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agenda do reino
o que a igreja não deveria negligenciar
em tempos de grandes mudanças
milton paulo
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Anda, quero te dizer nenhum segredo
Falo nesse chão da nossa casa
Vem que ta na hora de arrumar...
Vamos precisar de todo mundo
Um mais um é sempre mais que dois
Pra melhor juntar as nossas forças
É só repartir melhor o pão
Recriar o paraíso agora...
Beto Guedes
“O sal da Terra”.
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INTRODUÇÃO
“Enquanto muitos teólogos e líderes da Igreja são hábeis para acalmar suas
consciências, outros estão dolorosamente cientes da diferença entre a comunidade cristã
do período apostólico e nossas próprias ‘igrejas’, e não podem escapar à impressão que,
talvez possa haver algo errado com o que nós chamamos Igreja”.1
Que o Senhor nos abençoe nesta peregrinação a sermos Igreja de acordo com Seus
valores, metas e propostas.
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BRUNNER, Emil. O equívoco sobre a Igreja. Editora Novo Século. São Paulo. 2000
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Quais os aspectos que não podemos negligenciar.
Ou, qual seria a agenda do Reino?
Não fazemos isso hoje. O Evangelho que pregamos está baseado no mérito humano.
Favor condicionado a fidelidade. Mas, fato é, que nós não trocamos nada com Deus.
Infelizmente, nossa mensagem é alicerçada no mérito. No toma lá dá cá. É uma
campanha aqui, uma corrente acolá...
As pessoas condicionam a ação de Deus em suas atitudes. Folheiam a Bíblia,
descontextualizam o texto e, cobram de Deus o que de Ele nunca prometeu.
O Evangelho que pregamos hoje não infunde um desejo e um anseio de santidade. A
Graça deve nos constranger a santidade, ou seja: ela não exige sacrifício antes, mas espera
sacrifícios depois.
Uma vida comprometida com a Graça é uma vida comprometida com o Reino,
comprometida com aquilo que o Pai tem se comprometido.
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do muro, ou como no caso da atual situação no Oriente Médio polarizamos de um dos
lados – no exemplo citado, do lado dos EUA.
Precisamos aprender a ler a Bíblia atualizada com os vários setores da ciência (não só a
filosofia e a sociologia).
Temos que saber explicar o que cremos e porque cremos. Nossa fé não pode ser
embasada no simplismo de nossas respostas. É muito pouco uma vida de obediência cega
sem raízes profundas no coração.
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Uma longa obediência na mesma direção – discipulado numa sociedade instantânea, é o título de um dos
livros de Eugene Peterson. Nesta obra Eugene trabalha com profundidade a questão da pressa moderna e
urbana que nos destrói e a necessidade do discipulado.
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Isso – entre outras coisas – torna o processo doloroso e demorado. Assim, nossos
auditórios são cada vez menos homogêneos.
Somos pessoas, todos nós, no Caminho.
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Lembro-me claramente de uma das palestras de Fernando Moura no Intervinhas de Brasília – “Ou a igreja
se relaciona, ou faz coisas”. Durante muito tempo de minha vida fui vítima e vitimei pessoas por não
compreender isso.
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mas que no sacerdócio de cada cristão todos nós temos o nosso ministério. Pessoas são
chamadas ao trabalho. Todas as pessoas, não algumas...
Vocação e Sacerdócio são coisas distintas e têm a ver com toda a comunidade cristã.
Sair do seu quintal e envolver-se mais. Aprender a participar com as boas iniciativas
que já existem. Geralmente, queremos o “nosso, do nosso jeito”, não participamos do que
já está acontecendo.
Recentemente incentivei um de meus alunos a iniciar um trabalho numa comunidade
carente de sua cidade. Ele fez um ótimo projeto, estruturamos detalhes, ele apresentou a
seu pastor que também gostou e o incentivou. O segundo passo foi encontrar voluntários
para o trabalho. Entre os que se apresentaram havia um rapaz que queria saber “para que
igreja iria as pessoas que se convertessem?”. Isso não é visão do reino. Mas uma atitude
bairrista e denominacionalista.
Nossas Igrejas deveriam ser seleiros de voluntariedade; agindo e colaborando naquilo
que o Senhor está fazendo. Nas palavras de Dallas Willard: sendo conspiradores ao lado
de Deus.4
De uma vez por todas, precisamos entender que solidariedade não é estratégia
evangelística. Creio que a recomendação do Rei aos seus súditos é “faça o bem, não
importa a quem”.
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WILLARD, Dallas. A Conspiração Divina. Editora Mundo Cristão. São Paulo. 2000.
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concordam e, acabam fazendo o que bem entendem. Assim, tornam-se hipócritas crendo
uma coisa e vivendo outra; ou, se consomem na culpa.
Porém, mais que comportamentalismo, como Igreja, o que temos a dizer sobre:
divórcio, homossexualismo, sexualidade na juventude? Assuntos que na grande maioria
das vezes fica no silêncio de nossos armários até que um “incêndio” ocorra aqui ou acolá...
Finalmente...
Sei que esta proposta está muito longe de uma palavra final e conclusiva do assunto,
mas espero que pelo menos algumas portas de diálogos possam ser abertas em nossas
comunidades e, mudanças significativas se concretizarem.
Cristianismo é mais que saber, é fazer.
EXISTÊNCIA X ESCÊNCIA
(uma razão para viver ou para morrer)
Cristianismo como algo que dê significado para a vida. Só morremos por algo que seja
fundamental, do contrário é só reflexão.
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Cristianismo é para ser um sentido de vida. Música, doutrina, e tudo o mais é
secundário.
Que o Senhor nos ajude a compreender o que Ele mesmo sempre desejou para nossa
vida como cidadãos no Reino.
Amém.
BIBLIOGRFIA:
WILLARD, Dallas. A conspiração divina. Editora Mundo Cristão. São Paulo. 2000
BRUNNER, Emil. O equívoco sobre a Igreja. Editora Novo Século. São Paulo. 2000
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