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COLÉGIO ATENAS

TRABALHO DE GEOGRAFIA

Trabalho entregue ao educador Sérgio


Rocha, como requisito parcial das
atividades avaliativas dentro do
conteúdo de Geografia.

LUIZ GUSTAVO SILVA BARTHOLO


9º ANO AZUL

PATROCINIO

2019
Em 1547, o grão-ducado de Moscou já era um poder regional considerável e o
príncipe Ivan é o primeiro a ser coroado como Tsar, palavra russa que significa “César”.
Afinal, os russos se consideravam os herdeiros espirituais do Império Bizantino. A partir
deste reinado, os russos atravessam os Montes Urais e começam sua expansão pela
Ásia. Após um período conhecido como o “Tempo dos Problemas”, os russos elegem
um príncipe da dinastia Romano para ser o monarca.
O século XIX será de extrema importância para a Rússia. O país sai vitorioso
das Guerras Napoleônicas e conquista territórios como a Finlândia, o Turquestão,
China, o sul do Cáucaso e o Alasca. O Império Russo começa a ruir com o reinado do
Tsar Nicolau II. Apesar de abolir a servidão e trazer melhorias para a população, sua
atuação em guerras contra o Japão e a Primeira Guerra Mundial terminaram por
diminuir sua popularidade. Nicolau II reinou até 1917 quando abdicou pressionado
pela Revolução Russa e posteriormente, assassinado junto a sua família pelos
socialistas.
Na década de 20, com a morte de Lenin e sob a férrea liderança de Stalin, a
Rússia se transforma na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Usando métodos de coletivização forçada, censura, culto à personalidade e prisões
como o Gulag, Stalin consegue alçar o país a uma potência industrial, agrícola e militar.

Cartaz mostrando Stalin como o líder que levaria vários povos da URSS para uma nova sociedade

Desta maneira, o país se encontra pronto para a Segunda Guerra Mundial e


consegue fazer frente ao Exército alemão à custa de muito sacrifício.

Fim da URSS e a Crise Russa


Após a II Guerra Mundial, a URSS converteu-se, lado a lado aos EUA, numa das
maiores potências mundiais. Tem início um período de tensão mundial que ficou
conhecido como Guerra Fria, que contrapôs por quase 45 anos os dois maiores arsenais
do mundo, o norte-americano e o soviético. Ao mesmo tempo em que essas forças
antagônicas se confrontavam internacionalmente, dentro da URSS, o final dos anos 50 e
início dos anos 60 presenciaram alguns dos momentos mais prósperos do país.
Ocorreram sérias melhoras na oferta de produtos para o consumo da população (nada
comparável aos níveis de consumo do mundo capitalista ocidental, mas para os níveis
soviéticos, um grande progresso), aumento da oferta de moradias e, grande glória
soviética, a saída na frente na corrida espacial: o lançamento da primeira nave espacial
não tripulada (o Sputinik), o lançamento do primeiro ser vivo no espaço (a cachorrinha
Laika) e, pouco depois, o lançamento do primeiro cosmonauta, Yuri Gagarin, que voltou
são e salvo.
Na política mundial, a URSS mostrava seu poderio militar e a capacidade de
influência ideológica, opondo-se aos EUA onde quer que a Guerra Fria assim
demandasse. Dessa forma, assiste-se à Guerra da Coréia, à Crise dos Mísseis em Cuba,
à construção do muro de Berlim e ao recrudescimento do conflito do Vietnã. A indústria
bélica soviética, impulsionada pela corrida com os EUA, crescia a passos largos,
desenvolvendo armas, bombas atômicas e de hidrogênio cada vez mais poderosas e
sofisticadas.
Esse desenvolvimento militar não foi, entretanto, acompanhado pela indústria de
consumo civil, que na década de 70 se viu ultrapassada em qualidade e oferta pelos
produtos do mundo capitalista ocidental. Em outra frente, a agrícola, as coisas iam de
mal a pior: por ineficiência técnica e problemas climáticos (invernos rigorosos), as
colheitas soviéticas declinavam vertiginosamente. Em meados dos anos 70, a URSS foi
obrigada a importar trigo do ocidente, com produtos vindos da Europa, EUA e até
Argentina. O governo soviético de Leonid Brezhnev, ciente da necessidade de
direcionar para o setor civil parte do desenvolvimento obtido na indústria bélica, tentava
esvaziar a corrida armamentista, assinando com os EUA vários acordos para redução da
fabricação de mísseis, como os acordos SALT.
Entretanto, a envelhecida liderança soviética não era capaz, por comodismo ou
ineficiência, de promover as mudanças radicais de que a URSS precisava. Assim se
passam os anos 70. As coisas se aceleram na década de 80. Do outro lado do Atlântico,
chega ao poder dos EUA Ronald Reagan, que, como presidente do conservador Partido
Republicano, vê na URSS um mortal inimigo a ser combatido em todas as frentes. O
governo norte-americano passa a armar as guerrilhas afegãs, afundando a URSS numa
guerra de desgaste violento. Por sugestão do presidente, a indústria de guerra americana
começa a desenvolver um sistema de defesa espacial antimísseis, que ficou conhecido
como “Guerra nas Estrelas”. Isso era muito para a indústria bélica soviética e as velhas
lideranças do PC. Em 1982, morre Leonid Brezhnev, substituído por Yuri Andropov.
Dois anos depois Andropov também morre e é substituído por Constantin
Tchernenko, que em menos de um ano também falece. Estava aberto o caminho para a
nova liderança. Sobe ao poder em 1985, como secretário-geral do Partido Comunista da
URSS, Mikhail Gorbachev. Pela primeira vez a URSS tem um líder que não havia
participado da Revolução Russa ou da II Guerra Mundial, alguém que havia feito
carreira dentro das universidades soviéticas, que havia participado do governo, como
Ministro da Agricultura, e conhecia de perto os problemas que a URSS vinha
enfrentando.

