Você está na página 1de 8

Fichamento do Cap. 4 do livro Dialética do Esclarecimento de Theodor W.

Adorno e Max
Horkheimer, a saber, A Indústria Cultural: O Esclarecimento como Mistificação das Massas
(p.113-156)
...

“ ... a cultura contemporânea confere a tudo um ar de semelhança. O cinema, o rádio e as revistas


constituem um sistema . Cada setor é coerente a si mesmo e todos são em conjunto. (p.113)

Pelo louvor do progresso técnico o que era simplesmente cultura é transformado em Indústria
Cultural.

“ ... a falsa identidade do universal e do particular.” (p.114)

A Indústria Cultural como um instrumento resultante da padronização do comportamento e da


subjugação da individualidade.

“ Os padrões teriam resultado originalmente das necessidades dos consumidores: eis porque são
aceitos sem resistência.(...) De fato o que o explica é o círculo da manipulação e da necessidade
retroativa, no qual a unidade do sistema se torna cada vez mais coesa.” (p.114)

A Indústria Cultural cria um elo de manipulação e necessidade retroativa, na qual cada vez mais o
consumidor está confinado a enquadrar-se nos padrões sem resistência alguma.

“ ... a técnica da Indústria Cultural levou apenas a padronização e a produção em série, sacrificando
o que fazia a diferença entre a lógica da obra de arte e o sistema social.” (p.114)

O que era obra de arte autêntica com a Indústria Cultural passa a ser meras mercadorias de
comercialização.

“ As vantagens e desvantagens que os consumidores discutem servem apenas para perpetuar a


ilusão da concorrência e da possibilidade de escolha. ” (p.116)

A Indústria Cultural faz com que os produtos se revelem sempre o mesmo, sem diferenciação e
escolhas ilusórias.

“ Não somente os tipos de canções de sucessos, os astros, as novelas ressurgem ciclicamente como
invariantes fixos, mas o conteúdo específico do espetáculo é ele próprio derivado deles e só varia
na aparência. Os espetáculos tornam-se fungíveis. (...) desde o começo do filme já se sabe como ele
termina...”(p.117)

Através da fungibilidade da Indústria Cultural, ela atinge o todo e a parte pela falta da identidade das
massas. Ela torna cultura tão banal pois ciclicamente ela se repete mudando somente a aparência.
“ Na Alemanha, a paz sepulcral da ditadura já pairava sobre os filmes da Democracia.” (p.118)

A arte burguesa, critica a realidade, contudo a Indústria Cultural coloca-a no cotidiano.

“... o filme adestra o espectador entregue a ele para se identificar imediatamente com a realidade.”
(p.119)

A Indústria Cultural tenta colocar no filme traços da realidade para que o espectador perceba um
prolongamento do filme na sua realidade cotidiana.
“ O filme sonoro ( paralisam essas capacidades em virtude de sua própria constituição objetiva .”
(p.119)

Pela grande quantidade de informação lançada em tão pouco tempo, o espectador não tem a
capacidade intelectual de questionar o que está sendo posto, para não perder os fatos que estão
sendo cvelozmente exibidos diante de seus olhos.

“ É essa a natureza, complicada pelas exigências sempre presentes e sempre exageradas (...) que
constitui um novo estilo, a saber, “ um sistema da não cultura”.” (p.121)

O estilo visa exibir qualquer tipo de transgressões a padrões estéticos determinados.

A Indústria Cultural é a barbárie estilizada e faz do estilo a sua arma, o seu jargão. Com isso forma
um sistema aculturado, promovendo uma falsa reconciliação do universal com o particular em seus
produtos.

“ Eis porque o estilo da Indústria Cultural, que não tem mais que se pôr à prova em nenhum material
refratário, é ao mesmo tempo a negação do estilo. (...) o universal pode substituir o particular e vice-
versa.”(p.122)

“ Os grandes artistas jamais foram aqueles que encarnaram o estilo da maneira mais integra e mais
perfeita, mas aqueles que acolheram o estilo em sua obra como uma atitude dura contra a repressão
caótica do sofrimento, como verdade negativa.” (p.122)

“ Em toda obra de arte o estilo é uma promessa.” (p.122)

A obra de arte autêntica promove uma reconciliação do todo com as partes, isto é o que os grandes
artistas tentaram fazer, mas a Indústria Cultural fez completamente o inverso, criando uma falsa
reconciliação impondo um estilo em conformidade com a estética de dominação.

