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CONECTORES

Diferenças entre cada tipo, modelos e aplicações


Basicamente, um conector serve para conectar Malha Rápida Delta
dois elementos. No caso de conectores para uso Utilização em montagem de sistemas de ancoragem
profissional ou esportivo, eles são utilizados para permanentes ou para conexão de acessórios.
conectar, por exemplo, um dispositivo de segurança Também é muito utilizada para fechamento de pontos
(talabartes, solteiras, trava quedas, ascensores e de conexão A/2, sendo utilizada a parte mais larga
descensores por corda, etc.) ou um dispositivo de para junção de cada anel A, formando um único
ancoragem (fitas anel, cintas de amarração, linhas ponto de ancoragem A/2. Existem aberturas de boca
de vida, etc.) ao cinturão de segurança. de tamanhos diversos.

Dependendo de sua utilização, eles se dividem


em três categorias:
• Malhas rápidas
• Ganchos
• Mosquetões

Malhas Rápidas
Diferentemente de outros conectores, as malhas
rápidas são projetadas para permanecerem
instaladas nos locais de ancoragem, proporcionando
maior rapidez nos engates de segurança do usuário Malha Rápida Meia Lua
Seu material pode ser de aço, aço inox ou alumínio. Assim como a malha Delta, esta também é utilizada
para fechamento do cinto de segurança nos pontos
Os formatos podem ser: de conexão A/2. A diferença com a anterior é que
Malha Rápida Oval esta possui uma largura maior.
Usada principalmente em sistemas de ancoragem
permanente ou na conexão de dispositivos de uso
contínuo ao cinto de segurança. Seu fechamento
é através de rosca e existem em várias medidas.

Segue abaixo desenho de malha rápida oval


de 10 mm de abertura de boca.

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Ganchos Mosquetões
Os ganchos são elementos de conexão de aberturas Partes
variáveis, para conexão direta em estruturas. Eles Cada parte do mosquetão tem um nome. Segue
são fabricados em aço carbono ou alumínio. Devido desenho ilustrativo com os nomes das partes.
à menor resistência do alumínio, os conectores de
alumínio possuem uma configuração maior para
alcançar uma carga de ruptura compatível com seu
uso. Por esse motivo, quando comparados os pesos
de ganchos de aço com seus equivalentes fabricados
em alumínio, a diferença de peso é muito pequena.

Os ganchos possuem gatilho de segurança de trava


dupla, que é operada com uma mão só. A trava dupla
evita que o gancho abra inadvertidamente, pois para
sua abertura é preciso a execução de um movimento
duplo:
• Liberação do gatilho, exercendo pressão sobre
a trava, e
• Abertura do gatilho, exercendo pressão sobre
o mesmo

Existem diversas medidas de abertura de gatilho


(boca); sua utilização depende do tipo de estrutura Matérias primas
onde o trabalho será executado. Eles podem ser de aço, alumínio ou aço inox.

Mosquetões de Aço
É a melhor opção devido a sua característica de
maior durabilidade e resistência a produtos
químicos e intempérie, quando comparados com
os de alumínio. É a melhor opção para trabalhos
em ambientes hostis, como fábricas, resgate urbano
e industrial, etc.

Apresentam dois pontos negativos:


1) seu peso maior que os de alumínio;
2) quando entram em contato com água ou
ambientes muito úmidos ou de alta salinidade, eles
Gancho 19 MGO 56 MGO 56
Aço carbono Aço carbono Alumínio enferrujam. Porém esta característica pode ser
Abertura: 19 mm Abertura: 56 mm Abertura: 110 mm facilmente corrigida com uma boa limpeza.

