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DOI: 10.1590/1413-81232018245.

04342019 1637

Implementação da Saúde do Idoso na Estratégia Saúde da

artigo article
Família: visão dos profissionais e gestores

The Implementation of Senior Health Care in the Family Health


Strategy: The View of Professionals and Managers

Maria José Caetano Ferreira Damaceno (https://orcid.org/0000-0001-7879-091X) 1


Mara Quaglio Chirelli (https://orcid.org/0000-0002-7417-4439) 2

Abstract Changes in the demographic profile Resumo As mudanças no perfil demográfico nas
over recent decades, especially population aging, últimas décadas, tendo como destaque o envelhe-
have implications for Brazilian public policies. cimento da população, emergem implicações às
This study aims to analyze how family health políticas públicas brasileiras. O objetivo desta pes-
strategy teams implement and carry out care for quisa foi analisar a implementação e o processo
the elderly in a Brazilian municipality. The qual- de trabalho nos cuidados ao idoso pelas equipes
itative field research was conducted by collecting da Estratégia Saúde da Família em município
data through semistructured interviews using brasileiro. Foi conduzida pesquisa de campo, qua-
Minayo as a point of reference and employing litativa, com coleta dos dados por entrevista se-
thematic content analysis. One observation was miestruturada, a partir do referencial de Minayo,
that the National Health Policy for Elderly Peo- no qual utilizou-se a Análise de Conteúdo, moda-
ple (Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa lidade temática. Observa-se que a implementação
– PNSPI) has been facing challenges in its im- da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
plementation at the municipal level in terms of (PNSPI) em nível municipal vem enfrentando
the lack of specific actions by the PNSPI, limited dificuldades no processo de operacionalização das
actions or lack of accessibility, lack of training for ações, relacionadas à: inexistência de ações espe-
health professionals, hiring and management of cíficas do PNSPI; ações restritas/acessibilidade;
workers, intersectoral actions, and management. despreparo na formação profissional; contratação/
It was concluded that a better outlook for the im- gestão dos trabalhadores; ações intersetoriais; e
plementation of the PNSPI in the context of the gestão. Concluiu-se que para um contexto mais
aging population will require strengthening ac- promissor diante do envelhecimento populacional
1
Fundação Educacional tions through the precepts of comanagement, an será primordial neste processo de implementação
do Município de Assis, expanded clinic, and health education to increase da PNSPI fortalecer as ações a partir dos preceitos
Instituto Municipal de individuals’ independence. da cogestão, da clínica ampliada e da educação em
Ensino Superior de Assis.
Av. Getúlio Vargas 1200, Vila Key words Health care for the elderly, Health saúde para emancipação da pessoa.
Nova Santana. 19807-634 management, Family health Palavras-chave Saúde do idoso, Gestão em saú-
Assis SP Brasil. de, Saúde da família
marin.mjcf@hotmail.com
2
Programa de Pós-
Graduação Saúde e
Envelhecimento, Faculdade
de Medicina de Marília,
Marília SP Brasil.
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Damaceno MJCF, Chirelli MQ

