MARX, Anthony W. A Construção da raça no Brasil: comparações histórias e implicações
políticas. In SOUZA, Jessé (org.), et alli. Multiculturalismo e racismo: uma comparação Brasil - Estados Unidos. Brasília: Paralelo 15, 1997, p. 157-158.
Legados Históricos - Buscando identificar as razões para a aparente “tolerância” racial no
Brasil após-abolição, o autor analisa (a) o pensamento de Tannembaum, que sustenta que a “democracia racial” brasileira foi prenunciada por uma forma mais “humanitária” de escravidão, influenciada pelo catolicismo e sua doutrina de igualdade natural. Todavia, tal hipótese é refutada tendo em vista a extensão do período escravocrata brasileiro, notadamente brutal e mortal; e pela posição ambivalente da Igreja Católica, que também era dona de escravos e por este motivo, incapaz de defender a abolição; (b) a hipótese de que a “democracia racial” pós-abolicionista brasileira foi um legado dos padrões precoces do colonialismo português. Para o autor, as práticas centralizadoras do Estado sob o colonialismo português podem ter influenciado a “tolerância racial”, mas não podem ser consideradas causa direta desta, pois o Estado português usou o poder da mesma forma em suas colônias africanas; (c) e, por fim, a explicação histórica de que o alto grau de miscigenação tornou impossível estabelecer fronteira raciais estritas. Tal explanação é, da mesma forma, refutada pelo autor, tendo em vista que poucos mulatos ascenderam socialmente, e a maioria permaneceu sujeita à mesma discriminação racial sofrida pelos negros, concluindo que a mobilidade do mulato é um mito.
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