Dentro do que chamamos de obra de arte, o que apriori era uma forma de denuncia, crítica à
realidade. Com o estilo esta torna-se uma verdade negativa, tirando a autenticidade do artista, e
neste confronto com a autenticidade e estilo que a arte encontra expressão para o sofrimento.

“ ... a obra de arte medíocre sempre se ateve a semelhança com outras(...) A Indústria Cultural
acaba pôr colocar a imitação como algo de absoluto.” (p.123)

Pelo que a Indústria Cultural denomina como cultura, o que ela própria produz é uma anti-cultura
com obras medíocres pois ela está confinada de certo modo à obra de arte burguesa, perdendo assim
o que a arte precisa Ter autenticidade, logo submetendo a cultura como Entretenimento.

“ O Entretenimento e os elementos da Indústria Cultural já existe muito antes dela.” (p.126)

Tanto o Entretenimento quanto a diversão são anteriores a Indústria Cultural, e esta é relacionada
com a exclusão do novo, porém o que ela faz é somente dar um novo estereótipo daquilo que já
estava posto anteriormente, ou seja, faz uma nova maquilagem nos produtos apresentando-os como
novos, originais.

“ A arte leve acompanhou a arte autônoma como uma sombra. Ela é a má consciência social da arte
séria.” (p.126)

A arte leve, ou seja, a ligeira ligada à diversão e ao entretenimento se opõe rigorosamente com a
arte séria que está diretamente relacionada como cultura.
“ Mas o que não é novo é que os elementos irreconciliáveis da cultura, da arte e da distração se
reduzem mediante sua subordinação ao fim a uma única fórmula falsa: a totalidade da Indústria
cultural.” (p.127)

A Indústria Cultural promove a arte como distração invertendo o verdadeiro sentido: a crítica à
realidade.

“ ... a Indústria Cultural permanece a Indústria da Diversão. Seu controle sobre os consumidores é
mediado pela diversão.” (p.128)

“ A diversão é o prolongamento do trabalho sobre o capitalismo tardia.” (p.128)

A Indústria Cultural como forma de controle social, colocando o trabalho e o lazer intercalados de tal
modo a mostrar que um é o prolongamento do outro.

“ Assim a quantidade da diversão organizada converte-se na qualidade da crueldade organizada. Os


autodesignados censores da Indústria Cinematográfica fica, ligados a ela pôr uma afinidade eletiva,
vigiar a duração do crime a que se dá a dimensão de uma caçada.” (p.129)

A Indústria Cultural utiliza da ingenuidade do desenho animado para submeter o espectador ao


controle especulativo.

“ O prazer com a violência infligida ao personagem transforma-se em violência contra o espectador.


A diversão em esforço.(...) Deste modo pode se questionar se a Indústria Cultural ainda preenche a
função de distrair, (...) se a maior parte dos rádios e dos cinemas fossem fechados, provavelmente
os consumidores não sentiria tanta falta assim.” (p.130)

A Indústria Cultural possui um caráter sado-masoquista, pois combina diretamente o prazer com a
violência. Portanto até o seu papel de desenvolver a diversão fica questionável.

“ ... essa aparelhagem inflada do prazer não torna a vida mais humana para os homens.” (p.130)

Se a Indústria Cultural realmente distrai, pôr outro lado ela não humaniza. O que é vendido não dá
ao indivíduo uma formação moral, nem cultural, ao contrario da obra de arte autêntica que cria no
homem uma consciência crítica de olhar a sua realidade não ignorantemente subjugado a
padronização. Esta denuncia o “feio” da realidade social com o “belo” de sua arte.

“ O espetáculo significa que jamais à coisa mesma, que o convidado deve se contentar com a leitura
do cardápio.(...) elas revogavam por assim dizer a humilhação da pulsão e salvavam aquilo a que se
renunciara como algo mediatizado. Eis aí o segredo da sublimação estética: apresentar a satisfação
como uma promessa rompida. A Indústria Cultural não sublima mais reprime.” (p.131)

A Indústria Cultural como humilhação da pulsão, ou seja, o pré-prazer, o indivíduo ao contemplar a


obra de arte burguesa ele sente-se satisfeito, contudo sabe que a realidade nunca será expressada
da mesma forma.