Introdução O envelhecimento ativo associado à provável


predominância de doenças crônicas não infec-
O crescimento da população idosa brasileira tem ciosas exige, sobretudo, modificações na organi-
trazido desafios à sociedade, em termos econô- zação do trabalho, a partir do desenvolvimento
micos, previdenciários, de infraestrutura urbana genérico e especializado das tecnologias de gestão
e de serviços. Neste mesmo contexto ressaltamos em saúde9, igualmente, se faz necessário, modelo
o setor da saúde, que confronta-se com o país or- de atenção à saúde pautado na clínica ampliada10.
ganizado para atender demandas de população Destaca-se a cogestão que entrevê a necessi-
jovem, mas que ao mesmo tempo depara-se com dade da operacionalização de um cuidado por
a necessidade de readequar a estrutura e organi- meio da integração entre os profissionais, ges-
zação devido ao aumento de doenças crônicas tores e usuários, na perspectiva de constituir o
não transmissíveis que incidem com o envelheci- projeto terapêutico a partir das necessidades dos
mento1,2. Cenário este existente em outros países, usuários, tornando-os ativos e participativos,
como o Canadá, redundando nas mais diversas como também, operando nas mudanças das rela-
preocupações, ante os agravos que o envelheci- ções e no contexto de trabalho da equipe11.
mento pode ocasionar, em decorrência da ausên- Vislumbra-se em nosso país a reorganização
cia de sustentabilidade dos sistemas de saúde3. do sistema de saúde por meio da implantação de
Recentes dados da tabua de mortalidade bra- uma Rede de Atenção à Saúde (RAS). Esta rede
sileira (2016) apontam uma expectativa de vida coordenada pela Atenção Básica (AB) tem a pos-
de 75,8 anos4. Em 2010, o Instituto Brasileiro de sibilidade de desempenhar impactos significa-
Geografia e Estatística (IBGE) já indicava rápido tivos no contexto sob análise12. Todavia, Cecília
processo, notado desde meados de 1960, origina- Arruda et al.13 nos alertam que o sistema de saúde
do deste aumento da longevidade dos brasileiros, é marcado por modelos engessados e burocráti-
sendo constatado em 2010, aumento de 25 anos, cos capazes de impedir o movimento dinâmico
chegando a 73,4 anos; além da redução da taxa e integrado do cuidado em saúde, preconizado
de fecundidade5. pela RAS.
Contemporaneamente, em município do Destaca-se, também, em países como a In-
centro-oeste do Estado de São Paulo, a popula- glaterra a preocupação frente à fragmentação do
ção maior de 60 anos representa 16%, significan- cuidado constituído junto aos idosos. Do mesmo
do dois pontos percentuais acima da população modo, no Brasil tem-se identificado dificuldades
idosa do Estado de São Paulo, que conta com semelhantes14. Aponta-se que para que a RAS
14%. Ao analisar o comportamento demográfico seja implementada e apresente eficácia, faz-se
do Estado de São Paulo, destacam-se pontos de necessário mudanças na gestão, na cultura e na
inflexão decisivos como: em meados de 2020 te- formação dos profissionais que atuam no Siste-
remos maior porcentagem de indivíduos na faixa ma Único de Saúde (SUS), uma vez que são as
etária acima de 60 anos do que crianças e adoles- práticas dinâmicas dos atores sociais que torna-
centes menores de 15 anos. Este número tripli- rão efetivas as inovações no cuidar15.
cará em 2050 se comparado ao ano de 20106. A A Estratégia Saúde da Família (ESF) é visua-
população de idosos brasileiros no ano de 2012 lizada como meio para a reorganização das práti-
era composta por contingente acima de 22 mi- cas em saúde, podendo abordar e estimular o en-
lhões de indivíduos, superando, segundo estima- velhecimento ativo. Este poderá ser constituído
tivas das Nações Unidas, a população de idosos por meio da integralidade do cuidado ao idoso,
de vários países europeus2. considerando a sua inserção em contexto social
Por conseguinte, considerando que o enve- e suas capacidades para desenvolver as potencia-
lhecimento não se trata de processo homogêneo7, lidades16.
ultimamos que estes dados revelam não só con- Diante desse cenário, questionamos como as
quista, mas demonstram a repercussão que estas ações dos profissionais da ESF e dos gestores da
alterações demográficas implicam nas diversas Secretaria Municipal da Saúde (SMS) se cons-
políticas públicas, demandando investimentos tituem na construção da realidade da saúde do