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Uso recomendado para mosquetões de aço e perder resistência mecânica. A vantagem é que
• Em pontos de ancoragem, de preferência com é mais leve que o aço e pode ser molhado e ser
trava automática, assim não é preciso se preocupar usado em locais úmidos. Por isso é o preferido para
com a possível abertura da trava de rosca, que escalada, montanhismo, cavernas e cachoeiras, ou
pode acontecer devido às vibrações da corda. seja, em atividades onde a leveza dos equipamentos
A ancoragem é o ponto do sistema que exige maior é relevante.
robustez, pois a distância do ponto de ancoragem
não permite um controle constante;
• Quando a corda entra em atrito direto com o
mosquetão (por exemplo, quando se usa um nó
dinâmico), ou quando se improvisa uma polia com
o mosquetão;
• Locais com contaminação (areia, terra, produtos
químicos que reajam com o alumínio, etc.)
• Trabalhos em altura com pintura, manutenção
industrial, etc., onde as alternativas acima podem
ser encontradas. Uso recomendado para mosquetões de alumínio
• Uso pessoal, onde os equipamentos ficam presos
Mosquetões de Aço Inox ao usuário: freios, ascensores, estribos, etc.
São iguais aos de aço. Eles enferrujam menos que o Nestes casos, a leveza do mosquetão é importante;
aço, mas eles apresentam menor resistência a tração • Ambientes úmidos ou molhados;
que os de aço. • Situações de resgate em locais de difícil acesso,
onde os equipamentos precisam ser carregados
na mochila.

Vale ressaltar que equipes profissionais de resgate


e salvamento (bombeiros) se apoiam na norma
NFPA 1983, que até então mencionava que os
mosquetões deveriam ser de aço com carga de
ruptura mínima de 4.000Kg (uso geral).

Agora temos mosquetões em alumínio que possuem


a mesma certificação, por exemplo o modelo
Pro-Series da CMC Rescue.
Uso recomendado para mosquetões de aço inox
• Uso em situações de contato com agentes Só para confirmar, essas aplicações são opiniões
químicos que danificariam o aço ou alumínio. pessoais e não existe um padrão formal obrigatório
para uso entre um e outro, tanto é que se você só
possui mosquetões em alumínio ou só em aço será
Mosquetões de Alumínio possível desenvolver as mesmas atividades com um
Oferece vantagens e desvantagens, por exemplo, ou outro; o que realmente têm relevância é o tipo de
uma durabilidade menor que o aço ainda que sua trava e formato, como veremos mais adiante.
carga de ruptura seja maior; se estiver submetido
a atrito constante com corda, arestas agressivas,
substâncias químicas corrosivas (por exemplo, soda
cáustica), ele vai apresentar sinais de desgaste,

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Informações gravadas no corpo dos conectores A = Sentido longitudinal (uso correto)
A marcação significa que esse modelo atende Carga de ruptura de 22 kN
as normas CE (Conforme Especificações - União
Européia) e EN (European Norms - Normas B = Sentido transversal (uso errado)
Européias). Carga de ruptura de 9 kN

Outras marcações de normas também podem ser C = Gatilho Aberto (uso errado)
encontradas, sendo as mais comuns: NFPA (National Carga de ruptura de 6 kN
Fire Protection Association - Associação Nacional de
Proteção à Incêndios) e UIAA (União Internacional
de Associações de Alpinismo). Recentemente a Os valores de “kN” que aparecem na imagem de
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) gravação de mosquetão acima indicam a carga de
definiu algumas exigências para uso de mosquetões ruptura de cada mosquetão em cada sentido de
no Brasil, sendo comum encontrarmos ainda a tração. A utilização correta é a indicada como A na
marcação NBR 15.837. imagem acima. Já as utilizações indicadas como B
e C são incorretas e não permitidas: risco de vida!
Existe ainda outras marcações, sendo essas as mais
importantes, pois indicam a carga de ruptura em três Kilo Newton ou kN é uma grandeza física, assim
diferentes situações: sentido longitudinal (correto), como kilo, gramas, metro, etc. Nesse caso ele indica
transversal (errado) e com gatilho aberto (errado). quanto o mosquetão suporta como carga máxima,
Observe que mesmo em situações incorretas nos e é expressado de forma que fique mais “resumido”,
resta “uma chance”, mas não vá muito nessa. por exemplo: para um mosquetão “D” assimétrico,
O melhor é sempre conferir o fechamento da trava podemos dizer que ele suporta 3.000Kg (em média)
e o posicionamento. Vamos analisar a figura a seguir ou simplesmente 30kN.
(espinha de mosquetão lateralizado).