“ O riso torna-se nela o meio fraudulento de ludibriar a felicidade.(...) Na falsa sociedade, o riso
atacou ( como uma doença ( a felicidade arrastando-a para a indigna totalidade dessa sociedade.”
(p.132)

A obra de arte burguesa induz a satisfação, a felicidade é conseqüência proporcional de algo


“valoroso”, de algo autêntico e instrutivo, a Indústria Cultural substitui a felicidade sustentando o
riso e o humor.
“ O diabólico no riso falso está justamente em que ele é forçosamente uma paródia até mesmo
daquilo que há de melhor: a reconciliação.” (p.132)

A Indústria Cultural tente a unir a arte com a vida cotidiana ( realidade ), promovendo assim uma
falsa reconciliação. Assim gerando uma forte coesão social.

“ Oferecer-lhes algo e ao mesmo tempo privá-las disso é a mesma coisa.” (p.132)

A Indústria Cultural como ameaça de castração.

“ A Indústria Cultural coloca e renuncia jovial no lugar da dor. (...) cada espetáculo da Indústria
Cultural vem mais um vez aplicar e demonstrar de maneira inequívoca a renuncia permanente que
a civilização impõe as pessoas.” (p.132)

A obra de arte contemporânea deve ser expressão de dor de viver em uma sociedade falsamente
reconciliada.

“ O principio impõe que todas as necessidades lhe sejam apresentadas como podendo ser satisfeitas
pela Indústria Cultural, mas, pôr outro lado, que essas necessidades sejam de antemão organizadas
de tal forma que ele se veja nelas unicamente como um eterno consumidor ...” (p.133)

É difícil resistir ao poder da Indústria Cultural, pois ela estabelece uma retroatividade, que a forma
de resistir é adaptar-se. Pois ela impõe que todas as necessidades podem ser supridas.

“ O entretenimento não seria a mera antítese da arte, mas o extremo que a toca.” (p.133)

O entretenimento da Indústria Cultural está fortemente ligado à dominação da consciência do


indivíduo.

“A Indústria cultural está corrompida, mas não como uma Babilônia do pecado, e sim como catedral
do divertimento de alto nível.(...)a inverdade é inerente a um espírito que foi recebido pronto da
arte e da ciência.(...) Mas nos últimos refúgios da arte circense que perdeu a alma, mas que
representa o humano contra o mecanismo social, são descobertos inexoravelmente pôr uma razão
planejadora.” (p.134)

A Indústria cultural é a fusão da arte e ciência, pôr meio de disposição técnica e descobertas pôr uma
razão planejadora gerando um controle social.

“ A Indústria cultural transforma-a numa mentira patente.(...) as pessoas toleram um ingrediente ao


mesmo tempo penoso e agradável para que possam dominar com maior segurança na vida real seus
próprios impulsos humanos.”(p.135)

A Indústria cultural unifica o penoso e o agradável em seus produtos e promove a catarse coletiva
que outrora coube a tragédia Grega.

“Divertir significa estar de acordo (...). Divertir significa sempre: não ter que pensar nisso, esquecer
o sofrimento até mesmo onde ele é mostrado.” (p.135)

O divertir que a Indústria cultural oferece é apenas uma anestesia para todos os problemas do
cotidiano, é de certa forma amenizar o sofrimento.

“ O descaramento da pergunta retórica: ‘Mas o que é que as pessoas querem?’ consiste em dirigir-
se às pessoas como sujeitos pensantes, quando sua missão específica é desacostumá-las da
subjetividade.” (p.135)
Quanto mais a Indústria cultural subjuga o homem, ao mesmo tempo ela trata-os como seres
pensantes capazes de sair da padronização e coesão que ela mesmo criou.

“ A Indústria cultural realizou maldosamente o homem como ser genérico.” (p.136)

A Indústria cultural inibe a expressão do indivíduo tornando-o tão subjugado passando a ser
chamado como ser genérico.

“ A Indústria só se interessa pelos homens como clientes e empregados e, de fato reduziu a


humanidade inteira.” (p.137)

A Indústria cultural só se interessa com o indivíduo enquanto ele pode lhe ser útil, ou como
consumidor, ou como empregado. Ela está preocupada com uma só coisa: O lucro.