na promoção da autonomia para constituição de idoso, buscando compreender o universo dos
vida saudável deste grupo social e resolubilidade significados, dos motivos, das aspirações, dos va-
de necessidades2. Neste contexto, o Ministério da lores, das crenças e das atitudes que partem de
Saúde (MS) aprovou em 2006, por meio da por- determinada realidade social17. Semelhantemen-
taria n°2.528/2006, a Política Nacional de Saúde te, verificou-se estudos no Reino Unido com a fi-
da Pessoa Idosa (PNSPI)8. nalidade de compreender acerca do cuidado aos
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idosos e de seus cuidadores frente as dificuldades, Utilizou-se a análise de conteúdo na modali-
visando a coparticipação na elaboração do plano dade temática, considerado o método de análise
do cuidado18,19. apropriado para a compreensão do universo que
Pressupondo que há possíveis dificuldades na cerca a saúde do idoso por revelar as percepções,
implementação da atual política, na instância lo- os valores e a cultura dos participantes17. Elen-
cal, quanto a forma de organizar o cuidado nos cou-se o tema “Gestão e Organização do Traba-
serviços de saúde; considerando que a PNSPI é lho para o Cuidado do Idoso” a partir dos respec-
recente e que ainda não houve organização mu- tivos núcleos de sentido: 1- implementação da
nicipal direcionada para essa, propõe-se analisar política de atenção à saúde do idoso; 2- dificul-
o processo de implementação das ações da Saúde dades na realização do cuidado ao idoso, relacio-
aos Idosos pelas equipes das Unidades de Saúde nadas à: inexistência de ações específicas; ações
da ESF em município do centro-oeste do Estado restritas/acessibilidade; despreparo na formação
de São Paulo. profissional; desenvolvimento insuficiente da
prática da intersetorialidade; contratação/gestão
dos trabalhadores e gestão.
Métodos Para a análise dos fragmentos das falas, foram
utilizadas representações pela categoria profissio-
Realizou-se pesquisa exploratória com aborda- nal e o número da ESF correspondente dos parti-
gem qualitativa, segundo Minayo17 utilizou-se cipantes da pesquisa: ENF-1, ME-1, ACS-1, AE-1.
Análise de Conteúdo, modalidade temática. Este Os gestores não foram identificados por questões
artigo faz parte de dissertação de mestrado inti- éticas, sendo caracterizados por G-1, G-2... G-5.
tulada “Análise das Ações de Saúde do Idoso no Ao caracterizar os participantes, averiguou-
Âmbito da Estratégia Saúde da Família em Mu- se que a maioria dos gestores está na faixa etária
nicípio do Interior do Estado de São Paulo”20. O entre 30 e 37 anos, graduados e mestres na área
projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de da saúde. Somente um possui doutorado e todos
Ética em Pesquisa da Instituição de ensino vin- estão no cargo atual entre 06 e 08 anos. Quanto
culada ao mestrado “Saúde e Envelhecimento”, aos profissionais, predomina a idade entre 31 e
respeitando a Resolução 466/2013. 40 anos, com tempo de atuação na ESF atual en-
O cenário para coleta de dados foram cinco tre 07 e 09 anos.
unidades de serviço da ESF (UESF) de município Para a análise documental utilizou-se o Plano
do interior do Estado de São Paulo, num universo Municipal de Saúde (2010-2013)22, e o Relatório
de 31 unidades21. Os sujeitos incluídos foram cin- de Gestão Anual (2011)23. Confrontou-se as in-
co gestores da Atenção Básica (01 coordenador formações sistematizadas destes com os dados
da atenção à saúde do idoso, três coordenadores das entrevistas, por meio de roteiro constituído
da ESF e o Secretário Municipal da Saúde) e os de questões que abordaram aspectos do processo
profissionais locais das categorias que compõem do planejamento, da implementação/operacio-
a equipe das UESF, de forma que representassem nalização e da avaliação das ações direcionadas
essa composição: enfermeira, dentista, médico, à atenção ao idoso, bem como, sobre o financia-
auxiliar de enfermagem, agente comunitário de mento.
saúde, auxiliar de consultório dentário, técnico
em higiene dental e auxiliar de escrita. Para a se-
leção das unidades realizou-se sorteio aleatório Resultados e discussão
abrangendo uma de cada região do município
(norte, sul, leste, oeste e área rural). Análise dos documentos municipais
Coletou-se os dados através de entrevista se-
miestruturada, entre outubro de 2012 e janeiro de Para analisar os documentos municipais uti-