Sua primeira proposta, ao assumir o governo, foi promover uma tentativa de


reestruturação do socialismo soviético, injetando maior dinamismo à economia. Essa
proposta, conhecida como perestroika, pregava maior liberdade no funcionamento das
empresas, maior liberdade para as iniciativas privadas e a possibilidade, se bem que
limitada, de investimentos externos. Como tal proposta não surtisse alterações, apesar
de aplaudida pelos líderes do partido, Gorbachev tenta uma segunda proposta: a
glasnost.
A palavra russa, que significa “transparência”, queria dizer que eram necessárias
críticas ao sistema para que este se reestruturasse. A glasnost propunha, então, maior
liberdade de expressão, maior possibilidade para que as pessoas manifestassem suas
insatisfações, o que favoreceria a busca de soluções para os problemas.
Se, por um lado, a glasnost permitiu realmente maiores críticas ao sistema, por outro
lado, diversas pendências que se arrastavam pelos anos de fechamento político
começaram a vir à tona: a insatisfação de membros do Partido Comunista diante da falta
de oportunidades políticas dentro do PC, entre eles Boris Yeltsin, ex-prefeito de
Moscou, que sai do partido para fundar outra agremiação política (mais tarde seria eleito
presidente da República da Rússia, ainda dentro da URSS); o desejo de independência
por parte de nacionalidades descontentes dentro da União etc.

As reformas que eram encaminhadas por Gorbachev, e eventualmente aprovadas pelo


Congresso, não surtiam efeito. Aumentava a insatisfação popular. Na véspera da votação
de uma nova lei sobre a estrutura da federação, membros conservadores do Partido
Comunista promovem um golpe contra Mikhail Gorbachev. Ele foi preso em uma casa
de campo na Criméia, enquanto os golpistas promulgavam na televisão um retorno aos
antigos princípios da URSS. Os golpistas conclamam o povo e as Forças Armadas a
apoiá-los. Entretanto não há reação, nem do povo, nem do Exército. Isso dá
oportunidade a que os grupos que haviam conseguido destaque durante os tempos de
glasnost promovessem um contragolpe. Liderados por Boris Yeltsin e com o apoio dos
presidentes de outras repúblicas, os contra golpistas libertaram Gorbachev e prenderam
os líderes reacionários do PC. Gorbachev tentou retomar a liderança da URSS, mas era
tarde demais. O golpe conservador havia esfacelado a força moral do Partido
Comunista.
É proibida a atuação do Partido Comunista, e os presidentes da Rússia, Ucrânia e
Bielorrússia decidem pelo fim da URSS. Na verdade, o esfacelamento do país já havia
começado um pouco antes, durante o golpe conservador do PC, quando as repúblicas
bálticas da Estônia, Letônia e Lituânia declararam independência. Em 25 de dezembro
de 1991 tem fim a URSS, fazendo surgir 15 novos países. Além dos bálticos, ganharam
a independência Rússia, Ucrânia, Bielorrússia, Moldávia, Geórgia, Armênia,
Azerbaijão, Cazaquistão, Turcomenistão, Tajiquistão, Uzbequistão e Quirguistão. Assim
a URSS, cuja criação e história no século XX resultou na morte de milhões de pessoas,
é extinta praticamente sem grandes violências.
Quando do final da URSS, em 1991, os presidentes da Rússia, Ucrânia e Bielorrússia
tentaram criar uma nova organização que, respeitando a independência política de cada
uma, mantivesse o funcionamento da economia dos países. Assim surgiu a CEI,
Comunidade dos Estados Independentes, que enveredava pelo sistema econômico
capitalista. Essa organização recebeu a adesão relativamente rápida das outras
repúblicas, compondo 12 países no final de 1993. É claro que o sucesso da CEI
dependia muito do crescimento econômico da Rússia, entretanto não foi isso que se
observou.

