCPC:
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva,
o prejuízo de quem for vencido no processo.

A alternativa E está incorreta. O art. 130, da referida Lei, estabelece em quais


hipóteses é admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu, entre as
quais está a hipótese retratada na alternativa. Vejamos:
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu:
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu;
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o
pagamento da dívida comum.

6.4 - Lista de Questões de Aula


(TJ-DFT/AJAJ/2015)
Julgue o item seguinte, com base no que dispõe o Código de Processo Civil (CPC) a respeito
de competência, intervenção de terceiros, liquidação de sentença e capacidade postulatória.
Situação hipotética: Carolina propôs na Circunscrição Judiciária de Brasília ação
reivindicatória contra Júlia, domiciliada em Brasília – DF, com a finalidade de discutir a
propriedade de imóvel localizado em Goiânia – GO. Assertiva: Nesse caso, o juiz deve
declinar de sua competência de ofício, independentemente de oferecimento de exceção pela
parte interessada.

Gabarito: CORRETA

5 - Destaques da Legislação
 art. 43, do NCPC:
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da
petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito
ocorridas posteriormente, SALVO quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem
a competência absoluta.

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 art. 44, do NCPC:


Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a competência é
determinada pelas normas previstas neste Código ou em legislação especial, pelas
normas de organização judiciária e, ainda, no que couber, pelas constituições dos
Estados.

 art. 45, do NCPC:


Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo
federal competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas
e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou
de terceiro interveniente, exceto as ações:
I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho;
II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.
§ 1o Os autos NÃO serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de
competência do juízo perante o qual foi proposta a ação.
§ 2o Na hipótese do § 1o, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da
incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que exista
interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas públicas.
§ 3o O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente
federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do processo.

 art. 46, do NCPC:


Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis
será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles.
§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde
for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
§ 3o Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no
foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta
em qualquer foro.
§ 4o Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no
foro de qualquer deles, à escolha do autor.
§ 5o A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou
no do lugar onde for encontrado.

 art. 47, do NCPC:


Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro
de situação da coisa.
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o
litígio NÃO recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação
de terras e de nunciação de obra nova.
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo
juízo tem competência absoluta.

 art. 48, do NCPC:


Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o
inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última
vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações
em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.

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Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:


I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.

 art. 49, do NCPC:


Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último
domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o
cumprimento de disposições testamentárias.

 art. 50, do NCPC:


Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu
representante ou assistente.

 art. 51, do NCPC:


Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora
a União.
Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de
domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de
situação da coisa ou no Distrito Federal.

 art. 52, do NCPC:


Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor
Estado ou o Distrito Federal.
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser
proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou
a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado.

 art. 53, do NCPC:


Art. 53. É competente o foro:
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento
ou dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem
alimentos;
III - do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica
contraiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação
sem personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o
cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no
respectivo estatuto;

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f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano


por ato praticado em razão do ofício;
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano
sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.

 art. 54, do NCPC:


Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela
continência, observado o disposto nesta Seção.

 art. 55, do NCPC:


Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou
a causa de pedir.
§ 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, SALVO se
um deles já houver sido sentenciado.
§ 2o Aplica-se o disposto no caput:
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato
jurídico;
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§ 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de
prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo
sem conexão entre eles.

 art. 56, do NCPC:


Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade
quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo,
abrange o das demais.

 art. 58, do NCPC:


Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento,
onde serão decididas simultaneamente.

 art. 59, do NCPC:


Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.

 art. 63, do NCPC:


Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território,
elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
§ 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir
expressamente a determinado negócio jurídico.
§ 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
§ 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada
ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio
do réu.
§ 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na
contestação, sob pena de preclusão.

 art. 62, do NCPC:

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Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é


inderrogável por convenção das partes.

 art. 63, do NCPC:


Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território,
elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.

 art. 64, do NCPC:


Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar
de contestação.
§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de
jurisdição e deve ser declarada de ofício.
§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de
incompetência.
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo
competente.
§ 4º SALVO decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de
decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o
caso, pelo juízo competente.

O art. 65, por sua vez, estabelece a prorrogação da competência relativa:


Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa SE o réu NÃO alegar a
incompetência em preliminar de contestação.
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas
causas em que atuar.

6 - Súmulas e Jurisprudência Correlatos


 Súmula STJ 59: não se cogita conflito de competência se uma das causas já
foi julgada.
Súmula STJ 59
Não há conflito de competência se já existe sentença com trânsito em julgado, proferida
por um dos Juízos conflitantes.