2013, com duração entre 10 a 40 minutos. Foi so- lizou-se como critério as diretrizes da Portaria
licitada autorização da gravação da fala dos parti- nº 2.528/GM de 2006, que aprova a PNSPI. As
cipantes e assinatura do Termo de Consentimento diretrizes aspiram por uma abordagem ampliada
Livre e Esclarecido (TCLE), conforme Resolução à população idosa, que contemplam a apresenta-
CNS 466/2013. Para a inclusão dos participantes ção da Política para profissionais, gestores e usu-
aplicou-se o critério de saturação das falas, que ários do SUS, formação e educação permanente
favorece encerrar a amostra ao perceber redun- dos profissionais; assim como a promoção do
dâncias, repetições nas falas dos entrevistados envelhecimento ativo e saudável; atenção integral
disparadores17, fechando-a com 26 participantes. e integrada à saúde do idoso; estímulo às ações
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intersetoriais, visando a integralidade da aten- ...o cuidado ao idoso demorou um pouco, foi
ção; provimento de recursos para a qualidade da mais ou menos uns cinco anos, porque a gente ti-
atenção; estímulo à participação e fortalecimento nha outros programas (AE-III); ...acho que come-
do controle social; apoio ao desenvolvimento de çou não faz muito tempo, uns 15 ou 20 anos, de for-
pesquisas. ma gradual (ME-II);... não tem programa, grupo
Assim, constatou-se a inexistência de plano voltado aos cuidados específicos do idoso, trabalha
municipal específico voltado à população ido- o idoso que é diabético e hipertenso, acamado. Para
sa. Os documentos existentes não abordaram a a prevenção, a gente não conseguiu fazer ainda
maioria das questões presentes no roteiro que (ENF II);
abrangiam as diretrizes da PNSPI. No Plano Diferentemente, os gestores demonstram ter
Municipal de Saúde (2010-2013)22 encontrou- ocorrido três momentos até o período da cole-
se como meta “Implementar o Programa Saúde ta dos dados. O primeiro momento foi marca-
do Idoso”, enquanto que no Relatório de Ges- do pela publicação da política e implantação de
tão Anual (2011)23 identificou-se como objetivo ações sem resultado efetivo:
a implantação da “PNSPI”, com a programação ... Publicada a política em 2006, implantação
de ações como: “apresentação da PNSI a 80% da da caderneta, educação permanente, diversos pro-
equipe técnica da SMS e a 50% das equipes da blemas, caderneta a menos, idosos não preparados,
rede básica e por último capacitar 60% de médi- sem implantação efetiva (G-4).
cos das áreas clínica médica e generalista da rede No segundo momento, destaca-se a implan-
de AB em diagnóstico e tratamento da osteopo- tação de serviços como parte do fortalecimento
rose”. da política, mas o período é visualizado como
Notou-se em análise que a última proposi- não efetivo: ...implantação do NASF em 2009, ten-
ção não foi alcançada. Embora as duas primeiras tado implementar caderneta em 2007 ou 2008, ...
ações puderam ter sido alcançadas, ponderamos ano subsequente a 2010, proposta foi considerada
que as três são insuficientes à efetivação do pro- papel do NASF, experiência melhor, mas não efe-
grama, uma vez que estas além de possuírem tiva (G-4).
característica somente de apresentação da pro- Já o terceiro momento demonstra organiza-
posta, também não envolveram todas as equipes ção mais específica à Política: ... com coordenação
e categorias profissionais relevantes como prevê específica do idoso, mais reestruturado. Fez diag-
a política. nóstico, propondo implantação da caderneta e da
Também não apreciaram de maneira abran- política de forma diferenciada. Propôs número pe-
gente as diretrizes da PNSPI, expondo a neces- queno de unidades para criar experiência das difi-
sidade da prática do cuidado na lógica do enve- culdades, das facilidades (G-4).
lhecimento ativo, a implantação de acolhimento Instiga-se para a realização de revisão do
conforme critério de risco, a formação e a edu- processo de implementação ocorrido, atentan-
cação permanente dos profissionais na área da do-se ao planejamento e implantação parcial
saúde do idoso, a atenção domiciliar, a atenção das ações preconizadas pela política. Sobressai
diferenciada na internação, bem como a assistên- a inquietação de que, apesar das duas primeiras
cia farmacêutica, dentre outros8. ações supracitadas parecerem ter sido alcançadas,