No campo político, ocorreu a agitação dos movimentos nacionalistas, com conflitos


generalizados na Geórgia, guerra civil no Tajiquistão e o conflito entre Armênia e
Azerbaijão por territórios com minorias étnicas de ambos os grupos. Esses problemas
ainda persistem hoje, mas foram suplantados por um problema mais sério: a crise
econômica.
Mas como passar de um sistema econômico em que o Estado é responsável por toda
a economia para um sistema em que a iniciativa é livre e depende do cidadão? Não é um
processo fácil e, nos países recém-emancipados, a situação tornou-se caótica. A
instabilidade política imperou nos primeiros momentos, especialmente com o golpe
levado a cabo por Boris Yeltsin contra o Parlamento da Rússia, controlado por antigos
membros do PC soviético, e com o domínio das políticas locais pelos antigos caciques
dos PCs das repúblicas. A corrupção, já endêmica na antiga URSS, alastrou-se por
vários setores da sociedade. Aumenta a violência, com o surgimento de grupos mafiosos
e o aumento do tráfico de drogas. Surgem grupos de novos-ricos, os chamados
oligarcas, pessoas que pertenciam ao PC e conheciam quais ramos da economia
possuíam maiores possibilidades de sucesso econômico e, da noite para o dia,
arrebataram esses setores e tornaram-se milionários.
Os problemas econômicos se avolumam. A desativação do sistema de produção
socialista implicou o fim dos subsídios estatais e o fechamento de dezenas de empresas
e fábricas. Algumas chegaram a ser dadas aos antigos funcionários. Os salários foram,
num primeiro momento, desvalorizados pela inflação resultante da adequação da moeda
russa (o rublo) às moedas internacionais. Muitos funcionários públicos ficam sem seus
meios de sustentação. Volta o desemprego, gerando massas de miseráveis. No campo,
ocorre a desativação dos antigos sistemas socialistas, os kolkhozes (cooperativas
agrícolas) e os sovkhozes (fazendas estatais), fazendo cair a produção agrícola de
cereais.

Por sinal, uma característica desse primeiro momento das repúblicas emancipadas foi
a perda de cerca de 40% de seus PIBs (Produto Interno Bruto). Sem dúvida alguma, as
repúblicas da CEI, notadamente a Rússia, possuem um enorme potencial em riquezas
minerais para impulsionar seu crescimento, mas sua utilização sofre outra ameaça: a
degradação ambiental.
É sabido que a Sibéria possui vastas porções de seu território poluídas pelos métodos
arcaicos de exploração e, entre o Casaquistão e o Uzbequistão, os projetos de irrigação
de plantações de algodão praticamente secaram o Mar de Aral. É dentro deste contexto
que se observam problemas como o separatismo checheno, que leva terror à capital da
Rússia, Moscou, e desencadeia forte repressão a esse povo, habitante da região do
Cáucaso. Atacados pelo exército russo em 1996, os separatistas não se intimidam e
respondem com ataques terroristas. Uma nova reação do governo russo, já então
presidido por Vladimir Putin, desencadeia mais um ataque entre o final de 1999 e
princípio de 2000. Recentemente, instaurou-se uma crise política na Rússia que ganhou
repercussão internacional, em decorrência de um acidente que provocou o naufrágio do
submarino Kursk no Mar de Barents, resultando na morte de 118 marinheiros.
Conclusão
A dissolução da União Soviética ocorreu em 1991, criando estados independentes - CEI:
Comunidade dos Estados Independentes. Essa dissolução, assim como outros elementos
históricos demarcou o fim da Guerra Fria. De forma constitucional a União Soviética
era uma federação das repúblicas socialistas que, decorrente dos muitos colapsos
demarcados em 1991, mediante um golpe que suspendeu o poder dos partidos
comunistas. Muitas razões permeiam essa transição e alteração totalitária no sistema de
governo russo. Um modelo econômico que não mais se fazia sucesso, com imposição de
limites de vida à população. Diferenças marcantes vieram à tona mediante o sistema
capitalista e o bloco socialista. O que se entende é que a população não mais aceitava
uma imposição de poder, centralizando benefícios nas mãos de poucos, impondo
censura. O avanço do pensamento e a evolução do comércio mundial alavancaram
decisões que demarcaram uma nova nação que hoje possui importantes recursos
naturais e humanos constituindo-se como forte potencial de desenvolvimento
econômico.

Referências
https://www.mundovestibular.com.br/articles/252/1/FIM-DA-URSS-E-A-CRISE-
RUSSA-/Paacutegina1.html
https://jornalggn.com.br/historia/a-russia-apos-o-fim-da-uniao-sovietica/
https://www.curso-objetivo.br/vestibular/roteiro_estudos/urss_crise_russa.aspx
https://www.todamateria.com.br/russia/

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