 Súmula STJ 33: o reconhecimento da competência relativa depende de


provocação, sob pena de prorrogação da competência.
Súmula STJ 33
A incompetência relativa não pode ser declarada de oficio.

 Súmula STJ 150: para que a demanda seja deslocada para a Justiça Federal,
basta a presença de interesse jurídico da União ou de suas autarquias ou
empresas públicas para deslocamento do processo.
Súmula STJ 150
Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a
presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas públicas.

 Súmula STJ 181: exemplo de ação declaratória admissível à luz do art. 19 do


NCPC.
Súmula STJ 181

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É admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto à exata interpretação de


cláusula contratual.

 Súmula STF 508, 517, 556 e Súmula 42 STJ: à Justiça Federal compete
apenas processar e julgar ações em que a União, as autarquias federais e as
empresas públicas federais forem partes, não abrangendo sociedades de
economia mista.
Súmula STF 508
Compete à Justiça Estadual, em ambas as instâncias, processar e julgar as causas em que
for parte o Banco do Brasil S.A.
Súmula STF 517
As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém
como assistente ou opoente.
Súmula STF 556:
É competente a Justiça Federal para julgar as causas em que são partes a COBAL e a
CIBRAZEM.
Súmula 42 STJ
Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte
sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.

 Súmula 1 STJ: dada a hipossuficiência da parte e consentâneo com a nova


normativa do NCPC, em ações que envolvam alimentos e investigações de
paternidade, o foro competente será o do domicílio/residência do incapaz.
Súmula 1 STJ
O foro do domicílio ou da residência do alimentando é o competente para a ação de
investigação de paternidade, quando cumulada com a de alimentos.

 Súmula 383 STJ: fundada na hipossuficiência da parte, fixa-se o foro do


domicílio daquele que detém a guarda do incapaz para ações que envolver
interesses de menor.
Súmula 383 STJ
A competência para processar e julgar as ações conexas de interesse de menor é, em
princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda.

7 - Resumo
Competência Interna
As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência,
RESSALVADO às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei.
FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA - registro ou distribuição da petição
➢ regra - fixada, decorre a perpetuação da competência
➢ exceção
o supressão do órgão judiciário
o alteração da competência absoluta
Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo
irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, SALVO
quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.

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Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a competência é determinada


pelas normas previstas neste Código ou em legislação especial, pelas normas de
organização judiciária e, ainda, no que couber, pelas constituições dos Estados.
 CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA
 competência de foro X competência do Juízo

COMPETÊNCIA DO FORO (TERRITORIAL) COMPETÊNCIA DO JUÍZO

Uma vez definido o local, deve-se perquirir


O foro deve ser compreendido como o local qual é o Juízo competente, ou seja, qual,
em que o magistrado exerce sua competência. dentre os vários juízes do foro, é
concretamente competente.

 competência originária X competência derivada

COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA COMPETÊNCIA DERIVADA

Estabelece a reponsabilidade de julgar


Define o órgão jurisdicional para conhecer o
recursos a partir da decisão do órgão
processo pela primeira vez.
originariamente competente.

 competência relativa X competência absoluta

COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA

Estabelece regras de competência a partir do Fixa regras de competência a partir do


interesse público. interesse particular.

 CRITÉRIOS
➢ Objetivo: a) em razão da matéria; b) em razão da pessoa; e c) em razão do valor.
➢ Funcional
➢ Territorial
 COMPETÊNCIA OBJETIVA
 competência em razão da pessoa (que leva em consideração o elemento partes)
 competência em razão da matéria (que leva em consideração a causa de pedir)
 competência em razão do valor da causa (que leva em consideração o pedido)
 CRITÉRIO TERRITORIAL
 Servirão para definir, dentro da competência da justiça comum estadual ou federal,
onde a demanda será proposta.
 CRITÉRIO FUNCIONAL
 competência originária e recursal;
 competência de acordo com a fase do processo (cognição, cautelar ou execução);
 competência em razão de assunção de competência, instituto próprio do NCPC, que está
previsto no art. 947;
 competência decorrente de arguição de inconstitucionalidade em controle difuso,
disciplinada no NPCP, no art. 948.
 JUSTIÇAS CÍVEIS