Como fazer a conversão entre Kilo-gramas


e Kilo-Newtons:

1 kN = 101,97 Kgf (kilo grama força) - esse valor é


arredondado para 100, facilitando o cálculo;

PORTANTO
Para fazer essa conversão basta multiplicar o valor
expresso em kN por 100. Assim, teremos o valor em
Kg. Essa regra se aplica a todos os equipamentos
da verticalidade que geralmente trazem em suas
marcações as devidas cargas de ruptura expressas
em kN.

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Tipos de trava dos mosquetões A trava tipo “fechadura ou “keylock” é a mais
Uso profissional e/ou esportivo simples de utilizar. Seu formato evita que a corda
Todos os mosquetões para uso profissional devem ou acessórios enrosquem, facilitando assim seu
ter algum tipo de trava que evite a abertura acidental manuseio.
do gatilho:
• Dupla trava (Twistlock) automático A trava tipo “pino” é a mais comum na maioria dos
• Tripla trava (Triple lock) automático mosquetões, seja na área profissional ou esportiva.
• Rosca (manual)

Trava tipo garra Trava tipo Trava tipo


ou “claw” fechadura pino
ou “keylock”

Dupla trava Tripla trava Rosca


Automático Automático Manual
Posicionamento e uso correto
Geralmente a carga de ruptura do mosquetão é de
Uso esportivo 22 kN quando esta posicionado de forma correta.
São os utilizados em atividades de montanhismo, Porém se ele estiver montado de forma incorreta sua
escalada e espeleologia. Possuem dois tipo de carga de ruptura cai para 6 kN.
gatilho: Por isso é de vital importância conferir seu
• Gatilho reto posicionamento correto em todo sistema de
• Gatilho curvo ancoragem durante o desenvolvimento das
atividades. É bastante comum os mosquetões
ficarem com o gatilho aberto ou virarem sua posição,
devido a trepidações ou movimentos cíclicos da
corda. Nesses casos a carga acaba sendo distribuída
no sentido transversal, o que compromete a
segurança do procedimento.

Uso de mosquetões em posições ERRADAS

Gatilho reto Gatilho curvo Gatilho arame

Tipos de nariz e de gatilho


Existem três tipos de encaixe entre o gatilho
e o nariz do mosquetão:
• Garra ou “Claw”
• Fechadura ou “key lock”
• Pino

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Distribuição de carga triaxial Como maximizar a segurança de um mosquetão
Em situações onde exista uma distribuição de Mosquetão com trava automática
carga em sentido triaxial, a recomendação é utilizar Quando são utilizados no sentido longitudinal sem
um conector tipo Delta ou Meia Lua, projetados forçar a espinha contra cantos vivos: OK!
especificamente para esse uso.
Mosquetões com trava de rosca
Exigem uma atenção a mais com relação à rosca.
Se for fechada até o final, a rosca ficará travada
enquanto o mosquetão recebe cargas pesadas
devido a uma movimentação milimétrica entre gatilho
e nariz. Para evitar isso, a recomendação é dar 1/4
de volta no sentido da abertura, criando assim um
espaço que impede o travamento da rosca. Para
aumentar ainda mais a segurança, use sempre o
mosquetão de ponta cabeça, com o gatilho voltado
para frente e rosca fechada com 1/4 de volta aberto,
conforme indicado abaixo:

Sempre que um mosquetão for usado de forma


errada os eixos de atuação das forças podem gerar
falhas irreversíveis em sua estrutura ou até forçar a
abertura da trava ou quebra da dobradiça, resultando
em acidentes graves ou fatais.

Todos os mosquetões devem ser instalados de forma


que a carga seja distribuída no sentido longitudinal
(eixo maior), o mais perto da sua espinha, que é
onde ele suporta a maior carga.

Mosquetão instalado corretamente

Dessa forma fica mais fácil a instalação de cordas e


equipamentos. No caso de vibrações e movimentos,
a rosca não conseguirá girar para cima, mantendo a
trava sempre fechada.

