Você está na página 1de 5

Prof.

Danilo Portero
Direito Processual Civil

Prof. Danilo Portero www.aprovaconcursos.com.br Página 1 de 5


Prof. Danilo Portero
Direito Processual Civil

Direito Processual Civil

Da liquidação de sentença

1. Liquidez da sentença como regra

Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido
genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção
monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização
dos juros, se for o caso, salvo quando:
I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II - a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada
ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido por
liquidação.
§ 2o O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar a sentença.

Segundo Fredie Didier Jr., nas duas exceções dos incisos I e II acima, o juiz estará
liberado de dizer qual é a extensão da obrigação, mas não estará liberado (mesmo nas
hipóteses dos incisos) de fixar, desde logo, a correção monetária, a taxa de juros, o termo
inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se o caso.

2. Da liquidação de sentença

Visa tornar o título executivo judicial líquido, a fim de permitir a identificação do quantum
debeatur.

Título líquido “é aquele que indica a quantidade de bens ou valores que constituem a
obrigação”.

Liquidação de sentença deve ocorrer somente em título executivo judicial, uma vez que os
títulos executivos extrajudiciais devem sempre ser líquidos.

Assim: “Sempre que na fase cognitiva for prolatada sentença condenatória ilíquida, antes
de ter início a fase de cumprimento de sentença, haverá uma etapa intermediária, de
liquidação”.

Principais mudanças NCPC:

a) Sentença líquida, como regra geral.

Prof. Danilo Portero www.aprovaconcursos.com.br Página 2 de 5


Prof. Danilo Portero
Direito Processual Civil

b) A antiga “liquidação por artigos” agora se chama “liquidação pelo procedimento comum”.

c) A “liquidação por arbitramento” que era promovida através de prova pericial, agora só
será efetivamente necessária, caso o juiz não consiga decidir com base nos documentos
elucidativos e pareceres das partes (art. 510, NCPC).

d) Qualquer decisão proferida no âmbito da liquidação é impugnável via agravo de


instrumento. Ocorre que, pode ser que o juiz, na fase de liquidação de sentença, conheça
de um fato superveniente que gere a extinção da dívida (ex. pagamento superveniente).
Nesse caso, a decisão proferida encerra a liquidação e extingue o processo. Cabe agravo
de instrumento dessa decisão? (Resposta: Doutrina dividida e NCPC omisso. O novo CPC
não excepciona o recurso do agravo de instrumento em face das decisões proferidas na
fase de liquidação de sentença. Para Fredie Didier Jr., o mais sensato seria o cabimento
do recurso de apelação (pois a decisão extingue o processo, não sendo decisão
interlocutória e sim sentença).

Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á


à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:
Assim, a liquidação de sentença pode ser promovida tanto pelo credor ou pelo devedor.

I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas


partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
A liquidação por arbitramento, conforme inciso I, pode ser convencionada pelas partes. Assim, há a
possibilidade de firmar negócio jurídico processual nesse sentido.

II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato


novo.
A antiga “liquidação por artigos” (CPC/1973), agora passa a se chamar “liquidação pelo procedimento comum”.

§ 1o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito
promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação
desta.
Liquidação não se confunde com execução. O artigo 512 reforça isso.
Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em
autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias
das peças processuais pertinentes.

§ 2o Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor


poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença.

Prof. Danilo Portero www.aprovaconcursos.com.br Página 3 de 5


Prof. Danilo Portero
Direito Processual Civil

O novo CPC deixa claro que a apuração do valor por simples cálculo aritmético não é liquidação. Por não ser
liquidação, o procedimento encontra-se previsto no art. 524 do NCPC:

Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo
discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter:
I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o
disposto no art. 319, §§ 1o a 3o;
II - o índice de correção monetária adotado;
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados;
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados;
VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível.
§ 1o Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder os limites da
condenação, a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base
a importância que o juiz entender adequada.
§ 2o Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista do juízo, que
terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para efetuá-la, exceto se outro lhe for
determinado.
§ 3o Quando a elaboração do demonstrativo depender de dados em poder de terceiros ou
do executado, o juiz poderá requisitá-los, sob cominação do crime de desobediência.
§ 4o Quando a complementação do demonstrativo depender de dados adicionais em
poder do executado, o juiz poderá, a requerimento do exequente, requisitá-los, fixando
prazo de até 30 (trinta) dias para o cumprimento da diligência.
§ 5o Se os dados adicionais a que se refere o § 4o não forem apresentados pelo
executado, sem justificativa, no prazo designado, reputar-se-ão corretos os cálculos
apresentados pelo exequente apenas com base nos dados de que dispõe.

§ 3o O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos


interessados programa de atualização financeira.
O novo CPC atribui mais um dever administrativo do CNJ.

§ 4o Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a


julgou.

3. Da liquidação por arbitramento

Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de
pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de
plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial.

Prof. Danilo Portero www.aprovaconcursos.com.br Página 4 de 5


Prof. Danilo Portero
Direito Processual Civil

4. Da liquidação pelo procedimento comum

Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do


requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver
vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias,
observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste
Código.

Livro I da Parte Especial – Do processo de conhecimento e do cumprimento de sentença.

Prof. Danilo Portero www.aprovaconcursos.com.br Página 5 de 5

Você também pode gostar