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Discente: Lara Ferreira Rezende Camargo

DIMAGGIO, P. J., & POWELL, W. W. 1983. The iron cage revisited: Institutional
isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological
Review, 48: 147–160.
Inicialmente os autores afirmam que o mecanismo da racionalização e da burocratização
afastaram-se do mercado competitivo e se aproximaram do Estado e das categorias
profissionais. Um paradoxo surge quando um grupo de organizações emerge como um campo:
atores racionais tornam as suas organizações mais similares enquanto tentam transformá-la.
Em seus estágios iniciais de ciclo de vida esses campos organizacionais apresentam uma
grande variedade tanto na abordagem quanto na forma, à medida em que esse campo vai se
estabelecendo ele se volta em direção à homogeneização. Os autores definem campo
organizacional como sendo organizações que conjuntamente constituem um área reconhecida
da vida institucional.
Referenciando DiMaggio (1982), trazem o processo de definição ou estruturação
institucional. Por meio de Hawley (1968) introduzem o conceito de isomorfismo. E utilizam
Meyer (1979) e Fennell (1980) para apresentar os dois tipos de isomorfismo; o competitivo e o
institucional.
DiMaggio e Powell apresentam uma tipologia analítica do isomorfismo institucional -
onde os tipos nem sempre são empiricamente distintos, sendo eles: isomorfismo coercitivo, que
é derivado de influências políticas e do problema de legitimidade; isomorfismo mimético, que
resulta de respostas padronizadas à incerteza; e isomorfismo normativo, que é associado à
profissionalização.
O isomorfismo coercitivo resulta de pressões formais e informais que as organizações
exercem sobre outras das quais ela são dependentes, e também pelas expectativas culturais das
sociedades em que as organizações estão inseridas. Essas pressões podem ser interpretadas
como coerção, persuasão ou como convites para a união em conluios.
O isomorfismo mimético é baseado na incerteza, que é uma força poderosa que encoraja
a imitação. Quando não se compreende as tecnologias organizacionais, quando se tem metas
ambíguas ou o ambiente cria uma incerteza simbólica, as organizações podem tomar outras
organizações como modelo, constituindo uma resposta à incerteza. Uma força de trabalho
experiente e uma ampla base de cliente podem impulsionar o isomorfismo mimético.
Geralmente as organizações tomam como modelo aquelas organizações que percebem ser mais
legítimas ou bem-sucedidas.
O isomorfismo normativo deriva da profissionalização, interpretada como uma luta de
membro de uma determinada profissão para definir condições e métodos de seu trabalho com
a intenção de controlar a “produção dos produtores” e também para estabelecer uma base
cognitiva e legitimação para a autonomia de sua profissão. Um importante mecanismo que
estimula o isomorfismo normativo é a seleção de pessoal.
Os autores afirmam que se espera que cada um desses três tipos de isomorfismo
institucional aconteça na ausência de evidência de que eles aumentam a eficiência
organizacional interna. Quando se aumenta a eficácia organizacional, o motivo recai no fato de
que as organizações são recompensadas por serem semelhantes a outras organizações de seus
campos.
Por fim, os autores trazem os preditores de mudança isomórfica afirmando que deveriam
ser capazes de prever empiricamente os campos organizacionais mais homogêneos em termos
de estrutura, processos e comportamento. Apresentam que principal contribuição do trabalho
está na sua utilidade em termos de predição.

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