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 Justiça Eleitoral: a definição da competência da Justiça Eleitoral é feita pela causa de pedir
(os fundamentos de fato e de direito), abrangendo o que envolver o sufrágio (eleições, plebiscito
e referendos) e questões político-partidárias.
 Justiça do Trabalho: novamente com base na causa de pedir, será da competência da Justiça
do Trabalho os processos que envolverem as relações de trabalho.
 JUSTIÇA FEDERAL: a competência da Justiça Federal é assentada em dois elementos da ação:
em razão das partes no processo ou em razão da causa de pedir.
 PARTE: ações que tenha como parte a União, autarquias federais e empresas públicas
federais.
 Quatro exceções:
matéria trabalhista (por exemplo, reclamatória trabalhista contra a Caixa
Econômica);
matéria eleitoral (por exemplo, autuação irregular efetuada pelo Correios no bojo
de processo eleitoral cível);
falência e recuperação judicial; e
acidente de trabalho típico, quando o INSS é parte.
 CAUSA DE PEDIR:
➢ as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa
domiciliada ou residente no País;
➢ as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo
internacional;
➢ os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou
interesses da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
➢ os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução
no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
➢ as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;
➢ os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
➢ os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento
provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
➢ os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados
os casos de competência dos tribunais federais;
➢ os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça
Militar;
➢ os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta
rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
➢ a disputa sobre direitos indígenas.
 JUSTIÇA COMUM
 A competência da justiça estadual é determinada por exclusão. Se não for da competência das
“justiças especiais” ou da Justiça Federal, será atribuída ao poder judiciário comum estadual.
 COMPETÊNCIA TERRITORIAL NO NCPC
Ações de direito pessoal ou direito real sobre bens móveis
REGRA - foro do domicílio do réu
ESPECIFICIDADES:
➢ mais de um domicílio - qualquer um deles
➢ domicílio incerto ou desconhecido - onde for encontrado OU domicílio do autor
➢ não tiver domicílio ou residência no Brasil - domicílio do autor

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➢ 2 réus com domicílios diferentes - qualquer deles, à escolha do autor


Execuções Fiscais
➢ foro de domicílio do réu;
➢ no de sua residência; ou
➢ no do lugar onde for encontrado.
Ações fundadas em direito real sobre imóveis DEVEM SER AJUIZADAS NO FORO DA
SITUAÇAO DA COISA
➢ competência relativa (EXCEÇÃO) - domicílio do réu ou foro de eleição
➢ competência absoluta (REGRA) - direito de propriedade, de vizinhança, de servidão, de
divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova; E
Ações relativas à sucessão causa mortis
1ª regra: o último domicílio do falecido;
2ª regra: se não tiver domicílio certo, será o local da situação dos bens imóveis;
3ª regra: se tiver bens em domicílios em vários locais, poderá ser ajuizado em qualquer
foro;
4ª regra: se não tiver domicílio, nem bens imóveis, a ação poderá ser ajuizada em
qualquer local dos bens móveis do espólio.
Ação contra réu Ausente - foro do seu último domicílio
Ações contra incapaz - foro do domicílio do representante ou do assistente.
Competência para julgar ações envolvendo a união, os estados-membros e o distrito
federal
➢ Se os entes públicos forem autores - domicílio do réu
➢ Se os entes públicos forem réus: a) foro do domicílio; b) no local do ato ou fato; c) no foro
da situação da coisa; ou d) Distrito Federal.
Ação de divórcio separação, anulação de casamento e reconhecimento de união estável
1º - domicílio do responsável pelo incapaz (que coincide, em regra, com o domicílio do incapaz);
2º - não havendo, último domicílio do casal; e
3º - se residirem em domicílios distintos do domicílio do casal, a competência será do foro do
domicílio do réu.
Ação de alimentos: de domicílio ou residência do alimentando.
Ação em que a ré for pessoa jurídica: foro do lugar onde está a sede.
Ação relativa às obrigações que a pessoa jurídica contraiu: local onde está a agência ou
sucursal.
Ação contra ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica: local onde exerce
suas atividades.
Ação em que se lhe exigir o cumprimento: local onde a obrigação deve ser satisfeita.
Ação que verse sobre direito previsto o estatuto: local de residência do idoso.
Ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício: local da serventia notarial
ou de registro.
Ação de reparação de dano ou cujo réu administrador ou gestor de negócios alheios:
foro do lugar do ato ou do fato.
Ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive
aeronaves: foro do domicílio do autor do local do fato.