É possível perceber que no Plano Municipal considera-se que são escassas frente à efetivação
de Saúde (2010-2013) há a meta de conformação da política devido ao seu perfil de “apresentação”.
de rede de atenção à saúde para estimular ações As ações como a utilização da caderneta do idoso
intersetoriais, estabelecendo acolhimento com torna-se incipiente na medida em que é somente
qualificação de risco por cores, não especificando instrumento de registro dos dados e que necessi-
o usuário idoso22. taria de pactuações e formação dos profissionais
para que pudesse ocorrer mudança nas práticas,
Gestão e organização do trabalho com integração entre os serviços na perspectiva
para o cuidado do idoso da concepção de RAS. Observa-se também que
os participantes apenas citaram as capacitações,
A respeito da implementação da PNSPI no o que pode revelar que não ocorreram ações mais
município em destaque, identificou-se nas falas amplas para que os profissionais pudessem se
dos entrevistados que houve processo de imple- fundamentar para as práticas.
mentação, contudo com visões distintas, os pro- Os profissionais consideram que a imple-
fissionais dos serviços locais sinalizaram uma im- mentação tenha sido superficial, pois não identi-
plementação com datas imprecisas e superficiais. ficamos menção às ações estratégicas da política,
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além de que, as que foram identificadas, tiveram mandas sociais, ante a predominância de doenças
abordagem pouco aprofundada, e algumas não crônicas não infecciosas advindas do envelheci-
demonstraram ser claramente direcionadas ao mento não ativo9; sendo imprescindíveis ações
idoso: pautadas na clínica ampliada11.
...no município eu não lembro, mas não tem Na gestão da clínica ampliada baseada na
nada ainda muito, não tem protocolo de atendi- atenção à saúde-gestão-educação, vislumbra-se
mento do idoso, programas de reabilitação, de in- cuidado que centralize a atenção integral atra-
clusão de idosos ( ENF-I); ... a gente não trabalha vés do diálogo entre a gestão, a atenção à saúde
com grupo, presta cuidado ao idoso orientando, e educação na saúde, aspirando transformações
medicações, questões mais da parte da enferma- da prática26. Nesse contexto, a formação dos pro-
gem, avaliação do idoso que tem feridas, a parte fissionais por meio da Educação Permanente em
mais curativa. Grupo direcionado voltado pro ido- Saúde (EPS) torna-se importante ao almejar en-
so não (AE-III); ... sei que agora tem lei específica volvimento e reflexão do processo de trabalho.
para idoso, cartilha para idoso. Aqui na unidade Nota-se o quanto o setor da saúde carece de
foi feita há tempos atrás (ASG-II); ... Faz oito me- reorganização de seu processo de trabalho e rea-
ses que estou aqui e não formamos grupo de idosos, valiação do processo saúde e doença, por primar
vejo que tem unidades que fazem ações, de cami- nas atuações focadas em doenças e não pauta-
nhada, tem artesanato (ACS –I). das na individualidade. Consequentemente, não
As ações apontadas pelos profissionais des- basta a publicação, pelo Ministério da Saúde, da
tacam ações como uso da cartilha e carteira do PNSPI, se não houver mudança do paradigma do
idoso, os cuidados aos maus tratos, bem como as cuidado pautado no modelo biomédico.
direcionadas à hipertensão arterial, ao diabetes e Quanto às ações de educação em saúde, a aná-
à prevenção ao câncer bucal, além da vacinação lise documental mostrou decréscimo emanado da
de influenza, sendo as duas últimas as mais cita- organização do sistema de saúde, que ao estabele-
das, não podendo nos esquecer de que se tratam cer a competência da ESF para situações de baixa
de ações campanhistas. complexidade, gerou maior demanda espontânea
... há 12 anos acompanho cuidados meio fragmentados, dificultando as ações de educação em saúde23.
mas sempre existiu, vacinação de influenza, cuidado mais No tocante às dificuldades na realização do
específico à hipertensão e diabetes e as próprias doenças oca- cuidado do idoso, observou-se que estão relacio-
sionadas pelo envelhecimento (Enf-II); ... faz quatorze anos nadas à inexistência de ações específicas; ações
que estou na ESF; desde que comecei a trabalhar eu já tinha restritas/acessibilidade; despreparo na formação
olhar diferenciado pro idoso e com relação a minha profissão, profissional; desenvolvimento insuficiente da