“ Para demonstrar a divindade do real, a Indústria cultural limita-se a repeti-lo cinicamente.(...) Quem
acredita no poderio da monotonia não passa de um tolo.(...) A Indústria cultural derruba a objeção
que lhe é feita com a mesma facilidade com que derruba a objeção ao mundo que ela duplica com
imparcialidade.” (p.138)

O poder que a Indústria cultural possui.

“ O triunfo das corporações gigantescas sobre a livre iniciativa empresarial é decantada pela Indústria
cultural como eternidade da livre iniciativa empresarial.” (p.139-140)

A Indústria cultural como subjugação da iniciativa.

“ Os trabalhadores, que são na verdade aqueles que provêem a alimentação dos demais, são
alimentados, como quer a ilusão ideológica, pelos chefes econômicos, que são na verdade
alimentados. A posição do indivíduo torna-se assim precária.” (p.141)

A Indústria cultural impõe ao indivíduo uma ilusão ideológica da função social.

“ A arte fornece a substância trágica que a pura diversão não pode por si só trazer, mas da qual ela
precisa, se quiser manter fiel de uma ou de outra maneira a principio da reprodução exata do
fenômeno.” (p.142)

A obra de arte por si só tem um fundo trágico, A Indústria porem deturpa isso transformando-a em
diversão.

“ A cultura sempre contribuiu para domar os instintos revolucionários, não apenas os bárbaros. A
cultura industrializada faz algo mais. Ela exercita o indivíduo no preenchimento da condição a qual
ele está autorizado a levar essa vida inexorável. O indivíduo deve aproveitar o fastio universal como
uma força instintiva para se abandonar ao poder coletivo de que está enfastiado.” (p.143)

A Indústria cultural faz com que o indivíduo leve uma “vida sem paixão”, subjugado a tudo, logo se
sente abandonado ao poder coletivo.

“Todos podem ser como a sociedade todo-poderosa, todos podem se tornar felizes, desde que se
entreguem de corpo e alma, desde que renunciem à pretensão de felicidade.” (p. 144)

A Indústria Cultural faz com que o indivíduo sem contente apenas com a diversão renunciando
a felicidade.
“ Na Indústria, o indivíduo é ilusório não apenas por causa da padronização do modo de produção.
Ele só é tolerado na medida em que sua identidade incondicional com o universal está fora de
questão. (...) o que domina é a pseudo-individualidade.” (p.144)

Na Indústria Cultural a pseoudo-individualidade é a identidade incondicional com o universal, o


grande exemplo disso: é a falsa reconciliação entre o particular e o universal, tudo vai estar
determinado conforme a Indústria mesma padronizou, uma Coesão do Sistema.

“ Na Indústria, o indivíduo é ilusório não apenas por causa da padronização do modo de produção
(...) o que domina é a pseudo-individualidade. A Cultura de massas revela assim o caráter fictício que
a forma do indivíduo sempre exibiu na era da burguesia e seu único erro é vangloriar-se por essa
duvidosa harmonia do universal e do particular.(...) a sociedade burguesa também desenvolveu, em
seu processo, o indivíduo.” (p.144).

A duas grandes conquistas da Humanidade.

Principio moral da humanidade: A realização do sujeito tipicamente burgues.


Principio econômico: Livre iniciativa de empreendimento.

A Sociedade burguesa desenvolve o sujeito, mas impede a sua completa individualização, a sua
autenticidade.

“ A Indústria Cultural pode maltratar com tanto sucesso a individualidade, pois nela sempre se
reproduziu a fragilidade da sociedade. (...) o modelo de heróis nutre-se da secreta satisfação de estar
a final dispensado de esforço da individualização pelo esforço( mais penoso é verdade ) da imitação.”
(p.146)

É necessário se libertar o quanto antes da imitação, pois assim construirá indivíduos de “egos” fracos
com personalidades flexíveis, logo fáceis de serem enquadrados à padronização e subjugação.
“ A arte como domínio separado só foi possível, em todos os tempos, como a arte burguesa.(...) As
puras obras de arte, que negam o caráter mercantil da sociedade pelo simples fato de seguirem sua
própria lei, sempre foram ao mesmo tempo mercadorias,(...)a proteção dos seus patronos
preservava os artistas do mercado. (...) eles ficavam nesta mesma medida submetidos a seus
patronos e aos objetivos destes.” (p.174)

A Indústria Cultural promove a perda da autonomia da arte.