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 MÉTODO PARA IDENTIFICAR O JUÍZO COMPETENTE


a) verificar se a justiça brasileira é competente para julgar as causas (arts. 21 a 23 do NCPC);
b) se for, investigar se é caso de competência originária de Tribunal ou de órgão jurisdicional
atípico (Senado Federal – art. 52, I e II, da CF; Câmara dos Deputados – art. 51, da CF;
Assembleia Legislativa estadual para julgar governador de Estado)
c) não sendo o caso, verificar se é afeto à justiça especial (eleitoral, trabalhista ou militar) ou
justiça comum;
d) sendo competência da justiça comum, verificar se é da justiça federal (arts. 108 e 109, da CF),
pois, não sendo, será residualmente da estadual;
e) sendo da justiça estadual, deve-se buscar o foro competente, segundo os critérios do CPC
(competência absoluta e relativa, material, funcional, valor da causa e territorial); f) determinado
o foro competente, verifica-se o juízo competente, de acordo com o sistema do CPC (prevenção,
p. ex.) das normas de organização judiciária.
 MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA
 um Juiz que não era originariamente competente passará a ser
 isso somente é possível quando se tratar de competência relativa
 PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA:
 supressão do órgão judiciário (art. 43, do NCPC);
 alteração da competência absoluta (art. 43, do NCPC);
 conexão (art. 55, do NCPC) e continência (arts. 56 e 67, ambos do NCPC);
A conexão ocorre quando forem comuns o pedido ou a causa de pedir.
➢ Hipóteses
o Identidade da relação material, ainda que o pedido ou a causa de pedir não
sejam idênticos, porém, semelhantes.
o Execuções fundadas no mesmo título executivo.
➢ Consequência
o Reunião, exceto se um processo já estiver sido julgado.
Na continência, há identidade entre as partes, causa de pedir, mas o pedido de uma é
mais amplo que o da outra.
E qual será o Juiz competente para julgar as ações conexas ou contingentes? O juízo
prevento, ou seja, define-se a competência pela propositura da ação, no momento em que
houver registro ou distribuição da petição inicial.
 incidente de deslocamento de competência (art. 109, §5º, da CF);
 foro de eleição
➢ A regra deve constar de instrumento escrito e se referir expressamente a determinado
negócio jurídico específico
➢ O foro contratual se transmite aos herdeiros e sucessores das partes contratantes
➢ Se abusiva a cláusula de eleição de foro, poderá ser reputada ineficaz pelo magistrado,
com determinação de remessa dos Autos ao foro de domicílio do réu.
➢ Se não declarada abusiva pelo magistrado de ofício, cabe à parte alegar a abusividade na
contestação, sob pena de preclusão.
➢ Ocorre também a modificação da competência por intermédio do foro de eleição. Para
eleição do foro devem ser observadas algumas regras que constam do art. 63, do NCPC.
 INCOMPETÊNCIA

COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA

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Técnico Judiciário
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Estabelece regras de competência a partir do Fixa regras de competência a partir do


interesse público. interesse particular.

Deve ser alegada pelo réu em preliminar de


A incompetência absoluta deve ser alegada contestação, sob pena de precluir e, em
em preliminar de contestação. Contudo, a decorrência disso, prorrogar a competência.
incompetência poderá ser alegada a Agora, a incompetência relativa será feita em
qualquer tempo, por qualquer das partes. preliminar em contestação, NÃO existindo
mais a exceção de incompetência.

Pode ser reconhecida de ofício. NÃO pode ser reconhecida de ofício.

NÃO pode ser alterada por vontade das As partes têm a prerrogativa de eleger o
partes. foro.

NÃO admite conexão e continência. Admite conexão e continência.

NÃO pode ser alterada por conexão ou Pode ser modificada por conexão ou
continência. continência.

Abrange as regras e a fixação da Abrange as regras de competência


competência material, em razão da territorial e competência sobre o valor da
pessoa e funcional. causa.

Se houver violação à regra de competência absoluta, são preservados os atos decisórios, pois,
embora não haja competência, há jurisdição, e os atos são preservados até a análise ser feita
pelo juiz efetivamente competente.

Se a ação transitar em julgado é cabível a NÃO cabe ação rescisória, pois há


ação rescisória. prorrogação da competência.

Alteração superveniente da competência


Mudança superveniente de competência
implica o deslocamento da causa para outro
relativa não produz efeitos.
juízo, exceto a perpetuação da competência.

 CONFLITO DE COMPETÊNCIA
 negativo: ambos os juízes reputam-se incompetentes
 positivos: ambos os juízes reputam-se competentes

Cooperação Nacional
Os órgãos jurisdicionais devem atuar em cooperação recíproca na condução da atividade
jurisdicional, independentemente da instância ou se é da justiça estadual ou federal.

8 - Considerações Finais
Chegamos ao final da nossa aula! Trata-se de uma aula curta, porém, repleta de
regras específicas. Estude e revise esse assunto com cuidado.
Qualquer dúvida, estou à disposição no fórum do curso.
Ricardo Torques

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