à saúde bucal, aos exames de prevenção e detecção precoce ao intersetorialidade; contratação/gestão dos traba-
câncer bucal (DE-I); ...ouvi falar muito sobre maus tratos ao lhadores e gestão.
idoso, no disque idoso (AE-III). Para a resolução da inexistência de ações es-
Em estudo que avalia a PNSPI no Brasil em pecíficas ao idoso é relevante planejar ações que
2007, Rodrigues et al.24 afirmam que os Planos de ultrapassem e reafirmem a necessidade do cuida-
Ação devem atribuir aos órgãos setoriais a utiliza- do com vistas à clínica ampliada. O fragmento
ção de suas atribuições e realizem ações de acordo corrobora com as necessidades delineadas acima:
com as demandas dos idosos baseados na PNSI. ...tem que ter olhar diferenciado para os que
Citam como exemplo, a realização de fóruns, estão envelhecendo, ter momento de lazer, tem que
formais e informais, o que, no entanto, não foi ser população ativa (DE- 1).
constatado nas entrevistas dos profissionais. Nas Os participantes destacam a proposta de im-
entrevistas dos gestores foi afirmada a ocorrência plantação da organização da AB no cuidado ao
de fóruns e capacitações acerca de prevenção de idoso a partir de dois eixos, o dos idosos inde-
acidentes domiciliares, porém não contínuas. pendentes e o dos com dificuldades para realizar
...teve fórum sobre o idoso com delegacia da as atividades. A Portaria nº 2.528, de 19 de ou-
mulher, promotoria, capacitações para a casa do tubro de 20068 remete às questões importantes,
idoso para não ter acidente, não posso dizer que podendo nortear o planejamento local da AB,
são contínuas, pontuais (G-5). proporcionando o estabelecimento de estratégias
Com a intencionalidade de enfatizar a ne- para promoção da saúde e prevenção, além de
cessidade de expandir as ações à saúde do idoso, ações de reabilitação11.
Branco da Motta et al.25 destacam a necessidade No que tange às ações restritas e dificuldade
de realizar mais debates sobre o desenvolvimento de acesso, é exposta ausência de apoio ou estru-
dos equipamentos no SUS para o alcance das de- tura própria para a efetivação e ampliação de
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oportunidades de inserção do idoso ao meio so- nomia da pessoa. Porém, as abordagens dos pro-
cial: ... marquei bingo na minha residência, mas fissionais nos serviços estão centradas no modelo
cinema precisa de transporte (ASG-1). biomédico e o planejamento dos gestores tem de-
Paskulin et al.27 relatam que apesar do sistema monstrado que se faz urgente ações que possam
de saúde prever atendimento universal e integral repensar as intervenções. A EPS tem sido uma
possui carência de recursos. das estratégias para a reconstrução das práticas
Esta preocupação aumenta ao passo que no- por meio da reflexão e construção de significados
tamos o envelhecimento populacional acelerar-se para essas práticas, podendo planejar novas ações
e o quão os municípios ainda possuem dificulda- considerando as necessidades do território29.
des em readequar os recursos e o desenvolvimen- Outra dificuldade destacada remete ao desen-
to de uma autonomia direcionada à identificação volvimento insuficiente da prática da interseto-
e resolubilidade de necessidades ao idoso. rialidade no processo de trabalho. A participação
Ao que diz respeito a formação dos profis- de setores na implementação do cuidado à pes-
sionais, constatou-se que é insuficiente a base de soa idosa, como o Centro de Atenção Psicossocial
conhecimento para a atuação: ... as unidades não (CAPS) e o Núcleo de Atenção à Saúde da Famí-
foram preparadas, muitos profissionais foram inse- lia (NASF) não emergiu nos discursos de todas as
ridos e não foram capacitados (G-1). equipes de saúde entrevistadas. Fato visualizado
O momento incita a revisão da formação dos em outros cenários brasileiros, são apontados di-
profissionais nos diversos serviços de saúde. É lemas sobre a idealização da proposta do NASF
imperativo que os currículos das graduações em e o seu desenvolvimento, como a falta de articu-
saúde abranjam expressivamente a Gerontologia lação entre as gerencias da ESF e a do NASF e as
e a Geriatria, buscando valorizar esta área25. Para diferentes concepções sobre o matriciamento, o
alcançar esta formação profissional mais expres- que não tem favorecido o desenvolvimento da
siva Tavares et al.28 complementam que é preciso prática integral, compartilhada e colaborativa30.
