Aluno: Ricael Spirandeli Rocha Disciplina: Matriz étnica e
Afrodescendência Professora: Pedro Ivo Jorge Gomes EOR
O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil
Darcy Ribeiro é um dos maiores intelectuais que o Brasil já teve. Não
apenas pela alta qualidade do seu trabalho e da sua produção de antropólogo, de educador e de escritor, mas também pela incrível capacidade de viver muitas vidas numa só, enquanto a maioria de nós mal consegue viver uma
Darcy Ribeiro evidencia no texto três matrizes ou troncos étnico-culturais
constitutivos da formação sociocultural do povo brasileiro. Trata-se da Matriz africana. Pesquisas realizadas no século XX apontam que a África é o berço da humanidade, formada por uma multiplicidade de etnias. Assim, não se pode dizer, como usualmente se diz no senso comum, que existe uma única África e um único povo. Pelo contrário, existem várias “Áfricas”.
Ribeiro afirma que os primeiros africanos vieram para o Brasil por
camadas étnicas (Nagôs, Bantus e Iorubás, basicamente). Cada etnia com uma forma de organização social e política diferente e, também, construção religiosa diferente.
Os africanos dominavam técnicas de metalurgia, já haviam domesticados
alguns animais e eram exímios agricultores. Esses conhecimentos foram importantíssimos no “novo mundo” e na nova vida que levariam, sendo explorados pelos portugueses.
No que tange à mitologia, os negros concebiam a existência de inúmeros
deuses, cada um deles responsável por um fragmento da natureza e/ou da vida cotidiana. Esses povos, segundo Darcy, tinham na religião uma relação “antropocêntrica”, pois, para eles, toda a atividade humana estava imbricada do “visível” e do “invisível”. CURSO DE FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA – FIC CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA
Por fim, um esclarecimento. Existe uma polêmica quando se estuda os
povos africanos durante o período de colonização do Brasil, referente à escravidão. Se na África os “próprios negros escravizavam os próprios negros”, ou não. Importante esclarecer e delimitar as diferenças.
Existia, sim, escravidão na África, como também existia escravidão na
antiguidade clássica (Egito, Grécia e Roma), sobretudo dos povos conquistados pelos povos conquistadores nas variadas guerras. No entanto, a diferença desse tipo específico de escravidão para o tipo que houve no Brasil, feito por Portugal, é que na segunda já há uma relação de mercadoria.
Ou seja, a escravidão dos negros perpetrada pelos portugueses encaixa-
se no tipo de escravidão moderna, realizada a partir do século XVI, quando uma nação de um continente busca escravos em outro para explorá-los num terceiro continente, caracterizando, assim, um comércio mundial.
Portanto, sendo um comércio a relação do colonizador português (Como
também será feita por outros povos!) com o escravo africano era do “proprietário” com uma “mercadoria”, sendo permutável por outras mercadorias, exemplo: Terras e propriedade em geral.
Assim, Darcy Ribeiro destaca que a “moeda” de troca para as transações
econômicas no interior da colônia portuguesa, era o escravo africano. Em minha concepção percebo que os textos nos brindaram em evidenciar e enfatizar a importância da identidade/nação brasileira, remetendo a fatores diversos como nação, educação, política entre outros.