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Utilização de modelo adequado de mosquetão Mosquetões HMS e Pera
Mosquetão D ou assimétrico Assim com o D, estes modelos recebem seu nome
O mosquetão tipo D ou assimétrico possui um dos devido ao formato que possuem. A sigla HMS
lados mais largo que o outro, possuindo assim uma significa Half Mastwurf Sicherung (em alemão:
abertura (boca) maior. “segurança com nó dinâmico”). A diferencia entre
ambos é que a espinha é reta e também possui
abertura maior em comparação com os “D”.
Os modelos HMS e Pera são os recomendados
quando se requer maior espaço para conectar
equipamentos ou quando for utilizado um nó
dinâmico tipo UIAA, para improvisar um freio

HMS HMS HMS Pera


Mosquetão simétrico
Já os mosquetões simétricos são a primeira opção
em sistemas de ancoragem, tirolesas e resgate, Mosquetão Oval
situações em que se trabalha com altas cargas: Geralmente este modelo é utilizado como acessório,
nos modelos simétricos a carga é distribuída no eixo por exemplo, junto com talabartes duplos, trava
da espinha, o que confere a eles uma resistência quedas e fechamento de peitorais (A/2) em cintos
a ruptura maior se comparado aos modelos de trabalho em altura e resgate, blocos de polias,
ovais, onde a carga é dividida entre os eixos da etc. No caso de utilização em pontos de ancoragem,
espinha e do nariz + gatilho, ou seja, se ambos onde as cargas tendem a ser maiores, use de
forem submetidos a carga preferência um mosquetão D na ancoragem e
até romperem, os modelos um Oval para conexão no cinto, já que seu peso
D vão suportar mais tempo será em média 80-100 kg e a ancoragem deverá
até que a base e o topo suportar cargas maiores, dependendo da atividade.
sofram deformação e abram; A diferença entre os mosquetões D ou HMS -
nos modelos ovais essa onde a carga é dividida no eixo da espinha - e os
deformação bilateral ocorre mosquetões tipo Oval, é que nestes últimos a carga é
quase que de imediato. dividida entre dois eixos, portanto a carga de ruptura
será menor. Concluindo: para uso em bloco de
polias, freios, talabartes e acessórios em geral, utilize
o mosquetão Oval pois todos estes dispositivos vão
ficar mais “simétricos”.

Oval automático Oval com rosca

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Importante
Sempre preste atenção ao posicionamento dos
mosquetões e ao fechamento correto de gatilhos
e travas. Quaisquer uns dos modelos mencionados
podem substituir o outro, desde que estejam
certificados e possuam as cargas de ruptura
gravadas, incluindo os Ovais. O mosquetão Oval
pode substituir o D e vice-versa, se você não tiver
mais opções; o HMS também, porém se for utilizar
o Nó Dinâmico em um Oval ou em um D, a operação
pode ficar um pouco complicada: dependendo da
bitola da corda, poderá ficar muito apertado realizar
o ajuste do nó.

Recomendações finais
• Evite a queda de mosquetões de alturas superiores
a 2 metros: impactos fortes podem comprometer de
forma permanente suas estruturas;
• Mantenha sempre seus mosquetões limpos; lave
em água com detergente ou sabão neutro, seque
bem, lubrifique a dobradiça e rosca com óleo de
máquina de costura ou grafite em pó. Feito isso,
jogue um ar e seque bem para que a corda não
tenha contato com resíduos desses produtos;
• Evite que produtos químicos entrem em contato
com os mosquetões: eles podem corroer tanto
mosquetões de aço quanto de alumínio;
• Troque seus mosquetões quando apresentarem
sinais de desgaste:
> Gatilho que abre e não volta (mola gasta);
> Nariz e gatilho desalinhados;
> Riscos ou fissuras em baixo relevo, amassados,
sinais de ferrugem, rosca espanada, etc.;
• Destrua os mosquetões fora de uso impedindo que
alguém os reutilize;
• Descarte os equipamentos fora de uso em local
apropriado para metais.

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