cenários de aprendizagem amplos, valorizando Em contrapartida, foi evidenciado nas entre-
as dimensões políticas, o desenvolvimento de vistas a importância do papel do NASF no mu-
habilidades pessoais e coletivas, o envolvimento nicípio, como ator intermediário entre as UESF
comunitário, a sustentabilidade e a reorientação e o conselho do idoso. Ainda nesta abordagem,
dos serviços de saúde. Desta forma, proporcio- acrescenta-se que foram identificadas dificulda-
nará a construção de capacidades profissionais des de acesso a determinados setores, dependen-
diante das necessidades singulares dos territórios do da rede estabelecida ao idoso. A dificuldade
e com maiores possibilidades de superar o mode- de envolver outros setores no cuidado e a forte
lo biomédico. presença de fragmentação do sistema de saúde
Tratando-se da problemática da formação municipal devido a pouca cooperação entre os
nos serviços de saúde, as entrevistas apontaram serviços de saúde foram visualizadas no Plano
que a maioria dos profissionais que realizaram Municipal de Saúde (2010-2013)22. Contudo, a
a EPS, em época anterior, não está mais atuan- SMS diante desta fragmentação dos serviços de
do na ESF, e muitos dos profissionais que foram saúde propôs uma ampla reorganização das prá-
posteriormente contratados não foram capa- ticas na rede de AB, visando a conformação de
citados. Ocorreu a capacitação de apenas uma rede de atenção á saúde por meio de uma cons-
especialidade da categoria profissional médica23. trução coletiva de caráter multiprofissional22.
Inquestionavelmente é imperiosa a necessidade Apesar de Branco da Motta et al.25 exporem
de formação profissional fundamentada no con- que outros municípios brasileiros apontam a
texto das necessidades sociais e do SUS. Destaca- mesma dificuldade da consolidação de redes de
se também, que a Política Nacional de Educação atenção ao idoso, também expõe que o processo
Permanente em Saúde (PNEPS) seja vista como de cuidado precisa ser pautado no fortalecimen-
elemento que tangencie as iniciativas de reorien- to de sistemas de saúde em redes. Assim como, a
tação da formação, principalmente em nível de coordenação desta RAS realizada pela AB impli-
graduação, e posteriormente, provoque reflexos ca no alcance do reordenamento do sistema de
significativos nas práticas junto aos serviços28. saúde de maneira que o cuidado seja guiado pelo
Percebe-se que o enfoque a pessoa idosa em caminho da rede31. Este olhar diante da fragmen-
seu processo de envelhecimento ainda necessita tação do sistema vislumbrando a integração dos
ser tratado enquanto temática essencial nos cur- serviços de saúde é verificado na Inglaterra, o que
rículos das diversas profissões, construindo tec- nos permite concluir que trata-se de um proble-
nologias para o cuidado com produção de auto- ma transocidental14.
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Instiga-se a necessidade de refletir sobre este pação entre gestores, equipe de saúde e usuários
contexto, em face da importância da interseto- além de elevar a autonomia do usuário em seu
rialidade advir da articulação entre diferentes plano terapêutico também auxilia nas mudanças
setores e atores diante do compartilhamento de das práxis, no quesito das relações e do contexto
poderes e saberes para atuarem de maneira in- do trabalho11.
tegrada acerca de demandas32. Essa temática tem
sido discutida internacionalmente, demonstran-
do sua relevância33, alcançando efetividade no Considerações finais
desenvolvimento de políticas públicas34.
Outra perspectiva dos problemas identifica- Ao analisar-se a implementação das ações do
dos é mencionada em diversos relatos colhidos PNSPI a partir da instância local, identifica-se
nas entrevistas dos gestores, sendo evidenciadas que o envelhecimento populacional passa a ser
dificuldades relativas às contratações de pro- um tema cada vez mais discutido devido as re-
fissionais, o que ocorreu também em relação às percussões nos distintos setores políticos do país.
diversas categorias profissionais e especializadas: Possibilitou captar pontos relevantes para o de-
... contratam recém-formados, [...] ficam tempora- senvolvimento da atenção à saúde do idoso no
riamente até conseguir especialização, quem tem município. Favoreceu reflexões acerca da necessi-
