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A MICRO-HISTÓRIA NOS BASTIDORES
TEXTOS E DEFINIÇÕES
Os capítulos anteriores buscaram demonstrar que, embora
guarde algum parentesco com a história das mentalidadgs difun-
dida na França das décadas de 1960 e 1970, a micrp-história
apresentatrajetória e proposta singulares. À semelhança da histó-
ria das mentalidades, a micro-história se debruçou preferencial-
mente sobre temas deixados à margem, quer pela história con-
vencionaToiThistoricista — apegada aos grandes personagens ou
eventos —, quer pela história social dedicada às estruturas socio-
económicas das grandes totalidades — países, épocas, regiões.
Além disso, uma e outra propuseram, de maneiras diferentes,
uma certa "antropologização" da história, no mínimo pela preo-
cupação comum com o regisTro etnográfico e a busca das alteri-
dades no tempo. Enfim, a valorização da narrativa nos dois casos
foi, desde o início, um ponto de aproximação, do que resultou,
em grande parte, a "popularização" da bibliografia histórica, que
adquiriu visibilidade considerável nas últimas décadas, ultrapas-
sando, em vários países, as muralhas do universo acadêmico.
106 -«> O s PROTAGONISTAS A N Ô N I M O S DA HISTÓRIA
1. é interpretativa;
2. o que ela interpreta é o fluxo do discurso social;
3. a interpretação consiste "em tentar salvar o dito em um
tal discurso da sua possibilidade de extinguir-se e fixá-lo
em formas pesquisáveis";
4. é microscópica.
Como teria feito Arnauld du Tihl para representar tão bem o papel
de Martin Guerre, o verdadeiro marido? Teria havido um acordo
prévio entre os dois? E até que ponto a mulher, Bertrande, teria
sido cúmplice do impostor?