“ O que se poderia chamar de valor de uso na recepção dos bens culturais é substituído pelo valor
de troca; ao invés do prazer, o que se busca é assistir e estar informado, o que se quer é conquistar
prestígio e não se tornar conhecedor.” (p.148)

O valor de troca se impõe sobre o valor de uso, o consumidor torna-se um fantoche na mão da
indústria da diversão.

“ A apologia das mercadorias, sempre as mesmas sob diversas marcas.”(p.149)

A Indústria Cultural estabelece estereotipa diversas marcas, porém com o mesmo conteúdo
impedindo a variedade de escolha pelo consumidor.

“ Na Indústria cultural desaparecem tanto a crítica quanto o respeito: a primeira transforma-se na


produção mecânica de laudos periciais, o segundo é herdado pelo culto desmemoriado da
personalidade.” (p.150)

A Indústria cultural promove a extinção da crítica e do respeito por parte do indivíduo.


“ ...a publicidade é seu elixir da vida. Mas como seu produto reduz incessantemente o prazer que
promete como mercadoria a uma simples promessa, ele acaba por coincidir com a publicidade que
precisa ser intragável.” (p.151)

A Publicidade é aquilo que a Indústria Cultural possui de melhor para manter o elo entra ela e o
consumidor, pois os seus produtos são tão idênticos e intragáveis que necessitam de um sistema de
Publicidade e Propaganda que os torne ‘digeríveis’.

“ A publicidade é hoje em dia um princípio negativo, um dispositivo de bloqueio: tudo aquilo que não
traga seu sinete é economicamente suspeito.” (p.152)

A publicidade invadiu o “estilo” da Indústria cultural.

“ Cada filme é um ‘trailer’ do filme seguinte, que promete reunir mais uma vez,(...) o mesmo par de
heróis; o retardatário não sabe se está assistindo o ‘trailer’ ou o filme mesmo.” (p.153)

A Indústria cultural acaba por sempre repetir seus produtos, o consumidor fica tão ‘bitolado’ que
sabe como o filme termina antes mesmo de vê-lo.

“ O que importa é subjugar o cliente que se imagina como distraído ou relutante.” (p.153)

Publicidade e Indústria cultural agem em conjunto com um só objetivo de manipular as pessoas.


“ A desmitologização da linguagem, enquanto elemento do processo total de esclarecimento, é uma
recaída na magia.” (p.153)

A Indústria cultural tem como conseqüência a banalização da linguagem, esta deixa de ser veículo
de expressão e crítica e passa a ser só comunicação e entretenimento. A linguagem torna-se voltada
para fins mercantilista.

“ Tanto na técnica quanto economicamente, a Publicidade e a Indústria cultural se confundem.”


(p.153).

“A cegueira e o mutismo dos fatos a que o positivismo reduziu o mundo se estende à própria
linguagem, e se limita ao registro desses lados. Assim, as próprias designações se tornam
impenetráveis, elas adquirem uma contundência, uma força de adesão e repulsão que as assimila a
seu extremo oposto, as fórmulas de encantamento mágico. Elas voltam a operar como uma espécie
de manipulação, seja para compor o nome de deixa no estudo como base na experiência estatística,
como seja para lançar o anátema sobre o governo voltado para o bem estar social recorrendo a
nomes tabus como “burocratas” e “intelectuais”, seja acobertando a infâmia como o nome da
Pátria.” (p.154)

O trecho expressa a tese central do livro:

O Esclarecimento se impõe sobre o mito, todavia recai sobre ele.

A linguagem racionalizada destrói o componente expresso da própria linguagem, mas recai na magia.

A força de persuasão é tão grande que as pessoas se convencem do seu valor.

“A repetição cega e rapidamente difundida de palavras designadas liga a publicidade à palavra de


ordem totalitária.” (p.155)
As palavras deixam de significar para somente designar; a liberdade é uma forma de atualização do
totalitarismo.

“Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se em
todos os setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa.” (p.156)
Sobre este grande meio de manipulação e de necessidade retroativa uma coisa pode Ter certeza
plena a é escolha ilusória.

BIBLIOGRAFIA:

ADORNO, Theodor W; HORKEIMER, Max. Dialética do Esclarecimento. Trad. Guido A. de Almeida. Rio
de Janeiro. J. Zahar 1985.

Você também pode gostar