formação saúde da família, são leiloados pelos mu- dade do desenvolvimento de um processo de tra-
nicípios (G-5). balho ancorado na clínica ampliada, buscando a
Distintas circunstâncias contribuem para esse implementação integral da PNSPI.
quadro no Brasil, tais como, a carência de oferta No cenário pesquisado ocorreram tentativas
de médicos, as formas precárias de contratação, de implementação das políticas, desde a apro-
a infraestrutura material inadequada, as condi- vação da PNSPI, com poucos avanços junto às
ções sociopolíticas que frequentemente geram equipes da ESF. Um dos determinantes está fo-
entraves para o processo de trabalho29. Aspectos cado no planejamento insuficiente, sendo que o
semelhantes são vivenciados em outros países, que foi realizado não ocorreu na perspectiva da
como ausência de recursos humanos e materiais cogestão com as equipes da UESF, nem a partir
condizentes ao cuidado necessário35. das necessidades dos territórios, gerando uma
Logo, tomando como base esta realidade na- política com pouco impacto nas práticas das
cional e internacional, precisa-se constituir uma equipes, considerando que também há pouca
política local consistente com estratégias e pro- apropriação dos gestores com relação a PNSPI.
pósito para que ocorra a consolidação desta or- A formação dos profissionais também tem in-
ganização do sistema do município estudado em terferido na proposição de práticas e tecnologias
redes de atenção, além de fortalecer a contratação que atendam as necessidades dessa população
de profissionais que queiram se estabelecer na tendo como fundamentação a clínica ampliada
AB, tendo destaque os médicos que tem gerado e constituição de sujeitos no cuidado aos idosos,
uma alta rotatividade por não se ter uma políti- uma vez que a expectativa de vida tem amplia-
ca financeira e de proposição de organização do do, além do aumento da longevidade dos idosos
trabalho que consiga manter esses profissionais acima de 80 anos. Neste sentido, se faz necessário
inseridos nas equipes para um cuidado integral. repensar a formação da equipe multiprofissional
Em se tratando das dificuldades de gestão, em nível de graduação, pós-graduação e nos ser-
identificou-se as diferentes organizações do pro- viços de saúde para atender as demandas e ne-
cesso de trabalho nas UESF do município rela- cessidades da transição do perfil demográfico e
cionadas às especificidades existentes, geradas epidemiológico.
por fatores como tipo de gestão entre a macro e a Será primordial o incentivo a ampliação da
microgestão no que concerne à autonomia, visão implementação da PNSPI por meio de gestores
do processo saúde-doença e do processo de tra- municipais compromissados com as necessida-
balho. A autonomia dos serviços de saúde propi- des dessa transição demográfica, com vistas à clí-
cia maior atuação no planejamento local, mas in- nica ampliada e com o estabelecimento de proto-
daga-se até que ponto essa autonomia concedida colos específico, investimentos maiores nos ins-
em âmbito municipal provém de gestão partici- trumentos de cogestão e no desenvolvimento de
pativa com corresponsabilização das equipes nas uma rede de atenção à saúde do idoso integrada.
ações propostas ou porque a macrogestão possui A pesquisa apresentou limites ao não abarcar
dificuldades em realizar suas atribuições junto a visão dos usuários idosos, frente ao nosso con-
aos serviços locais?36 A ampliação da copartici- texto nacional e local de saúde. Portanto, há ne-
1644
Damaceno MJCF, Chirelli MQ

cessidade de novas investigações que abranjam a


perspectiva da implementação da PNSPI na visão
dos idosos e de seus familiares, considerando as
práticas de cuidado e suas tecnologias, bem como
o acesso aos serviços de saúde na RAS.

Colaboradores

MJCF Damaceno participou na concepção, deli-


neamento, análise e interpretação dos dados, re-
dação do artigo e sua revisão crítica. MQ Chirelli
participou como orientadora da pesquisa e revi-
sora de todas as etapas na elaboração do artigo.
Todos participaram da aprovação da versão a ser
a ser publicada.
1645

Ciência & Saúde Coletiva, 24(5):1637-1646, 2019


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Artigo apresentado em 02/04/2018


Aprovado em 22/10/2018
Versão final apresentada em 19/02/2019

CC BY Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons

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