PRISÃO DO ADVOGADO, ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO, EM SALA DE
ESTADO MAIOR
A lei federal nº Lei n. 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da OAB), prevê a
prisão em sala de estado maior para o advogado preso por decisão não transitada em julgado, dispõe o artigo 7º, inciso V do referido diploma:
Art. 7º São direitos do advogado:
(...) V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar; (Vide ADIN 1.127-8
Conforme extrai-se do dispositivo legal, a prisão em sala de Estado Maior é um
direito/prerrogativa do advogado, sendo que entende-se por sala de Estado Maior aquela sala destinada ao uso de militares e integrantes da força armada brasileira, ou seja, uma sala que está fora do ambiente do estabelecimento prisional, que não é utilizada como cela e possui condições de acômodo com asseio e segurança. Nesse sentido, no julgamento da ADIN nº 1.127-8, o Supremo Tribunal Federal.
ARGUMENTOS FAVORÁVEIS
. Advocacia é essencial à administração da Justiça – A Constituição da República
Federativa do Brasil em seu artigo 133 consagra o advogado como peça indispensável à administração da justiça. Portanto, o advogado é um profissional investido de função pública, vez que a advocacia é essencial para prestação jurisdicional pelo Estado. Logo, não pode ser privado da liberdade, de forma cautelar, em um estabelecimento prisional que é destinado ao cumprimento de pena.
Outro ponto está na responsabilidade do advogado de, em tese, atuar como
mediador entre os jurisdicionado e órgão jurisdicionador, de modo que a prisão
. Aplicável em caso de prisão cautelar – Faz jus à prerrogativa o advogado preso
cautelarmente, ou seja, em prisão flagrante, provisória ou preventiva, no intuito de garantir a aplicabilidade do princípio da instrumentalidade para assegurar a realização das investigações, bem como o trâmite processual. De modo que, opera-se a segregação cautelar necessária, sem submeter o advogado ao recolhimento em um estabelecimento prisional, o qual é destinado ao cumprimento de pena.
. Prerrogativa julgada constitucional pelo STF - No julgamento da ADIN 1.127-8, o
Supremo Tribunal Federal julgou constitucional a prerrogativa contemplada no art. 7º, V, da lei 8.906/1994 – Estatuto da Advocacia.